Sintese S E S S A O 2

8
Práticas e Modelos de Avaliação em Bibliotecas Escolares Síntese da Sessão 2 Foram objectivos desta sessão: Definir e entender o conceito de biblioteca escolar no contexto da mudança. Perspectivar práticas adequadas a estes novos contextos. Entender o valor e o papel da avaliação na gestão da mudança. As tarefas propostas consistiram: Numa primeira fase, com base no fornecimento de uma tabela matriz e partindo da leitura dos textos obrigatórios e dos conhecimentos prévios dos formandos enquanto PROFESSORES BIBLIOTECÁRIOS, foi-lhes solicitado que perspectivassem a situação actual da sua biblioteca escolar identificando pontos fortes, fraquezas, oportunidades, ameaças e desafios principais de acordo com um conjunto de áreas dadas. Na fase final da sessão, foi solicitado a cada formando que seleccionasse o contributo de um dos colegas e fizesse um comentário fundamentado à análise por ele efectuada. Realização das tarefas: Em relação à realização das tarefas, participaram na unidade e elaboraram a sua tabela matriz 31 formandos desta acção, exceptuando a Conceição Pimenta, o Luís Filipe Sousa, a Marisa Banza, o Virgílio Fernandes e Ana Paula Souto que tiveram algumas dificuldades na gestão do tempo, e cuja participação extemporânea será objecto de penalização. Apenas 21 formandos fizeram, independentemente da sua heterogeneidade, algum tipo de comentário ao trabalho de um colega. A realização desta tarefa apontava para o exercício de uma análise SWOT à biblioteca da sua escola e verificámos que houve um número elevado de formandos que ainda demonstrou alguma dificuldade na aplicação destes conceitos. Parece-nos assim importante começar por algum enquadramento deste instrumento da gestão, que se revela essencial no diagnóstico da situação actual da BE, para poder perspectivar um Plano de Acção (de Desenvolvimento ou Estratégico) para os próximos 4 anos.

Transcript of Sintese S E S S A O 2

Page 1: Sintese  S E S S A O 2

Práticas e Modelos de Avaliação em Bibliotecas Escolares

Síntese da Sessão 2

Foram objectivos desta sessão:

• Definir e entender o conceito de biblioteca escolar no contexto da mudança.

• Perspectivar práticas adequadas a estes novos contextos.

• Entender o valor e o papel da avaliação na gestão da mudança.

As tarefas propostas consistiram:

Numa primeira fase, com base no fornecimento de uma tabela matriz e partindo da leitura

dos textos obrigatórios e dos conhecimentos prévios dos formandos enquanto PROFESSORES

BIBLIOTECÁRIOS, foi-lhes solicitado que perspectivassem a situação actual da sua biblioteca

escolar identificando pontos fortes, fraquezas, oportunidades, ameaças e desafios principais de

acordo com um conjunto de áreas dadas.

Na fase final da sessão, foi solicitado a cada formando que seleccionasse o contributo de um

dos colegas e fizesse um comentário fundamentado à análise por ele efectuada.

Realização das tarefas:

Em relação à realização das tarefas, participaram na unidade e elaboraram a sua tabela

matriz 31 formandos desta acção, exceptuando a Conceição Pimenta, o Luís Filipe Sousa, a Marisa

Banza, o Virgílio Fernandes e Ana Paula Souto que tiveram algumas dificuldades na gestão do

tempo, e cuja participação extemporânea será objecto de penalização. Apenas 21 formandos

fizeram, independentemente da sua heterogeneidade, algum tipo de comentário ao trabalho de

um colega.

A realização desta tarefa apontava para o exercício de uma análise SWOT à biblioteca da sua

escola e verificámos que houve um número elevado de formandos que ainda demonstrou alguma

dificuldade na aplicação destes conceitos. Parece-nos assim importante começar por algum

enquadramento deste instrumento da gestão, que se revela essencial no diagnóstico da situação

actual da BE, para poder perspectivar um Plano de Acção (de Desenvolvimento ou Estratégico)

para os próximos 4 anos.

