Sistema de energia - Telecomunicações

13
Infraestrutura de Sistemas de Energia CC em Sites de Telecomunicações Este tutorial apresenta a descrição de conceitos de Infraestrutura de Sistemas de Energia CC em Sites de Telecomunicações. (Versão revista do tutorial original publicado em 16/02/2004). Augusto José Maluf Engenheiro Eletrônico (Mauá 1980), tendo atuado nas áreas de pesquisa e desenvolvimento de sistemas de automação predial, pesquisa e desenvolvimento de periféricos, engenharia de produtos, e implantação e operação de redes de Telecomunicações: Celulares, Fibra Óptica e Rádio. Ocupou posições de coordenação e gerência em empresas como Itautec, Intelis, Banco Safra e Pegasus Telecom. Atualmente trabalha na Telemar como consultor em sistemas de apoio à operação. Vergílio Antonio Martins Engenheiro de Eletrônica e Teleco, formado em 1983, FACENS-Sorocaba, tendo atuado nas áreas de Implantação e Gerenciamento de Projetos de Redes Ópticas, Sistemas Celulares e Sistemas de Automação e Controle. Mestre em engenharia pela Faculdade de Engenharia Naval - POLI-USP, com ênfase em Gerenciamento de Projetos. Especialista em Gestão de Projetos pela CEGP – Fundação Carlos Alberto Vanzolini. MBA em Gestão Empresarial - 2001, pela EPGE-RJ da FGV. Doutorando, com ingresso em 2007, pela Faculdade de Engenharia Naval - POLI-USP. A partir de 1998 passou a se dedicar ao segmento de telecom, tendo sido Gerente de Operação e 1

Transcript of Sistema de energia - Telecomunicações

Page 1: Sistema de energia - Telecomunicações

Infraestrutura de Sistemas de Energia CC em Sites de Telecomunicações Este tutorial apresenta a descrição de conceitos de Infraestrutura de Sistemas de Energia CC em Sites deTelecomunicações. (Versão revista do tutorial original publicado em 16/02/2004).

Augusto José Maluf Engenheiro Eletrônico (Mauá 1980), tendo atuado nas áreas de pesquisa e desenvolvimento de sistemas deautomação predial, pesquisa e desenvolvimento de periféricos, engenharia de produtos, e implantação eoperação de redes de Telecomunicações: Celulares, Fibra Óptica e Rádio. Ocupou posições de coordenação e gerência em empresas como Itautec, Intelis, Banco Safra e PegasusTelecom. Atualmente trabalha na Telemar como consultor em sistemas de apoio à operação.

Vergílio Antonio Martins Engenheiro de Eletrônica e Teleco, formado em 1983, FACENS-Sorocaba, tendo atuado nas áreas deImplantação e Gerenciamento de Projetos de Redes Ópticas, Sistemas Celulares e Sistemas de Automação eControle. Mestre em engenharia pela Faculdade de Engenharia Naval - POLI-USP, com ênfase em Gerenciamento deProjetos. Especialista em Gestão de Projetos pela CEGP – Fundação Carlos Alberto Vanzolini. MBA emGestão Empresarial - 2001, pela EPGE-RJ da FGV. Doutorando, com ingresso em 2007, pela Faculdade deEngenharia Naval - POLI-USP. A partir de 1998 passou a se dedicar ao segmento de telecom, tendo sido Gerente de Operação e

1

Page 2: Sistema de energia - Telecomunicações

Manutenção da Pegasus Telecom e Gerente de Planejamento e Controle de Projetos da BMT-BechtelMétodo Telecom. Atualmente atua como diretor da Teleco em serviços de operações de outsourcing estratégico. Atua tambémem sua empresa a Kuai Tema Engenharia, criada em 2001, que tem por finalidade a prestação de serviços degerenciamento de projetos. Email: [email protected]

Categoria: Infraestrutura para Telecomunicações

Nível: Introdutório Enfoque: Técnico

Duração: 15 minutos Publicado em: 20/10/2008

2

Page 3: Sistema de energia - Telecomunicações

Sistemas de Energia CC: O que é uma Infra de Sistema de Energia CC? Dentre os sistemas de facilidades da infraestrutura de um site de Telecomunicações, o Sistema de EnergiaCC (corrente contínua) tem por finalidade o fornecimento de alimentação nas tensões de -48 ou 24 volts aosequipamentos eletrônicos do site. Ele tem por objetivo alimentar todas as cargas críticas e essenciais à operação e manutenção da estação,garantindo níveis e oscilação de tensão compatíveis com os equipamentos eletrônicos, além de suprir aalimentação durante períodos de falta de energia principal do site, proveniente do sistema de energia CA(corrente alternada). Além da alimentação dos equipamentos específicos para telecomunicações, as seguintes cargas sãonormalmente alimentadas pelo sistema de energia CC:

Sistema de iluminação de emergência;Sistema de combate a incêndio;Sistema de ventilação de emergência dos equipamentos eletrônicos de telecomunicação;Sistema de Controle de Alarmes.

