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AS 15 MAIORES EPIDEMIAS E PANDEMIAS DA HISTÓRIA 30 de março de 2020 Obrigado por compartilhar. Lembre-se de citar a fonte: https://ensinarhistoriajoelza.com.br/as-maiores-epidemias-e- pandemias-da-historia/ - Blog: Ensinar História - Joelza Ester Domingues A Organização Mundial da Saúde (OMS), declarou, em 11 de março de 2020, que a epidemia do Covid-19 que infectou centena de milhares de pessoas desde o final de dezembro, pode ser considerada uma pandemia. A pandemia do Covid-19 está longe de ser a primeira na história. Os flagelos do passado que marcaram as sociedades ocorreram em contextos diferentes. Hoje, a medicina dispõe de medicamentos, vacinas e tratamentos eficientes além do trabalho incessante de laboratórios e pesquisadores em todo mundo. Apesar de todo esse esforço, o risco de infecção não desapareceu e ainda ronda a humanidade. Epidemias e pandemias questionam uma sociedade inteira em suas representações, em sua capacidade de enfrentar uma ameaça infecciosa, de se relacionar socialmente, de manter sua fé religiosa e até na sua confiança nas ações políticas e nos diferentes meios de comunicação. Como lembra La Fontaine, referindo-se a uma epidemia, “nem todos morreram, mas todos foram atingidos”. O Coronavírus constitui um teste social e moral real para as democracias do mundo, especialmente em termos de mobilização e solidariedade. Epidemia e pandemia, qual a diferença? As duas palavras são de origem grega. Epidemia, originária de epi” , que significa acima e “ demos ”, “povo”, é a rápida disseminação de uma doença contagiosa que atinge um grande ESTADO DO RIO DE JANEIRO PREFEITURA MUNICIPAL DE NOVA FRIBURGO SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO COORDENAÇÃO DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS COLÉGIO MUNICIPAL RUI BARBOSA DISCIPLINA: História EJA – FASE VII/FASE VIII/FASE IX Professor (a): ELENGLEIDES

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AS 15 MAIORES EPIDEMIAS E PANDEMIAS DA HISTÓRIA30 de março de 2020

Obrigado por compartilhar. Lembre-se de citar a fonte: https://ensinarhistoriajoelza.com.br/as-maiores-epidemias-e-pandemias-da-historia/ - Blog:

Ensinar História - Joelza Ester Domingues

A Organização Mundial da Saúde (OMS), declarou, em 11 de março de 2020, que a epidemia do Covid-19 que infectou centena de milhares de pessoas desde o final de dezembro, pode ser considerada uma pandemia. A pandemia do Covid-19 está longe de ser a primeira na história. Os flagelos do passado que marcaram as sociedades ocorreram em contextos diferentes. Hoje, a medicina dispõe de medicamentos, vacinas e tratamentos eficientes além do trabalho incessante de laboratórios e pesquisadores em todo mundo. Apesar de todo esse esforço, o risco de infecção não desapareceu e ainda ronda a humanidade. Epidemias e pandemias questionam uma sociedade inteira em suas representações, em sua capacidade de enfrentar uma ameaça infecciosa, de se relacionar socialmente, de manter sua fé religiosa e até na sua confiança nas ações políticas e nos diferentes meios de comunicação. Como lembra La Fontaine, referindo-se a uma epidemia, “nem todos morreram, mas todos foram atingidos”. O Coronavírus constitui um teste social e moral real para as democracias do mundo, especialmente em termos de mobilização e solidariedade.

Epidemia e pandemia, qual a diferença?As duas palavras são de origem grega. Epidemia, originária de “epi”, que significa acima e “demos”, “povo”, é a rápida disseminação de uma doença contagiosa que atinge um grande número de pessoas em uma região. Pandemia, de “pan”, que significa “todo” e “demos”, “povo” (povo inteiro), é uma epidemia que se propaga em uma grande área geográfica internacional afetando, portanto, uma parte da população mundial. Somente a OMS pode declarar uma pandemia. As 15 maiores epidemias e pandemias da História Da Antiguidade até os tempos de hoje, as epidemias e pandemias foram tão comuns na história da humanidade quanto as guerras e os conflitos políticos. Os registros mais antigos conhecidos são do século V a.C., de Atenas, por ocasião da Guerra do Peloponeso. Há numerosos casos de epidemias pouco conhecidos, com registros esparsos e superficiais, especialmente sobre as populações colonizadas pelos europeus, como é o caso da América e da África.

