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Sobre ComportAmentoe CoqniçÃo

Temas aplicados

Organizado por Roosevelt R. Starling

ESETec

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So.bre .

Comportamentoe Cognição

Temas aplicados

Volume 19

Organizado por Roosevelt R. Starling

Editores Associados2007

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Copyright© desta edição:ESETec Editores Associados, Santo André, 2007.

Todos os direitos reservados

Staning, R. R.

Sobre Comportamento e Cognição: Temas aplicados - Org. Roosevelt R.Starling 1!'.ed. Santo André. SP: ESETec Editores Associados, 2007. v.19

400 p. 23cm

1. Psicologia do Comportamento e Cognição2. Behavíorismo

3. Análise do Comportamento

COD 155.2COU 159.9.019.4

ISBN - 85-88303-85-X

ESETec Editores Associados

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Capítulo 15

Perfeccionismo e baixa auto-estima ..

Auto-regras: instrumentos.viabilizadores

qina Nolêto BuenoAmanda Isabel Silva MeIo

Universidade Católica de qOiás

o presente estudo teve por objetivo verificar se auto-regras são instrumentosviabilizadores de comportamentos, tais como: perfeccionismo e baixa auto-estima.Objetivou ainda investigar se as técnicas respondentes e operantes a ele definidaspossibilitariam a extinção dos comportamentos desadaptados da participante, bemcomo a aquisição de novas habilidades sociais assertivas.

Comportamento

Para ser comportamento é necessária uma ação por parte do organismo. ~ssaação depende diretamente das variáveis externas do ambiente imediato e histórico. E umprocesso, logo não é facilmente observado; é mutável e, conseqüentemente, exige técnicase energia de quem se dedica a estudá-Io (Skinner, 1953/2000). Por ser complexo, comosalienta esse autor, estudar e explicar o comportamento não é tarefa fácil. Não por suainacessibilidade, simplesmente por ser de difícil imobilização, ou seja, exatamente porestar em contínuo processo de modificação, possibilitado pela interação ambiental. Aindaassim, de acordo com Barbosa (2004, p. 165), mesmo sendo complexo, o comportamentojamais será classificado pelo analista do comportamento como patológico. uma vez que"( ) se ele ocorre, é porque de alguma maneira é funcional, tem valor de sobrevivência( ).", e essa necessidade de adaptação serve para preservar o bem-estar e a vida.

O comportamento humano, seja ele qual for, adaptado ou não. ocorre em funçãodas contingências de aprendizagem do indivíduo, ao longo de seu desenvolvimento(Staats & Staats, 1966/1973). Essas contingências formarão a história de aprendizagemda pessoa, denominada por Staats (1996) como Repertório Básico de Comportamento- RBC, que é o somatório de todas as experiências adquiridas por ela ao longo da vida.

Comportamentos adaptados. como salientam Staats e Staats (1966/1973), sãoaqueles que se adaptam ao meio em que o indivíduo vive, destacando as experiências, oaprendizado e as cognições. A muitos desses comportamentos o indivíduo não apresentao controle sobre suas respostas sendo, na maioria das vezes, nomeados como

comportamentos social e cultural inadequados. E é esta falta de controle por parte de quempratica ação que leva a alguns estudiosos definHos como desadaptados ou "patológicos".

174 Ciina Nolêlo Bueno c Amanda Isabel Silva Meio

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Assim, os chamados comportamentos "desadaptados", bem como oscomportamentos adaptativos, podem ser desencadeados em qualquer circunstância davida de um indivíduo, dependendo, conseqüentemente, da forma em que se encontra seuestado emocional (Eysenck & Keane, 1979/1994). Considerando essa condição, BriUo(2003), citando Staats (1996), adverte que os estados emocionais podem ser positivos ounegativos, variando de acordo com os estimulos evocadores desta emoção. Portanto, quandoa resposta emocional evocada por um estímulo for positiva, causará" a resposta deaproximação; e se negativa, gerará o comportamento de fuga/esquiva. Ressaltam essesautores que o estado emocional negativo, assim como o positivo, afeta o comportamentodo indivíduo e este, por conseguinte, o seu meio social.

Entende-se por estado emocional as experiências emocionais e afetivas deum indivíduo, evocadas por um estimulo, gerando intensas respostas sentimentais, nodecorrer de toda a sua existência, expressadas em seu corpo (Bueno & BriUo, 2003).Experiências emocionais/afetivas tais como vergonha, culpa, ira, remorso e ciúme,presentes em indivíduos perfeccionistas implicam claramente na visão que possuemde si mesmos (Álvarez, 1996/2002).

PerfeiçãoHouaiss, Vil/ar e Franco (2001) definem perfeito como aquele "Que reúne todas

as qualidades; que não tem defeito; ideal; impecável; excelente (...r. Afirmam os autoresque a busca pelo perfeccionismo seria uma busca "patológica" em ser perfeito (p. 2186).

Portanto, o significado de perfeccionismo se dá na obrigatoriedade de acertarsempre, e em tudo. Quando exacerbado, esse repertório pode levar ao medo do medo deerrar, à tensão, à insegurança, à angústia, à rigidez e à criticidade em relação a si mesmo.

Desta forma, no processo de intervenção tem-se que deixar claro ao clienteconceitos importantes sobre sempre que o individuo produz algo, simples ou complexo,pode ocorrer: (1) a possibilidade do acerto ou a ausência deste; (2) o aprendizadoocorre de forma gradativa e não de uma forma "meteórica", repentina, isto é, semtreinamentos e crescimentos gradativos; (3) posteriormente, deve ser desenvolvida afase de criação de estratégias assertivas para o processo de construção de novoscomportamentos socialmente mais hábeis, visando a redução das respostas de medo,de insegurança, angústia, rigidez e até a redução da crítica depreciativa em relação a simesmo. Possibilitando, com isto. (4) a melhoria de sua auto-estima.

Auto-Estima

A auto-estima advém de como o indivíduo vê a si próprio, bem como a forma emque ele cumpre suas regras pessoais, percebe-se e interpreta a realização de suas regrase valores de forma positiva, mantendo-se motivado. Porém, o não cumprimento das própriasregras e valores e da auto-avaliação negativa que acompanha essa falta de cumprimento,tais como a culpa e a vergonha, conduzem assim à baixa auto-estima (Álvarez, 1996/2002).

