Síntese e Avaliação da Atividade Antimicrobiana e ... · Danniel Delmondes Feitoza Síntese e...
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Universidade Federal de Pernambuco Centro de Ciências da Saúde
Departamento de Ciências Farmacêuticas Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas
Dissertação de Mestrado
Síntese e Avaliação da Atividade Antimicrobiana e Citotóxica da série 2-[(4-piridinil-metileno)hidrazono]-
5-benzilideno4-tiazolidinonas
Danniel Delmondes Feitoza
Recife - PE, 2010
Danniel Delmondes Feitoza
Síntese e Avaliação da Atividade Antimicrobiana e Citotóxica da série 2-[(4-piridinil-metileno)hidrazono]-
5-benzilideno-4-tiazolidinonas
Dissertação Apresentada ao Programa
de Pós-Graduação em Ciências
Farmacêuticas como Parte dos
Requisitos para a Obtenção do Título
de Mestre em Ciências Farmacêuticas –
Área de Concentração: Síntese e
Planejamento de Fármacos.
Orientador: Prof. Dr. José Gildo de Lima
Co-orientador: Prof. Dr. Alexandre José da Silva Góes
Recife - PE, 2010
Feitoza, Danniel Delmondes
Síntese e avaliação da atividade antimicrobiana e citotóxica da série 2-[(4-piridinil-metileno)hidrazono]-5-benzilideno-4-tiazolidinonas / Danniel Delmondes Feitoza . – Recife: O Autor, 2010.
93 folhas: il., fig., tab. e quadro.
Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Pernambuco. CCS. Ciências Farmacêuticas, 2010.
Inclui bibliografia.
1. 4-tiazolidinona. 2. Antimicrobiana. 3.
Antiproliferativa. 4. Hibridação molecular. 5.
Simplificação molecular. I.Título.
UFPE
615.19 CDD (22.ed.) CCS2010-172
ii
Universidade Federal de Pernambuco Centro de Ciências da Saúde
Departamento de Ciências Farmacêuticas Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas
Reitor
Prof. Amaro Henrique Pessoa Lins
Vice-Reitor
Prof. Gilson Edmar Gonçalves e Silva
Pró-Reitor para Assuntos de Pesquisa e Pós-Graduação
Prof. Anísio Brasileiro de Freitas Dourado
Diretor do Centro de Ciências da Saúde
José Thadeu Pinheiro
Vice-Diretor do Centro de Ciências da Saúde
Márcio Antônio de Andrade Coelho Gueiros
Chefe do Departamento de Ciências Farmacêuticas
Prof. Dalci José Brondani
Vice-chefe do Departamento de Ciências Farmacêuticas
Antonio Rodolfo de Faria
Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas
Prof. Pedro Rolim Neto
Vice-Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas
Prof.ª Beate Saegesser Santos
iii
A minha família, em especial meus pais Nereu e Luzidete, por todo esforço em me dar
oportunidades e incentivos para que eu chegasse até aqui e pela compreensão nos
momentos alegres e difíceis na minha vida...
iv
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus pelo dom da vida, pelas oportunidades que tem me concedido e
pela força para vencer cada desafio e dificuldade.
A minha família, em especial meus pais e irmãos, pelo apoio e incentivo.
Ao Prof. Dr. José Gildo de Lima pela oportunidade concedida e conhecimento
compartilhado desde o tempo de iniciação científica.
Ao Prof. Dr. Alexandre Góes pelas idéias, sugestões e ensinamentos para realização
deste trabalho.
Á Prof. Dra. Janete Magali Araújo e a Mestranda Érica Soares do laboratório de Ensaios
antimicrobianos do Departamento de Antibióticos da UFPE, pela realização dos ensaios
biológicos.
Á Profa. Dra. Terezinha Gonçalves da Silva, Profa. Dra. Silene Carneiro do
Nascimento, Maria do Desterro Rodrigues e Jaciana Santos Aguiar do Laboratório de
Bioensaios para Pesquisa de Fármacos e Laboratório de Cultura de Células,
departamento de Antibióticos - UFPE, pela realização dos ensaios de citotoxicidade.
Aos integrantes da Central Analítica, em especial Eliete, Ricardo, Severino, Elias e
Abeni, pela dedicação na realização dos experimentos espectroscópicos.
Aos amigos de laboratório Liesen, Thiago e George, por repassarem toda experiência
nos trabalhos realizados no laboratório, e aos demais pelos momentos de descontração e
aperreio no decorrer da realização das disciplinas.
Á PROPESQ e CNPq pelo apoio financeiro parcial.
A todos(as) os(as) professores(as) que, com paciência e dedicação, contribuíram para
minha formação ao longo de todos os anos.
v
“Vemos e vamos hoje mais longe porque nos apoiamos em ombros de gigantes...”
Autor desconhecido
vi
Resumo
A resistência bacteriana é um problema de saúde pública. A disseminação do uso de antibióticos e sua presença no meio ambiente fizeram com que as bactérias desenvolvessem defesas relativas aos agentes antibacterianos, impondo sérias limitações as opções para o tratamento de infecções. Em consonância, o câncer é uma das doenças que mais causam temor na sociedade, por ter se tornado um estigma de mortalidade e dor. Devido a estes fatos alarmantes tem-se aumentado a procura por fármacos que proporcionem um tratamento mais eficaz e seguro. 4-tiazolidinonas se destacam por pertencerem a uma classe de compostos com atividade biológica comprovada; vários produtos naturais e sintéticos contêm esse heterociclo em suas estruturas. Com base na importância dessas moléculas desenvolvemos a síntese da série 2-[(4-piridinil-metileno)hidrazono]-5-benzilideno4-tiazolidinonas 4a-l intencionando desenvolver novas moléculas potencialmente ativas contra bactérias e fungos, e com atividade antineoplásica. Adotamos como estratégia de planejamento a hibridação molecular e simplificação molecular. Os compostos foram obtidos em três etapas. As tiossemicarbazonas 2a-d foram sintetizadas utilizando quantidades equimolares de 4-formilpiridina e tiossemicarbazidas 1a-d em meio hidroetanólico com pequena quantidade de ácido acético como catalizador. As 4-tiazolidinonas da série 3a-d foram obtidas pela ciclização de 4-formilpiridina tiossemicarbazonas 2a-d com ácido cloroacético em presença de acetato de sódio anidro em meio etanólico; os compostos finais 5-bezilideno-4-tiazolidinonas 4a-l foram sintetizados pela condensação de aldeídos aromáticos com intermediários 3a-d. Os compostos foram purificados e apresentaram rendimentos entre 47-82%, em adição foram caracterizados por suas propriedades físico-químicas e por métodos espectroscópicos (IV, RMN 1H e 13C) e espectrométrico (MS). Todos os compostos da série 4a-l, além de seus intermediários 3a-d, foram testados in vitro frente a bactérias, fungos e para atividade antineoplásica. Os compostos 4a-l não apresentaram atividade antimicrobiana considerável, no entanto, o intermediário 3b mostrou considerável atividade antibiótica frente a B. subitilis e antifúngica frente a C. albicans, com zona média de inibição (ZMI) de 26 mm e 25 mm, respectivamente. Este composto apresentou altos valores de CMI (250 µg/mL e 500 µg/mL) em comparação aos antibióticos cloranfenicol (CMI = 30 µg/mL) e rifampicina (CMI = 120 µg/mL) e o antifúngico nistatina (CMI = 50 µg/mL). A atividade anticâncer dos compostos 3a-d e 4a-l foram testadas contra células NCI-H292 (obtidas de carcinoma mucoepidermoíde de pulmão), HEp-2 (obtidas de carcinoma epidermoíde de laringe) e K562 (leucemia mielocítica crônica). O composto 3b apresentou inibição similar ao etoposideo (CI50 = 4,48 µg/mL) para células K562 (CI50 = 4,25 µg/mL). O composto 4l mostrou-se eficaz para inibição de células NCI-H292 com CI50 = 1,38 μg/mL (etoposideo 1,31 µg/mL). A ausência de hemólise em eritrócitos de camundongos (CE50 > 500 µg/mL) sugere que a citotoxicidade não está relacionada a danos na membrana. A inserção do grupo benzilidênico (série 4a-l) não foi eficiente para uma atividade antimicrobiana plausível. Para atividade anticâncer o composto 4l mostrou uma ótima atividade frente a células NCI-H92 podendo ser compensador um estudo mais aprofundado deste composto.
Palavras-chave: 4-tiazolidinona, Antimicrobiana, Antiproliferativa, Hibridação
molecular, Simplificação molecular.
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Abstract
Bacterial resistance is a public health problem. The use of antibiotics and their presence in the environment meant that the bacteria develop defenses relating to antibacterial agents by imposing serious limitations of the options for the treatment of infections. Moreover, cancer is a disease that causes more fear in society it has become a stigma of death and pain. Due to these alarming facts, it has increased the demand for drugs that provide treatment more effective and safe. 4-tiazolidinone ring system is a core structure in various biological active compounds with a wide range of biological and pharmacological properties. Based on the importance of these compounds, we carried out the synthesis of series 5-benzylidene-2-(pyridine-4-ylmethylene)hydrazono)-thiazolidin-4-one 4a-l in order to obtain potentially active antimicrobial and anticancer agents. Among the main strategies used in planning a series of structural analogues from a prototype we used the molecular hybridization and molecular simplification for design the compounds 4a-l. These target compounds were obtained in three steps. The thiosemicarbazones 2a-d were synthesized by heating the equimolar amounts of 4-formylpyridine and thiosemicarbazides 1a-d in water/ethanol media. Then, the synthesis of 2-(pyridine-4-ylmethylene)hydrazono)-thiazolidin-4-one intermediates 3a-d was performed by cyclization of 4-formylpyridine thiosemicarbazones (2a-d) with chloroacetic acid in the presence of sodium acetate anhydrous in etanol. The final compounds 5-arylidene-4-thiazolidinones 4a-l were obtained by condensation of the previous products with commercially available aromatic aldehydes. The reaction was carried out in ethanol with piperidine as catalyst. The compounds were purified and showed yields between 47-82%. In, addition, they were characterized by their physicochemical properties and by IR, NMR 1H and 13C and MS. The compounds 3a-d and 4a-l were tested preliminary for antimicrobial activity by the disc diffusion method against various bacteria and fungal species. In general, the results indicated weak antimicrobial activities for all compounds. However, the compounds 3b showed significant mean zone inhibition (MZI) for bacillus subtilis (26 mm) and for candida albicans (25 mm), but this derivative demonstrated higher values of MIC (>500µg/mL and >250 µg/mL, respectively) when compared with the standard drugs chloranphenicol (MIC = 30 µg/mL) and rifampicin (MIC = 120µg/mL) for antibacterial activity and nistatin (MIC = 50 µg/mL) for antifungal activity. Next, the antiproliferative activity of the compounds 3a-d and 4a-l was tested against the NCI-H292, HEp-2 and K562 cell lines. Except for compounds 3b e 4l, the results indicated no significant antiproliferative activity for both series. The inhibitory effect of compound 3b on the growth of the K562 cell line was similar to that of etoposide with IC50 = 4.25 µg/mL and IC50 = 4.48 µg/mL, respectively. Compound 4l showed excellent anticancer activity against NCI-H292 cell line with IC50 = 1.38 µg/mL. This compound showed equipotent to methotrexate (IC50 = 1.31 µg/mL) and more active than etoposide (IC50 = 2.75 µg/mL). The absence of hemolysis in erythrocytes of mice (EC50 > 500 µg/mL for 3b and 4l) suggest that the citotoxicity is not related to membrane damage………… Keywords: 4-thiazolidinones. Antimicrobial. Antiproliferative. Hybridization molecular. Simplification molecular
viii
Listas de Esquemas
Esquema 1. Análise retrossintética de 4-tiazolidinonas ......................................................... 22
Esquema 2. Formação dos regioisômeros de 2-amino-4-tiazolidinonas ............................... 23
Esquema 3. Reações entre tiossemicarbazonas e ácidos α-halogenados ou ésteres de
etila α-halogenados com formação de 4-tiazolidinonas substituídas e não substituídas na
posição 5 do anel ..................................................................................................................... 23
Esquema 4. Influência de grupos volumosos em aciltiossemicarbazidas na obtenção de
4-tiazolidinonas ou 1,3,4-oxadiazóis ....................................................................................... 24
Esquema 5. Reação de condensação de três componentes “one pot” para síntese de 4-
tiazolidinonas ........................................................................................................................... 25
Esquema 6. Reação de síntese de 4-tiazolidinonas a partir de hidrazonas e ácido
mercaptoácetico utilizando micro-ondas ................................................................................. 25
Esquema 7. Síntese de tioureido-4-tiazolidinonas não substituídas na posição 5 do anel
a apartir de tiossemicarbazonas e ácido α-mercaptoacético .................................................... 26
Esquema 8. Síntese de 4-tiazolidinona a partir de derivados da malontioamida ................... 26
Esquema 9. Síntese de 4-tiazolidinonas a partir de tiossemicarbazonas com compostos
dicarbonilados α-β-insaturados ................................................................................................. 27
Esquema 10. Esquema de síntese de derivados 5-benzilideno-4-tiazolidinonas .................... 28
Esquema 11. Esquema de síntese de derivados 5-benzilideno-4-tiazolidinonas
utilizando piperidina como base .............................................................................................. 28
Esquema 12. Rota de síntese empregada na preparação das tiossemicarbazonas e 4-
tiazolidinonas planejadas .............................................................................................................
Esquema 13. Mecanismo de reação catalisada por ácido apartir de aldeído e
tiossemicarbazida para obtenção de tiossemicarbazonas ......................................................... 61
Esquema 14. Mecanismo de reação geral para obtenção das 4-tiazolidinonas da série
3a-d
.............................................................................................................................................
