SÃO PAULO - XXII NOVEMBRO DE 2020 - EDIÇÃO 267

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O SANTUÁRIO DA PENHANOVEMBRO DE 20202

Queridos irmãos e irmãs, a paz do Cristo Ressuscitado!

Entramos no mês de novembro e, nele, celebramos o DIA DE TODOS OS FIÉIS FALECIDOS, ou mais popular-mente, dia de Finados (02/11). Como cristãos nós professamos no Credo niceno-constantinopolitano: “Espero a ressurreição dos mortos; e a vida do mundo que há de vir. Amém”. Esta co-memoração dos fiéis falecidos nos aju-da a reavivar a fé na vida eterna e no que a mãe Igreja, baseada na Palavra de Deus e guiada pelo Espírito Santo, nos ensina a respeito dos novíssimos.

O novo Catecismo da Igreja Católica trata desse tema e das questões que a ele se ligam, como a ressurreição dos mortos, nos números 668-679 (sobre o artigo do Credo: “Donde virá julgar os vivos e os mortos”), 988-1014 (artigo; “Creio na ressurreição da carne”) e 1038-1050 (O juízo final e a esperança dos novos céus e nova terra).

A ordem em que os eventos relati-vos à nossa esperança na vida eterna acontecem é esta: vida terrena; morte física; imediato juízo particular; purga-tório ou céu (visão beatífica); Parusia do Senhor, antecedida por um período de provação derradeira da Igreja; ressurreição de todos os mortos; Juízo universal; Reino definitivo de Deus e vida eterna para os salvos – novos céus e nova terra.

Como infelizmente há católicos que desconhecem o que a Igreja en-sina acerca destes temas, talvez por conta de uma catequese que não foi suficientemente esclarecedora e, por causa disso, creem em ensinamentos que não são doutrina da Igreja, penso que seja esta uma boa ocasião para recordar alguns pontos importantes, entre eles o fato de que, ao professar-mos a fé na ressurreição, nós excluímos a crença na reencarnação. Com base na Bíblia, que para nós é a Palavra de Deus, inspirada pelo Espírito Santo, a reencarnação não existe. Vejamos: lendo Dt 18,9-14 vemos que a prática da invocação dos mortos, bem como outras tantas práticas que eram rea-lizadas pelos povos vizinhos a Israel, são consideradas errôneas aos olhos de Deus. O Lv 20,6.27 chegava a declarar pena de morte para quem assim agisse (ver também Is 44,24-25). Saul, nos relata o Primeiro livro das Crônicas, foi punido pelo Senhor por evocar um espí-rito (cf. 1Cr 10,13-14). Tantas outras passagens que condenam tais práticas (espiritismo, horóscopo, magia, fei-tiçaria, quiromancia etc.) podem ser

EDITORIAL / IGREJA

citadas no Antigo e no Novo Testamento: cf. Lc 19,26; Ex 22,18; Jr 29,8; Os 4,12; At 8, 9-11; 13, 4-12; 16,16-18.

A Palavra de Deus afirma que o ho-mem não conhece o futuro (cf. Ecl 10,14) e, por isso mesmo, deve viver confiante na Providência divina que o guarda e o protege; deve viver pela fé.

A Bíblia diz categoricamente que ao homem está determinado morrer uma única vez (cf. Hb 9,27); portan-to a reencarnação não existe. Caso existisse, a pessoa poderia morrer mais de uma vez e tornar a nascer em outro corpo, coisa que a Bíblia não diz. De fato, Jesus disse ao ladrão arrependido na cruz que naquele mesmo dia estaria com Ele no paraíso (cf. Lc 23,43). Todos, após esta vida, compareceremos perante o tribunal de Cristo (cf. 2Cor 5,10), e não voltaremos em outro corpo, mas ressus-citaremos com um corpo novo e glorioso semelhante ao de Jesus ressuscitado. Crer que é necessário reencarnar-se vá-rias vezes para alcançar a luz ou o pleno desenvolvimento espiritual (a salvação) é o mesmo que afirmar que Cristo morreu à toa na cruz. No entanto, “o sangue de Jesus nos purifica de todo pecado” (1Jo 1,7). Pode-se conferir também: 1Cor 15,12-19; Jo 5,28-29; Ap 5,12-13. O Deus misericordioso anunciado por Jesus Cristo é aquele que perdoa e salva. Ele não é um deus carrasco que pune o réu sem que este saiba o motivo da punição (reencarnações, sofrimentos, doenças e deformidades).

Os casos descritos como provas pelos que acreditam na reencarnação (fenô-menos mediúnicos, psicografia etc.) são explicados pelo estudo sério da Parapsi-cologia, assim como o famoso “déjà vu” (sensação de já ter visto ou estado num determinado lugar, com determinadas pessoas ou situações) é explicado pela Psicologia.

Em alguns escritos espíritas, afirma-se que a Bíblia mostra a reencarnação quando Jesus diz que João Batista é o Elias que havia de vir (Mt 17,10-13, cf. Ml 4,5). Isto é um grave erro de in-terpretação do texto bíblico, pois Jesus afirmava que o espírito de Elias (espírito profético – obra do Espírito Santo e não a alma de Elias) estava em João Batista (ver, por ex., 2Rs 2,15 onde Eliseu re-cebe o espírito de Elias, sendo que este último não está morto, mas foi assunto ao céu). Além do mais, se João Batista fosse a reencarnação de Elias, por que este último aparece a Jesus na transfigu-ração (cf. Mt 17, 1-4) e não João?

Do mesmo modo, Jesus não se referia à reencarnação em Jo 3, 1-8 quando

falava do “nascer de novo”, mas sim do nascimento para uma vida nova com Deus pelo batismo (cf. Rm 6, 1-11).

Nós cremos também na existência do PURGATÓRIO e na importância da ORAÇÃO PELOS MORTOS. O purgatório é um estado em que a pessoa, morta na amizade com Deus, se purifica de seus pecados para poder contemplar a Deus definitivamente (cf. 1Jo 3,2). Alguém poderia dizer: Cristo não é capaz de nos perdoar? – Claro que sim! Mas a Bíblia nos fala da necessidade de expiação (ou reparação) das faltas cometidas em vida. Além do mais é vontade de Cristo que trabalhemos pela nossa salvação (cf. Fl 2,12 e 1Cor 9,27). Neste trabalho, porém, nem sempre somos tão bons; então Deus nos concede esta etapa pu-rificatória para alcançarmos a salvação plena. Este estágio purificador é motivo de esperança e não de tristeza, uma vez que se está a caminho da felicidade plena. A fé na existência do purgatório não seria possível se não crêssemos na imortalidade da alma, o que é atestado em Sb 3,1. A necessidade de expiação é atestada na Bíblia, veja-se, por exemplo: Nm 20,12; 2Sm 12,13-15; Dn 4,24; Tb 12,9; Jl 2,12; Lc 3,8; Mc 1,15; Lc 13,1-5; Lc 7, 47 (a pecadora é perdoada porque demonstrou muito amor).

Todo homem é pecador, embora busque viver a santidade (cf. Ecl 7,20; 19,19; 1Jo 1,8; Rm 7,19-20); e somente o ser humano totalmente purificado pode comparecer diante de Deus (cf. Sl 15,1-3; 24,3-4; Is 35,8; Mt 5,8; 22,11-14; Lc 12,59; Hb 12,14). Por isso Deus, na sua misericórdia, nos dá a possibilidade de uma purificação póstuma dos res-quícios do pecado. Veja-se a respeito: 2Mac 12,42-46, que louva o gesto de Judas Macabeu oferecendo um sacrifí-cio reparador em favor dos mortos em batalha; 1Pd 3,19-20 que fala de Cristo pregando aos espíritos que estavam em prisão, assim como em 1Pd 4,6 se diz que o Evangelho foi pregado também aos mortos. Outro texto muito interessante é o de Mt 12,32: “Se alguém disser uma palavra contra o Filho do Homem, ser-lhe-á perdoado; mas se disser contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado, nem neste mundo, nem no vindouro” – daí se deduz a possibilidade do perdão póstumo de alguns pecados. Paulo em 1Cor 3,10-16 fala de um fogo que é uma alusão ao estágio do purgatório, ideia a que alude também o livro da Sabedoria 3, 1-6. E quando em 2Tm 1,16-18 Paulo fala de Onesíforo pedindo misericórdia para ele no dia do juízo, possivelmente este estava já morto (cf. 2Tm 4,19).