A baixa auto-estima pode estar relacionada a certos fenômenos negativos, comodepressão e suicídio. Características cognitivas semelhantes têm sido encontradasentre os indivíduos que apresentam comportamentos suicidas. Dentre elas podem sercitados: a desesperança apontandO para uma rigidez de pensamento; o pensamentodicotômiéo que reforça essa rigidez e a carência de um repertório para a solução de

problemas (Keller & Werlang, 2005): .Staats e Staats (1966/1973) compreendem que os processos internos não­

observáveis, como as atitudes e sentimentos do indivíduo ém relação a ele próprio,

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incluem as afirmações verbais, particularmente aquele comportamento verbal quedescreve a si mesmo e suas ações.

Auto~RegrasO comportamento verbal que o indivíduo emite relacionado a si mesmo, bem

como as concepções que tem do seu comportamento social são denominados deauto-linguagem. Tomados a partir das suas interações com o meio, essescomportamentos possibilitam a construção de regras. Com isto, os indivíduos passama ser governados por regras que aplicam às situações específicas da vida, de acordocom a forma que os mesmos as interpretam (Staats & Staats, 1966/1973) ..

Na perspectiva skinneriana, regras são estímulos especificadores de contingênciase exercem controle como estímulos discriminativos, fazendo parte de um conjunto decontingências de reforço. Por esta definição, instruções, avisos, conselhos, ordens, leis seriamexemplos particulares de cfasses de regras, uma vez que todos podem descrever contingênciase funcionar como estímulos discriminativos (Santos, Paracampo & Albuquerque, 2004).

As cfasses de regras se diferem umas das outras, pois, as regras "(...) estãomediadas pelas pessoas; outra, por depender da disposição do ambiente e, pelo efeitoaumentativo que a regra pode ter sobre o caráter reforçador ou punitivo dos estímulos.","( ... ) é importante destacar que o sujeito pode por ter como objeto seu própriocomportamento verbal" (Álvarez, 1996/2002, p.71).

As regras segundo as quais as pessoas vivem são denominadas de auto­regras. Assim, elas podem ser definidas como uma espécie de livro de regras com oqual as pessoas guiam e avaliam a elas mesmas e aos demais, aplicando-as ao julgarseu próprio comportamento e o dos outros. Reconhecer e reconciliar as regras pessoaispossibilitam ao indivíduo passar a compreender suas situações de vida e assim alcançaro seu autocontrole (Wessler & Hankin-Wessler, 1996/2002).

O autocontrole é construído também pelo meio social, que tem suas razõespara ensinar os indivíduos a mudarem o comportamento: tornando-o menos adversativo

e, possivelmente assim, mais reforçador a outrem (Skinner, 1974/2003).

Método

Participante

Sofhia, 37 anos à época deste estudo, 2a filha de uma prole de três irmãs, divorciada,autônoma, ensino superior incompleto, classe média, com diagnóstico de depressãoprofunda. Farmacoterapia: Sertralina, 50 mg, 2 vezes ao dia e Rivotril, 2 mg, 1 vez à noite.Queixas principais: depressão, lapsos de memória, angústia e instabilidade emocional.

História Clínica· Está apresentada de forma agrupada por períodos de 5 anos.O a 5 anos~ parto difícil; balbucios; pesadelos. 5 a 10 anos~ molestada por parentespróximos (tios e padrinho). 10 a 15 anos: excelente aluna; socialmente retraída; passaa trabalhar, mesmo contrariando os pais. 15 a 20 anos: primeira experiência sexual;engravida-se e casa-se; separação e retorno à casa dos pais. 20 a 25 anos;, morte dospais; responsável pela filha de um ano e meio e tutora da irmã caçula. 25 a 30 anos:sente-se só; sua irmã casa-se e muda-se para outra cidade. 30 a 35 anos: conhece oatual namorado; passa por constantes problemas profissionais. 35 a 37 anos: sente-sefeia; receio de envelhecer. Aos 36 anos crise: insônia por uma semana; fortes dores naregião lombar; respostas agressivas.

176 qina Nolêto Bucno e Amanda Isabel Silva Meio

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Materiais e Ambiente

As sessões foram realizadas em consultório padrão de uma Clínica Escola dePsicologia, ligada' a uma instituição de ensino superior. Foram utilizados materiaisdidáticos e pedagógicos, assim como instrumentos diagnósticos e testes avaliativos,tais como: Questionário de História Vital (Lazarus, 1975/1980), Bateria de Beck (Cunha,2001), Diários de Registro (Bueno& Britto, 2003) e Inventário de Habilidades Sociais­IHS (DeI Prette & DeI Prette, 2001/2003).

Procedimento

Foram realizadas duas sessões semanais, tendo cada uma delas duração de50 minutos. O procedimento consistiu em cinco fases: Unha de Base, Tratamento /,Avaliação Pós-Férias, Tratamento 11e Avaliação Final.

A Linha de Base compreendeu a fase inicial, sendo realizada da ia à 4a sessão.Nela. foi construido o rappor!..' objetivando enfatizar a empatia na relação terapêutica.Posteriormente, foram feitos a entrevista inicial com a participante, visando à coleta dedados acerca das queixas que apresentava; o contrato terapêutico; assim,como a explicaçãodos procedimentos dentro da abordagem; e objetivo das técnicas e do trabalho cooperativo.

