Síntese popper/ kuhn
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Escola Secundária D. João II
CIÊNCIA E CONSTRUÇÃO: VALIDADE E FALSIFICABILIDADE DAS HIPÓTESES
Popper e Kuhn – Ciência, objectividade e verdade
CIÊNCIA, OBJETIVIDADE E VERDADE
Popper/ Kuhn – Ideias fundamentais:
POPPER KUHN (crítica a Popper)
a) Rejeição da indução1
b) Falsificabilidade como critério de cientificidade2
c) Conceção de teoria científica como aproximação à verdade (perspetiva continuísta da evolução da ciência)
a) Negação da objetividade da ciência
b) O desenvolvimento da ciência não se faz por aproximação à verdade
POPPER
a) Popper rejeita a indução à semelhança de Hume. A indução não tem justificação racional nem empírica.
Considera que a indução não desempenha qualquer papel no método científico – não é necessária para
conceber as teorias (as teorias são produto da criatividade), nem para as avaliar – (a avaliação deve por
dedução - inferem-se previsões que são confrontadas com a observação, numa tentativa de falsificação).
b) O que caracteriza as hipóteses científicas é a sua refutabilidade ou falsificabilidade.
c) A ciência progride por conjeturas e refutações.
A investigação científica parte da colocação de problemas. As teorias são elaboradas mediante um
processo de criação de conjecturas. As teorias são sujeitas à refutação/ falsificação.
Para se aproximar da verdade, a ciência procede pela eliminação gradual de erros, sujeitando as teorias a
testes que as procuram falsificar.
KUHN
a) Embora existam critérios objetivos3 para a escolha de teorias, existem também fatores subjetivos.
Os cientistas entendem os critérios objetivos de maneira diferente e não lhes dão o mesmo valor.
b) A história da ciência é uma sucessão de paradigmas.
Da ciência normal à mudança de paradigma – Conceitos fundamentais:
Paradigma: visão do mundo com conceitos fundamentais e procedimentos padronizados, aceites pela
comunidade científica, que orientam e determinam a prática científica numa determinada época.
Ciência normal: ciência que se faz no âmbito de um paradigma; a atividade de resolução de problemas
dirigida pelas regras do paradigma.
Anomalia: enigmas que resistem à tentativa de solução.
Crise: Período em que existe um número elevado de anomalias.
Ciência extraordinária: Atividade científica que entra em rutura com o paradigma vigente e se orienta
por outro paradigma.
Revolução científica: Adoção de um paradigma novo por parte de toda a comunidade científica.
A incomensurabilidade dos paradigmas – a mudança de paradigma não envolve uma aproximação à
ciência. Os paradigmas não podem ser comparados objectivamente entre si, por serem demasiado
diferentes (cada paradigma tem os seus próprios conceitos, os seus próprios problemas e procedimentos).
1 Princípio da indução: -não é a priori (não é uma verdade necessária; nenhum argumento dedutivo pode justificar as crenças indutivas); não é a posteriori (consistiria num argumento indutivo). Afirmar que a crença na uniformidade da natureza é justificada pela experiência implicaria observar toda a natureza, sempre e em qualquer lugar.- A crença na uniformidade da natureza justificava-se de forma indutiva afirmando que se até agora a natureza se tem comportado de determinado modo, acreditamos que ela se irá comportar sempre do mesmo modo. - Justificar a indução com um raciocínio indutivo é um argumento falacioso (petição de princípio). A indução não tem justificação racional nem empírica. 2 Dois critérios de cientificidade rejeitados por Popper: critério da verificabilidade (uma teoria só é científica se for verificável); critério da confirmabilidade (uma teoria só é científica se for confirmável, ou parcialmente verificável) 3 Critérios objectivos de escolha de teorias: a exactidão empírica, a consistência, a simplicidade, o alcance e a fecundidade.