SOGIMIG 17-03-2009

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Informativo PARCEIROS www.sogimig.org.br FALE CONOSCO Veículo Oficial da Associação de Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais - SOGIMIG I Janeiro l Fevereiro de 2009 STOCK PHOTOS SOGIMIG NOMEIA NOVOS VICE- PRESIDENTES E DIRETORES PARA O INTERIOR | 3 DEFESA PROFISSIONAL: O DIREITO À AUTONOMIA DOS GINECOLOGISTAS E OBSTETRAS | 5 CBGO - BH 2009: 20 PALESTRANTES INTERNACIONAIS E ROTEIROS INCRÍVEIS PARA OS VISITANTES | 6 Taxa de mortalidade materna ainda é preocupante sogimig jan a fev 11 03.indd 1 sogimig jan a fev 11 03.indd 1 17/3/2009 10:55:26 17/3/2009 10:55:26

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Revista SOGIMIG 17-03-2009

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Informativo

PARCEIROS

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Veículo Oficial da Associação de Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais - SOGIMIG I Janeiro l Fevereiro de 2009

STOCK PHOTOS

SOGIMIG NOMEIA NOVOS VICE-PRESIDENTES E DIRETORES PARA O INTERIOR | 3

DEFESA PROFISSIONAL: O DIREITO À AUTONOMIA DOS GINECOLOGISTAS E OBSTETRAS | 5

CBGO - BH 2009: 20 PALESTRANTESINTERNACIONAIS E ROTEIROS INCRÍVEIS PARA OS VISITANTES | 6

Taxa de mortalidade materna ainda é preocupante

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Av. João Pinheiro, 161. Sala 206Centro. Belo Horizonte. MG. 30.130-180. Telefax: (31) 3222 6599 Telefone: 3247 1637

Site: www.sogimig.org.br E-mail: [email protected]

Diretoria SOGIMIG - Gestão 2009-2010 PRESIDENTEVictor Hugo de Melo VICE- PRESIDENTERenato AjejeSECRETÁRIO GERALCarlos Henrique Mascarenhas Silva1ª SECRETÁRIOFrederico José Amedée PéretDIRETOR FINANCEIROJosé Avilmar Lino SilvaDIRETOR SÓCIO-CULTURALCláudia Lourdes Soares LaranjeiraDIRETOR CIENTÍFICOAgnaldo Lopes da Silva FilhoDIRETOR DE DEFESA DO EXERCÍCIO PROFISSIONALMaria Inês Miranda LimaDIRETOR DE ASSUNTOS COMUNITÁRIOSCláudia Lúcia Barbosa SalomãoDIRETOR DE COMUNICAÇÃO Gui Tarcísio Mazzoni JuniorDIRETOR DE INFORMÁTICAJoão Henrique Penna ReisCOORDENADOR DAS DIRETORIAS REGIONAISMarcelo Lopes Cançado

CONSELHO CONSULTIVO:MEMBROS ELEITOSAntonio Eugenio Motta Ferrari, Aroldo Fernan-do Camargos, Eddie Fernando Candido Murta, Henrique Moraes Salvador Silva, Ivone Dirk de Souza Filogônio, Lucas Viana Machado, Manuel Maurício Gonçalves, Marcelo Maciel de Araú-jo Porto, Ricardo Mello Marinho, Sávio Costa GonçalvesMEMBROS NATOSAntonio Fernandes Lages, Cláudia Navarro Duar-te Lemos, Garibalde Mortoza Junior, João Pedro Junqueira Caetano, Sergimar Padovezi INFORMATIVO SOGIMIGCOORDENAÇÃO DO INFORMATIVOGui Tarcísio Mazzoni JuniorPRODUÇÃO EDITORIAL E GRÁFICALink Comunicação Empresarial - (31) 2126-8080EDIÇÃO: Cristina Fonseca (MG 04557JP) REDAÇÃO: Kátia SoaresEDITORAÇÃO: Danielle MarcussiRevisão: Regina PallaPROJETO GRÁFICO: Helô Costa e Wagner RochaGRÁFICA: RONA EDITORA

