SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE BIOLUBRIFICANTES...

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE QUÍMICA E BIOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA AMBIENTAL ANA FLÁVIA DE OLIVEIRA SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE BIOLUBRIFICANTES OBTIDOS ATRAVÉS DE MODIFICAÇÕES QUÍMICAS NO ÓLEO DE SOJA REFINADO DISSERTAÇÃO CURITIBA 2013

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE QUÍMICA E BIOLOGIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA AMBIENTAL

ANA FLÁVIA DE OLIVEIRA

SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE BIOLUBRIFICANTES OBTIDOS

ATRAVÉS DE MODIFICAÇÕES QUÍMICAS NO ÓLEO DE SOJA

REFINADO

DISSERTAÇÃO

CURITIBA

2013

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ANA FLÁVIA DE OLIVEIRA

SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE BIOLUBRIFICANTES OBTIDOS

ATRAVÉS DE MODIFICAÇÕES QUÍMICAS NO ÓLEO DE SOJA

REFINADO

Dissertação de Mestrado apresentado como requisito para obtenção de grau de Mestre em Ciência e Tecnologia Ambiental, do Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia Ambiental, Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Área de Concentração: Interdisciplinar. Orientador: Dr. Paulo Roberto de Oliveira. Co-orientador: Dr. Palimécio Gimenes Guerrero Jr.

CURITIBA

2013

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação

O48 Oliveira, Ana Flávia de

Síntese e caracterização de biolubrificantes obtidos através de modificações químicas no óleo de soja refinado / Ana Flávia de Oliveira. — 2013.

97 f. : il. ; 30 cm

Orientador: Paulo Roberto de Oliveira. Coorientador: Palimécio Gimenes Guerrero Junior. Dissertação (Mestrado) – Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Programa de

Pós-graduação em Ciência e Tecnologia Ambiental. Curitiba, 2013. Bibliografia: f. 84-97.

1. Óleos vegetais como combustível. 2. Óleos lubrificantes. 3. Óleo de soja. 4.

Transesterificação. 5. Compostos epoxi. 6. Acetilação. 7. Físico-química. 8. Tecnologia ambiental – Dissertações. I. Oliveira, Paulo Roberto de, orient. II. Guerrero Junior, Palimécio Gimenes, coorient. III. Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Programa de Pós-graduação em Ciência e Tecnologia Ambiental. IV. Título.

CDD (22. ed.) 363.7

Biblioteca Central da UTFPR, Campus Curitiba

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OLIVEIRA, Ana Flávia. Síntese e caracterização de biolubrificantes obtidos através de modificações químicas no óleo de soja refinado. 2013. 96f. Dissertação de Mestrado (Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia Ambiental) – Departamento Acadêmico de Química e Biologia, Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Curitiba, 2013.

RESUMO

Estimativas de esgotamentos das reservas petrolíferas vêm motivando pesquisas no intuito de buscar alternativas para combustíveis e derivados, como os lubrificantes baseados em óleos diferentes dos óleos minerais, visando assim reduzir a contaminação provocada pelo uso dos lubrificantes convencionais. O objetivo deste trabalho consiste em realizar modificações químicas no óleo de soja refinado, através da reação de transesterificação seguida da epoxidação, alcóxi-hidroxilação, di-hidroxilação e acetilação a fim de melhorar as características lubrificantes desse óleo. A transesterificação foi realizada utilizando metanol, em uma razão molar óleo/metanol de 1:6 e 0,7% de catalisador. Os epóxidos foram produzidos utilizando ácido peracético comercial 15%, atingindo índice de oxigênio oxirano de 13,2%. A alcoxi-hidroxilação foi catalisada por Fe2(SO4)3 e ácido p-toluenosulfonico (APTS), utilizando diferentes alcoóis (metanol, etanol e 1-propanol) e água, onde se constatou que o Fe2(SO4)3 foi o catalisador mais eficiente. As melhores condições foram de 3% de catalisador para a relação óleo/álcool 1:3 e 5% de catalisador para a relação óleo/água, fazendo com que os índices de oxigênio oxirano fossem reduzidos a 0. A acetilação foi realizada usando anidrido acético em uma razão molar óleo/reagente de 1:2,5. A reação de alcoxi-hidroxilação provocou um aumento significativo da viscosidade cinemática de 34,18 mm².s-1; 54,82 mm².s-1; 46,34mm².s-1e 100,02 mm².s-1 para o EMOSRMH, EMOSREH, EMOSRPH e para o EMOSRDH respectivamente. Estes resultados mostram que a viscosidade para os lubrificantes alcoxi-hidroxilados e do diidroxilado é superior ao do óleo de soja refinado. Com a reação de acetilação dos alcoxi-hidroxidos e do di-hidroxilado, os valores de viscosidade cinemática são 46,22 mm².s-1; 42,22 mm².s-1; 28,44 mm².s-

e 49,30 mm².s-1 para o EMOSRMA, EMOSREA, EMOSRPA e MOSRMDA, respectivamente. O aumento no índice de viscosidade para os alcoxi-hidroxilados ocorre na seguinte ordem DH, EMH, EEH e EPH. Para os acetilados a ordem é EMA, EEA, EPA e DHA. Estes resultados indicam que o tamanho da ramificação na cadeia éster altera o índice de viscosidade. Todos os produtos foram caracterizados por análises Físico-Químicas e por meio dos espectros de RMN de 1H e 13C. Pode-se concluir que a metodologia apresentada neste trabalho possibilita a obtenção de potenciais lubrificantes biodegradáveis.

Palavras chave: Óleos Vegetais. Biolubrificantes. Epoxidação. Alcóxi-

Hidroxilação. Acetilação.

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OLIVEIRA, Ana Flávia. Síntese e caracterização de biolubrificantes obtidos através de modificações químicas no óleo de soja refinado. 2013. 96f. Dissertação de Mestrado (Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia Ambiental) – Departamento Acadêmico de Química e Biologia, Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Curitiba, 2013.

ABSTRACT

Estimates of the lack of petroleum in the near future have motivated research to investigated fuels and refined products to petroleum alternative. Synthesizing various vegetable oils lubricants, to reduce the contamination caused by the use of conventional lubricants. The objective of this work is to carry out chemical modification of soybean oil by transesterification reaction followed by epoxidation, alkoxy- hydroxylation, di-hydroxylation and acetylation to improve the characteristics of these oil lubricants. Transesterification were performed using methanol at a molar ratio oil/methanol 1:6 and 0.7% catalyst. The epoxides were produced using commercial 15% peracetic acid, reaching oxirane oxygen content of 13.2%. The alkoxy-hydroxylation were catalyzed by Fe2(SO4)3 and p-toluenesulfonic acid (APTS) using different alcohols (methanol, ethanol and 1-propanol) and water. Fe2(SO4)3 was the catalyst more efficient. The best conditions to alkoxy-hydroxylation reactions were with 3% ratio of catalyst to oil/ethanol 1:3, and 5% of catalyst relative to oil/water, In these conditions, the oxirane oxygen levels were reduced to zero. Acetylation was carried out using acetic anhydride in a molar ratio oil/reagent 1:2.5. The reaction of alkoxy-hydroxylation caused a significant increase in the kinematic viscosity of 34.18 mm².s-1 ; 54.82 mm².s-1 ; 46.34 mm².s-1 and 100.02 mm².s-¹ for o EMOSRMH, EMOSREH, EMOSRPH and the EMOSRDH respectively. These results show that the viscosities of alkoxy-hydroxy and di-hydroxylated lubricants are superior to refined soybean oil. With the acetylation of alkoxy-hydroxides and di-hydroxylated

lubricants, kinematic viscosity values were 46.22 mm².s-1; 42.22 mm².s-1; 28.44 mm².s-¹ and 49.30 mm².s-1 for EMOSRMA, EMOSREA, EMOSRPA and MOSRMDA, respectively. The increase in viscosity for the alkoxy-hydroxylated lubricants occurs in the following order: DH, EMH, EEH and EPH. For acetylated order is EMA, EEA, EPA and DHA. These results indicate that the size of the ester chain branching alters the viscosity. All products were characterized by Physicochemical analyzes and by 1H and 13C NMR spectra. It can be concluded that the method presented here enables obtaining potential biodegradable lubricants. Keywords: Vegetable Oils. Biolubricants. Epoxidation. Alkoxy-hydroxylation. Acetylation.

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

PR

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA

AMBIENTAL

TERMO DE APROVAÇÃO

Título da Dissertação n° 18

SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE BIOLUBRIFICANTES OBTIDOS ATRAVÉS DE MODIFICAÇÕES QUÍMICAS NO ÓLEO DE SOJA REFINADO

por

ANA FLÁVIA DE OLIVEIRA

Dissertação apresentada às 8 horas do dia 7 de Junho de 2013, como requisito parcial para obtenção do título de MESTRE EM CIÊNCIAS AMBIENTAIS, na área de concentração Tecnologias e Processos Ambientais da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campus Curitiba. O candidato foi arguido pela Banca Examinadora composta pelos professores abaixo assinados. Após deliberação, a Banca Examinadora considerou o trabalho aprovado.

Banca examinadora:

__________________________________________________________

Prof. Dr. Paulo Roberto de Oliveira (Orientador) Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia Ambiental Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR

_______________________________________________________ Prof. Dr. Carlos Itsuo Yamamoto Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Ciências dos Materiais. Universidade Federal do Paraná – UFPR __________________________________________________________ Prof. Dr. Pedro Ramos da Costa Neto Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia Ambiental Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR

Visto da Coordenação: ________________________________

Prof. Dr. Thomaz Aurélio Pagioro

Coordenador do PPGCTA

“A Folha de Aprovação assinada encontra-se na Coordenação do Programa”

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AGRADECIMENTOS

Aos amigos do DAQBI (Departamento Acadêmico de Química e Biologia- UTFPR), pelos momentos de alegrias e tristezas, em que compartilhamos os medos, anseios e felicidades.

Ào Wellington Wagner Dias Vechiatto, Cerbio – TECPAR pelo apóio e suporte à

este trabalho.

À banca avaliadora desse projeto pela atenção e contribuição dedicada a esse

estudo.

Aos meus amigos e colegas pelo companheirismo ao longo da minha vida

acadêmica.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Classificação SAE de óleos para motores ............................................................... 25

Tabela 2. Classificação ISO 3448 para óleos industriais ........................................................ 25

Tabela 3. Grupos de Índice de Viscosidade ............................................................................. 26

Tabela 4. Composição de ácidos graxos de óleo de soja ...................................................... 28

Tabela 5. Especificações do óleo de soja refinado .................................................................. 29

Tabela 6. Resultados das Análises Físico-Químicas do Óleo de Soja Refinado. ............... 56

Tabela 7. Resultados das Análises Físico-Químicas do Éster Metílico de Óleo de Soja

Refinado (EMOSR) ....................................................................................................................... 57

Tabela 8. Resultados das Análises Físico-Químicas do EEMOSR produzido com o ácido

peracético comercial 15%. ........................................................................................................... 59

Tabela 9. Índices de Oxigênio Oxirano das reações de alcoxi-hidroxilação usando água,

metanol, etanol, 1-propanol e 2-propanol com o APTS como catalisador ........................... 61

Tabela 10 Índices de Oxigênio Oxirano das reações de alcoxi-hidroxilação usando água,

metanol, etanol, 1-propanol e 2-propanol com o Fe2(SO4)3 como catalisador .................. 62

Tabela 11. Caracterização Físico-Química dos epóxidos alcoxi-hidroxilados com metanol

(EMH), etanol (EEH), 1-propanol (EPH) e do epóxido diidroxilado com água (DH) usando

Fe2(SO4)3 como catalisador. ....................................................................................................... 64

Tabela 12. Caracterização Físico-Química dos epóxidos alcoxi-acetilados com metanol

(EMA), etanol (EEA), 1-propanol (EPA) e do epóxido diidroxi-acetilado (DHA) usando

Fe2(SO4)3 como catalisador. ....................................................................................................... 68

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Exemplo de molécula de triglicerídeo ................................................................28

Figura 2. Esquema da reação de transesterificação de um triglicerídeo com metanol .....31

Figura 3. Estrutura do anel oxirâno ..................................................................................32

Figura 4. Representação da reação de epoxidação via perácido. ....................................33

Figura 5. Fluxograma da metodologia adotada. ...............................................................39

Figura 6. (a) Sistema para análise de viscosidade, composta pelo banho de aquecimento

com óleo mineral. (b) Detalhe dos viscosímetros (com as amostras) submersos no banho

aquecido. (c) Viscosimentro Cannon. ..............................................................................46

Figura 7. Imagem do equipamento para análise de ponto de entupimento. .....................47

Figura 8. Imagem do equipamento para análise de ponto de fulgor Pensky-Martens. ....48

Figura 9. Imagem do sistema utilizado para a reação de transesterificação. ...................49

Figura 10 Processo de separação de fases éster metílico-glicerina. ................................50

Figura 11 Imagem do sistema utilizado para a reação de epoxidação do éster metílico de

óleo de soja refinado........................................................................................................51

Figura 12 Imagem do sistema utilizado nas reações de alcoxi-hidroxilação. ....................52

Figura 13 Fluxograma das reações utilizando APTS como catalisador nas reações de

alcóxi-hidroxilação do epóxido. ........................................................................................52

Figura 14 Fluxograma das reações utilizando Fe2(SO4)3 como catalisador nas reações de

alcóxi-hidroxilação do epóxido. ........................................................................................53

Figura 15. Representação do ataque nucleofilíco de alcoóis, na presença de Fe2(SO4)3, a

uma molécula de éster metílico epóxidada. .....................................................................60

Figura 16. Imagem dos EEMOSRH (1) e os EEMOSRAH com metanol (2), etanol (3) e 1-

propanol (4). ....................................................................................................................63

Figura 17. Esquema da reação de acetilação do éster metílico alcoxi-hidroxilados. ........67

Figura 18. Imagem dos EEMOSRDA (1); EEMOSRMA (2), EEMOSREA (3) e

EEMOSRPA (4). ..............................................................................................................67

Figura 19 – Espectro de RMN de 1H 200MHz do óleo de soja refinado(A) e do éster

metílico de óleo de soja refinado (B) em CDCl3 usando TMS como referência. ...............70

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Figura 20 – Espectro de RMN de 1H 400MHz do (A) EEMOSR e do (B) EMOSDH em

CDCl3 usando TMS como referência. ..............................................................................72

Figura 21 – Espectro de RMN de 1H 400MHz do (A) EMOSRMH, do (B) EMOSEH e do

(C) EMOSRPH em CDCl3 usando TMS como referência .................................................73

Figura 22. Espectro de RMN de 1H 400MHz do (A) EMOSRMA, do (B) EMOSEA e do (C)

EMOSRPA em CDCl3 usando TMS como referência..............................................................74

Figura 23. Espectro de RMN de 13C 200MHz do (A) OSR e do (B) EMOSR em CDCl3

usando TMS como referência............................................................................................76

Figura 24. Espectro de RMN de 13C 200MHz do (A) EEMOSR e do (B) EMOSDH em

CDCl3 usando TMS como referência.................................................................................77

Figura 25. Espectro de RMN de 13C 200MHz do (A) EMOSRMH, do (B) EMOSEH e do

(C) EMOSRPH em CDCl3 usando TMS como referência..................................................78

Figura 26. Espectro de RMN de 13C 200MHz do (A) EMOSRMA, do (B) EMOSEA e do

(C) EMOSRPA em CDCl3 usando TMS como referência..................................................79

Figura 27. Espectro de RMN de 1H (A) e 13C 200MHz (B) do EMOSRDA, em CDCl3

usando TMS como referência............................................................................................80

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

NBR Denominação de Norma da Associação Brasileiras de Normas

Técnicas

ISO Organização Internacional de Normalização

SAE Society Automotive Engineers

SIDICOM Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de

Combustíveis e de Lubrificantes

CST Centistokes

AOAC Association of Official Analytical Chemists

AOCS American Oil Chemist’s Society

APHA American Public Health Association

BAM Bacteriological Analytical Manual

ASTM American Society for Testing and Materials

EMOSR Éster Metílico de Óleo de Soja Refinado

EEMOSR Epóxido de Éster Metílico de Óleo de Soja Refinado

EMOSRAH Éster Metílico de Óleo de Soja Refinado Alcoxi-Hidroxilado

EMOSRMH Éster Metílico de Óleo de Soja Refinado Metoxi-Hidroxilado

EMOSREH Éster Metílico de Óleo de Soja Refinado Etoxi-Hidroxilado

EMOSRPH Éster Metílico de Óleo de Soja Refinado Propoxi-Hidroxilado

EMOSRDH Éster Metílico de Óleo de Soja Refinado Di-Hidroxilado

EMOSRAA Éster Metílico de Óleo de Soja Refinado Alcoxi-Acetilado

EMOSRMA Éster Metílico de Óleo de Soja Refinado Metoxi-Acetilado

EMOSRAA Éster Metílico de Óleo de Soja Refinado Etoxi-Acetilado

EMOSRAA Éster Metílico de Óleo de Soja Refinado Propoxi-Acetilado

EMOSRDA Éster Metílico de Óleo de Soja Refinado Di-Acetilado

APTS Ácido p-Tolueno Sulfônico

SGE Secretaria de Gestão Estratégica - Embrapa

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 14

2. OBJETIVO ............................................................................................................. 16