Nessa fase, foram aplicados instrumentos para facilitar a obtenção de informaçõessobre a participante. O Questionário de História Vital de Lazarus (1975/1980): visandopesquisar sua história de vida. Adiante, deu-se a aplicação dos testes: Inventário deDepressão de Beck (BOI), aplicado na 4a sessão para avaliar a depressão, com escoresclassificados em minimo (O a 11), leve (12 a 19), moderado (20 a 35), grave (36 a 63);Inventário da Ansiedade de Beck (BAI), com o objetivo de avaliar a intensidade dos estadosansiosos, sendo os escores classificados em mínimo (O a 10), leve (11 a 19), moderado(20 a 30), grave (31 a 63); Escala de Desesperança de Beck (BHS), que avalia a intensidadede desesperança, com escores classificados em mínimo (O a 4), leve (5 a 8), moderado(9 a 13), e grave (14 a 20); e a Escala de Ideação Suicida de Beck (BSI), para investigaridéias e tentativas suicidas (Cunha, 2001). Também foi utilizado o Inventário de HabilidadesSociais (IHS), aplicado na 5a sessão com o objetivo de investigar as habilidades presentesno comportamento. A interpretação dos escores do IHS é baseada em termos de percentise leva-se em consideração o escore total, os escores fatoriais e os valores de cada item.O escore total avalia, de forma geral, a existência de recursos e déficits em habilidades norepertório do respondente. Os valores situados acima do percentil 50 indicam escoresmais altos em habilidades sociais; abaixo desse percentil há indicação de haver umabaixa habilidade social e o valor situado no percentil 50 indica uma posição mediana (DeiPrette & Dei Prette, 2001/2003). Os escores fatoriais devem ser interpretados considerandoos comportamentos, assim como as habilidades do indivíduo em diferentes contextossociais. O escore fatorial Fi indica habilidades de enfrentamento com risco; F2, habilidadespara lidar com demandas de expressão de afeto; F3 avalia habilidades de conversação edesenvoltura social; F4 aponta habilidades de auto-exposição a desconhecidos e aonovo; FS investiga habilidades de autocontrole da agressividade (Dei Prette & Dei Prette,2001/2003). Ainda foram utilizados os Diários de Registro de Comportamentos, comobjetivo de possibilitàr o acompanhamento dos comportamentos da participante e a

automonitoração des~es por parte dela (Bueno & Britto, 2003).A 2a fase compreendeu o Tratamento I, abrangendo da sa à 24a sessão. Nessa

etapa, foram aplicadas as técnicas da TCC. De acordo com Skinner (1953/2000), a AnáliseFuncional consiste na formulação científica da interação entre o indivíduo e seu ambiente,

Sobre Comportamento c Cognição 177

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pela especificação da ocasião onde o comportamento ocorre, o próprio comportamento eas suas conseqüências. A Reestruturação Cognitiva que, de acordo com Caballo (2003),consiste na modificação dos valores, crenças e atitudes disfuncionais do indivíduo, pormeio de um questionamento sistematizado (Questionamento Socrático), buscando suaveracidade; substituindo por valores, regras e atitudes realísticas e funcionais. A Técnica doEspelho (Fraimam, 2004), cujo objetivo é aumentar a percepção e aceitação da auto-imagemdo indivíduo, para posterior treínamento do autocuidado. A Técnica do Banho, com a finalidadede levar o cliente a melhor interagir consigo mesmo, aprendendo a lidar com o afeto. OA.CALME-SE cujo objetivo é ajudar o cliente a obter o controle de sua ansiedade, atravésda execução de 8 passos: 1) aceitar a ansiedade; 2)contemplar as coisas em sua volta; 3)agir com a ansiedade; 4) liberar ar dos pulmões; 5) manter os passos anteriores; 6) examinaros pensamentos; 7) sorrir, pois você conseguiu; 8) esperar o melhor do futuro (Rangé,1998). Também foram utilizados os Diários de Registro (Bueno & Brilto, 2003). Na sessão22" foi feita a replicação da Bateria de Beck e na 23" a replicação do IHS com a finalidade deobtenção de dados comparativos, visando melhor percepção do desenvolvimento e adesãoaté o momento. Com estes resultados, na 24" sessão foi estabelecido o programa deférias, uma vez que a Clínica Escola de Psicologia suspenderia os atendimentos por doismeses, durante íérias acadêmicas. Com ele, a participante recebeu um kit auto-explicativo,com tarefas a cumprir nesse período, assim compreendido: "1- Mantenha atualizados osdiários de comportamentos, lembrando que deve preenchê-Ias sempre que eventos lheevocarem um grau de ansiedade mais exacerbado; 2- Faça o Controle Respiratório todosos dias, seis vezes ao dia, com cinco exercícios repetitivos cada (de inspirar; reter o oxigêniopor cinco segundos; exalar o ar suavemente pela boca; respirar normal), lembrando semprede preencher os diários do mesmo; 3- Preencha cotidianamente o diário de dificuldades às

situações sociais; 4- Realize pelo menos 1 vez ao dia a Técnica do Banho, procedendo aoregistro de todas as respostas encobertas e públicas que ocorrerem enquanto o realiza; 5­Abra-se para eventos novos, conhecendo lugares e pessoas diferentes, registrando sempreno Registro Diário de Comportamentos; 6- Lembre-se da importância de rever e conversarcom os amigos; 7- Mantenha interpretações positivas em relação a si mesma, aos outrose ao mundo, e registre-as". A finalidade deste programa foi favorecer que, mesmo durante orecesso acadêmico, a participante se mantivesse em tratamento terapêutico.

A 3" fase foi a Avaliação Pós-Férias. Compreendeu-se da 25" à 28" sessão, quandono término do recesso acadêmico a participante retomou ao processo terapêutico. Foi realizadaa acolhida à mesma, buscando a coleta de novos dados a respeito de seus comportamentos­problema; foi checado todo o programa de férias, estabelecido anteriormente. Na sessão 27"replicou-se a Bateria de Beck e na 28a foi feita a replicação do IFS, com a finalidade deobtenção de dados comparativos com as fases anteriores, verificando a evolução da participantee favorecendo a definição da quarta fase, ou seja, o Tratamento 11.

. O Tratamento 1/ foi realizado da 293à 39" sessão, como 4" fase, tendo como enfoquea intervenção nas auto-regras da participante através da Análise Funcional e ReestruturaçãoCognitiva das mesmas, obtidas através dos Diários de Comportamentos (Bueno & Britto,2003). O Treinamento em Habilidades Sociais (THS) visando o desenvolvimento de novasestratégias para lidar com as situações em que houvesse o déficit o treino ocorreu dentrodo consultório, quando lhe foram ensinadas maneiras específicas de se comportar, aserem praticadas e integradas ao seu próprio repertório comporta mental (Cabalto,1996/2002). Bem como a utilização das Cartas Não-Enviadas, com o objetivo levá-Ia a entrar emcontato com as situações aversivas, motivando-a a expressar a intensidade de seussentimentos, instruindo-a a escrever cartas a algo ou alguém, objeto de conflito: cartasestas jamais enviadas (Mahoney, 1991/1998; Bueno, 2002).

