Sociologia, Crisis e Interdisciplinaridade Requalificação de Uma Narrativa Crítica Sobre o Mundo...

8/16/2019 Sociologia, Crisis e Interdisciplinaridade Requalificação de Uma Narrativa Crítica Sobre o Mundo Social2

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Sociologia, crisis e interdisciplinaridade: Requalificação de uma narrativa

crítica sobre o mundo social

Alex Sander Pereira Regis1

Resumo

Este breve ensaio tem como objetivo principal registrar que a sociologia, para

além de uma disciplina, é uma narrativa crítica sobre a vida social, funcionando

como uma espécie de guia do viver consciente para aqueles que a incorporam em

suas vidas. esse sentido, procura!se destacar a import"ncia da sociologia paraprodu#$o de direitos ,qualifica#$o da cidadania e desnaturali%a#$o da realidade

social, considerando ainda seus dilemas e problemas face &s crises pr'ticas e

te(ricas que cercam a experi)ncia *umana. Por fim, busca!se salientar que a

reinven#$o da sociologia como narrativa crítica sobre o mundo social passa

inelutavelmente por sua reconstru#$o dial(gica no "mbito da interdisciplinaridade.

Palavras!c*ave Sociologia, desnaturali%a#$o, crise, interdisciplinaridade

+E--+ A S/-01-A

Em se tratando de sociologia, na maioria dos textos, antes das afirma#2es

nos ocupamos de bem conceituar e definir um tema, quest$o, evento ou problema,contudo, tal empreitada, por ve%es, desencanta o leitor e torna enfadon*a a leitura.

+iante disso ,inicio o texto sem rodeios e com a seguinte afirma#$o3 A sociologia,

enquanto narrativa crítica sobre o mundo, desmistifica, revela, critica e, por

consequ)ncia, desnaturali%a rela#2es, processos e estruturas de domina#$o,

expropria#$o e viol)ncia, rompendo com mecanismos que reprodu%em misérias e

desigualdades, tidas como componentes 4naturais5 de uma sociedade pseudo!

democr'tica.

1 6estre em sociologia pela 7niversidade ederal do Ama%onas 8 7A6. +outorando em Sociedade

e /ultura na Ama%9nia 8 PP1S/A, onde reali%a estudos na 'rea de pensamento social na Ama%9nia.:olsista da /APES.


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Sim; A Sociologia, para além de seus conceitos, contribui#2es te(ricas,

metodol(gicas e epistemol(gicas legadas ou oferecidas por autores cl'ssicos e

contempor"neos é geradora de consci)ncias reflexivas, rebeldes e democr'ticas.


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temas trabal*ados pela sociologia, bem como suas respectivas problemati%a#2es ou

conceitua#2es evidenciam a *istoricidade das rela#2es, valores, comportamentos e

institui#2es *umanas3 registra que existem muitas formas de sociali%a#$o, produ#$o

de identidades, culturas, diferen#as> elucida as mudan#as no tempo das formas de

escravid$o, servid$o, trabal*o> esclarece a nature%a dos processos de estratifica#$o,

mobilidade e desigualdade social> explica os fundamentos sociais que engendram as

classes e os conflitos entre classes> revela as origens do poder, da política e do

Estado moderno bem como as causas que originam os movimentos sociais e

processos revolucionparios em busca de direitos e cidadania. Em suma, desfatali%a

o mundo social;

+esta maneira, amplia n$o somente os níveis de percep#$o da realidade

como também as margens de liberdades individuais e coletivas, mostrando a

responsabilidade *ist(rica dos *omens na constru#$o do mundo social e no combate

consciente das ma%elas e desigualdades que afligem a sociedade. Por isso, talve%

seja uma ferramenta fundamental para fornecer os léxicos, as tend)ncias pr'ticas e

interpreta#2es apropriadas para viabili%ar as mudan#as indispens'veis para uma

sociedade justa e democr'tica. Afinal, como diria ct'vio -anni @


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sociais que compreendiam guerras, revoltas, rupturas seculares e novos

empreendimentos culturais.