2.1 OBJETIVO GERAL .......................................................................................... 16

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................ 16

3. CONTEXTUALIZAÇÃO TEÓRICA ......................................................................... 17

3.1 ÓLEOS VEGETAIS .......................................................................................... 17

3.2 BIOLUBRIFICANTES ....................................................................................... 18

3.2.1 ESTABILIDADE OXIDATIVA ...................................................................... 20

3.2.2 ANÁLISES TÉRMICAS ............................................................................... 21

3.2.2.1 Calorimetria Exploratória Diferencial (DSC) ............................................. 22

3.2.2.2 Analise Termogravimétricas ..................................................................... 22

3.2.3 VISCOSIDADE ........................................................................................... 23

3.2.4 ÍNDICE DE VISCOSIDADE ........................................................................ 26

3.2.5 PONTO DE FLUIDEZ ................................................................................. 27

3.3 ÓLEO DE SOJA ............................................................................................... 27

3.4 REAÇÕES DE MODIFICAÇÃO QUÍMICAS ..................................................... 29

3.4.1 TRANSESTERIFICAÇÃO ........................................................................... 30

3.4.2 EPOXIDAÇÃO ............................................................................................ 32

3.4.3 ABERTURA DO ANEL OXIRANO .............................................................. 34

3.4.4 ACETILAÇÃO ............................................................................................. 37

4. PARTE EXPERIMENTAL ....................................................................................... 38

4.1 MATERIA PRIMA ............................................................................................. 38

4.2 EQUIPAMENTOS ............................................................................................ 38

4.3 METODOLOGIA UTILIZADA ............................................................................ 39

4.4. CARACTERIZAÇÃO DA MATÉRIA-PRIMA .................................................... 40

4.4.1. ÍNDICE DE ACIDEZ. .................................................................................. 40

4.4.2 ÍNDICE DE IODO ........................................................................................ 40

4.4.3 ÍNDICE DE SAPONIFICAÇÃO .................................................................... 41

4.4.4 TEOR DE SABÃO ....................................................................................... 42

4.4.5 DENSIDADE RELATIVA ............................................................................. 43

4.4.6 TEOR DE UMIDADE E VOLÁTEIS ............................................................. 44

4.4.7 OXIGÊNIO OXIRANO ................................................................................. 44

4.4.8 CARACTERIZAÇÃO POR RMN DE 1H E 13C ............................................. 45

4.4.9 VISCOSIDADE CINEMÁTICA ..................................................................... 45

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4.4.10 PONTO DE FLUIDEZ. .............................................................................. 46

4.4.11 PONTO DE FULGOR ............................................................................... 47

4.5 REAÇÕES DE OBTENÇÃO DOS BIOLUBRIFICANTES ................................. 48

4.5.1 REAÇÃO DE TRANSESTERIFICAÇÃO ........................................................ 48

4.5.1.1 Purificação do Éster Metílico de Óleo de Soja Refinado (EMOSR) .......... 49

4.5.1.2 Caracterização do Éster metílico de Óleo de Soja Refinado (EMOSR) ...... 50

4.5.2 REAÇÃO DE EPOXIDAÇÃO ...................................................................... 50

4.5.2.1 Caracterização do Epóxido de Éster Metílico de Óleo de Soja Refinado

(EEMOSR) ........................................................................................................... 51

4.6 ALCOXI-HIDROXILAÇÃO / DI-HIDROXILAÇÃO DO EEMOSR ....................... 51

4.6.1 ALCOXI-HIDROXILAÇÃO E DI-HIDROXILAÇÃO DO EEMOSR USANDO

APTS COMO CATALISADOR ............................................................................. 53

4.6.2 ALCOXI-HIDROXILAÇÃO E DI-HIDROXILAÇÃO DO EEMOSR USANDO

FE2(SO4)3 COMO CATALISADOR ...................................................................... 54

4.6.3 ACETILAÇÃO DO EMOSR ALCOXI-HIDROXILADOS (EMOSRAH) E DO

EMOSR DI-HIDROXILADO (EMOSRDH). ........................................................... 54

4.6.4 CARACTERIZAÇÃO DO EMOSRAH, EMOSRDH, EMOSRAA e EMOSRDA.

............................................................................................................................ 55

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO .............................................................................. 56

5.1 CARACTERIZAÇÃO DO ÓLEO DE SOJA REFINADO .................................... 56

5.2 CARACTERIZAÇÃO DO EMOSR .................................................................... 57

5.3 CARACTERIZAÇÃO DO EEMOSR .................................................................. 58

5.4 CARACTERIZAÇÃO DOS EMOSR ALCOXI-HIDROXILADOS (EMOSRAH) ... 60

5.4.1 REAÇÕES DOS EEMOSR UTILIZANDO APTS COMO CATALISADOR ... 61

5.4.2 REAÇÕES DOS EEMOSR UTILIZANDO FE2(SO4)3 COMO CATALISADOR.

............................................................................................................................ 62

5.5 CARACTERIZAÇÃO DO EMOSR ALCOXI-HIDROXILADOS (EMOSRAH) E

EMOSR DI-HIDROXILADO (EMOSRDH) ............................................................ 63

5.6 CARACTERIZAÇÃO DO EMOSR ALCOXI-ACETILADOS (EMORSAA) E DI-

ACETILADO (EMORSDA). .................................................................................. 67

5.7 CARACTERIZAÇÃO POR RMN DE 1H E 13C ................................................... 70

5.7.1 CARACTERIZAÇÃO POR RMN DE 1H E 13C DO OSR, EMOSR e EEMOSR....70

6. CONCLUSÃO ......................................................................................................... 82

7. SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS.......................................................85

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................................85

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1. INTRODUÇÃO

Durante a última década, surgiram novas tecnologias voltadas para o

desenvolvimento de produtos a partir de fontes renováveis. As preocupações

sobre o uso de produtos derivados do petróleo aumentam com o esgotamento

progressivo das reservas mundiais de combustíveis fósseis, e também devido a

impactos ambientais (CAMPANELLA, 2007).

A infraestrutura de transporte atual, de uma forma geral, é vulnerável

devido à sua grande dependência à combustíveis de origem fóssil. Produtos

petrolíferos fornecem cerca de 96% dos combustíveis para uso com transporte, e

grande parte desta oferta está concentrada em poucos países, cujos problemas

econômicos e políticos ameaçam suas estabilidades (ÖLZ et al., 2007).

Os combustíveis fósseis têm uma função essencial na indústria e na

economia de um país em desenvolvimento. Porém devido à escassez aguda,

aumento de preços e os altos níveis de emissão de certos poluentes, tem

aumentado o crescente interesse em combustíveis alternativos mais limpos

(BOKADE; YADAV, 2007).

Estimativas de esgotamentos das reservas petrolíferas também vêm

motivando inúmeros pesquisadores a buscarem alternativas para combustíveis e

derivados, como os lubrificantes que tem como base óleos diferentes dos óleos

minerais, visando assim reduzir a contaminação provocada pelo uso dos

lubrificantes convencionais (YADAV; BOKADE, 1996).

Nos últimos anos, perdas deliberadas ou acidentais de lubrificante para o

ambiente, por meios de vazamento de gases de escape, e eliminação descuidada

(SILVA, 2010) evaporação e derramamentos, induzem a uma grande

preocupação com a poluição e saúde ambiental (GAWRILOW, 2004).

A ABNT - NBR (Normas Brasileiras) 10004 de 2004 relata que os óleos

lubrificantes usados ou contaminados são considerados tóxicos, pois se

enquadram como ameaçadores pela presença de um grande número de

constituintes perigosos ou pelo efeito do conjunto destes.

Segundo a SIDICOM (Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de

Combustíveis e de Lubrificantes), a qual é representante das empresas

distribuidoras de combustíveis, cuja abrangência chega aos 80% do mercado

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nacional, até maio de 2012 foram distribuídos 489.828 m3 de óleos lubrificantes

no país.

Esse amplo uso de óleos lubrificante, incluem os óleos minerais, óleos

sintéticos e óleos vegetais. Entre estes, os óleos minerais são os mais

comumente usados, e consistem predominantemente em hidrocarbonetos, porém

também contém enxofre e compostos nitrogenados, com traços de uma série de

metais (ADHVARYU et al., 2005). Os lubrificantes sintéticos têm sido usados por

muitos anos, contudo, antes de seu desenvolvimento, os óleos vegetais eram

usados como principais lubrificantes (KAUL et al., 1999).

Em todos os lugares a produção, aplicação e descarte de lubrificantes tem

que cumprir alguns requisitos para a melhor proteção do meio ambiente em geral

e, em especial, na vida dos seres vivos, e assim, tem havido uma procura

crescente por lubrificantes ''verdes'' (RHEE, 1996). O procedimento desejável é

que seja reduzida a toxicidade e aumentado a biodegradabilidade (BARTZ, 1998),

pois a utilização de lubrificantes biodegradáveis poderia reduzir significativamente

o risco de poluição ambiental (WAGNER et al., 2001). Logo, o uso de óleo

vegetal nas formulações de lubrificantes reduz a poluição do meio ambiente, uma

vez que é altamente biodegradável (BERAN, 2008; MALEQUE et al., 2003). Além

disso, possui características ecotoxicológicas favoráveis (NAGENDRAMMA;

KAUL, 2011).

Produtos de origem vegetal, bem como os óleos vegetais modificados

podem ser usados como material para a produção de lubrificantes biodegradáveis

(WAGNER et al., 2001). Por ser um recurso renovável, o óleo vegetal torna-se

uma boa alternativa ao óleo mineral, o qual possui natureza toxica e baixa

degradabilidade (SALUNKHE et al., 1992; SALIMON et al., 2010a; SALIH et al.,

2011), alto ponto de fulgor, baixa volatilidade, altos índices de viscosidade

(SANTOS et al., 2004; HWANG; ERHAN, 2001) e alto poder calorífico. A ausência

de enxofre na composição química dos óleos vegetais também contribui, não

gerando, substâncias danosas ao meio ambiente (PIANOVSKI JÚNIOR, 2002).

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16

2. OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Este trabalho consiste em realizar reações de transesterificação,

epoxidação, alcoxi-hidroxilação e acetilação no óleo refinado de soja a fim de

obter lubrificantes com características similares a dos lubrificantes sintéticos e/ou

minerais.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Determinar as propriedades físico-químicas do óleo de soja refinado.

Produzir os ésteres metílicos de óleo de soja refinado através da reação de

transesterificação utilizando metanol e hidróxido de Potássio.

Produzir epóxido através da reação de epoxidação do éster metílico

utilizando ácido peracético comercial 15%.

Realizar a reação de alcóxi-hidroxilação com epóxido de éster metílico,

empregando diferentes alcoóis, utilizando sulfato férrico e ácido p-tolueno

sulfônico como catalisador.

Realizar a reação di-hidroxilação com epóxido de éster metílico, utilizando

água, empregando sulfato férrico e ácido p-tolueno sulfônico como

catalisador;

Realizar reações de acetilação com os produtos alcóxi-hidroxilados e di-

hidroxilado;

Determinar as propriedades físico-químicas dos produtos obtidos através

das reações de transesterificação, epoxidação, alcóxi-hidroxilação e

acetilação.

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17

3. CONTEXTUALIZAÇÃO TEÓRICA

3.1 ÓLEOS VEGETAIS

O cultivo e a produção de oleaginosas, com altos rendimentos,

desempenham um papel importante no fornecimento de matéria-prima para

produtos industriais e aplicações não alimentícias (DOKOS, 2007). Segundo o

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento em 2011 a produção de

oleaginosas no Brasil atingiu mais de 80 milhões de toneladas, destacando-se a

soja, a qual atingiu 75.320 toneladas. No que se refere aos usos dos óleos

vegetais consumidos no Brasil, verifica-se que mais de 84% são utilizados para

fins alimentícios e aproximadamente 16% para fins industriais (NUNES, 2007).

Atualmente, os óleos vegetais são matérias primas renováveis mais importantes

para a indústria química, sendo muito utilizadas na fabricação de agentes

tensoativos, cosméticos e lubrificantes (CARLSSON, 2009).

Óleos e gorduras são substâncias naturais que consistem em misturas de

ésteres derivado de ácidos graxos e glicerol (BIERMANN; METZGER, 2008). De

uma forma geral, os óleos vegetais são constituídos principalmente de

triglicerídeos (> 95%) e pequenas quantidades de mono- e diglicerídeos

(NELSON et al., 2003) e são insolúveis em água (MORETTO; FETT, 1989). Os

óleos e gorduras contêm diferentes tipos de ácidos graxos e que, dependendo do

comprimento da cadeia e do grau de insaturação, podem representar o parâmetro

de maior influência sobre as propriedades desses compostos (KNOTHE et al.,

2005).

Na maioria dos casos, os ácidos graxos, obtidos de óleos vegetais são

similares em comprimento, entre 14 e 24 átomos de carbono, com diferentes

níveis de insaturação, e às vezes, há a presença de um grupo hidroxila

(QUINCHIA et al., 2010). O número de insaturações pode variar de 1 a 6, sendo

que, três insaturações são mais comuns (WUST, 2004; ALBUQUERQUE, 2006).

É esperada uma grande demanda por óleos vegetais na indústria de

lubrificantes para os próximos anos. Óleos vegetais são preferíveis aos fluidos

sintéticos por serem recursos renováveis e por terem menores custos (BISWAS et

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al., 2007; METZGER, 2009; SALIMON et al. 2010a). As suas estruturas químicas

únicas, fazem com que esses materiais possuam propriedades físicas diferentes

quando comparadas aos óleos minerais (MEIER et al., 2007). Assim, tem-se dado

atenção às tecnologias que incorporam óleos vegetais como biocombustíveis e

lubrificantes industriais (METZGER, 2009).

A estrutura do triglicerídeo torna os óleos vegetais matérias primas

potenciais na utilização como um material de base para lubrificantes e fluidos

funcionais (WILLING, 2001). Acredita-se que os ácidos graxos são as substâncias

que proporcionam a capacidade de lubrificação aos óleos (WALSH, 2002). A

estrutura dos triglicerídeos dos óleos vegetais fornecem qualidades desejáveis a

um lubrificante, pois as cadeias polares de ácidos graxos formam filmes de alta

resistência, ou seja, pode vir a ser um lubrificante que interage fortemente com

superfícies metálicas, reduzindo o atrito e desgaste (SALIH et al., 2011; EREDA,

2004; SALIMON et al., 2010c) tendo um bom desempenho nas maquinas

(PEREZ, 2009).

Também existem outros benefícios associados aos óleos vegetais, tais

como, baixa toxicidade, alto ponto de fulgor, baixa volatilidade, altos índices de

viscosidade (SANTOS et al., 2004).

3.2 BIOLUBRIFICANTES

Nos últimos anos, a preocupação mundial sobre as questões ambientais e

economia de energia está fomentando o desenvolvimento de pesquisas, cada vez

mais avançadas, para descobrir novos lubrificantes como alternativa aos óleos de

base mineral não renovável (BETTON, 2010). A rápida biodegradabilidade do

óleo vegetal tem estimulado o desenvolvimento de lubrificantes, baseados em

recursos agricultáveis, e isso se tornou uma realidade de sucesso em muitas

partes do mundo, crescendo em demanda, e sendo de uso generalizado para

algumas aplicações (BARTZ, 1998; LEA, 2002).

Um lubrificante comum realiza uma variedade de funções em motores e

máquinas, tais como, proteger as superfícies metálicas contra corrosão, liberar

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para fora contaminantes, absorver choques mecânicos (MALEQUE et al., 2003) e

também são utilizados como ponte para a transferência de calor, retirando o calor

do dispositivo durante a operação (CHEN-CHING; CHIEN-CHIH, 2011). Os

lubrificantes são usados em todos os aspectos da manufatura industrial,

transporte e vida doméstica (PATTER et al., 1981), logo os lubrificantes são

normalmente criados com o objetivo de gerenciar interações adequadas com as

superfícies móveis (BARRIGA et al., 2006).

O termo biolubrificante aplica-se a todos os lubrificantes que são

rapidamente biodegradáveis e não tóxicos para os seres vivos (WAGNER et al.,

2001). Os biolubrificantes surgem como uma nova classe de lubrificantes, bem

diferente dos lubrificantes convencionais, e proporcionam um avanço no campo

de produtos considerados ecologicamente corretos, pois são biodegradáveis e

menos tóxicos para os seres humanos e para o ambiente (QUINTERO, 2009). A

biodegradabilidade é o aspecto mais importante no que se diz respeito ao destino

ambiental de uma substância (SALIMON, 2010a). A substância é considerada

biodegradável quando apresenta a capacidade provada de ser decomposta

dentro de um ano, por meio biológico natural, processos carbonáceos, água e

dióxido de carbono (WHITBY, 2005).

As principais funções que um biolubrificante deve atender são: reduzir o

desgaste de atrito, protejer as peças da corrosão, aumentar o selamento, operar

em baixas temperaturas, evitar que detritos e sujeiras entupam os depósitos

(TOTAL PETROLEUM COMPANY) e devem possuir as seguintes vantagens

procedidas da química do material como: maior lubricidade, menor volatilidade,

índices elevados de viscosidade, maior estabilidade ao cisalhamento, maior

detergência, maior dispersância e rápida biodegradação (SALIMON et al., 2010a).

Óleos vegetais, com alto teor de ácido oléico, são considerados bons

candidatos para substituição de óleos lubrificantes sintéticos (RANDLES;

WRIGHT, 1992; ASADAUSKAS et al.,1996).

Razões ambientais e econômicas levam a utilização de óleos vegetais

como lubrificantes após modificações químicas apropriadas (SALIMON et al.,

2010a), por outro lado as várias etapas para a síntese de ésteres obtidos através

de óleos vegetais fazem com que estes ésteres tenham um preço mais alto. Para

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que os lubrificantes derivados de fontes renováveis possam competir com

lubrificantes à base de óleo mineral, deve haver outras vantagens além de preço

e desempenho técnico. Uma outra vantagem é sua excelente propriedade

ecológica (WILLING, 2001).

É possível obter ácidos graxos para síntese de produtos como

biolubrificantes a partir de óleo de girassol, soja, linhaça, canola, e mamona

(METZGER; BORNSCHEUER, 2006), pinhão manso (RESUL et al., 2012) óleo de

rícino, óleo da semente de dendê, (SALIMON et al., 2010d) óleo de jojoba (BISHT

et al., 1993); óleo de palma (CHEENKACHORN; FUNGTAMMASAN, 2010).

