sobre Ingmar Bergman

8/18/2019 sobre Ingmar Bergman

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INGMAR BERGANIMPACTO NO CINEMA

Trabalho realizado por:

Inês Carvalho

Carla Correia

Maria Helena Gonçalves

Paulo Martins

Vítor Gomes


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ÍndiceSOBRE ............................................................................................................................................ 3

CONTEXTO HISTÓRICO ................................................................................................................. 4

CONTEXTO CINEMATOGRÁFICO .................................................................................................. 5

OS 10 FILMES DE BERGMAN ......................................................................................................... 6

TEMÁTICAS ................................................................................................................................. 11

SOM ............................................................................................................................................. 12


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Sobre…

Ingmar Bergman nasceu a 14 de julho de 1918 e morreu a 30 de julho de 2007, éconsiderado por alguns críticos como o maior cineasta da história. Ingmar Bergmanexorcizou sua infância traumática por meio de obras-primas do cinema que explorarama ansiedade sexual, a solidão e a busca por um sentido na vida.

Família: Filho de um pastor luterano e mãe dedicada aos afazeres domésticos.

Educação: Universidade de Estocolmo, onde se formou em Letras e História da arte.

Profissão: Dramaturgo e Cineasta. Dedicou-se ao teatro universitário de 1937 a 1940 eem 1943. (Filme como forma de arte com significado)

Primeiro filme: realizou em 1945 o seu primeiro filme intitulado ‘‘ Crise’’ Filmes premiados: Sorrisos de uma noite de verão (1956), Morangos Silvestres(1958),A fonte da Virgem (1961), Através do Espelho (1962), Personna (1966), Lagrimas e suspiros (1973),O Ovo da Serpente 1976 , Fanny e Alexandre (1982),Saraband (2003).


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Contexto HistóricoO contexto social da vida de Bergman está marcado por acontecimentos como:

segunda guerra mundial, guerra fria, que levaram a profundas alterações sociais.

Durante os anos pós guerra as potências dominantes do cinema europeu eram:Inglaterra, frança e Itália. Bergman foi o principal responsável pela recuperação do prestígio do cinema sueco, perdido na década de 20, devido a partida de importantescineastas para Hollywood. Importante também é ressalvar o percursor de Berman, odirector teatral Alf Sjöberg, que reavivou a quase extinguida tradição fantástica docinema escandinavo com “ Himlaspalet”.

A produçãoO sétimo Selofoi lançada em 1956, período em que os traumas da segundaguerra mundial ainda marcavam a vida dos europeus. Nela aborda principalmente aquestão do medo da morte, e, demonstra a luta humana para entender a vida e as suaslimitações. A películaSilenciofoi exibida em 1963, num contexto de guerra fria, período marcado por intensas mudanças políticas. Desenvolve temas como religião,morte e impossibilidade de comunicação.

Bergman também recebeu influências de Jean Paul Sartre, por viverem no mesmo período, marcado por altas controvérsias relativamente ao existencialismo. Teoriafilosófica defendida por Jean Paul Sartre, associada à angústia, ausência de Deus, mortee liberdade, que se reflete nas produções de Bergman.


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Contexto Cinematográfico

Quando falamos em História do Cinema é impossível não mencionar trabalhostão revolucionários pela sua perícia e originalidade como são os de Eisenstein, Ozu,Godard, Griffith, Hitchcock e Chabrol. No entanto, aos olhos dos críticos e cineastascontemporâneos, Bergman permanece como o que melhor se expressa no chamado“cinema de autor ”. Uma das razões principais para que reconheçamos qualquer um dosseus filmes de imediato é pela criação do seu próprio universo cinematográfico. Quaseum género em si.

A sua obra surge em 1945, um período de profundas transformações na históriado cinema.

Em 1946, “Dreams that Money can buy” de Hans Richter encerra a vanguardasurrealista.

Um ano depois, surge na Itália, como reação ao cinema fascista do regime deMussolini, o Neorrealismo. Marcado pelo uso de atores amadores, pela iluminaçãonatural e pelas drásticas críticas sociais.

Nos anos 50 surge uma vanguarda dita “introspetiva” con tra a ordem moral e osobstáculos sensuais, que reivindica uma total liberdade de costumes. Uma obra singularneste sentido é a de Kenneth Anger, profeta dounderground . O seu universo édeliberadamente perverso e fascinante. Provoca uma reação contra a ilusão da vida.Define uma das intenções dounderground : A de substituir uma vida cada vez menosreal por uma ilusão total, absoluta, alienante, mas consciente de si própria.

