Sophia de Mello Breyner Andresan

2
Sophia de Mello Breyner Andresen Sophia de Mello Breyner Andresen foi uma das mais importantes poetas portuguesas do século XX . Foi a primeira mulher portuguesa a receber o mais importante galardão literário da língua portuguesa , o Prémio Camões , em 1999 . Sophia de Mello Breyner Andresen é filha de Maria Amélia de Mello Breyner e de João Henrique Andresen. Tem origem dinamarquesa pelo lado paterno. O seu bisavô, Jan Heinrich Andresen, desembarcou um dia no Porto e nunca mais abandonou esta região, tendo o seu filho João Henrique comprado, em 1895 , a Quinta do Campo Alegre, hoje Jardim Botânico do Porto . Como afirmou em entrevista, em 1993, 2 essa quinta "foi um território fabuloso com uma grande e rica família servida por uma criadagem numerosa". A mãe, Maria Amélia de Mello Breyner, é filha do conde de Mafra , médico e amigo do rei D.Carlos . Maria Amélia é também neta do conde Henrique de Burnay , um dos homens mais ricos do seu tempo.

Transcript of Sophia de Mello Breyner Andresan

Page 1: Sophia de Mello Breyner Andresan

Sophia de Mello Breyner Andresen

Sophia de Mello Breyner Andresen foi uma das mais importantes poetas portuguesas do século XX. Foi a primeira mulher portuguesa a receber o mais importante galardão literário da língua portuguesa, o Prémio Camões, em 1999.Sophia de Mello Breyner Andresen é filha de Maria Amélia de Mello Breyner e de João Henrique Andresen. Tem origem dinamarquesa pelo lado paterno. O seu bisavô, Jan Heinrich Andresen, desembarcou um dia no Porto e nunca mais abandonou esta região, tendo o seu filho João Henrique comprado, em 1895, a Quinta do Campo Alegre, hoje Jardim Botânico do Porto. Como afirmou em entrevista, em 1993,2 essa quinta "foi um território fabuloso com uma grande e rica família servida por uma criadagem numerosa". A mãe, Maria Amélia de Mello Breyner, é filha do conde de Mafra, médico e amigo do rei D.Carlos. Maria Amélia é também neta do conde Henrique de Burnay, um dos homens mais ricos do seu tempo.

Page 2: Sophia de Mello Breyner Andresan

Fundo do mar

No fundo do mar há brancos pavores,Onde as plantas são animaisE os animais são flores.

Mundo silencioso que não atingeA agitação das ondas.Abrem-se rindo conchas redondas,Baloiça o cavalo-marinho.Um polvo avançaNo desalinhoDos seus mil braços,Uma flor dança,Sem ruído vibram os espaços.

Sobre a areia o tempo poisaLeve como um lenço.

Mas por mais bela que seja cada coisaTem um monstro em si suspenso.