Nas instalações no Brasil existem três tipos mais populares de configurações dos Sistemas de Energia CC:em containers, gabinetes e estações centrais. Sistemas em Container Neste tipo de aplicação, em que o ambiente é fechado (indoor), a estrutura é construída em concreto, aço oualumínio. No Brasil é muito comum a utilização também de construções de alvenaria. Estas estruturas sãonormalmente equipadas com equipamentos de Ar Condicionado (HVAC - Heating, Ventilating and ArConditioning) para o controle climático necessário ao bom funcionamento dos equipamentos eletro-eletrônicos. Esses sites podem ser de diversos tamanhos, dimensionados em função da finalidade a que se destinam, taiscomo estações repetidoras ou então ERBs em redes wireless. Usualmente são utilizados uma ou duas fileirasde banco de baterias do tipo selada (VLRA - Valve Regulated Lead Acid), numa configuração paralela paraenergia standby necessária para as aplicações de telecomunicações. Estes sites utilizam +24Vcc ou -48Vcccomo fonte de energia. Para o caso de falta de energia CA da concessionária publica, ou fornecida por umGMG (Grupo Moto Gerador), o banco de baterias é normalmente dimensionado para prover energiaininterrupta por 8 a 12 horas. Sistemas em Gabinete Outdoor Este tipo de aplicação é típica para gabinetes remotos de sistemas wireless do tipo outdoor. Nestes casos asdimensões vão desde pequenos gabinetes instalados em postes até gabinetes maiores instalados em topos deprédio ou terrenos urbanos ou rurais; como é o caso de aplicação em telefonia. O equipamento de energia CC é normalmente integrado com o gabinete, ou então montado num armário aolado do gabinete. O banco de baterias é normalmente dual, provendo paralelismo para energia standby, combaterias do tipo seladas. Nestas aplicações são comuns também alimentações de +24Vcc ou -48Vcc. Sistemas em Estações Centrais

3

Page 4: Sistema de energia - Telecomunicações

Este tipo de aplicação é diferente das duas anteriores apenas na magnitude dos equipamentos dosequipamentos de energia e no número de fileiras de baterias, que são requeridas para suportar a falta deenergia por longos períodos de tempo, ou por falha nos equipamentos de energia. Alguns sistemas podemchegar de 10 a 20 fileiras de baterias do tipo seladas (VRLA) ou não seladas (FVLA - Free Vented LeadAcid). Estes sistemas podem ter que suportar diretamente correntes contínuas na ordem de 10.000 A oumais. Em sistemas nesta escala, encontram-se grandes barramentos de cobre, equipamentos de energia de altacapacidade, em configurações por gabinetes em paralelo que permitam fornecer potências para toda aestação de telecomunicações. Devido ao esquema complexo de distribuição de energia no site, existemgabinetes de distribuição intermediária, que provêm uma proteção e distribuição secundária, que alimentamos quadros de distribuição onde estão alimentados os equipamentos de consumo final. É comum também osarranjos de distribuição paralela em dois circuitos independentes de energia.

4

Page 5: Sistema de energia - Telecomunicações

Sistemas de Energia CC: Princípio de Funcionamento do Sistema Olhando a figura abaixo, da esquerda para a direita, o sistema inicia com a Unidade Retificadora (URCC -Unidade Retificadora de Corrente Contínua) que converte a alimentação CA de entrada em energia CC. Aalimentação é proveniente do sistema de energia AC, resultado da decisão entre a que provem daconcessionária de energia, ou na falta momentânea desta, de um Grupo Moto Gerador - GMG. Existem Unidades Retificadoras para alimentações de entrada do tipo monofásica ou trifásica, em tensões de127 ou 220 Vca. A Unidade Retificadora fornece em sua saída a alimentação DC, em dois valores maisusuais de +24 Vcc ou -48 Vcc, que alimentarão os consumidores e as baterias em seu ciclo de carga. Existemconfigurações de arranjos que permitem a conexão em paralelo de duas ou mais unidades, de maneira aaumentar o índice de disponibilidade do sistema.