+e forma ambivalente, podemos afirmar que a sociologia, seu avan#o,contribui#$o e significa#$o para sociedade corresponde &s suas crises contínuas,

aos ataques frequentes &s suas bases e pressupostos causados pelas

transforma#2es sociais. /rise social e crise da sociologia convivem e se nutrem

reciprocamente. devir da sociologia ancora!se diretamente no devir da sociedade,

se alimenta de suas for#as vivas, de suas tendencias, especialmente &quelas

agenciadas pelos diversos movimentos sociais envoltos em lutas legítimas por bens,

servi#os, direitos, recon*ecimento e rique%as.

Pode!se afirmar que esse ! a crise da sociologia ! é um indicativo de que ela

est' em (tima forma. A sua crise corresponde por um lado as características de seu

pr(prio objeto que é sujeito ao mesmo tempo> um sujeito em sociedade, nas suas

rela#2es de nega#$o e afirma#$o, depend)ncia e interdepend)ncia, tecidas nos

mais variados e distintos níveis de experi)ncia e sociabilidade.

Sua crise @que é seu modo ser, pois possui como característica

autoquestionar!se e duvidar sistematicamente de toda e qualquer certe%a reflete a

din"mica da sociedade> as a#2es e motiva#2es dos seus indivíduos, expressa os

movimentos de tens$o e indigna#$o, corresponde aos impulsos e sentimentos

coletivos em ebuli#$o. -ndica as bases contradit(rias e assimétricas sobre a qual se

assenta as rela#2es em sociedade.

Sobre esse aspecto, poderíamos afirmar que as crises convertem!se em um

4objeto5 especialmente atraente para a sociologia, pois permite a reali%a#$o de

reflex2es e diagn(sticos que captam uma conjuntura em ebuli#$o, momento propício

para explicita#$o das causas, ra%2es, motivos e for#as que configuram ou delineiam

certo status quo.

esse sentido, é possível afirmar que *' uma diversidade de modalidades ou

tipos de crise, com diferentes escalas, e graus variados de impacto> Luanto &

modalidade, *' crises econ9micas, sociais, políticas, ambientais, culturais,

identit'rias etc> Luanto &s escalas, podemos afirmar que *' crises em escalaindividual, familiar, grupal e a societ'ria. /abe apenas assinalar que em Fltima


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an'lise todas essas crises possuem conex2es entre si, se condicionam e nutrem

reciprocamente, de modo que n$o *' crise que se engendra por si, de forma

independente, mas guarda uma rela#$o mais ou menos significativa com outras

modalidades, escalas e implica#2es de outras crises. A crise é sempre relacional,

sempre social. /omo nos lembra Santos, a no#$o de crise deriva de uma vel*a

palavra de origem grega @crisis que significava separa#$o, abismo e também juí%o.

0embra!nos que 4o existir é um separar!se, uma crisis, um abismo5, pois 4tudo

quanto existe se separa, afirma abismos5. @SAGS, BMNM,p.B

(s n$o podemos viver sem a crisis, e n$o podemos viver com ela@... = acrisis que leva o *omem a crítica@.. Por isso quer venc)!la, vadear oabismo, ultrapass'!lo, que é o devir, o constante transmutar!se das coisas.@SAGS, BMNM, p.BD.

A crise, nesse sentido, seja em suas formula#2es te(ricas ou pr'ticas, possui

uma dimens$o muito positiva para o desenvolvimento de uma an'lise sociol(gica,

pois é um indicativo da for#a ativa e transformadora dos agentes sociais na

constru#$o e direcionamento da *ist(ria. = a emerg)ncia da tomada de consci)ncia

da crise 4que leva o *omem & crítica5, revelando a din"mica *ist(rica do movimento

social em contraponto a est'tica funcional pr(pria do poder instituído e suas

institui#2es que tendem ao insulamento burocr'tico.

