Sobre a Estética Transcendental de I. Kant

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Sobre a Estética Transcendental de I. Kant. Por: Juliano Gustavo Ozga. Crítica da Razão Pura. Primeira Parte. [1]. a) Intuição: “é o fim para o qual tende, como meio, todo o pensamento”; b) Capacidade de receptividade (receber representação): Sensibilidade; c) Entendimento: “que pensa esses objetos e é dele que provêm os conceitos”; d) Pensamento-Intuição (directe ou indirecte)- Sensibilidade; e) Sensação: “o efeito de um objeto sobre a capacidade representativa, na medida em que somos afetados”; f) Intuição Empírica: “que se relaciona com o objeto, por meio da sensação”; g) Fenômeno: “O objeto indeterminado de uma intuição empírica”; h) Matéria: “o que no fenômeno corresponde à sensação”; i) Forma: “o que possibilita que o diverso do fenômeno possa ser ordenado segundo determinadas relações”; j) Representações Puras (no sentido transcendental): “todas as representações em que nada se encontra que pertença à sensação”; k) Intuição Pura: “deverá encontrar-se absolutamente a priori no espírito a forma pura das intuições sensíveis em geral, na qual todo o diverso dos fenômenos se intui em determinadas condições”, ou seja, “Essa forma pura da sensibilidade”; l) Extensão e Figura: sobra da intuição empírica “quando separo da representação de um corpo o que o entendimento pensa dele,... e igualmente o que pertence à sensação”; m) Estética Transcendental: “uma ciência de todos os princípios da sensibilidade a priori”; 1º: isolamento da sensibilidade, “abstraindo de tudo o que o entendimento pensa com os seus conceitos, para que apenas reste a intuição pura”; 2º: “apartaremos ainda desta intuição tudo o que pertence à sensação para restar somente a intuição pura

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Sobre a Estética Transcendental de I. Kant.

Por: Juliano Gustavo Ozga.

Crítica da Razão Pura.

Primeira Parte.

[1].

a) Intuição: “é o fim para o qual tende, como meio, todo o pensamento”;b) Capacidade de receptividade (receber representação): Sensibilidade;c) Entendimento: “que pensa esses objetos e é dele que provêm os conceitos”;d) Pensamento-Intuição (directe ou indirecte)-Sensibilidade;e) Sensação: “o efeito de um objeto sobre a capacidade representativa, na medida em

que somos afetados”;f) Intuição Empírica: “que se relaciona com o objeto, por meio da sensação”;g) Fenômeno: “O objeto indeterminado de uma intuição empírica”;h) Matéria: “o que no fenômeno corresponde à sensação”;i) Forma: “o que possibilita que o diverso do fenômeno possa ser ordenado segundo

determinadas relações”;j) Representações Puras (no sentido transcendental): “todas as representações em que

nada se encontra que pertença à sensação”;k) Intuição Pura: “deverá encontrar-se absolutamente a priori no espírito a forma pura

das intuições sensíveis em geral, na qual todo o diverso dos fenômenos se intui em determinadas condições”, ou seja, “Essa forma pura da sensibilidade”;

l) Extensão e Figura: sobra da intuição empírica “quando separo da representação de um corpo o que o entendimento pensa dele,... e igualmente o que pertence à sensação”;

m) Estética Transcendental: “uma ciência de todos os princípios da sensibilidade a priori”;1º: isolamento da sensibilidade, “abstraindo de tudo o que o entendimento pensa com os seus conceitos, para que apenas reste a intuição pura”;2º: “apartaremos ainda desta intuição tudo o que pertence à sensação para restar somente a intuição pura e simples, forma dos fenômenos, que é a única que a sensibilidade a priori pode fornecer”;

Resultado: “duas Formas Puras de Intuição Sensível, como princípios do conhecimento a priori”:1: O Espaço;2: T Tempo.

Primeira Seção.

Do Espaço [2].

a) Espaço: “é uma representação necessária a priori, que fundamenta todas as intuições externas”;1: “O espaço como condição de possibilidade dos fenômenos”;2: “é uma representação a priori que fundamenta necessariamente todos os fenômenos externos”;

b) “o espaço é uma intuição pura”;Por que:

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1º “só podemos ter a representação de um espaço único e, quando falamos de vários espaços, referimo-nos a partes de um só e mesmo espaço”;2º “O espaço é representado como uma grandeza infinita dada”;

Portanto: “a representação originária de espaço é intuição a priori e não conceito”.

[3].

a) Exposição Transcendental: “a explicação de um conceito considerado como princípio, a partir do qual se pode entender a possibilidade de outros conhecimentos sintéticos a priori”;Para isso, requere-se:1- “que do conceito dado decorram realmente conhecimentos dessa natureza”;2- “que esses conhecimentos apenas sejam possíveis pressupondo-se um dado modo

da explicação desse conceito”;

Consideração Final:“o conceito transcendental dos fenômenos no espaço é uma advertência crítica de que nada, em suma, do que é intuído no espaço é uma coisa em si, de que o espaço não é uma forma das coisas, forma que lhes seria própria, de certa maneira, em si, mas que nenhum objeto em si mesmo nos é conhecido e que os chamados objetos exteriores são apenas representações da nossa sensibilidade, cuja forma é o espaço, mas cujo verdadeiro correlato, isto é, a coisa em si, não é nem pode ser conhecida por seu intermédio; de resto, jamais se pergunta por ela na experiência”.

