Sobre Resiliencia

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7/24/2019 Sobre Resiliencia http://slidepdf.com/reader/full/sobre-resiliencia 1/14 evista brasileira de crescimento e desenvolvimento humano versão impressa ISSN 0104-1282 Rev. bras. crescimento desenvolv. hum. v.16 n.3 São Paulo dez. 2006  ATUALIZAÇÃO CURRENT C!!ENTS  Resiliência: em busca de um conceito +  Resilience: looking for a concet  !ina "# Taboada I $ %duardo &# Legal II $ !i'aldo (ac)ado III I Universidade do "ale do Ita#a$ %UNI"&'I() Rua Uru*uai+ 4,8 - Centro Ita#a$+ SC) Ce. 88/02-202) E-mail.nina)taboada*mail)com II Universidade do "ale do Ita#a$ %UNI"&'I( Rua Uru*uai+ 4,8 - Centro Ita#a$+ SC) Ce. 88/02-202 III Universidade ara o esenvolvimento do &lto "ale do Ita#a$ %UNI&"I() Rua uilherme emballa+1/) Rio do Sul+ SC) CE3. 8)150-000  R%*U(O resente trabalho teve como ob#etivo investi*ar na literatura eseciali6ada as rinciais de7ini9es de resili:ncia e seus conceitos oeracionais) Entende-se+ de maneira *eral+ resili:ncia como sendo o rocesso onde o indiv$duo conse*ue suerar as adversidades+ adatando-se de 7orma saud;vel ao seu conte<to) iante da diversidade de de7ini9es encontradas+ estas 7oram a*ruadas em tr:s ei<os rinciais+ entendendo a resili:ncia como um rocesso. adata=o>suera=o? inato>ad@uirido? circunstancial>ermanente) Tendo em vista a necessidade de comreens=o de outros temas diretamente relacionados com a resili:ncia+ o trabalho aresenta sess9es @ue versam sobre. estresse+ coping e suas rela9es com resili:ncia? 7atores de risco+ 7atores de rote=o e vulnerabilidade) Constata-se a 7alta de de7ini9es oeracionais claras acerca do 7enAmeno+ bem como se su*ere @ue a resili:ncia ode ser entendida como uma estratB*ia de coping com resultados ositivos e atB trans7ormadores)

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evista brasileira de crescimento e desenvolvimentohumanoversão impressa ISSN 0104-1282

Rev. bras. crescimento desenvolv. hum. v.16 n.3 São Paulo dez. 2006

 

ATUALIZAÇÃO CURRENT C!!ENTS

 

Resiliência: em busca de um conceito+

 

Resilience: looking for a concet

 

!ina "# TaboadaI$ %duardo &# LegalII$ !i'aldo (ac)adoIII

IUniversidade do "ale do Ita#a$ %UNI"&'I() Rua Uru*uai+ 4,8 - Centro Ita#a$+ SC)Ce. 88/02-202) E-mail.nina)taboada*mail)comIIUniversidade do "ale do Ita#a$ %UNI"&'I( Rua Uru*uai+ 4,8 - Centro Ita#a$+ SC)

Ce. 88/02-202IIIUniversidade ara o esenvolvimento do &lto "ale do Ita#a$ %UNI&"I() Ruauilherme emballa+1/) Rio do Sul+ SC) CE3. 8)150-000

 

R%*U(O

resente trabalho teve como ob#etivo investi*ar na literatura eseciali6ada asrinciais de7ini9es de resili:ncia e seus conceitos oeracionais) Entende-se+ demaneira *eral+ resili:ncia como sendo o rocesso onde o indiv$duo conse*uesuerar as adversidades+ adatando-se de 7orma saud;vel ao seu conte<to) ianteda diversidade de de7ini9es encontradas+ estas 7oram a*ruadas em tr:s ei<osrinciais+ entendendo a resili:ncia como um rocesso. adata=o>suera=o?inato>ad@uirido? circunstancial>ermanente) Tendo em vista a necessidade decomreens=o de outros temas diretamente relacionados com a resili:ncia+ otrabalho aresenta sess9es @ue versam sobre. estresse+ coping e suas rela9escom resili:ncia? 7atores de risco+ 7atores de rote=o e vulnerabilidade) Constata-sea 7alta de de7ini9es oeracionais claras acerca do 7enAmeno+ bem como se su*ere@ue a resili:ncia ode ser entendida como uma estratB*ia de coping com resultados

ositivos e atB trans7ormadores)

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ala'ras,c)a'es: Resili:ncia) Estresse) &data=o sicol*ica) Datores de risco)

A-*TRA.T

The resent orF aimed to investi*ate in the seciali6ed literature the mainde7initions o7 resilience and its oerational concets) enerallG seaFin*+ resilienceis understood as the rocess in hich the individual is able to overcome adversities+ad#ustin* himsel7 in a healthG aG to his conte<t) In vie o7 the diversitG o7de7initions that ere 7ound+ these ere *roued into three main a<es+ considerin*resilience as an adatation>overcomin* rocess? an innate>ac@uired rocess? acircumstantial>ermanent rocess) ue to the need o7 understandin* other sub#ectsdirectlG related to resilience+ the orF resents sections that aroach. stress+coin* and their relations ith resilience? risF 7actors+ rotection 7actors andvulnerabilitG) It is clear that there is a lacF o7 clear oerational de7initionsconcernin* the henomenon+ and it is su**ested that resilience can be understoodas a strate*G o7 coin* ith ositive and even trans7ormin* results)

/e0 1ords: Resilience) Stress) Coin* behavior) RisF 7actors)

 

