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PRISÃO FLUTUANTE

TÚNEL PARA O OCEANO SUPERIOR

QUEDA DE ÁGUA

COLUNA DE CRISTAL

> OCEANO DE NEMOS: CAVERNA DOS FANTASMAS

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DENTES PRATEADOS

CRISTA DE DORMINUS

ACAMPAMENTO GRUNDLE

FLORESTA DE CRISTAL

SPECTRON, CIDADE DOS FANTASMAS

DO MAR

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DEZ ANOS ANTES . . .

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> ENTRADA DO DIÁRIO DE NIOBE NORTH

SPECTRON, 6488 METROS DE PROFUNDIDADE,CAVERNA DOS FANTASMAS

Consegui! Finalmente aperfeiçoei a minha nova invenção. Penso que, quando o Professor atacar, ela irá derrotar o seu maléfi co plano.Agora tenho de o encontrar. Alguém tem de o travar, e ninguém o conhece tão bem como eu. Vai ser duro deixar os Fantasmas do Mar desprotegidos. São tão bondosos e inocentes e partilharam tudo o que têm comigo, todos os seus tesouros do mar que reuniram com tanto cuidado. Receio bem que até tenham começado a encarar-me como a sua guardiã.Mas, se quero que o seu mundo seja salvo, tenho de partir. Posso apenas esperar que a minha nova invenção seja o sufi ciente para travar o Professor.Se não for, a Caverna dos Fantasmas e tudo o que se encontra acima desta estará condenado. > FIM DA ENTRADA

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CAPÍTULO UM

CAIXA NEGRA

— Tu conheceste mesmo a minha mãe? — perguntou Max.

— Pois — disse Roger. — Conheci.Max estava sentado no aquaciclo, pronto

para sair de Spectron, a cidade dos Fantasmas do Mar, com o seu robô-cão Rivet, a amiga Lia, de origem Merryn, e o peixe-espada dela, Spike. Juntos, tinham derrotado há pouco Stinger — a fera biónica sob a forma de al-forreca mortífera que o maléfi co tio de Max, o Professor, criara para aterrorizar Spectron.

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O vulto gigantesco e disforme de Stinger fl u-tuava à deriva na corrente por cima da cidade submarina, perdera a sua luz incandescente. Os tentáculos pendentes cobriam agora os na-vios naufragados que eram as casas dos Fan-tasmas do Mar. Porém, Max já não olhava para a alforreca, estava demasiado chocado e admirado: Acabavam de lhe contar que a sua mãe desaparecida havia sido avistada há ape-nas um ano.

Max olhou para Roger, o homem de olho vendado e rabo-de-cavalo que o grupo conhe-cera nas viagens que fi zeram juntos, e que ale-gava não ser pirata embora tivesse aspeto de e falasse como um. Roger oferecera-se então para levar Max e os amigos ao lugar onde conhecera a mãe do jovem. Max estava ansioso por partir, mas Roger tinha primeiro de verifi car se as suas botas a jato funcionavam como deviam.

— Então como é que a conheceste? — per-guntou-lhe Max.

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— Viajámos juntos algum tempo — respon-deu Roger. — Conheci-a na Floresta de Cris-tal, a um dia de viagem para leste, do outro lado das montanhas.

Max sentiu o coração bater mais rápido. Olhou para o búzio que segurava nas mãos. Fora modifi cado com uma espécie de eletró-nica — havia fi os, botões e circuitos lá dentro, mas ele não fazia ideia do seu funcionamento. Tinha sido feito e deixado ali pela sua mãe, se-gundo as informações dos Fantasmas do Mar. Quando Max encetara a sua demanda para derrotar o Professor, nunca esperara descobrir tanta coisa sobre a mãe que perdera há tanto tempo. Parecia que todas as pistas remetiam para ela.

— Bem, vamos lá então — disse Max para Roger. — Quando quiseres, eu já estou pronto!

Ouviu um ruído de desagrado de Lia, bai-xinho mas audível. Ela puxou-lhe pelo braço e nadaram os dois, afastando-se um pouco.

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Pararam atrás de um submarino naufragado, onde Roger já não os podia ouvir.

— Tens a certeza de que é boa ideia ir com ele? — perguntou Lia. — Afi nal é um pirata.

