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Situação Epidemiológica da Dengue no Estado do Acre Em 2016, foram notificados 8.425 casos suspeitos de dengue no Estado do Acre, desses, 1.140 (14%) foram confirmados, 6.209 (74%) descartados, 135 (2%) estão em investigação, aguardando confirmação ou descarte 941 (11%) foram encerrados como inconclusivos por terem excedido o tempo oportuno de encerramento (60 dias). Até o momento não há registro de óbitos por Dengue. No mesmo período, em 2015 foram notificados 12.253 casos suspeitos, destes, 4.719 (39%) foram confirmados, 6.866 (56%) descartado, 668 (5%) estão como inconclusivos. Observa-se então, uma redução de 31% nas notificações no Estado. (gráfico 01) Fonte: sinanonline 11.10.2016 Dengue Descartado Inconclusivo Em investigação 2015 4.719 6.866 668 0 2016 1.140 6.209 941 135 0 1.000 2.000 3.000 4.000 5.000 6.000 7.000 8.000 Gráfico 1-Casos suspeitos de Dengue,segundo críterio de classificação.Acre 2015 e 2016* 2015 2016 Informe Técnico n° 22 (Semana epidemiológica 1 a 40 (03/01/2016 a 08/10/2016) *

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Situação Epidemiológica da Dengue no Estado do Acre

Em 2016, foram notificados 8.425 casos suspeitos de dengue no Estado do Acre,

desses, 1.140 (14%) foram confirmados, 6.209 (74%) descartados, 135 (2%) estão em

investigação, aguardando confirmação ou descarte 941 (11%) foram encerrados como

inconclusivos por terem excedido o tempo oportuno de encerramento (60 dias). Até o

momento não há registro de óbitos por Dengue.

No mesmo período, em 2015 foram notificados 12.253 casos suspeitos, destes, 4.719

(39%) foram confirmados, 6.866 (56%) descartado, 668 (5%) estão como inconclusivos.

Observa-se então, uma redução de 31% nas notificações no Estado. (gráfico 01)

Fonte: sinanonline 11.10.2016

Dengue Descartado Inconclusivo Em investigação

2015 4.719 6.866 668 0

2016 1.140 6.209 941 135

0

1.000

2.000

3.000

4.000

5.000

6.000

7.000

8.000 Gráfico 1-Casos suspeitos de Dengue,segundo críterio de classificação.Acre 2015 e 2016*

2015

2016

Informe Técnico n° 22 (Semana epidemiológica 1 a 40 (03/01/2016 a 08/10/2016) *

Comparando os casos notificados de dengue no Estado do Acre, por semana

epidemiológica nos anos de 2015 e 2016, a semana epidemiológica 06/2016 (07/02 a

13/02/2016), apresentou maior número de casos (661), correspondendo a 8% das notificações de

todo o período considerado. Em 2015, o maior número de casos ocorreu na semana

epidemiológica 03/2015 (17/01 a 23/01/2015) com 947 casos (8%). (gráfico 2).

Fonte: sinanonline 11/10.2016

Situação epidemiológica da Dengue por Regional de Saúde

Em 2016, a regional do Baixo Acre/Purus registrou o maior número de casos notificados

(5.700 casos - 68%) em relação ao total do Estado, seguida das regionais do Alto Acre (1.313

casos - 16%) e Juruá/Tarauacá/Envira (1.412 casos - 17%).

No mesmo período em 2015, a regional com maior número de casos notificados/registrados

foi Juruá/Tarauacá/Envira (8.294 casos - 68%), seguida das regionais do Baixo Acre/Purus que

registrou (3.715 casos - 30%) e Alto Acre, que registrou (244 casos - 2%).

Comparando-se o número de casos notificados nas regionais, em 2016 com o mesmo

período de 2015, houve uma redução de 83% dos casos na regional do Juruá/Tarauacá/Envira,

um acréscimo de 53% na regional do Baixo Acre/Purus e acréscimo de 438% na regional do Alto

Acre. (gráfico 3)

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Gráfico 2-Casos suspeitos de Dengue por semana Epidemiologica/Até a SE 40*

2015

2016

Fonte:

sinanonline 11.10.2016

Situação epidemiológica da Febre Chikungunya

Os primeiros casos da Febre de Chikungunya notificados em residentes no município de Rio

Branco foram registrados no ano de 2015. Na época as investigações evidenciaram tratar-se de

casos importados, considerando que os pacientes haviam viajado para áreas com circulação do

vírus Chikungunya. Os primeiros casos autóctones foram confirmados somente em 2016.