 INTRODUÇÃO

&s mudanas ocorridas na modernidade incutiram um novo ritmo+ novas e<i*:ncias+novas demandas+ tra6endo con7litos @ue t:m se multilicado a cada dia) Estescon7litos odem ser tradu6idos+ numa dimens=o interessoal+ elos desa7ios edi7iculdades en7rentados diariamente+ num ambiente de cometi=o acirrada+ dee<ectativas muitas ve6es acima das ossibilidades reais do su#eito1+ onde cresce onHmero de mar*inali6ados e e<clu$dos e de atolo*ias diversas+ incluindo ostranstornos mentais)

& sicolo*ia+ como outras ci:ncias humanas > da saHde+ vem acomanhando essemovimento+ chamando a aten=o+ or meio da rodu=o de conhecimento+ ara a7orma como as essoas se desenvolvem diante de suas circunstJncias+ ou se#a+seu lu*ar de vida+ seu temo de histria2)

bserva-se ent=o no camo das ci:ncias humanas e da saHde uma mudana dearadi*ma. se antes o 7oco de estudo estava voltado ara as atolo*ias+ doenasmentais e car:ncias humanas+ torna-se ho#e mister voltar nosso interesse ara asotencialidades e habilidades do homem+ a 7im de comreender a saHde mental/+4)

Nesse conte<to+ um 7ato vem chamando a aten=o da ci:ncia. como al*unsindiv$duos+ aesar de todo um conte<to de adversidade e intenso estresse+conse*uem se desenvolver de maneira saud;vel+ corresondendo Ks e<ectativassociaisL Na trilha dos estudos sobre tal 7ato encontramos um novo constructo emdesenvolvimento. a resili:ncia)

Dalar de um constructo relativamente novo+ ainda em desenvolvimento+ nos obri*aa tomar um enorme cuidado com o emre*o das alavras+ rincialmente com a

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recis=o dos conceitos utili6ados) S=o a clare6a e a ob#etividade na de7ini=o doconstructo @ue ermitem um di;lo*o construtivo entre es@uisadores+ a cria=o deuma a*enda em comum e ossibilita reunir es7oros ara e7etivar estudos @uetestam as hiteses 7ormuladas)

bservamos+ nos Hltimos 20 anos+ a resili:ncia con@uistando esao nos c$rculos

acad:micos de 3sicolo*ia+ e nos Hltimos cinco anos sendo discutida nos encontrosinternacionais,)

termo resili:ncia tem sua ori*em na D$sica e En*enharia+ sendo um dos seusrecursores o in*l:s Thomas Moun*,) Nesta ;rea+ resili:ncia B a caacidade de ummaterial ara receber uma ener*ia de de7orma=o sem so7r:-la de modoermanente,)

; nas ci:ncias humanas+ oder$amos de7inir inicialmente resili:ncia como acaacidade @ue al*uns indiv$duos aresentam de suerar as adversidades da vida)

Tra6er um conceito das ci:ncias 7$sicas+ @ue ossuem uma idiossincrasia di7erentedas ci:ncias de saHde+ re@uer al*uns cuidados) Sua de7ini=o+ nas ci:ncias sociais eda saHde ))) n=o B clara nem tamouco recisa @uanto na 7$sica ou na en*enharia%e nem oderia ser(+ consideradas a comle<idade e a multilicidade de 7atores evari;veis @ue devem ser levados em conta no estudo dos 7enAmenoshumanos, %)15()

& di7iculdade B tanta @ue+ ara Sla5 %)1O/(+ B mais 7;cil concordar sobre o @ueresili:ncia n=o si*ni7ica do @ue sobre o @ue a alavra si*ni7ica)

Como citado anteriormente+ de modo *eral a resili:ncia B de7inida como acaacidade humana de suerar as adversidades) & artir da$ descortina-se uma

*ama de outros conceitos de suorte+ 7atores e caracter$sticas @ue de7inem orocesso resiliente) & di7iculdade em se entender resili:ncia e sua reercuss=oacad:mica se d; #ustamente elo 7ato de lidarmos constantemente com outrosconceitos %7atores de risco+ de rote=o+ estresse+ adata=o+ suera=o+a#ustamento entre outros( @ue n=o ossuem+ muitas ve6es+ de7ini9es claras+e<l$citas+ o @ue ode resultar em con7us=o terica) Tal con7us=o se d; na medidaem @ue o termo resili:ncia B utili6ado ara descrever rocessos di7erentes) Taisdi7erenas+ ora sutis+ ora mais intensas+ tra6em imlica9es metodol*icasdiver*entes numa r;<is voltada ara a saHde e sua romo=oO)

P imortante notar @ue a constela=o tem;tica citada acima tambBm ossui suasdi7erenas tericas entre autores) 3ortanto+ deendendo de como cada es@uisadorde7ine os conceitos satBlites aontados+ as de7ini9es oeracionais da resili:nciase*uir=o determinada aborda*em+ conse@Qentemente a7etando suas ossibilidadesr;ticas) P conveniente ressaltar @ue+ embora tais conceitos se#am 7undamentaisara o tema resili:ncia+ s=o oucas as obras encontradas na literatura eseciali6ada@ue versem sobre eles)

No resente arti*o investi*amos a utili6a=o do tema resili:ncia na literaturaeseciali6ada rocurando identi7icar as di7erenas nas suas de7ini9es oeracionais+de acordo com seus autores)

Os conceitos de Resiliência

&s rodu9es cient$7icas @ue versam sobre resili:ncia odem ser ora voltadas araes@uisas sobre o constructo+ ora voltadas ara as r;ticas do mesmo) 3artindo deuma de7ini=o em comum %resili:ncia como a caacidade do indiv$duo de recuerar-

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se de > 7a6er 7rente K > lidar ositivamente com a adversidade(+ os conceitosoeracionais @ue versam sobre a resili:ncia s=o+ @uando resentes+ distintos) & 7imde 7acilitar a e<lana=o e e<osi=o das ace9es encontradas+ adotaremos omodelo de or*ani6a=o descrito or eslandes e un@ueiraO @ue+ em sua revis=o areseito do tema+ dividem as de7ini9es encontradas em tr:s los tem;ticosrinciais) S=o eles.

