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Maio Edição nº03 Distribuição a Nível Nacional com o Jornal Público. Encarte da responsabilidade de Página Exclusiva, Lda. Não pode ser vendido separadamente. Sociedade Portuguesa de Angiologia e Cirurgia Vascular Daniel Brandão (Secretário-Geral) e João Albuquerque e Castro (Presidente) Fotos: Esfera das Ideias ® 2016

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Maio Edição nº03 Distribuição a Nível Nacional com o Jornal Público. Encarte da responsabilidade de Página Exclusiva, Lda. Não pode ser vendido separadamente.

Sociedade Portuguesa de Angiologia e Cirurgia Vascular

Daniel Brandão (Secretário-Geral) e João Albuquerque e Castro (Presidente)

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2 Perspetivas Maio 2016

Editorial

Editorial

A informação é conhecimento e

o conhecimento é desenvolvimen-

to, sendo que a vontade de criar

democracias fortes e sistemas que

se debrucem na proteção dos opri-

midos são as grandes responsabili-

dades e as obrigações transversais

do jornalismo. Há características

intrínsecas ao tratamento e à exe-

cução da informação que nunca

irão desaparecer e é para estas que

trabalhamos diariamente. Entre

muitas dessas particularidades

destacamos conceitos como o de

objetividade, como o conceito de

“cão de guarda” ou o conceito de

imparcialidade. Cada vez mais difí-

ceis de encontrar nos media

“mainstream” estas são as linhas

com que prometemos continuar a

orientar o nosso trabalho. Dentro

de uma grande variedade de temas

abordados, com especial atenção

aos temas centrais do desenvolvi-

mento social e económico, é a nos-

sa premissa continuar a incidir um

olhar vigilante sobre as profundas

alterações que constantemente al-

teram a perceção do mundo que

nos rodeia. Vivemos hoje na era da

espetacularização da informação,

do imediato e do vazio, pelo que o

”Perspetivas” nasce precisamente

para dar uma resposta adequada à

profundidade jornalística que se

foi perdendo com as sucessivas

transformações industriais. Quere-

mos ir ao fundo das questões abor-

dando-as sucessivamente com

olhares distintos mas muito críti-

cos. As visões conflituantes fazem

parte do espaço de discussão que é

nosso objetivo promover na opi-

nião pública, envolvendo assim to-

da a comunidade na definição dos

futuros caminhos, sobretudo por-

que a mudança é cada vez mais in-

trínseca à responsabilidade do in-

divíduo. Tentamos minimizar os

constrangimentos de uma prática

apressada do jornalismo e de um

relacionamento com o mundo ao

qual falta profundidade. Primamos

então pela apresentação de argu-

mentos que não estão em sintonia

com os canais normais de informa-

ção nem estão veiculados às tradi-

cionais fontes que muitas vezes só

acrescentam ruído às discussões

fulcrais dos nossos tempos.

Tentamos minimizar os constrangimentos de uma prática apressada do jornalismo e de um relacionamento com o mundo ao qual falta profundidade.

Propriedade: Página Exclusiva – Publicações Periódicas, Lda • Telefones: 22 502 39 07 / 22 502 39 09 • Fax: 22 502 39 08 • Site: www.perspetivas.pt • Email: [email protected] • Gestores de Processos Jornalísticos: José Ferreira e Nuno Sintrão • Periodicidade: Mensal • Distribuição: Gratuita com o Jornal “Pú-blico” • Depósito Legal: 408479/16 • Preço Unitário: 4€ / Assinatura Anual: 44€ (11 números)

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Saúde

4 Perspetivas Maio 2016

Sociedade Portuguesa de Angiologia e Cirurgia Vascular

“Dê mais atenção ao que as suas pernas lhe dizem”

A Sociedade Portuguesa de An-giologia e Cirurgia Vascular (SPA-CV) é uma entidade médica de ca-rácter científico, formativo e de divulgação profissional, que tem como objetivo essencial o progres-so das áreas da Angiologia e da Ci-rurgia Vascular. Tendo em vista a prossecução dos fins que alvitra, a SPACV intenta promover e/ou or-ganizar reuniões, seminários e conferências; divulgar as investi-gações e comunicações científicas de interesse para a especialidade, mas também, debater problemas de carácter ético, profissional e outros, colaborando com todos os organismos oficiais consultivos e executivos que se interessem por esta especialidade; assim como aliar-se a outras sociedades inter-nacionais da área.

Ação que espelha de forma evi-dente o trabalho elaborado pela SPACV decorreu em maio de 2015 sob o tema “Alerta Doença Veno-sa”, com resultados agora divulga-dos e que iremos com a ajuda da SPACV, adiante, apresentar-lhe.

Doença Venosa CrónicaA DVC resulta da insuficiência

das veias das pernas em conse-quência de alterações na parede e nas válvulas das mesmas. Assim, o sangue tem mais dificuldade em ser transportado de regresso ao coração acumulando-se nas per-nas. Este efeito conduz à inflama-ção venosa e, consequentemente, ao aparecimento dos primeiros sintomas, como a dor, pernas can-sadas e pesadas, bem como às si-tuações mais graves de varizes, edema (pernas inchadas), altera-ções da cor da pele ou mesmo úl-cera venosa.

Os fatores de maior relevo no desenvolvimento desta patologia, que afeta, maioritariamente, pes-soas do sexo feminino, são a idade avançada, a gravidez, a heredita-riedade e o excesso de peso. Exis-tem ainda algumas condutas do quotidiano que podem influenciar o aparecimento e a evolução da DVC, tais como permanecer de pé ou sentado de forma estática o se-dentarismo, o excesso de peso, a

alimentação desequilibrada, o uso de roupas apertadas, sapatos ra-sos ou com saltos demasiado al-tos, entre outros.

O tratamento da doença deve ser individualizado e depende da pre-sença e da gravidade dos sintomas, assim como da sua fase de evolução. A importância dos cuidados de saú-de primários no tratamento preco-ce e contínuo das patologias veno-sas e arteriais é crucial para impedir a evolução dos seus efeitos, permi-tindo ajustar o tratamento à reali-dade do doente.

Patologia crónica e evolutiva

Em Portugal, à semelhança do que acontece noutros países oci-dentais, a patologia venosa tem uma elevada prevalência, encon-trando-se, contudo, claramente subestimada e subdiagnosticada. O aparecimento de quadros clíni-cos mais graves e mais difíceis de corrigir como é o caso da úlcera venosa, fase derradeira na evolu-

ção da DVC, está por regra asso-ciado a um tratamento deficitário, inadequado ou tardio. A ausência de identificação dos fatores asso-ciados, impulsionadores da DVC, leva, igualmente, ao agravamento desta patologia crónica e evolutiva o que, cada vez mais, se traduz em sérias repercussões sociais e eco-nómicas, como o aumento do ab-sentismo e dos pedidos de refor-ma anticipada.

A campanha “Alerta Doença Ve-nosa” decorreu em maio de 2015, assente numa forte ação de divul-gação junto dos media e, de modo presencial, em 20 localidades do país. Através de um plano especí-fico de informação e esclareci-mento à população sobre a doença venosa, complementado com um rastreio desta patologia, a iniciati-va contou com a participação ativa de cirurgiões vasculares sócios da SPACV, técnicos de Eco-Doppler e enfermeiros, assim como com o apoio da Servier Portugal, num país onde, calcula-se, um terço da população sofra de DVC.

Dada a escassa informação dos doentes sobre a patologia, assim co-mo o desconhecimento dos sinto-mas que lhe estão subjacentes, esta iniciativa teve como objetivo ser um apoio para que os doentes fiquem alerta e conscientes do caráter cró-nico e evolutivo deste doença, assim como das suas possíveis complica-ções podendo, desta forma, procu-rar o aconselhamento adequado junto do seu médico de família e ob-ter a devida referenciação sempre que necessário.

Contextualização: “Alerta Doença Venosa”

Integrada no Programa Científi-co das XX Jornadas Nacionais Pa-tient Care – que decorreram no passado mês de fevereiro –, a ses-são “Doença arterial e venosa: da prevenção ao tratamento” foi mo-derada por João Albuquerque e Castro e José Daniel Menezes, presidente e vice-presidente da SPACV, respetivamente.

Na sua comunicação, Daniel Brandão, cirurgião vascular e Se-cretário Geral da SPACV, apresen-tou em primeira mão os resulta-dos da campanha “Alerta Doença Venosa”: “Apesar da sua elevada prevalência e de ser responsável por cerca de um milhão de dias de trabalho perdidos por ano e pela mudança de posto de trabalho de 21% dos doentes, esta patologia encontra-se claramente subesti-mada e subdiagnosticada”, subli-nhou o especialista.

Foi com plena consciência dessa realidade que a SPACV lançou a re-ferida campanha de sensibilização e

A Doença Venosa Crónica (DVC) é uma patologia crónica e evolutiva, que afeta as veias das pernas que transportam o sangue até ao coração. Quando não é identificada e tratada a tempo pode originar diversas complicações que têm um elevado impacto no dia a dia dos doentes. Atenta a esta realidade, a SPACV tem trabalhado com o intuito de informar e agir na prevenção desta maleita.

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Saúde

Maio 2016 Perspetivas 5

Sociedade Portuguesa de Angiologia e Cirurgia Vascular

rastreios de DVC junto da popula-ção portuguesa. Segundo Daniel Brandão, a campanha “Alerta Doença Venosa” visou “realçar a importância desta patologia e aler-tar para os seus primeiros sinto-mas, para o seu caráter crónico e evolutivo e para a importância do diagnóstico precoce e do tratamen-to adequado”. Uma das componen-tes desta campanha consistiu num conjunto de ações de sensibilização da população para a gravidade da patologia venosa.

Resultados dos rastreiosEm simultâneo com a campanha

de sensibilização que envolveu a população, várias entidades de saú-de e os próprios médicos de família, foram realizados rastreios em 20 localidades, de Norte a Sul do país, que chegaram a mais de 4000 pes-soas através de informação e conse-lhos sobre a patologia venosa. Os inquéritos aplicados aos 1790 indi-

víduos alvo de rastreio em consulta (por cirurgiões vasculares e enfer-meiros) – para avaliar os fatores de risco, o estilo de vida, a sintomato-logia e a perceção relativa à gravida-de da doença – “reforçaram o quanto a DVC é negligenciada e subtratada”. Como frisou Daniel Brandão no seu discurso, este contexto torna-se ainda mais preocupante, considerando que a população rastreada apresenta um elevado número de fatores de risco e uma forte sintomatologia associada à doença venosa. De facto, mais de metade (58%) da população rastreada, a qual era maioritariamente do sexo feminino e tinha mais de 45 anos, apresenta-va um estilo de vida sedentário, com excesso de peso e passava qua-tro ou mais horas por dia em posi-ção ortostática prolongada. Outro dado relevante é o facto de cerca de dois terços (66%) dos doentes ava-liados terem antecedentes familia-res de DVC.

DVC: a sua gravidadeNo que concerne à perceção da

doença, 90% das 1790 pessoas avaliadas consideravam a DVC uma situação “grave ou muito gra-ve”, mas mais de metade (53%) referiam que esta doença “apenas se manifesta quando já existem si-nais visíveis, como as varizes ou o edema venoso”. Apesar desta des-

valorização nas fases iniciais da doença, quase todas as pessoas avaliadas (97%) apresentavam sintomas graves há vários anos, 53% já sentiam edema nos torno-zelos e 65% apresentavam sinto-mas como sensação de pernas pe-sadas e dor considerável, que, na grande maioria dos casos (78%), se agravavam com o tempo quen-te.

Relativamente ao tratamento, 37% dos participantes nunca recor-reram ao médico por causa da DVC. Dos doentes que tinham tomado essa iniciativa, fruto desta patolo-gia, 66% fizeram-no junto do seu médico de família, o que, na opinião de Daniel Brandão, demonstra a importância da Medicina Geral e Familiar (MGF) no diagnóstico e no tratamento da DVC.

Outro aspeto, particularmente significativo, evidenciado pelos resultados dos rastreios é o facto de mais de metade (53%) dos doentes nunca terem feito qual-quer tipo de tratamento dirigido para a DVC, seja ele medicamen-toso, compressivo ou cirúrgico. Assim, tal como foi realçado pelo especialista nas suas conclusões, “é claramente necessária uma maior e melhor informação sobre esta patologia e a sua evolução”. Finalmente, o facto de 97% da po-pulação ter considerado esta cam-panha de sensibilização e ras-treios como útil ou muito útil, re-força “o papel determinante que a MGF tem na informação aos doentes sobre a natureza crónica e evolutiva desta patologia, bem co-mo no diagnóstico precoce e no tratamento adequado à sua croni-cidade”.

Sensibilizar, diagnosticar pre-cocemente e tratar adequadamen-te é o objetivo da SPACV. Preten-de-se que os dados, recentemente divulgados, consciencializem os cidadãos de modo a que no futuro a incidência desta patologia seja tendencialmente menor.

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Saúde

6 Perspetivas Maio 2016

Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular do Centro Hospitalar de São João E.P.E.

Uma aposta inovadora no conhecimento, ao serviço das melhores práticas assistenciais

O nosso entrevistado completou a Licenciatura em Medicina, pela Faculdade de Medicina da Univer-sidade do Porto, no ano de 1984. A conclusão da especialização deu-se em 1995, precisamente neste servi-ço, o provimento do lugar de Chefe de Serviço em 2008 e a assunção das actuais funções de direção no dia 28 de maio de 2012. Conforme nos apresenta o Serviço de Angio-logia e Cirurgia Vascular, salienta--nos que, ao longo de mais de 30 anos, desde que foi fundado pelo Professor Doutor António Braga “tem tido um papel decisivo e ful-cral na formação de cirurgiões vas-culares do norte do país”. Prosse-guindo, diz-nos que, “enquanto serviço integrado num Hospital Central e Universitário, essa for-mação é uma formação pós-gra-

duada, de elevada diferenciação, tratando-se, aliás, de um serviço em que, grande parte dos recém li-cenciados o coloca no primeiro lu-gar das suas escolhas para a reali-zação do internato de especialida-de”.

Esta realidade, que é “o espelho da capacidade formativa do servi-ço”, é algo que, naturalmente, tra-duz a sua capacidade assistencial: “Estes médicos internos, para rea-lizarem o seu percurso, têm, efeti-vamente, que estar presentes em muitos procedimentos e só um ser-viço que preste uma grande ativi-dade assistencial, diversificada, com uma grande capacidade de resposta, permite a estes colegas mais jovens que adquiram expe-riência e que tenham uma forma-ção capaz e completa”. Assim, den-

tro da sua vocação e dever assisten-ciais, dá resposta “a todas as áreas da Angiologia e da Cirurgia Vascu-lar atuais, quer do foro venoso quer do foro arterial, incluindo setor ca-rotídeo, setor periférico e aneuris-mas, tanto sob o ponto de vista da técnica clássica como endovascu-lar”. É uma resposta que, entre ou-tros dados, pode ser contabilizada em mais de 2400 cirurgias por ano, sendo que, quanto às consul-tas, as suas taxas de acessibilidade são-nos apresentadas como “notá-veis, com uma mediana de tempo de espera que, neste momento, é de dez dias”.

A sua estrutura, quanto a recur-sos humanos, encontra-se, neste momento, nos 24 médicos (entre especialistas e internos de especia-lidade), em dois técnicos de meios

complementares de diagnóstico, num corpo de enfermagem com mais de 30 elementos e ainda nas respetivas auxiliares de ação médi-ca. Um staff que ronda, portanto, um total de 60 colaboradores. A capacidade, quanto ao acolhimen-to de doentes, cifra-se nas 32 ca-mas, normalmente ocupadas em pleno.

Conversando connosco acerca dos objetivos que assumiu em 2012, tendo em vista a melhoria do seu funcionamento, o diretor fala-nos da preocupação inicial que teve em “resolver problemas relacionados com o acesso à con-sulta, que teve que ser completa-mente revisto, de modo a que houvesse uma maior capacidade de resposta e um menor tempo de espera”. Hoje, conforme nos diz, “praticamente não há listas de es-pera , estando o TMRG ( tempo máximo de resposta garantida) completamente cumprido, para os distintos níveis de prioridade”.