178<lina Nolêto Bueno e Amanda Isabel Silva Meio

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A Avaliação Final compreendeu a 5a fase e ocorreu entre a 40a e 42a sessões.Os testes: BOI, BSI, BHS, BAI foram replicados na 40a sessão e na 41a sessão replicou­se o IHS para a confrontação dos dados obtidos na Linha de Base, Tratamento I, Avaliação

pós-Férias, Tratamento 11, e uma melhor ~valiação do tratamento desenvolvido.A seguir, todo este procedimento é mostrado de forma macro, na Tabela 1.

Fas~

Linha d~

~13 à 43

?~~

TratameillQJ

~3 .ª..2<t~

sessão

fuLa!@ç.ão

Pós-Férias

253-ª-~

$es.ê-ã_o

~~

sespão

Avaliª-Q.ã-º.

Final

403 à ~~

sessªº

Procedimento

Identificação dos comportamentos-problema, por meio da

observação, entrevista inicial, contrato terapêutico, Questionário de

História Vital, aplicação de testes psicológicos: BOI, BAI, BHS, BSI e

IHS; e Diários de Registro de Comportamentos.

Diários de Registros Diversos sobre Comportamentos-Problema

especificas à participante; Análise Funcional;. Reestruturação

Cognitiva; Questionamento Socrático; Técnica do Espelho; Técnica

do Banho; A.C.A.L.M.E.-S.E.; Reaplicação dos e programação e

preparação para as férias.

Acolhida à participante; Verificação do programa de férias;

Replicação dos testes: BOI, BAI, 8HS, BSI e IHS e definição do

Tratamento 11.

Intervenção nas Auto-Regras; Diários de Registros Diversos sobre

Comportamentos-Problema especificos à participante; Análise

Funcional; Reestruturação Cognitiva; Treino em Habilidades Sociais;

Cartas Não-Enviadas.

Replicação dos testes: BOI, BAI, BHS, BSI e IHS; mensuração dos

resultados; resumo do processo terapêutico.

Tabela 1. Fases do processo terapêutica - Procedimento

Resultados

Os dados apresentados neste trabalho foram coletados desde a 1a sessão daLinha de Base, Tratamento I, Avaliação Pós-Férias, Tratamento 11 e Avaliação Final,favorecendo o planejamento de uma intervenção estruturada e eficaz, necessária paraconstruir um novo repertório comportamental assertivo na participante.

SobreComportamcnloeCogniçoo 179

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Bateria de Beck (BDI, BAI, BHS e BSI)OS Inventários BOI, BAI, BHS e BSI foram aplicados na 3a sessão, Linha de

Base. Na 22" sessão houve sua reaplicação, quando da fase do Tratamento I; sendonovamente replicados na 27", quando da Avaliação Pós-Férias e finalmente na 40"sessão da Avaliação Final. Na Figura i, a seguir, são apresentados os resultadoscomparativos de Sofhia em todas estas fases.

As colunas com riscas verticais representam os valores obtidos por Sofhia nalinha de Base. Observa-se que no BOI ela obteve escore 35, considerado nível moderadode depressão; no BAI, escore 39, ou seja, grau de ansiedade grave; no BHS, 15,considerado nível grave de desesperança, e 14 pontos no BSI, este último não possuindovalor referencial, sendo interpretado com alto grau de ideação suicida. Nas colunas em

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Figura 1 - Resultados comparativos da Bateria de Beck nas fases: Linha de Base, Tratamento I,Avaliação Pós-Férias e Avaliação Final.

diagonal, estão os escores obtidos no Tratamento I, sendo 21 pontos no BOI, quecorrespondem ao nível moderado de depressão; 19 pontos no BAI, definidos como nívelleve de ansiedade; no B'HS obteve escore 12, representando nível moderado dedesesperança; e 7 pontos no BSI, ou seja, ainda com ideações suicidas. As colunashorizontais demonstram os valores obtidos na Avaliação Pós-Férias, sendo 19 pontosno BOI, interpretados como nível leve de depressão; 18 pontos no BAI, ou seja, nível levede ansiedade; no BHS 14 pontos, ou seja, nível grave de desesperança; e 9 pontos noBSI, permanecendo com ideação suicida, Já as colunas pontilhadas referem-se aosvalores obtidos na Avaliação Final, quando Sofhia obteve valor igual a 4 no BOI,significando grau mínimo de depressão; no BAI escore igual a 6, ou seja, nível deansiedade mínimo; no BHS valor igual ai, considerado nível mínimo de desesperança;e no BSI obteve valor 1, interpretado como baixíssimo nível de ideação suicida.

Os escore::; apre::;entados na Figura I, acima, salientam que mesmo Sofhiatendo chegado ao tratamento com nível moderado de depressão, houve uma reduçãoem seus escores levando-a ao nível mínimo de depressão. Resultado semelhantepode ser observado nos quatro resultados do SAI. Na Linha de Base, Sofhia apresentavaum nível grave de ansiedade. Gradativamente, houve redução, chegando a mínimo naúltima fase de seu tratamento. Nos resultados apontados tanto pela Escala deDesesperança quanto pela de Ideação suicida, a participante apresentava na fase inicialescores graves de desesperança e ideação suicida. Quando de seu retorno, após doismeses de interrupção, ambos os escores apresentaram elevação, decorrentes doaumento de problemas em relação ao namorado, término do namoro durante o processode férias. Mas, na Avaliação Final, o escore de desesperança foi considerado mínimo,

com valor igual a 1, e o de ideação suicida foi definido como baixíssimo, com valor igual

180 (jina Noléto Bueno e Amanda Isabel Silva Melo

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a 1. Com o suporte dos dados obtidos pela Bateria de Beck, foi possível estabelecer umprograma .~e .Intervenção utilizando as técni<;qs: ,Análise Funcional; ReestruturaçãoCognitiva; Técnica do Espelho; Técnica do Banho; A.CAL.M.E.-S.E., Intervenção nasAuto-Regras; Treino em Hábilidades Sociais e Cartas Não-Enviadas.