Segue a lista de a algumas das principais epidemias ocorridas ao longo da História:

1. A praga de Atenas, 429-326 a.C. 2. Peste de Antonino, 165-180 3. Peste de Justiniano, 541-544

ESTADO DO RIO DE JANEIROPREFEITURA MUNICIPAL DE NOVA FRIBURGO

SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃOCOORDENAÇÃO DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

COLÉGIO MUNICIPAL RUI BARBOSADISCIPLINA: História

EJA – FASE VII/FASE VIII/FASE IXProfessor (a): ELENGLEIDES SANT’ANNA COELHO

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4. Peste Negra, 1346-1353 5. Epidemia de Cocoliztli, México, 1545-1548 e 1576-1580 6. Grande Praga de Milão, 1629-1631 7. A Grande Praga de Londres, 1664-1665 8. Grande Praga de Marselha, 1720-1722 9. Pandemia de cólera, século XIX 10. Gripe Espanhola, 1918 11. Gripe Asiática (vírus H2N2), 1956 12. Gripe de Hong Kong (vírus H3N2), 1968-1970 13. AIDS (HIV), 1981 até hoje 14. Surto do SARS, 2002-2004 15. Epidemia de Ebola, 2007 e 2013-2016

A praga de Atenas, 429-326 a.C.

“A Praga de Atenas”, de Michiel Sweerts, c.1652-1654.

Ainda restam dúvidas sobre a verdadeira natureza dessa epidemia que atingiu Atenas: se foi tifo, febre tifoide (causada pela bactéria salmonela entérica), febre hemorrágica viral, varíola, sarampo ou peste bubônica. A doença apresentava sintomas como febre, inflamação dos olhos, pústulas e úlceras no corpo, sede extrema, diarreia, vômito, tosse e espirros. Ela matou cerca de 25% da população, entre 70 mil e 75 mil pessoas (outras fontes falam em 100 mil vítimas), entre elas, Péricles, o célebre magistrado ateniense.

A praga teve sérios efeitos na sociedade de Atenas, resultando no desprezo às leis e às tradições religiosas; em resposta, as leis se tornaram mais rigorosas. Tucídides escreveu a respeito: “a catástrofe foi tão avassaladora que os homens, sem saber o que aconteceria ao lado deles, ficaram indiferentes a todas as leis”.

A epidemia marcou o declínio da Era de Ouro de Atenas, o berço da democracia.

Até recentemente, muitos historiadores eram céticos quanto à existência ou a extensão da praga de Atenas até que uma escavação realizada em 1994-1995 confirmou a veracidade dos acontecimentos.

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Foi descoberta uma vala comum, do lado de fora do antigo cemitério de Kerameikos, em Atenas. No local havia 240 esqueletos, pelo menos dez deles de crianças, datados de 430-426 a.C., estavam amontoados sem camadas de terra entre eles. As evidências apontam para um enterro em massa, realizado em um ou dois dias.

A praga voltou mais duas vezes a Atenas, em 429 a.C. e no inverno de 427-426 a.C.

Apareceu na Sicília, entre os cartagineses, em 395 a.C. tendo sido relatada por Diodoro da Sicília. Em 81 d.C., a peste chegou a Roma e vitimou milhares de pessoas entre elas o imperador romano Tito.

Peste Negra, 1346-1353A epidemia que devastou a Europa medieval

A mais famosa pandemia da Europa medieval, foi causada pela bactéria Yersinia Pestis que cresce no sangue de ratos.

É disseminada pelas pulgas do rato que picam as pessoas e pelo contágio entre seres humanos. A bactéria atinge o sistema linfático e provoca o aparecimento de um abcesso inflamatório que era chamado de “bubão”, daí o nome “peste bubônica”.

Se a bactéria não atingir a corrente sanguínea e o pulmão, o doente tem alguma chance de se curar.

Quando a bactéria atinge a corrente sanguínea, onde se múltipla com rapidez, o doente pode morrer em 14,5 horas, antes mesmo de aparecer um bubão.

Se atingir a circulação sanguínea periférica e os vasos capilares, produz pequenas hemorragias sob a pele formando manchas escuras.

Atingindo o pulmão, o doente expectora sangue e morre em menos de dois dias.

Os fatores de pressão da peste foram a guerra na Criméia e as rotas de comércio.

A doença chegou a Constantinopla em maio de 1347 levada por uma frota genovesa.

A cidade foi logo contaminada.

A frota seguiu depois para Sicília, onde causou outro surto, e daí aportou em Marselha, no sul da França, em novembro de 1347.

