Sistema de Ensino Presencial Conectado Francisco

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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO GESTÃO HOSPITALAR FRANCISCO APARECIDO BARBOSA GESTÃO E A ÉTICA COMO ESTRATÉGIA NO MUNDO DOS NEGÓCIOS.

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Trabalho academico da Unopar Gestão Hospitalar

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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADOGesto HOSPITALARFRancisco apareCIDO BARBOSA

GESTO E A TICA COMO ESTRATGIA NO MUNDO DOS NEGCIOS.

Porto Nacional - TO2015

FRancisco apareCIDO BARBOSA

GESTO E A TICA COMO ESTRATGIA NO MUNDO DOS NEGCIOS.

Trabalho Os benefcios da gesto participativa apresentado Universidade Norte do Paran - UNOPAR, como requisito parcial para a obteno de mdia bimestral na disciplinas tica, Poltica e Sociedade Modelos de Gesto Economia Gesto de Pessoas,Seminrio I Orientador: Edson Elias de Morais, Sebastio de Oliveira, Leuter D. Cardoso Junior, D. Cardoso,Fernanda Mendes, Fernanda Mendes .

RESUMO

A tendncia mundial de grandes organizaes adoo da metodologia e procedimentos de Gesto de Projetos em seus empreendimentos vem comprovar a posio estratgica do planejamento, na obteno de um clima organizacional favorvel para o sucesso alcanado em seus resultados. Contudo, o desenvolvimento duradouro deve contar com outras ferramentas que promovam bons ndices de benefcios. Este artigo busca focar as relaes de trabalho a partir de suas bases mais simples; a tica, os conflitos, e a mensurao dos resultados de uma equipe.

A tica pode ser entendida como a cincia da conduta humana que envolve os estudos de aprovao ou desaprovao da ao de um indivduo em relao a sua prpria pessoa e sociedade em que vive. tica tambm designada virtude moral (padres e regras de conduta), sendo uma conduta conformada realidade de cada poca.

Incidentes recentes de atividades antiticas no mundo dos negcios puseram em destaque o estudo da tica empresarial; que um conjunto de princpios e padres morais que orientam o comportamento no mundo dos negcios. A responsabilidade social pode ser entendida como uma obrigao que uma empresa assume para minimizar os aspectos negativos que produz sobre a sociedade.

INTRODUO

Nota-se que a tica empresarial um prolongamento da prpria tica do indivduo e, sendo assim, o conflito de interesses pode ser amenizado atravs de posturas de cortesia e respeito que orientam as aes dos indivduos, considerando as diferenas individuais, assegurando um tratamento justo com foco no aprimoramento contnuo dos colaboradores e conseqentemente na boa imagem da empresa. A padronizao dos processos permite o acompanhamento da performance de todo o projeto dentro de uma organizao.No intuito de minimizar os conflitos em equipes de projetos e maximizar os resultados globais do planejamento, as organizaes contam com diversas estratgias de atuao, sendo uma delas o Scorecard do Capital Humano, que a mensurao do desempenho do sucesso da fora de trabalho. Esta ferramenta, parceira constante da tica, fomenta a responsabilidade dos gerentes de linha pelo nvel de desempenho dos seus subordinados, onde se identificam os comportamentos, competncias, atitudes mentais e traos culturais indispensveis para o sucesso da fora de trabalho, avaliando como esses fatores impactam o resultado financeiro.

