Sit 1 vol 2 os primeiros tempos da democracia grega e o regime demogratico ateniense na epoca...

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História

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Em 508 a. C. foi inventado na cidade de Atenas um novo sistema político - a democracia - que representava uma alternativa à tirania. Esta reforma, concedia a cada cidadão um voto apenas, nas assembléias regulares relativas a assuntos públicos.

Surgiu também um conselho de 500 membros - a Bulé - mudado anualmente, que era constituído por

cidadãos com idades acima dos 30 anos que não podiam servir mais do que duas vezes numa vida. A Bulé era o pilar do novo regime.

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Esta alternativa à tirania incluía camponeses, mas excluía as mulheres como iguais. No entanto, como experiência política seria a mais imitada e copiada de todas.Todos os cidadãos do sexo masculino eram livres de assistir às assembléias, que debatiam e ratificavam as questões civis, normalmente quatro vezes por mês.

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Não havia nesse tempo partidos políticos organizados; contrariamente aos sistemas democráticos atuais.

As decisões respeitavam a opinião da maioria relativamente a cada assunto aberto ao debate.

DEMOS: POVOKRATOS: FORÇA, SOBERANIA, PODER

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Democracia Ateniense (grego: δεμοκρατια) é o nome dado a uma forma de governo adotada na antiga cidade de Atenas.Considerada a matriz da democracia moderna, a democracia ateniense vigorou por muitos anos após a instauração de sua forma primitiva com as reformas de Sólon por volta dos anos 590 a.C. Embora a democracia possa ser definida como "o governo do povo, pelo povo e para o povo", é importante lembrar que o significado de "governo" e "povo" na Atenas Antiga difere daquele das democracias contemporâneas.

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Enquanto a atual democracia, em geral, considera o governo um corpo formado por representantes eleitos, e o "povo" (geralmente) como um conjunto de cidadãos próprios de uma nação, homens e mulheres, acima dos 18 anos, os atenienses consideravam o "governo" como sendo a assembleia (ekklesia) que tomava decisões diretamente (sem intermédio de representantes) e o "povo" (geralmente) como os homens atenienses alfabetizados maiores de 20 anos.

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Clístenes, considerado o pai da democracia ateniense, foi um reformador ateniense que ampliou o poder da assembleia popular.

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Alguns antigos atenienses acreditavam que as reformas de Sólon no começo do século VI a.C. marcaram o início da democracia na Grécia. No entanto, o termo democracia (dimokratia) parece ter surgido apenas uma geração após as reformas de Clístenes, convencionalmente chamado o "pai da democracia" e principal defensor. Sólon combateu a escravidão por dívida e outros problemas que, de acordo com a obra "As Constituições Atenienses" , causavam desigualdade entre os atenienses.

Ele também outorgou maior autoridade à Ekklesia, uma assembleia popular da cidade, e criou a bóule ou Assembleia dos 500 responsável por organizar a tomada de decisões na assembleia. Clístenes ampliou consideravelmente o poder da Ekklesia, e permitiu a existência do que os homens da época chamaram de isonomia, ou seja, igualdade sob a lei, isegoria, os direitos iguais para falar.

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Uma importante reforma no sistema democrático ateniense parece ter sido obra de Ephialtes na década de 450 a.C. Péricles, um influente strategoi do período democrático, introduziu em 451 a.C. a lei que permitia apenas aos atenienses que tivessem pai e mãe atenienses serem cidadãos atenienses, seguindo possivelmente a linha da reforma de Ephialtes.

Essa decisão apenas matizou uma situação na qual uma grande maioria permanecia excluída da participação na política ateniense. Mulheres, por exemplo, embora atenienses, eram apenas protegidas por mecanismos legais, e não tinham direito de tomar decisões na assembleia dos cidadãos. Já os metecos (estrangeiros residentes), escravos e xenos (estrangeiros não residentes) estavam excluídos, como sempre, da participação na política ateniense. Para se ter uma ideia, por volta do ano 431 com base em dados muito esparsos, pode-se dizer que de um total de 430 000 habitantes atenienses (contando mulheres e metecos), apenas 60 mil gozavam do benefício da cidadania.

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É importante ter em mente que os atenienses acreditavam serem um dos únicos povos originalmente autóctone (tendo seus antepassados de fato "surgido" em território ateniense), pois se consideravam descendentes de Ion, filho de Apolo e Kreousa. Os atenienses, que viam a si mesmos como um povo original da terra, tinham para si que os outros gregos eram todos descendentes de imigrantes.