......63
Esquema 15. Mecanismo da reação de síntese da 5-benzilideno-4-tiazolidinona 4a-l ......... 65
ix
Listas de Figuras
Figura 1. Estrutura da linezolida ............................................................................................ 21
Figura 2. Esquema de uma célula bacteriana exibindo locais de ação de alguns
antibióticos. DHFA, ácido diidrofólico; THFA, ácido tetrahidrofolato .................................. 19
Figura 3. Anel 4-tiazolidinona ................................................................................................ 21
Figura 4. Estruturas químicas de 4-tiazolidinonas com atividade antimicrobiana ................. 30
Figura 5. Estrutura química de 4-tiazolidinonas com atividade anticâncer............................. 31
Figura 6. Estruturas químicas de 4-tiazolidinonas com atividade, anti-iinflamatória e
bloqueadora de canais de cálcio ................................................................ ............................. 31
Figura 7. Estruturas químicas de 4-tiazolidinonas com atividade anti.T. gondii .................... 32
Figura 8. Planejamento de novos carbamatos híbridos inibidores de AChE a partir da
rivastigmina e do donepezil ..................................................................................................... 34
Figura 9. Planejamento de novas moléculas pela hibridização de benzocaína e
metoclopramida ....................................................................................................................... 35
Figura 10. Estrutura química de 1-HMR-1556 e da azimilida e planejamento de
hibridização molecular ............................................................................................................ 36
Figura 11. Simplificação molecular da quinina ...................................................................... 37
Figura 12. Simplificação molecular do catalpol ..................................................................... 37
Figura 13. Simplificação molecular do prototipo LASSBio-1018 ......................................... 38
Figura 14. Representação da série de derivados 4a-l planejadas neste trabalho .................... 39
Figura 15. Estruturas químicas de 4-tiazolidinonas planejadas ............................................ 40
Figura 16. Espectro de IV para 4-tiazolidinona 3c (pastilha de KBr) .................................. 67
Figura 17. Espectro de IV para o derivado 5-benzilideno-4-tiazolidinona
4l (pastilha de KBr). ................................................................................................................ 68
Figura 18. Espectro de RMN 1H para a 4-tiazolidinona 3c (DMSO-d6; 300 MHz),
ilustrando os singletos referente ao grupos metileno e azometínico ....................................... 69
Figura 19. Espectro de RMN 1H para o derivado 5-benzilideno-4-tiazolidinona 4f
(CDCl3; 300 MHz), ilustrando principalmente o singleto referente hidrogênio
vinilidenênico .......................................................................................................................... 71
Figura 20. Espectro de RMN 13C para a 4-tiazolidinona 3c, apresentando o sinal
referente a carbonila e ao carbono metilênico do anel 4-tiazolidinona (DMSO-d6; 75,4
MHz) ........................................................................................................................................ 72
x
Figura 21. Espectro de RMN 13C para o derivado 5-benzilideno-4-tiazolidinona 4f,
apresentando os sinais relativos aos carbonos endo e exo da ligação benzilidênica
(CDCl3; 75,4 MHz) ................................................................................................................. 73
Figura 22a. Halo de inibição do composto 3b frente a B. subtilis ......................................... 76
Figura 22b. Halo de inibição do composto 3b frente a C. albicans ....................................... 76
Listas de Tabelas
Tabela 1: Propriedades físico-química das tiossemicarbazonas ............................................. 61
Tabela 2: Propriedades físico-químicas e rendimentos de 4-tiazolidinonas 3a-d .................. 62
Tabela 3: Propriedades físico-químicas e rendimentos de
5-benzilideno-4-tiazolidinonas 4a-l ........................................................................................ 64
Tabela 4: Principais frequências de absorção observadas nos espectros de IV para as 4-
tiazolidinonas (3a–d) ............................................................................................................... 66
Tabela 5: Principais frequências de absorção observadas nos espectros de IV para as 5-
benzilideno-4-tiazolidinonas (4a–d) ....................................................................................... 67
Tabela 6: Principais deslocamentos químicos (ppm) observados nos espectros de RMN
¹H para as 4-tiazolidinonas (3a–d) .......................................................................................... 68
Tabela 7: Principais deslocamentos químicos (ppm) observados nos espectros de RMN
¹H para as 5-benzilideno-4-tiazolidinonas (4a–l) .................................................................... 71
Tabela 8: Principais deslocamentos químicos (ppm) observados nos espectros de RMN
¹³C para tiazolidinonas sintetizadas ......................................................................................... 72
Tabela 9: Halos em milímetros (mm) referentes á atividade antimicrobiana
dos compostos 3a-d e 4a-l ....................................................................................................... 75
Tabela 10: Atividade citotóxica dos compostos em células tumorais e atividade
hemolítica em eritrócitos de camundongos ............................................................................. 79
Lista de Quadro
Quadro 1: Espécies de bactérias e fungos utilizados nos ensaios de atividade
antimicrobiana para os compostos sintetizados. ...................................................................... 57
xi
Lista de símbolos e abreviações
AcOH Ácido acético
AcONa Acetato de sódio
AIDS Síndrome da Imunodeficiência Adquirida
Ar Aromático
ATTC American Type Culture Collection
CCD Cromatografia em camada delgada
CDCl3 Clorofórmio deuterado
CD2Cl2 Diclorometano deuterado
CE50 Concentração efetiva cinquenta por cento
CI50 Concentração inibitória cinquenta por cento
CMI Concentração mínima inibitória
Cq Carbono quaternário
DCC Dicicloexilcarbodiimida
DMAD Acetilenodicarboxilato de dimetila
DMF Dimetilformamida
DMSO Dimetilsulfóxido
DMSO-d6 Dimetilsulfóxido deuterado
DNA Ácido deoxiribonucléico
DP Desvio padrão
eq. Equivalente
EtOH Etanol
FM Fórmula molecular
HIV Vírus da imunodeficiência humana
IV Infravermelho
J Constante de acoplamento
MeOH Metanol
MHz Megahertz
mL Mililitro
MS Espectrometria de massas
nm Nanômetro
PBS Solução tamponada de fosfato padrão
xii
PM Peso molecular
PF Ponto de fusão
ppm Partes por milhão
Rf Razão de frente
RMN 13C Ressonância magnética nuclear de carbono 13
RMN 1H Ressonância magnética nuclear de hidrogênio
RNA Ácido Ribonúcleico
SIDA Síndrome da Imunodeficiência Adquirida
THF Tetraidrofurano
UFC Unidade formadora de colônia
UFPEDA Sigla – Coleção de cultura do Departamento de Antibióticos da UFPE
UV Ultravioleta
ZMI Zona média de inibição
λ Comprimento de onda
δ Deslocamento quimico
ν Estiramento
xiii
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURA ................................................................. 15
1.1 - Resistência Bacteriana ............................................................................................................. 15
1.2 – Células Neoplásicas .................................................................................................................. 20
1.3 - 4-tiazolidinonas ........................................................................................................................ 21
1.3.1 - Obtenção de 4-tiazolidinonas a partir de reações envolvendo ácidos α-
haloacéticos e derivados com tiouréias, tiossemicarbazidas e tiossemicarbazonas. ......................... 22
1.3.2 - Obtenção de 4-tiazolidinonas a partir de reações envolvendo ácido α-
mercaptoacético. ................................................................................................................................ 24
1.3.3 - Obtenção de 4-tiazolidinonas a partir de compostos com a função tioamida e
anidrido maléico ou acetilenodicarboxilato. ...................................................................................... 26
1.3.4 - 5-benzilideno-4-tiazolidinonas.. ............................................................................................. 27
1.4 - Atividades Biológicas das 4-tiazolidinonas .............................................................................. 28
1.5 - Planejamento estrutural ............................................................................................................. 32
1.5.1 - Hibridização molecular .......................................................................................................... 33
1.5.2 Simplificação molecular ......................................................................................................... 36
2 – OBJETIVOS ............................................................................................................................. 38
2.1 - Objetivo Geral .......................................................................................................................... 38
2.2 - Objetivos específicos ................................................................................................................ 40
3 - MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................................................... 41
3.1 - Parte Experimental ................................................................................................................... 41
3.1.1 – Cromatografias ..................................................................................................................... 41
3.1.2 - Pontos de Fusão ..................................................................................................................... 41
3.1.3 - Espectroscopias de IV, RMN 1H , RMN 13C e MS ............................................................... 41
3.2 - Procedimentos Experimentais .................................................................................................. 42
3.2.1 - Obtenção de 4-fenil-tiossemicarbazida ................................................................................. 42
3.2.2 - Procedimento geral de obtenção de tiossemicarbazonas ....................................................... 43
3.2.3 - Procedimento geral para obtenção de 2-[(4-piridinil)hidrazono]-4-tiazolidinonas
(3a-d) ................................................................................................................................................. 44
xiv
3.2.4 - Dados Físico-químicos e Espectroscópicos para 2-[(4-piridinil)hidrazono]-4-
tiazolidinonas (3a-d) ......................................................................................................................... 44
3.2.5 - Procedimento geral para obtenção de 2-[(4-piridinil)hidrazono]-5-benzilideno-4-
tiazolidinonas (4a-l). ......................................................................................................................... 47
3.2.6 - Dados Físico-químicos e Espectroscópicos para os derivados 2-[(4-
piridinil)hidrazono]-5-benzilideno-4-tiazolidinonas (4a-l). .............................................................. 47
3.3 - Atividades biológicas ............................................................................................................... 56
3.3.1 – Micro-organismos testados e padrão de inóculos ................................................................. 56
3.3.2 - Determinação da atividade antimicrobiana ........................................................................... 57
3.3.3 - Determinação da atividade citotóxica ................................................................................... 58
3.3.4 - Avaliação do potencial hemolítico em eritrócitos de camundongos ..................................... 59
4 - RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................................... 60
4.1 - Esquema Geral de Síntese ......................................................................................................... 60
4.2 - Metodologia sintética e mecanismos reacionais ....................................................................... 60
4.2.1 - Obtenção das tiosemicarbazonas (2a-d) ................................................................................ 60
4.2.2 - Obtenção de 2-[(4-piridinil)hidrazono]-4-tiazolidinonas (3a-d) ............................................ 62
4.2.3 - Obtenção de 2-[(4-piridinil)hidrazono)]-4-tiazolidinonas-5-benzilideno (4a-l) .................... 63
4.3 - Caracterização estrutural dos derivados tiazolidinônicos 3a-d e 4a-l ....................................... 65
4.4 - Resultados da Atividade Antimicrobiana .................................................................................. 74
4.5 - Resultado da Atividade Citotóxica .......................................................................................... 77
5 - CONCLUSÃO E PERSPECTIVAS ....................................................................................... 79
6 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS ................................................................................... 80
15
1 - INTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURA
1.1 - Resistência Bacteriana
No decorrer das últimas décadas o desenvolvimento de fármacos eficientes no
combate a infecções bacterianas revolucionou o tratamento médico, levando a redução
drástica da mortalidade causada por doenças microbianas. Por outro lado, a disseminação do
uso de antibióticos e sua presença no meio ambiente lamentavelmente fizeram com que as
bactérias também desenvolvessem defesas relativas aos agentes antibacterianos, com o
consequente aparecimento de resistência. O fenômeno da resistência bacteriana a diversos
antibióticos e agentes quimioterápicos impõe sérias limitações às opções para o tratamento de
infecções bacterianas, representando uma ameaça para a saúde pública (SILVEIRA et al.,
2006). Neste ponto é importante e necessário levantar esforços para colocar em prática
medidas de controle e políticas de saúde públicas visando a localizar e erradicar organismos
resistentes nos centros de saúde. A resistência bacteriana não deve ser vista como uma
consequência do progresso médico, que pode ser combatida através de novos antibióticos
(GOULD, 2008).
A indústria farmacêutica deve muito de sua prosperidade a descoberta de agentes
antibacterianos. Diversos agentes foram descobertos na década de 1940, como as
sulfonamidas, penicilinas e estreptomicina, seguidas rapidamente de tetraciclinas, isoniazida,
macrolídeos, glicopeptídeos, cefalosporinas, fluoroquinolonas e outras classes moleculares,
culminando com a rifampicina que foi comercializado na década de 1960 (PROJAN e
SHLAES, 2004; POWERS, 2004).
No entanto, as últimas décadas do século passado desenharam um declínio acentuado
na pesquisa industrial que visa a descobrir novos agentes antibacterianos, este declínio está
ocorrendo em um tempo de níveis crescentes de resistência aos medicamentos em uso. Muitas
das grandes empresas de biotecnologia extinguiram ou reduziram severamente suas pesquisas
para descoberta de novas classes de fármacos, comprometendo a necessidade de manutenção
de um fluxo saudável de novos e melhores agentes para combater a ameaça iminente da
resistência bacteriana a fármacos. A partir do ano 2000 poucos antibióticos foram
introduzidos na terapêutica antimicrobiana. Apenas a linezolida (Figura 1), um antibiótico de
16
origem sintética da classe das oxazolidinonas, foi introduzido no mercado farmacêutico em
2001 (GUIMARÃES et al., 2010; PROJAN e SHLAES, 2004; POWERS, 2004).
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Figura 1 : Estrutura da linezolida
Embora a pesquisa por agentes antibacterianos tenha diminuído em muitas das grandes
empresas farmacêuticas as pequenas empresas começaram a preencher esta lacuna (BOGGS e
MILLER, 2004). Os agentes antimicrobianos são a terceira classe de medicamentos mais
rentáveis para as empresas farmacêuticas, superado apenas pelas drogas do sistema nervoso
central e cardiovascular. Em 2002, o mercado farmacêutico deste setor movimentou um
volume de cerca de 45 bilhões de dólares. (POWERS, 2004; BUSH, 2004). No entanto é
notável que poucos agentes antibacterianos garantam um retorno sobre os investimentos de
acordo com as necessidades das empresas farmacêuticas de hoje. Há várias razões para essa
incerteza de retorno financeiro, dentre elas a concorrência com muitos fármacos já existentes
no mercado (genéricos de preços baixos), a preservação do uso de velhos agentes
antimicrobianos pelos clínicos através do uso criterioso, e ainda, muitos especialistas
recomendam reservar os novos agentes para pacientes que possuem patógenos resistentes, o
que limita o uso potencial de um novo fármaco (POWERS, 2004; BOGGS e MILLER, 2004).
As primeiras utilizações de antibióticos constituíram um enorme impacto na alteração
da mortalidade para doenças bacterianas graves e fatais, em comparação com a ausência da
terapia na era pré-antibiótica (POWERS, 2004; BYARUGABA, 2004). No cenário atual os
fatores econômicos estão em desacordo com os interesses sociais, as doenças infecciosas tem
curso de duração terapêutico curto, o que torna difícil a obtenção de altos lucros nesta
terapêutica; Além de poder cair rapidamente em desuso por conta da resistência adquirida
frente a patógenos. O reconhecimento da implicação da saúde pública em lidar com os
antimicrobianos e os prazos envolvidos na criação de novos fármacos, remetem a possibilitar
que parte dos esforços financeiros para se colocar um fármaco no mercado deveria emergir de
fundos públicos, ou que venha a ser implantada uma nova estrutura de preços para fármacos
de uso restrito, buscando de alguma forma incentivos comerciais para a indústria (BOGGS e
MILLER, 2004; GOULD, 2009).
17
A resistência antimicrobiana é um problema de saúde pública. Esta se encontra
atrelada á pobreza, ignorância, fome, falta de saneamento básico, ao acesso inadequado aos
medicamentos, conflitos civis e ao descaso de governantes em desenvolver políticas de saúde
pública com controle de doenças infecciosas. Além disso, o aumento da população de
indivíduos imunocomprometidos com a epidemia do HIV / SIDA, com mais de 30 milhões de
casos nos países em desenvolvimento, promove uma maior dificuldade em tratar as infecções
(BYARUGABA, 2004).
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima cerca de 5 milhões de mortes
neonatais por ano decorrente de infecções bacterianas, a maioria em países de baixa e média
renda (KAYANGE et al., 2010). Este crescimento da resistência aos antibióticos pode
transformar pneumonia, tuberculose ou infecções urinárias em doenças sem tratamento e
ainda provocar um retrocesso em transplantes de órgãos, cirurgias de grande porte e até
mesmo sessões de quimioterapia.
Dentre os micro-organismos que sofreram grandes modificações na sensibilidade aos
antimicrobianos com o decorrer dos anos destacam-se os estafilococos, os enterococos e os
pneumococos (TAVARES, 2000). As infecções causadas por Staphylococcus aureus
resistente a meticilina (MRSA) é um dos maiores problemas na história da terapêutica
antimicrobiana, com aumento na taxa de mortalidade em países desenvolvidos de até 30%;
Em adição, ao longo dos anos o MRSA gerou uma drástica diminuição na sensibilidade á
maioria dos antibióticos das principais classes de uso comum como as cefalosporinas,
penicilinas, carbapenens, quinolonas e aminoglicosídeos (GOULD, 2008; JAPONI et al.,
2010) .
O aparecimento de bactérias resistentes a antibióticos pode ser considerado como uma
manifestação natural regida pelo princípio evolutivo da adaptação genética de organismos a
mudanças no seu meio ambiente. De fato, as bactérias têm mostrado sucesso na sua
capacidade de desenvolver resistências a múltiplas drogas. O conhecimento dos mecanismos
bioquímicos e genéticos envolvidos na resistência bacteriana é de grande importância para se
entender como uma bactéria pode desenvolver tal resistência (SILVEIRA et al., 2006;
GUIMARÃES et al., 2010).