Outro texto intrigante é o de Lc 12,58-59 com paralelo em Mt 5,25-26, onde o Senhor fala simbolicamente de “pagar até o último centavo”.

Enfim, de posse desta fé na promes-sa de vida que Deus nos dá em Cristo Jesus, nós proclamamos ao mundo a vitória pascal de Cristo sobre o pecado e a morte ao rezarmos pelos nossos fa-lecidos. Nós demonstramos nosso amor para com os que partiram na esperança de um dia estarmos todos unidos no Cristo na vida que não tem fim. Esta fé é o que nos consola e nos alimenta na esperança para que jamais desistamos de perseverar no bem, no caminho do Senhor. Esta é também a razão pela qual procuramos atender ao chamado que Ele nos faz à santidade. A FESTA DE TODOS OS SANTOS (01/11) nos recorda que este chamado é para todos!

É uma pena que a Festa de Todos os Santos e a Comemoração de todos os Fiéis Falecidos tenha, em muitos lares, sido substituídas por comemora-ções exóticas, alheias à nossa cultura brasileira e também à nossa fé cristã e tenham tomado conta do imaginário das pessoas e de nossas crianças, como é o caso do chamado “dia das bruxas” ou “halloween”.

Que tal se aproveitássemos o dia de todos os santos e de finados para, de maneira lúdica e criativa, encantar nossas crianças com a beleza e a riqueza de nossa fé, com a beleza e a riqueza da vida dos santos – muitos deles crianças e jovens – e também anunciarmos a eles a beleza da vida eterna? Eis aí um desafio instigante para as famílias cristãs!

Que Nossa Mãe Santíssima, a Imacu-lada Conceição, aurora da salvação, nos ajude a mantermos sempre viva a chama da fé na vida eterna, nossa esperança, que não decepciona (cf. Rm 5, 5), de modo que um dia estejamos também com ela na glória que não tem fim.

Rogai por nós, Santa Mãe de Deus, para que sejamos dignos das promes-sas de Cristo!

Um abraço fraterno a todos, com muitas bênçãos de Deus.

Pe. EDILSON DE SOUZA SILVAPároco da Basílica de Nossa

Senhora da Penha

EDITORIAL

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O SANTUÁRIO DA PENHA NOVEMBRO DE 2020 3PUBLICIDADES

“CRER NA VIDA ETERNA FAZ-NOS ABRIR-NOS PARA AS NECESSIDADES DOS OUTROS, VENCER O EGOÍSMO E LUTAR PARA TRANSFORMAR AS ESTRUTURAS INJUSTAS DESTE MUNDO”.- (Reflexão do 32º Domingo Tempo Comum 10/11/2019 – Arq. Maringá – Pe. Leomar A. Montagna)

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O SANTUÁRIO DA PENHANOVEMBRO DE 20204PUBLICIDADES

“DEUS ABENÇOE OS LEIGOS, POIS SÃO OS DISCIPULOS E MISSIONÁRIOS DO REINO DE DEUS NOS ESPAÇOS DA FAMÍLIA, DO TRABALHO, NA VIDA PÚBLICA E NO MUNDO SECULAR”.-(Reflexão do Folheto Povo de Deus de 22/11/2020 – Sol. Cristo Rei - D. Odilo P. Scherer)

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O SANTUÁRIO DA PENHA NOVEMBRO DE 2020 5FORMAÇÃO E INFORMAÇÃO

SASP – Serviço Social da PenhaSe os teus olhos forem

bons, todo o teu corpo será luz.” (Mt 6,22)

Quer saber se Deus está em sua vida? Analise a si mesmo e observe cinco indícios que se manifestam naqueles que tem Deus no coração.

1)OLHAR RELUZENTE: quando o olhar é resplande-cente e cheio de luz, a pessoa demonstra que Deus está em sua vida. Ela atrai para si quem estiver a sua volta, com natu-ralidade. Ao ter um relaciona-mento com Deus, sua vida flui em felicidade!

2)PAZ: pessoas com Deus em sua vida são cheias de paz interior e pacificam quem en-tra em contato com elas. A paz só será plenamente atingida quando envolver as pessoas ao

seu redor. 3)AMOR INCONDICIONAL

AD PRÓXIMO: é possível ter certeza de que Deus está em nós quando incluímos em nosso coração o amor ao próximo, pelo próprio exemplo de Jesus Cristo. Este amor não busca seus próprios interesses, ape-nas age sem esperar nada em troca.

4)ESPERANÇA: há pessoas que sempre acreditam que a vida será melhor, procuram transmitir positividade para os outros e agem com firme propósito para que as coisas deem certo. Esta esperança é que denota a presença de Deus na vida de alguém.

5)MODO DE FALAR: os que têm Deus em sua vida sempre falam de modo diferente dos demais. Buscam elevar as

NOS CAMINHOS DE MARIA

Chamou a atenção não somen-te dos católicos a beatificação de Carlo Acutis, um adolescente de apenas 15 anos, nascido em Londres em 1991 e falecido em Monza, no ano de 2006, vítima de leucemia, considerado exemplo de vivência do discipulado cristão numa perfeita sintonia com a sua jovialidade em pleno século XXI. A cerimônia da beatificação ocorreu no dia 10 de outubro deste ano, na cidade de Assis, Itália, na Ba-sílica de São Francisco, onde está exposto seu corpo (que, devido ao bom estado de conservação, também atraiu os olhares de todo o mundo, evidenciando a santida-de do jovem e as maravilhas que o Senhor opera por meio dele). Cabe-nos, aqui, ressaltar entre as muitas virtudes de Carlo, sua piedade e devoção marianas como modelo para a Igreja, especial-mente à juventude cristã.

As práticas devocionais da-quele menino apaixonado por Maria expressam, na verdade, sua profunda relação e intimidade com Jesus e sua Mãe, a ponto dele afirmar: “A Virgem Maria foi a única mulher da minha vida”. Não se tratava de uma experiência alienante, mas que reconhecia o Cristo e Nossa Senhora como pessoas reais e extremamente próximas, com quem Carlo dia-logava aberta e continuamente, sem titubear ou colocar obstá-culos estranhos à verdadeira fé. Sua oração era sincera e natural, parte essencial da vida. Reco-nhecemos nisso uma verdadeira comunhão de amor, plenificada na recitação diária do Terço, na leitura da Palavra de Deus e na participação nos sacramentos, principalmente a Eucaristia di-ária. Carlo dizia: “Lembre-se de recitar o Rosário todos os dias”; “O Rosário é a escada mais curta para chegar ao céu”; “Depois da Santa Eucaristia, o Santo Rosário é a arma mais poderosa para combater o demônio”; “Faça pedidos e ofereça flores ao Se-nhor e Nossa Senhora, a fim de ajudar os outros”.

Muitos santos (por sinal, tam-bém jovens) foram testemunhas da importância do Rosário na vida cristã e da convivência filial com Maria, sempre enfatizadas pela própria Mãe do Senhor em

suas aparições. Veja-se o caso do índio Juan Diego em Guadalupe, dos pastorinhos de La Salette e Fátima e de Bernadette em Lour-des. Acerca disso, inteligente e observador, Carlo Acutis assim se expressava: “Os milagres realizados por Nossa Senhora durante suas aparições na terra podem ajudar muito a aumentar a fé de muitas pessoas. Como é possível as pessoas ignorarem os apelos que Nossa Senhora nos deixou?”

Certamente, a devoção de Carlo à Virgem Santíssima o apro-ximou mais de Jesus, impulsio-nando-o e motivando-o a praticar a caridade com os mais pobres, a amar a Igreja e a oferecer seus sofrimentos por ela, além de colocar seu grande conhecimento em informática a serviço da difusão de milagres euca-rísticos em um site que desenvolveu, a ponto dele ser considerado, hoje, “Padroeiro da Internet” e “Cyber Apóstolo da Eucaristia”.