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Heródoto, que assim com alguns historiadores contemporâneos se conformava com o argumento de que a democracia era uma criação de Clistenes, relata no entanto em suas Histórias (terceiro livro, parágrafo 80) um debate ocorrido na Pérsia, onde a democracia era defendida como forma de governo. Otanes, um dos personagens citados, diz que a democracia é desejável pois mesmo o melhor dos homens, se deixado como único a governar, tende a se tornar ímpio.

A isonomia é exaltada, e o fato de os políticos poderem ser questionados por seus atos também é visto como uma forma de evitar a (grosseiramente falando) corrupção. Péricles, em um discurso, diz ser a democracia um regime que "beneficia muitos ao invés de poucos", não constituindo a pobreza um entrave para a participação dos cidadãos na política. A justiça é tida como "igualmente distribuída" entre os cidadãos.

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Fora essas referências, conhece-se a democracia ateniense sobretudo pelo que foi escrito por críticos do regime, como Aristóteles e Platão.

Muitos antigos consideravam a democracia de Clístenes muito radical, e preferiam o regime como fora na época de Sólon.

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Muitos documentos explicam o funcionamento da democracia a partir da reforma de Clistenes (a mesma sorte não temos com a época de Sólon, sobre a qual a documentação escrita é escassa). No entanto, devemos ter em mente que a democracia que conhecemos melhor é aquela do século IV a.C., que não necessariamente era igual no século V a.C.

Além disso, sabemos que a democracia sofria mudanças constantes em sua organização, motivo pelo qual é desnecessário imaginar suas regras na forma de um retrato estático.

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Pnyx, onde se encontravam os atenienses para tomar decisões políticas

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Enquanto a Boule (βουλη) e o Prutaneis (πρυτανεις) eram instituições responsáveis por organizar o funcionamento da Ekklesia (εκκλησια), esta última era por si só a principal responsável por tomar decisões na Atenas democrática. Ela era uma assembleia formada por todos os cidadãos (homens acima de 18 anos) que quisessem comparecer, na qual temas importantes eram discutidos e colocados em votação.

No Pnyx se reuniam os cidadãos atenienses, sendo que no século IV a.C. demandava-se um quórum de 6000 cidadãos para votar temas importantes.

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No século IV a.C. a Ekklesia era chamada pelo menos quatro vezes por mês, para discutir temas importantes colocados pela Boule. O primeiro encontro da assembleia em cada quatro era chamado de "soberano". Nessa assemblria soberana eram discutidos temas vitais como o suprimento de grãos e a defesa nacional.

A permanência dos oficiais nos cargos também era decisão da Ekklesia, que em muitos casos votava para escolher seus oficiais (como os strategoi - στρατηγοι).

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Eis como ocorria a tomada de decisões pela Ekklesia: um representante da Boule lia uma "agenda" de itens selecionados a serem discutidos (apenas uma sugestão, que poderia ser modificada pelos cidadãos). Quando apresentado o primeiro item, perguntava-se quem desejava falar/deliberar sobre o tema em questão. Era comum que a Boule fosse a primeira a apresentar propostas para o problema, embora muitas vezes ela não se pronunciasse. Os mais frequentes oradores eram conhecidos como hoi politeuomenoi (os políticos).

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Alguns oficiais, como os strategoi, poderiam adquirir significante proeminência política conduzindo o povo na trilha de seus interesses. Péricles, por exemplo, obteve profunda influência sobre a assembleia dos cidadãos.

Aristófanes usava o termo demagogo (literalmente "líder do povo") para caracterizar depreciativamente essa espécie de líderes.

A boule, além de dirigir as discussões na Ekklesia, era responsável por verificar o cumprimento do que lá fora deliberado e por supervisionar oficiais. Essa função da Boule nos é transmitida por um relato de Aristóteles.

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Desde pelo menos o século VII a.C. os atenienses elegeram "arcontes" para trabalhar como oficiais do Estado. Sabemos que, antes de Sólon, esses arcontes detinham grande poder sobre a vida dos cidadãos e que era particularmente difícil para um cidadão ordinário ingressar nessa função. O ano ateniense era registrado a partir do ofício de um arconte principal, ano quatro do arcontado de Eukleides. A partir das reformas de Clístenes, sobretudo, os arcontes passaram a ter sua influência diminuída.