No período de janeiro a 11 de Outubro de 2016 (semana epidemiológica 01 a 40) foram

notificados 1.042 casos suspeitos de Febre de Chikungunya no Estado do Acre. Sendo, Rio

Branco, o município a apresentar o maior número de casos (766), correspondendo a 74%. No

mesmo período do ano anterior, foram registrados 04 casos de Febre Chikungunya, todos

notificados no município de Rio Branco. (Gráfico 4)

Regional Baixo Acre/Purus Regional Alto Acre Regional Tarauáca eEnvira

2015 3.715 244 8.294

2016 5.700 1.313 1.412

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9.000Gráfico 3 - Casos suspeitos de dengue, por regional de saúde - Acre,

2015/2016*

2015

2016

Fonte: SINANET/sinan online 11.10.2016

Quando analisamos por semana epidemiológica, o maior número de notificações

ocorreu na semana epidemiológica 10/2016 (06/03 a 12/03/2016) com 77 casos, nas

semanas epidemiológica 11 a 19 (13/03 a 14/05), houve oscilações no número de casos,

apresentando uma queda a partir da semana 25(19/06 a 25/06/2016) (gráfico 5).

Fonte: SINANET/sinan online 11.10.2016

4 41 58 2 5 28 61

3 3 7 13

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6 9 1 35

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Gráfico 04-Casos suspeitos de Febre chikungunya,segundo municipio de residência,Acre 2016.

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Gráfico 05-Casos suspeitos de Chikungunya por semana

Epidemiólogica/2016*.

2016

Situação Laboratorial da Febre Chikungunya

Do total de casos notificados (1.042), foram realizadas 845 coletas. Destas, 395 foram

encaminhadas para o Laboratório de referencia da Região Norte Instituto Evandro Chagas, para

realização de PCR, dos quais, 341 (86%) estão aguardando triagem, 19 (5%) em análises, 02

(1%) aguardando a liberação do resultado e 33 (8%) liberado com resultados não reagente.

As outras 450 amostras foram encaminhadas ao Laboratório Central de Saúde Pública –

LACEN, que realizou sorologias pelo método ELISA IgM. Destas, 14 (3%) indeterminado, 396

(88%) não reagente, 32 (7%) reagente e 8 (2% ) não foram testadas devido o período de coleta

não ser realizada em tempo oportuno, até o 5º dia do inicio dos sintomas.

Durante o surgimento dos primeiros casos de febre Chikungunya, todos os esforços devem

ser realizados com o intuito de alcançar o diagnóstico laboratorial. No entanto, uma vez

estabelecida à transmissão sustentada, nem todos os pacientes necessitarão de confirmação

laboratorial. Reservar a investigação laboratorial, para os casos graves ou com as manifestações

atípicas, o restante dos casos podem ser confirmadas por critério clínico epidemiológico,

observando a presença dos sinais clínicos compatíveis. (Gráfico 6)

LACEN 53%

Instituto Evandro Chagas

47%

Gráfico 6 - Percentual de amostras PCR/Sorologia IgM, de Febre Chikungunya, segundo Laboratório, Acre, 2016.

Fonte: GAL/LACEN/IEC

Situação epidemiológica do Zika vírus

Sobre o vírus Zika, da semana epidemiológica 01 a 40 (03/01/2016 a 08/10/2016), notificou-

se 1.447 casos suspeitos. Destes, foram encaminhadas 473 amostras biológicas ao Laboratório

Central de Saúde Pública (LACEN/AC) e 01 ao laboratório LABCO NOÛS, para diagnóstico. Os

resultados estão assim distribuídos: 24 positivos, 23 negativos e 427 aguardando análise.

Dos 1.447 casos notificados, 973 não foram realizadas coletas, uma vez estabelecida à

transmissão sustentada, nem todos os pacientes necessitarão de confirmação laboratorial, os

restantes dos casos podem ser confirmadas por critério clínico epidemiológico, observando a

presença dos sinais clínicos compatíveis.