A relação de Carlo Acutis com Nossa Senhora tem reflexos, ain-da, na data de sua Páscoa defini-tiva: 12 de outubro, dia em que se celebra Nossa Senhora da Concei-ção Aparecida (Rainha e Padroeira do Brasil) e Nossa Senhora do Pilar (considerada a invocação mariana mais antiga da Igreja). Esse dia, inclusive, ficou definido para a Memória Litúrgica do novo beato. Um outro interessante fato coloca Carlo Acutis em sintonia com o Brasil e a Mãe Aparecida: o meni-no miraculado (favorecido com o milagre alcançado pela intercessão de Carlo e cujo reconhecimento ga-rantiu a sua beatificação) é brasilei-ro: trata-se de um mato-grossense, que, ao tocar uma relíquia do jovem (justamente numa capela dedicada a Nossa Senhora Aparecida no dia 12 de outubro), foi prontamente curado de uma doença congênita no pâncreas.

Certamente, o que atrai na figura de Carlo, num primeiro momento, é sua imagem juvenil: roupas modernas, cabelo desali-nhado, cenários contemporâneos onde foram tirados seus retratos. Temos aí, de fato, um rapaz que evidencia o quão atual é a santi-dade e sempre acessível a todas as pessoas de boa vontade. Para além do seu visual, o testemunho de Carlo Acutis é a essência de

uma vida santa, seja em sua casa com a família, com os amigos, nas ruas, na escola, na Igreja, na rotina simples e comum de um adolescente desta era tecnoló-gica. Quebra-se o “estereótipo” erroneamente estabelecido na mente de muitos de que a vida santificada está restrita aos cléri-gos e religiosos(as), principalmen-te os(as) dos séculos passados. E sabemos que a devoção mariana como parte dos esforços para se conquistar os céus não é exclusiva de Carlo. Seguindo as pegadas de Jesus e guiados por Maria, temos, no Brasil, outros adolescentes leigos que morreram (alguns mar-tirizados) com fama de santidade, como a beata catarinense Alberti-na Berkenbrock; o coroinha beato Adílio Daronch; a menina cearen-se Benigna Cardoso da Silva, que será beatificada em breve; além de outros que a piedade popular venera, como, em São Paulo, o Servo de Deus Antônio da Rocha Marmo, popularmente chamado “Antoninho Marmo”.

Maria Santíssima, “Menina que Deus amou e escolheu pra Mãe de Jesus, o Filho de Deus”, segundo canta Padre Zezinho, não se esquivou diante da cruz e,

contra a fome, as enfermidades, a guerra, a violência urbana e do campo, a exploração, a intolerân-cia religiosa, o tráfico e os vícios em geral, o desrespeito à natu-reza, a alienação, as fake news, o bullying e o preconceito nas escolas, nas ruas e na internet, evidenciando que “há necessida-de de artesãos de paz prontos a gerar, com inventiva e ousadia, processos de cura e de um novo encontro”, como escreve o Papa Francisco, em sua carta encíclica Fratelli Tutti, inspirado em São Francisco de Assis, a quem Carlo, igualmente, tanto amou.

Aos 15 anos, a jovem Maria de Nazaré assumiu a missão de ser Mãe do Verbo de Deus encar-nado; aos 15 anos, Carlinho foi encontrar-se com Jesus e Ela, a quem tanto amou, e prosseguir sua missão, agora como “Anjo da Juventude”.

LEONARDO CAETANO de ALMEIDA

Pastoral da Comunicação e Associado da Academia Marial de

Aparecida

suave e forte, seguiu seu caminho segundo a vontade divina, inserida na sociedade de seu tempo. Ora, na companhia de Maria, todo se-guidor de Jesus não foge da dura realidade, mas encontra forças para enfrentá-la e transformá-la à luz da Boa Nova da Redenção, na certeza de que Cristo o es-colheu e destinou para dar bons frutos (cf. Jo 15,16-21). Carlo, por sua vez, não buscou fugas para as dificuldades da vida, mas ressignificou-as a partir de seu amor a Jesus Libertador. De mãos dadas com Maria, Mãe e Mestra, o adolescente superou as dificul-dades do seguimento de Jesus, o bullying e a incompreensão que sofreu por isso, e enfrentou os ventos contrários, conseguindo aproximar a própria família da Igreja. De fato, a devoção a Nossa Senhora dá o conforto, o alento e a direção para os seguidores de seu Filho permanecerem fiéis, sendo testemunhas de Cristo no mundo. Dessa forma, o beato Carlo é um admirável modelo e intercessor para o povo de Deus, especialmente a juventude, que, além de enfrentar os desafios próprios da idade, tem de lidar, em diversas ocasiões, com o difícil ingresso no mercado de trabalho; buscar seu lugar no mundo e a rea-lização de seus sonhos; superar os desafios de pertencer, às vezes, a uma família imersa em seriíssimos problemas sociais e onde reina o desamor; buscar uma educação de qualidade e inclusiva; lutar

Beato Carlo aCutis e seu Coração Mariano

pessoas com suas palavras positivas e animadoras. A vida das pessoas será muito mais feliz, tudo o que é bom vem do alto. Estes indícios e outros mais transformam a trajetória terrena em uma merecedora do maior prêmio junto a Deus.

“Bem–aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus.” (Mt 5,9)

SOLEIMAR MARIA ROSSIEquipe do SASP

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O SANTUÁRIO DA PENHANOVEMBRO DE 20206FORMAÇÃO E INFORMAÇÃO

O gesto de oferecer é pró-prio do ser humano. É o con-trário do egoísmo que retém para si. Doar e doar-se revela um pouco do divino presente em nós, pois nos une à infinita bondade amorosa de Deus que, na gratuidade, doou-nos tudo, desde a vida até Ele mesmo, na pessoa de seu Filho huma-nado, morto e ressuscitado. Por isso, o gesto de oferecer é comum a tantas religiões e rituais. Na Santa Missa não é diferente. Mas aqui, oferecer se reveste de um sentido ainda maior, pois é a assembleia, na força do seu Batismo, que, junto com o sacerdote, ofe-rece os dons materiais que retornarão a nós como dons divinos.

Assim, na Liturgia Eucarís-tica, todos são, de certa for-ma, “celebrantes” do Mistério da Salvação. Isto é doutrina da Igreja. Ninguém assiste passi-vamente, mesmo que não te-nha função alguma específica. Cada um deve se sentir convi-dado pessoalmente por Jesus, que é o presidente invisível da celebração. Segundo o Missal Romano: “Na Missa ou Ceia do Senhor, o Povo de Deus é convidado e reunido, sob a presidência do sacerdote, que representa a pessoa de Cristo, para celebrar a me-mória do Senhor, ou sacrifí-cio eucarístico”. Assim, todos os gestos litúrgicos, cantos e orações da Liturgia da Palavra devem levar a assembleia dos fiéis a participar frutuosa-mente da Ceia que o Senhor desejou ardentemente comer com seus discípulos naquela noite suprema, mas que hoje ainda o deseja ardentemente comer conosco, ou melhor, dar-se a nós por alimento de vida eterna.

No entanto, a Santa Mis-sa não pode ficar reduzida àquela hora ritual, mas deve se espraiar por toda a nossa vida desde que saímos da

Saudamos vocês, leitores deste informativo. Vamos falar este mês sobre o tempo do Advento que antecede o Natal e é o momento em que os fiéis esperam a chegada do Salvador.

Para tudo há um tempo, para cada coisa há um mo-mento abaixo do céu: tempo de amar, tempo de odiar, tempo de guerra e tempo de paz (cf. Ecl 3,1-8). O Advento é o tempo da esperança, por criar em nós uma grande ex-pectativa: esperar Jesus que virá. Este é o grande sinal do primeiro tempo do Ano Litúr-gico, o tempo da esperança, do cumprimento da promessa e da paz. Este momento, que antecede o Natal, deve ser para nós cristãos um tempo de preparação para vivermos a alegria prometida.

Nós, dos Grupos de Rua, todos os anos nos preparamos para o Natal através da Nove-na de Natal, que é realizada nos diversos grupos existentes na paróquia. Porém, neste ano, devido à situação em que estamos passando, que é a pandemia da Covid-19 (coronavírus), não podere-mos realizar os encontros nas casas que se colocam à disposição para refletirmos e rezarmos. Mas não vamos deixar de nos preparar!

Os livros que nos orientam para os encontros estarão disponíveis na secretaria da Basílica, onde as pessoas interessadas em fazer uma

TUA MISSA DO DOMINGO, TEU TRABALHO DA SEMANA16 a liturGia euCarÍstiCa - o ofertório

celebração. Em todos os dias da semana devemos vivenciar o que recebemos na Missa, como alimento da Palavra e alimento da Eucaristia. A Missa deve tornar-se vida! Por isso o título desta série de artigos: Tua Missa do Domingo, teu trabalho da semana.