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A doença rapidamente se espalhou pela Europa matando cerca de 20 a 25 milhões de pessoas.

As 7 pandemias de cólera, século XIX

Entre 1816 e 1826, a cólera-morbo varreu a Ásia e a Europa. Esta foi a primeira de sete pandemias de cólera durante os séculos XIX e XX, com a sétima originada na Indonésia em 1961. Além disso houve muitos surtos de coléria, como o de 1991-1994 na América do Sul e mais recentemente o de 2016-2020, no Iêmen.

A primeira pandemia (1816-1826) começou em Calcutá, na Índia e se espalhou por todo o sudeste da Ásia até o Oriente Médio, leste da África e costa do Mediterrâneo. Matou centenas de milhares de pessoas incluindo soldados e funcionários britânicos – fato que atraiu a atenção europeia para a doença que, até então, era endêmica na região do rio Ganges.

Acredita-se que o movimento do exército e da marinha britânicos tenha contribuído para o alcance da pandemia, transportando a epidemia para o Nepal, Afeganistão, Indonésia, África, norte da China e Japão.

A segunda pandemia de cólera (1829-1851) disseminou-se da Índia para a Ásia. Espalhou-se na Rússia durante a invasão de Moscou em 1830. Os soldados russos levaram a doença para a Polônia em fevereiro de 1831. Um relatório apontou 250 mil casos de cólera e 100 mil mortes na Rússia.

A pandemia chegou à Grã-Bretanha em dezembro de 1831 transportada por passageiros de um navio do Báltico. Em Londres, a doença matou 6.536 vítimas; em Paris, 20.000 morreram (de uma população de 650.000) chegando a 100 mil mortes em toda a França.

Em 1832, a epidemia chegou ao Canadá (Quebec, Ontário e Nova Escócia) e aos Estados Unidos (Nova York e Detroit). Em meados daquele ano, 57 passageiros irlandeses de um trem a caminho da Filadélfia morreram durante a viagem.

A terceira pandemia de cólera (1852-1860) fez praticamente o mesmo percurso matando 1 milhão de pessoas só na Rússia.

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A comunidade médica acredita, então, que a cólera é uma doença exclusivamente humana, espalhada por diversos meios de viagem e transmitida através de águas mornas e alimentos contaminados por rios e águas contaminadas por fezes.

A falta de tratamento das fezes humanas e a falta de tratamento da água potável facilitam muito a sua disseminação.

No final do século, particularmente entre 1879-1883, ocorreram grandes avanços científicos para o tratamento da cólera: a primeira imunização por Pasteur, o desenvolvimento da

primeira vacina contra a cólera e a identificação da bactéria Vibrio cholerae por Filippo Pacini e Robert Koch.

1. A pandemia “Gripe Espanhola”, 1918-1920

Foi uma pandemia causada pelo vírus da gripe H1N1, invulgarmente mortal que infectou e matou milhões de pessoas em todo o mundo, especialmente adultos jovens, tornando-se uma das pandemias mais mortais da história da humanidade.

Discute-se ainda sobre a origem da pandemia. Os documentos oficiais e os relatórios epidemiológicos não são confiáveis. Durante a guerra, os chefes militares da Alemanha, Reino Unido, França e Estados Unidos esconderam ou minimizaram os relatos de doenças e mortalidade para manter o moral dos exércitos. A Espanha, contudo, neutra na guerra e sem motivos para manter o segredo militar, foi a primeira a mencionar publicamente a doença, até porque seu rei Afonso XIII contraiu a doença. Isso criou a falsa impressão da Espanha ter sido o centro disseminador dando origem ao apelido da pandemia “gripe espanhola”

Diferentes hipóteses foram feitas sobre o assunto, sendo as principais as que indicam como local de origem Kansas ou Boston, nos Estados Unidos, e bases militares britânicas e francesas para onde foram convocados 96 mil trabalhadores chineses.

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As condições de guerra, como a desnutrição, acampamentos e hospitais superlotados e a falta de higiene contribuíram para a superinfecção bacteriana. Os modernos sistemas de transporte facilitaram a disseminação da doença por soldados, marinheiros e viajantes civis.

Uma estimativa de 1991 indica 25-39 milhões de pessoas mortas. Uma estimativa de 2005 calcula entre 50 milhões de mortos (menos de 3% da população global) e 100 milhões (mais de 5%). Seja como for, as mortes atingiram populações urbanas e rurais dos países desenvolvidos e até mesmo povos nativos como comunidades inteiras de Inuítes no Alasca.