Os processos de desenvolvimento de mecanismos de resistência antimicrobiana
variam de patógeno para patógeno. Em geral são causados por fatores básicos como:
inativação do antibiótico diretamente na molécula bioativa por alterações químicas, quase
sempre promovidas por enzimas bacterianas; modificação no alvo que leva a perda de
sensibilidade ao antibiótico; disseminação de plasmídeos com determinantes de resistência
18
múltipla entre bactérias; ativação da bomba de efluxo e permeabilidade externa da membrana
que promovem a redução da concentração do antibiótico sem sua modificação química
(GOULD, 2009; HARRIS e THORARENSEN, 2004; GUIMARÃES et al., 2010).
No entanto, existem maneiras que retardam o aparecimento destas resistências. Além
de medidas de controle de infecção, a cooperação dos profissionais médicos no controle dos
níveis de doses prescritas aos pacientes pode reduzir o uso e abuso de antimicrobianos. A
evolução e o avanço da tecnologia de métodos de diagnósticos mais eficientes, para
identificar com precisão os micro-organismos responsáveis pela infecção e ainda a
susceptibilidade destes frente a fármacos usados na terapêutica, promovem um
direcionamento mais racional na escolha do fármaco para o tratamento (BOGGS e MILLER,
2004; NEELY e HOLDER, 1999).
A grande maioria dos compostos antibacterianos desenvolvidos é orientada para inibir
a síntese de um ou mais componentes da parede celular bacteriana ou a um evento na
biossíntese nas moléculas de DNA ou RNA, a exceção mais importante a estes mecanismos
de ação é a sulfonilamida que atua inibindo a enzima Diidrofolato redutase, essencial para o
metabolismo bacteriano (Figura 2) (CHU et al., 1996). Porém, em tempos atuais, o
conhecimento do sequenciamento gênico e a identificação de genes e proteínas essenciais
para a sobrevivência dos micro-organismos, trazem novos modelos de aplicação e ampliação
dos alvos para novos fármacos. Outra nova abordagem, alimentada pelo sucesso no campo
viral, inclui estudos com anticorpos monoclonais humanos (THEURETZBACHER, 2009).
Avanços nas técnicas de cristalografia de raios X e modelagem molecular por computador
elucidam os mecanismos de inibição em 3D, mostrando com detalhes os sítios de ligação dos
fármacos. A identificação do sítio de ligação dos antibióticos e elucidação de seus
mecanismos inibitórios são ferramentas importantes para o desenvolvimento de novos
fármacos eficazes (HARRIS e THORARENSEN, 2004; VILA et al., 2005).
19
Figura 2. Esquema de uma célula bacteriana exibindo locais de ação de alguns antibióticos. DHFA: ácido diidrofólico; THFA: ácido tetrahidrofolato.
Por muitos anos uma boa parte dos fármacos lançados no mercado é derivada de
modificações estruturais de grupos já utilizados na terapêutica (THEURETZBACHER, 2009;
VILA et al., 2005). Entretanto, nos últimos 10 anos os pesquisadores têm voltado atenção
para desenvolvimento de antibióticos naturais, estes geralmente apresentam estruturas
químicas complexas importantes para as interações específicas e reconhecimento por alvos
macromoleculares em bactérias patogênicas (GUIMARÃES et al., 2010).
As ferramentas recentes da tecnologia tornaram mais racionais o desenvolvimento de
entidades químicas candidatas a fármacos, estas “novidades” no campo científico fortificam o
desejo de produção de um “fármaco ideal’’ (boa atividade, baixa toxicidade, boa
farmacocinética e principalmente que não desenvolva resistência) (VILA et al., 2005).
20
O cenário mostra um aumento na procura por fármacos mais eficazes e seguros, que
causem menos efeitos colaterais possíveis, proporcionando aos seus usuários menor rejeição e
maior sucesso nos tratamentos. A química orgânica medicinal através dos planejamentos e
modificações moleculares tem contribuído para a maior parte das novas descobertas,
observando-se um crescimento considerável de compostos sintéticos para uso medicinal.
1.2 - Células Neoplásicas
Câncer é o nome dado a um conjunto de doenças que têm em comum o crescimento
desordenado de células que invadem os tecidos e órgãos, podendo espalhar-se para outras
regiões do corpo. As mutações na sequência do DNA podem produzir mudanças no padrão da
expressão gênica que levam a célula ao descontrole do ciclo celular (VISSER et al., 2006).
O câncer é uma das doenças que mais atinge a população mundial e que está, a cada
ano, fazendo mais vítimas. De acordo com um relatório da Agência Internacional para
Pesquisa em Câncer (IARC)/Organização Mundial de Saúde (OMS) [World Cancer Report
2008], mais de 7 milhões de pessoas morrem de câncer e cerca de 12 milhões de casos são
diagnosticados a cada ano no mundo.
Devido à importância epidemiológica dos processos neoplásicos, inúmeras abordagens
terapêuticas vêm sendo propostas. As categorias básicas para o tratamento são: cirurgia,
radioterapia e quimioterapia. Esta última apresenta desfavorável aspecto, devido à
inespecificidade da droga e à dificuldade em se estabelecer uma dose efetiva para destruir o
máximo de células com o mínimo de efeitos colaterais para as células normais (SANTOS,
2003).
Um dos maiores obstáculos para o sucesso da quimioterapia no tratamento de alguns
tipos de neoplasias é o desenvolvimento, por parte das células tumorais, do fenômeno da
resistência aos fármacos utilizados, não havendo resposta ao tratamento (MISTRA et al.,
2001; HUBER et al., 2010).
A resistência a múltiplas drogas (MDR) é um caso de resistência adquirida, observada
em células tumorais, in vivo e in vitro, que consiste na ausência de resposta aos
quimioterápicos, tanto àquele que foi utilizado inicialmente, quanto a outros empregados
como alternativa (HUBER et al 2010). O termo MDR é usado para descrever um fenômeno
caracterizado pela capacidade de células tumorais apresentarem uma resistência simultânea a
21
diferentes agentes quimioterápicos estruturalmente e funcionalmente não relacionados
(WAGNER et al., 2003).
A inabilidade em tratar pacientes de forma efetiva após a recidiva do tumor deve-se a
múltiplos fatores de resistência. Os mecanismos de resistência representam diversas formas de
proteção da célula e do organismo e estão presentes na maioria das células normais. Em geral,
a resposta de células tumorais no tratamento com drogas pode ser definida por um vasto
número de mecanismos moleculares operando em diferentes estágios; que são eles, alteração
no transporte da droga através da membrana plasmática, alteração de enzimas-alvo, alteração
do metabolismo da droga, aumento da reparação do DNA e incapacidade para sofrer apoptose
(BERGMAN, 2003; STAVROVSKAYA e STROMSKAYA, 2008; HUBER et al., 2010).
Nos últimos cinco anos os químicos medicinais passaram a investigar a potencialidade
de compostos como as tiazolidinonas para uma possível atividade anticancerígena
(SUBTEL’NA et al., 2010). Apesar dos avanços nas pesquisas, com aumento de cura de
algumas malignidades, em países desenvolvidos e também em desenvolvimento o câncer é a
segunda causa de morte depois das doenças cardiovasculares (ROSTOM, 2006). Deste modo
cria-se uma árdua e continua tarefa de descobrir novos agentes anticâncer para que esta
enfermidade venha a ser combatida, e o mais importante, com altos índices de cura.
1.3 - 4-Tiazolidinonas
4-tiazolidinonas são compostos que possuem em sua estrutura base um anel de cinco
membros contendo dois heteroátomos, um átomo de enxofre (posição 1) e um átomo de
nitrogênio na posição 3, e um grupo carbonila na posição 4, podendo apresentar diversos
grupos químicos como substituintes nas posições 2, 3 e 5 (Figura 3) (SINGH et al., 1981;
PANICO et al., 1993; LIESEN et al., 2008).
Figura 3. Anel 4-tiazolidinona.
22
Em geral, as metodologias descritas na literatura para síntese destes compostos relatam
a reação entre ácidos α-haloacéticos e derivados com tiouréias, aciltiossemicarbazidas e
tiossemicarbazonas; Reações entre o ácido α-mercaptoacético e iminas substituidas, ou
através de reações de condensação com três componentes, do tipo “one-pot”, entre aminas,
aldeídos e ácido mercaptoacético (Esquema 1). Além disso, 4-tiazolidinonas são sintetizadas
pela reação de ciclização entre compostos que apresentam a função tioamida, como as
tiossemicarbazonas, e anidrido máleico ou acetilenodicarboxilato de metila (BROWN, 1961;
SINGH et al., 1981; LIESEN et al., 2008).
Esquema 1. Análise retrosintética de 4-tiazolidinonas.
1.3.1 - Obtenção de 4-tiazolidinonas a partir de reações envolvendo ácidos α-haloacéticos
e derivados com tiouréias, tiossemicarbazidas e tiossemicarbazonas
Laurent et al. (2004) e Ottanà et al. (2005) desenvolveram a síntese de 2-imino-4-
tiazolidinonas a partir de reações de tiouréias substituídas com ácidos α-cloroacético e α-
bromoacético ou derivados destes. Estas reações foram processadas em presença de bases
23
como acetato de sódio anidro ou piridina, evitando assim uma possível hidrólise ácida do
grupo imino formado.
Nesse mesmo trabalho, Laurent et al. (2004) mostraram que a utilização de tiouréias
assimétricas (R1 ≠ R2) leva a formação de regioisômeros, em que a regiosseletividade das
reações eram controladas pela presença de substituintes eletroatratores ligados ao nitrogênio
do grupo imino das 4-tiazolidinonas formadas (Esquema 2).
Esquema 2. Formação dos regioisômeros de 2-amino-4-tiazolidinonas.
Jolly e Sharma (1990) promoveram a reação de tiossemicarbazonas com ácidos
carboxílicos α-halogenados substituídos, tornando-se uma fácil metodologia para a obtenção
de 4-tiazolidinonas substituídas na posição 5 com grupos alquila ou arila. Os mesmos autores
ainda demonstraram que a utilização de ésteres de etila α-halogenados leva a formação de
compostos contendo o mesmo anel 4-tiazolidinona não substituído na posição 5 (Esquema 3).
24
X = Cl, BrR = R1, R2, R3 = H, Alquil, Aril
NN
S
NHR3
R1
R2
H
NN
R2
R1S
N OR3
R
NN
R2
R1S
N OR3
XO
O
R
O
OH
X
Esquema 3. Reações entre tiossemicarbazonas e ácidos α-halogenados ou ésteres de etila α-halogenados com formação de 4-tiazolidinonas substituídas e não substituídas na posição 5 do anel.
Küçükgüzel et al. (2002 e 2006) obtiveram 2-imino-4-tiazolidinonas a partir da
condensação envolvendo α-bromoacetato de etila e aciltiossemicarbazidas substituídas na
posição 4 com grupos pouco volumosos. No entanto, a presença de grupos volumosos como
fenila, p-metoxifenila ou ciclohexila levaram a formação de derivados 1,3,4-oxadiazóis, com
a perda de mercaptoacetato de etila (Esquema 4).
Esquema 4. Influência de grupos volumosos em aciltiossemicarbazidas na obtenção de 4-tiazolidinonas ou 1,3,4-oxadiazóis.
25
1.3.2 - Obtenção de 4-tiazolidinonas a partir de reações envolvendo ácido α-
mercaptoacético
A reação de condensação “one-pot” envolvendo ácido α-mercaptoacético com aminas
primárias ou ésteres de aminoácidos e aldeídos promove a formação de 4-tiazolidinonas 2,3-
dissubstituídas (Esquema 5) (BARRECA et al,. 2001, 2002 e 2003; RAO et al,. 2004;
DIURNO et al,. 1992; GUDUDURU et al,. 2004).
Esquema 5. Reação de condensação de três componentes “one pot” para síntese de 4-tiazolidinonas.
Srivastava et al. (2002) utilizaram esta metodologia para obtenção de 4-tiazolidinonas
usando tetrahidrofurano (THF) como solvente a 0º e dicicloexilcarbodiimida (DCC) como
agente de acoplamento, reagente que atua diretamente na formação do anel tiazolidinico. Em
estudo comparativo, entre o procedimento envolvendo DCC em THF e a reação assistida por
micro-ondas para a obtenção das mesmas 4-tiazolidinonas, Kavitha et al. 2006 demonstraram
que este último método pode otimizar a reação.
De fato, Neuenfeldt et al. (2010) proporcionaram a síntese de 4-tiazolidinonas a partir
de hidrazonas e ácido mercaptoacético usando micro-ondas obtendo bons rendimentos em
curto tempo de reação, a baixas temperaturas e dispensando o uso de solvente. No mesmo
trabalho os autores observaram que a reação não se processava em tolueno sob condições de
refluxo (Esquema 6).
26
Esquema 6. Reação de síntese de 4-tiazolidinonas a partir de hidrazonas e ácido mercaptoácetico utilizando micro-ondas.
El-Gendy et al. (1990) demonstraram que reações envolvendo ácido α-
mercaptoacético com tiossemicarbazonas, em benzeno seco, leva a formação de 3-tioureido-
4-tiazolidinonas (Esquema 7).
Esquema 7. Síntese de tioureido-4-tiazolidinonas não substituídas na posição 5 do anel a apartir de tiossemicarbazonas e ácido α-mercaptoacético.
1.3.3 - Obtenção de 4-tiazolidinonas a partir de compostos com a função tioamida e
anidrido maléico ou acetilenodicarboxilato
Berseneva et al. (1998) desenvolveram a síntese de análogos 2,5-dimetileno-4-
tiazolidinonas a partir da ciclização de derivados da malontiamida com DMAD, este sendo
um composto dicarbonilado α,β-insaturado (Esquema 8). Nesta reação os produtos obtidos
continham diferentes isômeros devido as duas duplas ligações carbono-carbono exocíclicas.
27
Esquema 8. Síntese de 4-tiazolidinona a partir de derivados da malontioamida.
Em trabalho recente em nosso grupo de pesquisa, Verçoza et al. (2009) obtiveram
novos derivados com a função ácida na posição 5 do anel tiazolidinônicos a partir de reação
entre tiossemicarbazonas substituidas e o anidrido maléico, em tolueno seco sob refluxo
(Esquema 9). Nesta metodologia há uma reação de adição do tipo tia-Michael, sendo que o
anidrido maléico funciona como aceptor de Michael.
Anidrido MaléicoTolueno secoDMFRefluxo
R = H, Alquil ou Aril.
NHN S
NHR1
NN
S
NO
R1
O
OHN
N
Rend. 37-60%
Esquema 9. Síntese de 4-tiazolidinonas a partir de tiossemicarbazonas com compostos dicarbonilados α-β-insaturados.
1.3.4 - 5-Benzilideno-4-tiazolidinonas
De acordo com artigo de revisão publicado por Brown (1961), diversos agentes
condensantes podem ser utilizados na reação de condensação aldólica entre o grupo metileno
do anel 4-tiazolidinona com o grupo carbonila de aldeídos ou cetonas, dentre eles acetato de
sódio anidro em ácido acético, amônia e cloreto de amônio em etanol, e piperidina também
em solução etanólica. Em adição, de acordo com Daboun et al. (1982), esta mesma reação
pode ser realizada a partir da reação do anel com 2-ciano-3[(4-nitro)-fenil]-acetato de etila,
utilizando piperidina como agente condensante.
