Sobre o Fundacionalismo

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Page 1: Sobre o Fundacionalismo

Sobre o Fundacionalismo. 

Por: Juliano Gustavo Ozga.Filosofia UFSM-UFOP.

               Na concepção de verdade justificada, ou crença infalível, onde uma crença básica e infalível se sustenta através de “dados” sensoriais, e crença não-básica é aquela que depende de outras crenças para poder realizar e sustentar sua justificação, podemos elaborar um problema e definir como justificar uma crença com base nos dados empíricos.              A questão de o fundacionalismo partir de uma justificação com base empírica/sensorial nos coloca o problema de sempre ter que haver uma crença sustentável para podermos justificar nossa própria crença.              A questão de justificar crenças a partir de crenças não-básicas elabora a questão de não possuirmos uma crença auto-sustentável. Quando nos referimos a algo, estamos justificando uma crença que não é auto-sustentável pelo fato de essa mesma crença não possuir uma base empírica sólida.              Porém ao tentar resolver essa questão, a solução do argumento do retrocesso na primeira instância elabora uma especulação sobre a justificação da crença que nos leva a um questionamento ao infinito sobre que base se sustenta nossa justificação.              No argumento do retrocesso o fim último da justificação não é encontrado pelo fato de nossas impressões sensoriais dependerem do mundo físico, e essas impressões são condicionadas por uma cadeia sucessiva.              Uma outra solução seria o argumento circular sobre a justificação da crença. Pelo fato de haver um infinito na base da crença, o argumento circular poderia suprir essa lacuna de não chegar ao ponto onde uma crença básica se sustenta. Aceitar o argumento circular corresponde a aceitar que para haver crenças justificadas devemos nos deter nos dados empíricos como sustentação de nossas crenças, para não retornar ao argumento do retrocesso.              Aceitando o argumento passamos para a esfera da justificação com base empírica, o que poderia negar o fato de haver crenças justificadas por outra coisa que não dados empíricos. Negar que há crenças não-básicas seria tomar a questão do conhecimento somente no nível empírico e assim todo o nosso conhecimento restante, que se sustenta através de dados não empíricos ou não-sensoriais, não seria válido dentro do conhecimento.              A questão de justificar uma crença no seu valor de análise ou evidência, onde o fato de haver uma evidência empírica pode ser aceitável como objetivo e assim poder ser questionado e analisado, sustenta que, por haver uma evidência empírica, também há uma infabilidade na nossa justificação da crença que se sustenta nessa evidência empírica.                Aceitar somente a justificação com base em evidências empíricas infalíveis poderia gerar o problema de que, somente nossos estados sensoriais e empíricos podem servir de base para a justificação de nossas crenças.