Porém existe algumas desvantagem no uso direto de óleos vegetais como

biolubrificantes tais como fraca estabilidade termo-oxidativa (ERHAN et al., 2006)

e alta viscosidade (ASADAUSKAS et al., 1996; ERHAN; ASADAUSKAS, 2000).

Para atender às demandas crescentes de estabilidade, durante vários processos

tribológicos, a estrutura do óleo tem de suportar extremas variações de

temperatura e de degradação de cisalhamento (CASTRO et al., 2005).

Os parâmetros mais importantes que afetam as propriedades físico-

químicas dos óleos são a estereoquímica das ligações duplas das cadeias dos

ácidos graxos, seu grau de insaturação, e o comprimento da cadeia carbônica dos

ácidos graxos (SALIMON et al., 2012a).

3.2.1 ESTABILIDADE OXIDATIVA A estabilidade oxidativa é um fator importante na prevenção da degradação

do óleo, e garante a lubrificação adequada, sendo limitada principalmente pelo

grau de ligações duplas (CORSINI; JORGE, 2006; FOX; STACHOWIAK, 2007;

SALIH et al. 2011), ou seja, a estabilidade de oxidação desses óleos aumenta,

quando o grau de insaturação diminui (ERHAN et al., 2006), a grande quantidade

de ácidos graxos poli-insaturados presentes em alguns óleos vegetais, faz com

que estes estejam mais suscetíveis à oxidação do que os óleos que possuem

maior quantidade de ácidos graxos saturados (MOSER; ERHAN, 2007),

principalmente aqueles que contém proporções variáveis dos ácidos oléico

(C18:1), linoléico (C18:2) e linolênico (C18:3) (KNOTHE et al., 2006), interferindo

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nas propriedades de lubricidade (BECKER; KNORR, 1996). Os hidrogênios bis-

alílicos, nos ácidos graxos linoleico e linolênico são suscetíveis a ataques de

radicais livres, a formação de peróxido e a produção de compostos de oxidação

polares (SHARMA; STIPANOVIC, 2003).

3.2.2 ANÁLISES TÉRMICAS

Segundo MACKENZIE (1993) análises térmicas consistem em um conjunto

de técnicas, nas quais uma propriedade física de uma substância e/ou seus

produtos de reação é medida enquanto a amostra é submetida a uma

programação controlada de temperatura.

A análise térmica proporciona resultados quantitativos termodinâmicos e

cinéticos quanto às propriedades dos materiais, podendo inclusive ser empregada

para caracterizar material de síntese (CAMMENGA; EPPLE, 1995).

As análises térmicas podem ser aplicadas a uma gama extensa de

materiais, como polímeros, substâncias sintéticas e naturais, alimentos, fármacos

e produtos cosméticos em geral (OLIVEIRA et al., 2004). Podem ser empregadas

como: identificação e análise da pureza de materiais; determinação de

temperaturas e entalpias características de mudanças de estados físicos (fusão e

vaporização); transformações de fases e reações e avaliação da cinética de

decomposição térmica (CAMMENGA; EPPLE, 1995).

Existem algumas vantagens da análise térmica sobre outros métodos

analíticos, dentre eles pode-se citar: a amostra pode ser estudada sobre uma

grande faixa de temperatura usando vários programas; quase todos os tipos de

amostra (Sólido, Líquido ou Gel) podem ser acomodados usando uma variedade

de cadinhos ou outros tipos de porta amostras; Utiliza pequenas quantidades de

amostra, (0.1 μL – 10mg); o tempo requerido para fazer um teste varia de minutos

a várias horas (PEREZ, 2009).

Para análises térmicas, as técnicas mais utilizadas são Termogravimetria

(TG) e Análise Térmica Diferencial (DTA), seguidas por Calorimetria Exploratória

Diferencial (DSC) e Análise Termomecânica (TMA) (WENDLANDT, 1986).

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22

3.2.2.1 Calorimetria Exploratória Diferencial (DSC)

A técnica utiliza um Calorímetro por Varredura Diferencial (Differential

Scanning Calorimetry (DSC)). As análises de DSC possibilitam a obtenção de

informações, referentes aos eventos térmicos caracterizados por variação de

entalpia, exotérmicos ou endotérmicos, e faixa de temperatura. Cita-se o

comportamento da fusão, cristalização, transições sólido-sólido e reações

químicas (SCHWARTZ; DE BÜHR, 1998).

A técnica de DSC mede a diferença de energia liberada ou absorvida entre

a amostra e um material de referência, em função da temperatura, enquanto a

amostra e a referência são submetidas a uma programação de temperatura.

(BERNAL et al., 2002; CONCEIÇÃO, 2004). O fluxo de calor (Φ) corresponde ao

trabalho envolvido quando uma quantidade de energia térmica (Q) é transferida,

consumida ou convertida, dentro de um intervalo de tempo (∆t). O fluxo de calor

(Φ) é expresso em watts (W) ou miliwatts (mW). Para o Sistema Internacional de

Unidades (SI), a unidade mais indicada é joule/segundo (J/s), mas o fluxo também

pode ser expresso em calorias/segundo (cal/s) (SCHWARTZ; DE BÜHR, 1998).

3.2.2.2 Análise Termogravimétricas A técnica TGA permite medir a variação de massa de uma substância em

função da temperatura, enquanto a substância é submetida a uma programação

controlada de temperatura. A partir desse ensaio, pode-se observar fenômenos

físicos, tais como, sublimação, vaporização, absorção, adsorção e dessorção, e

também fenômenos químicos tais como reações de decomposição térmica que

podem envolver processos oxidativos ou de redução (WENDLANT, 1986).

As curvas obtidas nas análises de TGA só apresentam eventos térmicos

cuja variação de massa (∆m) está envolvida e a avaliação dos resultados permite

determinar a estabilidade térmica do material, composição e estabilidade térmica

dos compostos intermediários (SALVIO NETO, 2010).

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A medida é realizada utilizando-se um equipamento denominado

microbalança, que consiste na combinação de uma microbalança eletrônica

acoplada a um forno e um programador linear de temperatura, permitindo a

pesagem contínua de uma amostra em função da temperatura, à medida que a

amostra é aquecida ou resfriada (SANTOS, 2004).

3.2.3 VISCOSIDADE

A eficiência do lubrificante para reduzir a fricção e desgaste é influenciada

pela sua viscosidade (LANSDOWN, 2004). A viscosidade é definida como a

resistência ao fluxo de fluido a uma correspondente temperatura (YUNUS et al.,

2003), e é uma propriedade importante na escolha de um lubrificante para

lubrificação hidrodinâmica (CHEN-CHING; CHIEN-CHIH, 2011). Um maior índice

de viscosidade indica uma menor variação de viscosidade com as mudanças de

temperatura do óleo, o que é uma propriedade desejável (SALIH et al., 2011).

O método de medição mais empregado atualmente é o de viscosidade

cinemática. Neste método, é medido o tempo que um volume de líquido gasta

para fluir (sob ação da gravidade) entre dois pontos de um tubo de vidro capilar

calibrado. A unidade de viscosidade cinemática é expressa em centistokes (cSt)

ou em mm2/s, conforme o sistema métrico internacional (TEXACO, 2005).

Segundo a NBR 10441 pode-se calcular a viscosidade cinemática ν, a partir do

tempo de fluxo medido t, e da constante do instrumento C, por meio da seguinte

equação: ν = c x t

Onde: ν é a viscosidade cinemática, em milímetros quadrados por segundo; C é a

constante de calibração do tubo viscosimétrico, em milímetros quadrados por

segundo; e t é a medida do tempo de fluxo, em segundos.

Em um lubrificante uma grande viscosidade requererá grande força contra

suas próprias forças intermoleculares, em um movimento deslizante entre

dispositivos. No caso contrário, se a viscosidade do lubrificante for muito baixa, as

superfícies entre os dispositivos serão friccionadas de forma direta causando

danos aos dispositivos (CHEN-CHING; CHIEN-CHIH, 2011).

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24

Existem várias classificações de viscosidade utilizadas para óleos minerais.

As mais utilizadas são SAE (Society of Automotive Engineers) e ISO (International

Organization for Standardization).

A SAE classifica a viscosidade de óleos utilizados em motores de

combustão e transmissões de potência, J300 e J306, respectivamente. A

classificação SAE (Tabela 1) estabelece 18 classificações de viscosidade de

óleos. As viscosidades a baixa temperatura são medidas por um simulador de

arranque a frio, indicando a capacidade de tempo de partida a frio do óleo. As

medidas a 100 °C estão relacionados com a temperatura de funcionamento

normal do motor, são os óleos sem um sufixo 'W' são chamados de "óleos

monograde", uma vez que só se encontram em um grau SAE. Os óleos com um

sufixo 'W' significa 'inverno', têm boa capacidade de partida a frio, os quais são

muito utilizados para climas onde a temperatura cai abaixo de 0 oC regularmente

(STACHOWIAK; BATCHELOR, 2001).

A ISO (International Standards Organization) é um sistema de classificação

que foi desenvolvido nos EUA pela Sociedade Americana de Engenheiros de

lubrificação (ASLE) e no Reino Unido pela British Standards Institution (BSI) para

todos os fluidos lubrificantes industriais. É agora comumente usado em todas as

indústrias (WEISMANTEl, 1995). O grau de viscosidade SAE, mostrada na Tabela

1, mostra a viscosidade máxima em relação a temperatura, e a viscosidade

cinemática. Já o grau de viscosidade ISO e a viscosidade cinemática a 40º C

estão apresentados na Tabela 2.

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Tabela 1. Classificação SAE de óleos para motores

Grau de Viscosidade SAE

Viscosidade (cP) por Temperatura ºC

Viscosidade Cinemática (cSt) a 100 ºC

Subdivisões Bombeamento Mínimo Máximo

0W 3250 a - 30 30000 a -35 3,8

5W 3500 a -20 30000 a -30 3,8

10W 3500 a -10 30000 a -25 4,1

15W 3500 a -15 30000 a -20 5,6

20W 4500 a -10 30000 a -15 5,6

25W 6000 a -5 30000 a -10 9,3

20 - - 5,6 <9,3

30 - - 9,3 <12,5

40 - - 12,5 <16,3

50 - - 16,3 <21,9

60 - - 21,9 <26,1

Fonte: CHALLEN et al., 1984.

Tabela 2. Classificação ISO 3448 para óleos industriais

Grau de Viscosidade

Limites de Viscosidade Cinemática a 40 ºC

Mínimo Ponto Médio Maximo

ISO GV 2 1,98 2,2 2,42

ISO GV 3 2,88 3,2 3,52

ISO GV 5 4,14 4,6 5,06

ISO GV 7 6,12 6,8 7,48

ISO GV 10 9,00 10 11,0

ISO GV 15 13,5 15 16,5

ISO GV 22 19,8 22 24,2

ISO GV 32 28,8 32 35,2

ISO GV 100 90 100 110

ISO GV 150 135 150 165

ISO GV 220 198 220 242

ISO GV 320 288 320 352

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Limites de Viscosidade Cinemática a 40 ºC

Grau de Viscosidade Mínimo Ponto Médio Maximo

ISO GV 460 414 460 506

ISO GV 680 612 680 748

ISO GV 1000 900 1000 1100

ISO GV 1500 1350 1500 1650

Fonte: (WEISMANTEl, 1995)

3.2.4 ÍNDICE DE VISCOSIDADE

É uma indicação da variação da viscosidade do óleo de acordo com a

temperatura (BRASIL, 1999). Lubrificantes são normalmente identificados de

acordo com suas notas, e são classificadas em diferentes qualidades, segundo

sua viscosidade (RESUL et al., 2012). Lubrificante com alto Índice de Viscosidade

tende a mostrar uma menor alteração na viscosidade a temperaturas mais

elevadas. Quanto maior for o índice de viscosidade, melhor é o lubrificante

(RUDNICK, 2006).

Tradicionalmente, os óleos lubrificantes foram agrupados de acordo com os

seus diferentes usos e valores de viscosidade (Tabela 1). Estes valores podem

variar de zero a mais de cem. Os óleos lubrificantes são classificados de acordo

com a alteração da viscosidade, que ocorre com um aumento na temperatura.

Quanto maior for o valor de viscosidade, menos é o efeito do aumento da

temperatura (DARBYSHIRE, 2003).

Tabela 3. Grupos de Índice de Viscosidade

Grupo de Índice de Viscosidade Índice de Viscosidade

Índice de Viscosidade Baixo Abaixo de 35

Índice de Viscosidade Médio 35 a 80

Índice de Viscosidade Alto 80 a 110

Índice de viscosidade Muito Alto Acima de 110

Fonte: DARBYSHIRE, 2003.

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27

3.2.5 PONTO DE FLUIDEZ

Segundo a NBR 11349 de 2005, o ponto de fluidez, é a menor temperatura

em que o óleo deixa de escoar. O ponto de fluidez é um problema significativo

dos fluidos de lubrificação, é principalmente controlado para avaliar o

desempenho nas condições de uso em que o óleo é submetido a baixas

temperaturas ou em climas frios (PEREZ, 2009). À medida que o comprimento da

cadeia do éster é aumentado, acontece uma melhora no ponto de fluidez do óleo

biolubrificante (SALIMON et al., 2010a).

3.3 ÓLEO DE SOJA

A escolha da matéria prima deve se basear em moléculas abundantes, de

valor comercialmente aceitável para a obtenção de um produto final, deve ter boa

conversão, uma cinética adequada e atender critérios de viscosidade e

estabilidade, além de ser biodegradável, preferencialmente, de origem vegetal

(PEREZ, 2009).

Dados da SGE (Secretaria de Gestão Estratégica - Embrapa), afirmam que

da produção de soja no Brasil em 2011, obteve-se 6.844 mil ton. de óleo de soja,

dos quais 5.218 mil ton. foram destinados ao consumo interno, e 1.448 mil ton. à

exportação.

A soja é uma leguminosa de estação quente e sua maior produção ocorre

em zonas temperadas dos hemisférios norte e sul (MUTHIAH et al., 1994). É

considerada, mundialmente a principal fonte de produção de óleos e proteínas

vegetais para a alimentação humana e animal (MANARA, 1988) e por isso ocupa

o primeiro lugar no ranking de produção de óleos vegetais em todo o mundo

(KANAGASABAPATHI et al., 2012).

Óleos vegetais são substâncias imiscíveis em água, formadas

predominantemente de produtos da condensação entre glicerol e ácidos graxos,

denominados triglicerídeos (Figura 1). Encontram-se, em quantidades menores,

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os ácidos graxos na forma livre, ou na forma de mono- ou diglicerídeos

(MORETTO; FETT, 1989).

Figura 1. Exemplo da estrutura da molécula de triglicerídeo (SALIMON, 2012a)

A composição diversificada de ácidos graxos de cadeia longa depende da

planta, da cultura, da época, e das condições de crescimento (GUNSTONE,

2004), no caso da soja, tem-se, em média, 4,6 ligações duplas por molécula de

triglicerídeo (GUO et al., 2000). Na Tabela 4, observa-se que o óleo de soja é rico

em ácidos graxos polissaturados.

Tabela 4. Composição de ácidos graxos de óleo de soja

Ácido Graxo Nº de carbonos Concentração

Ácido linoléico C 18:2 44,0 a 62,0 %

Ácido oléico C 18:1 19,0 a 30,0%

Ácido palmítico C 16:0 7,0 - 14,0%

Ácido esteárico C 18:0 1,4 a 5,5 %

Ácido linolênico C 18:3 4,0 a 11,0 %

Fonte: BRASIL, 1999.

A avaliação da caracterização e qualidade dos óleos é realizada de acordo

com os métodos de análise adotados e/ou recomendadas por normas

internacionais como Association of Official Analytical Chemists (AOAC),

Organização Internacional de Normalização (ISO), pelo Instituto Adolfo Lutz, pela

AMERICAN OIL CHEMIST´S SOCIETY (AOCS), pelo Food Chemicals Codex,

pela American Public Health Association (APHA), pelo Bacteriological Analytical

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Manual (BAM) e pela Comissão do Codex Alimentarius. A Tabela 5 mostra as

especificações do óleo de soja refinado.

Tabela 5. Especificações do óleo de soja refinado

Especificações Valores estabelecidos

Densidade relativa (g/cm3) 0,918 - 0,926 a 20 ºC; 0,915-0,923 a 25 ºC

Índice de refração (n D40) 1,45 - 1,46

Índice de saponificação (mg KOH.g-1) 189 - 198

Índice de iodo (Wijs) (mg I2.g-1) 99 - 119

Matéria insaponificável, (g/100 g) Máximo 1,5

Acidez de ácido oléico/100 g de óleo Máximo 0,3

Fonte: BRASIl, 1999.

O óleo de soja refinado tem viscosidade com valores próximos aos dos

óleos minerais (29 cSt a 40 °C), um elevado ponto de fulgor (325 °C) e um

elevado índice de viscosidade (246) (KANAGASABAPATHI et al., 2012).

O óleo de soja refinado possui uma ampla aplicação na fabricação de

produtos industriais incluindo agente anti-corrosão, biodiesel, lubrificantes, agente

anti-estático, fungicidas, pesticidas, compostos de calafetagem, isolamento

elétrico, controle de poeira, agente desinfetante, epóxis e tintas (ERHAN et al.,

2002). No entanto, o número elevado de insaturações (C18:2 e C18:3) leva a

auto-oxidação a temperatura ambiente (KANAGASABAPATHI et al., 2012).

Segundo LEGARAND e DÜRR, 1998, quando se compara óleo de soja

com os lubrificantes quimiossintéticos industriais, geralmente obtêm-se as

seguintes diferenças de propriedades: óleo de soja é renovável e biodegradável,

seu ponto de fulgor é extremamente elevado, o índice de viscosidade do óleo de

soja é maior, a perda de evaporação é pequena, a lubricidade do óleo de soja é

melhor e o óleo de soja é muito mais barato do que outros lubrificantes industriais.