Análise Funcionar-:eReestruturação CognitivaAnálise Funcional foi realizada em todas as fases do processo terapêutico,

subsidiada pelos Diários de Comportamentos. A seguir, são demonstrados dois de seusmomentos. Na Tabela 2, verifica-se uma situação registrada quanto da Linha de Base ..

.Estimul.a RA~nQ$lS ConseqüênciaEm casa, recebe a Encoberta~ preocupa-se Não consegue dormir; ficaligação do com a situação em que se mais irritada; quebra alguns

namorado. enéontra o relacionamênto objetos' liga para o namorado edos dois. Sente tristeza, 'angústia e irritabilidade. termina o namoro.Apresenta respostasfisiológicas de. tremores,sudorese e palpitação.P4º}ica~: desentende-secom o namorado e toma um

Rivotril para tentar dormir.Tabela2. Análise Funcional- Linha de Base

Os dados contidos na Tabela 2 foram intervencionados na fase Tratamento I,

resultando ria seguinte percepção dela: "Se não fosse tão precipitada e agressiva,talvez nem tivéssemos brigado (... )" (Sofhia, outubro de 2005). Como tarefa de casa, aparticipante optou por encontrar-se com o namorado e procurou apresentar repertóriosmais adequados, como demonstra a Tabela 3, a seguir.

~Encontra o ex­namorado num

shopoing e ele aconvida para

almoçar.

~M,

En.wb~ lembra-se dosmomentos bons e ruins

que viveram. Sentetristeza, angústia e

saudosismo. Apresentarespostas fisiológicas de

palpitação e fadiga.PÚblic<!s' aceita o convite.

Tabela3. Análise Funcional- Tratamento I

Conseaüêncié'lAlmoçamjuntos e depois

retoma ao trabalho.

No 10 momento (Tabela 2), a participante apresenta comportamentos agressivose inadequados. No 20 momento (Tabela 3), após a Intervenção, consegue ter umaresposta mais habilmente adequada. Após a compreensão desses dois eventos, Sofhiapassou a utilizar-se da Análise Funcional, previamente, como instrumento indicativodas conseqüências do seu comportar-se.

Sobre Comportamcnlo e Cognição 181

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Perfeccionismo e Medo de Errar

No fragmento de sessão, adiante, observa-se que Sofhia apresentava grandedificuldade em lidar com o fato de errar, quando chegou a este tratamento.

Fragmentos da 18Sessão:

C - Tenho medo de fracassar e minha filha se decepcionar comigo; de não dar conta deeducá-Ia, estudá-Ia, sustentá-Ia. Não posso errar com ela, tenho que ter o controle dasituação.

T - Você me disse que não pode fracassar. Isto é por medo de fracassar ou de perder ocontrole da situação?

C - Das duas coisas. Em tudo o que faço, prefiro fazer sozinha. Sempre sou a última afalar, tenho sempre que afirmar que sou e estou correta.

Na 58 Sessão foi trabalhada com a participante a definição de Acerto e Erro,como demonstra a Tabela 4.

G.McP.itos100% treinamento, que é igual a 100% deaprendizagem.Ainda não houve 100% de treinamento, portanto nãohouve 100% de aprendizagem.Ainda não foi iniciado o treinamento, portanto, não háaprend izagem.Quando houve 100% de treinamento. portanto. 100%

de aprendizagem e o indivíduo fez diferente disso.

Tabela 4: Conceituaçâo de Acerto e Erro - Tratamento I.

E rrQ.

!;:ateoº-rias

Sofhia passou a ter sempre à mão um cartãozinho com os conceitos de Acertoe Erro, para que pudesse observar corretamente os eventos e se auto-analisar.Disciplinada a aprender, já na 68 sessão, a participante faz a seguinte verbalização:

Fragmentos da 68 Sessão:

C - Consigo ouvir minha filha melhor. Vi que impunha tantas coisas para ela, com medode algo dar errado e as pessoas virarem para mim e dizerem que eu errei.

T - E como ficou essa percepção para você?

C - Sei que não vou acertar sempre e que nem sempre o que eu penso é o correto. Eque depois da última sessão. quando trabalhamos os conceitos de acerto e erro eucompreendi que eu só vou errar quando aprender a fazer tudo corretamente. Por isso,hoje já sei: ou acerto parcialmente ou não acerto, pois ainda não aprendi tudo.

Para uma melhor observação da participante, especialmente sobre seusrepertórios perfeccionistas, com auto-regras muito rígidas, na sessão 78 foi montada.com sua ajuda, a Tabela 5, a seguir:

c Q D" o." Ia-=º., ~.Jl) o fJJa s e vêLo..bserv<Uiíío d.a

teJa o eu ta.).5 onita;Elegante;Sim pática;In te Ilg e n te;Jovem;Atraente. de

dasmais

R.escostasCom oortam t:Dt<jl$.

aoR ig id e z;Dependêncianam orado;Com portam entoho stll;Te n ta tiv acontrole

pessoaspróxim as.

- Tenho que serperfeita;

Sou le ia;- Estou velha;- Não sou capaz;

Precisocontrolar tudo;

Sou infeliz esem sucesso.

Feia;D eselegante;Antipática;Incom petente;V elh a;Sem atrativos.

Tabela 5: A relação entre perfeccionismo, auto-estima e auto-regras.

182 <;ina Notêlo Bucno e Amanda t •• bcl Silva Meto

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Sugerida a olhar com calma os dados da Tabela 5;. a participante verbalizou:"Nossa, então são minhas auto-regras negativas que fazem de mim uma pessoa tãorígida e infeliz!" (Sofhia, outubro de 2005).

A intervenção nas Auto-Regras disfuncionais objetivou a extinção de regrasdisfuncíonais e a construção de novas regras mais funcionais, como demonstra aTabela 6, feita na 278 Sessão do Tratamento 11,a seguir:

Que~lionJmcntQ Socrático.