Page 2: Sintese  S E S S A O 2

Práticas e Modelos de Avaliação em Bibliotecas Escolares

Gerir é, segundo a definição mais corrente, a arte de conduzir uma organização ou serviço

com vista ao cumprimento da sua missão e à prossecução dos seus objectivos. Por isso, organizar

e gerir os serviços de biblioteca exige do professor bibliotecário práticas capazes de fazer a

diferença e influenciar o sucesso da BE. É necessário estabelecer prioridades, delinear estratégias,

planear, executar programas e políticas e, ainda organizar recursos humanos e materiais. Contudo,

para que o planeamento seja o mais eficaz possível é necessário, em primeiro lugar, fazer o

diagnóstico. Não devemos basear o diagnóstico em impressões ou sensações, mas sim em

ferramentas de gestão.

A análise de diferentes situações obriga-nos a recorrer a instrumentos diferenciados, a

análise SWOT é um desses instrumentos que se aplica em momentos de (re)definição das

estratégias organizacionais. SWOT é um termo inglês construído com as iniciais de “Strenghts”

(Forças), “Weakeness” (Fraquezas), “Opportunities” (Oportunidades) e Threats “Ameaças”.

A clarificação dos conceitos é essencial para um bom entendimento desta ferramenta e

sucesso na sua aplicação.

Asp

ecto

s P

osi

tivo

s

Factores Internos

Asp

ecto

s N

egat

ivo

s

Pontos

fortes

Pont

os fracos

Oportuni

dades

Ame

aças

Factores externos

• as Forças (Strenghts) são os pontos positivos que caracterizam uma organização e

que lhe permitem desenvolver a sua actividade com sucesso;

• as Fraquezas (Weakeness) são os pontos que necessitam de melhoria associados ao

funcionamento interno da organização, que interessa eliminar ou reduzir;

• as Oportunidades (Opportunities) são os aspectos exteriores à organização, sobre

os quais ela não tem influência directa, mas que se traduzem em factores positivos que

interessa aproveitar e potencializar em favor do sucesso da organização;

• as Ameaças (Threats ) são os factores negativos externos à organização, os quais

interessa conhecer para prevenir, anular ou mesmo contrariar, convertendo-os em

oportunidades, sempre que possível.

Page 3: Sintese  S E S S A O 2

Práticas e Modelos de Avaliação em Bibliotecas Escolares

A análise SWOT integra-se numa prática do planeamento estratégico, essencial à boa gestão

da biblioteca escolar. Os professores bibliotecários devem agir como verdadeiros estrategas,

gestores e líderes de modo a ir transformando as ameaças possíveis em oportunidades de

desenvolvimento da biblioteca escolar e da promoção do sucesso das aprendizagens dos alunos.

Síntese do preenchimento das Tabelas:

Apesar de muitas vezes as referências serem inseridas em áreas e categorias diferentes,

devido à pouca segurança na aplicação dos conceitos anteriormente abordados, os aspectos mais

insistentemente assinalados foram:

no que diz respeito aos aspectos críticos referenciados na literatura:

• O tipo e nível de conhecimentos, competências e atitudes do coordenador da BE;

• A integração da BE na escola e no desenvolvimento curricular através de um

trabalho colaborativo com os docentes e órgãos de gestão pedagógica

• O desenvolvimento de programas eficazes de promoção da leitura e de literacia de

informação, em ligação com o currículo;

• A assumpção da BE como um espaço formativo orientado para o sucesso educativo,

a melhoria das aprendizagens e a construção do conhecimento;

• A existência de condições de espaço/tempo para uma boa utilização da biblioteca;

• A qualidade, quantidade, variedade e adequação e os sistemas de optimização e

rentabilização dos recursos documentais, designadamente através do desenvolvimento de

bibliotecas digitais e de um maior aproveitamento das potencialidades do trabalho em rede e

da Web2.0 (muito pontualmente);

• A recolha de evidências para aferição da eficácia e impactos da BE junto do público-

alvo nos diferentes domínios da sua intervenção.