3.4 REAÇÕES DE MODIFICAÇÃO QUÍMICA

Preocupações com o meio ambiente originaram um crescente interesse em

óleos vegetais, os quais são considerados potenciais substitutos para os

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convencionais produtos de óleos de base mineral (RANDLES; WRIGHT, 1992;

ASADAUAKAS et al., 1996). Porém, os óleos vegetais apresentam baixa

estabilidade oxidativa. Os produtos gerados após a oxidação podem prejudicar a

qualidade do lubrificante e o desempenho de lubrificação do mecanismo (ERHAN

et al., 2006; FOX; STACHOWIAK, 2007).

As modificações químicas dos óleos vegetais aumentam a sua aptidão

para aplicação como lubrificantes (KANAGASABAPATHI et al., 2012) pois alteram

suas propriedades lubrificantes, afetam as propriedades físicas de ponto de

fluidez e ponto de névoa (ERHAN et al., 2006; SALIMON, 2010c; SHARMA, et al.,

2008).

Óleos que apresentam altos teores de ácido linolênico ou de ácido linoléico

favorecem reações químicas secundárias (PIANOVSKI JÚNIOR, 2002). A fim de

superar as limitações do óleo vegetal, os grupos insaturados dos alcenos, nas

cadeias de ácidos graxos, podem ser modificados quimicamente formando

estruturas mais complexas, as quais melhoram a estabilidade à baixas

temperaturas e as propriedades oxidativas (HWANG; ERHAN, 2001; ADHVARYU

et al., 2005; SHARMA et al., 2006). A transesterificação e epoxidação podem ser

aplicadas para aumentar ainda mais a sua estabilidade térmica (OMEIS et al.,

1998; OOSUKAINEN et al., 1998; SALIMON, 2011).

Modificações químicas, tais como, transesterificação, formação de

epóxidos e estolides de óleos vegetais com polióis têm sido utilizados no

melhoramento da estabilidade oxidativa de óleo para ser usado como base para

lubrificantes, e assim atingir as características ideais para aplicações extremas

(SHARMA et al., 2006).

3.4.1 TRANSESTERIFICAÇÃO

A transesterificação consiste em uma reação química, na qual um óleo

vegetal reage com um álcool de baixo peso molecular, na presença de um

catalisador. Como resultado, obtém-se o éster metílico ou etílico, conforme o

álcool utilizado e glicerol (MEIRELLES, 2012; MALEQUE et al., 2003).

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A reação de transesterificação é composta de três reações consecutivas e

reversíveis, nas quais são formados diglicerídeos e monoglicerídeos como

intermediários (FREEDMAN et al., 1986). Consiste em uma reação reversível, e

quando se utiliza um catalisador junto à reação, é possível acelerar o processo de

transesterificação e aumentar o seu rendimento. Tal catalisador pode ser um

reagente ácido ou básico, sendo comumente utilizado hidróxido de sódio ou de

potássio (SCHUCHARDT, 1998). Esse tipo de reação é preferida por seu baixo

custo e alto nível de conversão dos triglicerídeos em monoésteres (DEMIRBAS,

2008; SCHUCHARDT, 1998), pois o rendimento da transesterificação com

catalisador básico é alto, e também, estes catalisadores são mais facilmente

manipuláveis e menos corrosivos do que os catalisadores ácidos (GARCIA,

2006). As principais etapas da transesterificação dos óleos vegetais catalisada

por bases são apresentadas na Figura 2.

Figura 2. Esquema da reação de transesterificação de um triglicerídeo com metanol.

(QUINTERO, 2009).

Para obter um bom rendimento na reação são necessários 3 mols de álcool

para 1 mol de triglicerídeo, assim existirá um rendimento de 3 mols de ésteres

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para 1 mol de glicerol (FUKUDA, 2001). Para que a transesterificação ocorra é

necessário que não haja presença de água nos triglicerídeos e no álcool, pois a

presença da água causará uma reação parcial conhecida como saponificação,

tendo como produto o sabão (WRIGHT et al., 1944).

A transesterificação reduz a viscosidade dos óleos (BOKADE et al., 2007;

URIOSTE, 2004). Os ésteres graxos produzidos através da transesterificação são

os insumos básicos para uma ampla gama de derivados oleoquímicos com alto

valor agregado. Podem ser utilizados na produção de lubrificantes, polímeros,

plastificantes, produtos de higiene pessoal, papéis, tecidos e alimentos (ARCOS

et al., 1998).

3.4.2 EPOXIDAÇÃO

O produto das modificações químicas de óleos vegetais, por reações de

adição a ligações duplas, constitui uma forma promissora de obtenção de bons

produtos comerciais (SALIMON, 2010a). A reação de epoxidação é um método

simples e eficaz para a introdução de um novo grupo reativo na cadeia polimérica,

conferindo a esta, novas e úteis propriedades para uma ampla variedade de

aplicações (SANTIN, 2001). A reação ocorre envolvendo duplas ligações

presentes em compostos insaturados através da introdução de um átomo de

oxigênio, o qual se liga a dois carbonos de uma dupla ligação, formando um anel

oxirano (ANTONIOTTI; DUÑACH, 2003), é uma reação lenta, produzindo ácidos

como produtos secundários (SALES et al., 2000). A estrutura do grupo epóxi pode

ser observada na Figura 3, na qual, R1, R2, R3 e R4 podem ser considerados como

cadeias carbônicas ou hidrogênios.

OR1

R2

R3

R4

Figura 3. Estrutura do anel oxirâno.

A alta reatividade do anel oxirano, faz com que a epoxidação das duplas

ligações, abra uma serie de possíveis reações, as quais podem ser realizadas sob

condições moderadas. O epóxido pode reagir com agentes nucleófilos para

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produzir diferentes alcoóis, dióis, alcoxiálcoois, hidroxiésteres, n-

hidroxialquilamidas, mercaptoálcoois, aminoálcoois, (BAUMANN et al., 1988)

glicóis, alcanolaminas, alguns compostos carbonílicos, compostos olefínicos e

polímeros como poliésteres, poliuretanos e resinas epóxi (OKIEIMEN et al., 2002).

Quatro processos são mais usados para produzir epóxidos olefínicos:

epoxidação com peróxidos orgânicos e inorgânicos, envolvendo epoxidações

alcalinas com peróxido de hidrogênio, e epoxidações catalisadas por metais de

transição (SHARPLESS et al.,1983); epoxidação com halo-hidrinas, utilizando

ácidos halogenados (HOX) e seus sais como reagentes para a epoxidação de

olefinas, cujas ligações duplas são deficientes em elétrons; epoxidação com o

oxigênio molecular e epoxidação com ácidos percarboxílicos (GUENTER et al.,

2003), sendo este ultimo é amplamente utilizado na indústria (WARWEL; RÜSCH,

1995) onde perácidos atuam como reagentes orgânicos capazes de transformar

olefinas em epóxidos (SWERN, 1947). A reação está representada na Figura 4.

O

OOHR+

R1

R2

R3

R4

OR1

R2

R3

R4

O

OHR+

Figura 4. Representação da reação de epoxidação via perácido.

O processo industrial atual para a produção de olefinas epoxidadas, é

comercialmente importante, pois os epóxidos obtidos a partir destas matérias-

primas e, a partir de oleato de metila, têm aplicações em materiais como

estabilizadores plastificantes, polímeros (BIERMANN et al., 2000) e na indústria

de tintas e vernizes (BLAGONRAVOVA; NEPOMNYASHCHII, 1970).

A remoção da insaturação do óleo de soja através da conversão em grupos

epoxi, melhora significativamente a estabilidade térmica e oxidativa do óleo

(ADHVARYU et al., 2005) e também o torna um candidato em potencial para

lubrificação em altas temperatura, pois sua tendência à formação de depósito é

significativamente reduzida (ADHVARYU; ERHAN, 2002). Existem informações

sobre a síntese de lubrificantes a partir de óleo de soja epoxidado. CHEN-CHING

e CHIEN-CHIH (2001) demonstraram que o óleo de soja epoxidado tem maior

viscosidade em comparação ao óleo de soja original e com o hidrogenado,

especialmente em baixas temperaturas, onde a viscosidade é extremamente alta.

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A síntese desse produto foi relatada anteriormente por KURTH et al. (2007)

onde a epoxidação dos ésteres metílicos insaturados de óleo de soja resultaram

em um menor coeficiente de atrito, em comparação com os seus homólogos

olefínicos.

3.4.3 ABERTURA DO ANEL OXIRANO

Epóxidos podem ser abertos sob uma variedade de condições. O

mais prático e amplamente utilizado na síntese de compostos 1,2-bifuncionais

consiste na abertura nucleofílica de anel oxirano, usando um ácido de Lewis ou

uma base forte (SHARGHI et al., 2001). A adição nucleofílica de um grupo no

epóxido pode ser facilitada através da protonação do oxigênio usando

catalisadores ácidos (SCHUSTER et al., 2008). A tensão angular do anel de três

átomos dá aos epóxidos sua reatividade química característica (EREDA, 2004. As

reações de abertura do anel ocorrem pela clivagem de uma das ligações entre

carbono e oxigênio (TEIXEIRA, 2006).

A hidroxilação é uma reação na qual o oxigênio do epóxido é protonado

mediante ácidos, podendo sofrer um ataque de uma molécula de água, os quais

causam a ruptura ou a abertura do anel oxirânico, permitindo consequentemente,

a formação de grupos hidroxila (MEDINA et al., 2006). A hidro-alcoxilação ocorre

com o mesmo mecanismo, porém com a adição de um álcool, formando um grupo

alcóxi, com isso os epóxidos, na presença de um catalisador ácido, darão origem

a produtos de anel aberto, com ramificações (O-R) e muitos outros tipos de

produtos (HWANG; ERHAN, 2001).

Óleos vegetais modificados com cadeias ramificadas são citados como

tendo propriedades de desempenho superiores e são promissores como

lubrificantes biodegradáveis em aplicações como fluidos hidráulicos, de

metalúrgica, do cárter, de perfuração e para motores de dois tempos (SHARMA et

al. 2006).

HWANG e ERHAN (2001) trabalharam na produção de lubrificantes

alternativos a partir de óleo de soja epoxidado, a reação utilizou um ácido como

catalisador para abertura do anel oxirano, empregando diferentes alcoóis e

posterior esterificação do grupo hidroxila resultando em um anidrido de ácido.

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ADHVARYU e ERHAN (2002) trabalharam com o desempenho do óleo de

soja e óleo de soja epoxidado em aplicações dos lubrificantes a alta temperatura,

comparando os resultados com o óleo de soja e o óleo de soja geneticamente

modificada, com elevado teor de ácido oléico. Concluíram que, ao utilizar o óleo

de soja epoxidado como lubrificante, a tendência de formação de depósitos,

quando comparado com o óleo de soja, é significativamente reduzido devido à

remoção das múltiplas insaturações nas cadeias de ácidos graxos. O epóxido de

óleo de soja mostra uma boa resposta aos aditivos antioxidantes de baixa

concentração, porém tem baixa estabilidade térmica-oxidativa quando comparado

com o óleo de soja. Além disso, ambos têm excelente redução do coeficiente de

atrito devido à formação de uma película sobre a superfície do metal durante a

lubrificação.

HWANG et al. (2003) sintetizaram óleos para a base de lubrificantes a

partir de óleo de soja epoxidado, com 2-etil-hexanol e poli α-olefina, catalisada por

ácidos. As reações consistiram na abertura de anel no grupo epóxido seguido por

transesterificação dos grupos éster, e esterificação dos grupos hidroxila com um

anidrido de ácido.

ADHVARYU et al. (2005) verificaram as propriedades lubrificantes de óleos

quimicamente modificados, através da síntese de óleo de soja di-hidroxilado,

partindo de óleo de soja epoxidado, e seguido de reação com anidridos de ácidos

com o produto di-hidroxilado. No produto final, com o aumento da cadeia, em seis

carbonos, obteve-se um excelente fluxo à baixa temperatura, e quando

adicionados ao produto final adipato de di-butila (em razão de 70:30) e 1% de

aditivo, obteve-se uma excelente estabilidade térmica e oxidativa.

SHARMA et al. (2006) sintetizaram, um biolubrificante di-hidroxilado, obtido

por meio da hidrólise ácida do grupo epóxido do óleo de soja, seguida pela

esterificação dos referidos grupos hidroxila. Estas modificações químicas

melhoraram significativamente a estabilidade termo-oxidativa do óleo vegetal. O

ponto de fluidez também melhorou utilizando uma combinação de melhoradores

de ponte de fluidez e diluentes adequados.

SHARMA et al. (2008) promoveram a síntese de um lubrificante a partir de

ésteres de oleato de metila epoxidados. Eles realizaram a abertura do anel

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oxirano utilizando ácidos orgânicos (propiónico, levulínico, octanóico, hexanóico e

2-etil-hexanóico). Os compostos hidroxi- ésteres sintetizados obtiveram melhores

propriedades lubrificantes quando comparados com seus análogos de éster

metílico. Estes produtos sintetizados são viáveis opções para a aplicação na

indústria de lubrificantes, pois os produtos hidroxi-ésteres aditivados com

hexadecano demonstraram boas propriedades antifricção. Em geral,

apresentaram boa estabilidade termo-oxidativa, aumento de propriedade de anti

desgastes, viscosidade, ponto de fluidez, e redução do ponto de névoa com o

aumento do comprimento da ramificação da cadeia.

No ano seguinte, SHARMA et al. (2009) discutiu a avaliação tribológica de

compostos derivados de hidroxi-tioéteres a partir de óleo vegetal epoxidado, cujas

reações utilizaram ácidos como catalisadores para abertura do anel oxirano,

empregando diferentes grupos tióis nas cadeias. A incorporação de átomos de

enxofre nas cadeias de ácidos graxos aumentaram a polaridade destas

moléculas, melhorando a interação óleo-metal, reduzindo, assim o desgaste e o

coeficiente de fricção.

Mais recentemente, trabalhos como de SALIH et al. (2011) utilizaram ácido

oléico epoxidado na síntese de um óleo para a base de lubrificantes. A abertura

no anel oxirano foi catalisada por ácido, seguido pela reação de esterificação do

produto com um álcool e acilação, obtendo os triésteres modificados. Com o

aumento do comprimento da cadeia dos ésteres, obteve-se uma influência

positiva sobre as propriedades a baixas temperaturas. A remoção das duplas

ligações dos ácidos graxos e o aumento da massa molar mudaram as estruturas

moleculares, resultando no aumento do índice de viscosidade, e baixando o ponto

de fulgor.

SALIMON et al. (2012b) apresentaram uma nova abordagem sintética

através de modificações químicas do ácido oléico epoxidado, aumentando o

comprimento da cadeia do éster, esterificando a cadeia com butanol e ácido

sulfúrico como catalisador. Com o aumento da cadeia carbônica, obteve-se boas

propriedade de ponto de fluidez, porém, foi prejudicial à estabilidade térmica.

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3.4.4 ACETILAÇÃO

Os principais grupos funcionais susceptíveis à acetilação são as hidroxilas

presentes nas moléculas carbonicas. A acetilação é uma das modificações

químicas mais comumente utilizadas para o desenvolvimento de termoplásticos

de biopolímeros (MILADINOV; HANNA, 1999). ROWELL (1983) refere-se a

acetilação como uma reação simples na qual o anidrido acético reage com os

grupos hidroxílicos gerando como subproduto o ácido acético. Na reação com

anidrido acético, os grupos hidroxílicos são convertidos a grupos ésteres

(GOMES, et al., 2006; LOPES, et al., 2010).

A acetilação é uma reação que fornece produtos com boas propriedades,

utilizando-se de reagentes químicos que não agridem o meio ambiente, e é uma

reação relativamente barata em comparação com outras modificações químicas

(XU, et al. 2004).

Segundo Salimon, et al. (2010b-d), a acetilação dos ácidos graxos,

quimicamente modificados, aumenta o comprimento de suas cadeias

moleculares, obtendo-se assim, uma influência positiva sobre as propriedades de

baixa temperatura dos produtos, pois é formada uma barreira estérica em torno

das moléculas, inibindo a cristalização, resultando em menor ponto de fluidez.

Do que foi visto na literatura, o óleo de soja refinado é uma matéria-prima

abundante com características lubrificantes, as quais podem ser melhoradas a

partir de modificações químicas, a fim de se obter novos lubrificantes com

propriedades biodegradáveis e menos tóxicos aos seres vivos.

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4. PARTE EXPERIMENTAL

4.1 MATÉRIA PRIMA

Os estudos foram realizados utilizando óleo de soja refinado da marca Liza,

adquiridos no comércio local.

4.2 EQUIPAMENTOS

Os equipamentos utilizados para esse trabalho foram:

a) Agitador Magnético com Aquecimento FISATOM -752A;

b) Agitador Mecânico de Alto Torque Microprocessado Quimis® modelo Q250M2;

c) Balança analítica Quimis® modelo Q500J210C;

d) Bomba a vácuo TECNAL-TE 058;

e) Capela ENGELAB;

f) Estufa de secagem e esterilização FANEM-315SE;

g) Evaporador Rotativo FISATOM-802;

h) Purificador de água PURITEC PERMUTION;

i) Termômetro Digital INCONTERM;

j) Equipamento para teste de entupimento marca Tanaka Scientific Limited

Modelo AFP – 102.

k) Equipamento para teste de Ponto de Fulgor – Herzog - HFP 339.

l) Viscosímetros Cannon, tamanhos 150, 200, 250 e 300.

m) Cronometro Cronoboi 050

n) Banho Julabo F25-HL

o) Espectrômetro de RMN BRUKER DPX 200 Mhz

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4.3 METODOLOGIA UTILIZADA

As modificações químicas e as análises dos produtos obtidos seguiram o

fluxograma da Figura 5.