É nos anos 50 que Bergman se vê reconhecido internacionalmente, no contextoda Nova Vagafrancesa. Autores como Godard e Rohmer lançam-se em homenagens aocineasta sueco por este compreender o principal fundamento deste tipo de cinema: Oautor que usa a câmara de filmar como o escritor usa a caneta. Num período em que ocinema lutava por credibilidade, Bergman demonstrava que o cinema conseguia sermais do que puro entretenimento, podia ser arte.

Nos anos 60, à cabeça dounderground , Andy Warhol insurge-se contraHollywood e o “sonho americano”.

Fascinado pelos mitos da pureza e do absoluto, Philippe Garrel dá início a umanova vanguarda. Quebra as referências espaciais-temporais e procura alcançar umuniverso de evolução metafísico. A beleza dos filmes de Garrel resulta do esforço deencerrar o tempo, e com ele o homem, no imutável, na contemplação ritual de umahistória não narrativa. O seu cinema procura reivindicar a consciência humana ereestruturar uma perceção prática do mundo. O cinema passa, assim, a cumprir a funçãode revelação e conhecimento da vida.

Tudo o que os jovens vanguardistas aspiraram expressar foi levado por outros àsua plenitude. No caminho dessas reflexões encontra-se Bergman. Segundo ele, os seresrevelam-se no nu das suas contradições existenciais e na insegurança da sua natureza.Como reflexo desta ideia, a sua obra dá preferência a personagens como artistas oucomediantes que têm de se desmascarar para descobrir a pessoa na sua nudez mais

absoluta. Deste ponto de vista o filme “ A máscara”/”Persona

” é o seu filme capital .


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Na história do cinema Bergman é consider ado um “gigante”. Muitos cineastas pelo mundo fora têm-lhe prestado homenagem desde o seu reconhecimento nos anos 50.Mesmo há pouco tempo, o realizador turco, Nuri Bilge Ceylan, considerado seuherdeiro pelos críticos, venceu a Palma d’Ouro 2014 no Cannes Film Festival , com ofilme Winter Sleep, o filme da sua filmografia mais próximo de Bergman pelo ambiente,a temática e a abordagem. Vários críticos afirmam que o filme se parece com “ Winter Light ” de Bergman.


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OS 10 FILMES DE BERGMANHomenagens, críticas, paródias, referências intencionais ou influências

inconscientes, estes são os 10 filmes de Bergman, segundo um consenso geral entrecríticos e cineastas, com mais impacto na história do cinema:

Mónica e o Desejo (1952) Sorrisos numa noite de verão (1955) O sétimo selo (1956) Morangos Silvestres (1957) A fonte da virgem (1959) O silêncio (1963)

A máscara/ Persona (1966) Lágrimas e Suspiros (1972) Cenas do casamento (1973)

Foi através de Mónica e o desejo que os franceses ficaram a conhecer a sua obra.Devido ao período que o cinema enfrentava naquela época “sueco” era sinónimo de“erótico”. O facto de Bergman ter retratado Mónica nua gerou muita polémica e deufama à suécia de país sexualmente liberal. Aliás, O filme chegou a passar em cinemas

semipornográficos parisienses. Porém, não deixava de ser uma revoluçãocinematográfica que conquistava os jovens escritores doscahiers du cinema que viamnele a importância e emergência de renovar a estética francesa.

François Truffaut presta-lhe homenagem no filmeOs 400 golpes onde a personagem principal e o seu amigo roubam uma fotografia sugestiva de Harriet Anderson (Mónica)do expositor de um cinema.

Para além do corpo nu de Mónica nas paisagens ao ar livre, o que impressionouestes jovens cineastas foi o confronto, na penúltima cena, entre o olhar de mónica e onosso, espectador, tornando-nos testemunhas da sua opção. É o que escreve Godard na

crítica apresentada onde apela para que não nos esqueçamos de Mónica ao vermosfilmes onde o mesmo acontece, também nas cenas finais, como é exemplo o filme deFellini Nights of Cabiria, realizado quatro anos depois.

Godard também lhe presta homenagem nos seus filmes À bout de soufflee Vivre savie.

Encontramos outros olhares diretos para a câmara noutros filmes de Bergman comoo Winter Light e Saraband . Que influenciaram os filmes Esther Khan eConto de Natal de Arnauld Desplechin.

Sorrisos numa noite de verão é considerado o seu primeiro sucesso internacionaldevido à sua exposição no festival de cinema de Cannes em 1956. Inspira-se nas


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comédias de Pierre Marrivaux e na peça de Shakespeare “ Sonho de uma noit e deverão”. Inspirou o musical “ Música numa noite de verão” de 1973 de StephenSondheim e “ Uma comédia sexual numa noite de verão” de Woody Allen , 1982.