Em segundo lugar, “dotar a Unidade de Meios Complementa-res de Diagnóstico e Terapêutica (responsável por cerca de 10 mil exames anuais) de novos equipa-mentos, nomeadamente os dois ecógrafos de nova geração que entretanto foram adquiridos pelo Hospital”. Sendo esta uma unida-de pertencente ao serviço, passou não só a responder às solicitações que lhe são próprias, como tam-bém “incluiu numa segunda fase, os que são agora realizados para qualquer outro serviço do Hospi-tal, que os solicite”. Está prevista

a evolução para uma terceira, em que “sejam feitos exames para o exterior”.

Um terceiro aspeto “prendeu-se com a gestão dos tempos do bloco operatório, não só no bloco central, bem como na Unidade de Cirurgia de Ambulatório, do polo de Valon-go. Era importante otimizar estes tempos, para que fossem utiliza-dos, até ao limite, todos os dias. Já que ainda não nos foram atribuí-dos mais tempos de bloco operató-rio, ou uma Unidade de Angiogra-fia Digital dedicada, o nosso traba-lho teve, portanto, que passar por uma melhor gestão dos tempos que temos disponíveis. Isto pressu-põe que os doentes sejam estuda-dos o melhor possível, para que, tendencialmente, nenhum deixe de ser anestesiado ou para que ne-nhuma cirurgia se perca por este ou por aquele motivo”. Também a produção adicional foi objeto de uma reestruturação, com acesso a esta possibilidade, “de forma equi-tativa e igualitária, para todos os médicos, sendo isto verdade não só para os especialistas como para os internos da especialidade”.

Sobre a integração do serviço no contexto nacional e internacional da especialidade, aponta-nos como desígnio “o acompanhamento da modificação do paradigma da Ci-rurgia Vascular que houve nos últi-mos 10 ou 20 anos”. Uma modifi-cação que, hoje, é caracterizada “pela diminuição progressiva dos doentes que são operados pela via clássica (mais invasiva) e pelo pro-porcional aumento da via endovas-

O Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular do Centro Hospitalar de São João E.P.E. é uma das referências nacionais na especialidade. Nos últimos anos, tem promovido um evento que é já de dimensão internacional e que contribui para reforçar o know-how e a atualização da respetiva comunidade. Fomos ao encontro do Cirurgião Vascular José Fernando Teixeira, que é, simultaneamente, Diretor do Serviço e Presidente do Porto International Symposium of Angiology and Vascular Surgery.

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Saúde

Maio 2016 Perspetivas 7

Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular do Centro Hospitalar de São João E.P.E.

cular. Esta possibilidade traduz-se numa breve permanência no Hos-pital, mais pronta recuperação no pós operatório, numa menor dor e num menor desconforto para o doente. Tem sido assim no mundo inteiro e esta é uma tendência que temos vindo a acompanhar, ao operarmos cada vez mais doentes por via endovascular. Só no ano passado intervencionamos 56 aneurismas por via Endovascular , entre torácicos e abdominais, al-guns mesmo em situação de rotura eminente. Naturalmente, é algo que pressupõe uma formação com-plementar nas técnicas que lhe são inerentes, quer dos especialistas que têm de constantemente se atualizar, quer dos internos que têm que as aaprender. O seu cres-cimento, contudo, não nos pode ti-rar a responsabilidade de conti-nuarmos a ser criteriosos, primeiro nas indicações e, segundo, na esco-lha de materiais, considerando sempre a melhor evidência clinica existente e o binómio risco benefí-cio para o doente.”.

XVII Edição do International Symposium of Angiology and Vascular Surgery

A mais recente ocorrência deste evento teve lugar nos dias 1 e 2 de abril, no Porto Palácio Hotel e no Centro Hospitalar de São João E.P.E..Explicando-nos o seu pro-pósito e remetendo-nos para a ori-gem desta iniciativa, o seu Presi-

dente refere-nos que “o Simpósio foi uma ideia que partiu do Profes-sor Doutor Roncon de Albuquer-que, há 17 anos. Nessa altura, nas-ceu com a intenção de ser uma mostra da atividade científica não só do próprio serviço, como tam-bém um momento de reunião e ac-tuaização científica internacional”. Continuando, “é a única iniciativa que organizamos enquanto Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular, sendo que os seus proveitos, anual-mente comunicados à Direcção do Hospital, revertem a favor da aqui-sição de materiais (informáticos, de tratamento dos doentes ou de apoio à formação dos internos) que possam melhorar o nosso funcio-namento”.

De há três anos para cá, o Sim-pósio tem-se renovado e diferen-ciado, face à profusão de eventos que se realizam a nível nacional. A este respeito, José Fernando Tei-xeira destaca a “incorporação de algo que é uma tendência atual em alguns centros, que têm capacida-de para isso, que é a transmissão de live cases”. Uma determinação e vontade que foram buscar a mar-cos na agenda internacional da co-munidade, como o Leipzig Inter-ventional Course (LINC), e que foi inovadora no país: “Em Portugal, nunca ninguém tinha corrido este risco, dado que não é fácil. Exige uma grande estrutura Hospitalar subjacente e um trabalho de grupo enorme. No primeiro ano, tivemos as naturais dificuldades tanto na

transmissão como na logística mas, aos poucos, fomos entenden-do o modo como um projecto des-tes teria que ser organizado. Há dois anos correu muito bem, no ano passado também e o mesmo aconteceu nesta última edição, em que operámos 13 doentes com transmissão ao vivo. A Faculty que trazemos para este efeito é de gran-de prestígio internacional, com al-guns dos melhores cirurgiões a vi-rem de vários países europeus e da América do Sul, o que é uma gran-de oportunidade para nós”, indica.

Explicando as vantagens de-correntes desta interação, aponta como “muito importante a hipó-tese de termos as maiores refe-rências internacionais a colabo-rarem connosco nas operações aos nossos doentes, mais comple-xos. Um segundo aspeto é a for-

ma como se cria um relaciona-mento com expertise internacio-nal que se prolonga no tempo. Ou seja, são relações que se mantêm disponíveis para cursos, para ações de formação, para estágios ou para consultas de opinião acerca de determinados doentes. Para além disso, é também im-portante a maneira como o Sim-pósio está a ser uma plataforma única a nível nacional para a pró-pria indústria. As empresas for-necedoras encontram aqui um modelo onde têm, objetivamente, capacidade para apresentar no-vos produtos e para esclarecer os profissionais acerca de como es-ses novos produtos poderão ser aplicados nos doentes”.

Questionado sobre o balanço que nos faz desta experiência, diz--nos que é “muito positivo, dada a maneira como, ano após ano, vem mais gente e o Simpósio cria mais entusiasmo. Independentemente disso, eventos como este não valem por terem 300 inscritos ou 500, mas sim pela forma como os seus objetivos são cumpridos ou não. O nosso é criar e transmitir conheci-

mento, com realismo e objetivida-de, e o importante é que, nas au-diências, estejam pessoas que es-tão a aprender alguma coisa com os casos que são intervencionados e com a evidência clinica que é transmitida. Nesse sentido, toda esta interação que temos promovi-do tem sido altamente profícua, creio, e tem ajudado a redimensio-nar o nosso know-how e a nossa capacidade, enquanto Serviço”.

Sobre as expetativas para a edi-ção de 2017 (já agendada para 7 e 8 de abril), José Fernando Teixeira espera que, para o ano, “sejam en-volvidos outros centros nacionais e eventualmente internacionais na realização e emissão de live cases”. Todo o trabalho local inerente tem, até aqui, partido unicamente das instalações e dos profissionais do Hospital de São João e, com este plano para a integração de mais centros, procura-se que haja “mais transmissão de casos, mais inte-gração de informação, mais acesso a imagem e um programa que, se-guramente, sairá reforçado e será mobilizador de mais profissio-nais”.

http://portal-chsj.min-saude.pt/http://www.portovascularsymposium.com/

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Saúde

8 Perspetivas Maio 2016

Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar

“Portugal em movimento e sem fumo!”

Se todos os anos esta data tem vindo a ser comemorada, em 2015 foi realizado um evento mais volta-do para o exterior. Tamanho foi o sucesso da iniciativa que este ano, o dia 19 de maio está a ser preparado com a intenção de transpor a real importância do Médico de Família para a comunidade. Nesse sentido, vão decorrer diversas ações a nível nacional promovidas pelos pró-prios Médicos de Família junto de cada Unidade de Saúde. Em 2015, estiveram envolvidos mais de 500 médicos, dispersos por 60 localida-des, sendo expetável que o mesmo número seja alcançado, ou mesmo superado, em 2016. Rui Nogueira

apela à mobilização Médicos de Fa-mília e internos de Medicina Geral e Familiar a exercer em Portugal para que o próximo dia 19 seja vivi-do de forma especial em cada loca-lidade do país. No site da Associa-ção foi lançada uma plataforma on-de estes profissionais se podem ins-crever, sendo que será distribuído material alusivo à temática de mo-do a dar maior visibilidade a uma ação que pertence a todos.

Este ano o mote do movimento centra-se na promoção do exercício físico e no incentivo a uma vida sem tabaco. “Portugal em movimento e sem fumo!” é o lema da campanha. Rui Nogueira explica-nos que estes

são dois problemas que aqui se cru-zam — sedentarismo e tabagismo. “A dependência do tabaco é um mal que afeta (ainda) um grande número da população portuguesa — embora no contexto global, Por-tugal não apresente as piores taxas —, com uma forte incidência no se-xo feminino”, refere. Esta realidade é assustadora perante uma certeza que não existia há uns anos: “Hoje sabemos que as pessoas que fu-mam morrem por causas intima-mente relacionadas com o tabaco”, reforça. Desde os tumores do pul-mão, da laringe, da língua, do lábio, até ao tumor da bexiga, estudos in-dicam que estes casos são mais re-correntes em indivíduos fumado-res; assim como as doenças cardio-vasculares, que associadas a um ex-cesso de peso potenciam o risco de morte. Por outro lado, sabe-se tam-bém que o envelhecimento das ar-térias, inevitável com a idade, pode ser adiado se for realizada desde ce-do atividade física regular e mode-rada.

Assente na sua experiência, Rui Nogueira classifica a população portuguesa como sedentária: “Te-mos que fazer mais pelo exercício físico”, reforça. Seja de uma forma organizada, com o apoio da comu-nidade, das autarquias, das organi-zações sociais ou individualmente. É de premente importância que ca-da um de nós faça exercício físico moderado: “Pelo menos 30 minu-tos por dia de caminhada acelerada é razoável”, seguida, ou faseada, sempre ajustada às condições de cada indivíduo. Os benefícios desta atividade são efetivos: “O exercício

físico baixa os níveis de ansiedade e desincentiva o ato de fumar, pois as pessoas relacionam automatica-mente a menor resistência física a esse vício”.

Vencer a inercia apresenta-se co-mo o maior desafio. Dar o primeiro passo, calçar as sapatilhas e assu-mir uma rotina saudável não é fácil, mas os resultados que daí advêm são deveras positivos. O stress, as dores osteoarticulares são mais fa-cilmente combatidas com esta prá-tica, que nas palavras do nosso in-terlocutor “tira as dores do seden-tarismo”. Rui Nogueira destaca ho-je novas modalidades como a Zumba, por exemplo, que tornam a prática de exercício mais divertida e interativa.

É importante que as autarquias criem também as condições neces-sárias para promover a Saúde Pú-blica. Hoje já é comum vermos gru-pos de pessoas a praticarem des-porto ao ar livre, reflexo de uma mudança de mentalidade que de-morou alguns anos a ser atingida. Porém, o presidente da APMGF deixa o repto: “É importante ter a noção de que um ‘indivíduo nor-mal’ não está preparado para o exa-gero imposto aos atletas profissio-nais, sujeitos a níveis de exercício acima do moderado”. Nesse senti-do, convém entender que o excesso também é prejudicial. O exercício físico saudável deve ser moderado, progressivo e diário. A proximida-de do utente ao Médico de Família ajuda na relação, motivação e ade-quação do exercício fisico às carac-terísticas e/ou limitações de cada pessoa.

Por outro lado, o presidente a APMGF realça a hipocrisia que en-volve a questão do tabaco e que se prende com os pesados impostos que continuam a alimentar a má-quina fiscal. “Não defendemos esta hipocrisia, há que quebrar este ci-clo: os hábitos tabágicos são efeti-vamente uma prioridade na Saúde Pública, sendo urgente encontrar estratégias para resolver esta ques-tão, daí o mote deste dia”. O nosso entrevistado considera que a medi-da que se vai iniciar este mês (20 de maio) e que consiste na inclusão de imagens chocantes, a par das já existentes frases de alerta sobre os riscos de fumar, nos maços de taba-co, não é o caminho mais indicado para sensibilizar os fumadores para esta questão, sendo obrigação das entidades competentes e dos Médi-cos de Família encontrarem solu-ções que ajudem os fumadores a abandonarem o hábito nocívo.

A APMFG e a sua posição no país e no Mundo

A Associação Portuguesa de Me-dicina Geral e Familiar é um orga-nismo associativo médico, sem fins lucrativos, que comemora no dia 27 deste mês 33 anos de existência. A sua longa história, reconhecida e com grande implantação no país, pauta-se pela missão de “junto dos médicos de família e internos (jo-vens médicos que estão em forma-ção)” promover a especialidade as-sente em dois grandes vetores: a afirmação da especialidade médica em contexto laboral; e em contexto formativo.

O mês de maio está associado a grandes causas no âmbito da Saúde, desde o Dia mundial sem tabaco (31 maio), ao mês do coração, é também tempo de homenagear os Médicos de Família. Rui Nogueira, presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF), fala-nos sobre a iniciativa “Portugal em movimento e sem fumo!” que vai decorrer no próximo dia 19.

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Saúde

Maio 2016 Perspetivas 9

Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar

No que concerne à valorização da atividade de Medicina Geral e Fa-miliar em contexto laboral, é pro-movida a formação, a implantação e o desenvolvimento da mesma no relacionamento com outras insti-tuições médicas nacionais e inter-nacionais. Deste modo, a APMGF procura o progresso nas suas dife-rentes dimensões, beneficiando do apoio dos principais intervenientes da especialidade.

No âmbito formativo, a APMGF leva a cabo diferentes iniciativas, ao longo do ano, sejam elas de caráter mais local, regional ou até nacional, com características de formação em pequenos ou grandes grupos.

Promovendo o salutar relaciona-mento e interação com outras orga-nizações nacionais e internacio-nais, a APMGF marca presença em eventos promovidos por essas enti-dades. A nível nacional, relaciona--se com outras organizações e So-ciedades Científicas, como por exemplo, a Ordem dos Médicos, os Sindicatos Médicos, a Ordem dos Farmacêuticos e os diferentes ór-gãos da tutela, entre outras. Inter-nacionalmente, a APMGF está fe-derada na Sociedade Europeia, que por sua vez é federada na Organiza-ção Mundial de Médicos de Famí-lia. De referir que esta última se di-vide em regiões mundiais, sendo que Portugal integra a europeia de-signada World Organization of Fa-mily Doctors (WONCA) e ainda a Confederação Confederação Ibero--americana de Medicina Familiar (CIMF).

A APMGF marca presença “por natural afinidade” na região Ibero--americana. Portugueses e espa-nhóis, juntamente com os países da América Latina formam a Confede-ração Ibero-americana de Medici-na Familiar (CIMF), que tem um papel importante no desenvolvi-mento da Medicina Geral e Fami-liar ao nível dos diferentes países, com maior peso, naturalmente, das Sociedades congéneres portuguesa e espanhola, que desempenham a missão de prestar um apoio efetivo na implementação e promoção da especialidade e dos Cuidados de

Saúde Primários nos países da América Latina. Aqui encontramos o Brasil, como o grande território de língua oficial portuguesa, com quem a APMGF mantém uma pro-fícua relação.