O bloco do desenho identificado por baterias é na realidade um conjunto, denominado por banco de baterias,formado por elementos interligados em série de 12 ou 24 elementos, cada qual com uma tensão nominal de 2Vdc, perfazendo então 24 Vdc ou 48 Vdc. As baterias estão presentes como dispositivos de reserva deenergia no caso da falta de energia fornecida pela Unidade Retificadora, seja por queda da energia AC deentrada ou por alguma falha na Unidade Retificadora. É usual a configuração de no mínimo dois bancos debaterias independentes. A Unidade de Supervisão (USCC - Unidade de Supervisão de Corrente Contínua) é responsável pelasupervisão e controle do sistema de energia CC. Em regime de operação normal a USCC mantém asupervisão de todos os elementos, fornecendo sinalizações de status desses componentes em indicaçõeslocais (painéis de sinalização) ou remete a algum sistema de gerenciamento remoto que porventura houver. Toda e qualquer instalação elétrica tem como um de seus elementos o quadro de distribuição de energia aosseus consumidores (termo este utilizado para identificar o que está conectado no sistema de energia). Sãoduas as finalidades. A primeira é proporcionar um primeiro nível de seletividade de proteção contra curto-circuito de uma carga provida por um equipamento ligado ao sistema CC. A segunda é a possibilidade de conexão e desconexão de energia para a instalação de equipamentos, semque interfira na alimentação dos demais consumidores. No caso de haver a disponibilidade de dois circuitos

5

Page 6: Sistema de energia - Telecomunicações

provenientes dos retificadores e banco de baterias, os Quadros de Distribuição fornecem dois ramos decircuitos independentes aos equipamentos consumidores, normalmente identificados por circuitos "A" e "B".

6

Page 7: Sistema de energia - Telecomunicações

Sistemas de Energia CC: Características Técnicas e Funcionais dos Componentes A escolha dos componentes e dispositivos elero-eletrônicos está muito relacionada à área de aplicação.Numa instalação elétrica de energia CC, a fim de facilitar e garantir a interface entre os diversoscomponentes, existem normas e padrões para a fabricação e operação, que são estabelecidas por entidadesprivadas ou públicas. No caso de telecomunicações as internacionais mais conhecidas são a ITU-T, IEEE e ANSI. No Brasil,temos a ABNT e as recomendações da Anatel, que herdou muitas das regras estabelecidas pela antigaTelebrás. Ao final deste trabalho estão citadas as principais referências para aplicação aos sistemas deenergia DC. Na seqüência estão apresentados algumas informações gerais a respeitos das característicastécnicas e funcionais dos componentes descritos no item anterior. Baterias Mesmo se tratando do uso para telecom, existem uma série de tipos e arranjos de baterias determinados pelaaplicação, tecnologia e custos. Tipos de baterias segundo a composição do material interno Alcalinas (Níquel-Cádmio) e Ácidos (Chumbo Ácido). Tipo de baterias segundo seu aspecto construtivo Seladas (VRLA - Valve Regulated Lead Acid) e Não-Seladas (FVLA - Free Vented Lead Acid). É maiscomum a utilização das seladas pela não liberação de gases ao ambiente e redução de intervenções demanutenção. Quando utilizadas as não-seladas, devido a emissão de gases nocivos, elas devem ser instaladasem salas exclusivas, com sistemas especiais de controle do ar ambiente. Vida Útil Projetada ou Tempo Médio de Duração As baterias são fabricadas e devem ter garantia para ter uma vida média de 10 anos, desde que trabalhandoem temperaturas adequadas, que normalmente é em torno de 25ºC. Tensões de Flutuação (Volts) Tensão na qual a bateria está em plena carga e sem carga conectada. Para uma célula de bateria seladas de2Vdc, a tensão normal de flutuação é de 2,23 a 2,27 volts.

Flutuação: Regime de carga da bateria quando o fornecimento de corrente para osconsumidores é feito pela URCC, não havendo débito de corrente por parte dasbaterias. A corrente consumida pelas baterias (fornecida pela URCC) é destinada acompensar as perdas por auto-descarga dos elementos e manter a carga completa dasmesmas.

Capacidade em Ampere-Hora (Ah) É a capacidade de fornecimento de energia definida em ampére-hora. Existe uma gama muito grande de

7

Page 8: Sistema de energia - Telecomunicações

fornecimentos segundo a capacidade, podendo variar de 50 a 3000 Ah. Dimensões (cm) e Peso (Kg) Estes dois parâmetros são importantes para o dimensionamento do espaço em que as baterias estarãoinstaladas. Uma bateria de um elemento de 2 Vdc, de 100(L)x200(P)x400(A) cm, pode pesar de 20 a 30 Kg. Banco de Baterias Nas aplicações em telecomunicações é muito comum a necessidade de grandes autonomias para operaçõespor parte das baterias, que se traduz na definição da capacidade de carga de uma bateria. Um banco debateria é portanto um arranjo serial de elementos de baterias que permite configurações de grandesautonomias de energia CC. A dimensão física desses arranjos de baterias é proporcional à necessidade de autonomia de energia. Assim,verdadeiras salas de baterias são por vezes encontradas nas plantas de telecomunicações, como é o caso dascentrais descritas anteriormente. Um exemplo típico de descrição de especificação de fornecimento de um banco de bateria seria:

"O conjunto de baterias deverá serfornecido na tensão nominal de -48 VCC,e deverá atender ao que se segue: Deverão ser fornecidos 02 (dois) bancosde baterias seladas, independentes, tipochumbo ácidas reguladas por válvula,montadas em painel metálico autoportante ou em estante metálica aberta. Caso a opção seja painel metálico, essedeverá ser fornecido com proteção deacrílico na porta, devidamente projetadopara permitir uma troca de ventilaçãointerna que evite o acúmulo de gases. AContratada também deverá fornecer obanco de baterias totalmente montado einterligado internamente."

E segue quanto aos cuidados quanto ao dimensionamento do Sistema de Ar Condicionado no local de suainstalação.

"O projeto da instalação elétrica e sistema de ar condicionado deverá considerar as

características particulares desse tipo de bateria no tocante à garantia da temperatura

ambiente e manutenção em flutuação, nos padrões do fabricante. Temperaturas acima da

especificada pelo fabricante, variações bruscas dessa temperatura ou falha do sistema de

flutuação do retificador implicam em perda significativa da vida útil do banco."

8

Page 9: Sistema de energia - Telecomunicações

E quanto a sua autonomia:

"A autonomia mínima do banco deverá ser de 10 h, com tempo de recarga profunda máximo

de 10 h para 80% da carga. A vida útil do banco deverá ser superior a 10 (dez) anos,

totalmente garantida pelo fabricante."

Unidade Retificadora de Corrente Contínua De igual maneira que as baterias, existe uma quantidade grande de soluções de Unidades Retificadoras nomercado. É usual os fabricantes fornecerem um solução conjunta com a Unidade de Sinalização de CorrenteContínua (USCC). Tensão de Alimentação de Entrada AC 127 ou 220 Vca nominais, podendo ser monofásica ou trifásica, dependendo do tipo de retificador. Faixa de Variação de Tensão de Entrada +/- 15% em relação ao valor nominal. Faixa de freqüência Especificação da freqüência da rede elétrica de entrada ou do GMG, que para o Brasil é de 60 Hz +/- 5%.Cuidado em espacial quando o for o caso de importação de regiões em que o fornecimento é de 50 Hz. Configurações de Redundância N+1 Com a finalidade de aumentar o nível de disponibilidade da unidade retificadora, é comum a solução quepermita o paralelismo entre URCC, onde N representa o número de módulos utilizados mais um únicomodulo reserva. A URCC deve ser dimensionada para alimentar todas as cargas em CC e, simultaneamente, alimentar asbaterias em condição de descarga profunda. Rendimento e Fator de Potência Esta informação é um dos critérios de qualidade das Unidades Retificadoras. Baixos rendimentos significamperdas na forma de calor. Valor típico é 90% e 0,98, respectivamente. Níveis de Saída de CC Para a alimentação de -48Vcc, a norma estabelece as seguintes faixas:

Faixa estreita (consumidores com fontes não reguladas): - 44 a - 52 V

Faixa larga (consumidores com fontes reguladas): - 36 a - 60 V

Alarmes e Sinalizadores

9

Page 10: Sistema de energia - Telecomunicações

As sinalizações e comandos mais comuns presentes tanto nos painéis locais quanto disponíveis nas interfacesde comunicações com sistemas remotos de gerenciamento do sistema de energia CC são:

ManutençãoFlutuação Anormal das BateriasRetificador AnormalBateria DesconectadaAlimentação AC AnormalBateria em DescargaTensão Alta para o ConsumidorBateria em CargaComando Remoto de GMG suprindo AC

Quadros de Distribuição Os quadros podem ser de diversos tipos e levam também diversas denominações. Muito comum édenominação QDCC (quadro de Distribuição de Corrente Contínua). Um tipo particular são os QFL (QuadroFinal de Fila) utilizados em salas de equipamentos, localizados ao final de fila (daí a sua denominação) dolayout dos equipamentos. Os quadros de distribuição são estruturas metálicas que acomodam os dispositivos elétricos de proteção echaveamento de cargas. Normalmente são dispositivos do tipo disjuntores e fusíveis , especiais para uso emcorrente contínua, devido às características do comportamento da corrente quando chaveadas. A extinção de energia num disjuntor sob corrente contínua pode provocar um arco-voltaico, portanto sãofeitos especificamente para essa aplicação. É comum haver o descuido na seleção desses dispositivos,utilizando os especificados à energia AC. Equipamentos com alimentação dual devem ser alimentados preferencialmente a partir de quadros distintosou a partir de dois pontos de consumidor de quadro alimentado de forma dual.