AnâJi$~ funcional; Educaçãu sobre

pcrfcccionisrno: Acerto cErTo:

Rccstrutuõüç30 C08uiti\'3.

Treino em Habilidade Social;Reestruturação Ccgnitiva;A.C.A .L.M .E .-S.E ..Treino em Habilidade Social;Reestruturação Cognitiva;A.C.A.l.M.E.-S.E.

Percebo que posso fazer.o melhor, sem estarsem pre buscando ap e rfe iç ã o.Gosto mais de mim e mesinto m ais alegre e feliz.

Resultados

Preciso agir paraconseguir atingir meuso b je tivos.Preciso controlar a minhaansiedade e. não aspessoas!Para que meus ideaisdêem certo, devo escolhere executar as estratégiasde form a assertiva;Sinto-me mais alegre efeliz. Tenho estadosatisfeita com igo m esm a.Percebo que confiandom ais nas pessoas, passeia respeitá-Ias m ais, e am im ta m b é m .

A.C.A.L.M .E.·S.E.;

Análise Funcional; Técnica doEspelho; Técnica do Banho;Diários de Registro.Análise Funcional;R eestru tu ração C ogn itiva;A.C .A.L.M.E .-S.E.Análise Funcional;Reestruturação Cognitiva;A.C.A .l.M .E .-S.E.;

AnãJhe funcional: R~c!.trultJraç::'io

Cognith a;

A.u..t~Ji.O ras deS.olW.a.

Tenho que serperfeita;

Sou fe ia;

Nâo sou capaz;

Preciso controlartudo;Tudo na minhavida está dandoerrado;

Sou infeliz e semsucesso;

Não possoconfiar naspcssoas.

Tabela 6: Auto-regras negativas de Sofhia na Linha de Base versus_ Tratamento \, Avaliação Pós­Fériase Tratamento li.

Técnica do Espelho

Sofhia apresentava um rigor muito grande ao analisar seu corpo. Em funçãodisso, a insatisfação era um ato contínuo. Então, na 98 sessão houve a decisão de levá­Ia a se observar no espelho para identificar do que gostava ou não nela. Os resultadosfavoreceram a definição de estratégias de intervenção. Logo que a tarefa foi proposta,Sofhia verbalizou:

Fragmentos da 9D Sessão

C - Eu não gosto do que vejo quando me olho.

T - Do que especificamente você não gosta quando se olha?

C - Eu me acho feia: estou envelhecendo, meu corpo já não é. mais o mesmo; meucabelo, minha pele ... nossa, me sinto péssima!

T - Fale-me melhor da forma como é se sentir péssima?

C - Eu não gosto do que eu vejo. Caso pudesse e tivesse condições, faria uma plásticacompleta; só manteria a minha alma.

Após esta verbalização, definiu-se que ela realizaria a Técnica do Espelho,como tarefa de casa.

A participante precisou de 7 dias para· conseguir realizar a tarefa Técnica doEspelho, não apresentando a mesma na 10a, sessão, mas sim na 11a ·sessão. Oresultado está demonstrado no fragmento, a seguir:

Sobre Comportamento e CogniÇ;;o 183

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Fragmentos da 118 Sessão

T - Como foi fazer a Técnica do Espelho?

C - Foi horrível! Senti-me péssima, chorei muíto.

T - Horrível?

C - Sim, eu não estou e não sou como gostaria de ser. Portanto, não quero mais fazeresta tarefa: ela me faz mal!

A partir deste resultado, foi definida a Técnica do Banho, com a finalidade depossibilitar um melhor autocontato de Sofhia. Especialmente, visando à auto-aceitação,com afeto.

Fragmentos da 128 Sessão - Técnica do Banho

T - Como foi realizar o banho?

C - Não o realizei por completo nas primeiras vezes e, nas duas em que o realizei, nãopercebi diferença. Afinal, só me fez comprovar o que eu já sabia, estou feia, velha, a pelee o corpo já não são os mesmos.

Após cinco sessões, ou seja, na 17a sessão, Sofhia verbalíza:

Fragmentos da 178 Sessão

C - Voltei a realizar o banho. Então, fui conseguindo me perceber e me aceitar melhor. Vi oquanto estava ficando desligada de mim. Sai, resolvi cortar os cabelos, mudar o meu visual.

T - E como você se sentiu?

C - Entendi que não posso mudar o que sou e sim que tenho que me perceber e aceitarcomo sou, podendo melhorar aquilo que está ao meu alcance. Estou bem melhor. Hojecompreendo melhor os elogios que recebo. Antes não os recebia, pois sabia que minha

beleza não era perfeita!

Inventário de Habilidades Sociais

o IHS foi aplicado na 4a sessão, da Linha de Base. Na 23a sessão houve sua

replicação, na fase do Tratamento I; sendo novamente replicado na 28a, Avaliação Pós­Férias e, finalmente, na 41a sessão da Avaliação Final. Na Figura 2, a seguir, sãoapresentados os resultados comparativos de Sofhia em todas estas fases.

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j:í:!~r'f~'j F~ '"f'\ F'" ..••1\ k; Li. .[ t'4.,.;,;, F4 F5Figura 2 - Resultados comparativos do IHS nas fases: Linha de Base, Tratamento I, Avaliação Pós­Férias e Avaliação Final.

A primeira coluna refere-se ao Escore Referendal de valor igual a 50. O primeirogrupo de colunas representa os escores totais nas quatro fases de aplicação. Estesescores permitem uma avaliação geral dos recursos e déficits_das habilidades sociais.