2 Resili:ncia en@uanto um rocesso de adata=o suera=o

2 Resili:ncia en@uanto um 7ator inato 7ator ad@uirido

2 Resili:ncia como al*o circunstancial caracter$stica ermanente

 Adaptação X superação

rimeiro lo nos su*ere a se*uinte @uest=o. o rocesso resiliente consiste emum manter-se saud;velapesar  das adversidades+ ou a resili:ncia imlica em

crescimento e desenvolvimento essoal através das adversidadesL

3ensar na resili:ncia elo viBs aesar da adversidade nos remete a um es7oro dosu#eito manter suas caracter$sticas anteriores ao con7lito assistido %adata=o(+ ouainda+ retornar ao estado de e@uil$brio %homeostase > alostase( anterior %bounceback () Essa caacidade seria 7ruto tanto de caracter$sticas essoais dos indiv$duos@uanto do estabelecimento de v$nculos a7etivos e de con7iana destes com o meio)&ssim+ estes indiv$duos conse*uem e<trair al*um arendi6ado diante do roblema+conse*uindo desenvolver comortamentos adatados ao @ue B eserado elasociedadeO)

; no viBs atravBs da adversidade encontramos a resili:ncia atuando de tal 7orma

@ue o su#eito B caracteri6ado or um con#unto de @ualidades ora resultantes dorocesso resiliente+ ora roiciadores do mesmo (é através das minhas habilidadese competências que me torno resiliente ou é através do processo resiliente que asdesenvolvo?))

&@ui a situa=o de risco B vista como oortunidade de suerar os rrios limites+construindo uma identidade 7ortalecida %suera=o() 'o*o+ a resili:ncia en@uantomodo de suera=o de situa9es con7litantes tra6 consi*o a ossibilidade dae<eri:ncia traum;tica ser elaborada simbolicamente+ ara @ue+ 7uturamente+ sirvacomo subs$dio ara novas situa9es estressantesO %)22(

Nesse viBs tem;tico encontramos uma *ama de @ualidades>habilidades a serem

incororadas %ou #; resentes( elo su#eito+ como. otimismo+ criatividade+ senso dehumor+ memria acima da mBdia+ comet:ncia social e educacional8+ 7le<ibilidade+iniciativa+ rositos? bom tra@ue#o social+ alto n$vel de inteli*:ncia10+ modosavanados de resolver roblemas+ alto n$vel de auto estima e autoconhecimento+habilidade de tomar decis9es+ ematia+ eserana em rela=o ao 7uturo+ consci:nciado seu valor e seu lu*ar no mundo11+12? aci:ncia+ tolerJncia+ resonsabilidade+determina=o+ comai<=o+ autocon7iana+ eserana1/) Tais atributos visam umaotimi6a=o de recursos a serem utili6ados 7rente a situa9es de intenso estresse) &resili:ncia n=o ode ser comreendida+ nesse caso+ como uma simles aus:ncia desintomas eserados 7rente a situa9es de intenso estresse e adversidade+ muitomenos como um rocesso de es@uiva 7rente a uma situa=o de risco) &lBm daaus:ncia de sintomas B reciso levar em conta atributos esec$7icos relacionados ao

indiv$duo e ao conte<to em @ue est; inserido)

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Entender+ ortanto+ a resili:ncia en@uanto um rocesso de suera=o 7ornece aoes@uisador uma sBrie de caracter$sticas re7erentes ao indiv$duo e ao seu conte<to+caracter$sticas essas @ue s=o 7ocadas nos mBtodos de mensura=o da resili:ncia+bem como em estratB*ias ara 7oment;-la)

Fator Inato X Fator Adquirido

Seria a resili:ncia um comonente+ uma 7ora+ uma caracter$stica intr$nseca danature6a humana+ ou se#a+ inata+ heredit;ria+ constitu$da elos nossos *enesL useria a resili:ncia constru$da socialmente+ cabendo ao ambiente estimul;-la edesenvolv:-laL Como se d=o as correla9es entre os asectos *enBticos eambientais na 7orma=o do indiv$duoL & :n7ase em @ual@uer um dos los+ se#a o*enBtico+ se#a o ambiental+ determinar; uma tend:ncia @ue ode ser de e<tremaimortJncia na @uest=o dos estudos sobre resili:ncia e sua utili6a=o na de7ini=ode ol$ticas Hblicas, %)42()

Tal discuss=o re7erente aos 7atores inatos e ad@uiridos B das mais anti*as+ tanto nasicolo*ia como na ci:ncia de modo *eral) Todos+ com al*um bom senso+ sabem@ue os seres humanos s=o roduto de uma ermuta entre os dois) !as nin*uBmconse*ue deter o debate14 %)11()

Nas rodu9es cient$7icas a reseito da resili:ncia n=o encontramos esta @uest=osendo levantada de modo direto) 3orBm+ as :n7ases ora no indiv$duo ora noconte<to nos remetem K @uest=o 7undamental. @uais s=o os 7atores roiciadores >criadores da resili:nciaL

3es@uisas @ue 7ocam caacidades e habilidades de um su#eito de 7ormadesconte<tuali6ada e @ue artem do onto onde a resili:ncia B consideradaen@uanto um trao ou uma caracter$stica de ersonalidade estariam maisroensas a identi7icar 7atores inatos no rocesso resiliente)

; as teorias @ue 7ocam o meio social en@uanto criador tanto do rrio discursocient$7ico %en@uanto 7avorecedor de determinados ensamentos ideol*icos( @uantodas r;ticas sociais cotidianas+ tendem a a7irmar @ue a resili:ncia se caracteri6a orser uma habilidade social @ue ode %e deve( ser arendida e estimulada)