REFERENCIAL TEORICO

Se for pesquisar no dicionrio Aurlio o significado da palavra moral, iremos encontrar a seguinte definio:adj. De acordo com os bons costumes. / Que prprio para favorecer os bons costumes. / Relativo ao esprito; intelectual (por oposio ao fsico, ao material). / S.m. Estado de esprito, disposio de nimo. / S.f. A parte da filosofia que trata dos costumes, deveres e modo de proceder dos homens nas relaes com seus semelhantes; tica. / Corpo de preceitos e regras para dirigir as aes do homem, segundo a justia e a equidade natural. / As leis da honestidade e do pudor; moralidade.Se for analisar, a moral no algo individual, ela vem da cultura de uma sociedade. Um exemplo no Brasil, a poligamia algo imoral, pois temos uma herana cultural e moral catlica, do qual condena a poligamia. A moral estabelece limites, ela determina o que correto ou no para aquela sociedade e cada ao indivduo decide seguir ou no.A palavra moral vem do latim mores, que significa costume. Podemos descrever ento que moral so as normas de conduta de uma sociedade, para permitir um equilbrio entre os anseios individuais e os interesses da sociedade. Por isso do termo conduta moral, que a orientao para os atos segundo os valores descritos pela sociedade.A tica tem um significado muito prximo ao da moral. tica vem do grego ethos, que tambm significa conduta, modo de agir, mas o que diferencia moral da tica o sentido etimolgico, no qual a moral tem como propsito estabelecer um convvio social de acordo com o que bem quisto pela sociedade, j a tica identificada como uma filosofia moral, onde se busca entender os sentidos dos valores morais.A tica busca avaliar os princpios em seu individual, onde cada grupo possuem seus prprios valores, culturas e crenas. Ela constitui um sistema de argumentos dos quais os grupos ou as pessoas justificam suas aes.Podemos ver nas redes sociais muita discurso sobre a homossexualidade, se tico e est dentro da moralidade o relacionamento homo afetivo e o quanto a sociedade permite a exposio do mesmo. A verdade que impasse se dar devido o brasileiro vir de uma cultura crist que sempre imps que o relacionamento tem como o objetivo principal a procriao e como isso no acontece nos relacionamentos homo afetivos, esses so consideramos por muito imorais e antiticos.A modernidade vem mudando muitos desses valores ticos, e hoje os indivduos so considerados pessoas livres, o que leva a um relativismo, do qual a tica pode contornar a situao e conduzir a uma moralidade do qual os fins justificam os meios.O sentido hoje da tica estabelecer uma universalidade dos valores, sem considerar a influncia de uma ordem universal. Todos esto corretos e todos esto errados, vai de acordo com o que tico para o indivduo.A tica, como j explicitado, tem a ver com a conduta humana, com a forma como o ser humano se relaciona entre si. As relaes humanas so pautadas por um conjunto de princpios ou padres, nem sempre consensuais, mas que permitem a interao entre as pessoas. At agora, pouco se conseguiu quanto a princpios universais, aceitos por todos indistintamente. Catstrofes, por vezes, pelo impacto que causam, levam produo de legislaes aceitas por maiorias, pelo menos formalmente, como, por exemplo, a legislao pactuada na ONU sobre os Direitos Humanos, apesar de suas constantes violaes. O que tende a permanecer no so os pactos universais, mas os pactos locais, estabelecidos por forte consenso e estratificados pelo tempo. O tradicional exatamente isso, mesmo quando se confronta com valores limtrofes, prximos, e tecnologias que se desenvolvem exponencialmente. O que material muda muito rapidamente, atravs de tecnologias de produtos, processos e operaes, que so filtradas por valores culturais, que mudam tambm, mas de uma forma muito mais lenta. A tendncia de conflitos neste momento de globalizao no parece ser uma quimera. Ainda so necessrios novos pactos para que se possa ter uma tica global, mais ampla, aceita por todos. Quando na Academia as pesquisas so avaliadas pelo prisma da tica, a tarefa recomendada pelos Comits de tica em Pesquisa (SERRUYA & MOTTA, 2006) consiste em analisar de maneira crtica e imparcial as ferramentas cientficas (conceitos, teorias, paradigmas); os materiais e mtodos; os valores e as crenas sobre o correto e o incorreto; o justo e o errado, diretamente envolvidos pela pesquisa, seja