TIRAGEM: 2 mil exemplares

Envie sua contribuição para [email protected]

O Informativo SOGIMIG autoriza a reprodução de seu conteúdo, desde que citada a fonte. Pede-se apenas a informação de tal uso. A Associação não se responsabiliza pelo conteúdo ou pela certificação dos eventos anunciados na forma de agenda. Em caso de dúvidas, questionamentos e sugestões, enviar e-mail para: [email protected]

VICTOR HUGO DE MELOPresidente da SOGIMIG

[email protected]

Palavra do Presidente

Comemora-se, em 8 de março, o Dia Internacional da Mulher, reconhecido oficial-mente pela Organização das Nações Unidas (ONU). Três grandes revoluções que muda-ram nossa história ocorreram no século 20: a quântica, a biomolecular e a informática. Entre-tanto, outra revolução não menos importante também aconteceu: a mudança do papel da mulher na sociedade. Nunca as mudanças fo-ram tantas e tão aceleradas em relação ao gê-nero feminino. Do direito de ir à escola até a revolução sexual; da permissão para escolher o seu marido até o direito de deixá-lo.

Sabemos que a situação da mulher não atingiu sua plenitude. Ainda persiste a discri-minação na família e no trabalho, a violência doméstica e a marginalização social. Ao lado disso, o abandono do lar pelos maridos, ou companheiros, coloca as mulheres como as responsáveis pelo provimento familiar e o cui-dado dos filhos, tornando-as mais vulneráveis.

No entanto, nesse processo histórico a dimensão integral da mulher foi perdida. A maternidade ficou em segundo plano nos pro-testos feministas das décadas de 60 e 70. Este talvez tenha sido o grande viés do movimen-to feminista desta época, que transformou as mulheres em “homens de saia”, perdendo as características da feminilidade e suavidade pró-prias do seu gênero.

A sociedade se habituou à ternura, de-licadeza, generosidade, capacidade de doar, intuição e tenacidade femininas. Todas essas virtudes se acentuam no processo da ma-ternidade e, se somente pela sua essência e natureza não fossem suficientes para as mu-lheres serem respeitadas, lembramos que a maternidade é a única forma de reprodução e perpetuação da nossa espécie.

As mulheres exercem múltiplos papéis na sociedade e são as primeiras provedoras dos cuidados à saúde da sua família. Para desempe-

nhar tantas funções devem manter sua própria saúde. A sociedade confiou aos ginecologistas e obstetras, há séculos, o cuidado e a atenção à saúde das mulheres. Somos os profissionais de referência das mulheres da adolescência até a terceira idade. Contudo, é na gravidez e, sobretudo nas proximidades do nascimen-to do seu filho (ou filha), que elas se tornam mais dependentes da nossa atenção, cuidado e dedicação. É neste momento que o médico de sua confiança deve estar ao seu lado, per-manentemente disponível, para apoiar, acon-selhar e auxiliar em qualquer eventualidade, inclusive no parto.

São inúmeros os sentimentos e emoções vivenciados pelos casais, no decorrer de uma gestação: dúvidas e inseguranças se transfor-mam gradualmente em certezas, alegrias e se-gurança, em grande parte decorrente da atu-ação dos obstetras. Compartilhamos o êxtase dos pais não somente na gravidez, mas, tam-bém, no momento do nascimento, quando ocorre a conjunção de três pessoas que estarão interligadas para sempre: pai, mãe e filho. Pre-senciar este momento é um privilégio, e justifica todos os sacrifícios que temos de nos impor.