28
Vicini et al. (2006) sintetizaram 2-tiazolimino-5-benzilideno-4-tiazolidinonas a partir
de 2-(tiazolimino)-4-tiazolidinonas usando acetato de sódio anidro em meio ácido (Esquema
10). Baseados nos espectros de RMN 13C os autores ainda descreveram a configuração Z para
a ligação C=C exocíclica dos produtos formados.
RC6H5CHO, CH3COOH,CH3COONa, Refluxo
R = H, Cl e NO2
S
N
N S
HNO
S
N
N S
HN
O
Rend. 39-94%
Esquema 10. Esquema de síntese de derivados 5-benzilideno-4-tiazolidinonas.
Otanna et al. (2009) sintetizaram análogos 5-benzilideno-4-tiazolidinona usando
piperidina em meio etanólico (Esquema 11). A configuração Z da ligação C=C exocíclica dos
produtos foi confirmada por estudos de difração de raios X e análises de espectros de RMN.
Esquema 11. Esquema de síntese de derivados 5-benzilideno-4-tiazolidinonas utilizando piperidina como base.
29
1.4 - Atividades Biológicas das 4-tiazolidinonas
Compostos contendo o anel 4-tiazolidinona possuem grande interesse científico
devido ao amplo espectro de atividade biológica relatado para seus derivados, este é um
heterociclo importante encontrado em numerosos produtos naturais e sintéticos (VERMA e
SARAF, 2008). O anel 4-tiazolidinona possui vários sítios de substituição (posição 2, 3 e 5), o
que leva a um grande número de análogos estruturais com diferentes atividades biológicas.
Kavitha et al. (2006) demonstraram que 4-tiazolidinonas contendo o grupo (1-[2-
amino-1-(4-metoxi-fenil)-etil]-cicloexanol) possuem atividades significantes frente à cepas
bacterianas e de fungos como Pseudomonas fluorescens e Trichoderma, respectivamente. Os
compostos apresentaram menores valores de Concentração mínima inibitória (CMI) quando
comparadas com drogas padrões como estreptomicina e nistatina (Figura 4a).
Vicini et al. (2006) exploraram a atividade de 4-tiazolidinonas e derivados 5-
benzilideno frente a bactérias Gram-positivas e Gram-negativas (Figura 4b). Os derivados 5-
benzilidenos mostraram excelentes atividades quando comparados com a ampicilina. Nesse
trabalho os autores demonstraram a importância e superioridade em potencial dos derivados
5-benzilideno em relação a 4-tiazolidinonas não substituídas na posição 5.
Verçoza et al. (2009) sintetizaram e testaram a atividade de compostos 4-
tiazolidinonas com uma porção ácida na posição 5 do anel tiazolidínico e N-substituídas
frente a algumas bactérias Gram-positivas, Gram-negativas e fungos (Figura 4c). Para esta
série, o radical alquil na posição N-3 foi notável na capacidade de inibir o crescimento de
alguns micro-organismos.
Em trabalho recente, Liesen et al. (2010) avaliaram a atividade antibacteriana e
antifúngica de novos compostos 4-tiazolidinonas contendo o anel imidazol em sua estrutura
(Figura 4d). Os compostos testados mostraram atividade inibitória frente a Staphylococcus
aureus e Bacillus subtilis, além de Candida albicans e Candida sp.
30
NN
S
NR
O
O
OH
N
N
S
OH
R OH3CO
R = Aril ou Heteroaril
4a
S
HNN
ONS
R
R = OH, OCH3, NO2 ou Cl
4b
NN
HN N S
N
OH
OO
HO
R
R = H, OCH3, F, Cl.
4c
R = H, CH3, C2H5, C6H5.
4d
Figura 4. Estruturas químicas de 4-tiazolidinonas com atividade antimicrobiana.
Li et al. (2007) testaram a atividade antiproliferativa in vitro de análogos
tiazolidínicos frente a duas linhagens celulares de melanoma humano e contra células
fibroblásticas, estas para averiguar a seletividade dos compostos. Os resultados obtidos
mostraram que estes análogos possuem atividade contra melanoma metastático e que o
composto mais ativo revelou maior potência e seletividade que o sorafenibe (droga
padrão). Em trabalho recente, Havrylyuk et al. (2009) sintetizaram compostos 5-
benzilideno-4-tiazolidinona (Figura 5a) e realizaram experimentos para atividade
antiproliferativa em diversos tipos de células humanas. Os compostos testados
apresentaram uma considerável inibição de crescimento de células tumorais, alguns
mostrando padrões de seletividade para determinada linhagem celular.
31
Em análise da relação estrutura-atividade, Zhou et al. (2008) identificaram
compostos que atuam seletivamente em células de câncer de pulmão, inclusive nas
resistentes ao paclitaxel; mostrando baixa toxicidade ás células humanas normais
(Figura 5b). Os autores sustentam a promoção de grupos doadores de elétrons nos anéis
aromáticos e o sistema de três anéis na estrutura para a atividade anticancerígena dos
compostos.
NN
S
NO
R R1
5a
R = OH e OMe.R1 = Br, Cl, OH, OMe, NO2 e N(CH3)2.
NS
HNO
R
R1
5b
Figura 5. Estrutura química de 4-tiazolidinonas com atividade anticâncer.
Goel et al. (1999) relataram uma excepcional redução do edema em ratos
induzidos pela carragenina pala ação de 4-tiazolidinonas 2,3-substituídas, quando
comparadas com a fenilbutazona (Figura 6a). Além disso, Knutsen et al. (2007)
demonstraram a propriedade analgésica das 2-aril-tiazolidinonas mostrando que essas
moléculas atuam como bloqueadores seletivos de canais de cálcio tipo-N (Figura 6b).
32
N
OOHBr
S
O
R = H, OH ou OCH3
6a
SN
O
R = F, Br ou CF3
R
N
6b
R
Figura 6. Estruturas químicas de 4-tiazolidinonas com atividade anti-inflamatória e bloqueadora de canais de cálcio.
Em trabalho realizado em nosso grupo de pesquisa, Tenório et al. (2005)
demonstraram a potente atividade anti-T. gondii para 4-tiazolidinonas contendo a
função ácida na posição 5, bem como uma função arilhidrazona substituída na posição 2
do anel tiazolidinônico (Figura 7a). Em adição, Aquino et al. (2008) reportaram a ação
efetiva anti-Toxoplasma gondii de novos compostos 4-thiazolidinonas (Figura 7b),
algumas moléculas mostraram-se mais eficaz que a hidroxiuréia (droga de referência).
Além destes trabalhos, Liesen et al. (2010) obtiveram 4-tiazolidinonas com
excelente atividade frente ao parasita citado acima, relatando ainda que a maioria dos
compostos desta série tem melhor desempenho contra taquizoítas intracelulares (Figura
4c).
Figura 7. Estruturas químicas de 4-tiazolidinonas com atividade anti.Toxoplasma gondii.
33
1.5 - Planejamento Molecular
Em crescente competição global e descoberta de novos alvos moleculares as
indústrias farmacêuticas desejam o desenvolvimento de fármacos de uma forma rápida,
a baixos custos e que proporcione rentabilidade (LAZAR et al., 2004). Este setor
industrial movimenta bilhões de dólares e envolve milhares de pesquisadores titulados
em diversos laboratórios de pesquisa, tanto industriais quanto acadêmicos (BARREIRO,
2002).
O processo de descoberta de novos fármacos caracteriza-se pela multiplicidade
de fatores que devem ser considerados durante a etapa de planejamento molecular de
estruturas com eficiência terapêutica desejada (BARREIRO, 2002). Além de
biodisponibilidade, o processo de planejamento racional de novos fármacos leva em
conta a toxicidade e o metabolismo destes (SANT’ANNA, 2002).
Uma análise das principais formas de descoberta de novos fármacos evidencia
que a estratégia mais triunfal seja baseada na modificação de moléculas ativas já
existentes. A modificação molecular consiste, basicamente, em a partir de um protótipo
de estrutura e ação biológica conhecidas, sintetizar congêneres, análogos ou homólogos
estruturais do mesmo. Por este caminho, objetiva-se produzir um novo fármaco com
potencialidade aumentada, melhora na atividade específica, segurança e de manuseio
adequado por profissionais de saúde. São exemplos desta estratégia os análogos da
lovastatina: sinvastatina, provastatina, fluvastatina, atorvastatina (WERMUTH, 2004).
As principais estratégias da química medicinal empregadas no planejamento de
séries de compostos a partir de um protótipo são: hibridização molecular,
bioisosterismo, química combinatória, latenciação molecular (pró-fármacos) e
simplificação estrutural.
34
1.5.1 - Hibridização molecular
Hibridização molecular consiste, em geral, na associação de dois fármacos, ou
mesmo de duas substâncias bioativas, através de formação de ligação covalente. Por
esta estratégia, os compostos são obtidos através da conjugação de características
estruturais definidas de dois compostos bioativos distintos (BARREIRO et al., 2002).
O método oferece maior probabilidade de obtenção de derivados com
propriedades superiores ao composto protótipo, menor custo e menor tempo de
produção. Essa estratégia tem sido empregada para obtenção de diversos fármacos
disponíveis no mercado (STRUPEZEWSKI et al., 1991) e mostra-se atraente e
promissora para identificação de novos protótipos (BARREIRO et al,. 2002).
Campos et al. (2008) sintetizaram novos carbamatos com a intenção de obter
moléculas com atividade inibidora da acetilcolinesterase para o tratamento da Doença
de Alzheimer (DA) (Figura 8). Os autores criaram novas entidades químicas a partir da
hibridização molecular entre as estruturas da rivastigmina e do donepezil, dois fármacos
utilizados no tratamento da DA.
NO
O
N
OO
O
N
NN
O
H
NO
O
NR1
R2 W
Rivastigmina Donepezil
Figura 8. Planejamento de novos carbamatos híbridos inibidores de AChE a partir da rivastigmina e do donepezil.
35
Lazar et al. (2004) hibridizaram dois fármacos, a benzocaína e metoclopramida,
produzindo 14 moléculas candidatas a medicamento (Figura 9). Os dois fármacos
hibridizados possuem propriedades terapêuticas diferentes, além disto, 6 (seis) destes
candidatos a medicamento possuem alvos moleculares distintos; para os outros 8 (oito)
candidatos ainda não foi relatada a aplicação terapêutica. Os autores utilizaram a
estrutura básica do ácido p-aminobenzóico como molde para síntese das moléculas. Os
inúmeros fármacos conhecidos podem, através da modificação molecular, gerar novos
medicamentos utéis no tratamento de diversas doenças.
Figura 9. Planejamento de novas moléculas pela hibridização de benzocaína e metoclopramida.
36
Em trabalho recente, Du et al. (2009) utilizaram do princípio da hibridação
molecular na síntese de um novo composto antiarritímico. Os autores buscaram obter
efeito sinérgico pela hibridação de dois antiarritímico, a azimilida e o composto 1-
HMR-1556 (Figura 10). Com estas moléculas hibridas propõe-se o bloqueio duplo dos
canais de potássio.
Figura 10. Estrutura química de 1-HMR-1556 e da azimilida e planejamento de Hibridização molecular.
1.5.2 - Simplificação molecular
O processo de simplificação molecular consiste na síntese e ensaio sistemático
de análogos cada vez mais simples do composto modelo. Estes análogos são réplicas
parciais ou virtuais do fármaco protótipo (KOROLKOVAS e BURCKHALTER, 1982).
Essa estratégia é frequentemente utilizada na química medicinal; em particular, o
método é interessante para o desenvolvimento de novos fármacos antineoplásicos, uma
vez que um número considerável de quimioterápicos antineoplásicos é derivado de
produtos naturais, portanto, com estrutura química complexa (GARCIA et al,. 2010).
Um exemplo clássico é a simplificação molecular da quinina, um alcalóide
derivado da casca de Cinchona officinalis. Este alcalóide originou derivados
antimaláricos da classe hidroximetilquinolínicos (mefloquina) que substituíram os
37
fármacos mais antigos (Figura 11). Basicamente, neste exemplo, o anel rubânico da
quinina é simplificado pelo heterociclo piperidínico (BARREIRO 2002).
N
HO
CF3
CF3
NH
N
H3CO
NHO
Quinina Mefloquina
Figura 11. Simplificação molecular da quinina.
GARCIA et al. (2010) sintetizaram uma série de compostos com estrutura
simplificada do catalpol, composto de estrutura química complexa com atividade
antiproliferativa (Figura 12). Os autores observaram que os produtos simplificados
evidenciaram um fortalecimento da atividade antiproliferativa, quando comparados ao
catalpol.
Figura 12. Simplificação molecular do catalpol.
38
Silva et al. (2010) relataram a síntese e avaliação da atividade farmacológica de
derivados pirazina N-acilhidrazona designadas candidatos anti-inflamátorios e
analgésicos. Esta série foi planejada por simplificação molecular do protótipo
(LASSBio-1018). Neste trabalho um dos congêneres sintetizados mostrou melhor perfil
farmacológico em comparação ao protótipo. A figura 13 mostra a simplificação
molecular de um dos derivados obtidos.
Figura 13. Simplificação molecular do prototipo LASSBio-1018.
39
2 - OBJETIVOS
2.1 - Objetivo Geral
Considerando o grande potencial terapêutico apresentado pela classe das 4-
tiazolidinonas, assim como o conhecimento de métodos eficazes de síntese, objetivamos
neste trabalho a síntese e caracterização estrutural de novas moléculas desta classe,
explorando suas possíveis atividades antimicrobianas e citotóxicas.
Os novos compostos tiveram suas estruturas racionalmente planejadas para
atividade antimicrobiana e antineoplásica baseado no princípio da hibridização
molecular. Em adição, para esta última atividade utilizamos também, como modificação
molecular, o método de simplificação molecular. Desta forma, para a atividade
antimicrobiana, procuramos fazer a junção dos grupos químicos piridinil-hidrazono,
presentes em moléculas sintetizadas anteriormente em nosso laboratório por Verçoza et
al. (2009) (Figura 14b), com o benzilideno, presente em estruturas produzidas por
Vicini et al. (2006) (Figura 14a), no anel 4-tiazolidinona N-substituído. Em adição,
Zhou et al. (2008) definiram por um estudo de relação estrutura-atividade em uma série
de 2-fenilamina-4-tiazolidinonas 5 substituídas com a porção benzilidênica,
apresentando um grupo doador de elétron (Figura 14c), essencial para atividade
anticâncer em células de pulmão.
Por outro lado, fundamentado em estruturas desenvolvidas por Havrylyuk et al.
(2009) (Figura 14d) planejamos, também, por simplificação molecular compostos com
atividade anticâncer conservando estruturalmente os grupos arilhidrazônico e 5-
benzilideno-4-tiazolidinona.
40
NN
S
NR
O
O
OH
N
NN
N
S
NO
R
R1
SN
NS
NO
H
R'
R = H, CH3, C2H5, C6H6.
R1 = H, NO2, N(CH3)2.
NN
S
NO
Simplif icaçãoMolecular
R R1
HibridizaçãoMolecular
13a 13b
13d
13c
NS
HNO
R''
R'
Figura 14. Representação da série de derivados 4a-l planejadas estrategicamente por hibridização e simplificação molecular.
41
As moléculas propostas apresentam diferentes substituintes na posição N-3 (H,
CH3, C2H5 e C6H5) e no grupo benzilideno na posição 5 do anel tiazolidinona, este
último apresentando grupo eletroretirador (R1= NO2) ou eletrodoador (R1= N(CH3)2),
além de um derivado não substituído (R1= H) (Figura 15).