184 (jioa Nolê!o Bueno e Amanda Isabel Silva Meio

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Sofhia obteve 65 pontos nas duas primeiras fases - Linha de Base e Tratamento I,elevando-se para 75 pontos na Avaliação Pós-Férias e 85 pontos na Avaliação Final. Osegundo grupo de colunas indica os escores referentes ao Fi - repertório de enfrentamentoe auto-afirmação em situações çle risco. A participante obteve escore 95 na Linha de Base,85 pontos no Tratamento I, 75 na Avaliação Pós-Férias e 85 pontos na Avaliação Final. Oterceiro grupo representa o F2, que avalia as habilidades para lidar com demandas deafeto. A participante obteve 35 pontos nas duas primeiras fases, elevando seu escore para50 pontos na Avaliação Pós-Férias e ,60 pontos na Avaliação Final. No quarto grupamentode colunas está o resultado no fator F3: Linha de Base com percentil 10, significando

pouca habilidade em conversação e desenvoltura social, retratando pouca capacidadepara lidar com situações de aproximação com o outro. Subiu para 85 pontos no TratamentoI; depois elevou-se para 90 pontos na Avaliação Pós-Férias e 95 na Avaliação Final,ratificando a aquisição de repertórios que habilitam a participante a ter uma melhordesenvoltura em conversação e interação social. No grupamento 5, referente ao F4,identiíicador das habilidades de auto-exposição a desconhecidos e a situações novas, a

participante apresentou um P!3rcentil igual a 30, na Linha de Base, representando umadificuldade em expor-se a desconhecidos e a situações novas. No Tratamento I, seuresultado foi de 65; 75 pontos na Avaliação Pós-Férias e 95 pontos na Avaliação Final,evidenciando um aumento relevante de suas habilidades para enfrentar tais situações.No sexto grupo de colunas estão os resultados do fator F5, que investiga o autocontrole daagressividade. Na Linha de Base e no Tratamento I, a participante obteve escore igual a 1,demonstrando pouco controle da agressividade, refletindo característica de impulsividade.Na Avaliação Pós-Férias seu escore subiu para 40 pontos. Elevando-se para 50 pontosna Avaliação Final, demonstrando um aumento considerável de controle da participantepara expressar seus sentimentos de desagrado.

Os resultados apontados pelo IHS revelam que a participante apresentavaíndices superiores nos fatores Total e Fi, ao final do processo apresentou melhoreshabilidades socíais nestes fatores. Já em relação aos F2, F3, F4 e F5, o seu resultadofoi ainda mais forte, saltando de escores abaixo da média no princípio, para índicesmedianos e superiores quando da Avaliação Final, como observado na Figura 2.

Cartas Não-Enviadas

Na 29a sessão, foi solicitado à Sofhia que escrevesse uma Carta Não-Enviadaao futuro, expondo todos os seus conceitos referentes ao mesmo. O resultado destatarefa foi apresentado na 30a sessão.

Fragmento da Carta Não-Enviada ao futuro

"É estranho eu escrever para o futuro. Ele ainda não existe! O que é o futuro?"Ele", a Deus pertence? Acho que o futuro é um plano desejado. (...). (...) atualmente eunão me preocupo com o futuro, em longo prazo, mas, apenas em curto prazo (quase ohoje). Percebo que meus planos foram uns e os planos de Deus foram outros. Tive queme adaptar à aceitação. Sendo assim, não quero ficar muito a planejar; prefiro tentartrabalhar com o hoje."

Após a 3ia sessão, Sofhia, como tarefa de casa, assumindo o papel do futuro,respondeu à sua primeira carta ao futuro.

Fragmento da Carta Não-Enviada - Resposta do futuro

"Quando você diz que é estranho escrever para mim, pois ainda não existo, teretorno a pergunta: naoé estranho eu me preparar para te esperar se ainda não aconheço? (...) Comece a preparar sua "base" com o seu ontem e o hoje e terá uma

Sobre Comportamento e Cogni~Jo 185

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melhor visão de mim (...). (...)Persista mais e acredite em você e na sua capacidade, eassim poderá me perceber mais próximo. (...) Eu só vou poder me preparar para tereceber, se você se permitir planejando".

Como tarefa de casa, na 33a sessão, Sofhia foi instruída a responder a segundacarta.

Fragmento da Carta Não-Enviada - Resposta de Sofhia ao futuro

"Muito obrigada por me fazer perceber que você é parte do meu "eu". Vou conseguirplanejar a minha base a partir da minha real realidade. Mas não se preocupe muito. SÓlhe peço que me espere com os "braços" abertos para um forte e caloroso abraço. (...)Espere por mim, eu chegarei até você".

Discussão

Como salientam Staats e Staats (1966/1973), toda ordem comporta mental,adaptada ou não, tem função. Pesquisar a função do comportamento é tarefa básica aoterapeuta, necessária para a ocorrência de uma intervenção adequada aodesenvolvimento de novas habilidades sociais, isto é, ao autocontrole de seus repertórios

de comportamento (Skinner, 1974/2003).

Assim, neste estudo, a Análise Funcional foi um instrumento bastante utilizadocom a finalidade de melhor compreensão das relações entre os antecedentes e osconseqüentes às respostas apresentadas por Sofhia. O uso sistemático desteinstrumento parece ter favorecido o autoconhecimento da participante sobre ascontingências sociais nas quais tinha que apresentar uma resposta. E, muitas vezes,essas contingências eram interpretadas pela participante como muito aversivas,conseqüenciando-Ihe comportamentos inadequados, como demonstra a Tabela 2.Porém, a observação, descrição e análise de muitas situações sociais que experimentarasugerem ter possibilitado a construção de novos repertórios mais assertivos. Isto porque,conforme Skinner (1953,2000), a Análise Funcional consiste na formulação científica dainteração entre o indivíduo e seu ambiente. E essa formulação favorece oautoconhecimento e posterior autocontrole dos repertórios de comportamentos.

Os resultados, ora evidenciados por este estudo, salientam o perfeccionismode Sofhia, que se tornou mais freqüente após a morte de seus pais, quando passou aser responsável por si, sua irmã e sua filha. Destaca, também, o medo, igualmentemuito freqüente, sentido e verbalizado por Sofhia: "Tenho medo de fracassar e minhafilha se decepcionar comigo, de não dar conta de educá-Ia, estudá-Ia, sustentá-Ia. Nãoposso errar com ela" (Sofhia, Setembro de 2005). Esses dados parecem sugerir que o

.perfeccionismo advém de um medo exacerbado de errar e a busca da perfeição. Medosevocados por auto-regras muito rígidas sobre a impossibilidade que lhe dava quanto aoerrar e a busca pelo perfeccionismo, como demonstra Tabela 5. O procedimentofavorecido pela Tabela 5 parece ter contribuído com a percepção mais flexível daparticipante a respeito de suas auto-regras disfuncionais, sendo as mesmassubstituídas por auto-regras mais funcionais e de assertividade, favorecendo oautocontrole, como demonstra a Tabela 6. Confirmando, como sugerem Wessler eHankin-Wessler (1996/2002), as auto-regras servem para guiar e avaliar a si mesma eaos demais, aplicando-as ao julgar de seu próprio comportamento e o dos outros.