ela pertencente ao mbito das cincias naturais ou sociais (A Administrao uma cincia social aplicada e a Engenharia de Produo acrescenta a dimenso social s engenharias). caracterizada, sucintamente, pela violao aosprincpiosda moralidade, impessoalidade e economicidade e enriquecimento ilcito no exerccio, conforme previsto por lei.ALeiFederal n 8429/92 trata dos atos de improbidade praticadas por qualquer agente pblico.As disposies desta alcanam todas as pessoas qualificadas como agentes pblicos, na administrao direta,indiretaefundacional, ainda que transitoriamente, com ou sem remunerao. E tambm as empresas incorporadas ao patrimnio pblico e as entidades para criao ou custeio o errio haja concorrido ou concorra com mais de 50% do patrimnio ou da receita anual.So abrangidos ainda aqueles que, mesmo no sendo agentes pblicos, induzam ou concorram para a prtica do ato de improbidade ou dele se beneficiem sob qualquer forma, direta ou indiretamente. Neste sentido, so equiparados a agentes pblicos, ficando sujeitos s sanes previstas naLei de Improbidade Administrativa, os responsveis e funcionrios de pessoas jurdicas de direito privado que recebam verbas pblicas e promovam o seu desvio, apropriao, ou uso em desconformidade com as finalidades para as quais se deu o repasse.Os atos incriminveis so aqueles que importam vantagem ilcita, ou que causam prejuzo ao errio, ou que atentam contra os princpios da administrao pblica.As penalidades envolvem ressarcimento do dano, indisponibilidade dos bens,multa, perda do que foi obtido ilicitamente, perda da funo pblica, suspenso dosdireitos polticos(de 8 a 10 anos, conforme a hiptese) e proibio de contratar com opoder pblico, em seu artigo 12. inciso I da lei 8429/92.A Lei 8429/92 estabelece trs espcies de atos de improbidade: os que importamenriquecimento ilcito(art. 9); os que causam leso aopatrimnio pblico(art. 10); e os que atentam contra osprincpios da Administrao Pblica(art.11).Muito embora tenham penalidades, os atos de improbidade administrativa no so considerados "crimes". H uma grande diferena entre ato de improbidade administrativa e crime, pois se sujeitam a juzos dotados de competncias distintas -cvelecriminal-, no havendo, quanto improbidade, a previso e aplicao de penas restritivas de liberdade.A lei no prev punies de carter penal, mas sim de natureza civil e poltica, ou seja, incluem a perda da funo pblica, suspenso dos direitos polticos, multas e reparao do dano..A Lei n 9.504/1997 -Lei das Eleies- define, em seu art. 73, condutas vedadas aos agentes pblicos nas eleies, sendo que a prtica dessas condutas qualificada como atos de improbidade administrativa. Cuida-se de proteger a igualdade das candidaturas e a lisura dos pleitos, mediante o afastamento de interferncias decorrentes do uso da mquina administrativa. A punio desses atos, sob a gide da Lei de Improbidade Administrativa, em respeito independncia das instncias, no se d pelaJustia Eleitoral, mas no juzo cvel, ordinariamente competente para conhecer e julgar os atos de improbidade administrativa.Na realidade, como muito bem exposto por Ricardo Young (presidente do instituto Ethos), as prticas de corrupo, ao criarem aparentes vantagens de curto prazo, tm como conseqncia nefasta a distoro da livre concorrncia, a sabotagem da competitividade e dos mecanismos de livre mercado, a deteriorao da qualidade dos produtos e servios, a diminuio da capacidade de investimentos, o encarecimento da captao de recursos, a destruio da tica nos negcios e a mitigao da confiana nos agentes econmicos, encarecendo os custos de transao. Como se no bastassem essas conseqncias, a corrupo deteriora o ambiente institucional a ponto de as empresas tornarem-se gradativamente refns dos agentes pblicos corruptos e perderem qualquer acesso a salvaguardas legais que poderiam proteg-las.Alm destas consideraes bom lembrar que as prticas de corrupo constituem crime em quase todos os pases do mundo, trazendo portanto riscos relevantes para as empresas e seus executivos.No Brasil a legislao vigente prev, alm de priso para os responsveis e envolvidos, multas salgadas e a possibilidade de excluso de qualquer futuro processo licitatrio pblico aos danos da empresa que tenha se envolvido nestes atos.Devem ser ainda levados em contas os riscos relativos a imagem e marca que podem ser gravemente prejudicadas em