Voltando ao Ofertório. Este tem início com a procissão das oferendas, que é opcional. Faz-se quando há uma razão especial. Não deve ser rotina. Não é apenas “levar o que o padre precisa para o altar”, pragmaticamente, mas sim é gesto que deve exprimir toda a comunidade oferente. Leva-mos ao altar nossa vida vivida, trabalhos, cansaço, descanso, alegrias e tristezas, sofrimen-tos e esperanças. Pelas mãos dos irmãos oferentes, pão e vinho (e outros sinais, se for o caso) significam tudo o que so-mos e temos e que agora ofer-tamos. As pessoas que trazem as ofertas devem representar dignamente a comunidade. Por isso, nada de vestes inade-quadas como transparências, decotes, bermudas, camisetas regatas e outras. O bom senso deveria prevalecer em todos os lugares públicos, mas so-bretudo no ambiente da Santa Missa. Durante a procissão de ofertório, canta-se um canto apropriado.

O diácono ou o próprio sacerdote prepara o altar; corporal estendido no centro, missal cálice e patena com a hóstia grande, âmbulas, se for preciso, com as hóstias dos fiéis. Uma palavra sobre a pequena toalha de linho cha-mada “corporal”. O corporal é de suma importância, não apenas porque sobre ele é colocado o Corpo e o Sangue do Senhor na Eucaristia, mas também porque ele delimita o “espaço da intenção de consagração” do celebrante. Isto significa que é consagrado apenas o que estiver dentro

dos limites do corporal.Os principais elementos

ofertados são o pão e o vinho. Na Antiguidade, os cristãos traziam de suas casas o pão a ser consagrado, bem como recursos que o celebrante de-pois direcionava aos pobres e necessitados da comunidade. Hoje, esse sentido de “trazer” fica simbolizado pela Procissão das Oferendas.

Ainda no Ofertório, os fiéis colocam na cesta a oferta destinada à manutenção da casa de Deus. Não se trata de esmola, mas, do mesmo modo que o dízimo, é gesto concreto de amor pela preservação dos meios que o Senhor nos dá de estarmos com Ele. Causa até indignação ao percebermos que há pessoas que jogam (li-teralmente) algumas moedas na coleta, mesmo podendo mais. Se é um caso como a da viúva do Evangelho, nada mais justo. Mas muitas vezes não é, senão, displicência, para dizer o mínimo. Ninguém gostaria de ver a Igreja física (prédio) com goteiras, suja ou mal conser-vada. Como uma casa comum, necessita de manutenção. E todos nós somos responsáveis por ela, ou então não somos Igreja de verdade.

No próximo mês continu-amos com a reflexão sobre o Ofertório.

Que Maria, Senhora da Penha, Virgem Oferente sem igual, no ajude a cada vez mais participar frutuosamente dos santos mistérios.

ATÍLIO MONTEIRO JÚNIOR - Ministro da Palavra e do Batismo

GRUPOS DE RUA

reflexão e se preparar para o espirito de Natal poderão adquirir e refletir com sua família em casa, evitando aglomeração.

Nesta Novena de Natal de 2020, vamos contemplar a Palavra, pilar da Igreja, casa do povo de Deus. Jesus é o semeador divino! Con-tinua a semear no coração dos homens a sua Palavra de Salvação.

A Novena convida-nos à catequese em nossas casas, a reunir todas as pessoas que estavam distantes. Com a ternura materna de Maria e o silêncio oblativo de José, acolhemos, protegemos, pro-movemos e integramos em nossa casa todas as famílias para a festa da encarnação do Verbo de Deus. Com o livreto que estará disponível, vamos percorrer o caminho litúrgico do Advento, re-fletindo com simplicidade doméstica, a chegada do Menino Deus que sempre vem ao nosso encontro para nos salvar e garantir a vida.

MARILENA A. T. LIMACoordenadora dos Gru-

pos de Rua

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O SANTUÁRIO DA PENHA NOVEMBRO DE 2020 7PUBLICIDADES

“A CONDIÇÃO PARA ESTARMOS PRONTOS PARA O ENCONTRO COM O SENHOR NÃO É APENAS A FÉ, MAS SIM UMA VIDA CRISTÃ RICA DE AMOR E DE CARIDADE PARA COM O PRÓXIMO”.-(Reflexão do Folheto Povo de Deus de 08/11/2020 – Papa Francisco)

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O SANTUÁRIO DA PENHANOVEMBRO DE 20208FORMAÇÃO E INFORMAÇÃO

MENSAGEM DO SANTO PADRE FRANCISCO PARA O IV DIA MUNDIAL DOS POBRES

(15 De noVeMBro De 2020) - «estenDe a tua Mão ao poBre» (sir 7, 32)

«Estende a tua mão ao pobre» (Sir 7, 32): a sabedoria antiga dispôs estas palavras como um código sacro que se deve seguir na vida. Hoje ressoam com toda a densi-dade do seu significado para nos ajudar, também a nós, a concentrar o olhar no essen-cial e superar as barreiras da indiferença. A pobreza assume sempre rostos diferentes, que exigem atenção a cada condi-ção particular: em cada uma destas, podemos encontrar o Senhor Jesus, que revelou estar presente nos seus irmãos mais frágeis (cf. Mt 25, 40).

1. Tomemos nas mãos o Ben-Sirá, um dos livros do Antigo Testamento. Nele encontramos as palavras dum mestre da sabedoria que viveu cerca de duzentos anos antes de Cristo. Andava à procura da sabedoria que torna os homens melhores e capazes de perscrutar profun-damente as vicissitudes da vida. E fê-lo num período de dura prova para o povo de Israel, um tempo de dor, luto e miséria por causa da dominação de po-tências estrangeiras. Sendo um homem de grande fé, enraizado nas tradições dos pais, o seu pri-meiro pensamento foi dirigir-se a Deus para Lhe pedir o dom da sabedoria. E o Senhor não lhe deixou faltar a sua ajuda.

Desde as primeiras páginas

do livro, Ben-Sirá propõe os seus conselhos sobre muitas situações concretas da vida, sendo a pobreza uma delas. In-siste que, na contrariedade, é preciso ter confiança em Deus: «Não te perturbes no tempo do infortúnio. Conserva-te unido a Ele e não te separes, para teres bom êxito no teu momento derradeiro. Aceita tudo o que te acontecer e tem paciência nas vicissitudes da tua humilhação, porque no fogo se prova o ouro, e os eleitos de Deus no cadinho da humilhação. Nas doenças e na pobreza, confia n’Ele. Confia em Deus e Ele te salvará, endireita os teus caminhos e espera n’Ele. Vós que temeis o Senhor, esperai na sua mise-ricórdia, e não vos afasteis, para não cairdes» (2,2-7).

2. Página a página, desco-brimos um precioso compêndio de sugestões sobre o modo de agir à luz duma relação íntima com Deus, criador e amante da criação, justo e providente para com todos os seus filhos. Mas, a constante referência a Deus não impede de olhar para o homem concreto; pelo contrário, as duas realidades estão intimamente conexas.

Demonstra-o claramente o texto donde se tirou o título desta Mensagem (cf. 7, 29-36). São inseparáveis a oração

a Deus e a solidariedade com os pobres e os enfermos. Para celebrar um culto agradável ao Senhor, é preciso reconhecer que toda a pessoa, mesmo a mais indigente e desprezada, traz gravada em si mesma a imagem de Deus. De tal consciência deriva o dom da bênção divina, atraída pela generosidade praticada para com os pobres. Por isso, o tempo que se deve dedicar à oração não pode tornar-se jamais um álibi para descuidar o próximo em dificuldade. É verdade o contrário: a bênção do Senhor desce sobre nós e a oração alcança o seu objetivo, quando são acompanhadas pelo serviço dos pobres.

3. Como permanece atual, também para nós, este ensina-mento! Na realidade, a Palavra de Deus ultrapassa o espaço, o tempo, as religiões e as culturas. A generosidade que apoia o vulnerável, consola o aflito, mitiga os sofrimentos, devolve dignidade a quem dela está privado, é condição para uma vida plenamente humana. A opção de prestar atenção aos pobres, às suas muitas e variadas carências, não pode ser condicionada pelo tempo disponível ou por interesses privados, nem por projetos pastorais ou sociais desencar-nados. Não se pode sufocar a força da graça de Deus pela tendência narcisista de se colocar sempre a si mesmo no primeiro lugar.