Figura 15. Estruturas químicas de 4-tiazolidinonas planejadas.
2.2 - Objetivos específicos
• Sintetizar derivados tiossemicarbazonas através das reações de adição entre
tiossemicarbazidas substituídas e não-substituída com 4-formil-piridina. Obter 4-
tiazolidinonas a partir de reações de ciclização de tiossemicarbazonas.
• Sintetizar derivados 5-benzilideno-4-tiazolidinonas apartir de reações de
condensação de 4-tiazolidinonas com aldeídos, utilizando piperidina como base.
• Realizar a caracterização físico-química de todos os compostos sintetizados, assim
como determinar a estrutura de todas as moléculas em estudo através da análise
dos espectros de IV, MS e RMN de 1H e 13C.
42
• Avaliar (in vitro) a atividade antimicrobiana dos compostos sintetizados frente a
fungos e bactérias da coleção de micro-organismos do Departamento de
Antibioticos da UFPE, utilizando os métodos de difusão em disco (determinação
do halo de inibição) e concentração mínima inibitória (CMI) em meio líquido.
• Avaliar (in vitro) a atividade citotóxica frente a células NCI-H292 (obtidas de
carcinoma mucoepidermóide de pulmão), Hep-2 (derivadas de carcinoma
epidermoide de larige) e K562 (leucemia mielocitica crônica), cedidas pelo
Instituto Adolfo Lutz, além de avaliar o potencial hemolítico em eritrocitos de
camundongos.
43
3 - Material e Métodos
3.1 - Parte Experimental
3.1.1 – Cromatografias
As cromatografias em camada delgada (CCD) foram conduzidas em placas de
Sílica Gel 60 F254 da MERCK de 0,25 mm de espessura. A leitura das mesmas foi
realizada através de radiação de ultravioleta (UV) no comprimento de onda (λ) de 254
nm.
3.1.2 - Pontos de Fusão
Os pontos de fusão foram medidos no equipamento BÜCHI-535, previamente
calibrado, em tubos capilares imersos em banho de silicone.
3.1.3 - Espectroscopias de IV, RMN 1H , RMN 13C e espectrometria de MS
Os espectros de IV foram obtidos em espectroscópico BRUKER IFS-66, em
discos de KBr.
Os espectros de massa foram obtidos por impacto de elétrons 70eV em um
aparelho VARIAN MAT 711.
Os espectros de RMN 1H e 13C foram obtidos em um equipamento UNITYplus-
300 MHz-VARIAN e VNMRS 400 WB, utilizando-se CDCl3, CD2Cl2 e DMSO-d6
como solventes. Os deslocamentos químicos (δ) foram reportados em ppm, utilizando
tetrametilsilano como referência interna. As constantes de acoplamento foram indicadas
em Hz, e as multiplicidades dos sinais foram designadas da seguinte forma: s – singleto,
d – dubleto, t – tripleto, m – multipleto.
44
3.2 - Procedimentos Experimentais
3.2.1 - Obtenção de 4-fenil-tiossemicarbazida
A uma solução contendo 0,93 mL (d= 1, 032 g/mL) de hidrato de hidrazina
dissolvidos em 20 mL de etanol, foram adicionados 1g (7,4mmols) de fenil
isotiocianato lentamente. A mistura foi agitada sob refluxo por 4h e, ao término da
reação, o etanol foi evaporado à pressão reduzida, e o sólido obtido foi lavado com água
e filtrado em funil sinterizado, obtendo-se cristais de coloração branca. A
tiossemicarbazida não substituída e derivadas de radical alquil foram obtidas
comercialmente.
H2NHN
S
NH
• Sólido branco; Rendimento de 83%, Rf =0,50 ( Acetato de etila/Hexano (3:2);
• PF = 136 - 137° C;
• PF literat. = 141-143° C (Malcolm et al.,1997) .
3.2.2 - Procedimento geral de obtenção de tiossemicarbazonas
As tiossemicarbazonas foram obtidas utilizando quantidades eqüimolares de
tiossemicarbazida com 4-piridino-carboxialdeído em presença de quantidade catalítica
de ácido acético glacial em meio hidroetanólico. As misturas reacionais foram
refluxadas por um período que variou entre 1 e 3 horas, com contínua agitação. As
respectivas reações foram monitoradas por CCD até o final.
Após resfriamento, os precipitados foram filtrados em funil sinterizado e
purificados após lavagem com água destilada.
45
3.2.2.1 - 4-formil-piridina tiossemicarbazona (2a)
• Sólido branco; Rendimento: 66%; Rf = 0,50 (Acetato de etila/Hexano 7:3);
• PF = 235-236° C;
• PF literat. = 253-254° C (Mendes et al., 2001);
• IV FT (ν cm-1 KBr): 3421 (NH 2), 3152 (N-H), 1536 (C=N), 1061 (C=S).
3.2.2.2 - 4-formil-piridina (N)4-metil-tiossemicarbazona (2b)
• Sólido bege; Rendimento: 82%; Rf = 0,50 (Acetato de etila/Hexano (7:3);
• PF = 234-236ºC;
• PF literat. = 238-239° C (Beraldo et al., 2001);
• IV FT (ν cm-1 KBr): 3151 (NH CH3), 2945 (N-Hhidrazínico), 1518 (C=N), 921
(C=S).
3.2.2.3 - 4-formil-piridina (N)4-etil-tiossemicarbazona (2c)
• Sólido amarelo; Rendimento: 73%; Rf =0,50 (Acetato de etila/Hexano (4:1);
• PF = 180-181ºC;
• PF literat. = 228-229 ° C (Beraldo et al., 2001);
• IV FT (ν cm-1 KBr): 3353 (NH CH2 CH3), 2980 (N-Hhidrazínico), 1526 (C=N),
1103 (C=S).
3.2.2.4 - 4-formil-piridina (N)4-fenil tiossemicarbazona (2d)
• Sólido amarelo; Rendimento: 81%; Rf =0,50 (Acetato de etila/Hexano (3:2);
• PF = 196-198ºC;
• PF literat. = 200° C (Grammaticakis, 1956);
46
• IV FT (ν cm-1 KBr): 3306 (NH C6H5), 3106 (N-Hhidrazínico), 1550 (C=N), 1189
(C=S).
3.2.3 - Procedimento geral para obtenção de 4-tiazolidinonas (3a-d)
Em um balão foram adicionados 1,66 mmols de tiossemicarbazona, 1 eq. de
ácido cloroacético e um 1eq. de acetato de sódio anidro em meio etanólico. A mistura
reacional foi aquecida com agitação continua e mantida sob refluxo por um período de
16-28 horas. A reação foi monitorada por CCD até seu término. Após resfriamento
houve formação de precipitado, este foi filtrado e o produto lavado com metanol ou
água.
3.2.4 - Dados físico-químicos e espectroscópicos para 4-tiazolidinonas da série (3a-
d).
3.2.4.1 - 2-[(4-piridinil-metileno)hidrazono]-4-tiazolidinona (3a)
F. M: C9H8N4OS
P.M = 220g/mol.
• Sólido branco; Rendimento: 67%; PF: 262-263ºC; Rf = 0,50 (Acetato de
etila/Hexano 7:3);
• PFLiterat. = 271ºC (Buu-Hoi et al., 1954)
• IV FT (ν cm-1 KBr): 1720 (NC=O), 1633 e 1550 (C=N), 1290 (NCS), 1230 (N-
N=C), 1058 (CS);
• RMN 1H (DMSO-d6, 400 MHz / ppm): δ 12,08 (s, 1H, N-H), 8,64 (d, 2H, J =
6Hz, CHaa’), 8,40 (s, 1H, CH=N), 7,65 (d, 2H, J = 6Hz, CHbb’), 3,90 (s, 2H, CH2-S);
47
• RMN 13C (DMSO-d6, 75,4 MHz / ppm): δ 174,1 (C=O), 167,8 (N=C), 154,2
(CH=N), 150,2 (CHaa’), 141,1 (Cq), 121,2 (CHbb’), 33 (CH2-S);
• MS(EI+) calc. 220,0419; obtido: 220,0379.
3.2.4.2 - 2-[(4-piridinil-metileno)hidrazono]-(3-metil)-4-tiazolidinona (3b)
F.M: C10H10N4OS
P.M: 234g/mol
• Sólido amarelo; Rendimento: 82%; PF = 146-148ºC; Rf = 0,50 (Acetato de
etila/Hexano 7:3);
• IV FT (ν cm-1 KBr): 1713 (NC=O), 1625 e 1568 (N=C), 1302 (NCS), 1120 (N-
N=C), 1044 (CS);
• RMN 1H (DMSO-d6, 300 MHz / ppm): δ 8,67 (d, 2H, Haa’, 4,5Hz), 8,52 (s, 1H,
HC=N), 7,70 (d, 2H, Hbb’, 3,9Hz), 4,25 (s, 3H, CH3), 4 (s, 2H, S-CH2);
• RMN 13C (DMSO-d6, 75,4 MHz / ppm): δ 172,2 (C=O), 167,3 (N=C), 155,4
(CH=N), 150 (CHaa’), 141,2 (Cq), 121,4 (CHbb’), 32,1 (S-CH2), 29,3 (CH3);
• MS(EI+) calc. 234,0575; obtido: 234,0533.
3.2.4.3 - 2-[(4-piridinil-metileno)hidrazono]-(3-etil)-4-tiazolidinona (3c)
F.M: C11H12N4SO
P.M: 248g/mol
48
• Sólido verde escuro; Rendimento: 75%; PF = 139-141ºC; Rf = 0,45 (Acetato de
etila/Hexano 1:1);
• IV FT (ν cm-1 KBr): 1715 (NC=O), 1615 e 1515 (C=N),1315 (NCS), 1235 (N-
N=C), 1088 (CS);
• RMN 1H (DMSO-d6, 300 MHz / ppm): δ 8,67 (d, 2H, Haa', J = 5,7Hz), 8,52 (s,
1H, CH=N), 7,69 (d, 2H, Hbb', J = 6Hz), 4 (s, 2H, S-CH2), 3,75 (q, 2H, J = 7,2 Hz), 1,2
(t, 3H, J = 7,2Hz);
• RMN 13C (DMSO-d6, 75,4 MHz / ppm): δ 171,8 (C=O), 166,4 (C=N), 155,4
(CH=N), 150,2 (CHaa'), 140,9 (Cq- Ar), 121,2 (CHbb'), 37,7 (N-CH2), 32,1 (S-CH2),
12,1 (CH3);
• MS(EI+) calc. 248,0732; obtido: 248,0598.
3.2.4.4 - 2-[(4-piridinil-metileno)hidrazono]-(3-fenil)-4-tiazolidinona (3d)
F.M: C15H12N4SO
P.M: 296g/mol
• Sólido bege; Rendimento: 70%; PF = 252-253 ºC; Rf = 0,55 (Acetato de
etila/Hexano 3:2);
• IV FT (ν cm-1 KBr): 1720 (NC=O), 1620 e 1535 (N=C), 1380 (NCS), 1230 (N-
N=C), 1035 (CS);
• RMN 1H (DMSO-d6, 300 MHz / ppm): δ 8,7 (d, 2H, Haa', J = 4,7Hz), 8,4 (s, 1H,
CH=N), 7,65 (d, 2H, Hbb', 4,7Hz), 7,41-7,60 (m, 5H), 4,18 (s, 2H, S-CH2);
• MS(EI+) calc. 296,0732; obtido: 296,0600.
49
3.2.5 - Procedimento geral para obtenção de 2-[(4-piridinometileno)hidrazono]5-
benzilideno-4-tiazolidinonas substituídas (4a-l)
Em um balão foram adicionados 0,55 mmoles de 4-tiazolidinona requerida, 0,66
mmoles de benzaldeído (1,2 eq.), 0,72 mmoles de piperidina (1,3 eq.) e 10 ml de etanol.
A mistura foi agitada sob temperatura de refluxo por um período de 3-24h; sendo
acompanhada por CCD. Após o fim da reação a solução foi resfriada até temperatura
ambiente e posteriormente em banho de gelo. O precipitado formado foi coletado em
funil sinterizado e lavado com água.
3.2.6 - Dados Físico-químicos e Espectroscópicos para os derivados 5-benzilideno-
4-tiazolidinonas (4a-l)
3.2.6.1 - 2-[(4-piridinil-metileno)hidrazono]-5-benzilideno-4-tiazolidinona (4a)
NN
N
S
HN
Oa
a'
b
b'
F.M: C16H12N4S O
P.M: 308 g/mol
• Sólido amarelo; Rendimento: 60%; PF = 282-283ºC; Rf = 0,45(acetato de
etila/hexano 7:3);
• IV FT (ν cm-1 KBr): 1715 (NC=O), 1640 e 1503 (C=N), 1572 (C=C), 1310
(NCS), 1235 (N-N=C), 1050 (CS);
• RMN 1H (DMSO-d6, 300 MHz / ppm): δ 12,75 (s, 1H, N-H), 8,70 (d, 2H, Haa’,
J = 5,4Hz), 8,55 (s, 1H, HC=N), 7,80 (d, 2H, Hbb’, J = 5,4Hz), 7,65 (s, 1H, HC=C),
7,40-7,60 (m, 5H);
• MS(EI+) calc. 308,0732; obtido: 308,0711.
50
3.2.6.2 - 2-[(4-piridinil-metileno)hidrazono]-5-p-nitro-benzilideno-4-tiazolidinona
(4b)
F.M: C16H11N5O3S
P.M: 353g/mol
• Sólido amarelo; Rendimento: 82%; PF = >300°C; Rf = 0,50 (Acetato de
etila/Hexano 7:3);
• IV FT (ν cm-1 KBr): 1708 (NC=O), 1625 e 1500 (C=N), 1581 (C=C), 1340
(NCS), 1300 (N-N=C), 1007 (CS);
• RMN 1H (DMSO-d6, 400 MHz / ppm): δ 12,55 (s, 1H, NH), 8,71 (d, 2H, Haa’, J
= 5,6Hz), 8,56 (s, 1H, CH=N), 8,36 (d, 2H, Hcc’, J = 7,6 Hz), 7,94 (d, 2H, Hdd’, J =
8,00 Hz), 7,76 (s, 1H,CH=C), 7,70 (d, 2H, Hbb’, J = 5,6 Hz);
• MS(EI+) calc. 353,0583; obtido: 353,0415.
3.2.6.3 - 2-[(4-piridinil-metileno)hidrazono]-5-p-dimetilamino-benzilideno-4-
tiazolidinona (4c)
51
NN
N
S
HN
Oa
a'
b
b'
N
c
c'd'
d
CH3
H3C
F.M: C18H17N5OS
P.M: 351g/mol
• Sólido amarelo laranja; Rendimento: 50%; PF = 252-253°C; Rf = 0,47 (Acetato
de etila/Hexano 7:3);
• IV FT (ν cm-1 KBr): 1714 (NC=O), 1647 e 1527 (C=N), 1573 (C=C), 1318
(NCS), 1250 (N-N=C), 1057 (CS);
• RMN 1H (DMSO-d6, 400 MHz / ppm): δ 12,43 (s, 1H, NH), 8,69 (d, 2H, Haa’, J
= 5,6Hz), 8,50 (s, 1H, CH=N), 7,74 (d, 2H, Hbb’, J = 5,2Hz), 7,61 (s, CH=C), 7,51 (d,
Hdd’, J = 8Hz), 6,85 (d, 2H, Hcc’, J = 8Hz), 3,02 (s, 6H);
• MS(EI+) calc. 351,1154; obtido: 351,1110.