casos de envolvimento em escndalos de corrupo. Desde a ltima dcada, temos vindo a ser testemunhas de avanos revolucionrios nas tecnologias de informao e das comunicaes, o que tem contribudo, inevitavelmente, para aproximar mais o Mundo. Mas, como reverso da medalha, os criminosos tm hoje uma capacidade sem precedentes para, atravs do recurso a computadores, obter, processar e proteger informao, ultrapassando todos os esforos das foras policiais e de segurana. Podem mesmo utilizar as capacidades interativas de computadores de grande porte e de sistemas de telecomunicaes para desenvolver estratgias de comercializao para drogas e outros bens de consumo ilcito. Ou para encontrar as rotas e mtodos mais eficientes para introduzir e movimentar dinheiro nos sistemas financeiros mundiais, sendo capazes de criar rastos falsos para evitar a eventual deteco pelas estruturas de segurana. Tambm podem tirar partido da velocidade e magnitude das transaes financeiras e do fato de que, na realidade, poucos obstculos existem que, de forma eficaz, evitem processar grandes quantidades de dinheiro sem deteco. Efetivamente, uma das caractersticas mais marcantes do acelerado mercado global de hoje a sua espinha dorsal de telecomunicaes, fomentada por uma atividade empresarial cada vez mais exigente. Equipamentos avanados de telecomunicaes, comercialmente disponveis, fiveis e flexveis, facilitam grandemente as transaes criminosas internacionais, garantindo aos seus operadores considervel segurana e imunidade face s operaes das foras anti-crime. Por outro lado, a proliferao das ligaes por transporte areo e o abrandamento das restries de concesso de vistos de entrada para promover o comrcio internacional, especialmente dentro de espaos econmicos regionais, tem permitido facilitar a atividade criminosa. No passado, opes de viagem mais limitadas e um controle de fronteiras mais apertado, tornavam-lhes a passagem de fronteiras mais difcil. Agora, tm escolhas mltiplas para as rotas de viagem o que lhes permite definir itinerrios otimizados tendo em vista a minimizao do risco. Hoje, o controle de fronteiras dentro de espaos polticos e econmicos unificados, como o caso do nosso de Schengen, muitas vezes inexistente. Outra das ameaas que mais contribui para pr em causa a coeso das nossas sociedades , certamente a corrupo, muitas vezes generalizada e engendrada pela atividade do crime organizado internacional. Sendo certo que as redes criminosas se tm tornado cada vez mais sofisticadas nas suas operaes e capacidades, a verdade que a corrupo continua, porm, uma ferramenta incontornvel, inerente prpria atividade criminosa. Os grupos criminosos no poupam despesas para corromper e chantagear governos e autoridades policiais ou judiciais, sobretudo nos pases que lhes servem de base de operaes ou de via de comunicao para a circulao de drogas, armas, imigrantes ilegais ou para o trfico de mulheres e crianas. Para alm de corromperem elementos das foras anti-crime ou da administrao pblica de mdio e baixo nvel, os criminosos, procuram corromper polticos e altos funcionrios por razes bvias. Procuram conseguir proteo de alto nvel para si e para as suas atividades ou obter informao interna sobre as investigaes judicirias a nvel nacional. So igualmente motivaes, a obteno de informao, classificada como secreta ou confidencial, sobre as intenes e propenses dos governos a propsito de legislao e orientao econmica, fiscal ou anti-crime que possa vir a afetar os seus interesses. Pases que pratiquem, por sistema, polticas de restrio comercial s importaes para proteger a economia interna ou em que o Estado controle directamente as companhias de produo e distribuio de energia ou os principais grupos financeiros, so particularmente vulnerveis corrupo de alto nvel. Altos funcionrios que detenham autoridade para conceder licenas de importao/exportao ou para decidir sobre a atribuio de subsdios ou que tenham capacidade para isentar, relevar ou perdoar coimas e taxas so igualmente alvos preferenciais do crime organizado. O mesmo acontece com quem influencia ou intervm nos processos de deciso sobre grandes contratos estatais ou processos de privatizao.Conforme Furtado & Neto (2007), desde o incio dos anos 1990, o Brasil e o mundo experimentam transformaes profundas das relaes de trabalho devido a globalizao. A maior competitividade do