Smartphones

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GADGETS 12 13 SMARTPHONES 13 © FOTOS MARCELO KURA ara curtir ao máximo as férias em Salvador, a publicitária Fernanda Vanzelli, de 30 anos, desembarcou na capital baiana com seus dois companheiros de todas as horas, o namorado Alexandre “Nani” Dias, músico de 30 anos, e o seu Black- Berry Curve. Entre uma rodada de camarão e outra, um rápido bate-papo no MSN pelo smartphone com colegas a quilômetros de distância. Antes de mais uma cerveja gelada, checagem nos e-mails usando o acesso à inter- net por Wi-Fi do restaurante. No Pelourinho, uma paradi- nha para enviar uma foto aos amigos tirada do local com o próprio BlackBerry. Mas o celular de Fernanda não é só para lazer. O mesmo aparelho que guarda a lista de contatos de amigos e fotos do namorado é usado como um rádio Nextel para resolver pendências do trabalho e P SMARTPHONES Os telefones recheados de recursos estão virando os companheiros favoritos de quem não se contenta apenas em falar no celular SÉRGIO VINÍCIUS

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Reportagem para a Info Gadgets

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SMARTPHONES

13© FOTOS MARCELO KURA

ara curtir ao máximo as férias em Salvador, a publicitária Fernanda Vanzelli, de 30 anos, desembarcou na capital baiana com seus dois companheiros de todas as horas, o namorado Alexandre “Nani” Dias, músico de 30 anos, e o seu Black-

Berry Curve. Entre uma rodada de camarão e outra, um rápido bate-papo no MSN pelo smartphone com colegas a quilômetros de distância. Antes de mais uma cerveja gelada, checagem nos e-mails usando o acesso à inter-net por Wi-Fi do restaurante. No Pelourinho, uma paradi-nha para enviar uma foto aos amigos tirada do local com o próprio BlackBerry. Mas o celular de Fernanda não é só para lazer. O mesmo aparelho que guarda a lista de contatos de amigos e fotos do namorado é usado como um rádio Nextel para resolver pendências do trabalho e

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SMARTPHONESOs telefones recheados de recursos estão virando os companheiros favoritos de quem não se contenta apenas em falar no celular

SÉRGIO VINÍCIUS

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marcar seus afazeres na espertíssima agen-da do BlackBerry. Por isso, a publicitária não desgruda do aparelhinho tão útil na sua vida pessoal e profi ssional por nada. “Uso o dia inteiro. Meu namorado diz que esse é um dos meus piores defeitos. Até quando vou dormir, deixo o smartphone ao alcance da mão”, afi r-ma, dando pista que tamanho apego ao celu-lar chega a incomodar Nani.

O músico está longe de ser um fanático por celulares e gadgets. Longe mesmo, a ponto de confessar que a escolha do seu ce-lular, um N85, da Nokia, não foi motivada por nenhum recurso em especial, mas apenas pelo tamanho do modelo. “Depois de perder o quinto celular, percebi que meu problema era com aparelhos muito pequenos. Ou es-quecia onde tinha colocado, ou deixava cair, ou pisava neles. Então, decidi arrumar um celular grande.” Seis meses com o N85 não transformaram Nani num apaixonado pelo aparelho da Nokia ou por tecnologia. Ele con-tinua usando o telefone basicamente para falar. Mas está satisfeito com ele, especial-mente pela câmera fotográfi ca capaz de cli-car em 5 MP do N85, seu recurso favorito.

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© FOTO 1 RAFAEL CUSATO 2 JAIR MAGRI 15

NOVO MERCADOApesar das relações bem diferentes que mantêm com seus celulares, Fernanda e Nani personifi cam duas massas de usuários que estão mudando a cara do mercado de telefonia móvel no Brasil.

Assim como a publicitária, cada vez mais gente não se contenta em ter um telefone só para conversar. É a turma que está trocando os celulares simples, com recursos esparta-nos, por aparelhos mais sofi sticados, inteli-gentes e repletos de funções. Com isso, os smartphones, os telefones com conexões ve-lozes pelas redes 3G ou por Wi-Fi para navegar na internet, enviar e-mails e papear no MSN e que permitem a instalação de aplicativos de todos os tipos, inclusive muitos joguinhos, es-tão mais desejados do que nunca.

Além deles, muitas pessoas insensíveis aos apelos tecnológicos e sem necessidade deles na vida profi ssional, como o músico Nani, estão se rendendo a aparelhos que, mesmo não sen-do smartphones por defi nição, mandam muito bem em tarefas específi cas. É o caso dos ce-lulares que dão show fotografando, fi lmando ou substituindo o MP3 player e o navegador GPS.