Ademais são mantidas relações bilaterais com diferentes Socieda-des Internacionais congéneres, no-meadamente a Sociedade Brasilei-ra de Medicina Familiar e de Co-munidade (SBMFC), a Sociedade Espanhola de Medicina de Família (SemFYC), e o Royal College of Ge-neral Practitioners (RCGP), sedia-do no Reino Unido. Estas parcerias promovem o intercâmbio de médi-cos no âmbito da formação, propi-ciando a troca de conhecimentos e o desenvolvimento da prática nu-ma perspetiva de progresso e ino-vação.

Integrado também em toda esta dinâmica, o Departamento de Jo-vens Médicos da APMGF faz parte de “uma grande rede europeia e mundial, o Vasco da Gama Move-ment”. Criado em 2004 numa reu-nião realizada na cidade de Lisboa por representantes dos países euro-peus, este movimento atua de for-ma proativa desenvolvendo muitos intercâmbios internacionais de jo-vens profissionais que estão a reali-zar a sua formação pós-graduada.

Estado da Saúde em Portugal

Questionado sobre o estado da saúde em Portugal, Rui Nogueira salienta que estamos a viver uma época de mudança “não só do pa-radigma das organizações dos Cen-tros de Saúde, estando a ser cria-das unidades multiprofissionais de proximidade mais pequenas e di-nâmicas”; assim como da informa-tização de todo o sistema, “um pas-so de gigante que facilita todas as ações, como é o caso da receita electrónica”. “Um trabalho para uma década”, refere Rui Nogueira, que estando a meio “tem sido pau-tado por um desenvolvimento que se está agora a consubstanciar, apesar das assimetrias que nos preocupam”.

Por outro lado está a ser erigida uma mudança geracional, esclare-ce: “Os médicos de família que va-mos ter em 2020 são novos médi-cos”. Atualmente, as Instituições de Ensino Superior portuguesas estão a formar muitos jovens, “passamos para o dobro em apenas três anos”. Rui Nogueira alerta que surgirá em breve um ligeiro excesso de profis-sionais de Medicina Geral e Fami-liar em alguns locais do país. Para prevenir estas oscilações, a APMGF, em parceria com a Associação de Estudantes de Medicina, propôs ao Ministério da Saúde uma diminui-ção progressiva, na ordem dos 3% ao ano, nos acessos às Faculdades, de forma faseada e equilibrada con-soante as necessidades de cada re-gião. “Temos que encontrar solu-ções à distância, não sendo de todo plausível a redução drástica aos acessos”, opina.

A necessidade de encontrar solu-ções para equilibrar esta situação deve ser planificada. Ao contrário do que possamos pensar, o presi-dente da APMGF explica que a falta de profissionais de saúde se denota em locais como a periferia de Lis-boa e parte do Algarve. “Não nos acautelamos no passado e padece-mos agora de um hiato geracional de médicos de meia idade que vai causar alguns problemas a médio prazo — atualmente, seriam neces-sários mais 600 Médicos de Famí-lia, 400 dos quais apenas na região de Lisboa e Vale do Tejo”. Mas os 1800 médicos internos que temos em formação serão suficientes para colmatar a falta de médicos de fa-mília. Na primeira metade da déca-da de 2020 um número considerá-vel de profissionais vai entrar em fi-nal de carreira gerando nova falha se não tivermos o cuidado de pla-near a formação.

A APMGF integra um departa-mento de formação que promove desde longa data a formação pós--graduada e o relacionamento e o desenvolvimento do ensino Pré--graduado com as Faculdades de Medicina. “Este foi o último dos ve-tores importantes no desenvolvi-mento da especialidade, iniciado

com a grande paixão de incentivar os primeiros doutoramentos. Feliz-mente, hoje temos não só umas de-zenas de doutorados em Medicina Geral e Familiar, mas umas dezenas largas de doutorandos, aspeto mui-to importante desta década, com a implementação na vida académica, ou seja a especialidade a afirmar-se na academia, algo que muito nos satisfaz e apraz registar. Hoje a es-pecialidade está presente em todas as escolas médicas do país, foi uma caminhada dura, mas que hoje se apresenta forte e dinâmica”.

Ações de futuroA APMGF manifestou no de-

curso da nossa entrevista a inten-ção de apresentar a candidatura para a organização, em 2020, do Congresso Mundial de Medicina Familiar. Esta proposta arrojada, de grande alcance, está a ser tra-balhada e vai ser sujeita a votação no Conselho Mundial que este ano decorre no Rio de Janeiro. A singularidade do Congresso Mun-dial permite que Médicos de Fa-mília oriundos de diferentes lati-tudes, com hábitos, culturas e práticas clínicas distintas cruzem conhecimentos numa ação de real consolidação de saberes.

Em 2014, o 19º Congresso Euro-peu de Medicina Geral e Familiar (WONCA) decorreu em Lisboa e foi um sucesso, sendo alvo de inúme-ros elogios por parte dos congéne-res europeus. Perto de quatro mil Médicos de Família, oriundos de mais de 80 países, estiveram pre-sentes no Centro de Congressos de Lisboa, na FIL. “Este evento teve a importante confirmação da nossa implantação naquilo que é o movi-mento internacional”, refere Rui Nogueira. “A Medicina Familiar que se pratica em Portugal é das melhores do Mundo, porém o ne-gativismo cultural implantado na nossa sociedade impede que tal se-ja devidamente reconhecido e dig-nificado entre nós”, alerta. Cons-ciente das dificuldades e das suas fragilidades, a APMGF está pronta para continuar a lutar pela melho-ria dos cuidados de saúde em Por-tugal: “Estamos confiantes que esta noção passe não só para a comuni-dade, mas principalmente para o poder político. A saúde é um bem inestimável que deve ser preserva-do e cuidado com ações salutogéni-cas e precisamos do apoio de todos, começando pelos cidadãos, mas continuando pelo envolvimento determinante da política de saúde do país”, termina.

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Saúde

10 Perspetivas Maio 2016

Hospital de Santa Maria – Porto

Mais praticantes e aumento de lesões motivam Seminário sobre Saúde no Desporto

Desenvolvendo ações que visam o progresso das diversas especialida-des, assentes na investigação médica e no debate público, no dia 14 de maio o Hospital de Santa Maria – Porto organiza no auditório da Fa-culdade de Desporto da Universida-de do Porto (FADE-UP) o seminário com o tema “SAÚDE NO DESPOR-TO - Prevenção de lesões: menos pa-ragens, mais rendimento”.

Marta Massada, especialista em Ortopedia e Traumatologia e dife-renciada na Medicina Desportiva explica-nos a pertinência deste de-bate: “No Hospital de Santa Maria – Porto temos vindo a registar, a par do que é descrito na literatura cientí-fica, um aumento no número de le-sões desportivas, principalmente nos atletas mais jovens”.

Constata-se que a principal preo-cupação se centra no retorno rápido do atleta à competição, esquecendo--se as problemáticas que daí podem advir. Esta instituição de Saúde le-vanta questões que merecem refle-xão: “O que está por detrás das le-sões? Que riscos comportam na vida do atleta (abstinência escolar ou la-boral, perda do rendimento despor-tivo e sequelas a médio/longo pra-zo)?”.

Nesse sentido, o corpo clínico do Hospital Santa Maria - Porto de-fende que os profissionais do des-porto devem focar-se na preven-ção, ou seja, na pré-lesão. “Sabe-se que quase 50% das lesões podem ser prevenidas e é nessa dimensão que a nossa instituição pretende criar estratégias de atuação, atra-

vés da dinamização da multidisci-plinaridade”.

Assim, o seminário “Prevenção de lesões: menos paragens, mais rendi-mento” apresenta uma ação integra-da, reunindo todos os profissionais desportivos: desde os atletas, pas-sando pelos treinadores, fisiotera-peutas, médicos até aos dirigentes, com vista ao desenvolvimento de um diálogo aberto e confronto de ideias que possibilite delinear — ou começar a debater — uma estratégia que defina programas de prevenção, principalmente nas camadas mais jovens.

Marta Massada foca que em 2015, só no Hospital de Santa Maria - Por-to foram intervencionados mais de 350 atletas com lesões no Ligamen-to Cruzado Anterior do Joelho – le-são grave que implica que o despor-tista esteja fora da competição du-rante um período mínimo de seis meses. A profissional alerta para o facto de em Portugal não existirem ainda estudos e dados estatísticos que permitam fazer um perfil lesio-nal do atleta. “Perante uma conjun-tura económica desfavorável em que o racionamento dos gastos é real, torna-se pertinente colocar esta questão em debate. Por exemplo, nos EUA cada cirurgia do Ligamen-to Cruzado tem um custo de cinco mil dólares, sem contabilizar os cui-dados fisioterapêuticos e dias de abstinência laboral, valor que por ano ascende aos três biliões de dóla-res”. Verificando-se lesões com re-percussões imediatas importantes na abstinência do desporto, do tra-balho ou da escola e, mais tarde, por sequelas (artroses de joelho, por

exemplo), Marta Massada considera urgente agir previamente: “Há pro-gramas de intervenção neuromus-cular que resultam na prevenção destas lesões. E estas ações devem ser realizadas de forma integrada com médicos, fisioterapeutas, trei-nadores e atletas durante o treino e não após a lesão”. Nesse sentido, es-te Hospital especializado quer – conjugando estes aspetos importan-tes e visões diferentes – dar luzes e abrir horizontes para que as pessoas se interessem por um (ainda) longo caminho a percorrer em prol da saú-de no desporto.

Como referido anteriormente, o Seminário sobre “Saúde no Despor-to” decorre no dia 14 de maio, no au-ditório da FADE-UP. A manhã co-meça com uma abordagem genera-lista à temática das lesões desporti-vas e durante a tarde é feita uma dinamização integrada da discussão com figuras científicas ligadas ao desporto, mais concretamente ao treino, capacitadas para fundamen-tar aspetos importantes que permi-tam lançar esta discussão. “O cruza-mento do pensamento destes estu-diosos, convictos das suas opiniões, com algumas contrárias, promete gerar uma discussão assaz enrique-cedora”, evoca a nossa interlocutora. O objetivo passa assim pela troca de experiências, numa tertúlia que me-rece uma reflexão por parte de cada treinador, que deve olhar para a equipa como um conjunto de indiví-duos diferentes e pensar na lesão, depois de ocorrida, mantendo um papel ativo na reabilitação e na pre-venção terciária, ou seja: “Depois do incidente o que posso fazer para que

o mesmo não volte a acontecer?”. Marta Massada alerta que “o princi-pal fator de risco de recidiva é uma lesão prévia e para isso é importante que o treinador saiba identificar, in-dividualmente, nos seus atletas quais são os fatores de risco poten-ciais. Sabemos que as condições não são ideais e os tempos de treino são limitados, mas esta questão não se prende apenas com lesão e saúde desportiva, mas também com rendi-mento. Um atleta que se lesiona me-nos rende mais e o atleta que regres-sa à competição, funcionalmente reeducado, regressa ao rendimen-to”.

Segundo a literatura atual, há uma taxa elevada de retorno à com-petição após a ligamentoplastia do ligamento cruzado anterior, mas is-so não implica necessariamente o regresso a níveis de rendimento an-teriores à lesão.

“É necessária uma integração através da conjugação do conheci-mento biomecânico, médico, do treino, fisiológico”, reforça a profis-sional.

O entusiasmo de todos os interve-nientes face a esta ação é grande e a pretensão passa por, reunindo amantes do desporto e profissionais de saúde, dar o primeiro passo para abrir uma discussão que não preten-de responder a nenhuma questão de forma perentória, mas sim levantar muitas outras e, nesta visão integra-da e dinâmica, trabalhar e definir uma estratégia de colaboração com o objetivo de prevenir lesões, haver menos paragens, obter mais saúde, conduzindo a um maior rendimento desportivo.

O Hospital de Santa Maria – Porto no decurso dos seus 127 anos de história tem primado pelo exemplo de modernização, empreendedorismo e excelência na Saúde. Reconhecido, nacional e internacionalmente, nas especialidades de Ortopedia, Traumatologia e Medicina Desportiva, esta Instituição conta com um corpo clínico de grande prestígio.

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I. LESÕES TÍPICAS DO DESPORTISTA

Moderador: Dr. Moura Gonçalves09h00Traumatismos em Inversão do Tornozelo – Apenas Uma Entorse?Dr. Miguel Trigueiros09h20Epidemiologia das Lesões do Membro Inferior no DesportoDr. Mendes Moura09h40Lesões Musculares – Classificação e Mecanismos de LesãoDr. Jorge Alves10h00Lesões Musculares II – a “Epidemia” dos Isquiotibiais no FutebolProf. Doutor Leandro Massada10h20Debate

10h50Coffee break

Moderador: Dr. Mário Beça11h15A Rotura do Ligamento Cruzado Anterior – Fatores de RiscoDra. Marta Massada

11h35O Joelho do Corredor (Runner’s Knee) – A Patologia da Moda?Dr. Ricardo Aido11h55Epidemiologia das Lesões do Raquis no DesportoDr. Rui Pinto12h15Epidemiologia das Lesões do Membro Superior no DesportoDr. José Manuel Lourenço12h35Debate

13h00 Intervalo para Almoço II. PREVENÇÃO DE LESÕES

Moderador: Dr. Ricardo Aido14h30As Lesões no Desporto na Perspetiva do TreinadorTreinador Domingos Paciência14h50Programas de Prevenção NeuromuscularDra. Marta Massada15h10Prevenção das Lesões no Desporto Profissional Dr. Nelson Puga / Prof. Doutor Paulo Colaço 15h30 - Porquê EXCÊNTRICO?Prof. Luís Brandão

15h50Alongamentos. Um Mito?Prof. Doutor José Afonso Neves16h10Discussão

16h40Coffee Break

Moderador: Fisioterapeuta Adélia Barroso16h55Terapia Miofascial – O Foam Roller Como Complemento ao TreinoFisioterapeuta Marco Fonseca17h15O Papel do Treino Funcional na Prevenção de LesõesFisioterapeuta Álvaro Magalhães17h35Eat to Win – O Papel Alicerçal do Metabolismo no Rendimento Desportivo e na Prevenção da LesãoProf. Mário Simões17h55A Perspetiva Psicológica – Factores de Risco Para a LesãoDr. Luís André18h15Debate

Encerramento do Seminário

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Saúde

12 Perspetivas Maio 2016

Hospital Particular de Paredes

Serviço Hospitalar de qualidade em Paredes

O nosso interlocutor ocupa o lugar de Diretor Clínico do Hos-pital Particular de Paredes há seis anos, é anestesiologista de profis-são e amante confesso do despor-to, em particular de futebol. A conversa com o Perspetivas ini-ciou-se pela explicação da origem deste Hospital que foi inaugura-do em 1966, nacionalizado em 1977 – tendo sido explorado co-mo unidade de Paredes do Centro Hospitalar do Vale do Sousa, nes-ta altura – e desativado em 2001 aquando da entrada em funcio-namento do Hospital Padre Amé-rico – Vale do Sousa. A Sociedade HMP - Hospital da Misericórdia de Paredes, S.A. retomou a explo-ração da atividade hospitalar, no edifício já existente, procedendo à sua remodelação, moderniza-

ção e ampliação das infraestrutu-ras, permitindo a reabertura em Fevereiro de 2008.

Serviços e ValênciasO Hospital Particular de Pare-

des disponibiliza um leque de serviços clínicos bastante diversi-ficado que passa por: Especiali-dades Médicas, Especialidades Não Médicas, Imagiologia, Análi-ses Clínicas, Atendimento Per-manente 24h, Bloco Operatório e Internamento. Sobre esta temáti-ca, António Pereira de Maga-lhães, explicou a função de com-plementaridade que este Hospi-tal tem em relação ao “Hospital da terra”, Hospital Padre Améri-co: “Como estamos muito próxi-mos do Hospital de Penafiel

(Hospital Padre Américo) nós servimos muito como um apoio ao próprio Hospital. Temos algu-mas valências mais especializa-das, nomeadamente o Centro de Medicina e Traumatologia do Desporto de Paredes em que, através de uma corretora de se-guros, é permitido que jogadores, das mais diversas modalidades, sejam, todas as semanas, opera-dos nas nossas instalações; Já operamos cerca de 800 despor-tistas nos últimos três anos. Te-mos outra valência muito desen-volvida que é ao nível da Imagio-logia, porque somos a única uni-dade de Paredes que realiza TAC´s e Ressonâncias Magnéti-cas; A nossa Imagiologia está concessionada à empresa Dr. Campos Costa que é uma empre-

sa de referência. Temos uma uni-dade de Gastroenterologia com convenção SNS, que está em ple-na expansão. E temos, também, duas unidades de Cuidados Con-tinuados, uma de média duração e uma de convalescença; A de convalescença é uma unidade muito importante que dá respos-ta a utentes de hospitais de agu-dos, libertando, desta forma, as suas camas. A taxa de ocupação destas unidades ronda os 95%”, reiterou.