& maioria dos es@uisadores concorda+ orBm+ @ue o ambiente e as rela9es sociaisestabelecidas n=o s=o meros coad#uvantes no rocesso resiliente+ tornando-seassim rota*onistas na histria da e7etiva=o da resili:ncia) meio tornar-se-iaent=o a chave rincial de um rocesso @ue ossui 7ortes ind$cios de ossuircomonentes inatos)

Circunstancial X er!anente

Hltimo lo a ser tratado reHne de al*uma 7orma as discuss9es levantadasanteriormente)

uando entendemos a resili:ncia en@uanto uma caracter$stica ermanente+estamos lidando com um trao de ersonalidade @ue+ teoricamente+ se mantBm aolon*o da vida+ 7a6endo com @ue o indiv$duo identi7icado como resiliente ossa serecuerar raidamente de @ual@uer e<eri:ncia traum;tica @ue or ventura venhaocorrer1,) Semre @ue a literatura tra6 termos como. crianas resilientes outornar os #ovens resilientes dearamo-nos com a idBia de @ue al*uBm @ue n=o era

resiliente assa a ser+ e esse rocesso *eralmente B descrito atravBs das @ualidadesmencionadas anteriormente) Identi7ica-se+ ortanto+ um indiv$duo resiliente atravBsdas habilidades e comet:ncias de7inidas como t$icas da resili:ncia+ eserando @ue

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o mesmo atue de acordo com as habilidades demonstradas erante as vicissitudesda vida+ se#am @uais 7orem)

&inda dentro da ersectiva ermanente+ 3ereira15 %)8O( aonta @ue. Uma das*randes aostas ara o r<imo mil:nio ser; tornar as essoas mais resilientes erear;-las ara uma certa invulnerabilidade @ue lhes ermita resistir a situa9es

adversas @ue a vida roorciona))))

Corroborando com estas a7irma9es+ Ralha-Sim9es1O descreve resili:ncia como umasuosta invulnerabilidade ine<lic;vel+ decorrente das estratB*ias di7erenciadasertencentes ao n$vel da constru=o de si*ni7icado essoal de cada indiv$duo)

& *rande maioria dos estudos 7oca a @uest=o da resili:ncia como trao+ narrando ascomet:ncias e habilidades envolvidas e mostrando como os ais e+ rincialmente+as institui9es de ensino devem romover a resili:ncia11+1/+18+1) s critBriosutili6ados elas tBcnicas de mensura=o de resili:ncia obedecem K mesma l*ica)

utro modo de entender a resili:ncia encontra-se no 7oco circunstancial) &@ui+ aresili:ncia B entendida en@uanto uma 7ora+ uma estratB*ia+ um con#unto dehabilidades utili6ado em determinado conte<to or determinado indiv$duo ara lidarcom determinada adversidade) N=o se trata de ser ou n=o resiliente+ ois resili:ncian=o B uma caracter$stica de ersonalidade+ mas sim um con#unto de a9es movidasor determinados ensamentos e atitudes relativos ao momento,)

Tusaie e Ger+ ao aontarem @ue os dom$nios da resili:ncia s=o esec$7icos dodesenvolvimento+ mudando com as etaas da vida+ a7irmam @ue a resili:ncia n=o Bum trao+ mas um estado)

Na mesma linha de racioc$nio odemos citar eslandes e un@ueiraO @ue entendem

a resili:ncia n=o como um rocesso estan@ue ou linear+ ois os indiv$duos odemaresentar-se resilientes em determinada situa=o e n=o em outras) Nessesentido+ n=o odemos 7alar de indiv$duos resilientes+ mas de uma caacidade dosu#eito de+ em determinados momentos e de acordo com as circunstJncias+ lidarcom a adversidade+ n=o sucumbindo a elaO %)22()

&ssim+ observa-se atualmente @ue h; uma tend:ncia or arte de al*unses@uisadores de resili:ncia a serem mais 7avor;veis a uma comreens=o deste7enAmeno en@uanto habilidade mani7esta em determinado conte<to comdeterminadas caracter$sticas+ abandonando idBias como ersonalidade resiliente+de7esa sicol*ica20 ou imunidade sicol*ica21)

 A constelação te!"tica # pano de $undo da resiliência

Em decorr:ncia da amlitude dos temas a@ui abordados+ aresentaremos umas$ntese sobre as rinciais de7ini9es e os conceitos mais utili6ados na literatura a7im de esclarecer de 7orma um ouco mais aro7undada a constela=o tem;ticaamlamente citada @uando o assunto B resili:ncia)

%stresse

Estresse ode ser entendido como um con#unto de altera9es acontecidas numor*anismo em resosta a um determinado est$mulo caa6 de coloc;-lo sob tens=o22-

24) Esta tens=o+ or sua ve6+ *era uma sBrie de resostas sico7isiol*icas @ue tem

or 7un=o atuar no evento causador de estresse e restabelecer o e@uil$brio

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dinJmico do or*anismo) estresse B+ ent=o+ uma resosta adatativa+ ois motivaara a a=o)

estresse roriamente dito e estudado 7ora de um conte<to demarcado n=o tra6em si caracter$sticas de valor %se B ou n=o ositivo ou ne*ativo+ dese#;vel ou n=o()Sendo uma resosta inesec$7ica a eventos esec$7icos+ as caracter$sticas da rea=o

ao estresse deender=o diretamente do indiv$duo+ do modo @ue este lida e si*ni7icao mundo em @ue vive+ bem como com as vari;veis do conte<to) Nesse asectoodemos citar dois tios de estresse+ o estresse saud;vel e o atol*ico)

Estresse saud;vel B a@uele @ue tra6 aumento de vitalidade+ manuten=o doentusiasmo+ otimismo+ roorcionando e<celente disosi=o 7$sica+ etc) &@ui+ oestresse e<erce uma 7un=o evolutiva. reara o or*anismo ara a a=o+ ara aadata=o ao meio causador de estresse) P uma @uest=o de sobreviv:ncia esaHde 22+2,)