Enquanto Fernanda Vanzelli faz tudo pelo BlackBerry, Alexandre Dias só quer saber de falar e fotografar com seu N85

Na visão de Rodrigo Ayres, gerente de produto de celular da LG, essa mudança no perfi l dos consumidores está acontecendo naturalmente. De acordo com o executivo, antigamente, quem procurava por smartpho-nes eram majoritariamente executivos que precisavam estar conectados em tempo integral. “Com a popularização das redes sociais, consumidores comuns buscam es-ses aparelhos.” Ayres faz coro com outros porta-vozes da indústria, que acreditam que o mercado muda graças à popularização da tecnologia e não por uma ação em massa de fabricantes ou operadoras. Mas admite que a redução dos preços e o incentivo que as operadoras vêm oferecendo para a aquisição de pacotes de dados infl uenciam na maior procura pelos smartphones.

Loredana Mariotto, diretora de marketing de produtos móveis da Motorola para a Amé-rica Latina, defende que, como o mercado já está maduro, é fácil alcançar novos con-sumidores. “Com um mercado adulto, que já exibe 90% de penetração, o consumidor passa a trocar seus celulares por modelos atuais ou mais sofi sticados”, diz a executiva.

“Existe hoje uma demanda de públicos diver-sos por celulares com alta tecnologia, como acesso rápido à internet e a e-mails pesso-ais e corporativos, Wi-Fi, tela ampla etc.”

SMARTPHONES NA CLASSE C Quando Loredana fala em públicos diversos, estão incluídos aí usuários de menor poder aquisitivo apaixonados por smartphones. Sem dinheiro para comprar um aparelho de marca, é comum esses consumidores recor-rerem aos aparelhos genéricos, encontrados no comércio informal de eletrônicos das principais capitais. Tudo para ostentar com orgulho celulares com recursos como tela sensível ao toque.

Para encarar pelo menos seis horas diá-rias dentro do metrô, do trem e do ônibus, o auxiliar administrativo Diego César Lei-te Rosa, de 20 anos, tem como aliado seu celular multifunção sem marca conhecida. Responsável pelo leva e traz de documentos de um escritório de contabilidade no centro de São Paulo, ele usa o aparelho para se distrair enquanto está no transporte públi-co. “Gosto de ouvir pagode e acompanhar

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Custa quanto fala

© FOTOS 1 JAIR MAGRI 2 MARCELO KURA 17

Os namorados Érika Caramello e Guilherme Tsubota dividem um iPhone e um N95

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O iPHONE PEGA NO BATENTEPara muitos fãs do iPhone, instalar e desins-talar programinhas, tanto os úteis como as bobagens divertidas, acaba sendo algo irre-sistível. Não é exagero apontar essa caracte-rística, ao lado da interface amigável, da espe-tacular tela multitoque e das funções de iPod, como uma das razões do sucesso do iPhone.

Mas o iPhone não é exclusivamente sinôni-mo de diversão. O telefone da Apple também pode ser uma ferramenta de trabalho efi caz. André Jaccon, de 30 anos, arquiteto de sof-tware e dono de um iPhone 3G de 8 GB há um ano, sabe bem disso. “O meu smartphone é um companheiro para o dia a dia profi ssional. Em mais de uma ocasião, tive de sair de uma reunião para entrar remotamente em um ser-vidor e resolver um problema”, conta.

Para Jaccon, a instalação de programas é um tremendo diferencial. “Os aplicativos oferecem diversas funcionalidades, desde jogos até clientes de acesso a computado-res remotos”, diz. “Utilizo vários programas. Os mais comuns são o de e-mail, o browser para acesso à internet, a agenda de com-promissos, o MP3 player e o aplicativo de

suporte quando estou desenvolvendo ou re-visando algum projeto.”

Apesar da versatilidade cada vez maior dos smartphones, a escolha do aparelho mais pró-xima do ideal deve ser feita tendo em vista a sua principal utilização. Especialmente quando a fi nalidade primordial for o trabalho. O execu-tivo da área de segurança Eduardo Cestari, de 31 anos, teve de adquirir dois smartphones para suprir suas necessidades. Primeiro, com-prou um BlackBerry com rádio da Nextel. “A intenção era proporcionar uma maior agilidade na comunicação com a empresa e no recebi-mento de e-mails e orçamentos”, afi rma Ces-tari. Meses depois, veio o MotoQ, da Motoro-la, habilitado pela Vivo. “Tive de adquirir esse segundo smartphone para atender à defi ciên-cia do outro telefone nas áreas não cobertas pela Nextel. A Vivo tem uma abrangência bem maior no território nacional”.

