Sintonia Universitária 7ª edição

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Leia a 7ª Edição da Sintonia Universitária, que na matéria de capa traz uma entrevista com a apresentadora Chris Flores.

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www.sintoniauniversitaria.com.br

GERAO WEB 2.0

A INTELIGNCIA COLETIVA, UMA FORMA DE VIDA INTERATIVA, MUITO ALM DO COMPUTADOR

FLORESTAS AO SEU REDOR TO LONGE, TO PERTO DOS OLHOS

SUSTENTABILIDADE

Protetora da Natureza:Edio n7 nspirando Atitudes

Chris Flores

NOVA ZELNDIA, UMA VIAGEM DE AVENTURA UM CONTRASTE CULTURAL FASCINANTE

INTERCMBIO

Patrocinador :

do Ano Internacional das Florestas no Brasil

Embaixadora das Naes Unidas

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REPORTAGEM ESPECIALFlorestas: To longe, to perto A importncia da conservao das florestas do Brasil e do mundo para a sobrevivncia das espcies de vida no planeta

SUSTENTABILIDADE

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Uma viagem recheada de aventuras e contrastes culturais fascinantes

Nova Zelndia

InTERCMbIO

56MATRIA DE CAPAEmbaixadora das florestas: Incentiva o desenvolvimento sustentvel do Planeta com aes de educao ambiental4

Chris Flores

Entrevista com

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GERAO WEb 2.0Inteligncia Coletiva

nDICEMix ideias: Por Clayton FernandesO iderio da sustentabilidade na conservao das florestas

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A evoluo virtual est presente cada vez mais no cotidiano real das pessoas

Conscincia: Por Rubens BarbosaWashington sem crdito

Mestres: Por Rita de Cssia Valente FerreiraPlanejamento de carreira universitria

Valores: Por Regina MiglioriCultura de paz, sustentabilidade e o crebro tico ( I )

Por Carlos Eduardo Thomaz da Silva

Com a palavra:

70AO SOCIALONG internacional busca realizar sonhos e desejos possveis de crianas que esto em tratamento mdico especial

Coaching O que isso e pra que serve?

notas Sustentveis:Rio + 20, dicas conscientes e muito mais

Curtas mundo universitrio:Pesquisa com universitrios, DCE UNICAMP e muito mais

Campinas como ela : Cambu Jogos universitrios:O esporte como ligao entre o aprendizado e o ldico

Sonhar Acordado;

Mercado de trabalho:Mercado de trabalho aquecido em Campinas

Educao financeira:Resista s tentaes de consumo

Literatura, cinema e artes:Livros, dicas de filmes e muito mais

Imortais da msica:Rock in Rio X Swu e A criao do estilo eletrnico

Games: FIFA 12 & Pro Evolution Soccer 2012 noite em foco: Cobertura de festas Universitrias

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Sade: Benefcios do exerccio fsico Em foco: Florestas

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[MIX IDEIAS]

*Clayton Fernandes; Signatrio dos Princpios Universais do Pacto Global das Naes Unidas - ONU, diretor executivo de comunicao no setor de Bens de Capitais, consultor de negcios, projetos e novas tecnologias, colaborador do programa de energia do governo do Estado de So Paulo, membro de grupo de estudo, do Banco Mundial, para a reduo da pobreza, produtor e diretor do vdeo documentrio O Desafio da Sobrevivncia -TV Cultura de So Paulo, jornalista, empreendedor, comandante do Blog Polticas Visuais e Verbais - http://mixideias.blogspot.com

*Clayton Fernandes

O iderio da sustentabilidade na conservao das florestas

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o Brasil comum as pessoas confundirem conservao ambiental com preservao, uma vez que a prpria mdia divulga de forma errnea, via informaes que recebem das organizaes no governamentais estrangeiras, que necessrio preservar o planeta. No entanto, o homem precisa buscar formas sustentveis de conservao da biodiversidade das florestas e do meio ambiente em que vive. Conservao a administrao de recursos naturais para fornecer o benefcio mximo por um perodo de tempo estvel. A preservao estabelece prticas que asseguram a proteo integral dos recursos naturais, ou seja, no se pode tocar e nem deixar qualquer tipo de pegada de carbono (medida de quanto cada pessoa polui o planeta) no processo de preservao ambiental, uma forma de engessamento scio econmico. As Unidades de Conservao so reas delimitadas do territrio nacional que contm recursos naturais de importncia ecolgica ou ambiental e, por isso, so especialmente protegidas por lei. A partir de ento, so observadas suas caractersticas naturais e estabelecidos os principais objetivos de conservao e o grau de restrio interveno humana. Alm das terras indgenas, atualmente, o Brasil possui vrias categorias de unidade de conservao, definidas pelo Sistema Nacional de Unidade de Conservao. Acesse o site do Ministrio do Meio Ambiente e leia documento sobre Unidades de Conservao em http://www.mma.gov.br na seo publicaes. Qualquer ao que pretenda ter coerncia com o iderio da sustentabilidade deve estar baseada no saber das populaes tradicionais. So os ndios, caiaras, quilombolas, caboclos, ribeirinhos e extrativistas que detm o conhecimento mais sofisticado sobre a histria de usos das florestas, sua variabilidade geogrfica, taxonomia (cincia que classifica os seres vivos), ecologia, usos e manejo das

espcies de plantas e animais, entre outros conhecimentos fundamentais para uma tomada coerente de decises. Na maior parte dos casos, a comunidade tcnica e cientfica simplesmente os desconhece e/ou ignora. Felizmente o interesse tcnico e cientfico nas etnocincias (classificao dos homens em relao ao meio ambiente) tem aumentado velozmente nos ltimos anos, como indicado pelo crescente interesse em eventos e instituies relacionadas com a etnoecologia (interao entre pessoas e ambiente). O Brasil precisa investir no setor de biotecnologia, tecnologia de insumos agrcolas, negcios verdes (ecoturismo, comrcio de crditos de carbono, energias renovveis PCHs Pequenas Centrais Hidreltricas, Elica e Biomassa), alm de suas reformas institucionais, para conquistar uma poltica de desenvolvimento sustentvel, com a ateno ao conservacionismo ambiental. S haver um futuro melhor respeitando as Leis ambientais, preciso incentivar o homem que mora na floresta a viver em associaes, ou cooperativismo, assim pode haver prticas de responsabilidade social com educao ambiental. Os que vivem nas cidades tambm precisam aprender a importncia das florestas para a sua vida. Engessando as florestas, como a Amaznica, haver o aumento de miserveis, um maior nmero de analfabetos e mais violncia na cidade e no campo. Hoje vivem na Amaznia Legal mais de 25 milhes de amaznidas. Se os silvcolas (nativos), maus servidos pelo poder pblico, esto passando fome, retirados de seu habitat por argumentos de ONGs preservacionistas, vem migrando para periferias das cidades, gerando assim favelas e comunidades carentes. O que dir da populao de amaznidas engessada com esse tal preservacionismo internacional? hora de refletir sobre conservao e no preservao das florestas esta ltima amarra o desenvolvimento de uma nao!

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A CAMisEtA

VAi CAir Muito bEM EM VoC. E MElhor

AiNdA NA suA CoNsCiNCiA.

VistA VoC tAMbM EssA CAusA.A cada 7 segundos, uma mulher agredida em seu prprio lar. E somente com a sua ajuda conseguiremos mudar esse quadro. Colabore com o Fundo Nacional para a No-Violncia Mulher. Acesse o site e saiba como ajudar: Propague essa conscincia.

www.bemquerermulher.org.br

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[CONSCINCIA] [CONSCINCIA]

Um lugar na mesa principalPor Rubens Antonio Barbosa* | Foto: Luiza Sigulem

Embaixador Rubens Antonio Barbosa Mestre pela "London School of Economics and Political Science" (Escola Superior de Cincias Econmicas e Polticas de Londres). Embaixador do Brasil em Londres e em Washington. Secretrio de Assuntos *Embaixador Rubens Antonio Barbosa Mestre pela London School of Internacionais do Ministrio da Fazenda. consultor de negcios e ocupa, entre Economics and Political Science (Escola Superior de Cincias Econmicas outros, os cargos de Presidente do Conselho Superior de Comrcio Exterior da FIESP, e Conselho da Orquestra Sinfnica do Estado de So Paulo. Membro do Membro do Polticas de Londres). Embaixador do Brasil em Londres e em Washington. Secretrio de Assuntos Internacionais do Ministrio e Fazenda. outros Gacint - Grupo de Anlise da Conjuntura Internacional da USPda de diversosconsultor conselhos.de negcios e ocupa, entre outros, os da Revista PresidenteNacional e, O Embaixador o editor responsvel cargos de Interesse do Conselho Superior de Comrcio Exterior da o Jornal O Estado Conselho da Orquestra tambm escreve ensaios regularmente para FIESP, Membro dode So Paulo e para o Globo, alm de ter publicado trs livros,Paulo. os quais se destacam: Panorama Visto Sinfnica do Estado de So entre Membro do Gacint - Grupo de Anlise de Londres e The Mercosur Codes, publicado pelo "British Institute of International da Conjuntura Internacional da USP e de diversos outros conselhos. O Emand Comparative Law"o editor responsvel da Revista Interesse Nacional e, tambm baixador (Instituto Britnico de Direito Internacional e Comparativo). escreve ensaios regularmente para o Jornal O Estado de So Paulo e para o Globo, alm de ter publicado trs livros, entre os quais se destacam: Panorama Visto de Londres e The Mercosur Codes, publicado pelo British Institute of International and Comparative Law (Instituto Britnico de Direito Internacional e Comparativo).

poca, como foi a Inglaterra, e agora, os EUA. A ironia em tudo o que estamos vendo acontecer que nunca, nos ltimos 50 anos, a potncia dominante viu-se to vulnervel e enfraquecida, enquanto a maioria dos pases tanto dela depende para o fortalecimento da economia e para a busca de solues negociadas para os principais problemas polticos, econmicos e financeiros globais. Estamos em um perodo de transio e nenhum

Sabendo como os EUA colocam o interesse nacional acima de tudo, no momento em que a situao econmica se normalizar, a probabilidade a de que o poderio de Washington volte a ser exercido, com estilo e tom diferente. Tendo s duas mos e o sentimento do mundo, esperemos que, diferente de Drummond, ao amanhecer de uma nova era ps-crise, esse amanhecer no seja mais noite que a noite.