A crítica implica, pois. na mudan#a de ordenamentos estabelecidos e

engessados do ponto de vista institucional, é indubitavelmente democr'tica. Além

disso, di% respeito & atuali%a#$o e renova#$o de institui#2es sociais e seusmecanismos de reprodu#$o social, a exemplo das formas de pensar, sentir e agir

que orientam indivíduos e coletividades. Serve como ponto de partida de novas

obriga#2es, agendas e lealdades.

Grata!se, enfim, de um sinali%ador de novos *ori%ontes e utopias, expressos

em novas rela#2es em diferentes escalas entre Estado, economia, política e

sociedade. A crise, ou as crises como veremos adiante, marcam uma período de

transi#$o, de amplas mudan#as no qual, como diria 1ramsci @1ramsci, BMOB3


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devir crísico do mundo é surpreendente e a sociologia tem papel fundamental no

sentido de explicar e compreender os dilemas em aberto pelas conjunturas crísicas>

pren*e de for#as e possibilidades.

S/-01-A, -GER+-S/-P0-AR-+A+E E 76 EQE6P0 A6A-/

Até o momento temos demonstrado o poder disciplinar da sociologia para

apan*ar e codificar a realidade do mundo, opera#$o que se reali%a através da

explicita#$o das contradi#2es e naturali%a#2es que conformam o mundo social nassuas desigualdades, domina#2es e *ierarquias. /ontudo, esse posicionamento

unilateral possui suas limita#2es e pode gerar con*ecimentos demasidos estreitos e

simplificadores da realidade do mundo quando a sociologia se fec*a em seu

*ori%onte epist)mico para o di'logo com outras narrativas sobre o mundo social. Em

outras palavras, a sociologia empobrece seus instrumentos analíticos, sua

explica#$o sobre a realidade e seu potencial te(rico quando se fec*a em suas

fronteiras epistemol(gicas. Posicionamento este que se torna mais prejudicial emtempos de ruptura *ist(rica!epistemol(gica @-A-,


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As implica#2es ambivalentes da tecnoci)ncia e os desdobramentos de uma

crise no mercado financeiro bem sinali%am a incapacidade disciplinar de

compreender o futuro das sociedades. Sobre este aspecto vale registrar que o

potencial de explica#$o e descoberta da especiali%a#$o disciplinar tem uma rela#$o

direta com seu potencial de causar eventos e ocorr)ncias n$o planejados. Ali's, a

4ci)ncia sem consci)ncia5, da qual fala 6orinD, tem como um dos principais efeitos

exatamente esse3 gerar poder explicativo, científico e tecnol(gico desvinculado de

reflex$o pr(pria. Gal fato @P*ilippi et all,


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A interdisciplinaridade como momento epistemol(gico de supera#$o das

limita#2es e enfoques estritamentes disciplinares emerge como conceito

fundamental e indispens'vel em um contexto de crise paradigm'tica. Em um

momento de transi#$o paradigm'tica, tal como concebido por Santos @


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primeiro construiu as fronteiras da sociologia em di'logo tenso e fecundo com a

psicologia, biologia, filosofia e literatura, alías sem esse di'logo e con*ecimento de

outras ci)ncias a defini#$o de fronteiras n$o seria possível> segundo construiu seu

célebre O Capital incorporando as contribui#2es de todos os enfoques, teorias e

ci)ncias disponíveis em sua época, a exemplo da economia cl'ssica, filosofia alem$

e literatura francesa, para ficarmos apenas nessas refer)ncias. = assim que, de

modo paradoxal, o exercício da interdisciplinaridade potenciali%a a disciplinaridade e

esta, por sua ve%, torna a interdisciplinaridade mais efetiva @0-6A W /RGES,


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falta de uma iUopolítica era o motivo pelo qual a poesia e o romance ama%9nico

ten*am se proliferado 4em contraste com os poucos estudos científicos da gente

ama%9nica, sem compromissos com o *ist(rico, s( com o verossímil5. Essa

incapacidade de 4percep#$o analítica5 teria levado muito, inclusive o autor 4como réu

confesso, a visuali%ar a Ama%9nia através de sua megatonagem física, da sua

grande%a continental. @:E/Y-60,BMOM,p.