Entretanto+ sob condi9es estressoras crAnicas esta resosta adatativa ode setornar causadora de roblemas ara o or*anismo devido ao alto des*asterovocado ela necessidade de manuten=o rolon*ada de um estado *eral dealerta) Como a ener*ia necess;ria ara esta adata=o B limitada+ se houverersist:ncia do est$mulo estressor+ mais cedo ou mais tarde o or*anismo entra emuma 7ase de es*otamento22)

Numa vis=o sub#etiva do 7enAmeno+ ode-se di6er @ue+ deendendo da erce=o@ue o indiv$duo tem da situa=o+ da sua interreta=o do evento estressor e dosentido a ele atribu$do+ teremos ou n=o a condi=o de estresse, %)/0()

%stresse e Resiliência

& de7ini=o base da resili:ncia tra6 a @uest=o da adata=o > suera=o do su#eito7rente a situa9es de estresse > adversidade) &meaas+ so7rimentos+ eri*os+7atores de risco s=o *eralmente chamados elos autores de 7orma *eral dee<eri:ncias estressantes ou de condi9es adversas2) Dica claro @ue a literaturaen7ati6a a @uest=o atol*ica do estresse)

'o*o+ a resili:ncia seria a caacidade de lidarmos e re-si*ni7icarmos situa9esestressantes de modo @ue o estressor dei<e de ser encarado como tal) Tal situa=ocaacitaria o indiv$duo a lidar de maneira mais satis7atria com 7uturas situa9es deestresse+ ois uma situa=o de so7rimento ou con7lito ode 7ortalecer o #ovemdiante de outras situa9es semelhantes+ *erando-lhe um menor n$vel deestresse)O %)22O()

&Copin'& 

conceito de coin* merece uma aten=o esecial or aresentar al*umas basesconceituais e<tremamente arecidas %sen=o id:nticas( Ks da resili:ncia e+ alBmdisso+ o7erece dBcadas de estudos e an;lises @ue t:m muito a contribuir ara a7ormula=o terica e oeracional da resili:ncia)

Coin* B *eralmente de7inido como o con#unto das estratB*ias utili6adas elasessoas ara adatarem-se a circunstJncias adversas ou estressantes25 %)2O/()E<istem modelos di7erentes de coin* na literatura+ sendo @ue as rodu9es de'a6arus e DolFman2O tornaram-se re7er:ncia obri*atria ara a@ueles @ue

retendem estudar o assunto)

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& de7ini=o de coin* de7endida or 'a6arus e DolFman2O B 7ocada nas.constantes mudanas co*nitivas e comortamentais na tentativa de administrardemandas esec$7icas+ internas e>ou e<ternas+ @ue s=o avaliadas elo su#eito comoe<cedendo ou sobrecarre*ando os recursos essoais2O %) 141() 'o*o+ o coin* Bentendido como uma a=o deliberada e intencional)

'a6arus e DolFman2O+ de7ensores do coin* en@uanto estratégia+ n=oen@uanto estilo de ersonalidade do indiv$duo %conceito derivado de outrasconce9es de coin*(+ de7inem esse rocesso de modo @ue o.

))) 7oco de aten=o est; no @ue a essoa est; 7a6endo ou ensando no momentoatual+ resente+ em contraste com o @ue a essoa habitualmente 7a6+ 7a6ia oudeveria 7a6er+ @ue B o 7oco das teorias relacionadas a traos de ersonalidade)3ensamentos ou a9es de coin* s=o semre encaminhados ara condi9esarticulares)2O %) 142()

Sendo assim+ as estratB*ias odem mudar de momento ara momento+ durante osest;*ios de uma situa=o estressante+ bem como durante os est;*ios dedesenvolvimento do su#eito) ada esta variabilidade nas rea9es individuais+ estesautores de7endem a imossibilidade de se tentar redi6er resostas situacionais aartir do estilo de coin* de uma essoa25 %)284()

" Copin'& e Resiliência

Sendo a resili:ncia o estudo das essoas @ue se adatam>sueram asadversidades+ e o coin* o estudo das estratB*ias utili6adas elas essoas 7renteKs adversidades+ 7ica claro @ue ambos os conceitos est=o intimamentecorrelacionados)

Interessante notar+ orBm+ @ue na literatura es@uisada+ s=o oucos os autores @ue7alam a reseito de coin*+ e @uando o 7a6em+ tra6em-no em um ca$tulo K arte+sem 7a6er maiores correla9es entre os dois constructos)

&lBm disso+ tanto coin* @uanto resili:ncia s=o rocessos relacionados+ ou atBmesmo condicionados a situa9es de estresse) En@uanto o coin* 7oca a maneira+ aestratB*ia utili6ada ara lidar com a situa=o+ indeendentemente do resultadoobtido+ a resili:ncia concentra sua aten=o no resultado da%s( estratB*ia%s(utili6ada%s(+ @ue seria uma adata=o %muito( bem sucedida do su#eito 7rente Ksadversidades)

Con7orme Munes e S6GmansFi, %)/1(. muitas @uest9es v:m sendo 7eitas ainda

sobre o @ue estaria envolvendo o 7enAmeno da resili:ncia no @ue tan*e ao coin*bem sucedido diante das situa9es de estresse)

e uma maneira um ouco distinta+ al*uns autores re7erem entender tanto ocoin* @uanto a resili:ncia diretamente relacionados com 7atores deersonalidade)

Fatores de Risco

Estudos sobre resili:ncia *eralmente est=o relacionados com eventos *eradores deestresse e @ue aumentam a robabilidade do su#eito aresentar di7iculdades+odendo desenvolver uma sBrie de roblemas) Situa9es assim caracteri6adas

recebem o nome de Datores de Risco)