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mata, serviu todos os regimes na Unidas e dos organismos criados em Frana de 1796 a 1830. Em um de seus Bretton Woods, depois da guerra (Banco os ltimos momentos de ostracismo, convidado para 50 anos, os EUA foram vistos desempe- equipado para assumir o papel de lideranMundial e Fundo Monetrio), pas est um jantar na corte parisiense, dirigiu-se a nha do mundo livre, por nesses como a nao lder um papel ativo e construtivoa desempenhado at aqui pelos EUA. Nem a China, um lugar obscuro no final da mesa. Ouviu de aceitavam essa Participa do G7/8,a Unio Europia, ou os pases emergentes. organismos. liderana, ou como muitos que um dos convidados que seu lugar no era ali, convidado, e integra o G-20 financeiro com como imperialista - impondo sua vontade, escoraApesar de tudo e de todas as restries polticas mas na mesa principal, o que motivou a forte presena nas discusses sobre goverda no poderio econmico, financeiro ou militar declarado a um seem relao aos EUA, muitos governos esto ajufamosa resposta: o lugar mais importante nana global. Candidato gundo os dando mesa aquele onde me sento. que contestavam a hegemonia de Washingassento permanente no Conselho de Segu-os EUA a buscar solues para a crise de sua Ocorreu-me esseton. O arrogante unilateralismo ONU integra o grupo doseconomia. Os recursos, necessrios para financiar episdio enquanto rana da norte-americano, quatro participava de reunio de grupo composto poderosa mquina de a Alemanha com vis- oramentrio americano no corrente ano respaldado pela mais com a ndia, o Japo e guerra o dficit por importantes formuladores e executores pelas vantagens reforma das Naes (14,3 trilhes de dlares), esto sendo fornecidos, tas a acelerar a da globalizaUnidas. jamais construda e de poltica externa, capitaneados por Henri O Brasil tem procurado se fazer ouvir no o financeira econmica e comercial, fez com que entre outros, por pases como a China e Brasil, no Kissinger, recentemente, em New York. No processo de paz entre Israel-Palestina, na os EUA perdessem a exatamente seguidores encontro, foram examinados os principais questo do programa nuclear do Ir e na credibilidade e o ares- ajuda aos pases da frica. Por iniciativa incondicionais de Waaspectos da conjuntura internacional, peitoe no concerto das brasileira, foram criados fruns para o dishington. mudana do eixo poltico econmico do Atlntico para o Pacfico, a emergncia da dos logo entre a Amrica do Sul e o Oriente Mnaes, ao longo Pode parecer uma China, o conflito Israel-Palestina, o Ir e as dio, e entre nossa regio e a sia. A institultimos 10 anos. afirmao difcil de conseqncias dos vazamentos de informaA crise que hoje cionalizao do BRICS (Brasil, Rssia, India, aceitar por muitos, mas es do wikileaks. China e frica do Sul) e do IBAS (India, Brasil tanto afeta os mercao fato que, em certo A mim foi proposto discutir se o Brasil e frica do Sul) tornou mais forte a voz do dos no mundo inteiro Brasil no contexto internacional. sentido, jamais tivemos poderia ou no no processo decisrio surgiu mesa principal. era nos EUA da um mundo mais unipomundial ocupar um lugar na A economia brasileira a oitava do Bush, que, presena econmico-financeira e politiabalados lar de que agora. nacional Sim, haja vista que crescente mundo em termos de produto bruto, pelo critrio do FMI. externa do Brasil ocorre hoje, agora na era Obama lutam para controlar visto como camente, sobretudo A volta do crescimento econmico, a restaurao como potncia agrcola mundial. doassisA crdito internacional, a revitalizao do comrpela habilidade de obter xitos pelos diminuir o desemprego e as perdas da valores a recesso e que defende, por sua cultura, pelaApesar de tncia os EUA continuaramque o Brasil classe mdia. ao tudo tcnica e financeira cio global, a questo do nacionalismo econmico oferece aos pases em desenvolvimento da moderada e moderadora, alm da atitude no centro dos acontecimentos globais. e frica coloca hoje o pas e o protecionismo comercial na rea econmica, a Amrica Latina positiva para construir consensos, em "soft power". O testeentreque passa a teoria, cocurioso notar o por os maiores doadores internacionais. reestruturao do processo decisrio global, poltioutras palavras pelo seu mum nos meios polticos e acadmicos em New York, houve reconorte-americo e econmico, financeiro e comercial, a forma de Brasil um interlocutor indispensvel nos Na reunio temas globais como comrcio, meio ambi- o mundo, para manter-sedas credenciais do nhecimento da solidez estcanos, segundo a qual evitar novos conflitos externos e o equacionamento ente/mudana de clima, direitos humanos, Brasil. necessitaria a comunidade intervel e avanar economicamente,Ficou claro quesempre dos atuais, tudo depende da ao dos EUA. Seja ela energia (renovvel e,da liderana do pas mais nacional j estpoderoso daatentamente ou negativa. agora com o pr-sal, importante e observando positiva petrleo) e gua. os movimentos do governo brasileiro.

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*Rubens Antonio Barbosa |Membro fundador do GATT, da Naes Foto: Luiza Sigulem alleyrand, notvel poltico e diplo-

Washington sem crdito

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O cutorBrasil um interloindispensvel nos temas globais como comrcio, meio ambiente/mudana de clima, direitos humanos, energia (renovvel e, agora com o pr-sal, petrleo) e gua.

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[MESTRES]

*Prof Dr Rita de Cssia Valente Ferreira; Farmacutica- Bioqumica, pela Universidade So Francisco (1990); Mestre em Microbiologia pela Universidade Guarulhos (1995); e Doutora em Imunologia pela Universidade de So Paulo (2005). Experincia docente desde 1990, atuando em cursos de graduao da rea de sade (medicina, odontologia, farmcia, enfermagem), e em cursos de nvel tcnico (biodiagnstico). Presidente do Comit de tica no Ensino e Pesquisa da Fundao Municipal de Ensino de Bragana Paulista-SP. Supervisora nomeada pela Unidade Certificadora do projeto Escola de Fbrica financiado pelo MEC/FNDE. Membro da Comisso de Especialistas Relatores da Cmara de Educao Superior do Conselho Estadual de Ensino do Estado de So Paulo; Avaliadora e relatora do Conselho Estadual de Educao SP.

*Por Rita de Cssia Valente Ferreira

Planejamento de carreira universitria

o terminar a graduao o universitrio deve estar disposto a continuar os estudos. Mas por onde comear? Inicialmente, buscar qual ser o foco do seu objetivo profissional aps a concluso do curso. O correto, antes de optar por um caminho, avaliar e organizar ideias para uma vida profissional satisfatria, aumentando as chances de sucessos e diminuindo o % de erros e insatisfaes na carreira. A concluso de um curso de graduao s o incio de uma vida de escolhas, pois toda profisso nos d um leque de opes e caminhos para seguir. O mercado de trabalho exige a diversificao de atividades cada vez mais apuradas. Quais seriam as opes para tornar o currculo psfaculdade mais atrativo? A fluncia e conhecimento da lngua inglesa, hoje em dia no mais opo, tornou-se obrigao. Os recm graduados perguntam se devem fazer mestrado, doutorado, ou seguir para o mercado de trabalho? A resposta s deve ser conclusiva aps uma longa conversa sobre as pretenses futuras para a vida profissional. A ps-graduao toma um longo tempo de dedicao e, muitas das vezes, esta realizada longe do mercado de trabalho. Entenda o que isso significa: um recm formado opta por fazer mestrado em uma excelente universidade. Esse mestrando poder ser contemplado com bolsa de estudos, por fontes de fomento cientfico. Um mestrado exige dedicao exclusiva, so quatro anos corridos de trabalho como bolsista, mas sem a experincia de mercado, sem registro em carteira e ao final desse perodo com a produo de uma dissertao, que poder, ou no render artigos publicados em revistas de impacto, depender da qua-

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lidade do trabalho final. bvio que o mestrado traz experincias importantes, mas para quem quer atuar rapidamente no mercado de trabalho, sinceramente, esses quatro anos faro grande diferena na concorrncia por uma vaga. Explico: um aluno formado na mesma faculdade do exemplo dado anteriormente aps analisar friamente, o que queria de sua vida profissional, fez a opo por investir na diversificao de contedos e na aquisio de experincia de mercado. Pode planejar sua vida financeira. Entendeu a diferena? No primeiro caso a escolha no programada por um mestrado, que deveria ser um diferencial de excelncia, tornou-se um motivo de estagnao profissional, pois no houve planejamento de carreira. O mestrado conduz pesquisa, a docncia universitria e exige continuidade, doutoramento, ps docs., publicaes, enfim, exige dedicao e uma longa vida destinada carreira e um planejamento maior das reservas vindas das bolsas de estudos, pois nelas no constam planos de sade, frias, e demais benefcios trabalhistas. O Brasil ainda necessita criar e consolidar estmulos para a contratao de mestres e doutores em indstrias e empresas de desenvolvimento tecnolgico para, com isso, ampliar o campo de atuao desses profissionais altamente capacitados e que constantemente se vem migrando para outros pases para exercerem a profisso de pesquisador cientfico, que no nosso pas ainda pouco reconhecida. A construo de uma vida profissional slida deve ser baseada na constante busca de conhecimento e experincias. Pense nisso!

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[VALORES]

*Regina Migliori dedica-se a desenvolver o potencial tico e sustentvel das pessoas, organizaes e comunidades, integrando diferentes reas de atuao; coordena o Ncleo de Pesquisas do Crebro e da Conscincia e o Laboratrio de Neuro-Desenvolvimento vinculados ao Instituto Migliori e Fundao Douglas Andriani; advogada, educadora, ps-graduada em Neuropsicologia, doutoranda em Epistemologia e Histria da Cincia na UNTREF em Buenos Aires; Conselheira do Portal Ns da Comunicao; Consultora em Cultura de Paz da Unesco; Professora da Fundao Getlio Vargas; h mais de 20 anos vem aplicando sua metodologia para o desenvolvimento de modelos ticos e sustentveis junto a empresas, governos e instituies do terceiro setor; autora de livros, programas de e-learning, e articulista em diversos meios de comunicao. www.migliori.com.br

*Regina Migliori

Cultura de paz, sustentabilidade e o crebro tico ( I )Paz um valor humano, e como tal um princpio direcionador das nossas aes. Um ponto de partida para as inteligncias humanas, fundamentado no respeito pelos diferentes. No corresponde ao estado de inexistncia de conflitos, e sim capacidade de administr-los. A paz tambm no pode ser compreendida de forma fragmentada, somente como um estado de esprito individual. Ou como um sistema autoritrio de relaes homogneas, embasado na possibilidade de que todas as pessoas pudessem vir a sentir, pensar e agir da mesma forma, onde qualquer manifestao de diversidade, ou seja, qualquer conflito, percebido como ameaa. Tampouco pode ser compreendida somente como antdoto violncia, pois seria reduzir uma postura criativa e transformadora a uma mera correo de rumos. Alm disso, um equvoco compreender a noviolncia como uma perspectiva passiva, de omisso ou no-ao. Ao contrrio, para atingirmos um patamar no-violento, temos que exigir de ns mesmos um altssimo grau de exerccio inteligente, criativo, competente e amoroso a fim de encontrarmos solues no-violentas para os desafios que a vida nos apresenta. As respostas reativas ou de proteo, embasadas numa postura de ataque e defesa, so muito simples, primrias, correspondem a um patamar primitivo do comportamento humano, cuja tendncia ser superado pelas prprias exigncias da nossa evoluo. Como expresso inteligente de vida, seres humanos j sabem realizar algo mais do que somente reagir violentamente a uma ameaa. Estamos vivendo um momento em que percebemos movimentos simultneos de globalizao, e de busca das nossas razes particulares. Sabemos que nossa identidade se constri na relao com o outro, mas talvez nunca tenhamos nos relacionado com tantos outros, to diferentes de ns. Ressurge a nfase sobre a necessidade de construir parmetros ticos como uma contribuio efetiva, no s para maximizar resultados sustentveis, mas tambm para construir uma cultura de paz que garanta nossa sobrevivncia como espcie. A cincia est integrando diferentes saberes em torno da noo de ser humano compreendido como uma estrutura de vida inteligente, complexa e dinmica. Este ponto de vista nos impulsiona para uma ampliao do entendimento sobre a evoluo humana. Aprendemos que sobrevive o mais apto, o mais adaptado, e aquele que sobrevive o mais evoludo. Essa postura prev o domnio sobre o ambiente percebido: um mundo concreto sobre o qual pretendemos estabelecer uma relao de domnio. Este um poder exterior, que pode ser obtido de fora para dentro, testado, conquistado, negociado, enfim, compreendido em uma posio externa a ns mesmos. Estabelecido este espao externo de poder, a tendncia proteg-lo, e atacar quem o ameaa - est assim instaurada a raiz da violncia, sob os auspcios da mais acirrada noo de competitividade, onde vale tudo para ser evoludo.Ser que temos ensinado isso nas nossas escolas? Esta a abordagem que a nossa sociedade tem priorizado Porm, um modelo de evoluo centrado no exerccio do poder externo um modelo falho para se aplicar existncia humana. No somos somente um corpo em busca de sobrevivncia, tentando dominar seu meio. Somos seres inteligentes, sensveis e criativos.

