Socialização 3° a vidas secas

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Sala de leitura Cinelzia Profª Cida Gregio e Sueli Alves Alunos 3ª série A Profª Márcia Wolff

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Sala de leitura CinelziaProfª Cida Gregio e Sueli Alves

Alunos 3ª série AProfª Márcia Wolff

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Viagens Literárias

Vidas Secas - Graciliano Ramos TEMPO O tempo na obra está mais voltado ao psicológico, já que não se estabelecem cronologicamente datas. O período da ação narrativa é determinado entre duas secas. ESPAÇO O espaço da obra é o sertão nordestino, que entra aqui como elemento bem definido através de descrições e caracterizações minuciosas.

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LINGUAGEM E TEMA

Linguagem

Linguagem seca e direta, concisa, o vocabulário é restrito, usam diálogos, frequentemente a perguntas e respostas, pensamentos e frases soltas. Se comunicam por meio de grunhidos, onomatopeias, exclamações, resmungos e gestos; quase um monólogo.

Tema

O livro retrata a vida de pessoas que vivem no sertão brasileiro, a luta pela sobrevivência diante do flagelo da estiagem, desprezo com que os personagens são tratados e opressão social no Nordeste do Brasil.

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“Mudança” e “Fuga”

No primeiro capítulo: “Mudança”, mostra o ambiente nordestino de seca, apresenta os personagens que estão migrando e mostra a chegada à fazenda em que se instalam.O Último capítulo, “Fuga”, acompanha a saída da família da fazenda, novamente fugindo da seca.

Mudança e Fuga representam o fechamento de um ciclo. A ideia de ciclo é o movimento feito pela família de Fabiano fugindo da seca, eternas fugas... fuga, permanência e fuga novamente.O primeiro e o último capítulos de Vidas Secas, temos a presença da família de sertanejos peregrinando sobre o sol escaldante do sertão à procura de áreas menos castigadas pela seca.

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Secura da própria linguagem, não somente do ambiente

– Anda, condenado do diabo, gritou-lhe o pai.– Anda, excomungado.– Este capeta anda leso.– Inferno, inferno.– Capeta excomungado.– Conversa. Dinheiro anda num cavalo e ninguém pode viver sem comer. Quem é do chão não se trepa.Passar a vida inteira assim no toco, entregando o que era dele de mão beijada! Estava direito aquilo? Trabalhar como negro e nunca arranjar carta de alforria!– Um dia um homem faz besteira e se desgraça.– Miseráveis.– Pestes.

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Trechos em que a cachorra Baleia é descrita como se fosse humana

A cachorra Baleia, diferentemente de seus donos, assume, de certa forma, o papel de um humano no enredo. No capítulo do livro intitulado “Baleia”, o autor atribui à cachorra uma série de descrições que não são comumente associadas a animais. No início do capítulo, a cachorra é assim descrita: “Ela era como uma pessoa da família: brincavam juntos os três, para bem dizer não se diferenciavam, rebolavam na areia do rio e no estrume fofo que ia subindo, ameaçava cobrir o chiqueiro das cabras”. Durante a narração dos últimos momentos da vida de Baleia, em algumas passagens, o autor deixa claro o caráter personificador que ao animal foi atribuído. Primeiro, “a cachorra espiou o dono desconfiada”, como que prevendo que o dono viria a sacrificá-la. Após levar o tiro, faltando-lhe a perna traseira, Baleia “andou como gente, em dois pés, arrastando com dificuldade a parte posterior do corpo”.

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COMPARAÇÃO DO ROMANCE AO POEMA DE JOÃO CABRAL DE M. NETO, “MORTE E VIDA SEVERINA”

O poema de João Cabral apresenta uma interpretação da obra de Graciliano Ramos, as duas obras abordam a seca e os retirantes, mas de formas diferentes. Em “Vidas secas” a finalização da narrativa é mais “negativa” e a impressão é de que Fabiano e sua família vão para sempre continuar fugindo da seca. “Morte e Vida e Severina”, o texto narrado em terceira pessoa, em forma de poesia, discorre sobre a miséria, a morte e anonimato. Severino, em sua caminhada pela seca nordestina, tenta apresentar-se ao público, mas a falta de individualidade e a pobreza do sertanejo o impedem de uma melhor apresentação e identidade. Entretanto, ao final a esperança surge e dá a entender que, apesar de todo o mal que a seca pode causar, ainda há espaço para a vida, mesmo para uma vida severina.

Iguais em tudo na vida,Morremos de morte igual

Mesma morte Severina [...]

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Crítica literária do autor Alfredo Bossi sobre a obra

Graciliano Ramos retratou em sua obra Vidas Secas um coerente sentimento de rejeição que adviria do contato do homem com a natureza ou com o próximo. Escrevendo-o em uma linguagem dialética por excelência do conflito, onde reinava um espírito de indagação e indignação frente ao problema da seca no nordeste. Provocando dissídio entre a consciência do homens e o labirinto que precisava ser desvendado. Onde o espírito literário da obra é critico, reconhecendo no protagonista (Fabiano) o caminho oposto que segue a sociedade, fazendo sondagem moral. A paisagem é retratada em Vidas Secas por poucas descrições, relatando a realidade hostil que o retirando Fabiano vivia. Desvendando a nora precária dado a Graciliano como obra regionalista universal. O inicio do livro-Mudança o final do livro Fuga mostra claramente o desespero das família de retirantes, o final de tudo, não existia mais possibilidade de viver, estavam condenados a morte. Fabiano era um ser não sociável, pois quase não fazia uso da linguagem associada a homens sabidos, por isso temia muito a eles. Para concluir, pode-se afirmar que não é possível acabar com as secas, a forma pela qual as autoridades brasileiras combatem-na como açudes e represamento de rios, isto só beneficia parte da população. Desta forma o problema que ocasiona a seca no Nordeste está intimamente ligado a estrutura social e programas sociais, não basta caminhões pipas, construção de cisternas, mas é necessário fazer a regiões áridas onde a seca prevalece, progredir e fazer parte do progresso do País.