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e modo *eral+ 7ator de risco ode ser de7inido como. ))) toda a sorte de eventosne*ativos da vida+ e @ue+ @uando resentes+ aumentam a robabilidade de oindiv$duo aresentar roblemas 7$sicos+ sociais ou emocionais), %)24()rQnsun21 de7ine 7atores de risco como os 7atores resentes no ambienteeconAmico+ sicol*ico e 7amiliar @ue ossuem *rande robabilidade de causardanos sociais evidentes)

P imortante destacarmos a alavra robabilidade+ ou se#a+ o 7ato de @ue estare<osto a uma situa=o de risco n=o determina o desenvolvimento de al*umasicoatolo*ia ou comortamentos de risco+ mas est; de al*uma 7orma associada)N=o e<istem estudos e<erimentais sobre o tema e+ or isso+ mecanismos decausa=o s=o desconhecidos)

o#e se entende @ue a resena de conse@Q:ncias ne*ativas advindas de umasitua=o caracteri6ada como risco deender; de uma sBrie de outros 7atores %comoor e<emlo+ os 7atores de rote=o(+ e @ue o rrio risco se d; de 7ormarocessual+ n=o de 7orma est;tica+ uni-causal+ linear,) risco em si n=o nos d;arJmetros avaliativos) P reciso investi*ar o conte<to @ue antecede e os eventos

osteriores ao risco+ e+ sob essa ersectiva+ estudos de lon*o ra6o s=o maisconsistentes e<atamente or conse*uirem abarcar melhor essa teia de rela9es)

Entretanto+ estudos lon*itudinais s=o raros no tema resili:ncia) Um destes *randesestudos @ue serve de base ara a maioria das hiteses investi*adas no camo B ode Verner W Smith28) Esse estudo lon*itudinal durou cerca de @uarenta anos+ tendose iniciado em 1,,,)

Fatores de proteção

&ssim como em 7atores de risco+ a e<ress=o 7atores de rote=o tambBm B7re@Qentemente citada na literatura sobre resili:ncia) 3odemos citar como e<emloa de7ini=o de Tusaie e Ger8. !ais alBm+ as intera9es entre risco e 7atores derote=o num n$vel intraessoal e ambiental s=o inte*rados ara a de7ini=o deresili:ncia %)4()

Na mesma ersectiva+ Rutter %aud 2( aonta @ue B de *rande imortJncia arase comreender a resili:ncia+ conhecer o modo como as caracter$sticas rotetorasse desenvolveram e como modi7icaram o ercurso do indiv$duo) u66o eTrombeta2 a7irmam @ue o e@uil$brio e<istente entre 7atores de risco e rote=ocontribui ara o desenvolvimento da resili:ncia) eslandes e un@ueiraO de7inemrote=o como o con#unto de in7lu:ncias @ue modi7icam e melhoram a resosta deum indiv$duo @uando este est; e<osto a al*um eri*o @ue redis9e a umresultado n=o adatativo)

3inheiro2 tra6 em seu arti*o uma lista de caracter$sticas de7inidas como 7atores derote=o+ relacionadas Ks condi9es do rrio indiv$duo+ Ks condi9es 7amiliares eKs redes de aoio do ambiente) & autora a7irma @ue tais caracter$sticas s=o deconsenso da maioria dos autores+ orBm n=o de7ine o @ue s=o 7atores de rote=o+aenas descreve-os)

Tusaie e Ger8 de7inem 7atores de rote=o como a@ueles caa6es de rote*er osindiv$duos em situa=o de risco dos e7eitos ne*ativos da mesma) Tais 7atoresodem ser tanto individuais como ambientais) &s autoras aontam tambBm @uen=o est; claro o modo como os 7atores de rote=o intera*em com a essoa @uedemonstra resili:ncia) u se#a+ sabe-se @ue e<iste uma correla=o entre a resenada resili:ncia e de 7atores de rote=o+ mas o modo e<ato como eles atuam noindiv$duo ainda B desconhecido) !esmo assim+ elas a7irmam @ue @uando o nHmero

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de 7atores de risco B maior @ue os de 7atores de rote=o+ indiv$duos @uearesentaram no assado resili:ncia odem acabar aresentando sintomas+ se#am7$sicos+ sicossociais+ comortamentais+ acad:micos ou no trabalho)

iante do e<osto+ odemos asse*urar a imortJncia de considerarmos o 7ato de@ue a resena de um 7ator de rote=o diminui o imacto da e<osi=o a 7atores

de risco) N=o h; como estabelecer um 7ator de rote=o sem analisar o 7ator derisco envolvido)

!asten W arme6G e Verner %aud ,( identi7icaram tr:s classes de 7atores derote=o %imortantes ara o desenvolvimento in7antil(.

2 &tributos disosicionais da criana+

2Coes=o 7amiliar+

2 Rede de aoio social bem de7inida)

3odemos citar como atributos disosicionais. autonomia+ auto-estima+ atividade esociabilidade+ inteli*:ncia e lcus interno de controle) Coes=o 7amiliar corresondeao suorte emocional o7erecido or elo menos um adulto com *rande interesse nacriana+ bem como a aus:ncia de ne*li*:ncia) ; a rede de aoio social caracteri6a-se elo sentido de determina=o individual e um sistema de crenas ara a vidao7erecida elas institui9es sociais %escola+ i*re#a+ trabalho+ etc(,)

(ulnera)ilidade

Se*undo Munes e S6GmansFi,+ 7alar em vulnerabilidade B re7erir-se Ksredisosi9es a desordens ou de suscetibilidade ao estresse) arcia/0 de7ine

vulnerabilidade como o aumento da robabilidade de um 7ator de risco causar de7ato um resultado ne*ativo) e 7orma arecida+ u66o e Trombeta2 caracteri6amvulnerabilidade como a suscetibilidade a resultados ne*ativos na@ueles indiv$duose<ostos ao risco)