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[COM A PALAVRA]

*Prof. Dr. Carlos Eduardo Thomaz da Silva, Ph.D. International Executive Coach - Psiclogo (Doutor em Psicologia Clnica Cognitiva pela Universidade da Califrnia, especialista nas reas de Ansiedade, Humor, Coaching, Terapia do Luto e Cuidados Paliativos Psicolgicos), Neurocientista, Cientista Social, Filsofo e Linguista. Atuao principal em Campinas/SP.

*Por Carlos Eduardo Thomaz da Silva

Coaching O que isso e pra que serve?Vamos iniciar com a histria do Coaching e dizendo o que significa, embora existam vrias verses de como a Psicologia evoluiu do simples Aconselhamento Psicolgico at o instrumento mais moderno de aconselhamento pessoal e organizacional chamado Coaching. Este termo vem do Ingls e significa treinamento; to coach significa treinar; coach significa treinador (como vemos nos jogos americanos, o Coach do time de basebol, de basquetebol ou de voleibol o treinador do time). Ento, Coaching a atividade a que se submetem as pessoas que desejam orientao, aconselhamento e treinamento para desenvolver habilidades pessoais para o trabalho, para o estudo, para atividades pessoais ou mesmo para a carreira profissional. Nos Estados Unidos, iniciaram-se no sculo XIX os primeiros trabalhos realizados para desenvolver e treinar melhor os empregados das fbricas, e aconselhamentos educacionais, baseados no modelo comportamental. No sculo passado, surgem as teorias de Willian Mouton Marston. Foi com ele que surgiu o primeiro instrumento srio de aconselhamento psicolgico, que era composto de um psychological assessement, isto uma avaliao psicolgica, que no ficava somente na avaliao, mas seguia orientando e desenvolvendo as qualidades encontradas na avaliao, obtendo resultados positivos significativos nas pessoas, em geral, trabalhadores, executivos, gerentes e estudantes que acabavam se tornando melhores em seus desempenhos profissionais e desenvolvendo ainda mais suas carreiras. Ele desenvolveu o modelo DISC (Dominance, Influence, Steadness e Concientiousness), que traduzido significa Dominncia, Influencia, Estabilidade e Conscincia/ateno/diligncia. Com brevidade apresentamos um pouco do que pode ser desenvolvido com a aplicao do DISC no Coaching: - dar nfase na modificao do ambiente e na persuaso das pessoas envolvidas neste ambiente com o fim de atingir os resultados necessrios. Dar nfase nas formas de cooperao em trabalho de equipe levando-se em conta as circunstncias para poder enfrentar as situaes e obter xito nas tarefas a serem desempenhadas. Dar nfase no trabalho/estudo/outra atividade, de forma consciente, atenta e diligente, para a obteno do resultado desejado e esperado. Para que estas nfases possam ser desenvolvidas, o paciente passa pelas avaliaes comportamental, cognitiva e de personalidade, para que o Coach possa atuar especificamente nas lacunas que esto fazendo com que o desenvolvimento no esteja ocorrendo e melhorar ainda mais os atributos positivos do paciente. Existem tcnicas especficas de Coaching para que os jovens possam enfrentar de forma segura, assertiva e objetiva o famigerado VESTIBULAR! Para tanto, o Coaching deve ser iniciado j na 1 srie do segundo grau, com consultas preparatrias para o Coaching na 2 srie do segundo grau e, ento sim, um Coaching semanal para o acompanhamento durante toda a 3 srie do segundo grau. O mesmo vale para quem vai fazer o cursinho preparatrio para o ingresso faculdade. H tambm tcnicas de Coaching para quem j formado na faculdade, deseje continuar sua carreira, com orientaes especficas de como atingir os objetivos profissionais desejados. Em resumo, o Coaching vai preparar e treinar o paciente para que possa atingir seus objetivos pessoais, profissionais, educacionais e sociais.

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[NOTAS SUSTENTVEIS]

Rio+20

A Conferncia Rio+20, a realizar-se em junho de 2012 na cidade do Rio de Janeiro, ter dois eixos temticos: a economia verde no contexto do desenvolvimento sustentvel e da erradicao da pobreza; e o arcabouo institucional para o desenvolvimento sustentvel. Para Leisa Perch, especialista em polticas pblicas e coordenadora da rea de Desenvolvimento Rural e Sustentvel do Centro Internacional de Polticas para o Crescimento Inclusivo do Programa das Naes Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), O Rio+20 no pode ser business as usual (o mesmo jeito de fazer negcios de sempre), o que muita gente chama de sustentabilidade no passa de uma maneira de sustentar o business as usual, mas com uma boa camada de tinta verde por fora, de forma a aumentar sua aceitao.

DICAS CONSCIENTES

Escove os dentes de torneira fechada:Se em uma cidade com cerca de 1,4 milho de pessoas, aderisse ideia, em oito dias seria poupada a quantidade de gua suficiente para abastecer um dia inteiro de uma cidade com cerca de 404 mil pessoas.

Tome banhos mais rpidos:Se metade das famlias de uma cidade de 100 mil habitantes reduzisse o tempo de chuveiro aberto de 10 minutos para a metade no banho dirio, economizaria gua para abastecer toda a cidade por quase dois meses; e ainda pagaria uma conta mais barata.

Para cada churrasco, plante uma rvore:A produo de um quilo de carne emite 3,7kg de CO2;; ento para um churrasco de 100 pessoa, em mdia 50kg de carne, so emitidos 185 quilos de CO2, quantidade equivalente ao que uma rvore da Mata Atlntica utiliza em seu crescimento em 37 anos. Isso, s para equilibrar o gasto com a carne, ainda temos o impacto do transporte, carvo, e todo o lixo produzido.

No deixe gua pingando:Com essa prtica, em um ano, voc economiza pelo menos 16 mil litros de gua.

Faa a reviso da vedao de sua geladeira:Isso evita que o frio saia da parte interna e o calor entre, exigindo que a geladeira trabalhe mais para resfriar. (fonte: http://www.akatu.org.br)

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Lixeira eco

Designer industrial de Washington desenvolve projeto que transforma lixeiras em ferramentas de decorao atravs de um trabalho feito mo. De acordo com o inventor do projeto Steelplant, que est na segunda edio, a ideia surgiu da preocupao com a sade do planeta que nos faz buscar formas de minimizar o impacto causado pela vida humana. Segundo ele, todos os materiais de embalagem podem ser reciclados ou compostados. As lixeiras podem ser compradas atravs do site: http://steelplant.net/.

Carregador

Sustentvel

Um novo conceito de carregador sustentvel para iPhone foi criado, especialmente, para ciclistas. O gadget SpinPOWER 14 utiliza a fora da energia cintica para gerar eletricidade. Um dnamo conectado na roda da bike transforma a energia mecnica, produzida pelas pedaladas, em energia eltrica que transmitida por um cabo para recarregar a bateria do celular.

Arte nas

ProfundezasCancun, no guas das Mxico, no A exuberante cidade deapenas no apresenta uma maravilhosa paisagem superfcie, mas tambm nos encanta com um verdadeiro tesouro escondido nas profundezas de suas guas lmpidas e cristalinas. Submerso no Parque Marinho de Cancun est instalado o MUSA Museu Subaqutico de Arte, aberto ao pblico que procura se encartar com as mais variadas exposies que nos apresentam uma viso diferenciada da arte e da histria. Uma das mais fantsticas a Evoluo silenciosa, Jason De Cares, o responsvel pelas exposies, apresenta as mudanas e transformaes dos seres humanos ao longo do tempo.

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[entrevista]

Chris Flores22

Por Clayton Fernandes Christiane Flores jornalista, colunista e apresentadora de TV, nos programas Hoje em Dia (TV Record) e Ressoar (Record News). Em 2011 foi nomeada pela ONU (Organizao das Naes Unidas) como Embaixadora do Ano Internacional das Florestas no Brasil. Acompanhe a entrevista exclusiva da Sintonia Universitria com a Chris Flores.

Embaixadora das florestas:Incentiva o desenvolvimento sustentvel do Planeta com educao ambiental.