Manter o olhar voltado para o pobre é difícil, mas tão ne-cessário para imprimir a justa direção à nossa vida pessoal e social. Não se trata de gastar muitas palavras, mas antes de comprometer concretamente a vida, impelidos pela carida-de divina. Todos os anos, com o Dia Mundial dos Pobres, volto a esta realidade fundamental para a vida da Igreja, porque

os pobres estão e sempre es-tarão connosco (cf. Jo 12, 8) para nos ajudar a acolher a companhia de Cristo na exis-tência do dia a dia.

4. O encontro com uma pessoa em condições de pobre-za não cessa de nos provocar e questionar. Como podemos contribuir para eliminar ou pelo menos aliviar a sua mar-ginalização e o seu sofrimen-to? Como podemos ajudá-la na sua pobreza espiritual? A comunidade cristã é chamada a coenvolver-se nesta experi-ência de partilha, ciente de que não é lícito delegá-la a outros. E, para servir de apoio aos pobres, é fundamental viver pessoalmente a pobreza evangélica. Não podemos sen-tir-nos tranquilos, quando um membro da família humana é relegado para a retaguarda, reduzindo-se a uma sombra. O clamor silencioso de tantos pobres deve encontrar o povo de Deus na vanguarda, sempre e em toda parte, para lhes dar voz, defendê-los e solidari-zar-se com eles face a tanta hipocrisia e tantas promessas não cumpridas, e para os con-vidar a participar na vida da comunidade.

É verdade que a Igreja não tem soluções globais a propor, mas oferece, com a graça de Cristo, o seu testemunho e gestos de partilha. Além disso, sente-se obrigada a apresentar os pedidos de quantos não têm o necessário para viver. Lembrar a todos o grande valor do bem comum é, para o povo cristão, um compromisso vital, que se concretiza na tentati-va de não esquecer nenhum daqueles cuja humanidade é violada nas suas necessidades fundamentais.

5. Estender a mão leva a descobrir, antes de tudo a quem o faz, que dentro de nós existe a capacidade de realizar

gestos que dão sentido à vida. Quantas mãos estendidas se veem todos os dias! Infelizmen-te, sucede sempre com maior frequência que a pressa faz cair num turbilhão de indiferença, a tal ponto que se deixa de reconhecer todo o bem que se realiza diariamente no silêncio e com grande generosidade. Assim, só quando acontecem factos que transtornam o curso da nossa vida é que os olhos se tornam capazes de vislumbrar a bondade dos santos «ao pé da porta», «daqueles que vivem perto de nós e são um reflexo da presença de Deus» (Francisco, Exort. ap. Gaudete et exsultate, 7), mas dos quais ninguém fala. As más notícias abundam de tal modo nas páginas dos jornais, nos sites da internet e nos visores da televisão, que faz pensar que o mal reine soberano. Mas não é assim. Certamente não faltam a malvadez e a violência, a prepotência e a corrupção, mas a vida está tecida por atos de respeito e generosidade que não só compensam o mal, mas impelem a ultrapassá-lo perma-necendo cheios de esperança.

6. Estender a mão é um sinal: um sinal que apela ime-diatamente à proximidade, à solidariedade, ao amor. Nes-tes meses, em que o mundo inteiro foi dominado por um vírus que trouxe dor e morte, desconforto e perplexidade, pudemos ver tantas mãos estendidas! A mão estendida do médico que se preocupa de cada paciente, procurando encontrar o remédio certo. A mão estendida da enfermeira e do enfermeiro que perma-nece, muito para além dos seus horários de trabalho, a cuidar dos doentes. A mão es-tendida de quem trabalha na administração e providencia os meios para salvar o maior número possível de vidas. A

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O SANTUÁRIO DA PENHA NOVEMBRO DE 2020 9FORMAÇÃO E INFORMAÇÃO

mão estendida do farmacêuti-co exposto a inúmeros pedidos num arriscado contacto com as pessoas. A mão estendida do sacerdote que, com o coração partido, continua a abençoar. A mão estendida do voluntário que socorre quem mora na rua e a quantos, embora possuindo um teto, não têm nada para comer. A mão estendida de homens e mulheres que trabalham para prestar serviços essenciais e segurança. E poderíamos enumerar ainda outras mãos estendidas, até compor uma ladainha de obras de bem. Todas estas mãos desafiaram o contágio e o medo, a fim de dar apoio e consolação.

7. Esta pandemia chegou de improviso e apanhou-nos impreparados, deixando uma grande sensação de desorien-tamento e impotência. Mas, a mão estendida ao pobre não chegou de improviso. Antes, dá testemunho de como nos preparamos para reconhecer o pobre a fim de o apoiar no tempo da necessidade. Não nos improvisamos instrumen-tos de misericórdia. Requer-se um treino diário, que parte da consciência de quanto nós próprios, em primeiro lugar, precisamos duma mão esten-dida em nosso favor.

Este período que estamos a viver colocou em crise muitas certezas. Sentimo-nos mais po-bres e mais vulneráveis, porque experimentamos a sensação da limitação e a restrição da liberdade. A perda do empre-go, dos afetos mais queridos, como a falta das relações interpessoais habituais, abriu subitamente horizontes que já não estávamos acostumados a observar. As nossas riquezas espirituais e materiais foram postas em questão e desco-brimo-nos amedrontados. Fe-chados no silêncio das nossas casas, descobrimos como é importante a simplicidade e o manter os olhos fixos no es-sencial. Amadureceu em nós a exigência duma nova fraterni-dade, capaz de ajuda recíproca e estima mútua. Este é um tempo favorável para «voltar a sentir que precisamos uns dos outros, que temos uma

responsabilidade para com os outros e o mundo (...). Vivemos já muito tempo na degradação moral, baldando-nos à ética, à bondade, à fé, à honestidade (...). Uma tal destruição de todo o funda-mento da vida social acaba por colocar-nos uns contra os outros na defesa dos pró-prios interesses, provoca o despertar de novas formas de violência e crueldade e impede o desenvolvimento duma verdadeira cultura do cuidado do meio ambiente» (Francisco, Carta enc. Laudato si’, 229). Enfim, as graves crises económicas, financeiras e po-líticas não cessarão enquanto permitirmos que permaneça em letargo a responsabilidade que cada um deve sentir para com o próximo e toda a pessoa.

8. «Estende a mão ao po-bre» é, pois, um convite à res-ponsabilidade, sob forma de empenho direto, de quem se sente parte do mesmo destino. É um encorajamento a assumir os pesos dos mais vulneráveis, como recorda São Paulo: «Pelo amor, fazei-vos servos uns dos outros. É que toda a Lei se cumpre plenamente nesta única palavra: ama o teu próximo como a ti mesmo. (...) Carregai as cargas uns dos outros» (Gal 5, 13-14; 6, 2). O Apóstolo ensina que a liberdade que nos foi dada com a morte e ressurreição de Jesus Cristo é, para cada um de nós, uma responsabilidade para colocar-se ao serviço dos outros, sobretudo dos mais frágeis. Não se trata duma exortação facultativa, mas duma condição da autentici-dade da fé que professamos.

E aqui volta o livro de Ben-Sirá em nossa ajuda: sugere ações concretas para apoiar os mais vulneráveis e usa também algumas imagens sugestivas. Primeiro, toma em considera-ção a debilidade de quantos estão tristes: «Não fujas dos que choram» (7, 34). O período da pandemia cons-trangeu-nos a um isolamento forçado, impedindo-nos até de poder consolar e estar junto de amigos e conhecidos atribulados com a perda dos seus entes queridos. E, de-

pois, afirma o autor sagrado: «Não sejas preguiçoso em visitar um doente» (7,35). Experimentamos a impossibi-lidade de estar junto de quem sofre e, ao mesmo tempo, tomamos consciência da fra-gilidade da nossa existência. Enfim, a Palavra de Deus nunca nos deixa tranquilos e continua a estimular-nos para o bem.