Woody Allen é um dos realizadores que mais referências faz a Bergman tendo dito

numa entrevista àTime em 2007 que Bergman é provavelmente o melhor artista decinema desde Chaplin. Chegou a trabalhar com alguns dos colaboradores de Bergmancomo o seu diretor de fotografia Sven Nykvist e o ator Max von Sydow.

O sétimo selo, o seu filme mais famoso, inspira-se na arte medieval, nas pinturas doséc XV de Albertus Pictor. Para além disso inspira-se também na peça de Hugo vanHofmannsthal, “Everyman” que dirigiu na rádio antes de dar início aoSétimo Selo, cujotema principal é o encontro com a morte. A sequência de abertura inspirou muitorealizadores como David Lynch, onde no seu filme Estrada perdidaa morte veste-se de

preto e tem o rosto branco e a pergunta que coloca “Nós já nos conhecemos antes não éverdade?” ecoa as primeiras palavras da morte para o cavaleiro “ Tenho estado contigohá muito muito tempo”.

Enquanto filme icónico foi alvo de inúmeras paródias como o filme amador deBrian de Palma.

Woody Allen faz inúmeras referências á figura da morte nalguns dos seus filmes elivros cómicos.

Também encontramos a alusão à figura da morte na paródia de John McTiernan,The last action hero, 1993, e no filme de terrorScream de 1996, uma das fígurasicónicas dos filmes de terror.

Nos Morangos Silvestres há duas sequências frequentemente citadas. A primeiraé o pesadelo, onde Isak Borg sonha que está perdido numa rua vazia, olha para umrelógio sem ponteiros e vê um homem a desfazer-se à sua frente. A segunda é umalmoço de família que Isak recorda muitos anos depois. Ambas as cenas sãoinfluenciadas pela peça “ Dream Play” de Strindberg.

No início do filmeSpider de Cronenberg o personagem principal tambémvagueia por uma rua deserta onde a própria expressão do personagem é semelhante à deIsak.

Em Esther Khan (2000) Arnaud Desplechin quase que faz uma cópia dessasequência.

Woody Allen cita a segunda sequência no seu filmeCrimes and misdemeanors (1989) assim como David Cronenberg e Arnaud Desplechin novamente.

Desde o começo da carreira de Tarkovsky que ele diz só se interessar nos pontosde vista de duas pessoas: Bresson e Bergman. O facto do seu último filme se passar naSuécia com uma boa parte da equipa de Bergman é surpreendente. Numa cena deSacrifice 1986 Tarkovsky cita a famosa cena da Fonte da Virgem de Bergman.

Umremake igualmente surpreendente de uma outra cena do filme de Bergman éo clássico filme de terror de Wes Craven A última casa à esquerda (1972).


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Após o lançamento do filmeSilêncio, Kubrick redige uma carta a Bergman ondeafirma que ele é o melhor realizador contemporâneo.

Kubrick inspira-se noSilêncio para fazer as cenas com o miúdo nos corredoresdo hotel no filmeShining.Outra cena no mesmo filme de Kubrick lembra-nos a de um

outro de Bergman – A Máscara. No entanto, a admiração parece ser mútua pois emFanny e Alexandre há várias semelhanças com o filmeShining , entre as quais, as duasraparigas que aparecem mortas no sótão onde está Alexander.

O Silêncio marca o culminar daquilo que se pode chamar a assinatura deBergman: Faces justapostas. Enquadramento utilizado para realçar o facto de os personagens não conseguirem olhar ou falar uns com os outros, transmitindo a sensaçãode solidão e incomunicabilidade. Este enquadramento surge com o seu filmeSede e étalvez a que mais impacto teve no universo cinematográfico. Foi referida por cineastascomo Agnés Varda, Alain Resnais, John Cassavetes e mais recentemente DavidFincher, Marina de Van, David Mackenzie e Jacque Doillon.

Novamente inspirado por Strindberg, o tema de Persona é também recorrente dediversas formas. As praias de Chebrol retrata o relacionamento tortuoso entre duasmulheres que descansam numa aldeia. No filme Mulholland Drivede Spielberg as duasmulheres protagonistas começam a partilhar os mesmos traços de personalidade. Nofilme3 mulheres de Altman é retratada a relação entre duas colegas de quarto que seconfundem uma com a outra. Entre muitos outros.

Por sua vez, é muito provável que Bergman se tenha inspirado no filme de JeanCocteau descrito por ele como “Um dos filmes franceses mais bonitos de todos ostempos”.

Lágrimas e suspirosé o primeiro filme de Bergman a cores. Filme queinfluencia a obra Another Women de Woody Allen, através da figura da mãe aatravessar o jardim num vestido branco, como um elegante fantasma do passado.

