SINOPSE ECONÔMICA Cenlfo de Pastoral Vergueira(Gazeta Mercantil 05.11.84) 1.8. OFERTA DE ALIMENTOS...

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Comissão Pastoral da Terra Caixa Postal. 7A9 - Fone:(062) 223 4039 7A.000 - GOIÍNIA Coxas Brasil SINOPSE ECONÔMICA MÊS: NOV/DEZEMBRO DE- 1984 Cenlfo de Pastoral Vergueira BIBLIOTECA I. SITUAÇÃO ECONÔMICA . 1.1. BALANÇO DO ANO DE 1984 INDICADORES ECONÔMICOS Existem diversos indicadores econômicos que medem, em termos estatísticos, como se comportou a economia durante o ano. Os dados estatísticos por si mostram muito pouco, mas se comparamos com outros dados podemos compreender me lhor o seu significado. Vejam o que segue. INFLAÇÃO . 223,7% PREÇO DA GASOLINA 284,3% , Indicadores para quem vive do trabalho; AUMENTO DO SALÁRIO MlNIMO: 211% . AUMENTO DO SALÁRIO MÉDIO NA FOLHA DE PAGAMENTO DAS EMPRESAS (segundo a FIERGS): 177% Indicadores para quem vive do capital: AUMENTO MÉDIO DA POUPANÇA: 243,5% LUCRO MÉDIO DAS AÇDES DA BOLSA: 442,0% AUMENTO DO DÓLAR NO CÂMBIO NEGRO: 286,0% GANHO NA APLICAÇÃO EM PAPEIS: 251,0% ' * ...... A Inflação mede teoricamente o aumento médio dos preços de to das as mercadorias na sociedade. Conforme se acima, os trabalhadores diminuiramem muito oseu salário em relação aos preços e portanto puderam comprar menoseviver bem pior do que em 83. Ja os que vivem do capital, tiveram seus ganhos bem acima dos pre ços e portanto compraram bem mais. Com isso tivemos uma grande concentração de renda. Como se vê, em épocas de inflação os trabalhadores perdem ainda mais seu poder aqui- sitivo e os capitalistas aumentam ainda mais seus ganhos. Por isso não e verdade que a inflação atinge a todosl* 1.2. A INFLAÇÃO DOS TRABALHADORES esreancAçOg Fci)Éo snto c ftnoi AfaBa táOto >w gg&K-i Cln-J ^ ^yV. i^fMÇÇWNO ATACADO -^ jjB ^" ^—' C PEZEMBKOmO "PgaOiBHO «>M 3 «^yAKiAçto 5> 'X» Se disse antes que a inflação é a média dos preços de to das mercadorias, mas para os trabalhado- res existem algumas mercadorias que inte ressam mais: os alimentos. . Vejam na tabela acima, quanto aumentaram os preços de certos produtos alimentícios de que os trabalhadores mais precisam e mais compram. Quer dji zer, na verdade, para os trabalhadores as condições de vida pioraram bem mais do que a inflação geral possa indicar. (Jornal do Brasil 24.12.84)

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Comissão Pastoral da Terra

Caixa Postal. 7A9 - Fone:(062) 223 4039

7A.000 - GOIÍNIA Coxas Brasil

SINOPSE ECONÔMICA MÊS: NOV/DEZEMBRO DE- 1984

Cenlfo de Pastoral Vergueira

BIBLIOTECA

I. SITUAÇÃO ECONÔMICA .

1.1. BALANÇO DO ANO DE 1984

INDICADORES ECONÔMICOS

Existem diversos indicadores econômicos que medem, em termos

estatísticos, como se comportou a economia durante o ano. Os dados estatísticos por

si só mostram muito pouco, mas se comparamos com outros dados podemos compreender me

lhor o seu significado. Vejam o que segue.

INFLAÇÃO . 223,7%

PREÇO DA GASOLINA 284,3% ,

Indicadores para quem vive do trabalho;

AUMENTO DO SALÁRIO MlNIMO: 211% .

AUMENTO DO SALÁRIO MÉDIO NA FOLHA DE PAGAMENTO DAS EMPRESAS (segundo a FIERGS): 177%

Indicadores para quem vive do capital:

AUMENTO MÉDIO DA POUPANÇA: 243,5%

LUCRO MÉDIO DAS AÇDES DA BOLSA: 442,0%

AUMENTO DO DÓLAR NO CÂMBIO NEGRO: 286,0%

GANHO NA APLICAÇÃO EM PAPEIS: 251,0% ' ■* ......

A Inflação mede teoricamente o aumento médio dos preços de to

das as mercadorias na sociedade. Conforme se vê acima, os trabalhadores diminuiramem

muito oseu salário em relação aos preços e portanto puderam comprar menoseviver bem

pior do que em 83. Ja os que vivem do capital, tiveram seus ganhos bem acima dos pre

ços e portanto compraram bem mais. Com isso tivemos uma grande concentração de renda.