No que diz respeito às “vossas” bibliotecas

Foram sobretudo considerados os seguintes, entre outros:

Pontos fortes Oportunidades

• Existência de professores bibliotecário e

equipas da BE;

• Representação da BE nos CPs;

• Oferta de formação;

Page 4: Sintese  S E S S A O 2

Práticas e Modelos de Avaliação em Bibliotecas Escolares

• Progressos verificados, em termos gerais, no

apetrechamento das BEs;

• Actividades de promoção do livro e da

leitura;

• Avanços no tratamento documental e

práticas de circulação e itinerância de fundos;

• Maior inclusão nos PAs, reconhecimento e

valorização do trabalho da BE no domínio das

aprendizagens e da literacia de informação.

• Disponibilidade de documentação de apoio

ao trabalho e avaliação das BE;

• Apoios financeiros da RBE e do PNL;

• Suporte das BM, SABEs, Coordenadores

locais e inter-concelhios, Grupos de Trabalho

Concelhios, etc.;

• Possibilidade de actualização do parque

informático das BEs aproveitando Plano

Tecnológico para a Educação;

• Desenvolvimento de novos serviços e

produtos assentes nos novos ambientes

digitais e tirando partido da motivação que

estes meios geram junto dos jovens;

• Existência de modelo de auto-avaliação para

as BEs.

Foram sobretudo considerados os seguintes, entre outros:

Pontos fracos Ameaças

• Deficiente gestão de tempo;

• Falta de visibilidade do trabalho do

professor-bibliotecário;

• Fraca divulgação e utilização de

modelos e standards de literacia de

informação;

• Deficit de formação, sobretudo nas

áreas das literacias tecnológica, digital

e dos media;

• Políticas de gestão de colecções pouco

consistentes;

• Trabalho de organização e gestão

burocratizado por alguns professores

• Resistência à mudança e inovação por

parte dos docentes;

• Instabilidade e fragilidade em número

e horas das equipas;

• Falta de reconhecimento do trabalho

do professor-bibliotecário;

o Ausência de uma

cultura colaborativa de articulação

entre a BE, os Departamentos e os

docentes;

• Insuficiência de verbas para

actualização das colecções

Page 5: Sintese  S E S S A O 2

Práticas e Modelos de Avaliação em Bibliotecas Escolares

bibliotecários, não utilizando a

planificação/avaliação e recolha de

informação como instrumentos de

melhoria contínua.

Como principais desafios/acções a implementar foram apontadas, entre outras:

• Melhorar condições de estabilidade e trabalho das equipas;

• Maior investimento na formação do coordenador, das equipas, dos docentes e dos

utilizadores, em geral;

• Aumentar diálogo com os órgãos de gestão;

• Melhoria da articulação curricular e do apoio dado aos utilizadores, designadamente no

âmbito das ACNDs e da integração da literacia de informação nos programas da biblioteca

escolar;

• Aposta mais forte em novos ambientes virtuais de aprendizagem e recursos de informação

digitais;

• Desenvolvimento de políticas de gestão de colecções que definam uma verba anual para a

biblioteca, esclareçam procedimentos e explorem o trabalho em rede e uma maior

partilha de recursos;

• Reforço do trabalho colaborativo com os outros parceiros (internos e externos);

• Aprofundamento do trabalho em torno da recolha de evidências, aplicando o modelo de

auto-avaliação, envolvendo mais os utilizadores na avaliação do desempenho dos serviços

da biblioteca e no seu impacto nas aprendizagens dos alunos.

Gestão da Mudança

A biblioteca escolar, no actual contexto de mudança de paradigma educacional e

tecnológico, terá que encontrar um caminho onde o seu valor seja (re)encontrado, como o

centro da efectiva aprendizagem na escola. Para tal terá que dar a conhecer a todos os

actores que integram a organização escola, assim como à comunidade que a envolve, que a

sua utilização integrada na prática curricular dos docentes faz, de facto, a diferença nas

Page 6: Sintese  S E S S A O 2

Práticas e Modelos de Avaliação em Bibliotecas Escolares

aprendizagens dos alunos e no seu percurso enquanto cidadãos aprendentes ao longo da

vida.