9. «Estende a mão ao pobre» faz ressaltar, por con-traste, a atitude de quantos conservam as mãos nos bolsos e não se deixam comover pela pobreza, da qual fre-quentemente são cúmplices também eles. A indiferença e o cinismo são o seu alimento diário. Que diferença relati-vamente às mãos generosas que acima descrevemos! Com efeito, existem mãos estendi-das para premer rapidamente o teclado dum computador e deslocar somas de dinheiro duma parte do mundo para outra, decretando a riqueza de restritas oligarquias e a miséria de multidões ou a fa-lência de nações inteiras. Há mãos estendidas a acumular dinheiro com a venda de armas que outras mãos, incluindo mãos de crianças, utilizarão para semear morte e pobreza. Existem mãos estendidas que, na sombra, trocam doses de morte para se enriquecer e viver no luxo e num efémero desregramento. Existem mãos estendidas que às escondidas trocam favores ilegais para um lucro fácil e corruto. E há também mãos estendidas que, numa hipócrita respeitabilida-de, estabelecem leis que eles mesmos não observam.

Neste cenário, «os exclu-ídos continuam a esperar. Para se poder apoiar um estilo de vida que exclui os outros ou mesmo entu-siasmar-se com este ideal egoísta, desenvolveu-se uma globalização da indiferença. Quase sem nos dar conta, tornamo-nos incapazes de nos compadecer ao ouvir os clamores alheios, já não choramos à vista do drama dos outros, nem nos inte-ressamos por cuidar deles, como se tudo fosse uma responsabilidade de outrem,

que não nos incumbe» (Fran-cisco, Exort. ap. Evangelii gaudium, 54). Não poderemos ser felizes enquanto estas mãos que semeiam morte não forem transformadas em instrumentos de justiça e paz para o mundo inteiro.

10. «Em todas as tuas obras, lembra-te do teu fim» (Sir 7, 36): tal é a frase com que Ben-Sirá conclui a sua reflexão. O texto presta-se a uma dupla interpretação. A primeira destaca que precisa-mos de ter sempre presente o fim da nossa existência. A lembrança do nosso destino comum pode ajudar a conduzir uma vida sob o signo da aten-ção a quem é mais pobre e não teve as mesmas possibilidades que nós. Mas existe também uma segunda interpretação, que evidencia principalmente a finalidade, o objetivo para o qual tende cada um. É a finalidade da nossa vida que exige um projeto a realizar e um caminho a percorrer sem se cansar. Pois bem! O objetivo de cada ação nossa só pode ser o amor: tal é o objetivo para onde caminhamos, e nada deve distrair-nos dele. Este amor é partilha, dedicação e serviço, mas começa pela descoberta de que primeiro fo-mos nós amados e despertados para o amor. Esta finalidade aparece no momento em que a

criança se cruza com o sorriso da mãe, sentindo-se amada pelo próprio facto de existir. De igual modo um sorriso que partilhamos com o pobre é fonte de amor e permite vi-ver na alegria. Possa então a mão estendida enriquecer-se sempre com o sorriso de quem não faz pesar a sua presença nem a ajuda que presta, mas alegra-se apenas em viver o estilo dos discípulos de Cristo.

Neste caminho de encontro diário com os pobres, acompa-nha-nos a Mãe de Deus que é, mais do que qualquer outra, a Mãe dos pobres. A Virgem Maria conhece de perto as di-ficuldades e os sofrimentos de quantos estão marginalizados, porque Ela mesma Se viu a dar à luz o Filho de Deus num estábulo. Devido à ameaça de Herodes, fugiu, juntamente com José, seu esposo, e o Me-nino Jesus, para outro país e, durante alguns anos, a Sagrada Família conheceu a condição de refugiados. Possa a oração à Mãe dos pobres acomunar estes seus filhos prediletos e quantos os servem em nome de Cristo. E a oração transforme a mão es-tendida num abraço de partilha e reconhecida fraternidade.

Roma, em São João de Latrão, na Memória litúrgica de Santo António, 13 de junho de 2020.

Francisco

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O SANTUÁRIO DA PENHANOVEMBRO DE 202010FORMAÇÃO E INFORMAÇÃO

SOLENIDADE DE CRISTO, REI DO UNIVERSO: Dia Dos Cristãos leiGos e leiGas

DIA DE TODOS OS SANTOS Chamado à santidade

O Ano Litúrgico segue uma lógica diferente do ano civil. Este último, como sabemos, termina no dia 31 de dezembro e, a 01 de janeiro, inicia-se o novo ciclo. Do ponto de vista litúrgico, porém, o que marca o “encerramento do ano” é o último domingo do Tempo Co-mum e sua respectiva semana, no qual se celebra a Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo, que, neste ano, será celebrada no dia 22 de novembro. Em nossa Diocese, como já é de costume, sempre acontece a celebração do bispo com os ministros não-ordena-dos, que, neste ano, devido à pandemia, acontecerá com representações: cada paróquia enviará dois ministros para par-ticipar do encontro, para assim se garantir o distanciamento so-cial e continuarmos respeitando as normas dos órgãos sanitários.

Fato é que a antífona de entrada da missa desta sole-nidade nos dá a motivação e a razão pela qual celebramos o Cristo como rei: O Cordeiro que foi imolado é digno de receber o poder, a divindade, a sabedoria, a força e a honra. A ele glória e poder através dos séculos (Ap 5,12;1,6). De igual modo, o prefácio da celebração nos ensina que o Reino é de Deus; o Pai é o Rei supremo. Cristo, no entanto, foi enviado para ir consolidando este Reino, até “devolvê-lo”, de modo definitivo, ao Pai: Ele, oferecendo-se na Cruz, víti-ma pura e pacífica, realizou a redenção da humanidade. Submetendo ao seu poder toda criatura, entregará à vossa infinita majestade um reino eterno e universal: reino da verdade e da vida, reino da santidade e da graça, reino da justiça, do amor e da paz. Este ensinamento, por sua vez, é bíblico: A seguir, haverá o fim, quando ele entregar o reino a Deus Pai, depois de

ter destruído todo Principado, toda Autoridade, todo Poder. Pois é preciso que ele reine, até que tenha posto todos os seus inimigos debaixo dos seus pés. O último inimigo a ser destruído será a Morte, pois ele tudo pôs tudo debaixo dos pés dele. Mas, quando ele disser: “Tudo está submetido”, evidentemente excluir-se-á aquele que tudo lhe submeteu. E, quando todas as coisas lhe tiverem sido subme-tidas, então o próprio Filho se submeterá àquele que tudo lhe submeteu, para que Deus seja tudo em todos” (1Cor 15,24-28).

Neste dia, como já é costu-me em nossa Igreja, também se celebra o Dia dos Cristãos Leigos e Leigas, os quais, cada vez mais, são chamados a serem verdadeiros sujeitos eclesiais. Ser sujeito eclesial significa ser maduro na fé, testemu-nhar amor à Igreja, servir os irmãos e irmãs, permanecer no seguimento de Jesus, na escuta obediente à inspiração do Espírito Santo e ter cora-gem, criatividade e ousadia para dar testemunho de Cristo (CNBB, doc. 105, 119). De fato, os cristãos são chamados a serem os olhos, os ouvidos, as mãos, a boca, o coração de Cristo na Igreja e no mundo (CNBB, doc. 105, 102), mesmo porque Cristo não tem mais mãos, ele tem somente as nossas mãos para cumprir hoje as suas obras. Cristo não tem pés, ele tem somente nossos pés para ir hoje ao encontro dos homens. Cristo não tem mais voz, tem somente nossa voz para falar hoje de si. Cristo não tem mais forças, tem somente nossas forças para conduzir os homens para si. Cristo não tem mais Evan-gelhos que os homens possam ainda ler. Mas aquilo que fazemos em palavras e obras é o Evangelho que está sendo escrito (in: FRISULLO, Vicente. Espiritualidade e Missão do

Catequista, p. 39).Por isso, ser cristão, sujeito

eclesial, e ser cidadão não po-dem ser vistos de maneira se-parada (CNBB, doc. 105, 164). Este é, inclusive, um desafio eclesial que o Papa Francisco le-vantou na Exortação Apostólica Evangelii Gaudium: Apesar de se notar uma maior participa-ção de muitos nos ministérios laicais, este compromisso não se reflete na penetração dos valores cristãos no mundo social, político e econômico; limita-se muitas vezes às tarefas no seio da Igreja, sem um empenha-mento real pela aplicação do Evangelho na transformação da sociedade. A formação dos leigos e a evangelização das categorias profissionais e intelectuais cons-tituem um importante desafio pastoral (EG 102).