Sintonia Universitria - Como ser homenageada pela Organizao das Naes Unidas (ONU), com o ttulo de Embaixadora do Ano Internacional das Florestas no Brasil? Chris Flores: Foi uma grata surpresa e uma honra para mim. Na ocasio eu havia sido convidada como a hostess da Conferncia do Ano Internacional das Florestas, realizada pelo Instituto Humanitare. No incio do evento, de surpresa, fui nomeada Embaixadora da ONU para o Ano Internacional das Florestas. Esse ttulo de nvel internacional conferido a mim foi o melhor reconhecimento do meu trabalho, ele significa muito trabalho pela frente e tambm um empenho grande de atuao junto a um processo de seriedade e de profissionais renomados que so vinculados as Naes Unidas. S.U. Qual a importncia que as florestas exercem sobre a vida das pessoas e sobre o desenvolvimento do ecossistema? Chris Flores: A floresta a chave da vida. das florestas que os homens retiram matrias- primas, alimentos, medicamentos, gua, enfim todo tipo de insumos pertinentes a manuteno do estilo de vida social da humanidade. Desde aldeias de ndios escondidas nos rinces do mundo em meio natureza at os grandes centros urbanos, os homens precisam das florestas para sobrevivncia. Visitando o Estado do Tocantins (Amaznia legal), como embaixadora, assisti de perto um pouco da histria da natureza do interior do Brasil. No distrito de Bielndia, municpio de Filadlfia, estive no Monumento Natural das rvores Fossilizadas, so 32.152 hectares de terra com rvores petrificadas, fsseis de uma espcie vegetal que existiu h mais ou menos 250 milhes de anos atrs. Um stio arqueolgico descoberto por alemes, com cenrio visual

parecido com crateras lunares, que j teve furtado cerca de 3 toneladas de pedras fossilizadas com alto valor no mercado internacional. Os nativos da regio no sabiam o valor dessa floresta petrificada. Esse exemplo deixa claro que a floresta, mesmo morta, ainda capaz de gerar riqueza para a sociedade, ou seja, tudo aproveitado, at a sua petrificao tida como material de valor para o homem. S.U. O que fazer para incentivar a conservao sustentvel do meio ambiente? Chris Flores: Durante um tempo no sabamos como atuar nessa questo de sustentabilidade, nem sequer tnhamos noo do que se tratava, haja vista que o tema novo! Hoje temos informao, conhecimento e ferramentas para mudar o mundo. mais fcil praticar queimadas, criar gado de forma predatria, jogar esgotos nos rios, ou no se preocupar com o destino adequado do lixo domstico, hospitalar e industrial. Parece complexo cuidar do planeta, mais uma conta fcil de fazer, um dia a fonte da natureza vai secar, e para que no cheguemos l educao ambiental uma sada. No possvel discutir o tema florestas, sem antes ensinar as crianas da importncia do meio ambiente e educ-

las no s para o plantio de uma rvore, mas tambm como preservar a natureza e a vida. As pessoas que vivem no entorno das florestas precisam de mecanismos (tecnologias) para o desenvolvimento sustentvel e treinamento de mo de obra. A populao que mora na floresta e depende da floresta necessita de educao ambiental. Ns que moramos longe das matas, tambm dependemos das florestas e, portanto, temos que buscar a educao ambiental. Sejamos conscientes, com mobilizao social possvel unio e apoio a natureza, tanto as pessoas que vivem nas florestas, como as que esto nos grandes centros podem ser tornar guardies das florestas, com ao de educao ambiental. S.U. - A cidade do Rio de Janeiro teve a floresta da Tijuca reflorestada por D. Pedro II. possvel reflorestar as grandes cidades do Brasil? De que forma apoiar o reflorestamento adequado s reas urbanas? Chris Flores: possvel sim. Eu acredito que super possvel. Entre minhas aes como embaixadora um projeto que pretendo realizar, reflorestar reas urbanas de grandes centros. importante que as pessoas das ci

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[entrevista]A questo ambiental de todos e no apenas de uma determinada faco da sociedade civil, todos so responsveis pelas florestas e seu ecossistemaPaulo se dar com aportes das empresas privadas, na compras de mudas, e o governo com o de gesto na liberao de locais e suporte tcnico para os plantios das rvores. Em Campinas tambm possvel realizar reflorestamento, no s em Campinas como tambm nas cidades em seu entorno, ou em qualquer municpio do Brasil. Na grande Campinas h empresas mobilizadas com marcas ambientais. certo de que ainda muitos governantes e empresrios vem aes ambientais, de reflorestamento, como um ato de gastar dinheiro, mas logo vo perceber que se trata de investimento. S.U. Como as pessoas podem participar do Ano Internacional das Florestas? Chris Flores: Plante uma rvore, cuide das praas e de seu ambiente social. Creio que as pessoas podem colaborar naquilo que elas mais se identificam, como por exemplo; quem gosta de ensinar pode ajudar crianas e adultos com educao ambiental. Os que usam redes sociais sero bem vindos na divulgao de eventos, aes e trabalhos socioambientais. H os que tm condio de cuidar dos povos das florestas, como os engajados em ONGs e instituies privadas e governamentais. Agora se houver uma pessoa que no saiba como participar, procure algum que j faz alguma coisa pela natureza. Existe a possibilidade tambm de voc ajudar dentro do seu prprio universo, se acaso tenha um restaurante, que tal fornecer alimento a voluntrios que estejam fazendo um dia de plantio em sua rua ou bairro? O que importa participar de alguma forma, as pessoas precisam perder o medo e sair em campo para ajudar a mudar o meio ambiente de forma prtica e sustentvel, como criar um pomar, uma horta, plantar uma rvore na sua rua. S.U. De que forma possvel diminuir o desmatamento das florestas e manter o crescimento desenvolvimentista da nao? Chris Flores: Com sustentabilidade! necessrio que haja a valorizao do tema, ser sustentvel, como forma de investimento na cadeia produtiva empre-

dades saibam como cuidar da natureza, em especfico vou incentivar para que todos tenham uma rvore ou uma plantinha em casa. Na cidade de So Paulo estou viabilizando uma parceria de plantio de rvores com a Secretaria de Meio Ambiente municipal. A ideia plantar e cuidar depois! Vamos levar o projeto para as escolas pbli-

cas da cidade, alm de praas e parques. O projeto de plantio de rvores, com a Prefeitura de So Paulo, requer planejamento de local adequado ao recebimento de mudas, controle de plantio e manuteno da rvore durante o seu crescimento. Pensamos em trabalhar unidos com sociedade civil, governo e iniciativa privada. A mobilizao de reflorestamento em So

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sarial. Ou voc entende o que ser sustentvel, ou fica de fora do mercado mundial. S.U. Qual a sua rvore, ou planta predileta? Chris Flores: Laranjeira, Pitanga, Rom, Bambu, mas a minha rvore predileta o Ip roxo. Tenho o Ip roxo como predileto, pois se pode dizer que essa rvore faz a diferena no cotidiano das pessoas, que vivem em cidades como So Paulo, com a sua sombra e condicionamento do ar, alm de sua exuberncia e beleza nica. O Ip roxo provou s pessoas a forma de sobrevivncia, mesmo com as diversidades dos grandes centros urbanos, como a poluio do ar e a falta de espaos nas caladas e canteiros pavimentados, lutando pela vida. S.U. O tema florestas deixou de ser um assunto s de ambientalistas e est chegando sociedade em geral? Chris Flores: As pessoas esto olhando para as florestas de forma diferenciada. Como cidado brasileiro de bandeira em punho, temos sim que ser nacionalistas e cuidar do que nosso e tambm do que sobrou das rvores em outras partes do mundo. A questo ambiental de todos e no apenas de uma determinada faco da sociedade civil, todos so responsveis pelas florestas e seu ecossistema. Por exemplo, todo ano, o Instituto Ressoar realiza um dia solidrio, onde os artistas e colegas da TV Record se entregam de corpo e alma a um ato de solidariedade em prol do prximo. Em 2011 o tema da campanha social Ressoar Verde, que tem o apoio da ONU. As atividades do Ressoar Verde so voltadas ao meio ambiente; como plantios de rvores em parques e praas, educao ambiental, responsabilidade social e aes ecologicamente corretas, como reciclagem de materiais, economia de energia e consumo consciente.

S.U. E o novo Cdigo Florestal, o que voc tem a dizer sobre ele? Chris Flores: Eu sou contra da maneira como ele foi apresentado, no houve discusso com a sociedade. H muito interesse poltico, institucional, empresarial e comercial por de trs da Lei do novo Cdigo Florestal. Parece que a ateno poltica est mais voltada para o lado comercial do que para as questes ambientais. O ato de anistiar quem desmatou no passado algo a ser discutido com a sociedade de forma mais clara e mais apurada. O texto da lei deve ser simples, porm completo e justo para com os interesses sociais, econmicos e ambientais, e igualitrio. Se o cdigo for aprovado como uma viagem sem volta, para mudar depois, d trabalho. preciso que a sociedade se mobilize para entender melhor o que se trata cada item da lei contida no cdigo. Mobilizaes atravs de abaixo assinado por e-mail e redes sociais tem surtido resultados animadores no mundo ocidental democrtico. A mdia brasileira no sabe e no tem interesse no tema, a no ser quando o assunto gera polmica e d audincia, os veculos de comunicao s deram ateno ao novo Cdigo Florestal no momento que surgiram contraposies e discusses acirradas em meio a Cmara dos

Deputados e no Senado, s assim para a mdia pautar a questo. Em meio a guerra de interesses comerciais e ambientais. S.U. Ento nomeada embaixadora, o que dizer do slogan; Florestas To longe, to perto? Chris Flores: No cargo de embaixadora do Ano Internacional das Florestas (2011), nomeao esta que ser estendida para os anos de 2012 e 2013, no deixarei morrer esse tema, a sociedade est percebendo que ser sustentvel ser vivel. Hoje as florestas esto sendo discutidas com mais delicadeza e mais profundidade pela sociedade civil, empresas e governos. Desde criana preciso entender como uma plantinha nasce e cresce, entender sobre os animais, o valor da vida, de onde vem gua, por que importante preservar a floresta com relao gua e o seu ecossistema. As instituies vm agregando valor em suas cadeias e linhas de produo e servios. Florestas to longe, to perto; pode parecer um ambiente distante das pessoas que vivem nas cidades mas, porm, ela est perto e presente no dia-a-dia de todos ns, a sua inexistncia causaria srios problemas para a sobrevivncia de vida na Terra.

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[CURTAS MUNDO UNIVERSITRIO]

Sintonia apresenta trechos de pesquisa indita com universitrios brasileirosCom o objetivo de mapear a vida social, econmica e acadmica dos estudantes de graduao presencial das universidades federais, o Frum Nacional de Pr-reitores de Assuntos Comunitrios e Estudantis (FONAPRACE), atravs da Andifes (Associao Nacional dos Dirigentes das Instituies Federais de Ensino Superior), realizou em 2010 uma pesquisa socioeconmica acadmica junto ao universo dos universitrios no Brasil.

Perfil nacional de entrevistados: Estudantes de graduao das Universidades Federais Cursos: 3.262 | Estudantes: 656.167 | Idade mdia: 23 anos

As mulheres continuam sendo o grupo predominante em todas as regies, com um percentual nacional de 53,5%. Este percentual praticamente no se modificou desde 2004, que era de 53% .

O restaurante universitrio situa-se em lugar de destaque como o mais importante equipamento para promoo da permanncia dos estudantes, uma vez que 15% do universo dos estudantes utilizam os programas de alimentao, sendo os estudantes das classes C, D e E os mais beneficiados por estes programas.

As bolsas de permanncia e os programas de transporte atendem a 11% e 10%, respectivamente, do universo dos estudantes, figurando entre os principais programas de permanncia. Os estudantes das classes C, D e E (43,7%) tm prioridade nessas aes da poltica de assistncia estudantil. Entretanto, mesmo sendo os mais beneficiados por estes programas, ainda no so adequadamente atendidos em suas necessidades.

notvel o envolvimento de estudantes em atividades acadmicas. Em relao a 2004, aumentou de um quinto para um tero o contingente de estudantes que exerce alguma atividade acadmica remunerada nas Universidades Federais, sendo o estgio (10,7%) a modalidade mais difundida. Quase metade dos estudantes vivenciou crise emocional no ltimo ano. Dificuldades de adaptao a novas situaes envolvendo, por exemplo, adaptao cidade, moradia, ou separao da famlia, entre outras, foi reportada como significativa por 43% dos estudantes.