mercado, pases e blocos econmicos nos levam como conseqncia, a uma reestruturao produtiva introduzindo novas tecnologias e inovaes organizacionais. Como conseqncia desta reestruturao, experimentamos a reengenharia e a terceirizao.Podemos verificar que essa reestruturao est em ampla ascenso. Os profissionais se vem, cada vez mais, obrigados a se tornarem parte das organizaes. As transformaes nas relaes trabalhistas nos remetem a empresas com novas e mais enxutas relaes hierrquicas, a diminuio do trabalho tradicional fordista, do trabalho em tempo integral e por tempo indeterminado e a segurana no emprego. V-se um aumento da exigncia da participao, capacitao e envolvimento dos trabalhadores.As empresas procuram reduzir cada vez mais o nmero de trabalhadores diretos, mesmo que isto signifique perda de sua identidade, de qualidade ou at mesmo de prestgio e confiana perante a opinio pblica. O revs da histria que poucos profissionais esto aptos para atendimento das exigncias do mercado, os Engenheiros de Produo na posio de gestores, exercem o papel de motivadores, amigos e ao mesmo tempo de autoridade. A cultura sempre obter uma melhor posio nas organizaes, e certamente, no haver espao para todos, gerando conflitos cada vez mais freqentes. A gesto de pessoas neste novo modelo de corporao um grande desafio ao mesmo tempo em que as pessoas encontram-se cada vez menos motivadas e desinteressadas pelo sentido de sua prpria identidade. Os atos humanos so, na sua quase totalidade, atos relacionais. Ou seja, so atos que se realizam no relacionamento com o outro ou com os outros. neste relacionamento que os valores tomam corpo, quando tratamos com uma ou mais pessoas, com a comunidade, com a sociedade (que seja na famlia, na escola, na empresa, na sociedade). Do ponto de vista da tica, destacaria duas atitudes que se destacam como possveis neste relacionamento: a) a tica do interesse prprio, e b) a tica orientada para o outro. Na tica do interesse prprio, voc proporciona algo ao outro, porque de seu interesse faz-lo. Esta perspectiva cujas sementes foram plantadas pelo filsofo Thomas Hobbes no incio do sculo XVII tem imensas repercusses no mbito empresarial, principalmente nas posies de Milton Friedman, da famosa escola de Chicago e do capitalismo do laissez-faire, ou, mais atualmente, do liberalismo e do neoliberalismo. De acordo com os seguidores dessa escola, a responsabilidade social da empresa consiste nica e exclusivamente em aumentar o seu lucro, maximizar os seus retornos. Logo, tudo o que se faz na empresa e nos negcios tem por objetivo o cumprimento desta responsabilidade. A preocupao com os empregados, com a qualidade, com o bem estar da comunidade, enfim, tudo o que se faz pelos outros, justifica-se apenas se a ao resulta na maximizao dos resultados econmicos da empresa ou do negcio. Como limites ticos da ao neste contexto, os defensores da teoria do interesse prprio admitem apenas que tudo tem de ser praticado dentro da lei. Nesta perspectiva, alis, conforme Hobbes, a lei resulta de um contrato que os indivduos agrupados em comunidades ou sociedades fazem entre si, abandonando parte de suas liberdades para obter segurana. Trata-se, portanto, de uma tica onda a vantagem econmica o valor mais importante, visando fundamentalmente sobrevivncia. J a tica orientada para os outros tem por objetivo bsico a valorizao do outro para o benefcio do todo. Parte do princpio de que fazendo o outro feliz que eu vou me realizar, que eu vou me sentir bem, feliz. na medida que os outros crescem que o grupo todo, ao qual tambm perteno, vai crescer. Os outros no so mais simples instrumentos de minha realizao; a minha realizao depende da realizao da comunidade, da genuna realizao de cada um dos outros. Em termos empresariais, isto significa uma filosofia ou uma tica do servio. na medida que o meu produto, a maneira de produzi-lo, e tudo o que fao em relao a ele representarem um servio para o mercado (ou seja, acrescentarem valor), que minha empresa poder obter um resultado econmico vlido. Nesta perspectiva, o valor maior a solidariedade, a profunda interdependncia humana, o crescimento do outro. Este o objetivo. O lucro, o benefcio econmico, um subproduto. Indispensvel, sem dvida, para a continuidade da comunidade de trabalho que a empresa, mas que s vai existir se as outras condies forem preenchidas.