&ssim como os 7atores de rote=o+ o conceito de vulnerabilidade tambBm est;diretamente relacionado com a situa=o de risco) Identi7icar se um indiv$duo searesenta vulner;vel ou n=o imlica conhecer as caracter$sticas essoais domesmo+ do ambiente em @ue est; inserido e+ rincialmente+ do 7ator de risco e derote=o %se resente( envolvidos)

Como #; e<osto+ os 7atores de risco s=o a@ueles @ue aumentam a robabilidade de

um indiv$duo aresentar comortamentos ne*ativos e mal adatados durante seudesenvolvimento+ en@uanto os 7atores de rote=o au<iliam na diminui=o %oumesmo elimina=o( da robabilidade de in7lu:ncias ne*ativas advindas do risco)

& vulnerabilidade+ a rinc$io+ ode ser entendida como sendo uma situa=o oostados 7atores de rote=o+ ois ela aumenta as chances de um indiv$duo aresentardistHrbios comortamentais 7rente ao risco)

& vulnerabilidade ode estar tambBm relacionada com auto-estima bai<a+deress=o e determinados traos de ersonalidade) Estes 7atores odemotenciali6ar os e7eitos dereciativos de uma situa=o de risco,) Condi9esambientais tambBm devem ser consideradas como roiciadoras de um aumento de

vulnerabilidade)

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Tem-se+ assim+ a teia de eventos @ue envolvem o rocesso da resili:ncia) Estaocorre 7rente a uma situa=o de risco+ onde 7atores de rote=o odem au<iliar oresultado adatativo do su#eito+ en@uanto @ue+ se este aresentar maiorvulnerabilidade em rela=o K situa=o de risco resente+ as chances de insucessotambBm s=o maiores)

3odemos veri7icar+ dessa maneira+ a di7iculdade em trabalharmos com a resili:ncia+ois esta se d; a artir de uma *ama de vari;veis distintas e correlacionadas+7undamentais ara a e7etiva=o do rocesso resiliente) Sendo assim+ B necess;riovoltarmos o nosso olhar ara as imlica9es dessas vari;veis no rocesso resilientea 7im de entender como ele de 7ato ocorre e se B realmente oss$vel a cria=o deol$ticas educativas @ue ossam 7omentar a resili:ncia nos indiv$duos) &ntes disso+B imrescind$vel estarmos atentos K comle<idade do tema ara @ue ossamos de7ato che*ar a uma de7ini=o consistente do @ue B resili:ncia) desa7io est;lanado)

 

CON*ID%RAÇ+%* FINAI* 

&travBs da an;lise da literatura consultada+ observou-se ouco consenso entre osautores sobre o conceito de resili:ncia+ @ue ode variar desde uma caacidadeinata @ue acomanha e rote*e o desenvolvimento do indiv$duo a lon*o ra6o+ bemcomo uma habilidade ad@uirida @ue o su#eito aresenta 7rente situa9es adversassituacionais)

Encontramos um conceito de resili:ncia amlo demais+ com de7ini9es oeracionaisi*ualmente amlas+ @ue n=o ermitem a delimita=o do 7enAmeno estudado) Como+ent=o+ distin*uir o rocesso resiliente de outros rocessos relacionados ao

7enAmeno da saHde mental+ ou ent=o+ dos demais rocessos de en7rentamento eresolu=o de roblemas+ como copingL

utras di7iculdades relacionadas aos rocedimentos de es@uisa tambBm merecemser destacadas) iante do *rande nHmero de vari;veis @ue inter7erem no rocessoresiliente+ n=o h; estudos e<erimentais+ aenas correlacionais) N=o h; estudos@ue tentam estabelecer 7atores causais+ mesmo @ue mHltilos+ entre as vari;veis)

elineia-se+ ortanto+ um @uadro onde encontramos um *rande nHmero dede7ini9es oeracionais or demais amlas e va*as+ sem estudos @ue tentamestabelecer elos causais entre este *rande nHmero de vari;veis) *rande riscodessa tend:ncia B de+ a mBdio e lon*o ra6o+ construirmos uma anacBia de

correla9es n=o necessariamente v;lidas+ sem si*ni7icado)

s estudos t:m semre utili6ado testes de correla=o e re*ress=o lo*$stica) Nemsemre as correla9es s=o altas+ mas si*ni7icativas) Em outras alavras+ tal vari;velode estar relacionada+ mas seu *rau de revisibilidade ara a ocorr:ncia do7enAmeno B @uase insi*ni7icante)

Se uma das *randes roostas dos estudos em resili:ncia+ rincialmente sobreresili:ncia in7antil+ B a comreens=o de como ocorre esse rocesso ara @ueinterven9es se#am elaboradas atravBs dos resultados das es@uisas+ 7ica a dHvida.o @ue de 7ato sabemos sobre o rocessoL uais as interven9es @ue odem serelaboradas atravBs de tais dados si*ni7icativosL

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3ara resonder a essas er*untas de 7orma 7undamentada com os achadoscient$7icos+ B reciso+ antes de tudo+ uma melhor de7ini=o oeracional do conceito+de 7orma mais ob#etiva+ clara e+ rincialmente+ detalhada) P reciso eseci7icar de7orma mais direta os comortamentos e>ou habilidades sociais e co*nitivasrelacionados ao rocesso resiliente+ sear;-los em cate*orias e test;-los emoula9es diversi7icadas)

 

R%F%R,NCIA* 

1) 3lacco "!NS) 3re7;cio) In. Tavares + or*ani6ador) Resili:ncia e educa=o) 2X ed)S=o 3aulo. Corte6? 2001) ) O-12)

2) u66o RS'+ Trombeta '&3) En7rentando o cotidiano adverso. estudo sobreresili:ncia em adolescentes) Caminas. &l$nea? 2002)

/) oleman + urin ) E@uil$brio mente>coro. como usar sua mente ara umasaHde melhor) Rio de aneiro. Camus? 1O)