— Isso não sabemos — contrapôs Max.— Max, temos de encontrar o Professor.

Ele quer destruir este mundo. Não te esque-ças de que, se ele fi zer desabar o teto da gruta, Sumara também será destruída. De certeza que tem mais feras biónicas prontas a atacar. Nós temos de o impedir!

— Eu sei — admitiu Max em tom pesaroso. Estava desesperado por saber mais sobre a sua mãe, mas também reconhecia que Lia tinha razão. Olhou para cima, para o vulto enorme da Stinger que fl utuava acima deles. Dentro do corpo cor-de-rosa transparente, entre os circuitos de computador, Max reparou num objeto preto quadrado que ainda não tinha visto, e apontou para ele. — Olha, que te pare-ce que seja aquilo?

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— Não faço ideia — respondeu Lia. — Tal-vez algo tecnológico. — Lia pertencia ao povo Merryn e, como todos os seus conterrâneos, nada percebia de tecnologia, e esta também não lhe agradava.

— Creio que é uma caixa negra — disse Max. — Para gravar as andanças da alforreca, como o Diário de Mergulho do submarino da minha mãe.

Lia encolheu os ombros.— E depois?

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— Se conseguirmos alcançá-la, deve haver um registo da origem da Stinger a que pode-mos aceder, e assim saberemos o paradeiro do Professor!

Lia franziu a cara, claramente incomodada.— Alcançá-la? Isso signifi ca entrar naquela

massa horrorosa. — Quando se defrontaram com a Stinger, Max e Lia fi caram a conhecer demasiado bem a massa de que era feito o corpo da alforreca. A substância entranhava-se nas guelras deles e difi cultava-lhes a respiração.

— Não tem graça nenhuma — admitiu Max. — Mas de que outra maneira poderemos apa-nhar o Professor?

— Bem... então está bem — anuiu Lia por fi m. — Desde que sejas tu a ir lá buscá-la!

— Tinha o pressentimento de que irias di-zer isso — comentou Max.

Em seguida, guardou o búzio eletrónico no compartimento do aquaciclo.

— Estou pronto — anunciou Roger.

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— Só um minuto — pediu Max. E nadou até ao vulto maciço da Stinger, junto com Lia, Spike e Rivet. A caixa negra mal se via detrás de uma parede grossa de alforreca cor-de--rosa. Os tentáculos da Stinger ondulavam na corrente.

— Está morta, não está? — perguntou Lia.— Nunca esteve propriamente viva — con-

fi rmou Max. — Mas creio que dali já nada mexe.

Lia deu uma palmadinha no dorso de Spike.— Vamos lá, Spike, toca a abrir caminho até

à tal caixa negra.O peixe-espada lançou-se, com fúria, ao

corpo da Stinger e com os dentes afi ados fez um longo corte na massa esponjosa.

— Vai tu agora, Max! — exclamou Lia.Max engoliu em seco. Aquilo não iria ter

mesmo graça nenhuma. Respirou fundo, fe-chou bem a boca e abriu caminho pelo buraco esponjoso que Spike tinha aberto.

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A gelatina era espessa, quente e pegajosa, agarrava-se-lhe aos braços e às pernas. Era di-fícil perceber se Max conseguia mesmo avan-çar ou não. A caixa negra não estava a fi car mais perto. Não tardou a que Max não conse-guisse respirar. A massa esponjosa colara-se-lhe às guelras de tal maneira que a água não conseguia entrar.

Tenho de agarrar naquela caixa e sair daqui, pensou ele. Preciso de respirar...

Com todas as suas forças, Max arrastou-se para mais perto da caixa. Os dedos roçaram nela e depois, fi nalmente, conseguiu pegar-lhe com as duas mãos.

Max começou então a recuar. Estava ansioso pelo momento em que conseguiria usar nova-mente as guelras para respirar em água fresca.

De súbito, Max sentiu as paredes da alforre-ca vibrarem à sua volta, começarem a apertá--lo com força. O que é que estava a acontecer?

A Stinger está desativada, refl etiu, mas devo

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ter provocado uma espécie de refl exo robotiza-do. Não me quer soltar — mas, se eu não sair depressa, morro sufocado!