Parabéns a vocês mulheres brasileiras, que conquistaram tanto nestas últimas déca-das. Parabéns pela mais importante conquista que vocês obtiveram em todos os tempos: o de definir qual o momento de suas vidas em que desejam se tornar mães, e quem será o pai de seus filhos. Queremos que vocês pre-servem também o direito de definir quem de-verá estar ao seu lado para acompanhá-las na gestação e parto, transmitindo-lhes segurança nessa difícil transição. Queremos continuar a prestar-lhes nossa atenção e cuidado, e com-partilhar com vocês o nascimento de tantas outras vidas.

Grato pela atenção de todos e todas.

Os obstetras e as conquistas das mulheres no século XX

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3SOGIMIG em consonância com estrutura geopolítica de Minas Gerais

Defesa Profissional

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SulVice-presidência: Tânia Mara Giarolla de Matos

Diretorias RegionaisAlfenas - Adriana WagnerItajubá - Roger William Moraes MendesLavras - Eliane Pereira Botrel Cunha Passos - Juliana Maria Martins Lopes Mendes Poços de Caldas - João Guilherme Franco Pouso Alegre - Leandro Andrade e SilvaVarginha - Paulo Roberto Magalhães Swerts

a Triângulo do Norte, Triângulo do Sul e NoroesteVice-presidência: João Thomaz da Costa

Diretorias Regionais Triângulo do NorteAraguari - Solange Queiróz de Lucena DinizItuiutaba - Márcio Gomes VilelaPatrocínio - Vinícius Franco da Veiga Uberlândia - Leandra Regis Rodrigues Diretorias Regionais Triângulo do Sul Araxá - Ingrid Chaves Maneira Diretorias Regionais Noroeste Paracatu - Ione Machado André SantiagoPatos de Minas - Veneraldo Queiróz Jr. Unaí - Gilmar Martins Muniz

Minas Gerais, um Estado diverso em todos os sentidos possui 853 municípios e cerca de 20 mi-lhões de habitantes. A SOGIMIG, entidade cujo foco primeiro está ligado às questões científicas da especialidade em questão, amplia sua atuação em acordo com o crescimento das demandas regionais. A associação procura, desta forma, estar acessível a todos os médicos que lidam com a especialidade. Ciente das diferenças regionais, a entidade tenta criar e manter diretrizes que possam ser viabilizadas independentemente da região.

A SOGIMIG entende o processo e sabe da necessidade de associar-se a outras entidades constituídas para maior êxito. Por causa disso, a entidade tenta atrelar suas ações ao organograma geográfico já definido pela Secretaria Estadual de Saúde. Es-pera-se conhecer de forma pormenorizada as demandas específicas de cada região. Com esta proposta, fica definida exatamente a área de abrangência de atuação dos vice-presidentes e diretores regionais, associando o cunho científico da SOGIMIG às ações regionais e lo-cais da Secretaria de Saúde.

“Esperamos, com esta logística, facilitar as atuações de nossos representantes no Estado. Teremos uma ferramenta poderosa que nos auxiliará nas decisões sobre a criação de novas vice-presidências e diretorias regionais”, destaca o coordenador das diretorias regionais, Marcelo Lopes Cançado. A ação facilitará as cobranças necessárias e estimulará a realização de um censo contínuo acerca dos profissionais atuantes em todos os municípios. As estratégias visam estimular a necessidade de associarem-se, tornando a SOGIMIG cada vez mais forte. "Precisamos saber quantos e quem somos para falarmos a mesma língua", completa.

SITE: SECRETARIA DO ESTADO DA SAÚDE

a NorteVice-presidência: Marco Aurélio M. de Souza

Diretorias Regionais Bocaiúva - Silvan Márcio de OliveiraJanaúba - José Francisco de MoraisJanuária - Alcir Fernando de Matos Montes Claros - Marco Aurélio M. de SouzaPirapora - Edmilson Nery NobreTaiobeiras - Daniela de Freitas Teles

a LesteVice-presidência: Roberto Carlos Machado

Diretorias RegionaisCaratinga - Jaqueline Luzia Câmara Arreguy Governador Valadares - Nilo Sérgio Nominato Ipatinga - Welton Nazareno Rampinelli

a SudesteVice-presidência: Elson Corrêa de Melo Jr.