Aposta na InovaçãoAcompanhando a inovação tec-

nológica, o Hospital Particular de Paredes não descura a sua atuali-zação no que aos diferentes tipos de tratamentos e equipamentos diz respeito, permitindo assim dar uma resposta mais adequada, rápida e eficaz aos seus utentes. Exemplos disso são a recente aposta no serviço de Gastroente-rologia, disponível desde Dezem-bro de 2015, e o sofisticado Cen-tro de Imagiologia, existente nes-te Hospital deste 2010, que com tecnologia de última geração e num conceito totalmente digital dispõe dos meios de diagnóstico mais modernos na sua área, o que, associado a excelentes in-fraestruturas e a recursos huma-nos de elevada qualidade científi-ca e técnica, permite oferecer uma prestação rigorosa e diferen-ciada. Esta inovação é igualmente evidente na tecnologia que alia equipamentos de vanguarda aos sistemas de informação, de ar-

quivo e comunicação de imagem mais sofisticados, tornando as-sim, mais credíveis e percetíveis as análises e diagnósticos neces-sários no apoio ao utente.

Abrangência, Acordos e Convenções

Preparada e orientada para servir uma população superior a 200 mil habitantes, que congre-gam os concelhos de Paredes, Pe-nafiel e demais concelhos próxi-mos, esta instituição tem como missão a prestação de cuidados de saúde, personalizados e de qualidade, nas suas componentes de caráter técnico e humano em ambiente institucional, ambula-tório e domiciliário, no âmbito privado e convencionado. Desta feita, no que a acordos e conven-ções diz respeito, o Diretor Clíni-co, António Pereira de Maga-lhães, admitiu que a principal parceria do Hospital é com o SNS (Serviço Nacional de Saúde) e com a ADSE (Assistência na Doença aos Servidores Civis do Estado - Direção-Geral de Prote-ção Social aos Trabalhadores em Funções Públicas), mas que os acordos com Seguradoras, Em-presas e Associações são, tam-bém elas, de elevada relevância, porque “permitem a um maior número de pessoas terem acesso aos serviços do Hospital”, rema-tou.

Com uma equipa constituída por Médicos, Enfermeiros e Téc-nicos de Diagnóstico e Terapêuti-ca de elevada qualidade e prestí-

O Hospital Particular de Paredes pertencente à Sociedade HMP – Hospital da Misericórdia de Paredes, S.A., constitui um serviço multifacetado, completo e reconhecido pela excelência dos seus profissionais bem como dos serviços prestados. Procuramos conhecer o funcionamento deste Hospital, junto do seu Diretor Clínico e Presidente do Conselho de Administração, António Pereira de Magalhães, que partilhou também a sua visão sobre a atualidade da Saúde no nosso país.

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Saúde

Maio 2016 Perspetivas 13

Hospital Particular de Paredes

gio, os valores do corpo clínico do Hospital Particular de Paredes passam por um desempenho nor-teado pela competência técnico--científica, o compromisso com a melhoria contínua, o respeito pe-los princípios éticos, a personali-zação e a excelência. Nas palavras do nosso interlocutor: “Este Hos-pital quer cumprir a sua função, que é ser um Hospital de proxi-midade. Estamos no centro geo-gráfico entre Paredes e Penafiel e queremos servir a população com qualidade e excelência, preen-chendo as lacunas existentes e oferecendo um serviço o mais amplo e diversificado possível”.

De mãos dadas com a formação

Na atualidade, a principal acionista do Hospital Particular

de Paredes é a CESPU (Coope-rativa de Ensino Superior Poli-técnico e Universitário), que de-tém cerca de 80% das ações des-te Hospital. A CESPU é uma ins-tituição ao serviço do ensino superior, que oferece uma abor-dagem única na aprendizagem, através de uma experiência edu-

cacional não linear com novos métodos de ensino, interativi-dade, personalização, colabora-ção e comprometimento dos alunos em situações de vida real. Neste seguimento, António Pereira de Magalhães, atribuiu ao Hospital uma “vocação de formação” e justificou: “Os alu-

nos da CESPU estagiam aqui. Os nossos Enfermeiros são maioritariamente formados pe-la CESPU, assim como os nos-sos fisioterapeutas e restantes técnicos. Portanto, esta ligação com a formação existe e é bas-tante positiva”.

Constrangimentos do setor

Aproximando-nos do final da conversa, encontrava-se em fal-ta uma abordagem e comentário ao atual estado da Saúde em Portugal. Perentório, o nosso interlocutor, afirmou: “Temos uma Saúde boa, mesmo compa-rativamente ao resto da Europa. O nosso Sistema funciona e, nos casos mais graves, funciona sempre. Temos profissionais de saúde de excelência. Claro que são necessárias algumas altera-ções, pois é um sistema dinâmi-co, mas o que falha é a capacida-de política para tomar resolu-ções sustentáveis para além dos ciclos políticos. A outra situação mais complicada, no setor, prende-se com a parte financei-ra, porque não se pode exigir manter a qualidade com os ven-cimentos/hora que se pagam atualmente nos Hospitais Públi-cos, por exemplo”. António Pe-reira de Magalhães lamentou ainda as desigualdades existen-tes no apoio dado por parte do Estado às Misericórdias: “É inadmissível o que se passa nes-te país, no que diz respeito ao facto de se permitir que as Mi-sericórdias façam consultas e ci-rurgias com P1 e proíbam isso

aos Privados. O referido Proto-colo foi celebrado sem concurso no qual se pudessem apresentar todos os prestadores de cuida-dos de saúde, em especial os pertencentes ao setor privado. Isso é alterar as leis da concor-rência e uma forte restrição do princípio da livre e franca con-corrência. Portanto eu penso que não deveria ser assim, até porque é imoral”.

Nova Especialidade em 2016

O Hospital Particular de Pare-des disponibilizará, ainda este ano, um novo serviço para cor-responder às necessidades dos seus utentes. Trata-se da renova-ção do Serviço de Oftalmologia que tem sido alvo de um grande investimento e que contará com uma equipa de profissionais de excelência: “Tencionamos abrir este serviço a meio deste ano”, concluiu o nosso interlocutor, António Pereira de Magalhães.

Atendimento Permanente

O Hospital Particular de Pare-des possui um Serviço de Atendi-mento Permanente nas áreas de Medicina Geral e Familiar (24h/dia, todos os dias do ano), Medi-cina Dentária (24h/dia, todos os dias do ano), Imagiologia (9h às 21h, todos os dias do ano), Pato-logia Clínica (24h/dia, todos os dias do ano) e Enfermagem. A juntar a estes serviços, apre-senta ainda uma panóplia de va-lências de Consulta Externa.

Rua Elias Moreira Neto, Nº 141 • 4580-085 Paredes • Tel.: 255 780 730 • Fax: 255 780 311 • www.hpp.pt

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Saúde

14 Perspetivas Maio 2016

Desporsano – Clínica do Desporto

Medicina orientada para a competição desportiva

Procuramos entender através da sua visão quais são as grandes mudanças no panorama da Trau-matologia Desportiva.

A Desporsano é desde o seu início uma referência médica no tratamento de lesões desporti-vas e é composta por elementos de grande experiência, sendo que os sócios e fundadores da clínica fizeram parte da equipa médica de clubes com grande

peso e influência em Portugal. O “Perspetivas” esteve à conversa com o Dr. Pereira de Castro, só-cio desta instituição médica, com quem procuramos saber quais têm sido as evoluções es-pecíficas na área. Esta é uma clí-nica que agrega várias verten-tes, indo desde a avaliação mé-dico desportiva, à execução de provas de esforço, diagnóstico de lesões resultantes da prática

desportiva, ao seu tratamento, recuperação e reabilitação, pas-sando quando necessário pe-la componente cirúrgica. Con-tam igualmente com a valência de fisioterapia, para a qual dis-põem de uma equipa de fisiote-rapeutas com larga experiência no desporto, clubes e federa-ções.

A Medicina Desportiva, Orto-pedia, Imagiologia músculo-es-quelética, Cardiologia e Nutrição desportivas são alguns dos servi-ços médicos que exercem.

Encontram-se munidos de in-fraestruturas modernas e de equipamentos de ponta para o tratamento médico diferenciado das lesões resultantes da prática desportiva, mas também para uma avaliação multidisciplinar especifica e integrada do prati-cante das demais modalidades desportiva.

A Traumatologia Desportiva surge como uma subespecializa-ção da Ortopedia desenvolvendo--se ao mesmo tempo que a práti-ca desportiva se foi tornando mais regular.

A atividade física é um elemen-to que tem cada vez mais impor-tância na sociedade sendo que o número de praticantes de ativi-dades desportivas está em cons-tante crescendo.

A prática desportiva de compe-tição tem tido uma evolução me-diática, obrigando os atletas a um regime de treino cada vez mais exigente na busca de melhores resultados e marcas, o que torna indispensável a presença de uma

equipa médica no acompanha-mento e presença do atleta.

Pereira de Castro explica: “Há uma necessidade cada vez maior de tratar atletas, sobretudo os de alta competição de uma forma correta, rápida e segura.

Naturalmente os ortopedis-tas que estão mais ligados à área do desporto, têm-se dedicado à investigação e ao desenvolvimen-to de técnicas cirúrgicas moder-nas em que o tratamento e a re-cuperação seja mais rápida. O nosso objetivo tem sido permitir uma maior rentabilização desses atletas. Esta é a vontade dos des-portistas e dos próprios clubes que querem aproveitar ao máxi-mo os seus recursos.

A atividade desportiva tem acompanhado o exponencial au-mento do ritmo de vida e das exigências físicas a que estamos sujeitos. Atualmente o corpo hu-mano é explorado até à exaustão e o atleta não é diferente – “Daí surgirem pequenas lesões que são prejudiciais para a perfor-mance desportiva e que precisam de um tratamento rápido e eficaz. Não conseguimos aconselhar a um atleta de alta competição que faça um repouso desportivo pro-longado para tratar as suas le-sões, porque os calendários com-petitivos e o planeamento de trei-no, cuidadosamente elaborado pelo treinador não o permitem.

A nossa função é encontrar so-luções de tratamento que o per-mitam manter um treino condi-cionado e que não coloquem em risco a sua carreira ou integrida-

de física”. – acrescenta Pereira de Castro.

A prevenção de lesões tem to-mado um relevo cada vez maior nos dias que correm e tem sido bastante debatida no mundo médico, sendo uma disposição cada vez mais presente nos de-partamentos médicos. Do mes-mo modo que e medicina pre-ventiva tem utilizado os esque-mas de vacinação para evitar certas doenças, também a medi-cina desportiva enveredou por programas especiais de treino para evitar as lesões. O sucesso tem sido materializável com o decréscimo na frequência de le-sões.

Mas é impossível obter um su-cesso ainda mais quantificável devido ao elevado número de desportos de contacto físico em que as lesões resultam de trau-matismos que ocorrem em aci-dentes da prática desportiva.

As intervenções cirúrgicas têm bebido do desenvolvimento tecnológico tornando-se menos invasivas e “agressivas”. Pereira de Castro salienta: “Há uns anos atrás faziam-se as endos-copias que consistiam na utili-zação médica das cavidades e orifícios naturais para explora-ção dos órgãos. Atualmente na ortopedia e na traumatologia desportiva tem-se vindo a fazer algo semelhante que é entrar dentro de uma articulação sem a ofender muito. Assim surgiu a Artroscopia que inicialmente se fazia ao joelho porque chegou se à conclusão que a intervenção

A Desporsano – Clínica do Desporto em Lisboa é uma das clínicas médicas de maior reputação no país, que tem como paradigma a medicina do desporto e da atividade física. A sua missão é a prestação de serviços médicos e a promoção da saúde através da utilização de meios e técnicas que visam o diagnóstico, terapêutica, reabilitação e prevenção.

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Saúde

Maio 2016 Perspetivas 15

Desporsano – Clínica do Desporto

feita por este meio tinha uma série de vantagens: menos tem-po de internamento, menos agressiva e permitia uma recu-peração mais rápida bem como um retorno mais célere à com-petição. A primeira fase da in-tervenção por artroscopia é um exame em que se vê e analisa to-da a articulação, confirmam-se as lesões, o que permite um diagnóstico mais correto. No mesmo tempo cirúrgico faz-se a cirurgia artroscópica para trata-mento das lesões encontradas.

Do joelho evoluiu-se para o ombro, para o tornozelo, para a anca e hoje em dia com relativa facilidade fazem-se artrosco-pias das várias articulações. A artroscopia foi um avanço enorme no tratamento das le-sões resultantes do desporto precisamente porque diminui o tempo de paragem do atleta. A artroscopia e a ortopedia são indissociáveis da traumatologia desportiva”.

A rapidez com que é necessário realizar a recuperação dos des-portistas é cada vez maior e no entanto continuam a ser os meios mais tradicionais como a fisiote-rapia, a eletroterapia ou treino condicionado os mais indicados. A eletroterapia é uma área da fi-sioterapia em que há um uso de agentes físicos elétricos como os ultrassons, correntes, ou o laser, em que a aplicação desses trata-mentos vai acelerar os processos de cicatrização.

Há no entanto a registar o de-senvolvimento de novos proces-sos de recuperação das lesões desportivas, falando-se muito nas terapêuticas biológicas, co-mo é o caso do uso das células estaminais e mesenquimatosas, que possuem uma grande capa-cidade de cicatrização e regene-ração. Neste ponto, Pereira de Castro salienta: “Estão constan-temente a aparecer novas tera-pêuticas e a traumatologia de certa forma é responsável por isso. É-nos pedido que trate-mos rapidamente os atletas e is-

so envolve uma pesquisa contí-nua. Diminuir o tempo de re-cuperação do desportista pode ser muito importante para ele, para as equipas e para o clube. Quando existem calendários e planeamentos desportivos alta-mente preenchidos, o atleta que contraia uma lesão tem de con-dicionar as suas opções em fun-ção desse mesmo calendário desportivo. Os atletas têm de estar a 100%, portanto temos sempre de procurar a melhor solução mas também a mais rá-pida”.

O diagnóstico será sempre um dos procedimentos médicos mais importantes, já que a necessida-de de identificar corretamente quais as lesões aumenta expo-nencialmente a capacidade de su-cesso do tratamento e a rapidez do mesmo. “A primeira coisa que se tem que fazer quando há uma lesão é fazer um diagnósti-co e muitas das vezes é mesmo aí que se começa a falhar. Eviden-temente que por vezes há uma certa dificuldade a diagnosticar e quantificar um trauma, mas pe-lo menos há um diagnóstico de presunção. É claro que recorren-do a exames complementares va-mos detetar o grau de gravidade dessa lesão. Se tentarmos tratar uma lesão sem diagnóstico va-mos antes acabar por arrastar uma lesão sem necessidade al-guma.

O método de diagnóstico mais correto é o exame clínico, saber o mecanismo da lesão, observar o atleta e examinar a zona afec-tada. Depois há exames comple-mentares como as radiografias, as ecografias, TAC’s e as Resso-nâncias.

A partir daí fazer um diagnósti-co correto, identificar especifica-mente o tipo de trauma para de-pois se começar a fazer um trata-mento adequado.

Um bom exame clínico em mãos experientes dá-nos um diagnóstico seguro em 95% dos casos”. – acrescenta Pereira de Castro.