Como principais factores de sucesso foram apontados, entre outros:

• A existência de um professor-bibliotecário a tempo inteiro, com um claro perfil de

liderança, que se assuma como motor da necessária mudança na escola, em colaboração

com os órgãos de gestão da escola, coadjuvado por uma equipa que o auxilie no

estabelecimento de “pontes” com os departamentos curriculares:

• A institucionalização da BE através da sua “visibilidade” nos documentos estruturantes da

escola /agrupamento e da presença do coordenador no órgão máximo de gestão

pedagógica, o CP;

• O apoio incondicional dos órgãos de gestão da escola;

• Existência de políticas de Gestão Documental, de Literacia da Informação e de Promoção

da Leitura para o agrupamento;

• Práticas baseadas em recolha de evidências.

Como principais obstáculos a vencer foram apontados, entre outros:

• Poucas práticas de avaliação sistemática e continuada como parte de todo o processo, não

como um trabalho acrescido que “impossibilita” a realização de outras actividades.

• A pouca importância atribuída à BE como factor determinante na qualidade das

aprendizagens realizadas pelos alunos e no desenvolvimento de competências para uma

aprendizagem ao longo da vida.

• Inexistência de práticas de trabalho colaborativo entre docentes, que se estende ao

trabalho com o professor bibliotecário.

• A ideia de que a documentação escrita não serve para nada, a não ser para dar trabalho.

Page 7: Sintese  S E S S A O 2

Práticas e Modelos de Avaliação em Bibliotecas Escolares

Como principais acções prioritárias foram apontadas, entre outros:

• Promover o acesso a/proporcionar formação aos docentes sobre o papel da BE no

desenvolvimento curricular e a importância de alterar “estilos e métodos” de ensino

aprendizagem para os adequar às necessidades dos cidadãos do séc. XXI;

• Integrar a BE na documentação de referência da escola/agrupamento, prevendo o assento

do coordenador em CP;

• Institucionalizar práticas de trabalho colaborativo, criando espaços/tempos comuns que

possibilitem a planificação conjunta entre docentes e BE;

• Promover o debate de ideias e conceitos que conduzam à formalização de políticas claras

de promoção da leitura e de desenvolvimento das literacias que orientem as práticas de

todos os docentes da escola/agrupamento e que sejam claras para a comunidade

envolvente;

• Aplicar o Modelo de Auto-Avaliação das BEs, envolvendo toda a escola no processo.

Na realização do seu trabalho, nem sempre os formandos reflectiram as leituras realizadas,

apesar de alguns citarem algumas frases ou expressões dos documentos. Também a maioria dos

comentários parte da simples comparação entre as diversas realidades em análise, fazendo pouca

referência aos factores apontados pela bibliografia indicada.

Reforçando também esses documentos, sobre os processos de gestão da mudança, os

desafios que se colocam à BE e as oportunidades que lhe compete aproveitar, finalizamos esta

síntese, citando os aspectos chave que por que tem de passar esta mudança, segundo a CILIP:

Abordagem tradicional: prática centrada

na Gestão

Nova abordagem: prática centrada na

Aprendizagem

• Instalações

• Recursos humanos

• Recursos documentais

• Recursos TIC

• Orçamento

• Criação de um efectivo ambiente

de aprendizagem

• Literacia da Informação

• Promoção da leitura

• Ênfase na aprendizagem

Page 8: Sintese  S E S S A O 2

Práticas e Modelos de Avaliação em Bibliotecas Escolares

• Políticas e Planeamento • TIC como ferramenta de ensino e

aprendizagem

• Inclusão

• Colaboração

• Gestão

Felicitamos o conjunto da turma pelo trabalho desenvolvido e desejamos a todos a

continuação de um bom trabalho!

As formadoras

Margarida e Júlia