Diretorias RegionaisJuiz de Fora - Rosangela de Fátima N. e Silva Muriaé - Carlos Wilson Dala Paula Abreu Ubá - Marcelo Maciel de Araújo Porto

a Outras macrorregiões Coordenador: Marcelo Lopes Cançado

aCentro l Diretorias RegionaisBetim - Rachel Rezende CamposCurvelo - Vania Lúcia de Sousa Itabira - Lia Vieira Boufleur Drumond João Monlevade - Valéria Maria M. Jacinto Ouro Preto - Antonio Carlos Pinto Guimarães Sete Lagoas - Rogério Vicente Lima Ferreira Vespasiano - Ricardo Aureliano Diniz Veado

aCentro Sul l Diretorias RegionaisBarbacena - Marco Aurélio Bernardes CarvalhoConselheiro Lafaiete - Antonio Rafael Alves São João Del Rei - Luiz Carlos Angelo Teixeira

aLeste do Sul l Diretoria RegionalManhuaçu - Renata Murad MacedoPonte Nova - Baltazar Brígido Lemos

aOeste l Diretorias RegionaisBom Despacho - Fabiola Barbosa Dias BorgesDivinópolis - Ricardo Leão Parreiras

a Nordeste l Diretoria RegionalTeófilo Otoni - Alessandra Leal de Oliveira

a Jequitinhonha l Diretorias RegionaisCapelinha - Oswaldo Prado Cunha Diamantina - Luciano Vial Faria André Itamarandiba - André Gustavo Alves Viotti

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O problema da mortalidade materna é preocupante no País. A Razão de Mortali-dade Materna (RMM) é um indicador não só do nível de qualidade do serviço de saúde púbica, mas também da saúde da mulher. Em 2007, a Razão de Mortalidade Materna em Belo Horizonte foi de 42,9 para cada 100 mil nascidos vivos (NV) e estima-se que possa ter havido um incremento desse número em 2008. Os casos referem-se a mulheres atendidas no Sistema Único de Saúde (SUS) e também no sistema suplementar. A maio-ria dos casos está relacionada a causas diretas (veja definição abaixo) e problemas surgidos no puerpério.

Nas áreas consideradas desenvolvidas em termos de saúde, a RMM raramente ultrapassa o valor de dez por 100 mil (NV) e, em alguns locais, essa razão é de três a quatro mortes em cada 100 mil NV. Já nos países em desenvolvimento, o mesmo in-dicador é praticamente dez a 50 vezes maior, variando de 30 a 40 por 100 mil NV. Em ca-sos extremos, chega a ultrapassar 400 a 500 mortes por 100 mil NV, número geralmente registrado em áreas muito pobres.

Alguns conceitos fundamentais na morte materna devem se lembrados con-forme determina a Organização Mundial da Saúde (OMS):

Problema da mortalidadematerna merece mais atenção

Morte materna é a morte de uma mulher durante a gestação ou dentro de um período de 42 dias após o término da gestação, independentemente da duração ou da localização da gravidez, devido a qualquer causa relacionada com ou agravada pela gravidez ou por medidas em relação a ela, porém não devido a causas acidentais ou incidentais.

Morte por causa materna é a morte que ocorre pelas causas que constam no Capitulo XV – gravidez, parto e puerpério – da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde, Décima Revisão (CID-10) devido a causas acidentais ou incidentais.

Mortes relacionadas à gravidez são as mortes de mulheres enquanto grávidas ou até 42 dias após o término da gravidez, qualquer que tenha sido a causa de morte.

Mortes obstétricas diretas são resultantes de complicações obstétricas na gravidez, no parto e no puerpério devido a intervenções, omissões, tratamento incorreto ou a uma cadeia de eventos resultantes de quaisquer dessas causas mencionadas.