Cestari ainda detecta alguns pequenos pro-blemas nos dois aparelhos, apesar de, no ge-ral, estar satisfeito. De acordo com o executivo, o que falta em ambos é uma maior velocidade de conexão com a internet. Os downloads são lentos, pois nenhum dos modelos é 3G.

as notícias sobre o Corinthians pela TV”, diz. Economizando parte do seu salário de 900 reais, Diego comprou o telefone por 400 re-ais. “Não vivo sem tecnologia”, diz.

FACILIDADE DE USO É TUDOPara deixar seus smartphones mais seduto-res para todos os públicos, os fabricantes têm apostado em características como tela sen-sível ao toque e sistemas operacionais mais fáceis de usar. Inclusive para a personalização com a instalação de programinhas no celular.

“A Motorola tem celulares que permitem ao usuário estar sempre conectado ao mun-do virtual. Em um deles, todos os contatos, conversas, links e fotos postados nas redes sociais podem ser vistos em tempo real. Da mesma forma, todas as atualizações de ami-gos nas redes sociais podem ser visualizadas simultaneamente”, diz a executiva da empre-sa. “Tudo é organizado de forma simples. Não é necessário abrir e fechar aplicativos, brow-ser ou vários menus, pois tudo é feito na tela principal do celular”, completa Loredana.

Ayres também confi rma a preocupação da LG com o desenvolvimento de interfaces mais

amigáveis. “Realizamos pesquisas de usabili-dade para desenvolver interfaces mais intuiti-vas, desmistifi cando o uso diário da tecnologia e permitindo que ela se ajuste à vida do usuá-rio, em vez de forçá-lo a se adaptar a ela”, diz.

APLICATIVOS EM ALTAOs namorados Guilherme Tsubota, de 31 anos, desenvolvedor de games, e Érika Caramello, 33 anos, publicitária, dividem dois aparelhos, um N95, da Nokia, e um iPhone, da Apple. No dia a dia, Tsubota usa o iPhone. Ela, o N95. En-tretanto, é ele quem resolve todos os pepinos com o smartphone da companheira. “Eu insta-lo programas, apago outros e confi guro o N95 de acordo com o que ela deseja. Eu trabalho enquanto ela fi ca na rede”, brinca Tsubota.

O que mais agrada a Érika no telefone são as funções que aproveitam a conexão veloz à internet. “Navego na web, acesso o e-mail e aplicativos online, como os do Google, e alguns para acesso ao Twitter. Esses são os que mais me tomam atenção”, conta a publi-citária. “Outra função que me agrada bastan-te é a possibilidade de utilização do celular como modem para meu notebook.”

A instalação de aplicativos no celular, ta-refa que Érika prefere deixar a cargo do na-morado, é justamente um dos aspectos que vêm ganhando importância para muita gente na escolha de um novo aparelho. Tanto que, seguindo os passos da Apple, os grandes fa-bricantes de celular e as empresas respon-sáveis por sistemas operacionais para celu-lar populares, como o Android e o Windows Mobile, criaram suas lojas de aplicativos.

Essas lojas são locais da internet onde o usuário encontra programas e jogos para bai-xar e instalar nos aparelhos, muitas vezes sem gastar nada. Fora o custo da conexão com o serviço, se ela for feita pela rede celular. A grande sacada da Apple foi integrar o acesso a esses repositórios ao sistema operacional do smartphone. Assim, em vez de abrir o bro-wser e sair caçando sites com programinhas para celular, só é preciso selecionar um ícone para entrar no acervo de aplicativos e sair bai-xando o que encontrar pela frente.

PlanosHTC TOUCH DIAMOND LG GW620

ERICSSONIPHONE 3GS 16G

600 min(280 reais/mês) 0 real 199 reais 1 049 reais

120 min(105 reais/mês) 349 reais 749 reais 1 599 reais

Pré-pago 699 reais Não disponível Não disponível

Os smartphones estão com preços em queda, mas não dá para dizer que fi caram baratos. Alguns saem até “de graça”. Mas não pense que é fácil ganhar de mão beijada um aparelho que, normalmente, custaria cerca de 1 000 reais. O privilégio é reservado para clientes de planos de voz com mensalidades pesadas. Veja quanto varia o preço de três smartphones.

9,90 reaisÉ o valor da assinatura mensal do plano de dados com franquia de 100 MB da TIM. Na Claro e na Vivo os mais baratos começam em 9,90 reais (10 MB) e 20 reais (50 MB), respectivamente

HTC TOUCH

FONTE: www.lojatim.com.br

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O smartphone é companheiro de trabalho de Eduardo Cestari (acima) e André Jaccon

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O QUE NÃO PODE FALTARTendo em mente qual será a principal fi na-lidade do celular, a dica para facilitar a pro-cura pelo modelo mais adequado é começar montando uma lista de itens que não podem faltar no aparelho.