Neste mês, portanto, quere-mos parabenizar e reconhecer a grandiosidade dos leigos e leigas na vida da Igreja, exortando-os, ao mesmo tempo, para que não deixem de acreditar que outro mundo é possível. De fato, apesar dos percalços do nosso tempo, cada um ainda é exortado a colaborar assiduamente na trans-formação da sociedade, na firme esperança de que, enquanto caminha, a água se transformará em vinho. Façamos a nossa parte, na mais absoluta certeza de que o Senhor nunca deixa de fazer a Dele.

Pe. TIAGO COSMOVigário Paroquial

e Coordenador Diocesano da PASCOM

“A vocação do cris-tão é a santidade em todos os momentos da vida” - (São João Paulo II)

A celebração do Dia de Todos os Santos é um momento muito especial em que a Igreja militante se une a toda a Igreja triunfante para, em uníssono, celebrar e glorificar a Deus. Cele-bramos todos os santos, mártires ou não, que viveram e morreram servindo a Deus e “lavaram e alvejaram suas roupas no sangue do Cordeiro” (Ap 7, 14), como vemos na primeira leitura da liturgia deste dia.

O acesso à santidade sem-pre nos parece algo impossível às pessoas comuns. Parece-nos também que santidade é algo que aconteceu anos ou séculos passa-dos. Alguns podem até considerar que se trata de algo para pessoas especiais, bispos ou sacerdotes e freiras. Mas a cada momento so-mos todos estimulados por Cristo a viver a santidade, a seguir seus ensinamentos, a viver o amor e a caridade aos irmãos. Assim pode-mos recordar os santos de nosso século e até de nossos dias ou que conosco convivem, afinal todos somos chamados à santidade a cada dia, vivendo sua rotina em comunhão com Deus e pratican-do o amor sem esquecer os mais pobres. Há pessoas que, pelo seu testemunho, se destacam e são celebradas, como ocorreu com Carlo Acutis, jovem italiano beati-ficado recentemente. Há também exemplo no Brasil, como a jovem cearense Benigna, próxima de ser declarada beata, considerada mártir. Aliás, mártires são muitos que, a cada dia, dão sua vida pelo Evangelho. Longe de nós, talvez, muitos ainda morrem pela sua fé, mais ainda que nos primórdios do Cristianismo, como lembra sempre o Papa Francisco. Vários países exigem muita coragem e determinação das pessoas cristãs que queiram, em comunidade, manifestar sua fé em Cristo. Considera-se que mais de 260 milhões de cristãos são cerceados na prática religiosa em muitos países como Nigéria, Irã, Sudão, Paquistão, Síria, Arábia Saudita e outros. Irmãos nossos precisam demonstrar, a cada dia, virtude em grau heroico para manifestar

a sua fé. Dão verdadeiramente seu testemunho e se fazem, como perseguidos por causa de Cristo, merecedores da bem-aventu-rança: “alegrai-vos e exultai porque será grande a vossa recompensa no céu” (Mt 5, 12).

Mas, a cada dia de nossa vida, como viver a santidade? Mais uma vez vem nos ajudar o Papa Francisco, com a Exortação Apostólica GAUDETE ET EXSULTA-TE (2018). Este documento que trata do “chamado à santidade no mundo atual” nos estimula e orienta. Diz-nos o Papa, na intro-dução, que seu objetivo é: “fazer ressoar mais uma vez o cha-mado à santidade, procurando encarná-la no contexto atual, com os seus riscos, desafios e oportunidades, porque o Senhor escolheu cada um nós ‘para sermos santos e íntegros diante dele, no amor’” (Ef 1,4). A leitura desta Exortação, acessível a todos, é importante e fácil, em linguagem direta e simples, próprias do Papa Francisco.

Eis, todavia, as linhas básicas de suas orientações, que se leem no cap. III, pág. 45: “Jesus explicou, com toda simplicidade, o que é ser santo: assim o fez quando nos deixou as bem-aventuran-ças” (Mt 5,3-12. É exatamente o texto que leremos no Evangelho da celebração de Todos os Santos. O Papa nos explica que “bem-aven-turança” significa “feliz” e que se torna sinônimo de “santo”. Logo adiante lembra-nos – como era de se esperar - o cap. 25 de Mateus. Aí estão os critérios para o julgamento final: “Pois eu estava com fome e me destes de comer...”

Lembremos, pois, que a ce-lebração dos santos nos convida à prática diária de santidade e à imitação dos que são, para nós, um exemplo no seguimento de Cristo e à pratica da caridade, sabendo que a santidade nos faz felizes.

IDEOVALDO R. ALMEIDAPascom

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O SANTUÁRIO DA PENHA NOVEMBRO DE 2020 11PUBLICIDADES

“O SENHOR DEUS É NOSSO PASTOR, NOSSO GUIA, E NOS OFERECE SUA PALAVRA COMO ALIMENTO DE NOSSA JORNADA E LUZ QUE ILUMINA NOSSO CAMINHO PARA SALVAÇÃO”.-(Liturgia da Palavra do Folheto Povo de Deus de 22/11/2020 – Sol. Cristo Rei)

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O SANTUÁRIO DA PENHANOVEMBRO DE 202012PUBLICIDADES

“CRISTO É REI DO UNIVERSO E SEU REINO DE PAZ, JUSTIÇA, VIDA E VERDADE, NOS COMPROMETE PARA QUE NOS EMPENHEMOS ASSUMINDO NOSSA MISSÃO DE DISCÍPULOS SEUS”.-(Comentário do Folheto Povo de Deus de 22/11/2020 – Solenidade de Cristo Rei)

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O SANTUÁRIO DA PENHA NOVEMBRO DE 2020 13PUBLICIDADES

“A PRESENÇA SILENCIOSA DA MÃE DE JESUS NO TEMPO ADVENTO INSPIRA NOSSA CERTEZA, RENOVA NOSSA ESPERANÇA E PREPARA NOSSA ALMA PARA A CHEGADA DO SALVADOR”.-(Reflexão do Folheto Povo de Deus de 29/11/2020 – 1º Dom. Advento – D. Jorge Pierozan)

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O SANTUÁRIO DA PENHANOVEMBRO DE 202014FORMAÇÃO E INFORMAÇÃO

Na liturgia da Igreja Católi-ca, celebramos a vida de nosso Senhor Jesus Cristo ao longo de um ano. A organização deste ano está pautada em fatos im-portantes da vida de Cristo, e não no calendário civil. Assim sendo, o seu início não coincide com o do ano civil, em janeiro, mas está ligado com o primeiro acontecimento importante da vida de Jesus: o seu nascimento. Então o que marca o início do Ano Litúrgico é um período de preparação e alegre expectativa: o Tempo do Advento.

A palavra “Advento” tem como um dos significados literais a vinda ou a chegada de algo. Para nós, católicos, esta palavra ganha um significado ainda mais especial, pois representa o tem-po em que nos preparamos para a vinda de Jesus. Liturgicamente esta espera é tida em dois aspec-tos: não apenas fazemos memó-ria do seu nascimento em Belém, mas também nos preparamos para a sua vinda escatológica, a segunda e definitiva vinda no fim dos tempos.

“Ao celebrar a cada ano a liturgia do advento, a Igreja

ADVENTOatualiza esta espera do Mes-sias: comungando com a longa preparação da primeira vinda do Salvador, os fiéis renovam o ardente desejo da Segunda Vinda”. (CIC 524).

O Tempo do Advento com-preende as quatro semanas que antecedem o Natal. Porém, a última semana nem sempre é completa, pois o Natal pode cair em qualquer dia da semana, e o Advento sempre começa em um domingo, o quarto domingo antes do dia 25 de dezembro.

É o período em que nos pre-paramos para a grande Soleni-dade do Nascimento de Jesus. Aplainamos os caminhos para a vinda do Senhor. E esta espera não é estática, mas sim dinâmi-ca. Aliás, a palavra “prepara-ção” já indica algum movimento. Quando, por exemplo, sabemos que vamos receber uma visita importante em casa, logo nos colocamos em ação para organi-zar a melhor recepção possível.