3.2.6.4 - 2-[(4-piridinil-metileno)hidrazono]-(3-metil)-5--benzilideno-4-
tiazolidinona (4d)
F.M: C17H14N4SO
P.M: 322g/mol
• Sólido amarelo escuro; Rendimento: 58%; PF = 162-164ºC; Rf = 0,50 (Acetato
de etila/Hexano 3:2);
• IV FT (ν cm-1 KBr): 1701 (NC=O), 1620 e 1536 (N=C), 1565 (C=C), 1374
(NCS), 1125 (N-N=C), 1037 (CS);
52
• RMN 1H (DMSO-d6, 300 MHz / ppm): δ 8,72 (d, 2H, Haa’, J = 5,4Hz), 8,63 (s,
1H, CH=N), 7,77 (d, 2H, Hbb’, 5,7Hz), 7,75 (s,1H, HC=C), 7,50-7,70 (m, 5H), 2,55 (s,
3H, CH3);
• MS(EI+) calc. 322,0888; obtido: 322,0727.
3.2.6.5 - 2-[(4-piridinil-metileno)hidrazono]-(3-metil)-5(p-nitro-benzilideno)-4-
tiazolidinona (4e)
F.M: C17H13N5O3S
P.M: 367g/mol
• Sólido amarelo escuro; Rendimento: 50%; PF: 266-268ºC; Rf = 0,50 (Acetato de
etila/Hexano 3:2);
• IV FT (ν cm-1 KBr): 1715 (NC=O), 1624 e 1535 (C=N), 1567 (C=C), 1340
(NCS), 1130 (N-N=C), 1039 (CS);
• RMN 1H (DMSO-d6, 400 MHz / ppm): δ 8,74 (d, 2H, Haa’,J = 5,6 Hz), 8,68 (s,
1H, CH=N), 8,37 (d, 2H, Hcc’, J = 7,6 Hz), 7,97 (d, 2H, Hdd’, J = 8,0 Hz), 7,87 (s, 1H,
CH=C), 7,79 (d, 2H, Hbb’, J = 5,6 Hz), 2,55 (s, 3H);
• MS(EI+) calc. 367,0739; obtido: 367,0602.
53
3.2.6.6 - 2-[(4-piridinil-metileno)hidrazono]-(3-metil)-5(p-dimetilamino-
benzilideno)-4-tiazolidinona (4f)
F.M: C19H19N5SO
P.M: 365g/mol
• Sólido roxo; Rendimento: 47%; PF: 239-241ºC; Rf = 0,50 (Acetato de
etila/Hexano 3:7);
• IV FT (ν cm-1 KBr): 1698 (NC=O), 1598 e 1530 (C=N), 1566 (C=C), 1326
(NCS), 1200 (N-N=C), 1115 (CS);
• RMN 1H (CD2Cl2), 300 MHz / ppm): δ 8,65 (d, 2H, Haa’, J = 5,7 Hz), 8,39 (s,
1H, CH=N), 7,65 (d, 2H, Hbb’, J = 6Hz), 7,61 (s, 1H, CH=C), 7,52 (d, 2H, Hdd’, J =
8,7Hz), 6,75 (d, 2H, Hcc’, J = 9Hz), 3,37 (s, 3H), 3,02 (s, 6H);
• MS(EI+) calc. 365,1310; obtido: 365,1274.
3.2.6.7 - 2-[(4-piridinil-metileno)hidrazono]-(3-etil)-5-benzilideno-4-tiazolidinona
(4g)
NN
N
S
NO
a
a'
b
b'
CH3
F.M: C18H16N4OS
P.M: 336g/mol
54
• Sólido amarelo; Rendimento: 78%; PF: 162-161ºC; Rf = 0,50 (Acetato de
etila/Hexano 1:1);
• IV FT (ν cm-1 KBr): 1700 (NC=O), 1613 e 1500 (C=N), 1555 (C=C), 1385
(NCS), 1230 (N-N=C), 1080 (CS);
• RMN 1H (DMSO-d6, 300 MHz / ppm): δ 8,75 (d, 2H, Haa', J = 5,5Hz), 8,68 (s,
1H, CH=N), 7,82 (d, 2H, Hbb', J = 5,5 Hz), 7,78 (s, 1H, CH=C), 7,60-7,75 (m, 5H),
3,97 (q, 2H, J = 6,6Hz), 1,3 (t, 3H, J = 6,6Hz);
• MS(EI+) calc. 336,1045; obtido: 336,0870.
3.2.6.8 - 2-[(4-piridinil-metileno)hidrazono]-(3-etil)-5(p-nitro-benzilideno)-4-
tiazolidinona (4h)
F.M: C18 H15 N5 O S
P.M: 381g/mol
• Sólido vermelho escuro; Rendimento: 65%; PF = 244-246ºC; Rf = 0,45 (Acetato
de etila/Hexano 1:1);
• IV FT (ν cm-1 KBr): 1706 (NC=O), 1613 e 1500 (C=N), 1555 (C=C), 1385
(NCS), 1230 (N-N=C), 1080 (CS);
• RMN 1H (DMSO-d6, 300 MHz / ppm): δ 8,73 (d, 2H, Haa’, J = 5,7Hz), 8,68 (s,
1H,CH=N), 8,37 (d, 2H, Hcc’, J = 8,7Hz), 7,95 (d, 2H, Hdd’, J = 9Hz), 7,86 (s,1H,
CH=C), 7,78 (d, 2H, Hbb’, J = 6Hz), 4 (q, 2H, J = 6,9Hz), 1,3 (t, 3H, J = 6,9Hz);
• MS(EI+) calc. 381,0896; obtido: 381,0858.
55
3.2.6.9 - 2-[(4-piridinil-metileno)hidrazono)]-(3-etil)-5(p-dimetilamino-
benzilideno)-4-tiazolidinona (4i)
F.M: C20H21N5OS
P.M: 379g/mol
• Sólido vermelho escuro; Rendimento: 53%; PF: 222-224ºC; Rf = 0,45 (Acetato
de etila/Hexano 2:3);
• IV FT (ν cm-1 KBr): 1702 (NC=O), 1630 e 1520 (N=C), 1555 (C=C), 1350
(NCS), 1200 (N-N=C), 1035 (CS);
• RMN 1H (CDCl3, 300 MHz / ppm): δ 8,70 (d, 2H, Haa', J = 6Hz), 8,40 (s, 1H,
CH=N), 7,69 (d, 2H, Hbb', J = 6Hz), 7,67 (s, 1H, CH=C), 7,50 (d, 2H, Hdd', J = 9Hz),
6,75 (d, 2H, Hcc', J = 9Hz), 4,00 (q, 2H, J = 6,9 Hz), 3,10 (s, 6H), 1,35 (t, 3H, J = 6,9
Hz);
• RMN 13C (CDCl3, 75,4 MHz / ppm): δ 167,1 (C=0), 163,1 (C=N), 154,9
(CH=N), 151,1 (Cq.f), 150,0 (CHaa') 141,8 (Cq- Ar, piridina), 132,3 (CH=C), 132,2
(CH=C), 121,7 (CHbb'), 121,3 (CHdd’), 114,9 (Cq.e), 111,8 (CHcc');
• MS(EI+) calc. 379,1467; obtido: 379,1284.
56
3.2.6.10 - 2-[(4-piridinil-metileno)hidrazono]-(3-fenil)-5-benzilideno-4-tiazolidinona
(4j)
F.M: C22H16N4OS
P.M: 384g/mol
• Sólido amarelo; Rendimento: 77%; PF: 262-263ºC; Rf = 0,65 (Acetato de
etila/Hexano 3:2);
• IV FT (ν cm-1 KBr): 1705 (NC=O), 1616 e 1500 (C=N), 1570 (C=C), 1370
(NCS), 1280 (N-N=C), 1050 (CS);
• RMN 1H (DMSO-d6, 300 MHz / ppm): δ 8,70 (d, 2H, J = 6Hz, CHaa’), 8,47 (s,
1H, CH=N), 7,81 (s, 1H, CH=C), 7,73 (d, 2H, 6Hz, CHbb’), 7,50-7,75 (m, 10H);
• MS(EI+) calc. 384,1045; obtido: 384,0890.
3.2.6.11 - 2-[(4-piridinil-metileno)hidrazono)]-(3-fenil)-5(p-nitro-benzilideno)-4-
tiazolidinona (4k)
NN
N
S
NO
a
a'
b
b'
O2N
c
c'd'
d
F.M: C22 H15 N5 O S
57
P.M: 429g/mol
• Sólido amarelo; Rendimento: 69%; PF: 296-297ºC; Rf = 0,50 (Acetato de
etila/Hexano 3:2);
• IV FT (ν cm-1 KBr): 1718 (NC=O), 1620 e 1500 (C=N), 1575 (C=C), 1385
(NCS), 1290 (N-N=C), 1050 (CS);
• RMN 1H (DMSO-d6, 400 MHz / ppm): δ 8,69 (d, 2H, J = 5,6Hz, CHaa’), 8,49
(s, 1H, HC=N), 8,38 (d, 2H, J = 8,8 Hz, CHcc’), 8,00 (d, 2H, J = 8,4 Hz, CHdd’), 7,90
(s, 1H, CH=C), 7,72 (d, 2H, J = 5,2Hz, CHbb’), 7,50-7,57 (m, 5H);
• MS(EI+) calc. 429,0896; obtido: 429,0732.
3.2.6.12 - 2-[(4-piridinil-metileno)hidrazono]-(3-fenil)-5(p-dimetilamino-
benzilideno)-4-tiazolidinona (4l)
NN
N
S
NO
a
a'
b
b'
N
c
c'd'
d
CH3
H3C
F.M: C24 H21 N5 O S
P.M: 427g/mol
• Sólido amarelo laranja; Rendimento: 74%; PF: 220-221ºC; Rf = 0,50 (Acetato de
etila/Hexano 3:2);
• IV FT (ν cm-1 KBr): 1705 (NC=O), 1615 e 1535 (C=N), 1580 (C=C), 1370
(NCS), 1200 (N-N=C), 1050 (CS);
• RMN 1H (CDCl3, 300 MHz / ppm): δ 8,65 (d, 2H, Haa', J = 5,4Hz), 8,28 (s, 1H,
CH=N), 7,76 (s, 1H, CH=C), 7,63 (d, 2H, Hbb', J = 5,1), 7,5 (d, 2H, Hdd', J = 8,1),
7,41-7,56 (m, 5H), 6,80 (d, 2H, Hcc', J = 8,4 Hz), 3,00 (s, 6H);
58
• RMN 13C (CDCl3, 75,4 MHz / ppm): δ 166,9 (C=O), 163,7 (C=N), 155,7
(CH=N), 151,3 (Cq.f), 150,1 (CHaa'), 141,5 (Cq.Ar piridina), 134,6 (CH=C), 133,2
(CH=C),127,8-132,4 (CHf,g,h,i), 121,7 (CHbb'), 121,2 (CHdd’), 114,1 (Cq.e), 111,9
(CHcc');
• MS(EI+) calc. 427,1467; obtido: 427,1294.
3.3 - ATIVIDADES BIOLÓGICAS
3.3.1 – Micro-organismos testados e padrão de inóculos
Para o ensaio antimicrobiano foram utilizados bactérias gram-positivas, gram-
negativa, álcool-ácidos resistente e fungos da coleção de micro-organismos do
Departamento de Antibióticos da UFPEDA. Os organismos testados estão listados no
Quadro 1. No ensaio qualitativo utilizou-se o teste de difusão em ágar e no ensaio
quantitativo fez-se a determinação da concentração mínima inibitória (CMI).
Os meios de culturas utilizados foram Agar nutritivo (AN), Sabouraud (SAB) e
infusão Coração-Cérebro (BHI). Os micro-organismos foram incubados entre 30-37ºC
por 24-48 h, dependendo de cada micro-organismo. As suspensões dos micro-
organismos testes foram padronizadas através da escala de MacFarland com turbidez
correspondente a 0,5, equivalente a 108 unidades formadoras de colônias por mililitros
(UFC/mL).
Inicialmente foi realizado o teste qualitativo com os compostos sintetizados e as
substâncias que apresentaram halo de inibição superior a 18 mm foram submetidas à
determinação da concentração mínima inibitória (CMI).
59
Quadro 1: Espécies de bactérias e fungos utilizados nos ensaios de atividade antimicrobiana para os compostos sintetizados.
Bactérias Gram-positivas
Staphylococcus aureus (UFPEDA02)
Bacillus subtilis (UFPEDA 86)
Micrococus luteus (ATTC 2225)
Bactéria Gram-negativa Escherichia coli (UFPEDA224)
Bactéria Álcool-ácido resistente Mycobacterium smegmatis (UFPEDA 71)
Fungos
Candida albicans (UFPEDA 1007)
Candida sp. (UFPEDA 1315)
Aspergilus niger (UFPEDA 2003)
3.3.2 - Determinação da atividade antimicrobiana
Os ensaios iniciais para atividade antibacteriana e antifúngica foram realizados
em triplicata, de acordo com a metodologia de Difusão em Disco em meio sólido
(BAUER et al, 1966).
As soluções foram preparadas na concentração de 2,5 mg/mL para cada
composto testado. Os discos de papel foram embebidos com 40µL das soluções
preparadas, resultando em uma concentração final de 100µg/disco. Estes foram
colocados em placas de Petri contendo os meios de cultura previamente semeados com
micro-organismos testes. As placas de Petri foram incubadas a 37ºC (bactérias) ou 30ºC
(fungos) por 24-48 h, de acordo com a necessidade de crescimento do micro-organismo.
Discos umedecidos de DMSO foram utilizados como controle negativo.
Os resultados foram analisados através das médias aritméticas dos halos de
inibição, Zona Média de Inibição (ZMI), expressas em milímetros, e os compostos que
apresentaram halo maior ou igual a 18 milímetros foram selecionados para os ensaios de
60
CMI. Cloranfenicol e Rifampicina (antibacterianos), e Nistatina (antifúngico) foram
utilizados como drogas de referência na concentração de 100µg/disco.
Os valores da CMI foram determinados em meio sólido através do subcultivo
em placas de Agar utilizando diferentes concentrações dos compostos testados. Desta
forma os meios com diferentes concentrações do composto (1000µg/mL, 500µg/mL,
250µg/mL, 125µg/Ml, 65µg/mL) permitem observar em quais concentrações ocorre
inibição de crescimento do micro-organismo. A determinação da atividade
antimicrobiana foi feita dentro das normas estabelecidas pelo National Commitee for
Clinical Laboratory Standards com pequenas alterações (NCCLS, 1992; NCCLS, 1993).
3.3.3 - Determinação da atividade citotóxica
Para avaliação da citotoxicidade pelo método colorimétrico do MTT (brometo
de 3-[4,5-dimetiltiazol-2-il]-2,5-difeniltetrazólio) (MOSMANN, 1983; ALLEY et al.,
1988) foram utilizadas as linhagens HEp-2 (derivadas de tumor primário de laringe
humana), NCI-H292 (linhagem continua de células mucoepidermóide obtida a partir de
um carcinoma de pulmão humano) e K562 (leucemia mielocítica crônica). As células
foram isoladas em DMEM - Dulbecco’s Modified Ealgle Médium (GIBCO) com 10%
de soro fetal bovino (GIBCO), 1% de solução de antibiótico (penicilina 1000UI/mL e
estreptomicina 250mg/mL) e 1% de L-glutamina 200Mm (EAGLE, 1955).