Analisando os casos de 2016 por semana epidemiológica, observa-se um acréscimo nas

notificações a partir da semana epidemiológica 05, atingindo um pico na semana epidemiológica

09 (28/02/2016 a 05/03/2016) com 153 casos, nas semanas seguintes houve oscilações no

número de casos, com diminuição a partir da semana 16 (17/04/2016). (gráfico 7)

Fonte: SINANNET 17.10.2016

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50

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1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39

Gráfico 07-Casos Notificados de Zika Vírus por Semana Epidemiologica/Até SE 40* no Ano de 2016.

Fonte:Sinannet 17.10.2016

Observação: A Área de Vigilância epidemiológica alerta os profissionais de saúde para que

fiquem atentos aos sinais e sintomas das três doenças, identificando os casos suspeitos,

notificando-os imediatamente, bem como, para que fiquem atentos aos protocolos de

atendimentos e tratamentos preconizados pelo Ministério da Saúde.

4 2 1 7 1 11 4 3 2 8 13

1325

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Casos Notificados de Zika Vírus por municipio de Residência.Acre 2016.

MICROCEFALIA E/OU ALTERAÇÕES DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL

As notificações de microcefalia no Estado do Acre iniciaram na semana epidemiológica nº48/2015

(Gráfico 08) abaixo. Da semana 48 a 52/2015 foram notificados 11 casos. Em 2016 até a semana

40 (03/01/2016 a 08/10/2016) foram, notificados 43 casos. O acumulado de casos de 2015 e 2016

somam-se 54 casos, desses 50 residem no Estado do Acre, 03 do Estado de Rondônia e 01 caso

do Amazonas. As investigações dos casos importados são de responsabilidade do estado de

origem.

Considerando o número de casos notificados por semana epidemiológica no ano de 2016,

observa-se o maior número na semana 01/2016, registrando 5 casos, com redução nas

notificações nas semanas seguintes.

Dos 50 casos residentes no Estado do Acre, 30 casos foram descartados por investigação

clínica - epidemiológica e/ou laboratorial, 18 estão sob investigação e 02 foram confirmados

(gráfico 09). Dos casos descartados 22 são do município de Rio Branco, 01 de Feijó, 01 de

Tarauacá, 02 de Porto Acre, 01 de Epitaciolândia, 01 de Cruzeiro do Sul e 02 de Sena Madureira.

48 49 50 51 52 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40

2015 2 0 2 3 4

2016 5 4 1 0 3 1 3 1 2 0 4 2 2 3 0 0 2 0 1 0 0 0 1 0 2 1 0 0 0 0 2 0 1 0 0 0 1 0 0 1

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Gráfico 08 - Casos notificados de microcefalia e/ou alterações do Sistema Nervoso Central, por semana epidemiológica, Acre 2015 - 2016.

Dos casos confirmados, 01 apresentou microcefalia com alterações do sistema nervoso central

relacionado ao vírus Zika e foi a óbito e 01 caso com microcefalia e alterações do sistema nervoso

central relacionado à infecção por toxoplasmose. Os casos confirmados foram do município de

Rio Branco, conforme mapa 01.

Fonte: Resp

2

30

18

Gráfico 09 - Classificação final dos casos de microcefalia notificados no Estado do Acre, 2015 e 2016.

Confirmado

Descartado

Investigação

Mapa 1 – Casos confirmados de microcefalia e/ou SNC relacionadas ao vírus Zika e a outros agentes infecciosos, segundo município de residência, Acre – 2016.

Fonte: RESP

Analisando o gráfico 10, observa-se que 09 municípios notificaram casos de microcefalia,

sendo que Rio Branco registrou o maior número, (38). A Vigilância Epidemiológica Estadual

orienta os municípios que notifiquem todos os casos de microcefalia que atendam as definições

de casos do Protocolo vigente.

Jordão Rio BrancoPlácido de

CastroFeijó

SenaMadureira

Porto AcreCruzeiro do

SulEpitaciolân

diaBrasileia Tarauacá

Série1 1 38 1 2 2 2 1 1 1 1

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ro d

e c

aso

s

Fonte: RESP * 4 casos importados, sendo 1 de Rondônia e 3 do Amazonas.