Os strategoi, líderes militares, puderam em muitos momentos superar o papel dos arcontes no período democrático. Nessa época, os oficiais passaram a ser escolhidos por sorteio. 10 strategoi e 9 arcontes constituíam o corpo principal de oficiais da democracia ateniense.

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Os fazedores de lei (nomos), nomothetai, eram um corpo de oficiais responsáveis por legislar que existia pelo menos um pouco antes do ano 402 a.C., embora a evidência mais antiga de sua atuação seja uma lei em pedra datada do 375 a.C., durante o ar contado de Hippodamas. Não se sabe exatamente qual era o grau de independência desses legisladores em seu ofício, por exemplo, em relação a Boule ou a Ekklesia.

Os historiadores acreditam, contudo, que os nomothetai atuavam em união com os conselheiros do Conselhos dos 500, e que suas leis deveriam ser sancionadas pela Ekklesia, de acordo com citações de Andokides.

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A história da democracia ateniense pode ser compreendida à luz de uma série de transformações sofridas pela sociedade e economia ateniense. Até os séculos VII e VI, o poder político ateniense era controlado por uma elite aristocrática detentora das terras férteis de Atenas: os eupátridas ou “bem nascidos”.

Nesse meio tempo, uma nascente poderosa classe de comerciantes, os demiurgos, exigia participação nos processos decisórios da vida política ateniense. Além disso, pequenos comerciantes e proprietários acometidos pela escravidão por dívidas, exigiam a revisão do poder político ateniense. Com isso, os eupátridas viram-se obrigados a reformular as instituições políticas da cidade-Estado.

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Um grupo de legisladores foi responsável por um gradual processo de transformação política. A partir de 594 a.C., Sólon, o novo legislador, ampliou o leque de reformas políticas em Atenas, eliminou a escravidão por dividas e resolveu dividir a população ateniense por meio do poderio econômico de cada indivíduo.

A Bulé ou Conselho dos Quatrocentos era um importante órgão legislativo que dividia as funções antes controladas pelo Areópago ateniense controlado pelos aristocratas. A Eclésia foi uma instituição mais ampla onde os cidadãos poderiam aprovar ou rejeitar as leis elaboradas pela Eclésia. Por último o Helieu seria composto por juízes incumbidos de julgar os cidadãos atenienses de acordo com as leis escritas. Em resposta, as elites agrárias atenienses rivalizaram com esse primeiro conjunto de mudanças.

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A agitação política do período deu margem para que ações golpistas abrissem espaço para a ascensão dos governos tirânicos. Os principais tiranos foram Psístrato, Hiparco e Hípias. No fim do século VI a.C. a retração dos direitos políticos mais amplos incentivou uma mobilização popular que levou à ascensão política de Clístenes, em 510 a.C..

Em seu governo, os atenienses passavam a ser divididos em dez tribos que escolhiam seus principais representantes políticos. Todo ateniense tinha por direito filiar-se a uma determinada tribo na qual ele participaria na escolha de seus representantes políticos no governo central. Dessa maneira, o grau de participação entre os menos e mais abastados sofreu um perceptível processo equalização. Outra ação importante, a medida de Clístenes foi a adoção do ostracismo. Por meio desta, todo e qualquer indivíduo considerado uma ameaça ao governo democrático seria banido por dez anos.

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Apesar de seu isolamento, o punido ainda teria direito de posse sobre suas terras e bens. De forma geral, esse foi um importante dispositivo que impedia o surgimento de novos tiranos em Atenas. Aparentemente, podemos concluir que Clístenes foi o reformador capaz de estabilizar o regime democrático ateniense. Alem disso, ficamos com a ligeira impressão de que a igualdade entre os cidadãos de Atenas fora realmente alcançada. Porém, o conceito de cidadania dos atenienses não englobava, de fato, a maioria da população. Somente os homens livres, de pai e mãe ateniense, maiores de 18 anos e nascidos na cidade eram considerados cidadãos. As mulheres, escravos e estrangeiros não desfrutavam de nenhum tipo de participação política. Dessa forma, a democracia ateniense era excludente na medida em que somente um décimo da população participava do mundo político ateniense.

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http://historiaprimeirodac.blogspot.com.br/2010/06/os-primeiros-tempos-da-democracia-grega.html

http://jus.com.br/revista/texto/21792/a-democracia-ateniense-classica

http://aspasiagislainehistoria.blogspot.com.br/2011/07/fechamento-2-bimestre-2-ano-ensino.html

http://www.egov.ufsc.br/portal/conteudo/democracia-ateniense-cl%C3%A1ssica