Mortes obstétricas indiretas são resultantes de doenças existentes antes da gravidez ou de doenças que se desenvolve-ram durante a gravidez, não devidas a causas obstétricas diretas, mas que foram agravadas pelos efeitos fisiológicos da gravidez.

Mortes maternas tardias são mortes de mulheres por causas obstétricas diretas ou indiretas, ocorridas mais de 42 dias, porém menos de um ano após o término da gravidez.

Nós, ginecologistas e obstetras, temos como missão garantir o cuidado e a saúde da mulher e, principalmente, temos um papel fundamental na sua evitabilidade. A relevância deste tema torna-o obrigatório nos nossos eventos, discussões e na nos-sa consciência enquanto profissionais, in-dependente do tipo de atividade, sistema ou nível de atenção em que atuamos.

Além destes conceitos fundamen-

tais, devemos lembrar que a maioria dos casos são mortes evitáveis e são conseqüência de causas diretas, como hipertensão, hemorragias e infecção. Os fatores determinantes são muitos e en-volvem todo o processo de atenção à saúde da mulher indo do planejamento reprodutivo ao cuidado puerperal. Entre esses fatores estão: acesso à informação, gravidez não-planejada, não-identificação

do risco materno, sobrecarga de equi-pes, inadequação de taxas de cesariana, assistência inadequada ao puerpério, não adesão a protocolos e demora na tomada de decisão.

Frederico José Amedeé Péret 1° secretário da SOGIMIG

Presidente da Comissão Nacional de Mortalidade Materna da FEBRASGO

CAROL REIS

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O direito do obstetra de exercer a medicina liberal

A autonomia do médico enquanto profissional liberal vem sendo ameaçada cotidianamente com o atrelamento equi-vocado das práticas realizadas na medi-cina pública, privada e suplementar. Não existem dúvidas de que o entendimento das normas que diferenciam esses atendi-mentos precisa ser detalhado para médi-cos e pacientes, pois os limites éticos às vezes se esbarram justamente por falta de esclarecimento e regras claras. No caso dos ginecologistas e obstetras, a questão da liberdade para exercer a pro-fissão é ainda mais delicada devido à ne-cessidade de disponibilidade de horário para atendimentos de urgência.

Exatamente por isso, recentemente, a Associação de Ginecologistas e Obste-tras de Minas Gerais (SOGIMIG) ajuizou ação judicial cujo objetivo é declarar le-gal a cobrança de honorários em caráter particular pela disponibilidade às pacien-

tes usuárias de planos de saúde, quando o parto ocorrer fora do plantão e for previamente combinado com a gestante. Acrescentando ainda, e mais importante, com a condição de que o profissional não receba das operadoras pelo mesmo procedimento.

Estamos falando de um sistema pri-vado de saúde no qual a paciente tem o direito de contratar a disponibilidade de um médico particular como alterna-tiva ao atendimento do plantonista. Não existe nada de errado nisso. Muito pelo contrário. Os ginecologistas e obstetras são profissionais liberais e não perdem esta característica quando se tornam membros de uma cooperativa ou con-vênio. Não existe relação contratual de exclusividade do médico com os con-vênios de saúde. Que fique bem claro! Existem acordos em relação aos horá-rios do consultório, plantões e cirurgias eletivas.

Não é fácil discutir a remuneração quando existem tantos diferenciais em questão, a exemplo da qualificação, titu-lação, dedicação e responsabilidade do profissional. Quanto vale estar disponível durante semanas para intercorrências que podem interromper uma noite de sono, um fim de semana, um feriado ou, ainda, o atendimento a outras pacientes? Quantas viagens e compromissos são cancelados por causa de um único parto que pode adiantar ou atrasar de duas a quatro semanas? A gestante concorda e opta por pagar para ser atendida pelo

mesmo médico que a acompanhou no pré-natal. Por outro lado, esse médico tem o direito de ser remunerado pela prestação de um serviço extraordinário, que exige disponibilidade quase total di-ante da imprevisibilidade das urgências do nascimento.