Sedunda Seção.

Do Tempo [4].

a) Tempo: “é uma representação necessária que constitui o fundamento de todas as intuições”;b) “não é um conceito empírico que derive de uma experiência qualquer”;A simultaneidade (que uma coisa existe num só e mesmo tempo) e a sucessão (que uma coisa existe em tempos diferentes) são possíveis de surgirem na percepção se a representação do tempo for seu fundamento a priori;c) O Tempo é dado a priori;d) O Tempo possui apenas uma dimensão;Conclusão: Tempos diferentes são Sucessivos; Espaços diferentes são Simultâneos.e) O tempo é uma forma pura de intuição sensível;f) A representação originária do tempo terá de ser dada como ilimitada;

Consideração Final:1- “Se a representação do tempo não fosse intuição (interna) a priori, nenhum conceito, fosse qual fosse, permitiria tornar inteligível a possibilidade de uma mudança, isto é, a possibilidade de uma ligação de predicados contraditoriamente opostos num só e mesmo objeto”;2- “Só no tempo sucessivamente, é que ambas as determinações, contraditoriamente opostas, se podem encontrar numa coisa”;3- Por isso “o nosso conceito do tempo explica a possibilidade de tantos conhecimentos sintéticos a priori quantos os da teoria geral do movimento, teoria que não é pouco fecunda”.

[6].a) O tempo é a condição formal a priori de todos os fenômenos em geral”;

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b) O espaço, enquanto forma pura de toda intuição externa, limita-se, como condição a priori, simplesmente aos fenômenos externos;c) Se posso dizer a priori: “todos os fenômenos exteriores são determinados a priori no espaço e segundo as relações do espaço, posso igualmente dizer com inteira generalidade, a partir do princípio do sentido interno, que todos os fenômenos em geral, isto é, todos os objetos dos sentidos, estão no tempo e necessariamente sujeitos às relações do tempo”;d) O tempo é uma condição subjetiva da nossa intuição, pelo fato de ser sempre sensível, ou seja, na medida em que somos afetados pelos objetos, e não é nada em si, fora do sujeito;e) Intuição: “é a condição própria pela qual o tempo pertence à representação dos objetos”;f) Essa condição aplicada ao conceito gera o seguinte:“todas as coisas, enquanto fenômenos (objetos da intuição sensível), estão no tempo, o princípio adquire a conveniente validade objetiva e universalidade a priori”;g) Realidade Empírica do Tempo: “a sua validade objetiva em relação a todos os objetos que possam apresentar-se aos nossos sentidos”;h) Idealidade Transcendental do Tempo: “o tempo nada é, se abstrairmos das condições subjetivas da intuição sensível e não pode ser atribuída aos objetos em si (independentemente da sua relação com a nossa intuição), nem a título de substância nem de acidente”;

Explicação [7].

a) “O tempo não é inerente aos próprios objetos, mas unicamente ao sujeito que os intui”;b) “O tempo e o espaço são portanto duas fontes de conhecimento das quais se podem extrair a priori diversos conhecimentos sintéticos, do que nos dá brilhante exemplo, sobretudo, a matemática pura, no que se refere ao conhecimento do espaço e das suas relações”;c) “Tomados conjuntamente (o espaço e o tempo), são formas puras de toda a intuição sensível, possibilitando assim proposições sintéticas a priori”;

Exemplos: Realidade Absoluta do Espaço e Tempo. 1° Partido e 2° Partido (A 39-A 41).

Consideração Final:a) Estética Transcendental: “resulta claramente de todos os outros conceitos

pertencentes à sensibilidade, mesmo o do movimento, que reúne ambos os elementos (o espaço e o tempo [pressupõe]), algo de empírico”;

b) Pressuposição da percepção de algo que se move; porém, no espaço, considerado em si próprio, nada é móvel;c) Necessidade de que “o móvel seja algo que não se encontre no espaço a não ser pela experiência, sendo portanto, um dado empírico”;d) A Estética Transcendental exclui o conceito de mudança de entre os seus dados a priori;Motivo: “Não é o próprio tempo que muda, apenas muda algo que está no tempo” (dado empírico [?]);e) Necessidade da percepção de uma certa existência e sucessão de suas determinações, por conseguinte a Experiência.

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Observações Finais [8].

Conclusão da Estética Transcendental.

a) Como são possíveis proposições sintéticas a priori?;b) Espaço e Tempo: intuições puras a priori;c) “Através das intuições (o espaço e o tempo), os juízos a priori, nunca podem ultrapassar os objetos dos sentidos e apenas têm valor para objetos da experiência possível”;

Razão: “Nas intuições puras a priori (o espaço e o tempo), quando num juízo a priori queremos sair do conceito dado, encontramos aquilo que pode ser descoberto a priori, não no conceito, mas certamente na intuição correspondente, e pode estar ligado sinteticamente a esse conceito”.