Como se vê, em épocas de inflação os trabalhadores perdem ainda mais seu poder aqui-

sitivo e os capitalistas aumentam ainda mais seus ganhos. Por isso não e verdade que

a inflação atinge a todosl*

1.2. A INFLAÇÃO DOS TRABALHADORES

esreancAçOg Fci)Éo snto c ftnoi AfaBa

táOto >w gg&K-i

Cln-J ^■■^yV. i^fMÇÇWNO ATACADO -^ jjB ^"■^—' ■C PEZEMBKOmO "PgaOiBHO «>M 3 «^yAKiAçto 5>

'X»

Se disse antes

que a inflação é a média dos preços de to

das mercadorias, mas para os trabalhado-

res existem algumas mercadorias que inte

ressam mais: os alimentos. . Vejam na tabela acima, quanto aumentaram os preços de certos

produtos alimentícios de que os trabalhadores mais precisam e mais compram. Quer dji

zer, na verdade, para os trabalhadores as condições de vida pioraram bem mais do que

a inflação geral possa indicar. (Jornal do Brasil 24.12.84)

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1.3. A HISTÓRIA DA INFLAÇÃO BRASILEIRA A inflação da economia brasileira sempre foi motivo de muita

discussão e ji se deram muitos golpes de estado, "porque o povo não suportava infla-

ção tão alta..." Agora, o economista Cláudio Haddad a partir dos dados da Fun

dação Getúlio Vargas, reconstruiu os dados de inflação de todos os anos, desde 1900.

Pela importância das informações, e por serem ineditas,resoj[

vemos publicar na Tntegra, e como se vê, jamais na história do Brasil, alcançamos u-

ma inflação tão alta, e seus efeitos negativos para a classe trabalhadora somente se

descobrirão dentro de muitos anos,

Jornal do Brasil, em 29 de dezembro de 1984

1.4. CRESCIMENTO DA ECONOMIA

A Economia Brasileira crsceu 4,1% durante o ano de 1984.0 que

significa isso? Significa que a soma de todas mercadorias produzidas no paTs durante

1984 foram 4,1% a mais do que a soma de todas as mercadorias produzidas em 1983.E te

oricamente, portanto, existiria na sociedade 4,1% a mais de riqueza. No entanto não

significa que toda a produção ou toda sociedade se beneficiou desse crescimento. Mà_

mos ver que tipo de produção aumentou.

INDUSTRIA: 5,8% - AGROPECUÁRIA: 3,9% - COMERCIO: 2,3% - TRANSPORTES: 5,5%

Então o que mais puxou o crescimento foi a indústria. Masque

tipo de indústria? Extração mineral: 28,3%. Indústria de Transformação:6%. Energia E

létrica (Hidrelétricas): 11,5%. Têxtil: -2,3%. Alimentos: -0,1%. Bebidas: -0,3%.

Logo se vê, que o governo estimulou a extração mineral (minérios em geral) e a cons-

trução de hidrelétricas (Itaipu, Tucurui) e esses dois setores puxaram a média da so

ciedade para cima. Mas as indústrias ligadas ao consumo popular todas elas decrescer

ram. E se debitarmos ainda o crescimento da população se vê que naquelas indústrias

a situação está bem pior, ou seja, se produz cada vez menos.

(Jornal do Brasil 29.12.84)

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3700-

1.5. DIVIDA EXTEKNA DO PAlS

Segundo declarações do Ministro Ernane Galveas, em Nova York,

nos últimos quatro anos. o Brasil n5o recebeu nenhum centavo de dólar de dinhenro no

rk todos os empréstimos conseguidos na renegociação, foram ut l.ados empa

ga dívidas anteriores e remanejamento da dívida, que significou que *^"*r

ticamente não saiu dos paTses financiadores, ou praticamente so mudou de ***■**» empréstimos não representaram investimentos novos no paTs. (Gazeta Mercante 2.11.84)

1.6. BALANÇO DO ANO PARA OS TRABALHADORES

RENDA PER CAPITA DA POPULAÇÃO BRASILEIRA

Na tabela ao lado aparece a

tendência da renda per capi_

ta nos últimos anos, a pre

ço de hoje. Então, em 1984

a renda média de cada brasj_

leiro foi de 3.397.000 cru-

zeiros por ano. Uma família

de 5 pessoas deveria ter ga^

nho então Cr$ 16.985.000 du

rante todo ano,que daria Cr$

1.415.000 por mês por famí-

lia. Mas se sabe que 70% das

famílias brasileiras ganham

até 2 salários mínimos,ou se

ja, menos de Cr$ 350.000 por

mês. E a diferença para onde

vai? Vai para os que ganham

bem acima dissol

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Por outro lado,dá para ver que a renda média dos brasileiros.