A busca pelo perfeccionismo e a dificuldade de aceitação com a sua própriaauto-imagem confirmaram uma baixa auto-estima de Sofhia, observada quando daTécnica do Espelho, ao demonstrar dificuldade de aceitação do seu próprio corpo: "Eu

186 Cjina Nolêlo Bueno e Amanda Isabe! Silva Meio

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me acho feia, meu corpo já não é maisó mesmo ..: nossa, me sinto péssima!" (Sofhia,outubro de 2005). A baixà auto-estima parece corroborar com os primeiros resultadosda Técnica do Banho: Sofhia apresentou, inicialmente, baixa adesão a esta técnicadevido a sua dificuldade em lidar com afeto e aceitação de sua' própria imagem. ParaÁlvarez (1996/2002), a auto~'estima advém da forma com que a pessoa se vê, bem comoa avaliação que faz de si mesma. E quando esse resultado é negativo, favorece aconstrução de uma baixa auto-estima. Após a intervenção, passou a se aceitar e a sevalorizar, refletindo na melhoria de:sua auto7estima: "Gosto mais'de mim e me sintomais alegre e feliz" (Sofhia, março de 2006).

Praticamente em tOdas as sessões, a partir do Tratamento I, utilizou-se a .Reestruturação Cognitiva, visando a estimulação' da construção de novos repertóriosassertivos (Caballo, 2003). Na Tabela 6, pode-se verificar a eficácia desse instrUmentono momento em que toma consciência a respeito do seu perfeccionisnio: "Agora perceboque posso fazer o melhor, sem estar sempre buscando a perfeição".

A Figura 1 desta os resultados da Bateria de Beck obtidos por Sofhia durante oprocesso terapêutica. A depressão, que se mostrou moderada no início do tratamento,diminuiu consideravelmente ao longo de todo o processo, chegando ao nível mínimo nafase de Avaliação Final. Sua ansiedade, que no primeiro momento foi definida como denível grave, decresceu para mínimo, no final do tratamento, sugerindo que as técnicasdefinidas para o controle de tais repertórios foram eficazes. A desesperança que seapresentou grave na Linha de Base, reduziu-se à moderada, antes do período de fériasna Clínica Escola, mas elevou-se ao nível grave, quando da investigação na AvaliaçãoPós-Férias, Sofhia durante o período de férias, terminou o seu namoro, sentindo-seinsegura, infeliz e sem expectativas quando. ao seu futuro, reduzindo-se para mínimo naúltima fase. Resultado semelhante pode ser observado também no BSI: Sofhia apresentouelevado desejo de ideação suicida nas três primeiras fases. Mas na última fase dotratamento foi reduzido ao nível mínimo. Keller e Werlang (2005) salientam que a baixaauto-estima pode estar diretamente relacionada à depressão, desesperança e à ideaçãosuicida. Os resultados, ora apresentados, parecem demonstrar que a reestruturação dasauto-regras de Sofhia, agora assertivas, bem como o treinamento de habilidadessocialmente adequadas, possibilitaram maior autocontrole de seu repertório,conseqüentemente a melhoria de sua auto-estima, diminuindo a sua ansiedade,desesperança e desejo de morte.

Através do IHS, Figura 2, é possíve: observar que a participante apresentava bomrepertório hábil social, com escore total na Linha de Base de 65; elevando-se para 85 naúltima fase. Segundo Dei Prette e Dei Prette (2001/2003), a aquisição das habilidadessociais ocorre durante toda a vida do indivíduo. Sofhia apresentou níveis baixos no F5,demonstrando que a mesma era impulsiva e com baixo autocontrole da agressividade. Amelhoria desses repertórios hábeis sugere a eficácia e a generalização de novashabilidades, visto que nem todas as baixas habilidades de Sofhia foram intervencionadas.

A partir da 29a sessão foram trabalhadas com Sofhia as Cartas Não-Enviadas,cartas em que ela expressa sua emoção e dúvidas em relação ao futuro, na primeiracarta; o futuro lhe responde na segunda carta; e ela volta a respondê-1o, na terceira carta.Esta técnica, segundo (Mahoney, 1991/1998; Bueno, 2002), favorece o autoconhecimentoe autocontrole comporta mental de quem se submete a ela. Neste estudo, ela parece terfavorecido a funcionalização do comportamento de Sofhia em relação ao futuro e à sua

desesperança: "Tenho que me preparar para o futuro, se quiser que ele seja tranqüilo efeliz" (Sofhia, abril, 2006) ... ' .

Sobre Comportlmcl1to c Cognição 187

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Os dados obtidos por este estudo sugerem que o perfeccíonismo, a baixa auto­estima e as auto-regras negativistas construíram uma complexa cadeia decomportamentos-problema em Sofhia, produtora de muitas perdas sociais. Sugeremainda que a intervenção proposta favoreceu a reestruturação desses comportamentos,possibilitando-lhe repertórios hábeis, mais assertivos e adequados ao seu contextosocial, isto é, à aquisição do autocontrole.

Assim, os dados aqui apresentados sugerem que os objetivos foramalcançados, ou seja, as auto-regras da participante, adquivindas das conseqüênciasde sua interação social, parecem ter-lhe favorecido o perfeccionismo, prejudicando sua

auto-estima. Sugerem ainda que o procedimento de intervenção proposto foi eficaz,uma vez que houve a redução de comportamentos desadaptados e a aquisição derepertórios socialmente hábeis. Mas é evidente que mais estudos sobre o tema precisamser realizados, para sua melhor compreensão.

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188 Qina Nolêto Bucno c Amanda I",bcl Silva Meio

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