Em poucos meses, vírus H1N1 espalhou-se por vários países e continentes simultaneamente. No Brasil, cerca de 300 mil pessoas morreram, incluindo o presidente Rodrigues Alves, recém-eleito que sequer chegou a tomar posse.

Hospital no Kansas, Estados Unidos, durante a epidemia de “Gripe Espanhola” em 1918.

Os sintomas do H1N1 eram incomuns causando, inicialmente, muitos diagnósticos incorretos da gripe como dengue, cólera ou febre tifoide. Uma das complicações da gripe era a hemorragia das mucosas, especialmente do nariz, ouvido, estômago e intestino. A maioria das mortes, contudo, ocorreu por pneumonia bacteriana, uma infecção secundária comum associada à gripe.

Entre as vítimas famosas atingidas pela “gripe espanhola” estão: o presidente americano Woodrow Wilson, o poeta francês Guillaume Apollinaire e o escritor francês Edmond Rostand, o artista austríaco Egon Scheile e o economista e sociólogo alemão Marx Weber. E o avô do atual presidente, Donald Trump.

Quase um século depois, a gripe H1N1 voltou: foi a PANDEMIA DE GRIPE SUÍNA (2009-2010). Descrita pela primeira vez em abril de 2009, o vírus parecia ser uma nova cepa do H1N1, resultado de uma combinação tripla de vírus de aves, suínos e gripe humana. No total, 187 países registraram casos. Estima-se que contraíram a doença cerca de 700 milhões a 1,4 bilhões de pessoas, 11-21% da população global (de cerca de 6,8 bilhões). O fim da pandemia foi decretado pela OMS em agosto de 2010.

A pandemia do HIV / AIDS, 1981 até hoje

https://oglobo.globo.com/sociedade/cientistas-descobrem-caminho-para-eliminar-hiv-totalmente-do-corpo-24204662

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Alerta: cinco casos de pneumocistose, uma doença extremamente rara, foram diagnosticados em Los Angeles. Em 1983, o vírus HIV (sigla em inglês para Human Immunodeficiency Vírus, “vírus da imunodeficiência humana”) foi descoberto e identificado como a causa da AIDS (sigla para acquired immunodeficiency syndrome, “síndrome da imunodeficiência adquirida”), nome dado à doença em julho de 1982.

A AIDS é uma doença infectocontagiosa que leva à perda progressiva da imunidade do corpo humano. O vírus HIV é transmitido através de relações sexuais sem o uso de preservativo (incluindo sexo anal), pelo contato com sangue infectado (transfusões de sangue, agulhas hipodérmicas) e de forma vertical, isto é, a mulher infectada para o filho durante a gravidez, parto ou amamentação. Não há certeza se o sexo oral é capaz de transmitir a doença, mas existem relatos de pessoas que se infectaram ao engolir esperma, não estava restrita à comunidade homossexual.

O caso mais antigo e bem documentado de HIV em humanos remonta a 1959, em Kinshasa, capital da República Democrática do Congo República Democrática do Congo. Há evidência de que caçadores e vendedores de animais silvestres se infectaram com o SIV (vírus da imunodeficiência símia). Acredita-se que várias transmissões de pessoa para pessoa desse vírus, em rápida sucessão, permitiram que o vírus se adaptasse aos seres humanos transformando-se em HIV e, daí se espalhasse por toda a sociedade.

Uma outra hipótese afirma que práticas médicas inseguras na África após a Segunda Guerra Mundial, como a reutilização de seringas não esterilizadas durante programas de vacinação em massa, uso de antibióticos e de campanhas de tratamento antimalária, foram os vetores iniciais que permitiram que o vírus se espalhasse e se adaptasse aos seres humanos.

Um dos primeiros casos de AIDS entre famosos aconteceu com ator estadunidense Rock Hudson, diagnosticado em 1984, que morreu em outubro de 1982. O cantor britânico Freddie Mercury, vocalista da banda Queen, diagnosticado com HIV positivo em 1987, faleceu em novembro de 1991 de uma doença relacionada à AIDS. O tenista Arthur Ashe, heterossexual, foi contaminado por transfusões de sangue durante uma cirurgia cardíaca vindo a falecer em fevereiro de 1993.

O jogador de basquete Magic Johnson anunciou em 1991 que estava infectado. Desde então, tornou-se um porta-voz do sexo seguro e da prevenção contra o HIV. Ele criou a Fundação Magic Johnson, que busca auxiliar as pessoas no combate à doença.