Suspensões celulares de 105células/mL (HEp-2 e NCI-H292) e
0,3x106células/mL (K562), foram distribuídas em placas de cultura com 96 poços e
incubadas a 37ºC, em atmosfera úmida (5% de CO2), durante 24h. Em seguida as
substâncias teste (1,25 a 10μg/mL) foram adicionadas às placas. Após 72h de incubação
foi adicionado MTT e as placas foram mantidas na estufa e logo em seguida foi
adicionado DMSO a cada poço. O etoposídeo (0,625 a 10µg/mL) foi utilizado como
controle positivo. A leitura óptica foi feita em leitor automático de placas (450nm). A
CI50 (concentração que inibe 50% do crescimento celular em relação ao controle) e
respectivos intervalo de confiança 95% foram determinados a partir de regressão não-
linear utilizando o programa SigmaPlot versão 11.0.
61
3.3.4 - Avaliação do potencial hemolítico em eritrócitos de camundongos
O teste da atividade hemolítica foi realizado no composto que apresentou
citotoxicidade em células tumorais.
O sangue foi coletado de camundongos Swiss (Mus musculus) por punção
cardíaca. Os eritrócitos foram lavados com solução salina (NaCl 0,85% + CaCl2 10mM)
por centrifugação (3000 rpm/5min), o sobrenadante foi descartado e ressuspendidos em
solução salina para se obter uma suspensão de eritrócitos (SE) a 2%. Esses
experimentos foram realizados em multiplacas com 96 poços: 100µl de solução salina
(controle negativo); 50µl da solução salina e 50µl do veículo (branco); 80µL de solução
salina + 20µl de Triton X – 100 a 1% (controle positivo); 100µL de solução salina +
100µL de solução do composto 3b e 4l (3,09 a 500 μg/mL) diluída em DMSO a 10%
foram plaqueados. Em seguida 100µL da solução de eritrócitos foi plaqueada em todos
os poços. Após a incubação de 1h sob agitação constante à temperatura ambiente, o
sobrenadante foi analisado. A leitura óptica foi feita em leitor automático de placas
(450nm). A concentração efetiva 50% (CE50) e respectivo intervalo de confiança 95%
foram determinados a partir de regressão não-linear utilizando o programa SigmaPlot
versão 11.0. Extratos com valores de CE50 < 200µg/ml são considerados ativos
(COSTA-LOTUFO et al., 2005).
62
4 - RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 - Esquema Geral de Síntese
O Esquema 12 apresenta a rota de síntese empregada na obtenção das
tiossemicarbazonas e 4-Tiazolidinonas planejadas.
3a- R = H3b- R = CH33c- R = C2H53d- R = C6H5
4a- R = H ; R1 = H4b- R = H ; R1 = NO24c- R = H ; R1 = N(CH3)24d- R = CH3 ; R1 = H4e- R = CH3; R1 = NO24f- R = CH3; R1 = N(CH3)2
4g- R = C2H5 ; R1 = H4h- R = C2H5 ; R1 = NO24i- R = C2H5 ; R1 = N(CH3)24j- R = C6H5 ; R1 = H4k- R = C6H5 ; R1 = NO24l- R = C6H5 ; R1 = N(CH3)2
N
O
HH2N
HNS
NHR+
EtOH / H2OAcOH
NN
HN S
NHR
4-Formil-PiridinaTiossemicarbazona
Tiossemicarbazida
NN
N
S
NO
R
ClCH2CO2HAcONaEtOH
4-Tiazolidinona
NN
N
S
NO
R
R1
5-Benzilideno-4-Tiazolidinona
PiperidinaEtOH
CHOR1
2a-d
3a-d4a-l
Esquema 12. Rota de síntese empregada na preparação das tiossemicarbazonas e 4-tiazolidinonas planejadas.
63
4.2 - Metodologia sintética e mecanismos reacionais
4.2.1 - Obtenção das Tiosemicarbazonas (2a-d)
As formilpiridinas tiossemicarbazonas 2a-d já são relatadas na literatura
(GRAMMATICAKIS, 1956; MENDES et al., 2001; BERALDO et al., 2001). Esses
compostos podem ser facilmente preparados pela reação de condensação entre as
piridinacarboxialdeídos e tiossemicarbazidas, disponíveis comercialmente
(SORADNICK et al., 2003; HOLLA et al., 2003). As tiossemicarbazonas foram obtidas
apartir da reação entre a tiossemicarbazida requerida e quantidades equimolares de 4-
formil-piridina em água destilada e etanol. A reação é favorecida pelo caráter
nucleofílico do nitrogênio N1 das tiossemicarbazidas; Além disso, estas reações foram
aceleradas por catálise ácida (TENÓRIO et al., 2005)(Esquema 13). A Tabela 1
apresenta as propriedades físico-químicas das tiossemicarbazonas sintetizadas.
Tabela 1: Propriedades físico-químicas das tiossemicarbazonas. ______________________________________________________________________ Rend. % PF ºC Aspecto Rf* ______________________________________________________________________ 2a 68 237-238 Sólido branco 0,45 2b 70 235-236 Sólido amarelo claro 0,60 2c 67 180-182 Sólido amarelo claro 0,40 2d 89 196-197 Sólido amarelo claro 0,50 ______________________________________________________________________ ∗ Eluente: acetato de etila/hexano 7:3
O mecanismo de formação das tiossemicarbazonas inicia-se pela protonação da
carbonila do aldeído, levando a formação do íon oxônio. Em seguida ocorre o ataque
nucleofílico do nitrogênio N-1 da tiossemicarbazida para formar o intermediário
hemiaminal protonado (SMITH e MARCH, 2001). Este perde uma molécula de água e
após neutralização forma-se a tiossemicarbazona (Esquema 13).
64
Esquema 13. Mecanismo de reação catalizada por ácido apartir de aldeído e tiossemicarbazida para obtenção de tiossemicarbazonas.
De acordo com Karabatsos et al. (1964), as tiossemicarbazonas sintetizadas a
partir de uma amina primária podem ser obtidas nas configurações Z ou E, dependendo
do substituinte do aldeído utilizado. Em trabalho realizado por Tenório et al. (2005),
observou-se através de estudos de espectros de tiossemicarbazonas análogas a série 2a-
d que não há mudança de deslocamento ou de aparecimento de sinais diferentes para o
hidrogênio azometinico. Em nosso experimento de síntese só foi observada uma única
mancha nas cromatografias de camada delgada (CCD), podemos sugerir que as
tiossemicarbazonas foram obtidas preferencialmente na configuração E (OTA et al.,
1998).
4.2.2 - Obtenção de 2-[(4-piridinil-metileno)hidrazono]-4-tiazolidinonas
(3a-d)
A 4-tiazolidinona 3a já é relatada na literatura (Buu-Hoi et al., 1954). A série 3a-
d foi obtida a partir de reações das respectivas tiossemicarbazonas com ácido
cloroacético em presença de acetato de sódio anidro (evita a hidrólise ácida do grupo
imino) (OTTANÁ et al., 2005). Ao final das reações, uma lavagem dos precipitados
formados com solvente apropriado forneceu os compostos com pureza e rendimentos
satisfatórios (Tabela 2).
65
Tabela 2: Propriedades físico-químicas e rendimentos de 4-tiazolidinonas 3a-d. ______________________________________________________________________ Rend. % PF ºC Aspecto Rf / eluente ______________________________________________________________________ 3a 67 262-263 sólido branco 0,41(acetato de etila/hexano 7:3) 3b 82 146-148 sólido amarelo 0,50(acetato de etila/hexano 3:2) 3c 75 139-141 sólido verde escuro 0,46(acetato de etila/hexano 1:1) 3d 70 252-253 sólido bege 0,55(acetato de etila/hexano 3:2) ______________________________________________________________________
O mecanismo se inicia pela condensação do ácido cloroácetico com o átomo de
enxofre (S-alquilação) a partir da forma tiol da tiossemicarbazona. Em seguida, ocorre
um ataque intramolecular por parte do par de elétrons livres do nitrogênio na carbonila
do ácido cloroacético, seguido de perda de uma molécula de água, levando a formação
do heterociclo não substituído na posição C-5 (esquema 14) (JOLLY e SHARMA,
1990).
NN
HN
NHR
S
NN
N SH
NHR
ClH2C
O
OH
NN
N
NHR
SO
OH
NN
N
S
N OHO
HR+
-N
NN
S
NO
R
- H2O
-HCl
Esquema 14. Mecanismo de reação geral para obtenção das 4-tiazolidinonas da série 3a-d.
66
4.2.3 - Obtenção de 2-[4-piridinil-metileno]-5-benzilideno)-4-
tiazolidinonas (4a-l)
As 4-tiazolidinonas desta série foram obtidas a partir dos derivados 4-
tiazolidinônicos não substituidos na posição 5 do anel, seguindo um mecanismo de
condensação do aldeído. Nesta etapa, a condensação com os aldeídos se dá pela
utilização de piperidina em meio etanólico. O esquema 15 mostra o mecanismo da
reação de formação dos derivados 5-benzilideno-4-tiazolidinonas (4a-l).
Processos simples de purificação como lavagem com água ou metanol forneceu
compostos com purezas satisfatórias e rendimentos entre 47-82%. Suas propriedades
físico-químicas e rendimentos estão descritos na Tabela 3.
Tabela 3: Propriedades fisico-quimicas e rendimentos de 5-benzilideno-4-tiazolidinonas 4a-l. ______________________________________________________________________ Rend. % PF ºC Aspecto Rf / eluente ______________________________________________________________________ 4a 60 282-283 sólido amarelo claro 0,45(acetato de etila/hexano 7:3) 4b 82 >300 sólido amarelo 0,42(acetato de etila/hexano 7:3) 4c 50 252-253 sólido vermelho escuro 0,47(acetato de etila/hexano 7:3) 4d 58 162-164 sólido amarelo escuro 0,50(acetato de etila/hexano 3:2) 4e 50 266-268 sólido amarelo escuro 0,50(acetato de etila/hexano 3:2) 4f 47 239-241 sólido roxo 0,50(acetato de etila/hexano 7:3) 4g 78 162-163 sólido amarelo 0,50(acetato de etila/hexano 1:1) 4h 65 244-246 sólido vermelho escuro 0,45(acetato de etila/hexano 1:1) 4i 53 222-224 sólido vermelho escuro 0,45(acetato de etila/hexano 2:3) 4j 77 262-263 sólido amarelo 0,65(acetato de etila/hexano 3:2) 4k 69 296-297 sólido amarelo 0,50(acetato de etila/hexano 3:2) 4l 74 220-221 sólido amarelo laranja 0,50(acetato de etila/hexano 3:2)
67
O mecanismo da reação inicia-se com a formação de um ânion enolato no anel
4-tiazolidinona, através do tratamento com uma base, neste caso a piperidina. A
formação do enolato é facilitada devido ao efeito retirador de elétrons da carbonila
presente na posição 4 do anel; Além disso, o enxofre exerce efeito de campo eletro-
atrator favorecendo a estabilidade do enolato. Em seguida, ocorre um ataque
nucleofílico do carbânion ao carbono da função aldeído, o qual por eliminação de água
leva a formação do benzilideno na posição 5 do anel.
NN
N
S
NO
R
HH
NH
NN
N
S
NO
R
H- N
NN
S
NO
R
H
-
NH H+
N
NN
S
NR
O
H-
-
R1
OH
NN
N
S
NR
O
H
OHH
R1
NN
N
S
NR
O
H
OHH
R1
NN
N
S
NR
O
H
R1
- H2O
Esquema 15. Mecanismo da reação de síntese da 5-benzilideno-4-tiazolidinona.
68
4.3 - Caracterização Estrutural dos Derivados Tiazolidinônicos 3a-d e
4a-l
Os espectros de IV de todas tiazolidinonas sintetizadas apresentaram duas
bandas de absorção de fortes intensidades entre 1500-1647 cm-1 referentes ao
estiramento dos grupos C=N da posição 2 do anel e do grupo arilhidrazona (ERGENÇ
et al., 1999). Os espectros também mostraram fortes absorções entre 1698-1720 cm-1
associadas com bandas de amida I no anel tiazolidinico, assim como bandas entre 1120-
1300 cm-1 e 1007-1115 cm-1 referentes ao estiramento dos grupos N-N=C e CS,
respectivamente. Além disso, bandas de diferentes absorções entre 1290-1385 cm-1,
características de vibração angular do grupo NCS, evidenciam a formação do anel
tiazolidinico a partir das respectivas tiossemicarbazonas (ÇAPAN et al., 1999;
ULUSOY et al., 2002; EL-GENDY et al., 1990).
As bandas de absorção da carbonila nas 4-tiazolidinonas da série 3a-d (Tabela 4)
apareceram entre 1713-1720 cm-1. Para os derivados 5-benzilideno-4-tiazolidinonas
(4a-l) (Tabela 5) as bandas para essa carbonila apareceram entre 1698-1718 cm-1
(VICINI et al.,2006; KUÇUKGUZEL et al., 2006). Esse pequeno efeito batocrômico
ocorre devido a conjugação da carbonila destes últimos compostos com a dupla ligação
C=C exocíclica, a qual é responsável pelo enfraquecimento da ligação C-O. Em adição,
o estiramento referente a esta dupla ligação C=C foi caracterizado por bandas que
apareceram entre 1555-1581 cm-1.
As principais bandas de absorção abservadas nos espectro de IV para as 4-
tiazolidinonas, e suas referidas intensidades, são mostradas nas Tabelas 4 e 5. As
Figuras 16 e 17 ilustram, respectivamente, os espectros de IV dos compostos 3c e 4l.
69
Tabela 4: Principais frequências de absorção observadas nos espectros de IV para as 4-tiazolidinonas (3a–d). _____________________________________________________________________
NC=O (ν) C=N (ν) NCS (ν) N-N=C (ν) CS (ν) ______________________________________________________________________ 3a 1720 1633 e 1550 1290 1230 1058
3b 1713 1625 e 1568 1302 1120 1044
3c 1715 1615 e 1515 1315 1235 1088
3d 1720 1620 e 1535 1380 1230 1035
3 9 0 0 3 6 0 0 3 3 0 0 3 0 0 0 2 7 0 0 2 4 0 0 2 1 0 0 1 8 0 0 1 5 0 0 1 2 0 0 9 0 0 6 0 0 3 0 0 00 ,0
0 ,2
0 ,4
0 ,6
0 ,8
1 ,0
Tran
smitâ
ncia
F r e q u ê n c ia ( c m -1 )
P 1 C Z
Figura 16. Espectro de IV para 4-tiazolidinona 3c (pastilha de KBr).