Caracterização do

Óleo de Soja

Refinado

Reação de TransesterificaçãoCaracterização do

éster metílico de

óleo de soja refinado

Óleo de Soja refinado

Reação de epoxidação Caracterização do

epóxido obtido do

éster metílico

Reação de alcoxihidroxilação

Etanol Metanol1-

Propanol

2-

PropanolÁgua

Caracterização dos

produtos

alcoxihidroxilados

Reação de acetilaçãoCaracterização dos produtos

alcoxihidroxilados

Figura 5. Fluxograma da metodologia adotada.

Tanto o óleo de soja refinado quando os produtos das reações de

transesterificação, epoxidação, as cinco hidrólises dos epóxidos (alcoxi-

hidroxilação) utilizando metanol, etanol, 1-propanol, 2-propanol e água, e das

acetilações destes alcoxi-hidroxilados foram caracterizados.

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4.4. CARACTERIZAÇÃO DA MATÉRIA-PRIMA

4.4.1. ÍNDICE DE ACIDEZ.

O índice de acidez indica o número de miligramas de hidróxido de potássio

necessário para neutralizar ácidos livres em 1 g da amostra de ácidos livres. É

aplicável para óleos refinados e brutos, gorduras marinhas, vegetais, animais e

seus derivados.

Para a análise de ácidos graxos livres foi utilizado o método AOCS Cd3d-

63. Estimou-se a faixa da porcentagem de ácidos graxos livres entre 0 e 1.

Dissolveu-se 20 g de óleo de soja refinado em uma mistura de 125 mL de

solvente neutralizado (62,5 mL de tolueno + 62,5 mL de álcool isopropílico),

adicionou-se indicador fenolftaleína e titulou-se com KOH 0,1 N até obter uma

coloração vermelha. O mesmo procedimento foi repetido sem a presença de óleo

para determinar o branco. As análises foram feitas em triplicata.

O índice de acidez foi calculado por meio da equação:

Onde:

A: Volume da solução de KOH 0,1 N utilizado na titulação da amostra (mL);

B: Volume da solução de KOH 0,1 N utilizado na titulação do branco (mL);

N: Normalidade da solução de KOH;

W: Massa da amostra de óleo (g).

4.4.2 ÍNDICE DE IODO

O índice de iodo mede a insaturação de gorduras e óleos e é expresso em

termos de centigramas de iodo absorvido por grama de amostra (% iodo

absorvido). É aplicável para óleos e gorduras que não contêm ligações duplas

conjugadas, e para óleos cujas amostras apresentem valores de iodo entre 0-15.

Índice de Acidez = (A-B) . N . 56,1 W

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Para a análise de índice de Iodo foi utilizado o método AOCS Cd 1-25. Em

0,26 g de amostra, adicionou-se 20 mL de clorofórmio e 25 mL de solução de

Wijs. Em seguida, o frasco foi armazenado, durante 30 minutos, em um local

escuro a temperatura de 25 ºC 5 ºC. Após esse tempo adicionou-se 20 mL de

solução de iodeto de potássio, 100 mL de água destilada e titulou-se com solução

de Na2S2O3 0,1 N, misturando vigorosamente. Adicionou-se solução indicadora de

amido e titulou-se até o desaparecimento da coloração escura. O mesmo

procedimento foi repetido sem a presença de óleo para determinar o branco. As

analises foram feitas em triplicata.

O índice de iodo foi calculado por meio da seguinte equação:

Onde:

N: Normalidade da solução de tiossulfato de sódio;

A: Volume da solução de Na2S2O3 0,1 N utilizado na titulação do branco (mL);

B: Volume da solução de Na2S2O3 0,1 N utilizado na titulação da amostra (mL);

W: Massa da amostra.

4.4.3 ÍNDICE DE SAPONIFICAÇÃO

É a quantidade de álcali necessária para saponificar uma determinada

quantidade de amostra. É expressa em mg de hidróxido de potássio necessária

para saponificar 1 g de amostra, e é aplicável para óleos e gorduras.

Para a análise de índice de Saponificação foi utilizado o método AOCS Cd

3b-76. Em um balão de fundo redondo de 250 mL, pesou-se entre 4 g da amostra,

somou-se 25 mL de tolueno para dissolver a amostra e adicionou-se 50 mL de

potassa alcoólica. Esse balão foi conectado a um condensador de bolas e o

conjunto foi aquecido suavemente durante 1 hora para que a amostra fosse

completamente saponificada. Após o resfriamento do sistema, lavou-se o

condensador com um pouco de água destilada. Em seguida, adicionou-se ao

balão, indicador fenolftaleína e titulou-se com solução de HCl 0,5 M até o

Índice de Iodo: 12,69 . N . (A-B) W

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desaparecimento da coloração rosa. O mesmo procedimento foi repetido sem a

presença de óleo para determinar o branco. As análises foram feitas em triplicata.

O índice de saponificação pode ser calculado por meio da seguinte

equação:

Onde:

A: Volume da solução de HCl 0,5 M utilizado na titulação da amostra (mL);

B: Volume da solução de HCl 0,5 M utilizado na titulação do branco (mL);

N: Normalidade da solução de HCl;

W: Massa da amostra de óleo (g).

A partir do índice de saponificação, calculou-se a massa molar do óleo:

1 mol de triglicerídeo (óleo) + 3KOH 3 sabão + 1 glicerol

X───────────3 (56 gmol-1 de KOH)

1 g ────── Índice de Saponificação

4.4.4 TEOR DE SABÃO

Determina a alcalinidade das amostras como oleato de sódio. Este

método é aplicável apenas para óleo de soja refinado.

Para a análise de teor de sabão foi utilizado o método AOCS Cc 17-95.

Em 10 g de amostra, adicionou-se 0,25 mL de água deionizada e agitou-se

vigorosamente. Em seguida, adicionou-se uma solução, anteriormente preparada,

contendo 0,1 g do indicador bromofenol e 50 mL de acetona neutralizada. Após,

titulou-se a mistura com uma solução de ácido clorídrico 0,01 N até a viragem da

coloração verde azulada para o amarelo. O mesmo procedimento foi repetido sem

a presença de óleo para determinar o branco. As analises foram feitas em

triplicata.

Índice de Saponificação = (B - A) . N. 56,1 W

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O teor de sabão foi calculado por meio da seguinte equação:

Onde:

A: Volume da solução de HCl utilizado na titulação da amostra (mL);

B: Volume da solução de HCl utilizado na titulação do branco (mL);

N: Normalidade da solução de ácido clorídrico;

W: Massa da amostra de óleo (g).

4.4.5 DENSIDADE RELATIVA

A densidade das amostras é calculada pela razão entre a massa da

amostra e o volume do picnômetro. O método mais comum de determinação de

densidade consiste na medida do peso de um recipiente, com volume conhecido,

volume este que seja calibrado de acordo com o peso de água pura no mesmo

recipiente; ditos recipientes são chamados picnômetros, são feitos de vidro

resistentes com precisão até a quarta casa decimal (CECCHI, 2003) é

semelhante a um balão volumétrico onde a tampa é substituída por um tubo

capilar podendo ser encontrado comercialmente com volumes que variam de 1 a

100 mL (PIRES et al., 2009).

A uma temperatura estabilizada a 20 °C, com um picnômetro de 10 mL

previamente pesado, adicionou-se aproximadamente 10 mL do óleo e pesou-se.

Em seguida, lavou-se o picnômetro com solução de potassa alcoólica para

retirada de amostra residual na superfície vítrea e adicionou-se aproximadamente

10 mL de água destilada e pesou-se novamente. As análises foram feitas em

triplicata. O cálculo da densidade foi feito de acordo com a expressão:

Onde:

Mx: Massa da amostra (g);

Mágua: Massa da amostra de água (g).

Teor de Sabão = (A - B) . N. 304,4 W

Densidade Relativa = Mx Mágua

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4.4.6 TEOR DE UMIDADE E VOLÁTEIS

Para a análise de teor de umidade foi utilizado o método AOCS Da-2a-48.

Em uma placa de Petri previamente seca e pesada (B) adicionou-se

aproximadamente 5 g de amostra (A). Essa placa foi levada à estufa a 105 ºC

2ºC por 1 hora. Então, pesou-se a placa (C) contendo o óleo seco.

O teor de umidade e voláteis foi calculado por meio da seguinte equação:

4.4.7 OXIGÊNIO OXIRANO

Este método determina a quantidade de oxigênio oxirano em óleos epoxidados

e compostos epoxidados em geral.

Para a análise de oxigênio oxirano foi utilizado o método ASTM D 1652-

97. Pesou-se 0,4 g da amostra em um erlenmeyer, e adicionou-se 15 mL de

diclorometano sob agitação. Em seguida, adicionou-se 10 mL da solução de

brometo de tetraetilamônio e 8 gotas do indicador violeta. Por fim, titulou-se com

uma solução de ácido perclórico 0,1 N até que a solução passasse da cor azulada

para esverdeada. Anotou-se o volume gasto na titulação. As análises foram feitas

em triplicata.

O cálculo do Oxigênio Oxirano foi realizado de acordo com a expressão:

Onde:

V: Volume gasto na titulação, em mL;

N: Normalidade da solução de ácido perclórico;

W: Massa da amostra de epóxido purificado, em g.

% umidade e voláteis = (C – B) . 100 A

Oxigênio Oxirano (%) = 4,3 . V . N W

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45

4.4.8 CARACTERIZAÇÃO POR RMN DE 1H E 13C

Para identificar a presença dos grupos carboxílicos característicos dos

compostos sintetizados, utilizou-se caracterização por RMN DE 1H E 13C.

O óleo de soja refinado, o éster metílico de óleo de soja refinado; o

epóxido de éster metílico de óleo de soja; os produtos alcóxi-hidroxilados de

epóxido de éster metílico de óleos de soja e os produtos da acetilação dos alcóxi-

hidroxilados de epóxido de éster metílico de óleos de soja refinado foram

caracterizados por RMN de 1H e 13C.

Em tubos de ressonância de 5 mm de diâmetro, foram colocados 25 mg e

60 mg do composto a ser analisado para se obter os espectros de RMN de 1H e

13C, respectivamente. 0,7 mL de clorofórmio deuterado e uma gota da referência

TMS (tetrametilsilano) também foram adicionados aos tubos. Os espectros foram

obtidos em equipamentos de RMN de 200 e 400 MHz.

4.4.9 VISCOSIDADE CINEMÁTICA

Segundo a NBR 10441, a viscosidade cinemática consiste em aferir a

resistência ao fluxo de um fluido sob gravidade, ou seja, determina-se o tempo,

em segundos, para um volume fixo de líquido escoar por gravidade através do

capilar de um viscosímetro calibrado, a uma temperatura rigorosamente

controlada. A viscosidade cinemática é o produto do tempo de escoamento

medido pela constante de calibração do viscosímetro. Para a análise de

viscosidade cinemática (Figura 6a e 6b) foram utilizadas as normas ASTM 445 e

ASTM D2270. As amostras foram equilibradas a 20 ºC antes da medição. As

medidas foram realizadas em triplicata.

Foi utilizado um viscosímetro da marca Cannon, tamanho 150. Com este

foi montado um sistema de banho de aquecimento com óleo mineral (vaselina

liquida) com temperatura controlada em 40 ºC e a 100º ± 0,1°C.

Colocou-se 20 g de amostra no viscosímetro, e este permaneceu no banho

30 minutos para estabelecer o equilíbrio de temperatura. Através de sucção,

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ajustou-se o nível superior da amostra 7 mm acima da primeira marca do capilar

do viscosímetro. Então, deixou a amostra escorrer até a segunda marca de

tempo, medindo, em segundos, o tempo inicial quando a amostra passou pela

primeira marca e o tempo final quando a amostra atingiu a segunda marca do

capilar.

Segundo esta norma, o índice de viscosidade é um número arbitrário

utilizado para caracterizar a variação da viscosidade cinemática de um produto

em uma determinada temperatura, é amplamente utilizado como uma medida da

variação da viscosidade cinemática, devido a alterações em que a temperatura de

um produto entre 40 °C e 100 °C

.

(a) (b) (c)

Figura 6. (a) Sistema para análise de viscosidade, composta pelo banho de aquecimento

com óleo mineral. (b) Detalhe dos viscosímetros (com as amostras) submersos no banho

aquecido. (c) Viscosimentro Cannon, tamanho 150.

4.4.10 PONTO DE FLUIDEZ

Este método estabelece a temperatura na qual o óleo combustível flui

quando sujeito a resfriamento sob condições determinadas de teste. Especificam-

se limites variados para esta característica, dependendo das condições climáticas

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das regiões, de modo a facilitarem as condições de uso do produto. É expressa

em múltiplos de 3 oC, na qual a amostra ainda flui quando resfriada

No equipamento de ponto de entupimento (Figura 7), o qual possui um

recipiente cilíndrico de vidro transparente, de fundo chato com diâmetro de 33,2

mm e altura de 115 mm, foi adicionado 45 mL de amostra. O recipiente foi

colocado no equipamento de medição de ponto de fluidez. A temperatura inicial

das amostras foi de 21 ºC, e estas foram resfriadas até pararem de fluir. Anotou-

se a temperatura em que amostra não fluía. As leituras foram feitas de 3 ºC em

3 ºC e as análises foram realizadas em triplicata.

Figura 7. Imagem do equipamento de ponto de entupimento.

4.4.11 PONTO DE FULGOR

É definido como a menor temperatura na qual o produto se vaporiza em

quantidades suficientes para formar com o ar uma mistura capaz de inflamar-se

momentaneamente quando se aplica uma centelha sobre a mesma. É um dado

de segurança para o manuseio do produto e uma ferramenta utilizada para

detectar a contaminação do óleo combustível por produtos mais leves.

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Em uma cuba de ensaio, foram adicionados 75 mL de amostra e colocados

no aparelho de vaso fechado Pensky-Martens semi automático (Figura 8). Em

seguida, a cuba foi fechada com a tampa teste. A amostra foi mantida sob

agitação de 100 rpm. A fonte de ignição aplicada a partir de 45 ºC e depois a cada

1,5 ºC. O ponto de fulgor foi detectado quando a fonte de ignição aplicada

provoca um lampejo distinto no interior da cuba teste.

Figura 8. Imagem do equipamento para análise de ponto de fulgor Pensky-Martens.

4.5 REAÇÕES DE OBTENÇÃO DOS BIOLUBRIFICANTES

4.5.1 REAÇÃO DE TRANSESTERIFICAÇÃO

A reação de transesterificação foi realizada adotando-se uma razão molar

óleo/álcool (metanol) igual a 1:6 e 0,7% de catalisador (óleo/catalisador),

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49

mantendo-se a temperatura em aproximadamente 45 ºC durante 1 hora (Figura

9).

Em um reator foram adicionados 800 g de óleo de soja refinado (massa

molar de 883,46 gmol-1 e densidade de 919,7 kgm-3) uma solução contendo

hidróxido de potássio e metanol nas quantidades de 6,77 g e 220 mL,

respectivamente. Após a adição completa do catalisador e do álcool, manteve-se

a temperatura em torno de 45 ºC durante 1 hora, sob agitação.

Figura 9. Imagem do sistema utilizado para a reação de transesterificação.

4.5.1.1 Purificação do Éster Metílico de Óleo de Soja Refinado (EMOSR)

Para a purificação, a mistura reacional foi transferida para um funil de

separação permitindo a separação das fases, superior contendo o éster metílico e

inferior composta de glicerol (Figura 10).

Com o éster metílico separado, foram feitas três lavagens com 100 mL de

água destilada, duas lavagens com 50 mL de solução de ácido clorídrico 0,01 M e

uma lavagem com 50 mL de solução saturada de cloreto de sódio. Após as

lavagens, adicionou-se 20 g de sulfato de magnésio anidro para retirar a água

residual que porventura pudesse estar presente no éster. Por fim realizou-se a

filtragem para reter possíveis resíduos de sulfato de magnésio.

Chapa de aquecimento

Agitador Mecânico

Reator

Manta de Areia

Termômetro

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50

Figura 10. Processo de separação de fases éster metílico-glicerina.

4.5.1.2 Caracterização do Éster metílico de Óleo de Soja Refinado (EMOSR)

Os procedimentos adotados para caracterizar o éster metílico obtido após

a transesterificação foram por meio dos Índices de Iodo (AOCS Cd 1-25);

Densidade Relativa e Teor de Umidade e Voláteis (AOCS Da-2a-48) detalhados

no item 5.4.

4.5.2 REAÇÃO DE EPOXIDAÇÃO

Em um balão de 1 litro, contendo 300 g do EMOSR, foram adicionados

420 mL de ácido peracético comercial 15%. A mistura ficou sob agitação e

aquecimento a 45 ºC, e um banho de água e gelo para estabilizar a temperatura,

por uma hora (Figura 11). A proporção molar utilizada para a reação foi 1:1,1 de

éster metílico/ácido peracético. Após o término da reação, a mistura foi transferida

para um funil de separação, no qual se retirou a fase inferior, correspondente ao

ácido acético, e lavou-se a fase superior duas vezes com 100 mL de solução de

bicarbonato de sódio 10%. Posteriormente adicionou-se 20 g de sulfato de

magnésio anidro para remover a água residual. Para remover o sulfato de

magnésio, realizou-se filtração a vácuo.

Éster Metílico

Glicerina

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Figura 11. Imagem do sistema utilizado para a reação de epoxidação do éster metílico de

óleo de soja refinado.

4.5.2.1 Caracterização do Epóxido de Éster Metílico de Óleo de Soja Refinado (EEMOSR)

O epóxido de éster metílico de óleo de soja refinado foi caracterizado por

meio dos Índices de Iodo (AOCS Cd 1-25); Oxigênio Oxirano (ASTM D1652-97);

densidade relativa; teor de umidade e voláteis (AOCS DA-2A-48); Viscosidade

cinemática (ASTM D 445); Ponto de fulgor (ASTM D 93), Ponto de fluidez (ASTM

D 97) já descritos no item 5.4 e por RMN de 1H e 13C.