Vemos nos nossos dias uma intensa mobilização em vista da preparação para o Natal. Há uma grande preocupação em organizar a casa, em confrater-

nizar com as pessoas que ama, em presentear uns aos outros. É uma comoção coletiva, voltada para esta festividade. Mas tantas preocupações e ocupações per-dem totalmente o valor quando o convidado de honra é esquecido. Se fica a dúvida sobre as atitudes que compreendem a dinamici-dade desta espera, a liturgia da Igreja dá as diretrizes. A própria cor litúrgica usada neste tempo, o roxo, já dá o tom de que profun-das mudanças precisam ser feitas na vida do cristão para a chegada do Senhor. João Batista, que tinha a missão de preparar os caminhos para a vinda do Messias, procla-mava: “Preparai o caminho do Senhor, tornai retas suas vere-das; todo vale será aterrado, toda montanha ou colina será abaixada; as vias sinuosas se transformarão em retas e os caminhos acidentados serão nivelados”. (Lc 3,4-5)

As leituras das missas do Advento também nos ajudam a mergulhar na espiritualidade deste tempo. O livro mais recor-rente é o do profeta Isaías, no qual se encontra grande parte das profecias sobre Messias. Eram, inclusive, as palavras deste profeta que João Batista usava para preparar o povo,

como vemos na citação acima, do Evangelho de Lucas.

Além das passagens bíblicas que tratam de João Batista, são também recorrentes as que se referem a Maria e José, família em cujo seio o Senhor quis nascer. José, o homem justo e humilde, que acolheu Maria, serva fiel, perfeito exemplo de preparação para a chegada de Jesus.

Este convite à mudança de vida como preparação para re-ceber o Senhor em nossas vidas pode parecer custosa e traba-lhosa, e por isso pesada. Exige sim uma especial vigilância, mas não há peso quando se sabe que o Senhor está perto. Por isso no terceiro domingo do Advento se celebra a alegria. Inclusive o roxo pode ser trocado pelo rosa como cor litúrgica. A antífona de entrada da missa deste domingo é um verdadeiro convite: “Ale-

grai-vos sempre no Senhor. De novo eu vos digo: Alegrai-vos! O Senhor está perto!” (Fl 4,4-5)

O Advento nos leva a viver a experiência da verdadeira esperança. Inspira-nos gestos que nos configurem a Jesus e nos aproximem Dele, já que Ele deseja vir até nós. Deus não se cansa de nos buscar, Ele se inclina em nossa direção para nos encontrar, para entrar na nossa casa. Que alegria saber que o Senhor das nossas vidas, o Salvador da humanidade, o que venceu a morte e a treva deseja sentar-se à mesa conosco. Que a feliz expectativa do encontro gere a alegria em preparar-se para Ele.

Sem. WILSON JÚNIORSeminarista da Diocese de

S. Miguel Paulista e Consagra-do Eucaristós

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O SANTUÁRIO DA PENHA NOVEMBRO DE 2020 15PUBLICIDADES

“NA CAMINHADA PARA O TEMPO DO ADVENTO NOSSA SENHORA TEM UM LUGAR DE DESTAQUE, POIS NINGUÉM COMO ELA VIVEU E SE EMPENHOU DE CORPO E ALMA NESSA ESPERA”.-(Reflexão do Folheto Povo de Deus de 29/11/2020 – 1º Dom. Advento – D. Jorge Pierozan)

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O SANTUÁRIO DA PENHANOVEMBRO DE 202016FORMAÇÃO E INFORMAÇÃO

CONFISSÕES INDIVIDUAIS

PARA VOCÊ LEMBRAR!MISSAS NA BASÍLICA DE NOSSA SENHORA DA PENHA:2ª feira às 15h004ª feira às 15h006ª feira às 15h00DOMINGO às 7h30, 10h30 h e 19h00.

MISSA DO DIA 08: Missa de Nossa Senhora da Penha na Basílica às 7h30; 15h00 e 19h30.

MISSAS NA COMUNIDADE NOSSA SENHORA DE FÁTIMA:Todos os Domingos às 9h00.Todos os dias 13 do mês às 20h00 (exceto no domingo)

MISSAS NO SANTUÁRIO EUCARÍSTICO:3ª a 6ª feira às 7h15 e 17h00.Sábado às 7h15 h e 16h00.DOMINGO às 9h30

BATIZADOS e CASAMENTOS: Marcar de 2ª à 6ª feira das 8h30 às 11h30 e das 14h00 h às 17h00 e Sábado das 8h30 às 11h30 e das 14h00 às 15h30 na secretaria da Basílica.

SANTUÁRIO EUCARÍSTICO DIOCESANO:Terça à Sexta: das 09:00 h às 11:00 h e das 15:00 h às 16:00 h

Sábado: das 09:00 h às 11:00 h.BASÍLICA DE NOSSA SENHORA DA PENHA:

Sexta: das 16h00 h às 17h15. - Sábado: das 09h00 às 11h45 e das 14h00 às 16h00.Domingo: das 16h00 às 17h30 – NÃO HAVERÁ ATENDIMENTO DE CONFISSÕES DURANTE AS MISSAS

NOTAS!O SANTÍSSIMO SACRAMENTOFica exposto durante o dia (exceto às 2ª feiras) no Santuário Eucarístico Diocesano (Igreja Velha da Penha).

VISITA AOS DOENTES:Para receber a visita do Padre ou de Ministros (as) para comunhão, necessário agendar na livraria ou na secretaria (deixando: en-dereço, telefone e horários mais

convenientes).

CAMPANHA DOS ALIMENTOS PARA AS

FAMÍLIAS CARENTES:Trazer como ofertório

nas missas do dia 08 de cada mês, na Basílica.

SECRETARIA DA BASÍLICASegunda à Sexta-Feira das 08:30 h às 12:00 h e das 14:00 às 17:30 h

Sábado das 08:30 h às 12:00 h e das 14:00 às 16:00h. A secretaria está fechada aos Domingos e Feriados

ÓRGÃO INFORMATIVO E FORMATIVO DA BASÍLICA DE NOSSA SENHORA DA PENHA PADROEIRA DA CIDADE DE SÃO PAULO DIOCESE DE SÃO MIGUEL PAULISTA | RUA SANTO AFONSO, 199 – FONES: 2295-4462 – SÃO PAULO.

Site: www.basilicadapenha.com.br / e-mail: [email protected]://facebook.com/basilicansradapenhasp

• DIRETOR:Pe. Edilson de Souza Silva •EDITOR:Pe. Tiago Cosmo da Silva Dias• JORNALISTARESPONSÁVEL: Ricardo Bigi - Mtb 39.450 •DIGITAÇÃOeMONTAGEM: Roberto A. de Oliveira •REVISÃO:Eduardo Mazzocatto •RELAÇÕESPÚBLICAS/COMERCIAIS:Elvis R. Bertola e Roberto A. de Oliveira •ASSINATURAS:José Pinfildi Filho •COLABORADORES:Pe. Edilson de Souza Silva, Pe. Tiago Cosmo da Silva Dias, Pe. Diego Nascimento Silva, Atílio Monteiro Junior, Ideo-valdo Ribeiro de Almeida, Leonardo C. de Almeida, Marilena A. T. Lima, Neylana Cândido de Oliveira, Ralph Rosário Solimeo, Roberto A. de Oliveira, Soleimar M. Rossi, Sem. Wilson Júnior. •ILUSTRAÇÕESeFOTOS:Pascom, Inventy Soluções Criativas.•MURAL:Juliana A. Pinfildi •SITEeFACEBOOK:Emerson Pinfildi, Lécia Braz Bittencourt •TIRAGEM:2.000 exemplares• EDITORAÇÃOELETRÔNICA:José Hildegardo – Fone: (88) 99974-9086• FOTOLITOeIMPRESSÃO: Atlântica Gráfica e Editora Ltda. – Fone: (11) 4615-4680Asmatériasassinadassãodetotalresponsabilidadedeseusautores.

08/ nov – Missas em louvor à NOSSA SENHORA DA PENHA às 7h30; 10h30 e 19h00, na Basílica.24/nov – DOMINGO DE CRISTO REI – Encontro Diocesano de Ministros às 15h00, na Basílica.•para este encontro, cada paróquia enviará dois ministros, para continuarmos a seguir as normas de distanciamento social, evitando aglomerações.08/ dez – Missas da SOLENIDADE DA IMACULADA CONCEIÇÃO às 7h30; 15h00 e 19h30, na Basílica.

PASTORAL DO DIZIMOPASTORAL DO DIZIMO

Sua contribuição pode ser feita de segunda à sá-bado na secretaria da Basílica nas missas de domingo ou através de depósito ou transferência bancária

Banco Santander Agência: 2196 – C/C: 13000175-9

Mitra Diocesana de São Miguel Paulista CNPJ: 61.378.741/0003-67