É importante ressaltar que não esta-mos discutindo a qualidade do atendi-mento dos obstetras plantonistas. As maternidades funcionam com escalas de profissionais extremamente compe-tentes. Queremos é defender os obste-tras que cobram pela disponibilidade e, muitas vezes, são declarados antiéticos quando na realidade não o são. É de-sumano exigir de um médico o atendi-mento de urgência a todas as gestantes cujo pré-natal acompanhou. Precisamos reforçar que vivemos num país com grandes diferenças sociais, econômicas e culturais, no qual existem três sistemas de saúde: pública, suplementar e privada. Não permitiremos que coíbam a escolha das possibilidades de atendimento e libe-lismo de nossa profissão.

Maria Inês Miranda LimaDiretora de Defesa Profissional da

Associação de Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais (SOGIMIG)

Defesa Profissinal

"Os ginecologistas e obstetras são profissionais liberais e não perdem esta característica quando se tornam membros de uma cooperativa ou convênio"

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Agenda

a17/04/2009 e 18/04/2009 - Uberlândia / MG 2ª Jornada SOGIMIG de Ginecologia e Obstetrícia do Triângulo Mineiro

BH 2009 - Notícias

CBGO - BH 2009 - evento trará 20 palestrantes internacionais

No que depender da comissão de orga-nização, o 53º Congresso Brasileiro de Gine-cologia e Obstetrícia vai fazer história no Brasil. A expectativa é de que 8 mil participantes ocu-pem todas as dependências do Expominas, de 14 a 17 de novembro. Será o maior congres-so em número de participantes já realizado no País. Segundo o coordenador do evento, João Pedro Junqueira Caetano, o congresso irá se destacar pelo alto nível de qualidade científica. “A comissão organizadora, composta por 20

pessoas, está se reunindo desde novembro para definir os detalhes e garantir uma progra-mação imperdível. Até agora, 20 palestrantes internacionais já estão confirmados”, salienta.

Por meio do site da SOGIMIG é possível fazer a inscrição para o evento e também conhe-cer os pacotes e roteiros turísticos que serão disponibilizados. De acordo com a diretora da Suporte Eventos, empresa que está organizan-do o congresso, Fátima Cabral, haverá roteiros para as cidades históricas próximas de Belo

Horizonte, como Ouro Preto, Mariana e Con-gonhas. “Estamos incluindo na programação importantes roteiros gastronômicos, culturais, além de circuito da cachaça. Os visitantes terão dias de muito aprendizado científico, mas tam-bém muita cultura mineira”, adianta. Ela explica ainda que a parte social do evento também está sendo bem planejada e não faltarão atividades aos participantes. No site já estão disponíveis os preços das diárias de hotéis e passagens aéreas. O endereço do site é: www.sogimig.org.br

a24/04/2009 e 25/04/2009 - Muriaé / MG5ª Jornada SOGIMIG de Gineco-logia e Obstetrícia de Muriaé / 1º Fórum de Gravidez na Adolescência de Muriaé

a16/05/2009 - Ubá / MG2ª Jornada SOGIMIG de Ginecolo-gia e Obstetrícia de Ubá e Região

a29/05/2009 e 30/05/2009 - Alfenas / MG9º Congresso Sul Mineiro de Ginecologia e Obstetrícia "Prof. Edson Antônio Velano"

a19/06/2009 - Passos / MG2ª. Jornada SOGIMIG MaternoInfantil de Passos

a18/06/2009 a 20/06/2009 - Montes Claros / MG4ª Jornada SOGIMIG-UNIMONTES de Ginecologia e Obstetrícia do Norte de Minas

a03/07/2009 e 04/07/2009 - Ouro Preto / MG 1ª. Jornada SOGIMIG de Gineco-logia, Obstetrícia, Sexualidade e Adolescência de Ouro Preto