Uma das cenas mais violentas do filme de Bergman é a mutilação vaginal deKarin que parece ter influenciado Michael Haneke e, num diferente registo, segundo o próprio, William Friedkin no filmeO exorcista.

Uma vez Bergman afirmou gostar bastante de Truffaut. De facto, há algumassemelhanças entreCenas de um casamento e o filme de Truffaut Domicílio conjugal .Algumas cenas deQuando Harry conhece Sally são referências aCenas de umcasamento. Assim como o filme iraniano de Farhadi.

Nas suas próprias palavras, Arnaud Desplechin tinha Fanny e Alenxandre emmente quando escreveu Conto de Natal . O tempo - As festividades natalícias – e aedição em 5 atos – outro dispositivo do teatro – são referências a Bergman. Há umacena em particular que nos lembra Fanny e Alexandre: Quando Fânia reza pelo seuamigo Henri, aperta as suas mãos, enquanto uma luz branca surreal inunda o ecrã aosom de uma escala cromática no violino.

Por fim, o filme A fita branca de Michael Haneke, vencedor da palma d’Ouro2009, inspira-se em 3 filmes de Bergman. Como em “Paixão de Anna”, ocorreminexplicáveis atos criminosos, entre os quais um celeiro a arder, numa pequena e


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tranquila aldeia, narrados por uma voz-off. Como o pastor de Fanny e Alexandre, o pastor local dá a consciência de culpa às crianças sobre pequenas transgressões.

Há também semelhanças entre o último trabalho de Bergman,Saraband , e oúltimo trabalho de Haneke, Amour .


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TEMÁTICAS Na filmografia de Ingmar Bergman há certos temas que surgem recorrentemente.Contam-se o sofrimento e dor dos personagens, seja este físico ou emocional, a

inevitabilidade e o medo da morte, a conflitualidade no seio do casamento e o papel damulher enquanto personagem principal, forte e autónoma. O cineasta foi também umdos primeiros a retratar na sua obra questões de índole filosófica, como a existência (ounão) de Deus, a metafísica e o existencialismo, fazendo o espectador indagar sobreassuntos fundamentais da existência humana. Os seus filmes eram frequentementetomados como chocantes e revolucionários na Europa e América do século XX, porquestionarem os valores tradicionais cristãos e revelarem pouco pudor no que toca acenas de nudez e liberdade sexual, principalmente por parte das personagens femininas.


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SOMOs elementos auditivos tem especial importância nos filmes de Ingmar Bergman. Ele foi pioneiro na utilização da música, dos efeitos sonoros e do silêncio. Não são, de todo,

elementos acessórios ou de fundo, mas peças chave da narrativa e daquilo que pretendecomunicar. Utiliza o som com grande discernimento, esporadicamente e com grandeefeito.

Em primeiro lugar, a música. A música era tão essencial para Bergman, que este umavez referiu que preferia perder a visão à audição. Nos seus filmes, a música é capaz decomunicar aquilo que as palavras não conseguem e ir além do que as suas personagenssão capazes de expressar. Várias vezes a música substitui o diálogo, tornando-se oelemento principal de uma cena. Isto é contrário à utilização convencional da música nocinema, em que esta serve meramente como suporte do especto visual, atuando ao nívelda sugestão, ou reforçando o impacto de um momento dramático, ou seja, nãochamando atenção para si própria, como elemento autónomo. Em Bergman, a músicacomunica a sua própria mensagem, num contexto próprio, sem estar subordinada. A suautilização é reservada para momentos especiais e expressa muitas vezes o sublime,dizendo clara e honestamente aquilo que as personagens sentem mas não conseguemcomunicar, como o amor. A música também aproxima o homem de Deus, criando umaatmosfera rarefeita de revelação que liga as personagens ao divino, algo que de outromodo lhes estaria inacessível.

A ausência da música, como manifestação do vazio, funciona no sentido inverso,indicando a quebra de comunicação entre as personagens, sinal de trauma, dúvida etensão interior. Este silêncio é pontuado com efeitos sonoros como o tique-taque derelógios, motores, o som de água a correr, ou gotas a cair. Nas palavras do cineastaTarkovsky, estes elementos são em Bergman "hiperbolizados", sobrepondo-se além doslimites do realismo. Longe de serem decorativos ou estáticos, são muitas vezesmanipulados em crescendos, decrescendos e outras variações dinâmicas que manifestam para o expectador um simbolismo e um sentido expressivo. Chegam por vezes a abafartodos os outros sons e a aparecerem isolados, forçando esse mesmo sentido expressivo. No caso do tique-taque relógios, um elemento recorrente nos seus filmes, Bergman

acrescenta uma tensão rítmica, modulada consoante o ambiente narrativo e psicológicodo filme, tornando-se ele próprio numa espécie de maestro das suas obras.


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