Quando se parte para o trata-mento de uma lesão resultante da prática desportiva há uma fase inicial em que é preciso controlar os estragos e hematomas resul-tantes dessa lesão. “Nas primei-ras 48 horas deve-se fazer gelo que é precisamente para que as pequenas ruturas dos vasos que provocam o hematoma sejam controladas e não haja uma gran-de hemorragia. Daí a obrigato-riedade de repouso nos primeiros dias. Depois dessa primeira fase estar controlada é preciso criar condições de cicatrização.

“Logo que tenhamos a certeza que não vamos estragar as estru-turas que já estão em processo de cicatrização começamos a traba-lhar esse grupo muscular de ma-neira a que não haja atrofios, de forma que o atleta vá retomando o seu treino, inicialmente condi-cionado. Há sempre uma fase de integração progressiva com au-mento gradual das cargas de trei-no até à fase em que são avalia-das se as suas capacidades fisioló-gicas estão recuperadas para voltar à competição. – recomen-da Pereira de Castro.

Em relação ao futuro da traumatologia desportiva há uma grande dificuldade em perceber de que maneira irá evoluir, já que os novos pro-cedimentos terapêuticos levam vários anos a confirmar e vali-dar. Pereira de Castro con-clui: “Tem que haver um perío-do que pode levar anos, em que é necessária uma casuísti-ca muito grande para se conse-guir chegar a uma conclusão se aquela técnica ou tratamen-to dão ou não bons resulta-dos”.

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Saúde

16 Perspetivas Maio 2016

AMETIC

À medida das suas necessidades, à altura das suas exigências

Um dia uma amiga da minha Mãe, que vivia sozinha, disse-me: “ filha preciso de um novo lugar para viver, mas quero ir para um sítio bo-nito e que me tratem bem, me deem carinho e que se estiver doente sai-bam o que fazer…” Naquele tempo procurei e não encontrei. E assim em 1998 nasce a AMETIC e logo de-pois a sua unidade, o Complexo de Santa Bárbara.

Tínhamos o objetivo de “criar” uma grande família, num local de sonho com vista para o mar e para a serra, onde se pudesse disfrutar de uma vida tranquila e em segurança. Encontramos esse lugar em “ Santa Bárbara”.

“Queremos pessoas felizes, que se sintam amadas, com alegria de vi-

ver” refere a diretora e acrescenta: “que o dia- a- dia seja relaxante mas ao mesmo tempo pleno de atividade e ação para que a autonomia física e psíquica seja uma realidade”.

As nossas Residências em viven-das T1 e T2 são “ A nova casa dos Avós” onde os cheiros, a sensação de liberdade, o campo, a praia, a pisci-na, a casinha da árvore, os jogos… fazem parte do quotidiano dos ne-tos, que passam as férias connosco.

Há pouco tempo o Diogo de 7 anos, confidenciava-nos “esta nova casa dos avós é fixe, as férias são suuuuper divertidas e tenho tudo o que gosto… até o Miko (o gato) está cá !” dizia acariciando o bichano.

Santa Bárbara aposta na qualida-de e na diversidade dos serviços que presta. O nosso principal objetivo é satisfazer necessidades e permitir a escolha certa no momento oportu-no.

“A nova casa dos avós”

“Santa Bárbara, o melhor investimento da sua vida”“A escolha que se adapta às suas necessidades”

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Saúde

Maio 2016 Perspetivas 17

Instituto Médico de Coimbra

A Saúde vivenciada num espaço dedicado à excelência técnica e científica, num contexto personalizado

O Instituto Médico de Coimbra surgiu por força da convergência de interesses de um grupo de médicos, de distintas especialidades, que partilhavam a ambição de juntos criarem um projeto de saúde com elevada diferenciação e padrões de exigência.

Essa congregação de esforços consubstanciou-se na remodelação de uma vivenda situada na rua do Brasil, em plena cidade do conheci-mento. Respeitando a sua traça e arquitetura, as instalações ganha-ram um ambiente acolhedor e fun-cional, capacitado para responder de forma efetiva aos requisitos téc-nicos exigidos para moderna clínica de ambulatório.

Nascido desta vontade – prestar serviços de excelência nas várias áreas das especialidades agregadas – o Instituto Médico de Coimbra

abriu as suas portas à comunidade em janeiro de 2005. A diferencia-ção foi o mote para este projeto que assenta na qualidade técnica, hu-mana e profissional do seu corpo clínico, altamente formado e infor-mado.

Se então as especialidades base eram a Dermatologia, integrada por Américo Figueiredo, João Duarte e Margarida Gonçalo; a Ginecologia e Obstetrícia encabeçada por Daniel Pereira Silva; e a Reumatologia di-rigida por José António Pereira da Silva, a estas foi agregada, a Psi-quiatria e, mais recentemente, a Medicina Dentária nas suas amplas especialidades.

A afinidade existente entre os fundadores e a consciência da dis-tinção que cada elemento poderia incutir no projeto, permitiu abrir o leque de oferta de valências dentro

da mesma especialidade. Por exem-plo, na área da Obstetrícia e Gine-cologia a par dos exames preventi-vos, diagnóstico pré-natal e acom-panhamento da mulher, surge a Gi-necologia Oncológica. A Reumato-logia adquiriu especial diferencia-ção no diagnóstico e tratamento das artrites e doenças do tecido conjun-tivo, mas também na osteoporose e fibromialgia, sem descurar as doen-ças reumáticas em geral. Passou a oferecer Ecografia Músculo-esque-lética. A Dermatologia aprofundou as suas destacadas credenciais em áreas diversas, como a cirurgia der-matológica, a alergologia e a onco-logia, abrangendo novas áreas, co-mo a laserterapia.

Realizando um trabalho multi-disciplinar, em casos clínicos onde áreas distintas se cruzam, a equipa partilha opiniões entre si e com o Médico de Família, procurando a solução mais ajustada a cada pa-ciente.

É desiderato do Instituto “mover--se apenas dentro das suas compe-tências, assentes numa prestação de serviços muito personalizada e procurando, caso seja necessário, o apoio de outros colegas”. Dotado de um amplo conjunto de tecnologias de diagnóstico e tratamentos de ambulatório é sua prioridade ofere-cer o melhor em cada consulta, complementando a sua atuação com as mais-valias de instituições da região, que prestam atendimen-to de equiparável qualidade. De igual modo, apresenta-se como uma referência para outros médi-cos ou instituições que, estando mais focados noutras áreas, encon-

tram aqui uma opinião de fim de li-nha.

Todos os Médicos que aqui traba-lham são elementos prestigiados das respetivas especialidades a ní-vel nacional e internacional. Cola-boram em cargos diretivos de enti-dades nacionais, como por exem-plo, a Ordem dos Médicos, os res-petivos Colégios, ou Sociedades Científicas, mantendo um papel ati-vo e dinamizador nas suas discipli-nas. Muitos são professores da Fa-culdade de Medicina da Universi-dade de Coimbra, onde colaboram no ensino pré- e pós-graduado, na formação de outros médicos e ainda na investigação científica. É o caso de Américo Figueiredo, José Antó-nio P. Silva, Margarida Gonçalo, Ri-cardo Vieira, Manuel Quartilho e Daniela Alves Pereira.

O Instituto Médico de Coimbra apresenta-se hoje como uma repu-tada Instituição de Saúde fruto do empenho dos seus profissionais e da sua política de atuação assente na diferenciação. A sua equipa mantém um compromisso conti-nuado com a estratégia de colocar ao serviço de cada doente a evidên-cia científica mais sólida e recente, num contexto de atitude humaniza-da e profissional.

Apostando na qualidade e na diferenciação, o Instituto Médico de Coimbra tem conquistado uma posição de referência nos cuidados de saúde prestados à comunidade. Assenta num corpo clínico de excelência, com créditos vincados também nos círculos da formação e da investigação.

Rua do Brasil Nº 1333000-175 Coimbra

Telefone: 239 797570Email: [email protected]

CORPO CLÍNICO Dermatovenereologia

Prof. Doutor Américo de FigueiredoDr. João Duarte FreitasProf.ª Doutora Margarida GonçaloProf. Doutor Ricardo VieiraGinecologia-Obstetrícia

Dr. Daniel Pereira da SilvaDr. José de Barros MesquitaDr.ª Sónia RibeiroMedicina Dentária

Dr.ª Bárbara LemosDr.ª Daniela Alves PereiraDr. David Pereira da SilvaDr.ª Filipa MartinsPsiquiatria

Prof. Doutor Manuel QuartilhoReumatologia

Prof. Doutor José António Pereira da Silva

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Ensino

18 Perspetivas Maio 2016

Escola Nacional de Saúde Pública

Escola Nacional de Saúde Pública

A Escola Nacional de Saúde Pública

(ENSP) é uma instituição pioneira no en-

sino da saúde pública em Portugal e

também na Europa. Nesse sentido, quais

os valores que regem a ação da ENSP?

A ENSP pretende contribuir para a melhoria do ensino e do conhecimento científico na área temática da Saúde Pública. Pro-cura colocar em prática os altos valores democráticos e de livre pensamento baseado em evidên-cia, contribuindo para uma inter-venção forte na sociedade através de uma participação activa con-junta com os agentes e as organi-zações que interagem particular-mente no sector da saúde.

Quais os graus de formação que a Ins-

tituição oferece e quais as suas cara-

terísticas?

A ENSP oferece formação pós--graduada de 2º e 3º ciclos de en-sino, nomeadamente programas de Doutoramento, cursos de

Mestrado, cursos de Especializa-ção e ainda outras atividades for-mativas como o Programa de Formação Contínua Complemen-tar, que abre a alunos externos a possibilidade de frequentar as unidades curriculares oferecidas nos cursos de mestrado e douto-ramento.

Oferecemos ainda Cursos de Extensão Universitária, de curta duração, que aprofundam ou atualizam áreas de competência da Escola e podem ser desenha-dos e adaptados a públicos espe-cíficos, como por exemplo, a uma unidade de saúde.

A oferta formativa da ENSP abrange, de uma forma transver-sal, todas as áreas da saúde públi-ca, como a epidemiologia, a saú-de ambiental e ocupacional, a promoção da saúde, a economia, direito e sociologia da saúde, bem como a política e gestão em saú-de. Com uma grande tradição na-

cional e internacional, os progra-mas são academicamente exigen-tes e encontram-se adaptados aos novos e constantes desafios da saúde pública.

Penso que uma das vantagens competitiva que a ENSP apresenta passa pelo reconhecimento que te-mos junto do mercado de trabalho por parte das entidades emprega-doras. A nossa taxa de empregabi-lidade para alunos de cursos de Mestrado, um ano após a sua con-clusão, situa-se acima dos 90%. Creio que a oportunidade que pro-porcionamos aos nossos alunos de conciliar o ensino em aula, a inves-tigação realizada e as experiências práticas em organizações de saúde, durante os períodos de estágio e dos trabalhos de campo que são oferecidos, contribuí para estes re-sultados.

Sendo a Investigação e o Desenvolvi-

mento pilares efetivos do crescimento

das Instituições de Ensino, em que

áreas a ENSP assenta a sua ação?

A investigação realizada na ENSP foca-se na melhoria dos ní-veis de saúde da população, sendo que os desafios e as problemáticas mais emergentes para a saúde pú-blica poderão encontrar-se em áreas como o envelhecimento da população em países desenvolvi-dos, a multipatologia crónica, as ameaças ambientais, o desenvolvi-mento tecnológico, as desigualda-des e iniquidades em saúde, só pa-ra dar alguns exemplos.

A nossa ação centra-se também ao nível do desenvolvimento e avaliação do sistema de saúde português e do apoio à tomada de decisão em saúde. A Escola pres-ta serviços à comunidade, no-meadamente a instituições públi-cas e privadas que procuram os nossos docentes e investigadores para apoiarem a resolução de problemas concretos da saúde dos portugueses.

No âmbito das atividades de inovação e desenvolvimento da ENSP, destaca-se o papel deter-minante que o Centro de Investi-gação em Saúde Pública (CISP) tem e irá ter no futuro, para o de-senvolvimento de conhecimento científico com uma forte aplica-ção ao sistema de saúde.

A ENSP desenvolve diversas parcerias

nacionais mas também internacionais.

São precisamente estas últimas as

que têm sido mais incrementadas nos

últimos anos. Fale-nos um pouco so-

bre esta aposta na internacionalização

focando as suas caraterísticas e van-

tagens…

O processo de internacionali-zação é uma forma de criar parce-

rias que acrescentam valor no en-sino e na investigação que pro-porcionamos. Acreditamos que a troca de experiências e a transfe-rência de conhecimento adquiri-das por via dos contactos interna-cionais dos nossos alunos, inves-tigadores e professores é benéfica para o desenvolvimento das nos-sas atividades.

No ensino, posso mencionar o doutoramento internacional em Saúde Pública Global (PhD in Glo-bal Public Health), que nos trouxe alunos da China, de Espanha ou da Tanzânia; ou o programa Eras-mus+, ao abrigo do qual já come-çámos a ter alunos, docentes e até staff da escola a fazer intercâmbio internacional. Temos intercâmbios na área da formação com Angola, através de cursos na área da gestão de unidades de saúde e medicina no trabalho e, com a Fio Cruz, no Brasil, nomeadamente com o Cur-so Internacional de Qualidade em Saúde e Segurança do Paciente, que terá agora a sua segunda edi-ção.

Na área da investigação, para além de projetos em consórcio in-ternacional, incentivamos a pu-blicação ao nível internacional, fomentamos a apresentação de trabalhos dos alunos em confe-rências e congressos internacio-nais e realizamos seminários e conferências internacionais.

Em números, estamos a falar de quan-

tos docentes e discentes?

A ENSP tem cerca de 40 docen-tes, 50 investigadores (entre resi-dentes e pertencentes ao CISP) e 350 alunos. De salientar que, este ano, tivemos a maior procura de alunos da última década.

Inserida na Universidade Nova de Lisboa, a Escola Nacional de Saúde Pública celebrará em breve os seus 50 anos de existência. Nesta edição, para ficarmos a conhecer melhor este estabelecimento de ensino superior, contamos com as palavras e a visão do subdiretor da instituição, o professor Rui Santana.

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Ensino

Maio 2016 Perspetivas 19

Escola Nacional de Saúde Pública

O que tem a dizer sobre o crescente

número de profissionais da saúde,

desde enfermeiros a investigadores,

que optam por emigrar face ao atual

panorama do setor em Portugal? O que

falta para que a situação seja normali-

zada?

Não se trata de um problema exclusivamente português. A este respeito, a Comissão Europeia publicou em 2015, um documen-to com recomendações e boas práticas para a retenção de pro-fissionais de saúde na Europa.

Os países devem tomar medidas que permitam criar condições ne-cessárias ao exercício da profissão. Não estou a falar apenas de incen-tivos financeiros, que devem ser combinados com outro tipo de me-didas como a existência de oportu-nidade de desenvolvimento profis-sional, um bom ambiente de traba-lho, entre outras.

Ao nível da educação, por exem-plo, é fundamental proporcionar aos profissionais a oportunidade e o tempo necessários para o seu desen-volvimento profissional contínuo.

Aumentar a atratividade da profissão, permitindo que o en-fermeiro e o farmacêutico, por exemplo, assumam papéis e res-ponsabilidades mais amplos.

Implementar medidas específi-cas para empregados com filhos, que ajudem a conciliar o trabalho e as responsabilidades familiares, como a abertura de creches no próprio local de trabalho, quando o número de crianças o justifique.

É uma questão urgente que ne-cessita de ser abordada pelos de-cisores políticos, gestores de saú-de e profissionais do setor, de modo a manter cuidados de saú-de de qualidade.

Qual a sua análise sobre o estado atual

da Saúde Pública em Portugal?

Os desafios de Saúde Pública que enfrentaremos no futuro são significativos. Contudo, em mui-

tas circunstâncias, a sociedade e os próprios responsáveis só quando confrontados diretamen-te com as consequências provo-cadas pelos acontecimentos reco-nhecem a sua importância. Creio que o âmbito multidisciplinar abrangente que a Saúde Pública por vezes implica, é simultanea-mente uma força e fraqueza na sua capacidade de intervenção.