Quem pretende navegar na internet com frequência e trocar e-mails com arquivos ane-xados, deve fazer questão de conexão por 3G. A menos que você esteja preparado para fi car esperando agonizantes segundos para o browser carregar cada página visitada. O ideal é que o modelo também tenha Wi-Fi, o que permite usar a internet em alguns locais sem pagar as nada amigáveis tarifas de trá-fego de dados das redes 3G. Os smartpho-nes com telas grandes e sensíveis ao toque são os favoritos dos internautas de celula-res. Afi nal, é mais fácil ir direto com o dedo sobre um link do que usar um botão para movimentar o cursor pela tela até o item de-sejado. Os teclados completos, aqueles que imitam a disposição de letras dos teclados de computadores, são interessantes para quem troca muitos e-mails e mensagens por SMS, MSN, Twitter, orkut, Facebook e cia.

Quer fazer do celular um substituto do MP3 player, da câmera fotográfi ca ou do na-vegador GPS? Então é vital priorizar alguns pontos bem específi cos. No papel de player de música, além de uma boa qualidade de som e de conector para fones de ouvido com plugue P2, é bom que o aparelho tenha bastante memória. Ou pelo menos aceite cartões de memória de alta capacidade, su-perior a 16 GB. Assim você pode carregá-lo com várias coleções de álbuns em MP3 des-preocupadamente.

Para fotos, o principal mesmo é a resolu-ção das câmeras. Existem no Brasil apare-lhos que fotografam em até 12 MP e trazem todas as funções de uma câmera compacta. Só que normalmente eles deixam a desejar em outras tarefas, como a instalação de pro-gramas. Por outro lado, existem vários smar-tphones bem completos e com câmeras de 5 MP, o que não é nada mau.

Já quem pretende fazer do smartphone um co-piloto precisa fi car muito atento ao que vem instalado no aparelho. Possuir GPS não signifi ca que o telefone faz o papel de navegador, indicando em tempo real quais

manobras devem ser feitas para chegar a um endereço. Isso é possível apenas quando o smartphone tem, além da antena de GPS, um software de navegação com mapas de ruas do Brasil. Não são todos os smartpho-nes com GPS que saem da loja com esse tipo de programa.

Para uso profi ssional, além de uma exce-lente conectividade com a internet, principal-mente para mensagens, a integração entre rádio (Nextel) e telefone convencional me-rece ser considerada. Especialmente para quem trabalha em equipe e mantém linha direta com os companheiros. Nesse caso, o custo da comunicação por voz via rádio é muito mais vantajoso. Outro aspecto rele-vante é a capacidade de editar documentos do Offi ce, como textos do Word, planilhas do Excel e apresentações do PowerPoint, e uma boa agenda de contatos.

Agora que você está pronto para escolher um smartphone ou um celular avançado com a sua cara, confi ra nas páginas seguintes uma seleção de modelos testados por Gad-gets INFO. São 16 aparelhos para todos os gostos, necessidades e estilos. Confi ra!

Lojas de aplicativosQuer baixar programas direto para o smartphone? Para isso existem lojas ofi ciais específi cas para os sistemas operacionais mais populares. Só é preciso checar se o aparelho é compatível e quais sãos as limitações para usuários brasileiros.

App Storewww.apple.com/br/iphone/apps-for-iphonePossui mais de 100 mil aplicativos dos mais variados tipos. Só a seção de games é fechada para o público brasileiro.

Android Market www.android.com/marketTem mais de 20 mil programas para smartphones de variados fabricantes, mas só os gratuitos são liberados.

Ovi (Nokia)store.ovi.comDos mais 6500 aplicativos para aparelhos com sistema operacional Symbian, só os gratuitos estão disponíveis

Windows Marketplace for Mobilemarketplace.windowsphone.comJá vem integrada aos smartphones com Windows Mobile 6.5 e traz 20 mil programas, sendo uns 200 para nós

BlackBerry App Worldappworld.blackberry.com/webstoreNa loja ofi cial dos BlackBerrys, brasileiros só baixam os programas gratuitos dos 2 mil encontrados por lá

LG Application Storebr.lgapplication.comCom mais de 3 mil aplicativos, não tem restrições. Mas só há downloads para os poucos aparelhos da marca com Windows Mobile

Samsung Application Storewww.samsungapps.comA versão nacional estreou recentemente, mas só possui um aparelho compatível (Omnia II)

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