hoje é a mesma do que durante o ano de 1977. A renda méida significa tudo o que se produziu no pais duran

te o ano, dividido pelo número de pessoas do pais. (Jornal do Brasil em 29.12.84)

1.7. DESEMPREGO NO BRASIL Segundo estudos do IPEA ^Instituto de Pesquisas Econômicas

da Secretaria de Planejamento da Presidência da República, mesmo a economia do pais

crescendo na base d^ 6% ao ano até 1990, o número de pessoas novas que ingressarão no

mercado de trabalho e não encontrarão emprego será de 10 milhSes de pessoas, nesses

próximos quatro anos até 1990. Uma boa noticia para o ano internacional da juventude.

(Gazeta Mercantil 05.11.84)

1.8. OFERTA DE ALIMENTOS NOS ÚLTIMOS ANOS

Outro estudo muito importante foi

realizado pelo mesmo IPEA. Trata-

se da oferta de alimentos agríco-

las que existe no pais. Como se vê

o governo conhece muito bem os pro

blemas do paisl

Nas tabelas ao lado se vê a tendêji

cia da oferta de alimentos no pais

mi* Cai à oferta de alimentos tKa/hmMtmmm/mno]

Amo ,lL:\ Arrta ' rW|*o 1975 1976 1977 197» 1979 1960 1961 1962 1983

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191.6 171,8

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to\m 94,1

1042 113,3 842 88,2

127,3 1222 102,4 113,4

FONTE: RICEaCACEX • •" .«^^«Jio

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Em todos os produtos, com exceção

da soja, a oferta de alimentos por

habitante diminuiu nos anos 81/83

em relação aos anos 75/77. Se re

comenda sempre comparar de três em

três anos, para evitar efeitos de

influências metereologicas.

PRODUTO

■Arroz Feijão Leite

Quanto cada família con8onie/

(por classe de renda, em mil kg) CLASSE DE RENDA

:" :J ..1 T -a ■ ■ .♦"■•■ • ■ ■•*- -99.7 ni 93,2 73,2. .45,5 I 37,0 29,2 21,5 17,6 86,4 -"120^ -133.0 . 139.2-. - 161,4

587 "; V 50,3

fONTl: FIPE/USP .0 ,. „■

-.%■

Por outro lado, se nota que as famílias de trabalhadores de

renda mais baixa, se obrigam a consumir mais arroz e feijão, e consomem muito pouco

leite.

AT esta, VOCÊ TRABALHOU E O BRASIL MUDOU ?

(Folha de São Paulo, 23.12.84)

1.9. O EXEMPJ' L? MAIOR GRUPO EMPRESARIAL NACIONAL, E DE CAPITAL

N/CIO1 xL: O G. TP0 VOTORANTIM

A ''olha de São Paulo publicou um interessante estudo do com-

portamento do maior grupo emp. ^ ^.rial brasileiro, o Grupo Votorantim, de propriedade

do empresário oposicionista ANTOM'1 ERMlRIO DE MORAIS, cotado até como um dos possí-

veis ministros do Dr. Tancredo Neves,

Esse estudo, conforme tabela abaixo, mostra como evoluiaram

diversos aspectos da vida da empresa, du. ^nte os seis anos da crise. 1978 a 1983.

Vejamos pois:

O patrimônio da empresa cresceu nos seis anos B.41035

O lucro iTquido da empresa cresceu 2.958%

Os juros pagos aos bancos cresceram 6.125%

E os salários pagos aos empregados cresceram 2.444%

Ou seja, em seis anoí,, u ludiô» cresceu em 500% a mais do que

os salários. E o capital cresceu

mais do que o dobro do crescimeji

to dos salários. Esse é um exem-

plo prático de como acontece a

concentração da riqueza numa em

presa.

^,. ; .. .: J- '-■-.■.. . ATRAVESSOU SEIS ANOS DE CRISE ■ Indicoíior*» («nvCrS rT>ttK&»») ^1978 197!» 1980 1981 1982 1983 83 8} 83 78

Pa«rim6nic> liquido'-' if- /' 1 ' "•' 16.55/ 27.463 ie.BOT 145.524 339796 912.037 168 4-. S4I0'.

fc.* ••te bruio" IB.329 37.53» 75.067 143.153 314.473 697.882 121 9-, '3 707'.

lucro ligútòo \ k "-*■ •><*x 3.76Í n.»33 16 947 37.162 88 940 139 3'. 2»5e-.

Solórtot* •morpot «oooii-popoi 4 009 5 602 10.540 21.B33 49 024 102016 108 l". 2 444'.

Impo» to» papo» 3«1« 7.CM* 1B.761 J0.257 75.507 193 716 1S6.S-. 4 97j'.