No que respeita particularmente aos recursos existentes, parece existir espaço significativo para se repensar o desenvolvimento pro-fissional e a organização atual dos serviços de saúde pública no nosso país. No entanto, as políticas e as atividades são feitas por pessoas e

os atuais responsáveis pela saúde em Portugal têm uma forte forma-ção em Saúde Pública e, conse-quentemente, uma grande sensibi-lidade e conhecimento técnico so-bre esta área, o que é um indício positivo e uma esperança para que as questões prementes de saúde pública no nosso país possam ser respondidas de forma adequada.

Quais as estratégias futuras da insti-

tuição?

As estratégias futuras da ENSP encontram-se definidas em sede de plano estratégico, que se en-contra em execução e que, em li-nhas gerais, pretende melhorar as atividades desenvolvidas pela qualidade e excelência.

As prioridades da ENSP assen-tam no desenvolvimento da sua investigação, através do CISP, e na internacionalização das suas actividades. Estas deverão ser acompanhadas por um ensino di-ferenciador, pela qualidade dos programas formativos e do corpo docente.

Também é estratégica a nossa presença e participação ativa na NOVA Saúde, aproveitando as si-nergias e a complementaridade que existe na Universidade NO-VA de Lisboa, na área da saúde.

Todas estas atividades serão concretizadas garantindo um equilíbrio económico-financeiro de sustentabilidade.

Para finalizar, tem algum outro tópico

que considere premente desenvolver?

A ENSP, apesar da sua peque-na dimensão estrutural – mui-tas vezes apontada como uma mais-valia pelos alunos, que va-lorizam o tratamento personali-zado -, tem um reconhecimento muito positivo por parte das instituições e entidades empre-gadoras. Este reconhecimento traduz-se, em tempo útil, para os alunos, no retorno do investi-mento feito na sua formação, em termos de empregabilidade, aumento da remuneração e na alteração da categoria profissio-nal.

Avenida Padre Cruz | 1600-560 LisboaTel +351 217 512 100 | Fax +351 217 582 754

www.ensp.unl.pt

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Ensino

20 Perspetivas Maio 2016

Escola Superior de Saúde de Viseu

Excelência no ensino a pensar na empregabilidade

Tendo completado em 2015 qua-tro décadas de ação no plano do En-sino Superior em Portugal, a Escola Superior de Saúde de Viseu (ESSV) destaca-se por ter nos seus quadros a totalidade do seu corpo docente doutorado. Este patamar de exce-lência repercute-se de forma evi-dente na formação aqui ministrada aos mais de 800 discentes de diver-sos graus de ensino.

Refira-se que o plano de estudos da ESSV é, nas palavras do seu pre-sidente, Carlos Pereira, “completo, abrangente e com formação diversi-ficada em várias áreas”, que alia em alternância a vertente teórica à prá-tica em regulares períodos de está-gio – por exemplo, nos Serviços de Medicina, Cirurgia, Urgência, Cui-dados Primários de Saúde, Cuida-dos Intensivos, nas áreas da Saúde Mental e Psiquiatria, Saúde Infantil e Pediatria, Saúde Materna –, “cur-rículo que confere aos estudantes um background sobejamente apre-ciado”. A ESSV ministra um “ensi-no de excelência a pensar na em-pregabilidade e no empreendedo-rismo”, acrescenta o presidente.

Desde sempre a formação central e estratégica da Escola passa pelo

curso de Enfermagem que atrai candidatos de Norte a Sul do país, realidade que o presidente atribui ao facto de a Instituição, “ao longo do seu percurso, ter conseguido cul-tivar uma imagem de reconheci-mento junto dos profissionais e ins-tituições de saúde e das populações nos mais diversos locais”.

No curso de 1.º Ciclo de Enferma-gem, a ESSV tem conseguido man-ter um índice de procura muito su-perior à sua oferta. Realidade que também se verifica em outros graus como os cursos de pós-licenciatura e pós-graduação.

Na política orientadora da sua conduta, a ESSV tem mantido rela-ções privilegiadas com a comunida-de, “nomeadamente com as forças vivas da região”, como Hospitais, Centros de Saúde, outras Unidades Prestadoras de Cuidados de Saúde, Clínicas Privadas, Autarquias, Jun-tas de Freguesia, assim como, “mui-to intensamente”, Escolas Secundá-rias da região. É de realçar que esta Instituição de Ensino Superior inte-gra como parceiros os projetos edu-cativos da maior parte das Escolas da região o que permite promover

uma ligação de proximidade com esses graus de ensino.

“As Escolas, desenvolvendo in-ternamente os seus projetos nas áreas da Saúde, da Educação Se-xual, Planeamento Familiar, Pre-venção do Tabagismo e Alcoolismo, etc. encontram na ESSV um parcei-ro para a abordagem de conteúdos nessas temáticas”.

InternacionalizaçãoNesta esfera posicionam-se vá-

rias vertentes onde se destacam os protocolos institucionais gerados entre instituições, um deles termi-nado recentemente, envolveu liga-ções intercontinentais com o Brasil, assim como com outros países co-mo, por exemplo, a Universidade de Cabo Verde.

A ESSV promove a mobilidade dos seus alunos no âmbito do pro-grama Erasmus+, enviando e rece-bendo estudantes oriundos de paí-ses como Espanha, Itália, Finlân-dia, Letónia, França, Noruega e Suí-ça. Tem ainda um programa de intercâmbio de estudantes com o Instituto Politécnico de Macau.

Carlos Pereira declara aberta-mente que a ESSV fomenta a cultu-ra da mobilidade, partilhando a postura da Escola que “mantém al-guma flexibilidade na hora de fazer reconhecimento das unidades cur-riculares”. Sem desvirtuar os prin-cípios orientadores que devem pre-sidir às questões das equivalências, o presidente assume que deve exis-tir alguma flexibilidade no reconhe-cimento dessas experiências. Esta atitude simplifica a ação dos alunos que pretendem ingressar neste Pro-

grama, pois sabem que quando re-gressarem a formação adquirida é acreditada e reconhecida. “Temos que entender que o espírito Eras-mus vai muito para além das com-petências técnicas e científicas, mas engloba também um forte sentido de experiência e abertura ao Mun-do, a novas culturas e realidades”, evidencia.

A ESSV marca igualmente pre-sença no Intensive Program Rain-bow, um programa intensivo – sob a alçada do Erasmus – que envolve nove escolas de oito países. No pe-ríodo de duas semanas, um conjun-to de estudantes de Enfermagem, de diferentes nacionalidades, é con-frontado, num país estrangeiro, com um programa que engloba as vertentes teórica, de investigação e de elaboração de trabalhos em lín-gua inglesa.

Estas iniciativas, para além de promoverem o diálogo cultural e a troca de conhecimentos e experiên-cias, permitem a abertura de hori-zontes a muitos discentes que olham para o mercado de trabalho internacional como o caminho a se-guir.

A maioria dos nossos estudantes que participam nestas ações são do último ano de curso, em período de estágio, e procuram ativamente fo-mentar contactos juntos de colegas e instituições. Daniel Silva, vice--presidente da ESSV, refere que muitos dos alunos que entram no primeiro ano demonstram à parti-da a ambição de enveredar por uma carreira no estrangeiro.

O presidente da ESSV faz ques-tão de reforçar que esta dinâmica tem gerado frutos, pois o grau de

qualidade dos profissionais que saem da Instituição, permite-lhes conquistar postos de trabalho no estrangeiro e, comummente, che-gar a lugares de topo, em alguns casos de decisão, sendo que, no momento de recrutar, solicitam à Escola onde se formaram colegas para colmatar essas vagas. A título de exemplo, referenciou-nos ca-sos na Suíça, França e nos E.U.A. “Saliento que os nossos alunos têm trabalho garantido mal termi-nam o curso, dentro ou fora de portas. Aliás muitos deles são ali-ciados logo no período de estágio para continuarem a trabalhar nas instituições que os acolhem”.

Para promover uma ação proati-va junto dos seus estudantes, Carlos Pereira faz questão de elucidá-los que num mundo global as distân-cias são cada vez menores, as via-gens para a Europa estão a preços altamente competitivos, para além de as remunerações no exterior se-rem assumidamente apelativas.

Sob a égide do Instituto Politécnico de Viseu (IPV), a Escola Superior de Saúde tem granjeado um reconhecimento que a coloca no topo das instituições públicas de Ensino Superior, no âmbito da Saúde, com maior procura por parte dos candidatos.

3rd World Congress of Health Research

Atenta à realidade global, em 2016, no âmbito da investigação, a ESSV vai acolher a 29 e 30 de se-tembro, por ocasião da comemo-ração do Dia da Escola, o III Con-gresso Mundial de Investigação em Saúde direcionado para as áreas da Saúde e da Educação. Com uma elevada procura, a este evento está associada a publica-ção de uma revista, com o intuito de destacar os artigos e trabalhos de investigação dos intervenien-tes oriundos de vários pontos do globo.

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LICENCIATURA

DireitoDireito (curso pós-laboral)

MESTRADO EM DIREITO E PRÁTICA JURÍDICA

Especialidades: 1. Economia e Políticas

Públicas; 2. Direito Financeiro e Fiscal; 3. Direito da Concorrência e

da Regulação; 4. Direitos Fundamentais; 5. Direito Administrativo e

Administração Pública; 6. Direito do Ambiente, dos

Recursos Naturais e da Energia;

7. Direito Internacional e Relações Internacionais;

8. Ciências Jurídico- -Forenses;

9. Direito da Empresa; 10. Direito Penal; 11. Direito Civil; 12. Direito Intelectual; 13. Direito dos Transportes; 14. Direito Anglo-Saxónico; 15. Direito Comercial

Internacional.

MESTRADO EM DIREITO E CIÊNCIA JURÍDICA

Especialidades: 1. História do Direito; 2. Teoria do Direito; 3. Direito e Economia; 4. Direito Fiscal; 5. Direito Financeiro e

Económico Global; 6. Direito da União Europeia; 7. Ciências Jurídico-Políticas; 8. Ciências Jurídico-

-Ambientais; 9. Ciências Jurídico-

-Internacionais; 10. Direitos Fundamentais; 11. Direito Administrativo; 12. Direito Constitucional; 13. Direito Civil; 14. Direito Penal e Ciências

Criminais; 15. Direito Laboral; 16. Direito Comercial; 17. Direito Bancário e dos

Seguros; 18. Direito Intelectual; 19. Direito Marítimo e Direito

do Mar; 20. Direito Comercial

Internacional; 21. Direito Anglo-Saxónico; 22. Ciências Histórico-

-Privatísticas; 23. Direito das Confissões

Religiosas; 24. Ciências Jurídico-

-Filosóficas.

MESTRADO EM INTERIORIDADE E RELAÇÕES TRANSFRONTEIRIÇAS

Em colaboração com o ICS – Instituto de Ciências Sociais

DOUTORAMENTO EM DIREITO

Especialidades: 1. História do Direito; 2. Teoria do Direito; 3. Direito Romano; 4. Direito e Economia; 5. Direito Fiscal; 6. Direito Financeiro

e Económico Global; 7. Ciências Jurídico-Políticas; 8. Ciências Jurídicas

Internacionais e Europeias; 9. Ciências Jurídico-Civis; 10. Ciências Jurídico-

-Empresariais; 11. Ciências Jurídico-

-Criminais.

A Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, com mais de 100 anos de história, é uma das Escolas mais dinâmicas e prestigiadas do País. A qualidade do ensino é comprovada pelo êxito e empregabilidade

dos seus estudantes.A oferta formativa é referente aos três ciclos de estudos: Licenciatura, Mestrado e Doutoramento.

OFERTA FORMATIVA 2016/2017

Cidade Universitária, Alameda da Universidade, 1649-014 Lisboa – Portugal Tel. + (351) 217 984 600 – Fax. + (351) 217 984 603 – www.fd.ulisboa.pt

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Ensino

24 Perspetivas Maio 2016

Escola Superior Náutica Infante D. Henrique

Um mar de oportunidades

Uma breve abordagem à longa história desta escola remete-nos, inicialmente, para o ano de 1924. Foi nesta altura que se procedeu à reorganização do ensino náuti-co e foi criada a Escola Náutica, destinada exclusivamente à for-mação de alunos não militares para a Marinha Mercante. Per-maneceu sob a tutela da Marinha nas instalações situadas na rua do Arsenal e em 1972 assume a

atual designação, instalando-se no atual edifício, junto à estrada marginal em Paço d’Arcos. No ano de 1989, ocorre a integração no sistema educativo nacional ao nível do Ensino Superior Politéc-nico e, em 2007, transita para a tutela do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. Contrariamente à grande maioria dos institutos politécnicos nacio-nais, que têm, aproximadamente,

três décadas de existência, a ENI-DH é detentora de um história quase centenária, ao longo da qual tem tido um papel formativo de importância estratégica para o país.

Dentro desse papel, a tradição de formação de oficiais para a Mari-nha Mercante passou a ser comple-mentada com a formação em no-vas áreas. Falamos, concretamen-te, da ampliação do seu leque de formações, em 1999, para os cur-sos de Gestão, que atualmente es-tão divididos entre a Licenciatura em Gestão dos Transportes e Lo-gística e a Licenciatura em Gestão Portuária. Presentemente, a ENI-DH ministra as Licenciaturas de Pilotagem, Engenharia de Máqui-nas Marítimas (cursos diurno e no-turno), a Engenharia de Sistemas Eletrónicos Marítimos e os dois re-feridos cursos na área de Gestão. Para o ano letivo que se aproxima, prevê-se o início da nova Licencia-tura em Engenharia Eletrotécnica Marítima.

Explicitando o tal “mar de oportunidades” que esta oferta propõe trazer aos seus alunos, um primeiro exemplo (o mais tradicional no histórico da esco-la) é o de Pilotagem. O curso pre-para Oficiais de Pilotagem para a Marinha Mercante nacional e in-ternacional, em conformidade com os padrões de formação defi-nidos pela Convenção STCW –International Convention on Standards of Training, Certifica-tion and Watchkeeping for Seafa-rers da Organização Marítima In-ternacional (IMO).

Os mesmos padrões, bem como a respetiva acreditação, aplicam--se à formação em Engenharia de Máquinas Marítimas, represen-tando, consequentemente, as mesmas hipóteses de colocação profissional na marinha mercan-te internacional. A valorização destes diplomados advém, evi-dentemente, da natureza comple-xa de um navio e da sofisticação dos sistemas e equipamentos que incorpora, sendo isto também, naturalmente, aplicável à realida-de dos profissionais preparados pelas restantes formações em En-genharia que a ENIDH oferece aos jovens. Com o crescimento da frota marítima internacional, es-tamos perante atividades que têm vindo a conhecer uma cres-cente procura por parte do mer-cado, quer no contexto marítimo, quer no contexto de empresas

dos mais variados setores de ati-vidade em terra.

O panorama da empregabilida-de das formações da ENIDH é, aliás, de plena colocação nas di-versas vertentes que completam a sua oferta. A oferta em Gestão de Transportes e Logística prende--se com um segmento de crescen-te importância na gestão empre-sarial, correspondendo, aliás, a um fator igualmente importante na cadeia de valor da atividade das empresas. O caso concreto deste curso, serve não apenas o setor marítimo-portuário como a própria distribuição terrestre, tanto rodoviária como ferroviá-ria. Já a Licenciatura em Gestão Portuária, que é a única formação nacional na área do Port Manage-ment, vem preencher uma neces-sidade também estratégica para o desenvolvimento económico do

A Escola Superior Náutica Infante D. Henrique (ENIDH), em Paço d'Arcos, ocupa um lugar singular no panorama do Ensino Superior Público português, sendo a«única instituição vocacionada para a formação de oficiais para a Marinha Mercante e de quadros superiores para os setores marítimo e portuário.