A educao continuada j faz parte dos planos da maioria dos estudantes (64%) em todo pas. Destes, 19% pretende se dedicar exclusivamente aos estudos aps a graduao e 55% pretende conciliar trabalho com educao continuada. A maioria dos estudantes pretende trabalhar exclusivamente na rea em que se graduou e cerca de um quarto admite trabalhar em outras reas. O apoio psicolgico procurado por 29% dos estudantes, o que retrata a importncia da oferta deste servio nas Universidades Federais.

Os estudantes tm baixa participao social, artstica, cultural e poltica. A participao peridica no movimento estudantil (5,8%) e em movimentos ecolgicos (4,5%) considerada muito baixa. A baixa participao em atividades artsticas e culturais pode ser um reflexo da baixa oferta destas atividades nas Universidades Federais em geral.

Trinta e quatro por cento dos estudantes declaram no fazerem uso de lcool, enquanto 14% fazem uso frequente. Os fumantes representam 14% do universo dos estudantes e os que fazem uso de drogas no lcitas, 6%. Este cenrio aponta a necessidade de ampliar grandemente as aes de combate nestas reas.

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LanamentoProfessores da ESAMC Campinas celebram Lanamento do Livro: Inovao e Mtodos de Ensino para Nativos Digitais, que tem como autores, entre outros, os professores da instituio Eliane El Badouy Cecchettini, Marcelo Augusto Scudeler e Sylvia Helena Furegatti.

AAAPMFA Associao Atltica Acadmica de Propaganda e Marketing FACAMP (AAAPMF) criou em 2010 o departamento Social, responsvel por dois projetos de sucesso Projeto Tigrinhos em 2010 arrecadou brinquedos para a creche Semente da Vida - e o Projeto PP e voc ajudando o prximo em 2011, com doao de agasalhos para o Lar dos Velhos. Prepare-se: em Outubro de 2011 a AAAPMF realizar um evento social ainda no visto em Campinas. Ser maravilhoso!

DCE UNICAMPEstudantes da UNICAMP e moradores de Baro Geraldo promoveram ato contra a violncia sexual pelas ruas do distrito. Atividade visa reafirmar necessidade do debate acerca o combate opresso e violncia dentro e fora da universidade. De acordo com o registro da Promotora Legal Popular, Magali, a cada 13h registrado um estupro em Campinas, e o nico hospital na regio metropolitana de Campinas que tem atendimento especializado para violncia contra a mulher o CAISM (Centro de Ateno Integral Sade da Mulher localizado na Unicamp). O ato contou com mais de 1000 participantes que protestaram pelas principais ruas de Baro com frases de efeito como: Nossa luta todo dia! Mulher no mercadoria!.

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[CURTAS MUNDO UNIVERSITRIO]

A 14 Semana de Engenharia QumicaA Semana de Engenharia Qumica - SEQ um evento anual que ocorre na Faculdade de Engenharia Qumica da Unicamp. Em sua dcima quarta edio, o evento recebeu um pblico aproximado de 250 pessoas e teve como tema Saia da rotina. Em 2011, a SEQ apresentou contedos para os alunos de graduao e ps-graduao, tendo atividades como: palestras, cursos e visitas a fbricas, com o intuito de trazer o que h de mais inovador nas diversas reas em que o engenheiro qumico pode atuar; alm da feira de recrutamento e das palestras das empresas patrocinadoras, visando aproximar os participantes do mercado de trabalho. A responsabilidade scio-ambiental uma realidade empresarial, e no obstante a esse contexto, a 14 SEQ aliou-se necessidade do desenvolvimento sustentvel e, assim, esta edio inovou com a neutralizao total das emisses de carbono do evento, alm da realizao de uma feira de recrutamento externa, no qual foi possvel aumentar o nmero de empresas participantes e o nmero de visitantes, que possibilitou um espao para atraes como fotos instantneas com FunClick e degustaes de cafs da Nestl. Nesta 14 da SEQ o Lar Evanglico Alice de Oliveira foi a instituio beneficente que prestigiou o evento com sua visita. Na oportunidade os participantes da SEQ puderam interagir com as moradoras do lar e doaram 8% do valor de todas as inscries do evento, revertido em alimentos no perecveis. No deixando de lado a vida universitria, houve uma festa no dia 03 de agosto no Espao Mog de Campinas com a dupla sertaneja Andr Luis & Rafael e DJ Rgis Sandes, alm do tradicional churrasco no ltimo dia do evento, que teve a participao do DJ Marco e distribuio de Red Bull durante a competio Stock Car Red Bull.

Universidade de Campinas lder em inovao e patentesDe acordo com o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), em seu ltimo levantamento divulgado em julho de 2011, a Unicamp detentora do ttulo de maior universidade inventora do Brasil. O estudo que avalia os pedidos de patentes depositados entre 2004 e 2008, realizado por pesquisadoras do INPI, aponta que a Unicamp possui 272 pedidos de patentes depositados no Brasil, o que a coloca a frente das demais instituies de ensino do pas. A Petrobrs a empresa que lidera o ranking de pedidos, com 388. FONTE: JORNAL DA UNICAMP

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Graffiti tema de workshop e palestra na FacampAtltica da Facamp (Faculdades de Campinas) promoveu um workshop e uma palestra de graffiti com Gustavo Neno. O evento, foi idealizado pela Atltica Acadmica de Propaganda e Marketing - Faca com o objetivo de trazer complemento formao universitria dos alunos. De acordo com Danilo Victor, Presidente da Faca, estiveram presentes cerca de 150 estudantes e as atividades como o workshop e palestras sempre so oferecidas pela Atltica como uma tentativa de levar o ldico e a interatividade para a vida dos alunos. Assim, os universitrios podem deslumbrar novos horizontes quanto sua profisso atravs de atividades que agregam a sua formao e vo alm dos ensinamentos da sala de aula. .

Em Ano Internacional da Qumica (AIQ 2011), Unicamp recebe quatro laureados com o prmio Nobel de QumicaEi-ici Negishi (Nobel em 2010), Ada Yonath (2009), Richard Schrock (2005) e Kurt Wthrich (2002), vm acompanhados por mais de 10 palestrantes brasileiros e estrangeiros em posio s fronteiras das pesquisas nas reas qumicas sobre Produtos Naturais, Qumica Medicinal e Sntese Orgnica; o maior evento comemorativo acerca do tema no Brasil. O Ano Internacional da Qumica tem iniciativa da Unesco, aprovada em Assemblia da ONU e tem o apoio da IUPAC Unio Internacional de Qumica Pura e Aplicada. A proposta mudar a imagem distorcida que associa esta cincia a malefcios sade riscos ao meio ambiente. FONTE: JORNAL DA UNICAMP

De 24 de setembro a 2 de outubro acontece o Dcimo Segundo Festival do Instituto de Artes - FEIA 12, da Unicamp. O evento uma iniciativa dos estudantes de Artes Cnicas, Dana, Artes Visuais, Midialogia, Msica e Arquitetura da Universidade Estadual de Campinas e chega a sua 12 edio com uma programao voltada para cultura e sua poltica e difuso social no Brasil. Entre os destaques do evento, o Frum

FEIA 12

de Produo Cultural que trar ciclos de debates sobre cultura com os temas:Polticas Culturais,Cultura Digital, Gesto de Carreiras Artsticas, Mercado e Cultura e Produo Cultural Universitria. Para os dias do evento devem marcar presena nomes como Clio Turino (exsecretrio de Cultura de Campinas e responsvel pela Lei Cultura Viva), Cludio Prado (Casa da Cultura Digital) , Ricardo Rodrigues (diretor da Rdio UFSCar), entre

outros expoentes da cultura nacional. A programao inclui ainda oficinas, mostras de dana e teatro, apresentaes musicais, exibies de filmes, festas em bares, intervenes e exposies artsticas. A abertura do FEIA 12 acontece no dia 24 de setembro, s 14h, na Concha Acstica do Taquaral. Mais informaes e a programao completa pode ser encontrada no site do evento www.feia.art.br.

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[CAMPINAS COMO ELA ]

CambuTexto e Fotos: Roniel Felipe

Conhea um pouco da histria de um dos bairros mais tradicionais e queridos de Campinas

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elos carros, restaurantes charmosos, lojas arrojadas, apartamentos vistosos, pessoas elegantes e todo o glamour de uma rea considerada nobre em uma metrpole em seu incessante crescimento. Essas so algumas das muitas atraes do Cambu, um dos mais tradicionais e conhecidos bairros de Campinas. Ruas como Maria Monteiro, Barreto Leme, Coronel Quirino recebem diariamente a visita de centenas de cidados, mas poucos realmente conhecem as origens da regio que faz vizinhana e delimita parte da regio central

do municpio. O Cambu (Myrciaria tenella) uma vistosa rvore da famlia das mirtceas, bastante comum nos tempos em que os tropeiros bandeirantes chegaram a Campinas, no longnquo sculo XVIII. Naquela poca havia um vistoso bosque de Cambus (nas imediaes atuais da Rua Coronel Quirino) que serviu de inspirao para que viajantes oriundos da regio de Sorocaba, So Paulo e Jundia apelidassem o local com o mesmo nome da rvore que faz parte da famlia da goiabeira, da jabuticabeira, da pitangueira e do eucalipto tinhoso.

Com a construo de uma estrada frrea, que colaborou com a chegada e instalao de famlias de fazendeiros em Campinas, a sina de o Cambu ser um bairro de ricos ganhava fora. Se hoje, o bairro sinnimo de status e poder, outrora foi o refgio de prostitutas e ex-escravos que ocupavam cortios e espaos desvalorizados que, aos poucos, foram ocupados pelos burgueses vindos de cidades como Itu, Porto Feliz, Taubat, entre outras (esse processo, mais tarde, deu origens as favelas e os bairros populares de Cam-

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pinas). A arquitetura de alguns casares, ainda presente em ruas como Boaventura do Amaral e Padre Vieira a verdadeira prova vivas do passado campineiro.