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7Formação Profissional

Os princípios da gestão empresarial aplicados à rotina médica

Seis anos de faculdade em período inte-gral, mais dois anos de residência. Ao todo, são no mínimo oito anos de estudos teóri-cos e práticos para formar um médico, que nem sempre se sente preparado para atuar como um profissional liberal. Afinal, admi-nistrar uma clínica ou um consultório exige princípios da economia e administração que não são ensinados nas universidades. De acordo com o coordenador do MBA em Gestão Empresarial, da Associação Médi-ca de Minas Gerais, José Carlos Franco de Abreu Filho, tanto investimento e dedicação devem ter um retorno justo. “O gasto em equipamentos, especializações e equipes têm custo e por isso mesmo deve ter uma remuneração adequada. E adequada não quer dizer mais nem menos, quer dizer a remuneração de equilíbrio entre oferta e demanda”, explica.

Para José Carlos, o profissional de medicina precisa aprender os fundamen-tos básicos do marketing, da economia, de

finanças, de estratégia e de liderança. “As-sim ele saberá entender e ler os cenários e sinais do mercado. Estará mais apto a de-cidir com segurança com relação a parce-rias, ampliações, abertura ou fechamento de uma clínica, consultório, um hospital ou laboratório”, completa.

O coordenador do MBA exemplifica com o relato de alguns dos seus alunos. De acordo com ele, as decisões que an-tes eram tomadas de forma superficial,

aleatória ou com bases em conversas de corredor, na verdade podem ser calcula-das, determinadas e otimizadas de forma consistente.

Como em qualquer outro negócio, o médico precisa conhecer de perto os seus concorrentes. “Se o concorrente presta um serviço pior que o seu e mais barato, então é preciso mostrar aos clientes o di-ferencial dos seus serviços e cobrar o seu preço”, ressalta. Para o especialista, o mé-dico deve conhecer o seu mercado, seus clientes e fornecedores. E deve ainda ser capaz de posicionar e explicar a sua marca, seu nome e seus serviços ao mercado.

Ele lembra que o momento de crise econômica pode ser encarado como uma ótima oportunidade para redefinir estraté-gias e readquirir energias para crescer. “É hora de limpar os escudos, afiar as espadas e desenvolver novas técnicas, pois assim que a crise passar a batalha recomeçará”, detalha.

Princípios da gestão empresarial, que não são ensinados nas universidades, podem ser de grande ajuda no dia-a-dia dos profissionais da medicina

Além da técnica

Mais do que regras de mercado, o profissional da medicina precisa estar aten-to a fatores nem sempre palpáveis. A quali-dade no atendimento, por exemplo, que é tão exigida em prestações de serviço como um todo, também faz grande diferença na relação médico/paciente. É importante que o médico compreenda seu paciente de forma mais ampla, não somente em questões relacionadas à saúde física.

Para José Carlos, existem vários aspe-ctos que podem ser levantados no que diz respeito ao atendimento ao paciente. Um deles é o tempo a ser dedicado em cada consulta. “Ouvir as histórias e opiniões do

paciente é algo bonito de se falar, porém isto toma muito tempo do médico. Como cumprir uma agenda lotada, dedicando até duas horas para cada paciente? Por isso, é importante saber dosar o tempo, sem que haja prejuízo para nenhuma das partes”, exemplifica.

É importante que o médico também saiba se posicionar no que diz respeito ao envolvimento emocional com o paciente para que haja o distanciamento profissional necessário e, ao mesmo, observar com olhar sensível alguém que está esperando atenção e cuidado em momentos de inti-midade ou fragilidade.

Coordenador do MBA em Gestão Empresarial, da Associação Médica de Minas Gerais, José Carlos Franco de Abreu Filho

"O profissional de medicina precisa aprender osfundamentos básicos do marketing, da economia, de finanças, de estratégia e de liderança"

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