1715 (NC=O)
1615 e 1515 (C=N)
70
Tabela 5: Principais freqüências de absorção observadas nos espectros de IV para as 5-benzilideno-4-tiazolidinonas (4a–d). _____________________________________________________________________ NC=O (ν) C=N (ν) C=C(ν) NCS (ν) N-N=C (ν) CS (ν) ______________________________________________________________________ 4a 1715 1640 e 1503 1572 1310 1235 1050
4b 1708 1625 e 1500 1581 1340 1300 1007
4c 1714 1647 e 1527 1573 1318 1250 1057
4d 1701 1620 e 1536 1565 1374 1125 1037
4e 1715 1624 e 1535 1567 1340 1130 1039
4f 1698 1598 e 1530 1566 1326 1200 1115
4g 1700 1613 e 1500 1555 1385 1230 1080
4h 1706 1613 e 1500 1555 1385 1230 1080
4i 1702 1630 e 1520 1555 1350 1200 1035
4j 1705 1616 e 1500 1570 1370 1280 1050
4k 1718 1620 e 1500 1575 1385 1290 1050
4l 1705 1615 e 1535 1580 1370 1200 1050
3 9 0 0 3 6 0 0 3 3 0 0 3 0 0 0 2 7 0 0 2 4 0 0 2 1 0 0 1 8 0 0 1 5 0 0 1 2 0 0 9 0 0 6 0 0 3 0 0 00 ,1
0 ,2
0 ,3
0 ,4
0 ,5
0 ,6
0 ,7
0 ,8
0 ,9
1 ,0
Tran
smitâ
ncia
F r e q u ê n c ia ( c m - 1 )
P 1 D Z 3 3
Figura 17. Espectro de IV para o derivado 5-benzilideno-4-tiazolidinona 4l (pastilha de KBr).
1705 (NC=O)
1615 e 1535 (N=C) 1580 (C=C)
71
Nos espectros de RMN ¹H dos compostos da série 3a-d a formação do anel foi
evidenciada pela presença de um singleto entre 3,90-4,18 ppm referente ao grupo S-CH2
(ENGENÇ et al., 1999). O aparecimento deste sinal para os dois hidrogênios
especificados mostra que os mesmos estão em um mesmo ambiente químico (Figura
18). Os hidrogênios referentes ao grupo CH=N para esta série são observados na região
entre 8,40-8,52 ppm (Tabela 6).
Tabela 6: Principais deslocamentos químicos (ppm) observados nos espectros de RMN ¹H para as 4-tiazolidinonas (3a–d). _____________________________________________________________________ CH=N CH2 Outros ______________________________________________________________________ 3a 8,40 3,90 12,08 (N-H)
3b 8,52 4,00 4,25 (CH3)
3c 8,52 4,00 3,75 (CH2) e 1,20 (CH3)
3d 8,40 4,18 7,41-7,61 (N-Ar)
72
Figura 17. Espectro de RMN 1H para a 4-tiazolidinona 3c (DMSO-d6; 300 MHz), ilustrando os singletos referente ao grupos metileno e azometínico.
Com relação aos espectros de RMN ¹H para os compostos 5-benzilideno-4-
tiazolidinonas (4a-l) os hidrogênios referente ao grupo CH=N apresentaram
deslocamentos químicos semelhantes aos da série 3a-d, entre 8,28-8,68 ppm (Tabela 7).
O desaparecimento dos singletos referentes ao grupo metileno na posição 5 do anel
tiazolidínico da série 3a-d, assim como a presença de um singleto entre 7,65-7,90 ppm
referente ao hidrogênio do grupo benzilideno, confirmam a estrutura dos derivados da
série 4a-d (Figura 19).
73
Em trabalho realizado em nosso grupo de pesquisa por Aquino (2007) a
configuração Z para o hidrogênio benzilidênico dos derivados 5-benzilideno-4-
tiazolidinonas foi atribuída com base na análise dos espectros de RMN ¹H mostrando
um deslocamento químico maior devido ao maior efeito de desblindagem da carbonila
em relação ao enxofre. Tabela 7: Principais deslocamentos químicos (ppm) observados nos espectros de RMN ¹H para as 5-benzilideno-4-tiazolidinonas (4a–l). _____________________________________________________________________
CH=N CH=C Outros
______________________________________________________________________
4a 8,55 7,65 12,75 (N-H); 7,40-7,60 (5H)
4b 8,56 7,76 12,55 (N-H)
4c 8,50 7,61 12,43 (N-H)
4d 8,63 7,75 7,50-7,70 (5H)
4e 8,68 7,87 2,55 (CH3)
4f 8,39 7,61 3,02 (N(CH3)2)
4g 8,68 7,78 7,60-7,75 (5H)
4h 8,68 7,86 8,37 e 7,95 (Ar-NO2)
4i 8,40 7,67 3,10 (N(CH3)2)
4j 8,47 7,81 7,50-7,75 (5H)
4k 8,49 7,90 8,38 e 8,00 (Ar-NO2)
4l 8,28 7,76 3,00 (N(CH3)2)
74
Figura 19. Espectro de RMN 1H para o derivado 5-benzilideno-4-tiazolidinona 4f (CHCl3; 300 MHz), ilustrando principalmente o singleto referente hidrogênio vinilidenênico.
Os espectros de RMN ¹³C dos compostos tiazolidinônicos das duas séries em
questão apresentaram deslocamentos químicos referentes aos carbonos dos grupos
NC=O, imino (C=N) da posição 2 do anel tiazolidinico e C=N da função azometina
entre 167,1-174,1, 163,1-167,8 e 154,2-155,7, respectivamente (Tabela 8). Em adição
75
foram obtidos deslocamentos químicos específicos para S-CH2 entre 32,1-33,0 ppm,
para a série 3a-d (Figura 20).
Tabela 8: Principais deslocamentos químicos (ppm) observados nos espectros de RMN ¹³C para tiazolidinonas sintetizadas. _____________________________________________________________________ C=O C=N CH=N CH2 CH=C CH=C ______________________________________________________________________ 3a 174,1 167,8 154,2 33,0 ____ ____
3b 172,2 167,3 155,4 32,1 ____ ____
3c 171,8 166,4 155,4 32,1 ____ ____
4i 167,1 163,1 154,9 ____ 132,3 132,2
4l 166,9 163,7 155,7 ____ 134,6 133,2
Figura 20. Espectro de RMN 13C para a 4-tiazolidinona 3c, apresentando o sinal referente à carbonila e ao carbono metilênico do anel 4-tiazolidinona (DMSO-d6; 75,4 MHz).
CH
=N
Aromáticos
76
Os espectros de RMN ¹³C para os compostos 5-benzilideno-4-tiazolidinonas
apresentam ressonâncias entre 132,3-133,2 e 132,4-134,7 ppm referentes aos átomos de
carbono endo e exocíclico da ligação benzilidênica, respectivamente (Figura 21). A
tabela 8 mostra os principais deslocamentos químicos nos espectros de RMN ¹³C para as
tiazolidinonas sintetizadas.
Figura 21. Espectro de RMN 13C para o derivado 5-benzilideno-4-tiazolidinona 4f, apresentando os sinais relativos aos carbonos endo e exo da ligação benzilidênica (CDCl3; 75,4 MHz).
Para todos os compostos 4-tiazolidinonas sintetizados as massas moleculares
foram determinadas pela Espectroscopia de Massas de alta resolução (HRMS). Os
valores das massas moleculares obtidos foram confirmatórios para determinação de
todas as moléculas sintetizadas.
77
4.4 - RESULTADOS DA ATIVIDADE ANTIMICROBIANA
A avaliação da atividade antimicrobiana para os compostos 4-tiazolidinonas
sintetizados (3a-d e 4a-l) foi realizada primeiramente pelo método de difusão em disco.
Em uma segunda etapa, os compostos com halo igual ou superior a 18 mm foram
submetidos a testes para determinação da concentração mínima inibitória (CMI).
Os valores da ZMI obtidos no teste de difusão em disco para os compostos
testados são mostrados na Tabela 9.
78
Tabela 9: Halos em milimetros (mm) referentes a atividade antimicrobiana dos compostos 3a-d e 4a-d. Zona Média de Inibição (ZMI) em mm Composto ______________________________________________________________ Sa Bs Ml Ec Ms Ca Cs An
3a - 16 - - 15 16 - 17
3b - 26 - - 10 25 14 16
3c 15 17 17 - 15 16 9 16
3d - - 15 - - 13 10 -
4a - - - - 16 16 - 15
4b - - - - - - - -
4c - - - - - - - -
4d - - 16 - 15 15 12 16
4e - - - - 8 17 7 16
4f - - 15 - 7 17 10 -
4g - 14 15 - 16 16 - 15
4h - 8 16 13 17 17 10 9
4i - - 15 13 13 17 11 -
4j 11 - 15 - 12 13 11 -
4k - - 14 - - 13 10 -
4l - - 14 - - - 10 -
Rifampicina 31 20 49 14 30 NT NT NT
Cloranfenicol 25 27 50 27 NT NT NT NT
Nistatina NT NT NT NT NT 26 18 20
- : não possui sensibilidade ou ZMI menor que 7mm; NT: não testado Sa: Staphylococcus aureus, Bs: Bacillus subitis, Ml: Micrococcus luteus, Ec: Escherichia coli, Ms: Mycobacterium smegmatis, Ca: Candida albicans, Cs: Candida sp, An: Aspergilus niger.
Ao observar os resultados na Tabela 9 nota-se que o composto 3b apresentou
atividade antibiótica significante frente a B. subtilis e C. albicans. As Figuras 22a e 22b
mostram os halos para este composto. Apenas os compostos 3c e 4j apresentaram halos
de inibição frente a S. aureus, assim como somente os compostos 4h e 4i foram capazes
79
de apresentar halos frente a E. coli. Os demais compostos mostraram halos menores que
18 mm para os micro-organismos testados.
Os ensaios para determinação da concentração mínima inibitória (CMI) foram
realizados para o composto 3b frente a B. subtilis e C. albicans. De acordo com os
resultados deste teste, o valor da CMI para C. albicans e B. subtilis ficou entre 250-500
μg/mL e 500-1000 μg/mL, respectivamente. O cloranfenicol e a rifampicina
apresentaram CMI de 30 μg/mL e 120 μg/mL, respectivamente, frente a B. subitilis e a
nistatina teve CMI de 50 μg/mL para C. albicans.
Neste trabalho foram observados duas modificações estruturais nas moléculas
sintetizadas, a variação de um substituinte em N-3 e a presença de um grupo
benzilideno na posição 5 do anel 4-tiazolidinona. Em trabalho recente em nosso
laboratório, Verçoza et al. (2009) mostraram a importância de um grupo doador de
elétrons na posição N-3 do anel 4-tiazolidinona para uma atividade antimicrobiana de
suas moléculas sintetizadas frente a M. smegmatis, M. tuberculosis, M. luteus, C.
albicans e M. furfur. Os resultados do nosso trabalho apontam o composto 3b (R= CH3)
como o mais eficaz, entretanto, a presença de um grupo doador em N-3 não é
suficientemente comprobatório para eficácia da série.
Em adição, Vicini et al. (2006) apontam a importância de benzilidenos
substituídos na posição 5 do anel 4-tiazolidinona sendo essencial para atividade
antimicrobiana desta série. No entanto, a promoção de benzilideno ou benzilideno para
substituído com o grupo nitro ou dimetilamino mostraram efeito negativo quanto a
atividade antimicrobiana para a nossa série testada.
Figura 22a: Halo de inibição do composto 3b frente a B. subtilis.
Figura 22b: Halo de inibição do composto 3b frente a C. albicans.
80
4.5 - RESULTADOS DA ATIVIDADE CITOTÓXICA
O teste de atividade antineoplásica revelou uma excelente atividade do composto
4l frente a células do tipo NCI-H292 (obtidas de carcinoma mucoepidermóide de
pulmão). O derivado 5-benzilideno-4-tiazolidinona (4l) possui CI50 = 1,38 μg/mL, o que
coloca este composto em condições comparáveis ao metotrexato (CI50 = 1,25μg/mL),
utilizado como fármaco de referência. Já para as células HEp-2 (derivadas de carcinoma
epidermóide de laringe) e K562 (leucemia mielocitica crônica) o composto 4l não
mostrou atividade interessante. A ausência da hemólise em eritrócitos de camundongos
com CE50 > 500 µg/mL sugere que a citotoxicidade do produto 4l não está relacionado
ao dano da membrana.
Para a série de compostos 3a-d apenas o composto 3b apresentou atividade
anticâncer plausível para células do tipo K562. A Tabela 10 mostra os resultados de
todos os compostos sintetizados frente ás duas linhagens de células testadas.
Neste trabalho relatamos um composto que serve como protótipo para
elaboração de novas moléculas potenciais; no entanto, assim como relatam Havrylyuk et
al. (2009), são necessárias novas investigações que esclareçam as características da
atividade biológicas destas moléculas. Em acordo com Zhou et al. (2008) esse composto
contém o fragmento para-dimetilaminobenzilideno, descrito como requisito estrutural
essencial para atividade anticâncer contra células de pulmão.
81
Tabela 10: Atividade citotóxica dos compostos em células tumorais e atividade hemolítica em eritrócitos de camundongos. _____________________________________________________________________ Linhagem celular CI50 (μg/mL) Composto _____________________________________________________________ Hep-2 NCI-H292 K562 CE50 (μg/mL) ______________________________________________________________________ 3a > 10 > 10 >10 n.t
3b > 10 > 10 4,25 ± 0,36 n.t
3c > 10 > 10 >10 n.t
3d > 10 > 10 >10 n.t
4a > 10 > 10 >10 n.t
4b > 10 > 10 >10 n.t
4c > 10 > 10 >10 n.t
4d > 10 > 10 >10 n.t
4e > 10 > 10 >10 n.t
4f > 10 > 10 >10 n.t
4g > 10 > 10 >10 n.t
4h > 10 > 10 >10 n.t
4i > 10 > 10 >10 n.t
4j > 10 > 10 >10 n.t
4k > 10 > 10 >10 n.t
4l > 10 1,38 ± 0,04 >10 > 500
Metotrexato - 1,25 - -
Etoposideo 6,10 ± 0,19 2,75 ± 0,1 4,48 ± 0,23 -
CI50, CE50 e os respectivos intervalo de confiança 95% foram determinados a partir de regressão não-linear utilizando o programa SigmaPlot versão 11. n.t = não testado.
82
5 - CONCLUSÕES E PERSPECTIVAS
Neste trabalho sintetizamos uma série de compostos pertencentes á classe das 4-
tiazolidinonas utilizando metodologias eficientes e sendo estes obtidos com rendimentos
satisfatórios (47-82%). Todos os compostos foram caracterizados por suas propriedades
físico-químicas e por métodos espectroscópicos (IV, RMN 1H e 13C) e espectrométrico
(HRMS/IE). Alguns compostos não apresentaram solubilidades satisfatórias em
solventes apropriados para a realização dos espectros de RMN 13C.
Para as atividades antimicrobianas e antineoplásica foram testados os compostos
intermediários 3a-d e os compostos finais 4a-l. O composto 3b apresentou considerável
atividade antibiótica frente a C. albicans e B. subitilis. Dentre os compostos das séries
testadas observou-se que a inserção do grupo benzilidênico (série 4a-l) não foi eficiente
para atividade antibiótica. No entanto, são necessários estudos da relação
estrutura/atividade para obtenção de compostos 4-tiazolidinonas com atividade
antimicrobiana eficaz.
A atividade citotóxica dos compostos testados evidenciou que o composto 4l
mostrou-se eficaz para inibição de células NCI-H292 com CI50 = 1,38 μg/mL. Este
composto apresentou CI50 comparável ao metrotexato, que é utilizado como fármaco de
referência (tabela 10). Além disso, este composto não apresenta hemólise em células
eritrocitárias de camundongos. Este resultado torna-se incentivador para síntese de
substâncias com efeito antineoplásico dentro da classe das 4-tiazolidinonas.
Os resultados deste trabalho celebram o derivado 4-tiazolidinona 4l no âmbito
de compostos potencialmente promissores para o tratamento do câncer. Neste contexto,
criam-se perspectivas para a realização de novas sínteses com outros radicais com
intenção de identificar novos grupos com atividade antineoplásica, aumentando assim o
arsenal terapêutico para o combate ás diversas doenças.
83
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