4.6 ALCOXI-HIDROXILAÇÃO / DI-HIDROXILAÇÃO DO EEMOSR

O ácido p-toluenosulfônico (APTS) e o sulfato férrico Fe2(SO4)3 foram

testados como catalisadores na abertura do anel oxirano do epóxido de éster

metílico de óleo de soja usando um sistema de refluxo representado na Figura 12.

Foram testadas duas porcentagens destes catalisadores (3% e 5%). As reações

foram realizadas utilizando epóxido de éster metílico de óleo de soja refinado com

água, metanol, etanol, 1–propanol e 2–propanol empregando as proporções de

1:3, 1:6 e 1:9 EEMOSR.

Agitador Mecânico

Funil para adição de

ácido peracético

Termômetro

Balão para a reação

Banho de gelo

Chapa de

aquecimento

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Figura 12. Imagem do sistema utilizado nas reações de alcoxi-hidroxilação.

Neste trabalho, foram realizados 44 experimentos. Destes, 28 utilizaram

APTS como catalisador, sendo que 14 com 3% e os outros 14 com 5% de APTS.

Os outros 16 experimentos foram realizados utilizando Fe2(SO4)3 como

catalisador. Destes 8 com 3% e os outros 8 com 5% Fe2(SO4)3. Os estudos

realizados com os dois tipos de catalisadores estão mais bem demonstrados nos

fluxogramas das Figuras 13 e 14.

APTS

3% 5%

Etanol Metanol 1-Propanol 2-Propanol Água Etanol Metanol 1-Propanol 2-Propanol Água

3:1

6:1

9:1 3:1

6:1

9:1 3:1

6:1

9:1 3:1

6:1

9:1 6:1 9:1 3:1

6:1

9:1 3:1

6:1

9:1 3:1

6:1

9:1 3:1

6:1

9:1 6:1 9:1

Porcentagem

de catalisador

Reagente

Proporção

(reagente/óleo)

Figura 13. Fluxograma das reações utilizando APTS como catalisador nas reações de

alcóxi-hidroxilação do epóxido.

Condensador de bolas

Banho Maria

Balão

Chapa de aquecimento

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Fe2(SO4)3

3% 5%

Etanol Metanol 1-Propanol 2-Propanol Água Etanol Metanol 1-Propanol 2-Propanol Água

3:1 3:1 3:1 3:1

6:1

9:1 6:1 9:1 3:1 3:1 3:1 3:1

6:1

9:1 6:1 9:1

Porcentagem

de catalisador

Reagente

Proporção

(reagente/óleo)

Figura 14. Fluxograma das reações utilizando Fe2(SO4)3 como catalisador nas reações de

alcóxi-hidroxilação do epóxido.

4.6.1 ALCOXI-HIDROXILAÇÃO E DI-HIDROXILAÇÃO DO EEMOSR USANDO APTS COMO CATALISADOR

Utilizando água (Di-Hidroxilação): Em um balão de 50 mL adicionou-se 10 g de

amostra, 0,3 g de APTS e água deionizada nas proporções de 6:1 (utilizando 3,8

mL de água) e 9:1 (utilizando 5,7 mL de água).

Utilizando metanol: Nas mesmas condições acima usando proporções de 3:1(4,25

mL de metanol) 6:1 (8,50 mL de metanol) e 9:1 (12,76 mL de metanol).

Utilizando etanol: Nas mesmas condições acima usando proporções de 3:1 (6,2

mL de etanol), 6:1 (12,4 mL de etanol) e 9:1 (18,6 mL de etanol).

Utilizando 1- propanol: Nas mesmas condições acima usando proporções de 3:1

(8 mL de 1-propanol), 6:1 (15,7 mL de 1-propanol) e 9:1 (23,5 mL de 1-propanol).

Utilizando 2-propanol: Nas mesmas condições acima usando proporções de 3:1

(8 mL de 2-propanol), 6:1 (16 mL de 2-propanol) e 9:1 (24,2 mL de 2-propanol).

Os experimentos foram realizados sob refluxo e agitação, aquecidos

durante 2 horas. Os experimentos que utilizaram metanol e etanol, a temperatura

de reação foi de 80 °C; com 1-propanol e 2-propanol, a temperatura de reação foi

de 90 °C, e os experimentos que utilizaram água foram sob a temperatura de

ebulição da água.

Os outros experimentos foram realizados da mesma forma, mudando

apenas a porcentagem de catalisador de 3 (0,3 g) para 5% (0,5 g) de APTS.

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4.6.2 ALCOXI-HIDROXILAÇÃO E DI-HIDROXILAÇÃO DO EEMOSR USANDO FE2(SO4)3 COMO CATALISADOR

Os mesmos procedimentos foram realizados com o Fe2(SO4)3 como

catalisador da reação. Logo, utilizaram-se duas porcentagens distintas, sendo elas

3% e 5%, equivalentes a 1,42 g e 2,38 g de Fe2(SO4)3 respectivamente. Porém,

nas reações utilizando metanol, etanol, e 1-propanol empregou-se apenas a

proporção 1:3 (epóxido:álcool), já para a água a proporção empregada foi de 1:9

(epóxido:água). Para verificar a eficiência da abertura do anel, após as reações

foram feitas análises de índice de oxigênio oxirano (ASTM D 1652-97), esta

análise indica a porcentagem de oxigênio oxirano presente na amostra.

Utilizando Metanol: Em um balão de 250 ml, foram adicionados 100 g de

EEMOSR, 14,3 g de sulfato férrico (Fe2SO4) e 42,5 mL de metanol. A reação foi

realizada em um sistema de refluxo, aquecida por banho de silicone a 80 oC, sob

agitação por 2 horas. A reação foi realizada segundo a proporção 1:3

óleo:metanol, com 3% de sulfato férrico. Com etanol e 1-propanol, as reações

foram feitas nas mesmas condições usando 62 e 78,5 mL de etanol e 1-propanol,

respectivamente.

Utilizando água (Di-hidroxilação): utilizou-se 23,8 g de Fe2(SO4)3 usando

57 mL de água, sob a temperatura de ebulição da água.

4.6.3 ACETILAÇÃO DO EMOSR ALCOXI-HIDROXILADOS (EMOSRAH) E DO

EMOSR DI-HIDROXILADO (EMOSRDH).

Em um sistema de refluxo contendo um balão de fundo redondo de 250 mL

com 100 g de EMOSRAH ou EMOSRDH foram adicionados 12 mL de piridina e

16 mL de anidrido acético gota a gota sob agitação. Deixou-se a mistura sobre

agitação e aquecimento a 80 °C por 2 horas.

Após a reação, foram adicionadas pedras de gelo e a mistura foi transferida

para um funil de separação para realizar a extração do EMOSR alcoxi-acetilado

(EMOSRAA) com três porções de 35 mL de acetato de etila. A camada orgânica

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foi lavada duas vezes com 25 mL de água e duas vezes com 25 mL de solução

de bicarbonato de sódio 5%. Em seguida adicionou-se sulfato de magnésio anidro

para remover a água residual. Para remover o sulfato de magnésio, realizou-se

filtração a vácuo. Por fim, o produto foi submetido ao evaporador rotatório, a fim

de evaporar o acetato de etila e obter o EMOSRAA.

O mesmo procedimento foi utilizado para a obtenção do EMOSR di-

acetilado (EMOSRDA), porém por haver duas hidroxilas presentes nesse

composto, utilizou-se 32 mL de anidrido acético.

4.6.4 CARACTERIZAÇÃO DO EMOSRAH, EMOSRDH, EMOSRAA e EMOSRDA.

Estes compostos foram caracterizados por meio Índices de Oxigênio

Oxirano (ASTM D 1652-97); Densidade Relativa; Viscosidade Cinemática (ASTM

445); Teor de Umidade e Voláteis (AOCS Da-2a-48). Ponto de fulgor (ASTM D

93); Ponto de fluidez (ASTM D 97); RMN de 1H e 13C descritas no item 5.4.

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56

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 CARACTERIZAÇÃO DO ÓLEO DE SOJA REFINADO

Os resultados obtidos na caracterização Físico-Química do óleo de soja

refinado estão apresentados na Tabela 6.

Tabela 6. Resultados das Análises Físico-Químicas do Óleo de Soja Refinado.

Análises Óleo de soja refinado Referência

Índice de acidez (mg KOH.g-1) 0,02 Máximo 0,3 ¹

Índice de iodo (mg I2.g-1) 118,8 ± 0,2 99 – 119 ¹

Índice de saponificação (mg KOH.g-1) 190,2 ± 0,7 189 – 195 ¹

Densidade relativa a 20 ºC (g.mL-1) 920,72 ± 0,02 919 – 925 ¹

Teor de sabão (ppm de oleato de sódio) 0,01 -

Teor de umidade (% H2O) 0,05 ± 0,01 -

(1) BRASIL, 1999.

Por meio da Tabela 6, pode-se observar que o valor do índice de acidez

esta dentro do limite estabelecido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária

(ANVISA). O teste de índice de acidez é um método simples que monitora a

qualidade dos óleos vegetais (KNOTHE et al., 2005). Valores elevados deste

índice sugerem qualidade inferior do óleo, revelando baixa qualidade da matéria-

prima, manejo inadequado ou falta de controle durante o processamento

(FARONI et al., 2009).

Para o óleo de soja analisado, o índice de iodo apresentado foi de 118,78

mg de I2/g estando bem próximo do instituído pela ANVISA. O índice de iodo

proporciona uma medida do grau de insaturação das gorduras extraídas por éter.

Por essa razão, quanto maior a insaturação de um ácido graxo, maior será a sua

capacidade de absorção de iodo e, consequentemente, maior será o índice de

iodo (MENDONÇA et al., 2008).

O índice de saponificação está dentro do limite estabelecido para o óleo

de soja refinado (190,16 mg KOHg-1) demonstra alto teor de matéria

saponificável. A diferença entre o índice de saponificação e o índice de acidez

resulta no índice de éster (COCKS; VAN, 1966). Com o índice de éster, é possível

calcular a massa molar do óleo, no caso desta amostra, foi de 883,46 g.mol-1.

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57

A densidade relativa de um óleo determina a relação da massa de um

volume da amostra a 20 ºC e da massa de um volume unitário da água a 20 ºC.

Nesta amostra de óleo de soja a densidade relativa à 20 ºC consistiu em 920,72

g.mL-1.

Para esta amostra de óleo de soja, o teor de umidade encontrado foi de

0,05%. Esta análise verifica quantidade de água presente na amostra, a qual

propicia a formação de sabão (MARCHETTI et al., 2005), e este, por sua vez

estabiliza a mistura biodiesel/glicerol (RINALDI et al., 2007), dificultando a etapa

de separação das fases glicerina-biodiesel no final do processo (SUAREZ et al.,

2009).

5.2 CARACTERIZAÇÃO DO EMOSR

Os resultados da caracterização físico-químicos do éster metílico de óleo

de soja refinado estão representados na Tabela 7.

Tabela 7. Resultados das Análises Físico-Químicas do Éster Metílico de Óleo de Soja

Refinado (EMOSR)

A partir dos resultados apresentados na Tabela 7, observa-se que o éster

metílico apresentou índice de acidez de 0,16 mg KOH.g-1 , este está baixo do

estabelecido Agência Nacional de Petróleo (ANP) e seu teor de umidade e

voláteis estão dentro das especificações destas normas.

ANÁLISES EMOSR REFERÊNCIA¹

Índice de Acidez (mg KOHg-1) 0,16 Máximo 0,5

Índice de Iodo (mg I2.g-1) 107,7 ± 0,5 Anotar²

Índice de Saponificação (mg KOH.g-1) 194,8 ± 2,3 189 – 195

Densidade relativa a 20 ºC (g.mL-1) 885,58 ± 0,02 850 – 900

Teor de Sabão (ppm de oleato de sódio) 0,47± 0,02 -

Teor de Umidade e Voláteis (% H2O) 0,055 0,05

(1) BRASIL, 2010.

(2) Estas características devem ser analisadas em conjunto com as demais constantes da tabela de especificação a cada trimestre civil. Os resultados

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O valor encontrado no índice de iodo do éster metílico (107,66 mg I2.g-1 )

teve um decréscimo quando comparado ao índice de iodo do óleo de soja

(118,78 mg I2.g-1), este decréscimo dado, possivelmente, pela oxidação do éster

metílico. Porém estes valores indicam que a reação de transesterificação não

reduziu muito, as duplas ligações das moléculas.

A densidade relativa a 20 ºC deste éster metílico constituiu em

885,58 g.mL-1 mostrando estar dentro do limite estabelecido pela ANP para o

diesel.

O teor de sabão igual a 0,47 ppm de oleato de sódio para este éster

metílico indica a presença de uma pequena quantidade de resíduos de catalisador

alcalino.

Apenas para critérios comparativos, valores de viscosidade cinemática do

éster metílico e do óleo de soja foram coletados na literatura.

Dados da literatura mostram que viscosidade do EMOSR, quando

comparado à viscosidade do óleo de soja, cujo valor é 29,05 mm2s-1 (MARQUES,

2012) este valor é reduzido para 4,16 mm2s-1 (CARRARETO et al., 2004;

ABREU et al., 2010; SANTOS, 2011). Mostrando que a reação de

transesterificação, por retirar a molécula de glicerol do triglicerídeo reduz a

viscosidade do óleo, melhorando sua característica lubrificante (SANTOS, 2011).

O ponto de fluidez do EMOSR ((-2°C) (SILVA, 2009; MELO, 2009)),

quando comparado com o valor de ponto de fluidez do óleo de soja ((-9°C)

(SANTOS, 2008)) observa-se um aumento dessa temperatura, indicando que a

reação de transesterificação, mesmo não diminuído muito as insaturações

presentes nos ácidos graxos, aumenta o ponto de fluidez.

5.3 CARACTERIZAÇÃO DO EEMOSR

Os resultados obtidos na caracterização físico-químicas do epóxido de

éster metílico de óleo de soja refinado (EEMOSR) estão apresentados na Tabela

8.

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Tabela 8. Resultados das Análises Físico-Químicas do EEMOSR produzido com o ácido

peracético comercial 15%.

ANÁLISES EEMOSR

Índice de Iodo (mg I2g-1) 8,73 ± 1,4

Teor de Umidade (% H2O) 0,1 ± 0,0

Densidade relativa a 20 oC (gmL-1) 950,02 ± 0,0

Índice de Oxigênio Oxirano (%) 13,20 ± 0,0

Ponto de Fluidez (°C) 0

Ponto de Fulgor (°C) 210

Viscosidade Cinemática a 40 °C (mm².s-1) 12,5 ± 0,1

Viscosidade Cinemática a 100 °C (mm².s-1) 3,2 ± 0,2

Índice de Viscosidade 121

A Tabela 8 mostra que o índice de iodo sofreu uma redução significativa

de 107,66 para 8,73 do EMOSR em relação ao EEMOSR, respectivamente, após

a reação de epoxidação. Estes resultados indicam que houve uma diminuição no

número de ligações duplas provavelmente devido à conversão em anéis

epóxidos. O índice de oxigênio oxirano do epóxido produzido foi de 13,20%,

indicando que a reação de epoxidação realizada foi bem sucedida, pois o

resultado para ser considerado eficaz, deve ser superior a 6,3% (BALTACIOGLU;

BALKOSE, 1999).

A densidade relativa encontrada no EEMOSR (950,02 gmL-1) foi maior

que a do éster metílico (885,58 gmL-1). A densidade tende a aumentar

linearmente com o aumento do teor de epóxido (NAKAMURA et al., 1998). A

viscosidade de éster metílico a 40 °C corresponde a 4,16 mm².s-1 (CANDEIA,

2008), logo, pode-ser observar que a reação de epoxidação aumentou a

viscosidade do produto para 12,49 mm².s-1, indicando a confirmação da reação de

conversão das ligações duplas em anéis oxiranos. Possivelmente o valor de

viscosidade pode estar maior, quando comparado ao éster metílico, devido à

presença de algumas hidroxilas formadas pela hidrólise dos anéis oxiranos

(SANTOS, 2011). As ligações de hidrogênio formadas entre as hidroxilas de

diferentes moléculas desse composto dificultam o escoamento do epóxido,

aumentando a viscosidade (ADHVARYU et al., 2005).

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O ponto de fluidez do EEMOSR aumenta para 0 °C quando comparado aos

valores obtidos na literatura para o éster metílico ((-2 °C) (SILVA, 2009; MELO,

2009)), indicando que a remoção das insaturações resulta na atenuação do ponto

de fluidez, ou seja, diminui sua aplicação em baixas temperaturas (ADHVARYU et

al. 2005; SALIMON et al. 2010b).

O ponto de fulgor do EEMOSR foi de 210. Quando o ponto de fulgor de um

material está acima de 90 °C, este é considerado como sendo sem risco para

armazenamento e sem risco de incêndio (MACHADO, 2003).

O índice de viscosidade do epóxido foi de 121 mm².s-1 é considerado muito

alto, sugerindo haver pouca modificação na viscosidade do óleo com alterações

de temperatura.

5.4 CARACTERIZAÇÃO DOS EMOSR ALCOXI-HIDROXILADOS (EMOSRAH)

O ataque nucleofílico no anel oxirano do EEMOSR na presença de

Fe2(SO4)3 ou APTS resulta nos produtos com a abertura do anel oxirano. A Figura

15 exemplifica a mudança estrutural de um éster metílico, sofrendo epoxidação

seguida de alcoxi-hidroxilação com Fe2(SO4)3 como catalisador.

Figura 15. Representação do ataque nucleofilíco de alcoóis, na presença de Fe2(SO4)3, a

uma molécula de éster metílico epóxidada.