Sem diferenas para os diferenciadosRecentemente, o bairro de Higienpolis, uma das mais nobres reas de So Paulo, foi palco de uma grande polmica. Alguns moradores da regio mostraram-se contrrios a construo de uma estao de metr nas imediaes. A justificativa encontrada por alguns cidados era que a ao governamental resultaria no ingresso de gente diferenciada (pessoas de classes sociais inferiores aos d rea onde predominam moradores das classes A e B) na vizinhana. Segundo a campineira Ana Carolina Rizzi Oliveira, 24 anos, embora o Cambu seja conhecido como rea nobre, a situao bem diferente. O bairro por si s j agrada os olhos. Alm disso, o teatro do centro de convivncia acaba atraindo pessoas de vrias regies de campinas, bem como a feira de artesanato e tambm os conhecidos barzinhos, explica a jovem moradora do Cambu. Criada no bairro, a estudante de Administrao de Empresas da Veris/Metrocamp recorda com saudosismo a sua infncia. O que mais me recordo de quando o teatro de arena do Centro de Convivncia recebia vrias atraes artsticas, das tardes no parquinho da Praa Santa Cruz e de brincar na Rua Padre Almeida de pega-pega, patins e outras coisas com a galerinha do bairro, diz. Embora

more do outro lado da cidade, no Jardim Campos Elseos, a assistente de projetos Samira Dias tem a mesma opinio que Ana. O bairro frequentado por todo tipo de gente, pois h muita variedade. H desde bares caros at botecos. H opes para todos os tipos de bolsos, relata. Como muitos jovens de Campinas e de cidades vizinhas, Samira conhece bem os points do Cambu. Gosto do Grainnes Irish Pub, pela variedade de cervejas, embora ache caro e curto muito o S Seor, pela comida, conclui. O universitrio Felipe Freire Gama, que passa a maioria dos seus dias na cidade de Limeira, onde cursa o quarto ano de Anlise de Sistemas, outro vido frequentador do bairro. Gosto muito do Cambu porque h bares onde a cerveja barata. Um dos meus paradeiros prediletos o NaLata Bar, onde geralmente vou com a

Dana, esporte, cultura e muito maisAlm de ser um centro gastronmico que atrai um grande nmero de pessoas durante os finais de semana, o Cambu tambm brinda seus visitantes com casas noturnas das mais variadas vertentes e estilos musicais. A estudante de pedagogia da Unip, Cristiane Zanolini, est entre as campineiras que adoram a agitada noite da rea. Gosto muito do Armazm 31, tanto aos sbados quanto nos domingos. Alm de curtir um pagode l encontro os meus amigos. Os esportistas tambm no ficam na mo, j que o Cambu sede de dois dos mais tradicionais clubes do municpio, o Clube Campineiro de Regatas e Natao e o Tnis Clube de Campinas, localizados na avenida Coronel Silva Telles e na rua Coronel Quirino, respectivamente. Para complementar as opes h feiras, atividades fsicas gratuitas, igrejas e diversas opes culturais que fazem do Cambu um dos xods dos campineiros, independente de status social.

galera do trabalho. Tambm curto a padaria Romana, o caf Starbucks e as temakerias, revela o estudante de 24 anos.

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[JOGOS UNIVERSITRIOS]

O esporte como ligao entre o aprendizado e o ldicoFestas, barracas, msica e diverso. Para muitos os to esperados jogos universitrios se resumem a alguns dias de fuga da rotina com os amigos da faculdade. J para outros, os jogos so sinnimo de muito trabalho e dedicao.ma vez por ano, universitrios de um mesmo curso e/ou rea de estudo se renem em uma cidade para competir em modalidades de futebol, basquete, rugby, tnis, natao e outros esportes. O que, no entanto, parece ser simplesmente festa, na verdade uma forma de integrao entre jovens estudantes. preciso ver os jogos universitrios como processo de ligao social de alunos, pois muitos s se conhecem nessa oportunidade. A universidade no pode ser um espao apenas de apren-

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Por Ana Paula Pereira dizado robotizado, o ldico tem que estar presente no cotidiano universitrio, afirma Otavio Antunes, ex-presidente da Atltica de Comunicao e Artes da PUC-Campinas. Maio de 2004, a ausncia de informao e a consequente marginalizao dos jogos resulta na falta de apoio e investimentos da prpria universidade e de outras empresas e instituies. A maior dificuldade em organizar jogos universitrios sem dvida a falta de apoio, pois na maioria das vezes as empresas olham para os jogos universitrios com desprezo, devido total falta de conhecimento, com isso o problema financeiro se acentua em cada edio. Organizar os jogos muito difcil,

Falta de informaoAo contrrio de outros pases, no Brasil os jogos universitrios ainda so vistos com muito preconceito. De acordo com Lucas Beltrame, ex-presidente e membro do conselho da Associao Atltica e Acadmica de Direito Facamp - XXVIII de

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Bolsas de estudoFoto: Lucas Vital - Jogos Jurdicos Estaduais - Atltica Direito Puccamp

Integrao socialAlm de integrar os alunos no ambiente universitrio, os jogos ainda podem ser vistos como uma forma de melhorar o desempenho acadmico e acolher aqueles que muitas vezes deixam cidades e famlias para estudar. A integrao social e a pluralidade so cada dia mais necessrias num mundo onde no se consegue trabalhar sozinho. Dessa forma, os jogos so uma forma de fortalecer o esprito de equipe e tambm de preparar esses jovens para conviver com os diferentes pensamentos, ideias e comportamentos. Os jogos proporcionam cerca de quatro a cinco dias de convivncia, e todos os participantes precisam saber o que respeitar o espao um do outro, conclui Beltrame.

Exceo a regra, algumas universidades dispem de bolsas de estudos para os alunos que participam de treinos para os jogos, numa forma de oferecer um complemento ao ensino acadmico e a valorizar o esporte como uma prtica de alto carter social. o caso da Universidade Presbiteriana Mackenzie, que possui nomes como Oscar Schmidt, entre os ex-alunos que representaram a instituio em competies universitrias.

SadeEstudos mostram que praticar exerccios fsicos ajudam na concentrao. No entanto, o mais importante o auxlio que o desporto oferece nas relaes sociais. O ser humano e mais ainda o jovem que precisa evoluir em seus relacionamentos, e o esporte pode ser pois precisamos contratar treinadores, assim como alugar quadras e equipamentos, explica Beltrame.

Principais Jogos UniversitriosEconomadasContbeisCursos: Administrao, Economia, Cincias

Clima de paz e amizadeMuito diferente de competies esportivas marcadas pela violncia, nos jogos universitrios o clima sempre de paz e tranquilidade. Este ano fui pela 1 vez ao InterBio (Jogos Universitrios de Biologia), realizado na cidade de Olmpia (SP) e fiquei surpreso com o ambiente. As torcidas entram pelo mesmo porto. Existe rivalidade, mas nunca briga. E caso isso ocorra, a universidade perde pontos na classificao e pode vir a ser expulsa do campeonato, afirma Caio Graco, 20 anos, estudante do 2 ano de Biologia da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).

Economadas Caipira Rene as universidades do interior paulista, enquanto o Economadas se restringe as da Capital Cursos: Administrao, Economia, Cincias ContbeisCursos: Todos da rea de Engenharia

Engenharadas (SP)

Cursos: Jornalismo, Publicidade, Relaes Pblicas, Artes Visuais

Juca Jogos Universitrios de Comunicao e Artes

Valorizao do ambiente acadmicoPara Beltrame, a universidade deveria olhar para os jogos universitrios como uma oportunidade de melhorar e valorizar o ambiente acadmico, uma vez que os alunos esto ali torcendo e levando para as arquibancadas o nome da instituio. O esporte e as atividades fsicas so essenciais para o rendimento dos alunos em sala de aula. Se as reitorias olhassem para estes eventos com mais seriedade elas poderiam utilizar os jogos at como uma forma de conquistar mais alunos, afirma o universitrio.

Jogos Jurdicos Estaduaisuma das ferramentas desse desenvolvimento, explica a psicloga Alessandra Arantes. Ainda segundo Arantes, este tipo de atividade tambm uma forma da universidade colocar em evidncia seu nome e seu potencial de valor interdisciplinar. Sou contra o critrio de bolsas estar relacionado condio atltica exclusivamente como em pases como EUA. Nosso Pas tem grandes desigualdades e, nesse contexto, o governo tem que inserir os mais pobres no meio acadmico. Precisamos de um misto do modelo americano e das polticas pblicas que j esto em vigor no Brasil, ressalta. Cursos: Direito

InterBio Jogos Universitrios de BiologiaCursos: Biologia

InterMed

Cursos: Medicina

Tusca Taa Universitria de So CarlosCursos: Todos da USP So Carlos

Cursos: Todos dos campi da Universidade Estadual Paulista

InterUnesp

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[mercado de trabalho]

Campinas Mercado de trabalho aquecido em Campinas

n acom pesquisa realizada c o l o c a o Focada na d e colocao de bom momento vivido pela economia. e acordo co m salrios profissionais com re entre e n t salrios A infraestrutura da cidade e a mopela Page Personnel, empresa do $ 7 m i especializada a Pa g e Pe R$ 2 mil n mil, e Personnel de-obra qualicada atraem um nmero rs o e R$ 7na Pagel grupo Michael Page, l , m d i a prossionais de a r i a l empresas eo s sal d indstrias, c aa mdia salarials cargos levantou rg o dos cada vez maior de no recrutamento de d a d o se suporte o r p gesto, ca d a re co m o nacionais e mulnacionais, para a regio, a mais demandados por cada rea como primeira gerncia e l os engenheiros b a i xo . diz. a a encabearam a lista dos mostra a tabela abaixo. a prossionais mais disputados Personnel cidade do Page Em 2010, a Page Personnel trabalhou Campinas hoje a segunda trabalhou no interior agas em2011. Campinas e regio.e regio. 1.500 novas vagas em Campinas Estado de So Paulo com o maior nmero paulista no primeiro trimestre de ch-las, entrevistou Para preench-las, entrevistou mais mais de novos registros de CNPJs de acordo Os engenheiros de Projetos e Vendas candidatos e realizou 9 mil candidatos e realizou mais de mais com o Ministrio do Desenvolvimento, tm sido os mais procurados pelas micas de grupos a (trainees grupos (trainees e de 40 dinmicas de e perdendo somente para capital. Alm empresas de Campinas e das 19 cidades estagirios). disso, Campinas bateu recorde na que compem a regio metropolitana. gerao de empregos formais em 2010, Gaus Azeredo, Gerente Execuvo da como aponta o Ministrio do Trabalho. Page Personnel em Campinas, reconhece Foram 24.231 vagas abertas com carteira que o total de posies fechadas no assinada, ritmo que deve ser mando primeiro trimestre deste ano foi 20% nos prximos meses, na opinio do superior ao total de contrataes feitas headhunter. no mesmo perodo de 2010, reexo do

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Regio atrai empresas e indstrias e acelera o ritmo de contrataes.

a n a ge r mpinas

O total de posies fechadas no primeiro trimestre de 2011 foi 20% superior ao total de ze recontrataes feitas no mesmo perodo de 2010 doDivises que mais contrataram Salrio RegioEngenharia Supply Finanas Vendas RH Gerente de Supply TI

G

Mdio Cargos

Gaus Azeredo Executive Manager Page Personnel Campinas

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[Sustentabilidade]

Florestas do mundo To longe, to perto fundamental a conservao das florestas do Brasil e do mundo para a sobrevivncia de todas as espcies de vida no planetaan McAlpine, Chefe do Secretariado do Frum das Naes Unidas sobre Florestas e Diretora da Diviso das Naes Unidas sobre Florestas, convidada especial da Conferncia do Ano Internacional das Florestas 2011, afirmou em So Paulo que pessoas e florestas so inseparveis. O evento, que uma iniciativa da Organizao das Naes Unidas (ONU), contou tambm com a participao de autoridades do governo, executivos, jornalistas e ambientalistas. A cobertura jornalstica da Sintonia tem como foco registrar a importncia da conservao das florestas no Brasil e no mundo, abordando o tema de forma universal. De acordo com as Naes Unidas, h no mundo 31% de florestas, e cerca de 13 milhes de hectares so desmatados por ano. As florestas servem de lar para 300 milhes de pessoas em todo o mundo. No Brasil, vrias comunidades tm na floresta sua forma de subsistncia. o caso de quilombolas, ribeirinhos, indgenas e extrativistas. Importante atentar quelas pesso-

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Por Clayton Fernandes as que vivem perto de florestas e tambm das que no esto to perto assim, como nos grandes centros urbanos. Cerca de 1,6 bilho de pessoas dependem das florestas para viver. Jan McAlpine diz que todos ns, os sete bilhes de pessoas da Terra, temos Um painel de debates foi apresentado, na Conferncia do Ano Internacional das Florestas 2011 (promovida pelo Instituto Humanitare), para discutir a importncia que as florestas exercem sobre a vida das pessoas e sobre o desenvolvimento do ecossistema. Dentre os tpicos abordados pela mesa do evento, se destacam; a biodiversidade no meio acadmico por Arlindo Philippi Junior, Pr-Reitor Adjunto de Ps-Graduao da USP; a economia & sustentabilidade com Carlos Alberto de Mattos Scaramuzza, Superintendente de Conservao da WWF Brasil e Helton Danin da Silva, chefe geral da Embrapa Florestas, que comentaram sobre um novo modelo econmico mundial e novas oportunidades de negcios baseados em modelos sustentveis. No mbito Internacional, Maximiliano da Cunha Henrique Arienzo, subchefe da diviso de meio ambiente do Ministrio de Relaes Exteriores, exaltou as aes da diplomacia brasileira em relao s questes ambientais, mostrando o quadro das florestas do Brasil.

nossa sade fsica, econmica e espiritual ligada s florestas, e durante 2011, a ONU prope a celebrao desta intricada e interdependente relao entre as florestas e as pessoas, tendo como tema Florestas para o povo, exaltando o papel das pessoas na gesto, conservao e explorao sustentvel das florestas do planeta.