CONSIDERAES FINAIS

Seguindo uma tendncia mundial, as empresas no Brasil esto cada vez mais preocupadas com a responsabilidade social. Sendo assim, passam a contemplar mudanas organizacionais de implicaes estratgicas profundas. Parte-se da premissa de que, para serem efetivas, tais mudanas devem estar alinhadas com a estratgia de negcios da empresa. O objetivo deste artigo compartilhar os resultados de pesquisa bibliogrfica e documental nas reas de negcios e sociedade e gesto estratgica, com vistas a desenvolver um conjunto de ferramentas conceituais que possa auxiliar na formulao e implementao mais eficaz de estratgias de negcios direcionadas responsabilidade social, no contexto brasileiro. Primeiro apresenta-se o arcabouo analtico em questo, construdo por meio da sntese de elementos pertinentes de ambas as reas de conhecimento. Depois, fornece-se um exemplo de como este pode ser utilizado para auxiliar a anlise das mudanas a serem realizadas, a fim de que as prticas de responsabilidade social estejam alinhadas com a estratgia de negcios da empresa e, desta forma, possam contribuir para sua efetividade.

REFERNCIAS

Idalberto CHIAVENATO. Recursos Humanos: O Capital Humano nas Organizaes. 2 Edio. So Paulo. Editora Atlas. 2004.Idalberto CHIAVENATO. Gesto de Pessoas: O novo papel dos recursos humanos nas organizaes. 2 Edio. Rio de Janeiro. Editora Campos. 2004.Maria Elizabeth Antunes LIMA. Os paradoxos da Excelncia no mundo do trabalho. II Seminrio sobre Gesto Organizacional Contempornea: Novas Tecnologias de Gesto e Subjetividade. UFES. 2001.Jos Newton Garcia de ARAJO. Uma histria parcelizada de inovao tecnolgica. Seminrio: Trabalho e Qualidade: Contribuindo para o Debate. UFMG. 2005.E, ENRIQUEZ. Lindividu pris au pige de La structure stratgique, in revue Connexions. 1989.J, PALMADE. Le management post-moderne ou la technocratisation des sciences de lhomme, in organization et Management en question(s). Paris. L`Harmanttan. 1987.MUSSAK, Eugnio. Metacompetncia Uma nova viso do trabalho e da realizao pessoal - So Paulo, Editora Gente, 2003.CRUZ, Mrcia Maria, PREPARADO PARA OS NOVOS TEMPOS, Jornal Estado de Minas, Caderno Empregos, p. 1, Junho 2008.FURTADO, Raquel. NETO, Antnio Carvalho. A Interface Entre a Responsabilidade Social Empresarial, As relaes de Trabalho e a Gesto de Pessoas: To Novas e To Velhas Questes. I Encontro de Gesto de Pessoas e Relaes de Trabalho. Natal/RN 13 a 15 de Junho de 2007.CORREA, Cristiane. POR DENTRO DA MAIOR MONTADORA DO MUNDO, Revista Exame, p.23, Maio 2007.