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5.4.1 REAÇÕES DOS EEMOSR UTILIZANDO APTS COMO CATALISADOR

Para analisar o desempenho do catalisador na abertura do anel oxirano,

utilizou-se como critério os resultados de índice de oxigênio oxirano obtidos nas

amostras, cujos valores devem se apresentar próximo a 0 para ser considerado

satisfatório.

Para as reações utilizando APTS como catalisador, os valores de índice de

oxigênio oxirano, obtidos nas reações utilizando diferentes reagentes estão

apresentadas na Tabela 9.

Tabela 9. Índices de Oxigênio Oxirano das reações de alcoxi-hidroxilação usando água,

metanol, etanol, 1-propanol e 2-propanol com o APTS como catalisador.

Reagente Catalisador (%)

Proporção m/m

Temperatura* ° C

Oxigênio Oxirano %

Água 1 1:6 100 9,49 Água 3 1:6 100 8,72 Água 5 1:6 100 6,57 Água 1 1:9 100 10,09 Água 3 1:9 100 9,33 Água 5 1:9 100 5,96

Metanol 3 1:3 80 6,76 Metanol 5 1:3 80 1,64 Metanol 3 1:6 80 4,12 Metanol 5 1:6 80 0,41 Metanol 3 1:9 80 1,36 Metanol 5 1:9 80 0,31 Etanol 3 1:3 80 7,29 Etanol 5 1:3 80 6,02 Etanol 3 1:6 80 5,31 Etanol 5 1:6 80 2,10 Etanol 3 1:9 80 3,63

1-Propanol 3 1:3 100 5,52 1-Propanol 5 1:3 100 3,69 1-Propanol 3 1:6 100 4,30 1-Propanol 5 1:6 100 0,35 1-Propanol 3 1:9 100 1,17 1-Propanol 5 1:9 100 0,30 2-Propanol 3 1:6 100 9,08 2-Propanol 5 1:6 100 6,41 2-Propanol 3 1:9 100 9,52 2-Propanol 5 1:9 100 6,00

* O tempo utilizado para as reações foi de 2 horas.

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Através da Tabela 9 pode-se observar que o APTS como catalisado na

abertura do anel oxirano foi eficiente apenas nas reações com metanol e com 1-

propanol, as quais utilizaram proporções 1:6 e 1:9 (óleo/reagente) e 5% de

catalisador. Nestas reações obteve-se índice de oxigênio próximo de 0. A

abertura dos anéis oxiranos usando a água e 2-propanol com APTS como

catalisador não foi eficiente, apesar de alguns trabalhos mostrarem que a água é

utilizada na abertura dos anéis oxiranos, usando o ácido perclórico e ácido

sulfúrico como catalisadores (HWANG; ERHAN 2001; ADHVARYU et al., 2005).

5.4.2 REAÇÕES DE ABERTURA DE ANEL OXIRANO DO EEMOSR UTILIZANDO FE2(SO4)3 COMO CATALISADOR.

Os resultados de índice de oxigênio oxirano para as reações utilizando

Fe2(SO4)3 como catalisador, com diferentes reagentes e suas proporções, estão

apresentados na Tabela 10.

Tabela 10. Índices de Oxigênio Oxirano das reações de alcoxi-hidroxilação usando água,

metanol, etanol, 1-propanol e 2-propanol com o Fe2(SO4)3 como catalisador

Reagente Catalisador (%) Proporção

m/m Temperatura

°C* Oxigênio Oxirano %

Água 1 1:6 100 10,57 Água 3 1:6 100 9,81 Água 5 1:6 100 9,62 Água 1 1:6 100 9,12 Água 3 1:9 100 9,03 Água 5 1:9 100 0,57

Metanol 3 1:3 80 0,47 Metanol 5 1:3 80 0,21 Etanol 3 1:3 80 0,39 Etanol 5 1:3 80 1,19

1-Propanol 3 1:3 100 0,52 1-Propanol 5 1:3 100 0,30 2-Propanol 3 1:6 100 9,52 2-Propanol 5 1:6 100 6,80 2-Propanol 3 1:9 100 9,89 2-Propanol 5 1:9 100 6,10

O tempo utilizado para as reações foi de 2 horas.

A utilização do Fe2(SO4)3 como catalisador, forneceu excelentes resultados

quanto à redução do índice de oxigênio oxirano utilizando as menores

porcentagens de catalisador, e proporções (óleo/reagente) ao utilizar metanol,

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etanol, 1-propanol. No caso da água como reagente, foi necessário utilizar 5% de

catalisador e uma proporção de 1:9 (óleo/água), para atingir um valor próximo de

0. As reações que utilizaram 2-propanol como reagente, não obtiveram grandes

decréscimos nos valores de oxigênio oxirano, demonstrando a dificuldade da

abertura do anel oxirano, provavelmente devido ao efeito estérico que dificulta a

aproximação do 2-propanol.

Não foram realizados experimentos com proporções maiores de

reagentes, no caso do metanol, etanol e 1-propanol, pois os valores de oxigênio

oxirano obtidos nas reações foram satisfatórios.

Para dar continuidade ao trabalho, escolheram-se os melhores resultados

obtidos nesta etapa de alcoxi-hidroxilação que foram a proporção (óleo/reagente)

1:3 e 3% de Fe2(SO4)3 com catalisador.

5.5 CARACTERIZAÇÃO DO EMOSR ALCOXI-HIDROXILADOS (EMOSRAH) E

EMOSR DI-HIDROXILADO (EMOSRDH)

A Figura 16 mostra os produtos da reação do EEMOSR com água,

metanol, etanol e 1-propanol usando Fe2(SO4)3 como catalisador.

Figura 16. Imagem dos EMOSRDH (1) e os EMOSRAH com metanol (2), etanol (3) e 1-

propanol (4).

Os resultados obtidos na caracterização Físico-Químicas dos EMOSR

metoxi-hidroxilado (EMOSRMH), etoxi-hidroxilado (EMOSREH), proproxi-

hidroxilado (EMOSRPH) e di-hidroxilado (EMOSRDH) utilizando metanol, etanol,

1-propanol, e água respectivamente estão apresentados na Tabela 11.

1 2 3 4

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Tabela 11. Caracterização Físico-Química dos epóxidos alcoxi-hidroxilados com metanol

(EMOSRMH), etanol (EMOSREH), 1-propanol (EMOSRPH) e do epóxido di-hidroxilado com

água (EMOSRDH) usando Fe2(SO4)3 como catalisador.

ANÁLISES EMOSRMH EMOSREH EMOSRPH EMOSRDH

Ponto de Fulgor (°C) 148,5 115,0 128,5 108,5

Ponto de Fluidez (°C) 3 3 3 9

Densidade relativa a 20 oC (kgm-3) 966,8 965,4 957,4 971,0

Índice de Oxigênio Oxirano (%) 0,47 0,39 0,52 0,55

Viscosidade Cinemática 40 °C (mm².s-1)

34,18 ± 0,02 54,82 ± 0,09 46,34 ± 0,02 100,08

Viscosidade Cinemática 100 °C (mm².s-1)

5,15 ± 0,18 7,21 ± 0,09 6,66 ± 0,03 7,18

Índice de Viscosidade 69 87 95 25

Pode-se observar através dos resultados da Tabela 11 que o EMOSRMH,

apresenta o maior ponto de fulgor (148,5 °C), seguido pelo EMOSRPH (128,5 °C),

EMOSREH (115,0 °C) e EMOSRDH (108,5 °C). Estes resultados indicam que o

EMOSRMH é o que tem menos voláteis e é o mais resistente ao fogo como um

biolubrificante. Este tipo de análise pode ser usado para determinar o tipo de

transporte, as necessidades de armazenamento e de temperatura adequada para

o material. O ponto de fulgor deve ser elevado, para garantir a segurança

operacional e volatilização mínima no funcionamento à máxima temperatura

(SALIMON et al., 2012b).

As reações químicas utilizadas para modificar a estrutura do óleo de soja

refinado apresentaram um ponto de fluidez de 3 °C para os alcoxi-hidroxilados e

9 °C para o di-hidroxilado. Estes valores podem limitar seu uso à baixas

temperaturas, mostrando a necessidade da adição de aditivos para melhorar esta

propriedade ou adicionar grupos grandes através de reações de esterificação nas

hidroxilas do EMOSRMH, EMOSREH, EMOSRPH e EMOSRDH. O ponto de

fluidez foi de 3°C para as três amostras alcoxi-hidroxiladas, não demonstraram

variação com o aumento da ramificação do grupo metóxido para o grupo

propóxido. A amostra di-hidroxilada demonstra a influencia dos grupos hidroxilas

no ponto de fluidez, fazendo com que este seja maior que os demais (9 °C).

O ponto de fluidez de um biolubrificante é um bom indicador da sua fluidez

a baixas temperaturas (SALIMON et al., 2012a). Muitos trabalhos mostram meios

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de melhorar as propriedades de fluidez em baixas temperaturas, com por exemplo

a introdução de pontos de ramificação na cadeia carbônica (SALIMON et al.,

2011). O aumento do comprimento da cadeia tem uma influência positiva sobre as

propriedades à baixas temperaturas dos ésteres, pois criam uma barreira em

torno das moléculas individuais, inibindo a cristalização, resultando em um menor

ponto de fluidez. (SALIMON et al. , 2010b). A ramificação das cadeias de ácidos

graxos também pode perturbar este processo de empilhamento, procedendo a

uma melhoria nas propriedades a baixas temperaturas (SHARMA et al., 2008).

Porém, a adição de cadeias curtas não faz uma melhora significativa no

comportamento a fluxo frio (ADHVARYU et al., 2005).

Os valores de densidade relativa apresentadas na Tabela 11 mostram um

aumento de densidade após a reação de alcóxi-hidroxilação, visto que o valor

para o EEMOSR o valor é de 950,02 kg.m-3. O maior valor de densidade foi para o

EMOSRDH (971,8 kg.m-3), diminuindo para 966,8 kg.m-3, 965,4 kg.m-3 e

957,4 kg.m-3 para EMOSRMH, EMOSREH e EMOSRPH, respectivamente,

possivelmente devido ao aumento do tamanho do substituinte.

O índice de oxigênio oxirano (Tabela 11) indica, para todas as amostras,

que a maior parte dos anéis oxiranos foram quebrados, mostra que a reação de

alcoxi-hidroxilação foi satisfatória e que o catalisador Fe2(SO4)3 se mostrou

bastante eficiente pois os valores de oxigênio oxirano são próximos de 0.

A viscosidade do óleo depende da temperatura e é afetada por diferenças

pequenas de temperatura (SERGEANT et al., 1995). Para o EMOSRMH obteve-

se a viscosidade de 34,18 mm².s-¹ a 40 °C e de 5,165 mm².s-¹ a 100 °C. Com

base na classificação da ISO 3448 (International Standard Organization), este

material pode ser caracterizado como um óleo ISOVG32. Tanto sua viscosidade a

40 °C, quanto a 100 °C foram relativamente baixas, típico de óleos para sistemas

hidráulicos, pneumáticos, bombas de vácuo, compressores de parafusos, de

pistões, caixas de engrenagens, mancais e outros equipamentos que operam em

alta rotação, sem exigência de aditivos antidesgaste, e de alta pressão

(PETROQUIM). Para o EMOSRMH o índice de viscosidade de 69 foi a menor

encontrada entre os epóxidos alcoxi-hidroxilados, sendo classificada como índice

de viscosidade médio.

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As viscosidades cinemáticas a 40 °C e a 100 °C foram 54,82 mm².s-¹ e

7,21 mm².s-¹ respectivamente para o EMOSREH. Com esses valores, pode-se

classificar esta amostra, segundo a norma SAE J300 (Society of Automotive

Engineers), como óleo tipo SAE 20, mais comumente usados em pequenos

motores a gasolina, como os encontrados em cortadores de grama, que não

precisa ser iniciado em temperaturas frias (HINTZ, 2012). Também pode ser

usado em sistemas hidráulicos móveis onde uma proteção antidesgaste é

necessária (Texaco).

O índice de viscosidade do EMOSREH foi de 87. Este valor é considerado

alto e demonstra que o tamanho da ramificação na cadeia éster altera o índice de

viscosidade.

As viscosidades cinemáticas do EMOSRPH foram de 46,34 mm².s-¹ e 6,66

mm².s-¹ para as temperaturas de 40 °C e 100 °C respectivamente. Com base na

classificação da ISO 3448, este material pode ser caracterizado como um óleo

ISOVG46, recomendado para sistemas hidráulicos, pneumáticos, bombas de

vácuo, mancais, sem exigência de aditivo AW (para melhorar o desempenho em

baixas temperaturas), compressores de parafusos, de pistões, caixas de

engrenagens, sem exigência de aditivo EP, (para melhorar o desempenho em

altas pressões) e outros recomendados para sistemas hidráulicos que operam em

altas temperaturas. O índice de viscosidade desta amostra foi de 95, sendo o

maior índice entre os três produtos sintetizados, e considerado alto. Um

biolubrificante, com um elevado índice de viscosidade sofre uma mudança muito

pequena da viscosidade com temperaturas elevadas e é considerado como tendo

uma viscosidade estável com relação à temperatura (HWANG et al., 2003).

As viscosidades cinemáticas do EMOSRDH foram de 100,88 mm².s-¹ e

7,32 mm².s-¹ para as temperaturas de 40 °C e 100 °C respectivamente. Com base

na classificação ISO 3448, este material pode ser caracterizado como um óleo

ISOGV 100 indicados para sistemas hidráulicos de máquinas operatrizes,

compressores de ar, e equipamentos industriais para condições normais de uso.

Para condições mais severas, é necessário utilização de aditivos para aumentar

resistência e anti-desgaste. O índice de viscosidade para está amostra foi de 25,

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67

considerado um índice baixo, demonstrando que sua viscosidade varia

sensivelmente com a alteração da temperatura.

5.6 CARACTERIZAÇÃO DO EMOSR ALCOXI-ACETILADOS (EMORSAA) E DI-

ACETILADO (EMORSDA).

A Figura 17 exemplifica a mudança estrutural de um éster metílico alcoxi-

hidroxilado sofrendo acetilação, utilizando anidrido ácetico e piridina como

catalizador. O esquema da reação pode ser observado na Figura 17.

Figura 17. Esquema da reação de acetilação do éster metílico alcoxi-hidroxilado.

A Figura 18 mostra os EMORSAA e EMORSDA após a reação de

acetilação.

Figura 18. Imagem dos EMOSRDA (1); EMOSRMA (2), EMOSREA (3) e EMOSRPA (4).

1 2 3 4

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68

Os resultados obtidos na caracterização Físico-Químicas dos EMOSR

metoxi-acetilado (EMOSRMA), etoxi-acetilado (EMOSREA), propoxi-acetilado

(EMOSRPA) e di- acetilado (EMOSRDA) respectivamente estão apresentados na

Tabela 12.

Tabela 12. Caracterização Físico-Química dos EMOSRMA, EMOSREA, EMOSRPA e

EMOSRDA usando Fe2(SO4)3 como catalisador.

ANÁLISES EMOSRMA EMOSREA EMOSRPA EMOSRDA

Ponto de Fulgor (°C) 148,5 127 179 136,5

Ponto de Fluidez (°C) 3 0 0 6

Densidade relativa a 20 oC

(kgm-3) 972,3 971,0 962,3 986,1

Viscosidade Cinemática 40 °C (mm².s-1)

46,22 42,29 28,44 49,30

Viscosidade Cinemática 100 °C (mm².s-1)

6,002 5,92 5,25 8,26

Índice de Viscosidade 62 75 120 142

Com a reação de acetilação dos EMOSR alcoxi-hidroxilados e di-

hidroxilado, pode-se observar, através dos resultados da Tabela 12, que o

EMOSRPA, apresenta o maior ponto de fulgor (179 °C), seguido pelo EMOSRMA

(148,5 °C), EMOSRDA (136,5 °C) e EMOSREA (127 °C). Estes resultados

mostram que a reação de acetilação aumentou o ponto de fulgor quando

comparado com os EMOSR alcoxi-hidroxiladas EMOSREH, EMOSRPH e

EMOSRDH, cujos pontos de fulgor eram 115 °C, 128,5 °C e 108,5 °C

respectivamente. Apenas a amostra EMOSRMA não teve alterações de valores

de ponto de fulgor.

Após as acetilações, as amostras apresentaram um ponto de fluidez de

3 °C para a amostra EMOSRMA, 0 °C para as amostras EMOSREA e EMOSRPA,

e 6 °C para o EMOSRDA. O ponto de fluidez da amostra EMOSRMA não

demonstrou variação com o aumento da ramificação, porém para as demais

amostras demonstraram que a adição de um grupo acetila na cadeia melhorou o

ponto de fluidez significantemente.

O maior valor de densidade encontrado foi para o EMOSRDA (986,1kg.m-3)

diminuindo para 972,3 kg.m-3, 971,0 kg.m-3, 962,3 kg.m-3, para EMOSRMA,

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69

EMOSREA e EMOSRPA, respectivamente. Comparando com os valores de

densidades das mostras alcoxi-hidroxiladas EMOSRMH (966,8 kg.m-3),

EMOSREH (965,4 kg.m-3), EMOSRPH (957,4 kg.m-3) e EMOSRDH

(971,0 kg.m-3), nota-se que os valores de densidade relativa aumentaram para

todos os produtos da reação de acetilação.

Para a amostra EMOSRMA obteve-se viscosidade de 46,22 mm².s-1 a

40 °C e 6,00 mm².s-1 a 100 °C. Com base na classificação da ISO 3448, este

material pode ser classificado, assim como a amostra EMOSRPH, como óleo

ISOGV46. Comparando com a amostra EMOSRMH (34,18 mm².s-1), a amostra

EMOSRMA teve um aumento da viscosidade cinemática a 40 °C e a 100 °C,

porém, os valores de índice de viscosidade de ambos foram bem próximos

EMOSRMH (69) e EMOSRMA (62), e estes foram os menores valores

encontrados entre os epóxidos alcoxi-hidroxilados e alcoxi-acetilados, sendo

classificadas como índice de viscosidade médio.