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A apresentadora, colunista e jornalista do Hoje em Dia (TV Record) e do Instituto Ressoar, Chris Flores, foi homenageada pelas Naes Unidas, na Conferncia do Ano Internacional das Florestas 2011, que a nomeou Embaixadora do Ano Internacional das Florestas (leia nesta edio a entrevista da Sintonia com a Chris Flores). Valria Schilling, Assessora de Comunicao (Centro de Informao das Naes Unidas no Brasil) UNIC RIO, relata que as florestas desempenham um papel importante para segurana do abastecimento sustentvel de gua e concomitantemente para a manuteno das formas de vida no planeta.

AcademiaA presidente do Instituto Humanitare, Sheila Pimentel, responsvel pela realizao da Conferncia do Ano Internacional das Florestas 2011, afirma que discutir a importncia das florestas entre vrias esferas da sociedade contribuir para despertar nas pessoas os valores do Ano Internacional das Florestas, ainda de acordo com Pimentel hora de dar ateno a uma causa nobre e fundamental para o nosso bem estar futuro, conservar as florestas do Brasil e do mundo, conclui ela. Paulo Celso Villas-Bas, presidente da Fundao Villas Boas, prope atravs da Expedio Villas Boas (www.expedicaovillasboas.com.br), que na constatao de cada hectare derrubado de floresta, que haja por Lei a obrigao de se plantar trs novos hectares de rvores frutferas e madeiras de lei em terras alteradas ou degradadas em todo territrio nacional; seja, na Floresta Amaznica, na Mata Atlntica, ou outra extenso de terras alteradas, e completa dizendo; Peo o seu voto de confiana em nos ajudar a colocar em prtica este ambicioso projeto, rodaremos Estados, cidades, colnias, ribeirinhos, campos, registrando tudo de errado e de bom que este territrio tem, e colhendo assinaturas para que este processo seja invertido, finaliza Villas Boas.

Arlindo Philippi Junior, Pr-Reitor Adjunto de Ps-Graduao da USP e representante do Brasil do Painel Internacional de Mudanas Climticas, avalia que a rea de biodiversidade no meio acadmico tida como referncia para diversos programas da CAPES Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior que desempenha papel fundamental na expanso e consolidao da ps-graduao stricto sensu (mestrado e doutorado) em todos os estados da Federao, conjuga ecologia vegetal e animal em programas de cincias ambientais, polticas pblicas, planejamento e gesto. Cincias exatas, humanas e sociais tm tambm seus programas espelhados em temas vinculados s cincias ambientais, haja vista que cursos de engenharia, administrao, biologia, direito, etc. congregam teses e conhecimentos pertinentes s questes de meio ambiente, e instituies como a USP, UNICAMP e UNESP, esto inseridas nesse contexto de proteo ambiental com seus cursos vigentes.

o da WWF Brasil, preciso que a economia mundial atue com capital natural, pois incalculvel o valor de se plantar rvores e manter a flora e fauna, se a velha economia no mudar, vamos continuar a secar gelo, conclui Scaramuzza. Milhes de pessoas no Brasil dependem da madeira das florestas como fonte de energia para o preparo de alimentos (como pes, pizzas, churrascos), entre outros setores estratgicos da economia brasileira, como a siderurgia, a indstria de papis e embalagens, e a construo civil, que so altamente dependentes do setor florestal. O pas necessita de uma gesto florestal especializada com uso e aplicao de selos verdes. Segundo Helton Danin da Silva, chefe geral da Embrapa Florestas, o selo verde deve trazer uma abertura de novas oportunidades de negcios e alavancar o setor produtivo de madeira legal. A sociedade passou a exigir um modelo sustentvel no manejo de madeira, diz Silva. Reconhecer a importncia das florestas o mesmo que pensar no futuro do planeta, dos 31% de florestas do mundo apenas sete pases detm 60% desse montante, e o Brasil um deles!

Economia & Sustentabilidade

Pensar um novo modelo econmico mundial requer ateno e preocupao com a mitigao de riscos para o meio ambiente. De acordo com Carlos Alberto de Mattos Scaramuzza, Superintendente de Conserva-

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[Sustentabilidade]

O quadro das florestas Desmatamento e do Brasil nas relaes desertificao Infelizmente as atividades que se bainternacionais seiam na derrubada das matas ainda soO Itamaraty sofre presso internacional em relao s questes de desenvolvimento sustentvel e econmico. O grande desafio nacional ajustar a legislao ambiental agenda poltica desenvolvimentista do governo. Para o subchefe da diviso de meio ambiente do Ministrio de Relaes Exteriores, Maximiliano da Cunha Henriques Arienzo, o Brasil pode ser uma potncia econmica e ambiental, na COP10 de Nagoya mostramos que com esforos coordenados possvel uma alavancagem nas questes ambientais em sintonia com a economia, diz o diplomata. bastante comuns em todo o mundo. O desmatamento corresponde de 12 a 20 por cento da emisso de gases que contribuem para o aquecimento global. A cada ano, o desmatamento mundial

das cerca de 170.000 km2 de florestas, os principais causadores da diminuio das reas naturais do planeta so a produo agrcola, a minerao e o crescimento urbano descontrolado. No Brasil, a desertificao e o desmatamento comearam com a chegada dos portugueses ao pas. Interessados no lucro com a venda do pau-brasil eles iniciaram a explorao da Mata Atln-

A diplomacia ambiental brasileira destaca instrumentos importantes que foram celebrados no acordo de Nagoya. O mais importante deles foi um protocolo sobre acesso e repartio de benefcios dos recursos genticos da biodiversidade (ABS, na sigla em ingls). O pulo do gato o desenvolvimento de uma metodologia que no distora as metas financeiras. Minha sugesto que para cada meta de estabelecimento de preservao ambiental seja atribudo um indicador financeiro. preciso traar um plano de negcios para que as metas sejam alcanadas, coloca Arienzo. Se no houver indicadores financeiros estabelecidos, para o Itamaraty, haver presso nos pases que detm a biodiversidade. O marco jurdico registrado na COP10 denota que estamos avanando na diplomacia ambiental e legvel para o Ministrio de Relaes Exteriores que a biodiversidade est embaixo de guarda-chuva e guarda-sol, que chamamos de florestas, finaliza Arienzo.

atinge cerca de 13 milhes de hectares de florestas, segundo estimativa da FAO, a Organizao das Naes Unidas para a Agricultura e Alimentao. Neste ritmo, em sete anos uma rea equivalente regio sudeste brasileira (Minas Gerais, So Paulo, Rio de Janeiro e Esprito Santo) ser desmatada. A desertificao em terras brasileiras segue a passos largos, por ano, so devasta-

tica. De l pra c, o desmatamento por aqui nunca parou. Aps a derrubada de grande parte da Mata Atlntica, o acesso a regies inspitas foi facilitado com a abertura da rodovia Transamaznica nos idos dos anos 70. A expanso do territrio urbano tambm tem colaborado para a diminuio das reas verdes. O crescimento

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populacional e o desenvolvimento das indstrias demandam reas amplas nas cidades e arredores, por esse motivo reas enormes de matas so derrubadas para a construo de condomnios residenciais e plos industriais, vide regio metropolitana de So Paulo, Guarulhos e Campinas. Outro problema srio, que provoca a destruio do verde, so as queimadas

Florestas ameaadas

As florestas so responsveis por prover os mais importantes reservatrios de gua doce do planeta. Somente as dez florestas ameaadas, juntas, armazenam mais de 25 gigatons de carbono, auxiliando na mitigao dos efeitos da mudana climtica. Todos os dez locais mais crticos j perderam 90% ou mais de sua cobertura original. Cada um deles abriga pelo menos 1,5 mil espcies de plantas endmicas, ou seja, que s existem nessas regies. A

Mata Atlntica brasileira, da qual restam apenas 8% da cobertura original, aparece na lista ocupando a quinta posio. A Conservao Internacional ainda ressalta a importncia de se manter as florestas saudveis, devido ao seu capital natural, ao oferecimento dos melhores meios econmicos para enfrentar os diversos desafios ambientais trazidos pela mudana climtica e crescente demanda por produtos florestais.

As 10 florestas mais ameaadas do mundo, por porcentual de habitat original remanescente:Ponto1 2 3 4 5 6Regies da Indo-Birmnia (sia-Pacfico) Nova Zelndia (sia-Pacfico) Sunda (Indonsia, Malsia, e Brunei siaPacfico) Filipinas (sia- Pacfico) Mata Atlntica (Amrica do Sul) Montanhas do Centro-Sul da China (sia) Provncia Florstica da Califrnia (Amrica do Norte) Florestas Costeiras da frica Oriental (frica) Madagascar & Ilhas do Oceano ndico (frica) Florestas de Afromontane (frica Oriental)

Habitat remanescente5% 5% 7% 7% 8% 8% 10% 10% 10% 11%

Tipo de Vegetao PredominanteFlorestas Latifoliadas Tropicais e/ou Subtropicais midas Florestas Latifoliadas Tropicais e/ou Subtropicais midas Florestas Latifoliadas Tropicais e/ou Subtropicais midas Florestas Latifoliadas Tropicais e/ou Subtropicais midas Florestas Latifoliadas Tropicais e/ou Subtropicais midas Florestas Conferas Temperadas Florestas LatifoliadasTropicais e/ou Subtropicais Secas Florestas Latifoliadas Tropicais e/ou Subtropicais midas Florestas Latifoliadas Tropicais e/ou Subtropicais midas Florestas Latifoliadas Tropicais e/ ou Subtropicais midas; Savanas e Vegetaes de Montanha

e incndios florestais. Em 2010, os focos de incndio ultrapassaram dos 70 mil. A grande maioria dos incndios florestais de origem antrpica (relativo ao do homem sobre a natureza), muitas vezes esto associados queima proposital das pastagens para renovao do pasto para o gado e para expanso de terras agriculturveis.