The Tall Ships Races 2016A The Tall Ships Races, iniciada em 1956, é uma competição que

consiste numa regata de grandes veleiros, com o intuito de manter vi-vas as tradições dos grandes navios de vela, e que tem como missão promover o treino de Vela e Mar junto dos Jovens de todo o mundo. Após o sucesso da edição de 2012, a Regata de Grandes Veleiros re-gressa a Lisboa, de 22 a 25 de Julho, no novo Terminal de Cruzeiros de Lisboa, entre Santa Apolónia e o Terreiro do Paço, para uma edição que contará com mais de 50 grandes veleiros de todo o mundo, 3.500 jovens tripulantes de várias nacionalidades e cerca de 1 milhão de visi-tantes.

Luís Filipe Baptista aproveita para destacar a participação da ENI-DH neste evento, que “é extremamente mediático e importante no pa-norama da Vela internacional”. Realiza-se de quatro em quatro anos, sendo que, nesta edição, os navios partem de França, chegam a Lisboa no dia 22 de julho e partem para Cádiz no dia 25. Cinquenta alunos da ENIDH irão embarcar a bordo do navio Santa Maria Manuela e parti-cipar de forma entusiasta nesta competição, precisamente, na etapa Lisboa-Cádiz, com início a 25 e chegada a Cádiz no dia 28.

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Ensino

Maio 2016 Perspetivas 25

Escola Superior Náutica Infante D. Henrique

Av. Eng. Bonneville Franco • 2770-058 - Paço d'Arcos38°41'25.9"N 9°18'00.3"W • 38.690525, -9.300083Tel.: (+351) 214 460 010 • Fax: (+351) 214 429 546

www.enautica.pt

país, reforçando as competências dos quadros que operam no siste-ma portuário nacional.

A ENIDH, nos domínios da Pi-lotagem e da Engenharia, garan-te, igualmente, aos seus alunos a progressão para o ingresso em Mestrados. São três, designada-mente em Pilotagem, Engenharia de Máquinas Marítimas e Siste-mas Eletrónicos Marítimos.

Falando ainda de etapas de ensi-no, importa mencionar que a Esco-la aderiu, em 2015, a uma nova oferta superior que são os Cursos Técnicos Superiores Profissionais (CTeSP). A experiência arrancou, neste ano letivo, com dois cursos (Manutenção Mecânica Naval e Eletrónica e Automação Naval) e, para o próximo ano, está prevista a abertura dos CTeSP em Sistemas Informáticos e Redes e em Refrige-ração e Climatização. Neste mo-mento, a ENIDH é a única escola de Ensino Superior Público poli-técnico na área da Grande Lisboa que está a oferecer CTeSP, uma so-lução já existente em vários países europeus, e que vem dar resposta a um público que pretenda cursos de menor duração (dois anos) e de ca-ráter mais profissionalizante.

Em simultâneo, a ENIDH dis-ponibiliza também um vasto le-que de cursos de formação profis-sional de curta duração dedica-dos à comunidade marítima.

Perspetivas para o marConvidado a partilhar connos-

co o seu depoimento acerca de al-go que é um verdadeiro objetivo

é que exportam quadros qualifi-cados, que, nesta área em concre-to, é uma exportação com retorno de divisas para os países. Há ati-vidades em que os profissionais emigram, ficam lá fora, não vol-tam e o retorno para o país é re-duzido. Neste caso, os profissio-nais marítimos têm mobilidade para continuarem a ter a sua resi-

nacional, o Presidente da Escola, Luís Filipe Baptista, diz-nos que encara, “com alguma expetativa, o já falado programa de revitali-zação da Marinha Mercante na-cional”. Continuando, “parece que já se chegou à conclusão de que temos uma Marinha Mercan-te de tal maneira reduzida que poderá pôr em causa a própria soberania do país. A propósito disto, costumo dar como exemplo o caso do transporte de combus-tíveis para as ilhas, que, neste momento, não está a ser assegu-rado por nenhum navio de ban-deira nacional. Na carga conten-torizada, ainda conseguimos fa-zê-lo mas, no caso dos combustí-veis líquidos, esse transporte não é assegurado por navios nacio-nais, o que, para mim, coloca um problema de soberania. Para além disso, seria de todo o inte-resse que pudéssemos desenvol-ver uma Marinha Mercante com capacidade para nos podermos projetar junto dos países com quem temos relações económicas mais fortes”.

De qualquer forma, as carências da nossa frota e o desinvestimento no setor “não significam que este-jamos condenados a abandonar a formação marítima”. Pelo contrá-rio, Luís Filipe Baptista defende que o reforço desta área de forma-ção é “um investimento com retor-no e que deveria ser uma área prio-ritária para o Governo”. Justifican-do, “há vários países europeus sem Marinha Mercante significativa mas que, no entanto, apostaram na formação marítima e o resultado

dência e as suas famílias em Por-tugal, e trazerem divisas para cá”. Quando falamos destas divisas, falamos em algo que não é, de to-do, irrelevante, dado que a ten-dência atual deste mercado se traduz em elevados níveis de em-pregabilidade e de remuneração: “Atualmente, existe um défice enorme de Oficiais de Marinha

Mercante a nível comunitário, com a consequente necessidade de recrutamento de oficiais dou-tras proveniências, nomeada-mente asiáticos. A Marinha Mer-cante comunitária continua a crescer e não existem sequer jo-vens suficientes para compensar os profissionais que saem por li-mite de idade”.

Daniela Gonçalves, Presidente da AAENIDH Aluna do 2º ano da Licenciatura em Engenharia de Máquinas Marítimas

Quais os principais motivos para que tenha optado por estudar na ENIDH?

Na incerteza de que o Ensino Superior seria a melhor opção para mim na-quele momento, a ENIDH revelou-se um poço de oportunidades para aqui-lo que eu sempre sonhara ter e ser. Graças à especificidade dos cursos e de

ser a única instituição que os leciona, as oportunidades de emprego seriam muitas e a recompensa monetária também era aliciante.

Como é que classifica o ambiente e o funcionamento da escola?

Ao longo do tempo tem-se visto melhorias significativas no que diz respeito ao funcionamento e ambiente da Escola, despontando para um desenvolvimento crescente da própria instituição. Costumo dizer que quem faz o ambiente são os alunos e nos últimos anos tem melhorado bastante. Muitas têm sido as iniciativas da Comissão de Integração ao Aluno, da Associação de Alunos e da própria Escola, através de parcerias que se têm estabeleci-do, contribuindo assim para um espírito único e familiar, nunca esquecendo que a partilha entre outras escolas é essencial. Ainda há muitas arestas a limar na Escola Náutica. É uma instituição tradicionalmente conservadora e que olha muito para si mesma mas, felizmente, o horizonte começa a ser um objetivo. Nos últimos anos têm-se aberto as portas através da divulgação e da proximidade com empresas do setor marítimo-portuário. Julgo ser o melhor caminho para renovar a “minha querida Escola Náutica”, que tem um potencial enorme mal aproveitado.

Que mensagem gostaria de transmitir a alguém que esteja a ponderar o eventual ingresso na ENIDH?

A alguém que queira ingressar na Escola Náutica tenho a dizer que vai ser difícil de sair. Não que os cursos se-jam uma tortura, mas porque os melhores amigos que levamos para a vida são os do Ensino Superior. Temos gos-tos semelhantes, temos objetivos comuns e tudo isso se reflete na hora da despedida - a Escola Náutica apaixona pessoas pelo mar! Aqui, nada é perfeito, mas é o caminho para o aluno chegar mais longe. A Escola Superior Náu-tica Infante D. Henrique não forma só profissionais para a Marinha Mercante; forma pessoas, ensina-lhes que o camarada que está ao lado é tão ou mais importante que ele próprio. A frota nacional não está bem, mas há mui-to trabalho por esse mundo fora e isso não implica que tenhamos que emigrar - a vida do homem do mar é um vaivém. O jovem que queira ingressar na nossa Escola será muito bem recebido, pois uma vez matriculado já é um de nós. Os mais velhos dão o devido apoio na integração, na partilha de conhecimentos. A Escola Náutica não é a melhor Escola do Mundo, mas é a preferível para quem quer chegar a terra e deseja voltar para o mar!

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Ensino

26 Perspetivas Maio 2016

Escola Profissional Agrícola Conde de S. Bento

Ensino Profissional Agrícola centenário

Prosseguindo com o legado do seu digníssimo patrono – Conde de S. Bento – a Escola Profissional Agrícola Conde de S. Bento orgu-lha-se da sua notável idade. Não lhe falta vontade nem capacidade para ministrar um ensino de quali-dade, conjugando a componente curricular com os interesses dos alunos, das empresas e das famí-lias. Na sua já longa missão, man-tém os mesmos elevados padrões de exigência e rigor não abdicando do seu modelo sólido na formação geral, científica e técnica nem do seu papel na formação cívica e so-cial, em paralelo com a formação profissional, tendo sempre em vis-ta a integração plena dos alunos numa sociedade em constante mu-dança. Os ingredientes do sucesso desta Escola prendem-se com a sua vasta experiência aliada a uma cuidada atenção aos fenómenos associados à evolução do ensino e da sociedade em geral, mantendo--se, desta forma, sempre viva, ativa e inovadora.

Oferta formativaA EPACSB ministra formação na

área agrícola, através do Curso Técnico de Produção Agropecuária (nova designação), na área do tu-rismo com o Curso Profissional

Técnico de Turismo Ambiental e Rural, na área da restauração com os Cursos Profissionais Técnicos de Restaurante/Bar e Cozinha/Pastelaria e, na área da educação e formação com o Curso de Trata-mento de Animais em Cativeiro.

Numa clara ligação à terra, esta Escola segue o lema: “Produz, Transforma e Serve”, que diz res-peito ao ditado: “O ciclo da terra cumpre-se, explora a terra, confe-ciona e serve os comensais”, como nos explicou o nosso interlocutor, o Engenheiro Carlos Frutuosa.

A existência desta completa e di-versificada oferta formativa deve--se, também, ao corpo docente da instituição, o qual é caracterizado por Carlos Frutuosa como “está-vel”, pois cerca de 40% dos seus docentes já lecionam, nesta escola, há mais de duas décadas. Trata-se de cinquenta e três Docentes e trin-ta e oito Assistentes Técnicos e Operacionais, sendo que vinte, possuem Contrato Individual de Trabalho Indeterminado em Regi-me Geral de Segurança Social e, dezoito, com Contrato Individual de Trabalho Indeterminado em Regime de Proteção Social Conver-gente.

Será no seguimento da solidez do corpo docente, juntamente com o espaço natural e arquitetónico envolvente, a dimensão, a existên-cia de um internato e a sua posição geográfica que a existência de um ambiente acolhedor e de grande cumplicidade na própria Escola se verifica. A EPACSB é, nas palavras do nosso interlocutor: “uma escola de afetos”, onde as pessoas (docen-tes e discentes) se unem à natureza numa sinergia equilibrada e evolu-tiva.

Reabilitação da Quinta de Fora

A EPACSB nasceu no espaço físi-co do Mosteiro de S. Bento e, por-tanto, é impensável dissociar o per-curso da Escola, do Mosteiro e do seu Patrono. As mais-valias desta localização são inúmeras, como nos revela Carlos Frutuosa: “É um privilégio poder usufruir do espaço e contribuir, largamente, para a conservação e manutenção do edi-ficado e das terras. A imagem har-moniosa que se obtém do conjunto resulta, em grande medida, do tra-balho incansável das terras e da preservação da sua geografia natu-ral. O constrangimento, resultante das inibições próprias de um can-didato a Património Mundial da Humanidade, é facilmente contor-nado e deveras suplantado, pelo entusiasmo e orgulho de perpetuar uma obra desenhada por um ho-mem visionário”.

Desta forma e com o objetivo de inovar, crescer, melhorar e corres-ponder às exigências dos alunos e do setor, em Outubro de 2015 fo-ram concluídas e inauguradas as obras de reabilitação da Quinta de Fora. Estas obras que mereceram o apoio das instituições locais e euro-peias proporcionaram o nascimen-to da Casa Rosae que alberga um hotel com 3 quartos e um restau-rante pedagógico (que abrirá à co-munidade, em breve, com uma agenda pré determinada) e a Ca-sa do Sequeiro, que contempla um auditório (com capacidade para cem lugares sentados), duas salas para exposição ou pequenos eventos, uma sala de formação, um bar pedagógico e uma moradia com dois quartos e um centro de interpretação ambiental. Destina-

das à formação ministrada ao Cur-so de Restaurante/Bar, ao Curso Cozinha/Pastelaria e ao Curso Turismo Ambiental e Rural, estas instalações possibilitaram adqui-rir ferramentas e instrumentos práticos que em muito valorizam a aprendizagem. Resta criar uma equipa residente nestes novos es-paços, que possibilite o seu nor-mal e pleno funcionamento, no entanto, esta resolução será con-cretizada a curto prazo: “estamos confiantes que, em articulação com o Ministério da Educação e Ciên-cia, a formação desta equipa ocorra em breve”, reiterou o Diretor da Escola.

Exploração AgrícolaA EPACSB possui uma área

aproximada de 18ha, ocupados e distribuídos conforme os objetivos e as caraterísticas naturais. Para o efeito, possui: Zona Social, Casa das Vendas, Cafetaria, Biblioteca Rosae, Reprografia, Internato, Ser-viços de Administração Escolar, Cozinha (serve quatro refeições/dia), Sanitários e balneário (mas-culino e feminino), três Laborató-

rios, seis Oficinas Tecnológicas, três Áreas Polivalentes e a Quinta de Fora (Casa Rosae e Sequeiro). Perante esta descrição, o nosso in-terlocutor apontou que a escassez de pessoal não docente (face às obrigações inerentes ao bom fun-cionamento de espaços e equipa-mentos), indexada à percentagem de funcionários com idade supe-rior a 50 anos que está na ordem dos 62%, estão, atualmente, a ser alvo de análise: “Estamos cons-cientes da urgência de olhar para estes dados com determinação e sentido prático”, esclareceu Carlos Frutuosa.

No entanto, numa área ampla e extremamente produtiva, a Explo-ração Agrícola torna-se essencial. Destacam-se quatro grandes seto-res: o setor Vitivinícola, o setor Hortofrutícola, o setor da Pecuária e o setor da Transformação. Em criação de géneros, a EPACSB pro-duz vinho verde branco (Conde de S. Bento Loureiro e Conde de S. Bento), produtos hortícolas diver-sos, frutas dos mais variados tipos, com particular destaque para a cul-tura do kiwi e a produção de leite de vaca; Opera diversas transfor-

Situada nas Quintas do Mosteiro de S. Bento, em Santo Tirso, a Escola Profissional Agrícola Conde de S. Bento (EPACSB) celebra 103 anos de existência. Como forma de celebração e reconhecimento procuramos, junto do seu Diretor, Carlos Frutuosa, perceber o funcionamento desta instituição bem como o seu desenvolvimento e evolução existentes ao longo dos anos.

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Ensino

Maio 2016 Perspetivas 27

Escola Profissional Agrícola Conde de S. Bento

mações em produtos autóctones como o queijo fresco/ curado, as bolachas e as compotas. De salien-tar que as operações de transfor-mação são resultantes de um tra-balho coletivo em que são envolvi-dos todos os agentes educativos, ou seja, professores alunos e funcio-nários. Todos os produtos são ven-didos na Casa das Vendas e acres-ce-se ainda a componente solidária (é oferecido apoio a famílias e insti-tuições de solidariedade social).

Sinergias com o tecido empresarial

Para garantir aos alunos uma só-lida formação prática, a EPACSB, estabeleceu Protocolos de Coope-ração com cerca de trezentas em-presas (nas diversas áreas de for-mação que ministra). É em cir-cunstâncias reais (empresas), que os alunos realizam a Formação em Contexto de Trabalho e, em alguns casos, o seu projeto de PAP (Prova de Aptidão Profissional). Estas parcerias asseguram uma primeira experiência no mercado de traba-lho e, para as empresas, a criação de uma bolsa de jovens, para futu-ros empregos. As vantagens são vi-síveis e verificáveis para ambas as partes envolvidas (alunos e empre-sas) e, nas palavras do nosso entre-vistado, estas relações constituem “uma mais-valia do Ensino Profis-sional”. Carlos Frutuosa acrescen-tou: “Sem desprimor para nenhum dos nossos pares, destaco a parce-ria com uma empresa do ramo das sementes e pesticidas. A já longa

parceria entre a EPACSB e a Syn-genta tem vindo a demonstrar o quão importante é o estabeleci-mento de pontes entre o setor do ensino e o setor económico. Há ga-nhos efetivos para ambas as partes (os ensaios de produção de milho para silagem são exemplos desses ganhos)”.