No Brasil, entre os casos de AIDS mais famosos estão o do cantor Cazuza que, em 1988, assumiu em rede nacional que estava com AIDS e morreu em decorrência da doença em 1990; o cantor Renato Russo, ex-integrante da banda Legião Urbana, HIV positivo desde 1989, morreu em 1996 aos 36 anos; o sociólogo Herbert José de Sousa, conhecido como Betinho contraiu AIDS em 1986 em uma transfusão de sangue a que era obrigado a se submeter periodicamente devido à hemofilia, e veio a falecer em 1997; seu irmão, o cartunista Henrique se Souza Filho, conhecido como Henfil, também hemofílico, teve o mesmo destino, falecendo em 1988.

Desde a sua descoberta na década de 1980, a AIDS causou a morte de aproximadamente 30 milhões de pessoas (até 2009). Depois do pico em 2004, com 1,7 milhão de mortes, a doença

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reduziu o número de mortes para 1,2 milhão em 2010, e 770 mil em 2018 (dados da Unaids). O número de infecções tem caído, mas ainda é preocupante, em 2018 foram registradas cerca de 1,7 milhão de novas infecções por HIV. Contudo, neste mesmo ano, havia 37,9 milhões de pessoas portadoras de HIV sendo que 20% delas (8,1 milhões) não sabiam que estavam

vivendo com o vírus (dados da Unaids).

Apesar de ainda não existir uma cura definitiva ou uma vacina, o tratamento antirretroviral pode retardar o desenvolvimento da doença e elevar a expectativa de vida do portador do vírus. O medicamento, contudo, é de alto custo provoca diversos efeitos colaterais.

O uso da camisinha nas relações sexuais é a forma mais eficaz de prevenção da aids. Também é imprescindível usar somente seringas descartáveis. Gestantes devem obrigatoriamente fazer o teste de HIV durante o pré-natal.

Epidemia de Ebola, 2007 e 2013-2016

A doença do vírus Ebola, também conhecida como febre hemorrágica do Ebola. Acredita-se que os morcegos sejam os portadores, capaz de espalhar o vírus sem serem afetados por eles. O vírus se propaga através do contato direto com fluídos corporais como saliva, excremento e sangue de humanos infectados ou outros animais. Os sintomas começam entre dois dias e três semanas após a contaminação: febre, dor de garganta, dor muscular, dores de cabeça, vômitos, diarreia, erupção cutânea, sangramento interno e externo.

A doença tem um alto risco de morte, matando em média 50% dos infectados e, geralmente, ocorre entre 6 a 16 dias após o aparecimento dos sintomas.

A doença foi identificada pela primeira vez em 1976, em dois surtos simultâneos: um em Nzara, cidade ao sul do Sudão, e outro em Yambuku (República Democrática do Congo), uma vila perto do rio Ebola, do qual a doença leva o nome.

Os surtos de Ebola ocorrem intermitentemente nas regiões tropicais da África Subsaariana. Entre 1976 e 2013, a Organização Mundial da Saúde registrou 24 surtos envolvendo 2.387 casos com 1590 mortes. O maior surto até o momento foi a epidemia da África Ocidental, entre dezembro de 2013 e janeiro de 2016, com 28.646 casos e 11.323 óbitos. Novos surtos

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ocorreram em 2016, 2017, 2018 e 2019 – ano em que a Organização Mundial da Saúde declarou o surto de Ebola no Congo uma emergência mundial de saúde.

Pandemia de Coronavírus SARS, 2002-2004

Países infectados pela SARS em 2001-2003: em preto, países com mortes confirmadas; em vermelho, países com infecções confirmadas; em cinza, países sem casos confirmados.

O surto de SARS (sigla em inglês de síndrome respiratória aguda) de 2002-2004 teve origem na província de Guangdong, na China, na fronteira com Hong Kong, em novembro de 2002. Um agricultor internado no Hospital Memorial Sun Yat-sen, em Guangzhou, infectou 30 enfermeiros e médicos. O Dr. Liu Jianlum, médico que tratou do paciente, ainda desconhecendo a doença, participou de uma festa de casamento em família e viajou para Hong Kong onde chegou doente e foi hospitalizado. Ele morreu na UTI em 4 de março de 2003. O vírus logo se espalhou para hospitais próximos.

Inicialmente, o governo chinês desencorajou a imprensa de noticiar a SARS, atrasou a comunicação à Organização Mundial de Saúde, e nem forneceu informações aos chineses.