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[Sustentabilidade]

Carta Magma & novo Cdigo Florestal

A Lei nos diz: Todos tm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Pblico e coletividade o dever de defend-lo e preserv-lo para as presentes e futuras geraes. O art. 170 / VI da Constituio Federal prev que: A ordem econmica, fundada na valorizao do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existncia digna, conforme os ditames da justia social, observados os seguintes princpios: Pargrafo VI: Defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e servios e de seus processos de elaborao e prestao. O novo Cdigo Florestal (PL 1876/99) permite o uso das reas de preservao permanente (APPs) j ocupadas com atividades agrossilvipastoris, ecoturismo e turismo rural. Esse desmatamento deve ter ocorrido at 22 de julho de 2008. A emenda d aos estados, por meio do Programa de Regularizao Ambiental (PRA), o poder de estabelecer outras atividades que possam justificar a regularizao de reas desmatadas.

tambm para os locais com altitude superior a 1,8 mil metros. Anistia e regularizao: - Dados do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis (IBAMA) indicam a existncia de cerca de 13 mil multas, com valor total de R$ 2,4 bilhes, at 22 de julho de 2008. A maior parte delas ocorreu por causa do desmatamento ilegal de APPs e de reserva legal em grandes

Ambiental (PRA), a ser institudo pela Unio e pelos estados. Para os pequenos proprietrios e os agricultores familiares, o Poder Pblico dever criar um programa de apoio financeiro destinado a promover a manuteno e a recomposio de APP e de reserva legal. O apoio poder ser feito inclusive por meio de pagamento por servios ambientais.

Faixas nos rios: - As faixas de proteo em rios continuam as mesmas de hoje (30 a 500 metros em torno dos rios), mas passam a ser medidas a partir do leito regular e no do leito maior. A exceo para os rios de at dez metros de largura, para os quais permitida a recomposio de metade da faixa (15 metros) se ela j tiver sido desmatada. Nas APPs de topo de morros, montes e serras com altura mnima de 100 metros e inclinao superior a 25, o novo cdigo permite a manuteno de culturas de espcies lenhosas (uva, ma, caf) ou de atividades silviculturais, assim como a infraestrutura fsica associada a elas. Isso vale

propriedades da Amaznia Legal. Os estados de Mato Grosso, Par, Rondnia e Amazonas respondem por 85% do valor das multas aplicadas at julho de 2008 e ainda no pagas. Para fazer jus ao perdo das multas e dos crimes ao meio ambiente, cometidos segundo o projeto aprovado, o proprietrio rural dever aderir ao Programa de Regularizao

Exemplo internacional,Unidades de ConservaoA criao de unidades de conservao reas especialmente criadas pelo poder pblico com o intuito de, entre outras finalidades, proteger recursos naturais relevantes segundo fontes do Ministrio do Meio Ambiente (Relatrio Unidades de Conservao

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para a Economia Nacional) uma das formas mais efetivas disposio da sociedade para atender essa necessidade. Vale lembrar que o estudo Unidades de Conservao para a Economia Nacional foi celebrado em convnio com instituies no governamentais e embaixadas internacionais como a do Reino Unido. Resta saber se as concluses deste estudo so efetivas soberania nacional. Cita-se aqui o caso da Reserva Raposa Serra do Sol, onde produtores e cidados brasileiros foram desalojados e despejados de suas terras para a criao desta unidade de conservao. Ou, mesmo, o caso de terras em Roraima, onde ndios cobram pedgios a brasileiros que desejam trafegar por estradas que passam por suas terras demarcadas. H registros que em unidades de conservao da regio amaznica, existem fronteiras fechadas para os cidados brasileiros, enquanto que estrangeiros como americanos, europeus e japoneses, que atuam na regio sob o manto de batinas missionrias (padres e pastores) e, atrs de teses de pesquisas cientficas e aes humanitrias, tm acesso livre. Por que ser, hein? Veja, no link, o texto para reflexo sobre Informao ambiental circunscrita, escrito pela ouvidoria da Agncia Brasil em; http:// agenciabrasil.ebc.com.br/ noticia/2011-06-10/coluna-do-ouvidor-informacao-ambiental-circunscrita Unidades de conservao cumprem uma srie de funes cujos benefcios so usufrudos por grande parte da populao brasileira inclusive por setores econmicos em contnuo crescimento, sem que se dem conta disso. Alguns exemplos: parte expressiva da qualidade e da quantidade da gua que compe os reservatrios de usinas hidreltricas, provendo energia a cidades e indstrias, assegurada por unidades de conserva-

o. O turismo que dinamiza a economia de muitos dos municpios do pas s possvel pela proteo de paisagens, proporcionada pela presena de unidades de conservao. O desenvolvimento de frmacos e cosmticos consumidos cotidianamente, em muitos casos, uti-

lizam espcies protegidas por unidades de conservao.Ao mesmo tempo, as unidades de conservao contribuem de forma efetiva para enfrentar um dos grandes desafios contemporneos, a mudana climtica. A reportagem da Sintonia Universitria constatou, atravs da publicao do Ministrio do Meio Ambiente (Unidades de Conservao para a Economia Nacional), que conciliar o desenvolvimento econmico e a conservao ambiental constitui uma estratgia eficiente, sustentvel e socialmente justa para garantir crescimento do pas, segundo um modelo em que a economia e natureza sejam tratadas como elementos complementares, e no antagnicos.

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[Sustentabilidade]

Gesto ambientalPara o Brasil, que detm a segunda maior extenso de florestas do planeta, atrs apenas da Rssia, e a maior rea de floresta tropical do mundo, fundamental a instituio de um calendrio internacional sobre as florestas. De acordo com o diretor do Departamento de Florestas do Ministrio do Meio Ambiente, Joo de Deus Medeiros, o Brasil deve liderar a luta mundial pelo melhor relacionamento do homem com os recursos naturais, assumindo a figura de protagonista. Ter um reconhecimento internacional do ano das florestas coloca no calendrio mundial a evidncia com relao neces-

sidade de termos uma poltica que consiga conciliar o desenvolvimento com a conservao das florestas.

Segundo o diretor-geral do Servio Florestal Brasileiro, Antnio Carlos Hummel, o Brasil est virando modelo para outros pases quanto gesto das florestas, que cobrem

61% do territrio brasileiro. Ele cita o sistema de monitoramento do desmatamento, feito pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e o processo de concesses florestais. Temos tambm um plano anual de manejo florestal comunitrio, que visa mostrar s populaes tradicionais, que vivem em florestas e s famlias que vivem em assentamentos rurais, que elas podem ter uma propriedade rural em floresta e explorar isso de forma sustentvel, coloca Hummel. Outra novidade o Inventrio Florestal Nacional, que comeou a ser feito este ano no Brasil. Hummel explica que, com o levantamento, ser possvel conhecer a extenso e a qualidade das florestas brasileiras, alm

Informaes rpidas sobre as florestas:

- As florestas contribuem para o equilbrio do oxignio, dixido de carbono e umidade do ar. Mais de 40 por cento do oxignio do mundo produzido por florestas tropicais - Quando as florestas so geridas e utilizadas de maneira sustentvel, podem contribuir significativamente para a reduo da pobreza e a criao de empresas e servios de base florestal. - Florestas saudveis mantm pessoas saudveis: As florestas reduzem a transmisso de doenas infecciosas. Florestas tropicais no degradadas tm um efeito moderador sobre a propagao de insetos e doenas transmitidas por animais. Quarenta por cento da populao mundial vive em regies infestadas pela malria. reas degradadas podem apresentar um risco de infeco pela malria 300 vezes maior do que em uma regio de floresta preservada. Setenta e dois por cento das doenas infecciosas transmitidas dos animais para os humanos vm de animais selvagens. reas desflorestadas aumentam o contato entre esses animais e o homem, aumentando as chances de transmisses dessas doenas. - As florestas tropicais oferecem uma vasta gama de plantas medicinais, estimadas em US$ 108 bilhes ao ano. Mais de um quarto dos remdios modernos tem como origem plantas da floresta tropical. - O uso da madeira para a produo de energia, edifcios verdes e o uso das florestas como seqestradoras de carbono representam oportunidades para o setor florestal. - As florestas desempenham um papel crtico em assegurar um abastecimento sustentvel de gua e na transio da sociedade em direo a economias verdes.

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de quantificar as pessoas que tiram o sustento de produtos florestais.

Viso sociolgica

Florestas para o povo o tema principal do Ano de 2011, para a ONU, e destaca a relao dinmica entre as florestas e as pessoas que dependem delas. A histria da existncia humana e das civilizaes est entrelaada com as florestas e rvores. As florestas so cruciais pelos bens e servios que fornecem, dos quais todas as pessoas do mundo dependem. Estratgias para melhorar a contribuio das florestas de todo o mundo para o desenvolvimento social, a subsistncia e erradicao da pobreza so vitais em um momento onde prticas insustentveis e crises econmicas continuam a ameaar a sade das florestas e das pessoas que dependem delas. Muitos meios de subsistncia dependem das florestas. Uma variedade de religies, crenas e tradies espirituais estabeleceram vnculos com rvores, plantas, florestas e animais. As florestas e os animais selvagens tambm so uma rica fonte para o folclore e a espiritualidade. Conhecimentos relacionados com as florestas, acumulados durante milhares de anos, esto profundamente ligados s culturas indgenas e a de outros povos que dependem das florestas. Para a populao rural pobre, o acesso alimentao, combustvel, gua e remdios essencial. Os produtos da floresta ajudam, muitas vezes, essas pessoas a satisfazerem suas necessidades bsicas. Oitenta por cento das florestas do mundo so de propriedade pblica, porm, a posse e gesto das florestas por comunidades, indivduos e empresas privadas esto em ascenso. Os direitos de acesso e repartio de benefcios para a populao local um requisito fundamental para a gesto florestal sustentvel e para a reduo da pobreza rural em reas florestais. Mais de 1 bilho de hectares de reas degradadas em todo o mundo podem ser restauradas, o que proporcionaria uma oportu-

nidade para a construo de uma gesto florestal comunitria e o desenvolvimento de diversas atividades econmicas rurais. {Ver proposta da Expedio Villas Boas em (www.expedicaovillasboas.com.br)} H a necessidade de conciliar o conhecimento tradicional sobre as flores-

comparativo instituio familiar, possvel dizer que as florestas se configuram na posio de cuidados da me para com o filho. As florestas do globo mantm a subsistncia do ecossistema com poder de unidade para preservar o meio ambiente, conclui Padro.

Florestas to longe, ou to perto:- Segundo a Organizao das Naes Unidas, as florestas acolhem 80% de toda a biodiversidade existente no mundo, e para chamar a ateno da sociedade a ONU declarou 2011 como o Ano Internacional das Florestas, convidando os governos, organizaes no governamentais, o setor privado e outros atores da sociedade para um esforo conjunto na conscient