Max debateu-se com a ajuda dos braços e das pernas, no entanto, não conseguia sair dali. A necessidade de respirar era esmagado-ra — mas ele não podia fazer mais do que já fazia...

De repente, sentiu um puxão na parte de trás do fato. Ouviu vagamente hélices a girar. Estava a ser puxado para trás. Se conseguisse aguentar-se só mais um pouco...

Parecia que o mundo mudava de cor-de--rosa para verde quando Rivet o arrastou para

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fora da Stinger e de regresso à água. Max cus-piu, a limpar as guelras da gelatina, sorveu água sofregamente, e depois passou a caixa negra a Lia.

— Obrigado, Riv! — agradeceu ele, ofegante.— Na boa, Max — ladrou o robô-cão.— Tu estás bem? Como é que usamos isto?

— perguntou Lia. Tocou num botão que a caixa negra tinha, acendeu-se um ecrã, e ela sobressaltou-se.

— Eu já fi co bem. Vamos lá ver — disse Max, a recobrar o fôlego. O ecrã mostrava um mapa com Spectron assinalada, e uma linha pontilhada rumo a leste sobre as montanhas e pela Floresta de Cristal. — Olha, a Stinger veio pelo mesmo caminho que o Roger nos vai mostrar. Podemos matar dois coelhos de uma só cajadada!

— O que são «coelhos»? — perguntou Lia.— É só uma força de expressão. Quer di-

zer que podemos ir atrás do Professor e, ao

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mesmo tempo, ir com o Roger à procura da minha mãe.

Lia suspirou.— Muito bem — concordou. — Mas eu vou

fi car de olho naquele pirata.— Eu ouvi! — exclamou Roger, a nadar

na direção deles, impelido pelas botas a jato. — Quantas vezes tenho de lhes dizer, colegas marujos, que não sou pirata?

Max rumou ao fundo do mar à frente deles e guardou a caixa negra no aquaciclo.

— Vamos embora! — disse, a puxar pelo motor de arranque. — Salta, Rivet!

— Esperem! — chamou uma voz. Era Ko, um dos Fantasmas do Mar com quem eles ti-nham travado amizade. O rapaz foi a nadar até aos nossos aventureiros, e à cabeça de um grande grupo de Fantasmas do Mar. — Não se vão embora sem vos dizermos obrigado. Salvaram a vida da Mãe e a nossa cidade do monstro.

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— É evidente que tu és tal e qual a tua mãe — comentou um Fantasma do Mar mais idoso.

— Queiram aceitar estas prendas — disse Ko. Todos os Fantasmas do Mar tinham nas mãos pequenos tesouros apanhados em nau-frágios: brinquedos de plástico, botões e moe-dinhas, latas de refrigerante, um colar feito com pilhas, enfeites construidos com alfi netes--de-ama e clipes.

— Mas que monte de lixo! — resmungou Roger. Max fez-lhe má cara.

— Não é nada lixo! — bufou ele. Era evi-dente que aquelas estranhas peças tinham signifi cado para os Fantasmas do Mar. Max fi -cou sensibilizado. — Obrigado — agradeceu, ao pegar nos objetos. — Encontramo-nos em breve, Ko, prometo! Muito em breve.

Max olhou pela última vez para a multidão de Fantasmas do Mar semitransparentes, de cor verde-pálida, a pairarem acima das suas casas em embarcações naufragadas, e acenou.

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Depois ligou o motor do aquaciclo. Mais abai-xo, meio enterrado na areia, viu um pedaço do fundo do mar, liso e estranho. Era pele, qua-se de certeza — deduziu então que Spectron fora erigida em cima de uma criatura qual-quer. Max ouvira algo lá em baixo que parecia um coração gigantesco a bater. Se ali houvesse uma criatura, só podia ser imensa...

— Vamos lá! — reclamou Lia. — Toca a an-dar!

Roger já rumava a leste, impelido pelas botas a jato. Max carregou no pedal do ace-lerador e o aquaciclo rugiu, com Lia e Spike a nadarem a seu lado e Rivet empoleirado no banco de trás.

O coração batia-lhe descompassado no pei-to. Começava ali uma nova aventura. Max ti-nha o pressentimento de que não tardariam a enfrentar o Professor novamente. Só que des-ta vez Max estava decidido a descobrir o que acontecera à sua mãe.

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