Referindo!se a esses enfoques enfati%a que,

alguns desses decorrentes conceitos s$o v'lidos, se os nFmeros em

que se ap(iam s$o verdadeiros. 6uitos porém, devem ser considerados com a cautela e senso crítico, para que o infinitogeogr'fico e a potencialidade econ9mica n$o condu%am a ummodelo político perverso, muito embora construído com a mel*or dasinten#2es, porém deturpadas pela inoc)ncia Ftil, falta de viv)ncia,pressa improvisada, sabedoria arrogante ou incompet)ncia treinada,auto!sufici)ncia ou simplesmente vontade de n$o ser omisso etentativa de fa%er algo para justificar as presen#a. @:E/Y-60,BMOM,p.

Para n$o se incorrer no risco de, através desses enfoques, se construir modelos políticos perversos para Ama%9nia :enc*imol sugere que 4somente umenfoque oiUopolítico, de car'ter interdisciplinar, abrangente da economia, daecologia e da política, poder' permitir a constru#$o de um modelo mais justo eadequado5. Acreditava que somente a nova ci)ncia, a iUopolítica, por

4favorecer um estudo universal combinado do Yomo Sapiens, de0ineu, que pertence ao ec(logo, com o Yomo economicus, de Adam Smit*, que se insere no setor produtivo, e com o oon

politiUon, de Arist(teles, que pertence ao domínio da boa política,seria capa% de repensar e reavaliar a nossa Ama%9nia.Enquanto isson$o se reali%a resta repetir conceitos fara9nicos, apologéticos,ufanísticos, *iperb(licos, alguns até triunfalistas. @:E/Y-60,BMOM,p.O

= essa vis$o ampla, *olística, oiUopolítica que inspirava o pensamento de

:enc*imol. ela se combinariam 4os aspectos econ9micos e os aspectos políticos,

n$o apenas justapostos ou paralelos, mas interligados por depend)ncia, cada

aspecto com suas peculiaridades, processando!se a integra#$o de todos os seus

componentes5.@:E/Y-60,BMOM,p.DD


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6ais adiante reafirma sua perspectiva de integra#$o de saberes necess'rias

para a o entendimento adequado da Ama%9nia3

A iUopolítica reFne as fonte da economia, da ecologia e da política,interdisciplinarmente, promovendo uma vis$o multifocal e sugerindouma compreens$o globali%ada. o caso ama%9nico, a iUopolítica éabrangente. A Ama%9nia é vista como um complexo, e s( assimpodemos compreender, *olísticamente, as suas peculiaridades ediferencia#2es, sem violentar e fragmentar a suamultivocacionalidade. @:E/Y-60,BMOM,p.D

Hale di%er ainda que em suas reflex2es o autor j' inseria como vari'vel dean'lise em suas problemati%a#2es as no#2es de incerte%a, caos, entropia e

complexidade, t$o em voga nos dias que se seguemT.

Em suma, deve!se aproveitar a nova conjuntura crítica ! referida no t(pico

precedente 8 e adotar como exemplo visadas ou enfoques científicos como o

sugerido por :enc*imol em sua iUopolítica tendo em vista renovar os esquemas

mentais e quadros de an'lise da sociologia em conson"ncia com as novas

perspectivas epistemol(gicas que se abrem nesse período de transi#$o

paradigm'tica, contribuindo com a supera#$o do apart*eid de con*ecimento entre

as disciplinas e se enriquecendo através da interlocu#$o com a diversidade

epistemol(gica que a multiplicidade de disciplinas e ci)ncias encerram. Afinal, assim

como o ser *umano n$o é uma il*a autossuficiente, igualmente n$o existem

con*ecimentos puros ou completos> *' uma miríade de con*ecimentos que

conversam e procuram oferecer inteligibilidade ao universo.