10

Page 11: Sistema de energia - Telecomunicações

Sistemas de Energia CC: Considerações Finais Tão importante quanto os conhecimentos funcionais e técnicos dos componentes de um sistema e oscuidados que se devem ter na implantação e manutenção corretiva e preventiva do sistema, é o processo demanutenção de um inventário de consumidores sempre atualizado. Importância da documentação da instalação ( as-built ) Um projeto de um sistema de energia CC deve conter no mínimo:

Critérios Gerais do Projeto de Sistema de Energia CC;Plantas de Diagramas Unifilares;Plantas de Arquitetura de Posicionamento e Detalhamento de Quadros e Equipamentos;Memoriais Descritivos de Funcionamento das Unidades de Retificação e Sinalização;Especificações dos Equipamentos;Especificações e Lista de Matérias de Dispositivos e Materiais Utilizados;Manuais de Operação e Manutenção dos Equipamentos e Dispositivos (ex. baterias);Lista de Sobressalentes;Certificado de Ensaios Técnicos dos Equipamentos;

Os projetos devem atender às normas aplicáveis de instalação, e os desenhos de plantas devem atender anormas da ABNT. Recomendamos que a empresa contratante crie seus documentos de especificação deimplantação de sistemas de energia CC, de forma a garantir uma boa qualidade na instalação final. Cuidados na Operação e Manutenção Pela natureza de seu negócio, a industria de telecomunicações é uma das únicas que tem como prática amanutenção e reparo e modificações de seus sistemas em estado operacional. Este fato requer de sua equipede técnicos um cuidado maior no manuseio dos equipamentos de energia CC, em especial quanto ao risco deacidentes ocasionados por curto-circuito nos bancos de baterias. Os técnicos sabem que as tensões nesses barramentos são baixas (na ordem de 2 Volts por elemento debateria e 24 ou 48 volts no banco de bateria), consideradas não letais, entretanto, o potencial de energiaprovocado por um curto-circuito pode vir a ser letal. A depender da magnitude de corrente de um curto-circuito é extremamente alta. Se não dor interrompida a tempos de milésimos de segundos, o perigo e destruição tomam proporçõesenormes. Podem ocorrer danos de cabos, derretimento de terminais de baterias e barramentos, vaporizaçãode metais pesados, ionização de gazes, arcos voltaicos, liberação de hidrogênio; explosão e incêndio. Referências IEEE Std 446-1995: Recommended practice for Emergency and Standby Power Systems for Industrial andCommercial Applications; TELEBRAS 240-510-710: Características técnicas comuns para equipamentos dos sistemas de correntecontínua para telecomunicações;

11

Page 12: Sistema de energia - Telecomunicações

TELEBRAS 40-510-722: Especificações gerais para retificadores chaveados em alta freqüência; TELEBRAS 240-510-723: Especificações gerais de sistemas retificadores chaveados em alta freqüência; EUROBAT 10+: Norma européia para banco de baterias seladas; TELEBRAS 240-500-700 : Especificações gerais de suprimento de energia CC à equipamentos detelecomunicações.

12

Page 13: Sistema de energia - Telecomunicações

Sistemas de Energia CC: Teste seu Entendimento 1. Em relação aos conceitos de baterias, qual das alternativas está incorreta:

Na flutuação a bateria fornece energia aos equipamentos consumidores;

As baterias não-seladas exigem a instalação em salas especiais;

A média da vida útil projetada de uma bateria em telecom é de 10 anos @ 25ºC. 2. De acordo com texto qual das afirmativas está correta:

Para a maior disponibilidade do sistema CC é necessária apenas a duplicação do banco de baterias;

As tensões mais usuais em sistemas CC de telecom são +24Vcc e - 48Vcc;

Na falta de energia CA, o GMG alimenta diretamente o banco de baterias. 3. Qual das afirmativas está correta:

Os QDCC tem por finalidade única o desligamento de consumidores;

É um erro dos técnicos de manutenção imaginarem que as intervenções em sistemas CC não causemperigo, devido ao fato de que níveis de tensão no banco de baterias seja baixo;

Na alimentação de uma URCC é permitida variações da energia CA numa faixa de apenas 5%.

13