A doença começou a se espalhar rapidamente nos países vizinhos. Em 12 de março de 2003, a Organização Mundial da Saúde, emitiu um alerta global sobre uma nova doença infecciosa de origem desconhecida no Vietnã e Hong Kong. Três dias depois, outro alerta, sobre uma pneumonia misteriosa chamada SARS em Cingapura e Canadá.

Em 15 de março, a OMS emitiu um alerta de saúde global aumentado sobre uma pneumonia misteriosa com uma definição de caso de SARS após a identificação de casos em Cingapura e Canadá. A partir de então, a situação evoluiu rapidamente com medidas radicais: isolamento e quarentena de doentes, fechamento de escolas, lojas, agências bancárias, restaurantes, mercados, bares, universidades etc.

A SARS é causada pelo coronavírus SARS-CoV, identificado pelo médico e microbiologista italiano Carlo Urbani, da organização Médicos Sem Fronteira. Ele mesmo contraiu a doença vindo a falecer em 29 de março de 2003, após dezenove dias de isolamento. Antes de morrer, ele pediu aos médicos que vieram da Alemanha e da Austrália para coletarem os tecidos de seus pulmões e usá-los para pesquisas.

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A pandemia atingiu além da China, Hong Kong, Taiwan, Cingapura, Vietnã, Filipinas, Canadá, Estados Unidos e, com menor incidência Alemanha, França, Suécia, Suíça, Reino Unido, Itália, Austrália e Nova Zelândia.

Fonte HAYS, J.N. Epidemics and pandemics. Their impacts on Human History. Austin, Texas: Fundação Kahle, 2005

Peste Negra: a epidemia que devastou a Europa medieval

GIBBENS, Sarah. What wiped out the Aztecs? Scientists find new Clues. 16 Jan 2018.

STUTZ, Bruce. Megadeath in Mexico. Discover Magazine. 20 fev 2009.

GIBSON, Charles. The Aztecs under Spanish rule. A History of the Indians of the Valley of Mexico, 1519-1810. California, Stanford University Press.

DNA confirms cause of 1665 London’s Great Plague. BBC News, set 8, 2016.

DUCHÊNE, Roger; CONTRUCCI, Jean. Marseille: 2600 ans d’histoire. Paris: Fayard, 1998.

Cholera’s seven pandemic. CBC News, Techonology & Science, 9 maio, 2008.

Grippe espagnole de 1918: conséquences démographiques à long terme. Institut Pasteur, Paris.

How the US Army infected the world with Spanish Flu. 28 fev 2018.

UNAIDs Data 2019. Data 2019.

The early spread and epidemic ignition of HIV-1 in human populations. Science. 3 out 2014.

Wikipédia (inglês). Lista de epidemias do século V a.C. ao XXI

Sugestões de filmes sobre Epidemias:1. A Gripe Espanhola – Documentário

https://youtu.be/7JK6i51WOBw 2. Gripe Espanhola: a Pandemia que Varreu o Mundo em 1918 https://youtu.be/QylAltkkiOg 3. A Peste Negra na Idade Média - Documentário History Channel Brasil

https://youtu.be/L2-HoovP-Dk4. EPISÓDIO COMPLETO | PANDEMIA | HISTORY https://youtu.be/YR6f2dliJdM 5. Filme Contágio – Completo Dublado em Português

https://youtu.be/Ekn6p3cxgOc

Entrevistas sobre Epidemias: Em 1918, único evento público durante epidemia provocou mais de 4.500 mortes na

Filadélfia https://g1.globo.com/mundo/noticia/2020/03/21/em-1918-unico-evento-publico-durante-epidemia-provocou-mais-de-4500-mortes-na-filadelfia.ghtml

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“A epidemia do coronavírus era evitável” https://brasil.elpais.com/ciencia/2020-03-18/a-epidemia-do-coronavirus-era-evitavel.html Quem minimiza a situação do coronavírus é um irresponsável https://youtu.be/R20MG63Ju3M

Atividades FASE VIII

1. Com base nos infográficos abaixo e informações obtidas através do texto, responda as questões abaixo:

a) O que é mostrado no gráfico de 1918? Quais são as regiões e períodos abordados?b) O que ocorreu com o número de infectados segundo o gráfico de 1918?c) No gráfico da Covid-19, temos duas curvas. O que elas mostram? O que podemos

concluir ao compará-las?d) Quais são as semelhanças e diferenças entre as pandemias de 1918 e 2020?