-GE1RAIJ A 6H-6EG -GER+-S/-P0-AR /6

REL7A0--/AIJ +A ARRAG-HA /RZG-/A + 67+ S/-A0

4 1 título de informação importa registrar "ue a incorporação da noção de entropia emerge em um conte2to no

"ual o autor refletia sobre as 3necessidades e !antagens interdisciplinares4 refletindo senti "ue brota!a as primeiras idéias oi5opolíticas, socorridas por um conceito do romeno 6erogescu, citado por 7elso 8urtado in ('ito do 9esen!ol!imento econmico &...0 9aí concluí;se "ue toda economia moderna é altamente entrpica,altamente desorgani#ada, altamente poluidora% &*'(?,/@A@,p.BC0


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:uscar uma leitura integrada, interdisciplinar da realidade social é atender as

duas orienta#2es epistemol(gicas oferecidas por 6orin@


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espécies. Significa,pois, termos compreens$o e consci)ncia de que, apesar dos

imperativos sociais que condicionam nossas a#2es e projetos, n(s possuímos uma

margem de liberdade e controle para atuarmos nos rumos e tend)ncias que a vida

segue, assegurando alternativas de camin*os mais seguros e com menos

instabilidade para consecu#$o de nossos projetos de vida.

c A sociologia n$o apenas explica que somos partes de uma organi%a#$o social e que

podemos nos guiar consciente e politicamente nesse *abitat coletivo, como sugere

sobretudo, que as formas de viver e conviver s$o *istoricamente construídas e que

as formas contempor"neas de domina#$o, *ierarquia, explora#$o, aliena#$o,

desigualdades e outras contradi#2es s$o resultado dessa constru#$o. E como

resultado de uma constru#$o social, podem socialmente serem desestruturadas e

reconstruídas segundo outros ideias de sociedade, economia e política.

d A sociologia para se reinventar enquanto narrativa crítica do mundo social deve

abrir!se para sua reconstru#$o interdisciplinar tal como reali%ada em seus

prim(rdios, com o acréscimo de ter que incorporar a contribui#$o de tantas outras

ci)ncias e epistemologias que atualmente desvelam o mundo que nos cerca. +esta

maneira se poder', por exemplo, lan#ar an'lises e interpreta#2es mais coerentescom a complexidade constitutiva da Ama%9nia. Grata!se de um lugar privilegiado

para se por em pr'tica esse ethos interdisciplinar, j' que a marca principal da

Ama%9nia, juntamente com sua imensid$o geogr'fica, fluvial e florestal, é sua

diversidade expressa em sua bio!etno!sociodiversidade que se articulam aos seus

mFltiplos ecossistemas. +aí a necessidade da *ist(ria como compreender seus

processos de ocupa#$o, conquista, coloni%a#$o e integra#$o> da economia, para

esclarecer seus ciclos econ9micos e sua diversidade de formas produtivas> dageografia, para entendermos sua diversidade física, suas paisagem, seus territ(rios>

da biologia, para n$o descurarmos da diversidade biol(gica que constitui a flora e

fauna da regi$o> da antropologia, para compreendemos a diversidade étnica da

Ama%9nia em suas diferen#as, tradi#2es e culturais, de forma que a alteridade, o

tempo e a cosmologia ameríndia possam ser considerados na concep#$o de

projetos de desenvolvimento para regi$o.

Sem esse entendimento interdisciplinar a sociologia corre o risco dedenegerar!se em uma simples narrativa indignada e míope do tecido social, incapa%


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de perceber que esse tecido é igualmente um tecido político, ecol(gico, econ9mico,

biol(gico e com tantas outras vari'veis que n$o podem ser desconsideradas da

imagina#$o e do projeto de uma sociologia reflexiva. corre que uma sociologia

reflexiva n$o pode ser outras coisa que n$o uma sociologia interdisciplinar, que se

potenciali%a criticamente na sua reconstru#$o dial(gica com outras formas de

con*ecimento.

Referências

:A76A, igmunt W 6A[, tim. Aprendendo a pensar com a sociologia. Rio de

\aneiro. Editora a*ar,

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