Gráfico 10 - Casos notificados de microcefalia, segundo município de residência,Acre -2015 a 2016.

DEFINIÇÕES de Caso de MICROCEFALIA segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS):

MICROCEFALIA: recém-nascidos com um perímetro cefálico inferior a -2 desvios-

padrão, ou seja, mais de 2 desvios-padrão abaixo da média para idade gestacional e

sexo.

MICROCEFALIA GRAVE: recém-nascidos com um perímetro cefálico inferior a -3

desvios-padrão, ou seja, mais de 3 desvios-padrão abaixo da média para idade

gestacional e sexo.

SITUAÇÃO ENTOMOLOGICA

Atualmente, há 19 municípios considerados infestados pelo mosquito Aedes

aegypti, a definição de infestação é realizada de acordo com a disseminação e manutenção dos

focos.

Considerando a situação de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional

(ESPIN) declarada pelo Ministério da Saúde – MS em 12 de novembro de 2015, foi recomendada

a intensificação das ações de combate ao mosquito Aedes aegypti.

Visando à execução de todas as atividades estabelecidas pelo Ministério da Saúde, dentre

elas, a realização de 03 ciclos mensais de visita domiciliar nos meses de fevereiro, março e abril.

Alguns municípios do estado estão realizando as ações juntamente com o exército e a defesa

civil.

Na tabela 1, podemos observar o andamento das atividades nos ciclo de visita domiciliar

nos municípios do Estado do Acre realizados nos meses de janeiro, fevereiro e março. Este

Municípios sem infestação, 03(13,7%)

Municípios infestados, 19( 86,4%)

Mapa 2 – Municípios infestados pelo Aedes aegypti – Estado do Acre, 2016.

acompanhamento é feito através de envio diário de planilhas para alimentação de um sistema

aberto pelo Ministério da Saúde, alguns municípios até o momento não encaminharam

informações para análise pela Sala Estadual de Comando e Controle para enfrentamento do

Aedes aegypti, deixando o sistema sem as devidas informações.

Tabela 1 – Distribuição dos imóveis trabalhados, por municípios de residência, 2016.

Fonte: envio de produção dos municípios

Ações desenvolvidas pela vigilância em saúde/SESACRE

A Secretaria Estadual de Saúde por meio da diretoria de vigilância em saúde tem

intensificado as ações de combate ao Aedes aegypti, mosquito transmissor da Dengue,

Chikungunya e Zika vírus. Fazem parte desta intensificação as parcerias com o Setor de

Humanização da SGA, demais Secretarias Estaduais e Órgãos Federais.

As ações estão sendo desenvolvidas em diversos setores. As atividades são realizadas,

através de dramatização, músicas, palestras e distribuição de panfletos/cartazes chamando a

atenção sobre as formas de transmissão, medidas preventivas e diferenças básicas entre Dengue,

Chikungunya e Zika vírus, o objetivo é formar multiplicadores no combate ao Aedes aegypti.

A vigilância epidemiológica lembra que o combate à Dengue, Zika vírus e Chikungunya é feito por

meio do controle da proliferação do mosquito.

Observação: As três doenças são adquiridas e transmitidas pela picada do mosquito Aedes

aegypti, mais conhecido como mosquito da dengue. A única forma de evitar é com o combate do

mosquito, por meio da eliminação dos criadouros nas casas, no trabalho e nas áreas públicas.

Uma tarefa de todos.

Rio Branco-AC, 19 de Setembro de 2016.

Elaboração

Vigilância epidemiológica da Dengue, Chikungunya e Zikavírus:

Ana Paula da Silva Medeiros

Responsável pelos dados da Microcefalia:

Renata Sonaira Cordeiro Meireles

Responsável pelos dados de Controle de Endemias:

Erika Rodrigues de Abreu

Suziane Barros Alves

Equipe responsável pela revisão:

Antônia Zacarias Campêlo

Ana Paula da Silva Medeiros.

Renata Sonaira Cordeiro Meireles

Gerente Interina do Departamento de vigilância epidemiológica:

Antônia Gerines Arruda Rangel