Sociedade Reflexiva e Risco Em Beck e Giddens

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SOCIEDADE REFLEXIVA E RISCO EM BECK E GIDDENS 1 O mundo mudou drasticamente desde o inicio da modernidade, novos tempos que trazem consigo novos problemas. Para alguns teóricos chegamos a tempos pós- modernos, para outros porém, apenas adentramos um novo ciclo do processo histórico da modernização. Para autores como Anthony Giddens e Ulrich Beck estamos adentrando o que eles chamam de “Modernidade Reflexiva”, este novo ciclo histórico-social é marcado pelo fim da família como centro do convívio social, pelo crescente processo de individualização 2 , pelo processo de globalização decorrente do capitalismo global e pelo abandono e quebra de paradigmas e dogmas sociais do passado (entenda-se que esta mudança acontece também no campo teórico e cientifico). Escolher entre Beck e Giddens é essencialmente escolher uma visão sobre o conceito de modernidade reflexiva, o que por fim irá permear a ideia do risco. Para o primeiro, o caráter reflexivo da modernidade é dado estrutural de nosso modelo de sociedade, enquanto para o segundo, tal reflexividade é elemento cognitivo dos sujeitos. O que os localiza (apesar de congruências teóricas) em diferentes lados do mesmo plano teórico. Nesse contexto caímos em uma controvérsia, seria o risco dado estrutural de nossa conformação social ( o risco seria elemento sem o qual o modelo não se sustentaria), ou seria ele mera contingencia advinda da percepção dos sujeitos sociais? Fato é que o mundo em que vivemos não é o mundo que previmos. Vivemos em um mundo de “risco”. O risco é o perigo referente a uma decisão. Logo é um componente inerente a vida contemporânea, uma vez que viver hoje é em suma tomar decisões e assumir posicionamentos. 1 Autor, Gabriel Andrade Perdigão, graduando em Direito pela Universidade Federal de Minas Gerais. Email: [email protected] 2 Mais sobre isso em BAUMANN, Zygmunt. Modernidade líquida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor , 2001.

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SOCIEDADE REFLEXIVA E RISCO EM BECK E GIDDENS

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SOCIEDADE REFLEXIVA E RISCO EM BECK E GIDDENS1O mundo mudou drasticamente desde o inicio da modernidade, novostempos que trazem consigo novos problemas. Para alguns tericos chegamosa tempos ps-modernos, para outros porm, apenas adentramos um novo ciclodo processo histrico da modernizao. Para autores como Anthon !iddens e"lrich #ec$ estamos adentrando o que eles chamamde %&odernidade'e(le)iva*, este novo ciclo histrico-social marcado pelo (im da (am+lia comocentrodoconv+viosocial, pelocrescenteprocessodeindividualizao,, peloprocesso de globalizao decorrente do capitalismo global e pelo abandono equebradeparadigmasedogmassociaisdopassado-entenda-sequeestamudana acontece tambm no campo terico e cienti(ico../scolherentre#ec$e!iddensessencialmenteescolherumavisosobre o conceito de modernidade re(le)iva, o que por (im ir0 permear a ideia dorisco. Para o primeiro, o car0ter re(le)ivo da modernidade dado estrutural denossomodelodesociedade, enquantoparaosegundo, tal re(le)ividadeelementocognitivodossu1eitos. Oqueoslocaliza-apesardecongru2nciastericas. em di(erentes lados do mesmo plano terico. 3esse conte)to ca+mosemumacontrovrsia, seriaoriscodadoestrutural denossacon(ormaosocial- o risco seria elemento sem o qualo modelo no se sustentaria., ouseria ele mera contingencia advinda da percepo dos su1eitos sociais4 5ato que o mundo em que vivemos no o mundo que previmos. 6ivemos em ummundode%risco*. Oriscooperigore(erenteaumadeciso. 7ogoumcomponenteinerenteavidacontempor8nea, umavezqueviver ho1eemsuma tomar decis9es e assumir posicionamentos. O risco se mani(esta em todas as dimens9es da e)ist2ncia, e no tornao mundo nem melhor nem pior, um (ator de incerteza ligado as pondera9esda vida, ummodo sistem0tico de lidar comameaas e inseguranasinduzidaseintroduzidaspelamodernizao. 5atorestequeinvertealgicasocial, neste conte)to a ao presente no mais calculada de acordo com umdese1o (uturo, mas calcula-se o presente como (orma de evitar ou gerenciar orisco(uturo. /ssesconceitospor(imdesenhamasilhuetadasociedadederisco, onascimentodetal sociedadepara!iddens sed0 porcontadedois(atores, o %(im da natureza*, que em ess2ncia signi(ica o momento em que ohomemconseguesub1ugar ealcanar aplenitudedohorizontedomundonatural, e o %(im da tradio*, que o momento em que socialmente superamosa barreira do destino, no mais nos condicionamos a um(uturo pr-1 Autor, !abrielAndrade Perdigo,graduando em :ireito pela "niversidade 5ederal de &inas !erais./mail; gaperdigao