Os dados relativos à taxa de em-pregabilidade são sempre relevan-tes, no entanto, nem sempre é fácil aferir o grau de empregabilidade também por razões de ordem terri-torial (muitos alunos ingressam na escola vindos de regiões longín-quas), o que não facilita o seu acompanhamento. Todavia, para o Diretor da Escola: “É possível afir-mar com um elevado grau de certe-za, que aproximadamente 50% dos alunos prosseguem os estudos. En-tre 20% a 25% ingressam no mer-cado de trabalho. Os restantes pro-curam nos projetos familiares o ni-cho ideal para iniciarem a sua car-reira profissional e, alguns, em menor número, arrojam na criação do seu próprio emprego, criando

pequenas unidades. O balanço é francamente positivo, assim o afir-mam os ex-alunos, atuais empre-sários e pais de família (alguns de-les com residência fixa por terras de S. Bento) ”, concluiu.

Retoma no setor agrícolaO sector agrícola, após uns anos

de profunda crise, tem vindo a dar sinais de retoma. Esta é a análise do nosso interlocutor que se pron-tificou a justificar este crescimen-to: “O surgimento de novos nichos de mercado tem potenciado esse crescimento (pequenos frutos, plantas aromáticas e medicinais, produção em escala de vinhos de qualidade e frutas, como é o exem-plo do kiwi e pera rocha, azeite e outras culturas)”. Mas, “conti-nuam a faltar incentivos e, sobre-tudo, apoio técnico aos agriculto-res”, acrescentou.

A APEPA (Associação Portugue-sa das Escolas Profissionais Agrí-colas) é constituída por catorze es-colas públicas e uma privada e é convicção da direção desta associa-ção, que o número existente de es-colas seja suficiente para ministrar o ensino agrícola em Portugal. Se-gundo Carlos Frutuosa estas esco-las “estão distribuídas praticamen-te por todo o território português, possuem estruturas físicas e capital humano de elevado valor, possuem uma larga experiência e uma visão atual do setor. São credíveis, assen-tam os seus méritos em provas da-das e a longevidade de algumas obriga a uma revisão dos seus qua-dros de pessoal não docente e à

modernização de equipamentos”. Tecendo um comentário sobre o aumento do número de escolas de ensino regular a lecionar cursos de ensino profissional, o nosso entre-vistado assegurou: “É fundamental que a formação agrícola seja da ex-clusiva responsabilidade destas instituições (referindo-se às insti-tuições de ensino profissional), ga-rantindo as necessárias condições técnicas e financeiras para o efei-to”, rematou.

Consolidação e reconhecimento

Do alto dos seus 103 anos de existência, a Escola Profissional Agrícola Conde de S. Bento está bem viva, jovem e com vontade de viver mais cem anos. “Recomenda--se!”, reiterou o seu Diretor. A re-cente inauguração das obras de reabilitação da Quinta de Fora são uma clara demonstração da sua vi-talidade. O apoio da Câmara Muni-cipal de Santo Tirso, responsável pela candidatura e acompanha-mento das obras, e parceira tam-bém em outros projetos, evidencia o prestígio e a notoriedade que esta Escola possui. Mas, nem só dentro

de portas é feito este reconheci-mento e o futuro desta Escola pas-sa, também pela internacionaliza-ção. É exemplo, o caso do Instituto Médio Agrário do Chokwé, em Mo-çambique, que funciona, agora, em parceria com a EPACSB devido à assinatura de um protocolo de ge-minação em 2012. Este protocolo teve como consequência, para já, a formação e apoio pedagógico a di-versos professores Moçambicanos. Em final de conversa, foi abordada, pelo nosso interlocutor, a Festa das Rosas, que constitui uma iniciati-va com tradição nesta Escola. Es-ta celebração, que se realizará nos dias 4 e 5 de Junho em honra de uma flor cultivada e muito apreciada na região, assegura e perpetua a filosofia de uma escola aberta e acolhedora. Os Tirsenses reconhecem e premeiam a escola e a sua comunidade escolar, com uma maciça presença nos dois dias de festa. “Todos os visitantes são bem-vindos. O programa reú-ne vários interesses: a mostra das rosas e um programa social anima-do – música, gastronomia, conví-vio e um voltar a casa de muitos ex--alunos”, finalizou Carlos Frutuo-sa.

Oferta FormativaCursos de Educação e Formação:

Tratador de Animais em CativeiroCursos Profissionais Técnicos Nível IV: Agropecuária • Cozinha/Pastelaria • Restaurante/Bar • Técnico de Turismo

Ambiental e RuralCurso Técnico Superior Profissional (CTeSP):

Técnico Superior em Cuidados Veterinários

Largo Abade Pedrosa, nº1 Santo TirsoTel.: 252 808 690/1/2/3/4/5/6/7/8 • http://epacsb.pt/

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Maio 2016 Perspetivas 29

YourAuditAuditoria

Um novo player na auditoria, nascido num contexto de mudança

Começando por nos deixar con-textualizados acerca desta inicia-tiva, o nosso interlocutor fala-nos da “reunião de um conjunto de coincidências muito felizes”. Em primeiro lugar, a existência de uma rede como o Grupo Your, que é “um caso de sucesso de em-preendedorismo, com uma déca-da no mercado e já com dez áreas de negócio à volta do seu concei-to”. Como consagração desse re-ferido sucesso, o Grupo Your já foi indicado como Empresa Gaze-la pela Revista Exame e, entre os dados mais ilustrativos do seu crescimento, pode enunciar-se a sua equipa de 90 colaboradores ou uma carteira que reúne cerca de mil clientes.

Trata-se, assim, de um projeto empresarial que se impôs, de for-ma assertiva, no mercado da con-sultoria financeira mas também num conjunto diversificado de áreas de atuação. Atualmente, co-bre soluções que atravessam a

contabilidade e fiscalidade, co-municação, tecnologias de infor-mação, seguros, recursos huma-nos, serviços administrativos, se-gurança e higiene no trabalho, a já referida consultoria financeira e, recentemente, a auditoria e re-visão legal de contas.

O aparecimento desta última atividade era “um sonho antigo das responsáveis pelo Grupo Your, que começaram a sua car-reira como auditoras, precisa-mente na KPMG, onde eu estive durante 14 anos e o meu sócio, Jorge Martins, esteve durante 7. Foi aí que todos nos conhece-mos”. Conjugaram-se, portanto, as condições para que a YourAu-dit aparecesse, em agosto do ano passado, como o braço do Grupo Your para o ramo da auditoria.

Em sintonia com o espírito ino-vador do próprio grupo, importa sublinhar que a YourAudit procu-ra não ser apenas mais uma, ten-do sido idealizada de acordo com

convicções muito claras sobre co-mo um novo player pode fazer a diferença neste setor. Hugo Sal-gueiro diz-nos que “a visão da YourAudit relativamente ao que é a auditoria é uma visão muito proativa”. Acrescenta, clarifican-do que “a auditoria não é, unica-mente, a emissão de uma Certifi-cação Legal das Contas”. Dentro de uma certa dicotomia que se ve-rifica entre uma lógica meramen-te detetiva e uma lógica preventi-va, de acompanhamento do clien-te ao longo do exercício auditado, a orientação da YourAudit insere--se claramente na segunda. “Valo-rizamos igualmente a qualidade do output do nosso trabalho, as-sente em metodologias robustas, como vetor essencial para confe-rir valor acrescentado ao cliente, sem descorar o cumprimento dos requisitos de independência.”

O que isto significa é que está a responder a uma carência mani-festada pelo mercado ao qual se dirige, que é, sobretudo, o das PME. Conforme aponta, “o que acontece muitas vezes neste mer-cado é que a auditoria é feita à distância e desempenhada nessa

lógica detetiva, muito devido à pressão dos honorários”. A im-portância de um serviço de quali-dade, à imagem do que normal-mente se pratica junto das empre-sas cotadas ou das entidades de interesse público, é crescente, vis-to que, “cada vez mais, os sta-keholders exigem informação fi-nanceira fiável”. Decorre daí que, no contexto atual, “a auditoria é muito mais do que o simples cum-primento das obrigações regula-mentares”.

Se a ideia de transportar os mais elevados padrões de quali-dade para o middle-market é uma boa intenção, como aplicá-la com viabilidade? Hugo Salgueiro es-clarece-nos: “Idealizámos e apli-cámos o conceito em que acredi-tamos que é o de funcionarmos em pirâmide invertida no traba-lho de campo. A estrutura de base assenta no serviço partilhado com o Grupo Your, que nos faculta os recursos e ferramentas necessá-rias para que o trabalho mais bá-sico possa ser feito numa ótica de shared services center e de estan-dardização de procedimentos. Já o trabalho no terreno é desempe-

nhado pelos partners e managers, o que, no mercado, não acontece na generalidade das situações mas representa outras garantias para o cliente. Este plano, por si só, não seria suficiente se a nossa estrutura não tivesse profissio-nais com experiência muito rele-vante de trabalho numa Big Four, que pudessem trazer para a You-rAudit as melhores práticas”.

Para já, o balanço é positivo e o entrevistado refere que “o maior motivo de orgulho para a YourAu-dit foi ver que, durante os cinco meses de atividade decorridos no exercício de 2015, foram realiza-dos cerca de 30 engagements em cerca de 20 clientes diferentes, nos mais variados serviços que um ROC pode prestar”. Conse-guiu-se, assim, “experimentar o mercado nas mais diversas ativi-dades, perceber o que é preciso melhorar e como é que a YourAu-dit tem que agir”. Para o futuro, Hugo Salgueiro apresenta como objetivo da sociedade ser “uma referência no mid-tier do setor, com foco no middle-market mas com abertura e capacidade para outro tipo de desafios”.

Desde agosto de 2015 que a YourAudit vem reforçar o leque de atividades do Grupo Your, nomeadamente pela inclusão da auditoria e revisão legal de contas. Criada por profissionais com experiência relevante numa das Big Four do setor, procura responder aos requisitos de um mercado em clara mutação, através de uma filosofia inovadora que Hugo Salgueiro (um dos sócios) nos ajudou a conhecer.

www.grupoyour.pt

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30 Perspetivas Maio 2016

AuditoriaUHY Portugal

Recuperação lenta mas gradual

Com forte presença da rede em que se insere em mercados como o da América Latina, o Europeu ou o Norte-Americano, esta experiência versada na transversalidade permite à UHY Portugal ter uma visão pro-funda sobre as características e a saúde da economia portuguesa. O contacto com inúmeras empresas internacionais dota-os de uma com-preensão abrangente dos vários se-tores económicos e das políticas de mercado favoráveis para o cresci-mento financeiro.

A profunda crise que o país tem vivido, sobretudo na última década, fragilizou bastante o sistema finan-ceiro português, com especial reper-cussão no tecido empresarial nacio-nal. Carlos Costa, responsável pelo Business Development da UHY Por-tugal, acrescenta - “Notam-se algu-mas melhorias, especialmente por-que há empresas que já começaram a consolidar a alavancagem à banca. As mais resilientes já ultrapassaram

um pouco esse processo. Nesta fase há 2 tipos de empresas: aquelas que sobreviveram mas permanecem em grande dificuldade e aquelas que fi-caram mais fortes”.

A elevada alavancagem financeira ocorre quando a empresa está muito dependente de endividamento ex-terno no financiamento dos seus ac-tivos, o que pode aumentar os riscos sobre a mesma. Este contexto eco-nómico influenciou negativamente o acesso das empresas ao crédito, so-bretudo devido ao aumento expo-nencial das taxas de “Spread” que as instituições bancárias impunham. O auge terá mesmo sido por volta de 2012 quando os Bancos cobravam taxas por vezes bem acima de 6%. Carlos Costa afirma: “Através da nossa experiência e do nosso rela-cionamento com as empresas, senti-mos de uma forma muito objetiva que algumas companhias deixaram de ser lucrativas porque os custos fi-nanceiros dispararam de uma forma

brutal. Criou-se um mecanismo per-verso em que o constante aumento dos “spreads” causava enormes difi-culdades financeiras que se repercu-tiam em risco acrescido. Parece que tudo está um pouco melhor, mas na-da se ultrapassou”.

António Oliveira, sócio da UHY Portugal, sublinha neste ponto a ne-cessidade cada vez maior das empre-sas se disponibilizarem às auditorias financeiras: “As empresas que se preocupam em ter as suas contas au-ditadas saem claramente credibiliza-das junto das instituições bancárias o que facilita o acesso ao crédito”.

Recentemente temos vindo a as-sistir a uma lenta recuperação eco-nómica em Portugal assim como a um aparente alívio da situação de re-cessão, sendo disso ilustrativo o no-vo Plano de Estabilidade e Cresci-mento apresentado pelo governo presidido por António Costa. Os cré-ditos de apoio às empresas também já oferecem taxas mais competitivas

aumentando significativamente a capacidade de sustentabilidade das empresas. António Oliveira admite: “Parece-me acertada a vontade de querer recuperar a capacidade de consumo interno uma vez que os mercados externos continuam mui-to instáveis. No entanto, tenho a im-pressão de que as empresas que apostam nas exportações estão mais saudáveis, mas para isso é necessá-rio que os mercados em que estas apostaram continuem fortes”.

Esta é uma condicionante de extre-ma importância no sucesso económi-co de um país, já que as suas empresas são diretamente afetadas pelas crises políticas dos vários estados. A título de exemplo, a instabilidade vivida atual-mente no Brasil fez com que a dívida pública aumentasse aproximadamen-te 3 pontos percentuais só nos últimos 2 meses, o que se traduz simultanea-mente no decréscimo do investimento assim como no aumento dos encargos financeiros.

“Quando se aposta numa estraté-gia de exportação é preciso ter a ca-pacidade de reduzir o risco. Só um plano cuidadosamente concebido e com uma clara aposta na diversifica-ção de destinos conseguirá ter suces-so. Trabalhamos com empresas que operam em diferentes setores como o Automotivo, o Cerâmico, ou o das Tecnologias de Informação e que são claros exemplos das mais-valias

que esses projetos de internacionali-zação podem trazer”.

As recentes exigências fiscais cada vez mais rigorosas obrigam a uma evolução das técnicas de gestão das empresas portuguesas, o que implica igualmente a aposta na inovação, na reinvenção da imagem e do produto, mas também provocam ajustamentos nos modelos de negócio. A propósito, Carlos Costa refere: “Nós trabalhamos com muitos setores no país e na in-dústria dos lacticínios, por exemplo, existem produtos extremamente inte-ressantes com uma capacidade brutal em termos de força de exportação. No entanto, a orientação e agilidade na conexão entre estes é fraca. Ainda fal-ta olear a máquina para potenciar os níveis de exportação”.

O aumento da confiança no país proporcionou um incremento resi-dual do investimento estrangeiro. Embora não possa ser a principal preocupação do estado é hoje um dos mecanismos mais importantes das economias mundiais, sobretudo pela capacidade de criação de emprego. Para Carlos Costa esta é uma questão fundamental: “Temos todas as condi-ções como país para poder atrair in-vestimento estrangeiro, porque ape-sar de ficarmos longe do centro da Eu-ropa também somos uma das portas de entrada, mas o importante é conti-nuar a criar contextos favoráveis para facilitar este processo”.

Com empresas da sua rede internacional em mais de 90 países a UHY Portugal especializa-se em serviços de Auditoria e Consultadoria Financeira. Têm por isso um conhecimento muito particular da economia nacional que o “Perspetivas” pretende destacar

Campo Grande 28, 5º A/D / 1700-093 LisboaTel.: +351 217 613 330

[email protected]/#location//Portugal/

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