4) Yaum &+ 3oslus6nG ) ealth sGcholo*G. main* biohavioral contributions tohealth and illness) &nnu Rev 3sGchol) 1?,0.1/O-5/)

,) Munes !&!+ S6GmansFi ) Resili:ncia. no=o+ conceitos a7ins e considera9escr$ticas) In. Tavares + or*ani6ador) Resili:ncia e educa=o) 2X ed) S=o 3aulo.Corte6+ 2001) ) 1/-42)

5) Sla ) Conceitos atuais+ alica9es r;ticas e resili:ncia no novo mil:nio)&dolesc 'atinoam) 2001?2%/(.1O/-5)

O) eslandes SD+ un@ueira !D3) Resili:ncia e maus tratos K criana) Cad SaHde3Hblica) 200/?1%1(.22O-/,)

8) Tusaie Z+ Ger ) Resilience. a historical revie o7 the construct) olist Nurs3ract) 2004?18%1(./-8)

) a*eicF S) Resilience re@uired) Environ ealth) 18?50%10(./O-8)

10) Ylum RV) Risco e resili:ncia. sum;rio ara desenvolvimento de um ro*rama)&dolesc 'atinoam) 1O?1%1(.15-)

11) YrooFs RY) To 7oster children[s sel7-esteem and resilience+ search 7or islands o7cometence) Yron Univ Child &dolesc Yehav 'ett) 18?14%5(.1-/)

12) ie ) Sel7-aareness. a recursor to resiliencG) Reclaimin* Child Mouth)2004?12%4(.240-2)

1/) anas !) Yuild resiliencG) Interv Sch Clin) 2002?/8%2(.11O-21)

14) RidleG !) @ue nos 7a6 humanos) Rio de aneiro. Record? 2004)

1,) Thomson N) Research into ractice) CommunitG Care) 200/?/0.4O)

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15) 3ereira &!S) Resili:ncia+ ersonalidade+ stress e estratB*ias de coin*) In.Tavares + or*ani6ador) Resili:ncia e educa=o) 2X ed) S=o 3aulo. Corte6? 2001) )OO-4)

1O) Ralha-Sim9es ) Resili:ncia e desenvolvimento essoal) In. Tavares +or*ani6ador) Resili:ncia e educa=o) 2X ed) S=o 3aulo. Corte6? 2001) ) ,-11/)

18) &ntunes C) Resili:ncia. a constru=o de uma nova eda*o*ia ara uma escolade @ualidade) 3etrolis. "o6es? 200/)

1) YrooFs RY+ oldstein S) Raisin* resilient children. 7osterin* stren*th+ hoe+ andotimism in Gour child) Ne MorF. !cra-ill? 2001)

20) Tavares ) & resili:ncia na sociedade emer*ente) In. Tavares + or*ani6ador)Resili:ncia e educa=o) 2X ed) S=o 3aulo. Corte6? 2001) ) 4/-O,)

21) runsun ) "iol:ncia e resili:ncia. a criana resiliente na adversidade) Rev

YioBtica \eridico na Internet]) 2002 \acesso em 12 set 2004]?10%1(.15/-O1)ison$vel em.htt.>>)ortalmedico)or*)br>revista>bio10v1>Seccao4)d7 )

22) Yallone ) Estresse. curso de sicoatolo*ia \mono*ra7ia na Internet]) 2002\acesso em 1, set 2004]) ison$velem. htt.>>)si@eb)med)br>cursos>stress1)html)

2/) 'i !EN+ Novaes 'EN) stress emocional e seu tratamento) In. Ran*e Y+or*ani6ador) 3sicoteraias co*nitivo-comortamentais. um di;lo*o com asi@uiatria) 3orto &le*re. &rtmed? 2001) ) 4O,-0)

24) Sarda r + 'e*al E+ ablonsFi r S) Estresse. conceitos+ mBtodos+ medidas e

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2,) 'i !EN) Stress. conceitos b;sicos) In. 'i !EN+ or*ani6ador) 3es@uisas sobrestress no Yrasil. saHde+ ocua=o e *ruos de risco) S=o 3aulo. 3airus? 15) )1O-/4)

25) &ntonia66i &S+ Yandeira R+ ell[&*lio ) conceito de coin*. uma revis=oterica) Estud 3sicol %Natal() 18?/%2(.2O/-4)

2O) 'a6arus RS+ DolFman S) Stress+ araisal+ and coin*) Ne MorF. Srin*er?184)

28) Verner EE+ Smith RS) vercomin* the odds. hi*h-risF children 7orm birth toadulthood) Ithaca. Cornell UniversitG 3ress? 12)

2) 3inheiro 3N) & resili:ncia em discuss=o) 3sicol Estud) 2004?%1(.5O-O,)

/0) arcia I) "ulnerabilidade e resili:ncia) &dolesc 'atinoam) 2001?2%/(.128-/0)

 

Enviado em. 18>0>2005!odi7icado em. 2,>0>2005&rovado em. /0>0>2005

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^ Trabalho reali6ado no Centro de Ci:ncias da SaHde+ curso 3sicolo*ia+ 'aboratriode 3sicolo*ia E<erimental da Universidade do "ale do Ita#a$ %UNI"&'I(+aresentado em. &nais da 1X ornada Catarinense !ulti>Interdiscilinar em3ediatria do Centro de Ci:ncias da SaHde da Univali) Ita#a$) SC+ 200,? I"Con*resso Yrasileiro de 3si@uiatria - 3si@uiatria. medicina+ humanismo eneuroci:ncias) Curitiba+ 3R+ out 2005)

  Centro de %studos de Cresci!ento e Desen-ol-i!ento do *er .u!ano

A'enida 3r#Arnaldo4 567 8 r9dio biblioteca 8 sala 6.%: 6;<=,>< *?o aulo 8 *

Tel#: +77 66 @=6,5557Tel#BaC#: +77 66 @=6,5557