As viscosidades cinemáticas para o EMOSREA a 40 °C e a 100 °C foram

42,29 mm².s-1 e 5,92 mm².s-1 respectivamente. Devido aos valores encontrados

de viscosidade cinemática, assim como o EMOSREH, o EMOSREA também se

pode classificar segundo a norma SAE J300, como óleo tipo SAE 20. O índice de

viscosidade do EMOSREA consiste em 75. Para esta amostra, a reação de

acetilação não demonstrou melhoras para índice de viscosidade quando

comparando com o índice de viscosidade do EMOSREH (87).

As viscosidades cinemáticas do EMOSRPH foram de 28,84 mm².s-1 e

5,65 mm².s-1 para as temperaturas de 40 °C e 100 °C respectivamente. Com

estes valores, este material pode ser classificado como ISOGV32, a mesma

classificação da amostra EMOSRMH. O índice de viscosidade de EMOSRPH foi

de 120, considerado um valor muito alto, demonstrando que o aumento do

tamanho da ramificação na cadeia altera o índice de viscosidade.

As viscosidades cinemáticas do EMOSRDA, para as temperaturas de

40 °C e 100 °C, foram de 49,30 mm².s-1 e 8,26 mm².s-1 respectivamente. Assim

como as amostras EMOSRMA e EMOSRPH, com base na classificação ISO3448,

este material pode ser caracterizado como um óleo ISOGV46. O índice de

viscosidade para esta amostra foi de 142, considerado um índice muito alto.

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70

Quando comparado com a amostra EMOSRDH, cujo índice de viscosidade é 25,

é possível verificar que as reações de acetilação dos grupos hidroxilas, aumentam

o índice de viscosidade.

5.7 CARACTERIZAÇÃO POR RMN DE 1H E 13C

5.7.1 CARACTERIZAÇÃO POR RMN DE 1H E 13C DO OSR, EMOSR e EEMOSR.

O espectro de RMN 1H do óleo de soja refinado mostrou sinais

característicos de triacilglicerídeos, conforme são mostradas na Figura 19A.

Figura 19. Espectro de RMN de 1H 200MHz do (A) OSR e do (B) EMOSR em CDCl3 usando TMS como referência.

C CHH

RR

H2C CH CH2

OR OR

OR

C CHH

RR

R O CH3 B

A

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71

Na Figura 19A observa-se que o sinal entre as regiões de 4,0 e 4,5 ppm

corresponde aos hidrogênios CH2 do grupo glicerol, enquanto que o hidrogênio

dos carbono insaturados aparecem entre as regiões 5,3 e 5,5 ppm juntamente

com o hidrogênio CH do grupo glicerol. Em 2,0 e 2,8 ppm são CH2 ligados a

carbonos insaturados, em 2,3 ppm CH2 ligado a carbonila do éster, em 1,7ppm

CH2 ligado ao CH2 anterior. O sinal grande próximo de 1,3 ppm refere-se aos

demais CH2 e o sinal em 0,8 ppm corresponde aos CH3 terminais (GUILLÉN;

URIARTE, 2012).

Ao correlacionar os espectros de RMN de 1H do óleo de soja com o do

éster metílico, verifica-se, na Figura 19B, o desaparecimento dos sinais relativos

aos hidrogênio CH2 do glicerol, indicando a ausência do glicerol, retirado na

reação de transesterificação e o aparecimento do sinal na região de 3,7 ppm

referente aos átomos de hidrogênios do grupo metoxílico (CH3O) indicando a

formação do éster metílico na reação de transesterificação.

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72

Figura 20. Espectro de RMN de 1H 400MHz do (A) EEMOSR e do (B) EMOSDH em CDCl3

usando TMS como referência.

R O CH3

R O CH3

C C

O

H H

A B

A

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73

Figura 21. Espectro de RMN de 1H 400MHz do (A) EMOSRMH, do (B) EMOSEH e do (C)

EMOSRPH em CDCl3 usando TMS como referência.

R O CH3

R O CH3

R O CH3

CH CH

OCH3

OH

R R

CH CH

OCH2CH3

OH

R R

CH CH

OCH2CH2CH3

OH

R R

A

B

C

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74

Figura 22. Espectro de RMN de 1H 400MHz do (A) EMOSRMA, do (B) EMOSEA e do (C)

EMOSRPA em CDCl3 usando TMS como referência.

R O CH3

CH CH

OCH3

OCCH3

R R

O

R O CH3

CH CH

OCH2CH3

OCCH3

R R

O

R O CH3

CH CH

OCH2CH2CH3

OCCH3

R R

O

A

B

C

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75

A análise dos espectros da Figura 20A, 20B, 21A, 21B, 21C, 22A, 22B e

22C mostram claramente que o grupo OCH3 (metóxido) destes ésteres metílicos

permanece presente após diferentes condições reacionais.

A partir da Figura 20A observa-se uma redução e/ou desaparecimento do

sinal dos hidrogênios ligados a carbonos insaturados (5,3 e 5,5 ppm), mostrando

que após a reação de epoxidação, não há presença das insaturações nas

estruturas desta moléculas. Em 4,1 aparecem os hidrogênios ligados aos

carbonos do epóxido que mudam para deslocamento químico menores quando

ocorre a sua abertura (Figura 20B).

A Figura 21A mostra a presença de mais uma metoxila (CH3O)

confirmando a formação do EMOSR metóxi-hidroxilado (EMOSMH). As Figuras

21B e 21C apresentam um quarteto (CH2 ligado a CH3) e um tripleto (CH2 ligado a

CH2), respectivamente na região de 4,1 ppm. Estes sinais confirmam a formação

dos EMOSR etóxi-hidroxilado e EMOSR propóxi-hidroxilado. Estes mesmos sinais

podem ser observados para os EMOSR alcoxi-acetilados (Figura 22).

A seguir são apresentados os espectros de RMN dos compostos

estudados.

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76

Figura 23. Espectro de RMN de 13C 200MHz do (A) OSR e do (B) EMOSR em CDCl3 usando

TMS como referência.

Através da Figura 23 pode-se comparar os espectros de RMN de 13C do

óleo de soja refinado com o éster metílico. O desaparecimento dos sinais relativos

aos átomos de carbono que formam a molécula do glicerol, entre as regiões de 60

a 70 ppm, indicando a ausência deste. Ocorre também o aparecimento de um

sinal próximo a 50 ppm referente aos átomos de carbono do grupo metila

oriundos do metanol, indicando a formação do éster metílico. A reação de

transesterificação mantém os sinais dos carbonos olefinicos (próximos de 130

ppm) e carbonílico (173 ppm).

Com base nos espectros da Figura 24 observa-se claramente o

desaparecimento dos sinais relativos aos átomos de hidrogênio olefínicos

C CHH

RR

H2C CH CH2

OR OR

OR

C CHH

RR

R O CH3

C

O

RCH3O

C

O

RCH3O

A

B

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77

(130ppm) indicando que a reação de epoxidação ocorreu de forma satisfatória.

Dois sinais permaneceram na Figura 24A, mostrando que algumas insaturações

permanecem mais devido a mudança no deslocamento químico, devem ser

provavelmente insaturações vizinhas a epóxidos. Ocorre também o aparecimento

dos sinais dos átomos de carbonos dos grupos epóxidos, na região de 50 a 60

ppm que deixam de aparecer na Figura 24B. Nesta Figura aparece os carbonos

ligados a hidroxilas próximos de 103 ppm.

Figura 24. Espectro de RMN de 13C 200MHz do (A) EEMOSR e do (B) EMOSDH em CDCl3

usando TMS como referência.

C CHH

RR

C C

O

C

O

RCH3O

C

O

RCH3O

R O CH3

R O CH3 CH CH

OH

R R

OH

A

B

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78

Figura 25. Espectro de RMN de 13C 200MHz do (A) EMOSRMH, do (B) EMOSEH e do (C)

EMOSRPH em CDCl3 usando TMS como referência.

R O CH3

R O CH3

R O CH3

CH CH

OCH3

R R

OH

C

O

RCH3O

C

O

RCH3O

CH CH

OCH2CH3

R R

OH

C

O

RCH3O

CH CH

OCH2CH2CH3

R R

OH

A

B

C

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79

Figura 26. Espectro de RMN de 13C 200MHz do (A) EMOSRMA, do (B) EMOSEA e do (C)

EMOSRPA em CDCl3 usando TMS como referência.

R O CH3

R O CH3

R O CH3

C

O

RCH3O

C

O

RCH3O

C

O

CH3RO

C

O

CH3RO

C

O

RCH3O

C

O

CH3RO

CH CH

OCH3

OCCH3

R R

O

CH CH

OCH2CH3

OCCH3

R R

O

CH CH

OCH2CH2CH3

OCCH3

R R

O

A

B

C

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Figura 27. Espectro de RMN de 1H (A) e 13C 200MHz (B) do EMOSRDA, em CDCl3 usando

TMS como referência.

Em todos as Figuras 23, 24, 25, 26 e 27 aparecem o sinal em 51 ppm

indicando que o grupo CH3O (metoxila) do éster permanece na estrutura

molecular.

A Figura 25 mostra, além dos sinais do carbono carbonílico e do grupo

OCH3, os sinais de carbonos ligados a OH e/ou OCH3, OCH2CH3 e OCH2CH2CH3

na região de 50 a 85 ppm, região característica de aparecimento de carbonos

ligados a oxigênios hidroxílicos e/ou alcoxílicos. O mesmo acontece com os sinais

da Figura 26.

Na Figura 26, alem dos sinais que aparecem na Figura 25, ocorre o

aparecimento de mais um carbono carbonílico na região de 170 ppm. Este sinal

B

A

CH CH

OCCH3

OCCH3

R R

O

O

C

O

RCH3O

R O CH3

R O CH3

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81

confirma a inclusão de um grupo acila na estrutura dos biolubrificantes, ou seja,

confirma que a reação de acetilação ocorreu de forma satisfatória. Já a análise do

espectro de RMN de 13C da Figura 27 B apresenta também este sinal e neste

caso ele é mais intenso, visto que agora existem, dois grupos acilas muito

parecidos, que foram adicionados ao lubrificante durante a reação de acetilação

do lubrificante di-hidroxilado.

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82

6. CONCLUSÃO

Pode-se concluir que os valores de índice de acidez, índice de

saponificação, densidade, umidade do óleo de soja refinado estão dentro do limite

estabelecido pela ANVISA, já o índice de iodo ficou um pouco abaixo da norma.

O éster metílico apresentou índice de acidez, teor de umidade e voláteis,

índice de saponificação, e densidade dentro do estabelecido pela Agência

Nacional de Petróleo (ANP) indicando que o processo de transesterificação usado

neste trabalho foi adequado. Já o teor de sabão igual a 0,47 ppm de oleato de

sódio indica resíduos de catalisador alcalino e que mais lavagens removeriam

estes resíduos.

Na reação de epoxidação do éster metílico pode-se observar que o índice

de iodo sofreu uma redução significativa de 107,66 mg I2g para 9,02 mg I2g

indicando que procedimento reacional é bastante eficiente.

Através dos resultados de índice de oxirano obtidos pelos estudos das

reações de abertura do anel oxirando (alcoxi-hidroxilação e di-hidroxilação) pode-

se concluir que o catalisar Fe2(SO4)3 foi mais eficiente do que o APTS pois utilizou

a menor quantidade de catalisador (3%), foi necessário a menor quantidade dos

reagentes metanol, etanol e 1-propanol (relação 3:1 reagente/óleo) e também,

mostrou-se eficiente quando utilizou-se água como reagente.

Com base nos valores de ponto de fulgor, pode-se concluir que, o

EMOSRMH (para as amostras alcoxi-hidroxiladas), e EMOSRPA (para as

amostras acetiladas), são os que têm menos voláteis e são os mais resistentes ao

fogo como um biolubrificantes.

Os resultados de ponto de fluidez de 3°C para os alcoxi-hidroxilados

(EMOSRMH, EMOSREH e EMOSRPH), 9°C para o EMOSR, 0°C para as

amostras alcoxi-acetiladas (EMOSRMA, EMOSREA e EMOSRPA e de 6°C para o

di-acetilado (EMOSRDA indicam que estes lubrificantes tem uma aplicação

limitada à baixas temperaturas, mostrando a necessidade da adição de aditivos

para melhorar esta propriedade. O ponto de fluidez foi igual para as três amostras

alcoxi-hidroxiladas, não demonstrando variação com o aumento da ramificação

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83

com a mudança de metóxido para o grupo propóxido. O mesmo aconteceu para

os três alcoxi-acetilados, porém a reação de acetilação diminuiu o ponto de fluidez

para 0°C. Para a amostra di-hidroxilada, a presença das hidroxilas na cadeia

molecular faz com que o ponto de fluidez seja relativamente alto devido as

ligações de hidrogênios que são formadas entre as moléculas. Após a acetilação,

estas ligações de hidrogênio intermoleculares deixam de existir e provoca a

diminuição significativa do ponto de fluidez.

A viscosidade cinemática a 40 ºC diminui do óleo de soja refinado

(29,05mm².s-¹) para o éster metílico (4,16 mm².s-¹) e volta a aumentar para o óleo

epoxidado (12,49 mm².s-¹). Após a reação de alcoxi-hidroxilação e di-hidroxilação

houve um aumento significativo da viscosidade de 34,18 mm².s-¹; 54,82 mm².s-¹;

46,34 mm².s-¹ e 100,08 mm².s-¹ para o EMOSRMH, EMOSREH, EMOSRPH, e

EMOSRDH respectivamente. Pode-se concluir que as a abertura do anel oxirano

ocorre com muita eficiência e que a viscosidade destes três lubrificantes é

superior ao do óleo de soja refinado. Com a acetilação dos alcoxi-hidroxidos e do

di-hidroxilado, estes valores são 46,22 mm².s-¹; 42,22 mm².s-¹; 28,44 mm².s-¹ e

49,30 mm².s-¹ para o EMOSRMA, EMOSREA, EMOSRPA e EMOSRDA

respectivamente.

O índice de viscosidade do EMOSRPH foi o maior entre os alcoxi-

hidroxilados, e o EMOSRDA o maior entre os acetilados. Estes resultados indicam

que o EMOSRPH e o EMOSRDA são os biolubrificantes que sofrem a menor

mudança de viscosidade com temperaturas elevadas, e são considerados como

tendo uma viscosidade estável em relação à temperatura. O aumento no índice

de viscosidade dos alcoxi-hidroxilados e di-hidroxilado ocorre na seguinte ordem:

EMOSRMH, EMOSREH, EMOSRPH e EMOSRDH; para os acetilados a ordem é

EMOSRMA, EMOSREA, EMOSRPA e EMOSRDA. Estes resultados indicam que

o tamanho da ramificação na cadeia éster altera o índice de viscosidade.

Por meio dos espectros de RMN 1H do óleo de soja refinado pode-se

observar sinais característicos de triacilglicerídeos nas regiões de 4,0 e 4,5 ppm

corresponde aos hidrogênios CH2 do grupo glicerol, enquanto que o hidrogênio

dos carbono insaturados aparecem entre as regiões 5,3 e 5,5 ppm juntamente

com o hidrogênio CH do grupo glicerol.

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84

No espectro de RMN de EMOSR mostra o aparecimento do sinal na região

de 3,7 ppm referente aos átomos de hidrogênios do grupo metoxílico (CH3O)

nota-se desaparecimento dos sinais regiões de 4,0 e 4,5 relativos aos hidrogênio

CH2 do glicerol, indicando sua ausência.

No espectro referente ao EEMOSR observa-se o desaparecimento do sinal

dos hidrogênios ligados a carbonos insaturados (5,3 e 5,5 ppm), mostrando que

após a reação de epoxidação, não há presença das insaturações nas estruturas

desta moléculas.

No espectro do EMOSMH a presença de mais uma metoxila (CH3O)

confirmando a formação do EMOSR metóxi-hidroxilado. A presença de um

quarteto (CH2 ligado a CH3) na região de 4,1 ppm confirma a formação dos

EMOSR etóxi-hidroxilado, e um tripleto (CH2 ligado a CH2) nesta mesma região

comprova a formação do EMOSR propóxi-hidroxilado.

Com o espectro de RMN de 13C do éster metílico, pode-se observar a

ausência do glicerol devido o desaparecimento dos sinais entre as regiões de 60

a 70 ppm, relativos aos átomos de carbono que formam esta molécula. Entretanto

ocorre o aparecimento um sinal próximo a 50 ppm referente aos átomos de

carbono do grupo metila oriundos do metanol, indicando a formação do éster

metílico.

O espectro de RMN de 13C do epóxido mostra o aparecimento dos sinais

dos átomos de carbonos dos grupos epóxidos na região de 50 a 60 ppm

indicando que a reação de epoxidação ocorreu de forma satisfatória.

Os espectros de RMN de 13C dos alcoxi-hidroxilados mostraram sinais na

região de 50 a 85 ppm, os quais caracterizam o aparecimento carbonos ligados a

OH e/ou OCH3, OCH2CH3 e OCH2CH2CH3.

Nos espectros de RMN de 13C dos alcoxi-acetilados, o aparecimento do

sinal entre 170 e 180 ppm referente a mais um carbono carbonílico, confirma que

a reação de acetilação ocorreu de forma satisfatória.

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7. SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

Utilizar apenas um tipo de ácido graxo, por exemplo, o ácido oleico, para

síntese de biolubrificantes obtidos a partir de óleos vegetais.

Testar a adição nuleofílica de outros alcoóis de maiores massas

moleculares e ácidos graxos nos anéis epóxis, a fim de melhorar os índices de

viscosidade, ponto de fulgor e fluidez dos produtos.

Fazer caracterização desses materiais obtidos por analises de

infravermelho FTIR (Fourier Transform Infrared Spectroscopy ou Scan Full

Spectrum).

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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