0*»p*io ftnorKCiro ' . i •.* ** 1.7*4 3 187 4.351 12*70 je 8*9 109 9K) 183 7', 6 135-.

| foni» Grupo Votorontim * ,- —'

2. POLÍTICA

Como já noticiamos em outras sinopses, o setor de extraçãomi^

neral e o setor prioritário dos investimentos do governo. Vejam as últimas notícias.

2.1. ESTRADA DE FERRO DE CARAJÁS

A Cia Vale do Rio Doce, estatal, gastou na implantação da fer^

rovia de Carajás, para exportação do minério de ferro de Carajás, o valor de 1,3 bi-

lhões de dólares. O porto de exportação, e as despesas de administração e engenharia

consumiram mais de 1 bilhão de dólares. (Folha de São Paulo, 08.12.84)

2.2. BARRAGEM DE TUCURüí

A Barragem de TucuruT, construida pela ELETRONORTE, represeji

tou um investimento de 4,6 bilhões de dólares por parte do governo. Daqui a quatro a^

nos, quando todo seu potencial energético estiver funcionando, cerca de 30% de toda

energia produzida se destinará a apenas duas empresas multinacionais, a ALUNORTE (de

Barcarena, Pará, que consumiurá 600.000 kw) e a ALCOA (São Luis do Maranhão,620.OOOkw)

(Folha de São Paulo em 04.12.84)

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2.3. O PROGRAMA GRANDE CARAJÁS

0 programa de governo para explorar e exportar os minérios de

Carajás, representam um investimento de 28 bilhões de dólares durante os próximos

dez anos. Esse investimento está assim distribuido: 1. PROGRAMA MINERO-METALORGICO: 9,l^bilhões de dólares

Minério de ferro: 3 bilhões de dólares Alumínio: 1,8 bilhões de dólares Cobre: 1,5 bilhões de dólares Níquel: 1,1 bilhao_de dólares Manganês: 350 milhões de dólares

2. PROGRAMA NA AGRICULTURA: 8,1 bilhões de dólares

3. PROGRAMA NA PECUÁRIA: 1,7 bilhão de dólares

4. PROGRAMA DE'REFLORESTAMENTO: 1,3 bilhão de dólares

OBRAS DE INFRAESTRUTURA: 22,5 bilhões de dólares

TOTAL' DOS INVESTIMENTOS NA REGIÃO DE CARAJÁS NOS PRÓXIMOS 10 ANOS: Us$ 61,7 bilhões.

(Folha de São Paulo, 06.12.84)

2*4. INDÚSTRIA DO MINÉRIO DE CARAJÁS TERÁ ENERGIA SUBSIDIADA

0 Ministro de Minas e Energia, César Cais, publicou portaria

no Diário Oficial, dia 17.12.84 concedendo a todas indústrias de minérios que se ins

talarem na região do Carajás, o fornecimento de energia elétrica subsidiada,sendo que

asempresas pagarão apenas 25% do preço da energia vendida no mercado. E se a TucuruT

se destinará basicamente Ss indústrias da região, logo todo custo de.TucuruT será co

berto pela sociedade brasileira e as indústrias receberão energia praticamente de gra

ça! Ah! Um detalhesinho, a portaria estabelece o prazo de 20 anos para o subsTdio. .-

(Folha de São Paulo, em 18.12.84),.

2.5. INDÚSTRIA ELETRÔNICA; í . . :

A Industria eletrônica que fabrica componentes eletrônicos e

computadores é uma das indústrias que recebem mais apoio do governo. Graças a issoes_

se ano ela cresceu nada menos do que 20%. A estimativa de vendas é de que 84 já alcan

çou a 2 bilhões de dólares. (Folha de São Paulo, em 23.12.84)

2.6. MAIOR EXPORTADOR MUNDIAL DE MINÉRIO DE FERRO ,.

No próximo ano de 1985, o Brasil deverá exportar nada menos

do que 86 milhões de toneladas de ferro, tornando-se assim o maior exportador mundi-

al de minério de ferro. (Folha de São Paulo, em 18.12.84)

2.7. INVESTIDORES ESTRANGEIROS CONVERTEM DIVIDA EM AÇÕES

Segundo o Ministro da Fazenda, Ernani Galveas, dos 800 mi -

Ihões de dólares registrados no Banco Central como investimento estrangeiro direto ,

600 milhões de dólares foram dividas que empresas tinham cora empréstimos no exterior,

-e a divida foi transformada em ações dos investidores estrangeiros. E os demais 200

milhões de dólares foram transferência de equipamentos a indústrias ja instaladas.

E interessante notar que era a fórmula defendida por Paulo

Maluf e por Roberto Campos para resolver o problema da dTvida externa. Como pelo me

nos a metade da dTvida é das empresas, eles defendem a trasformação da dTvida em a-

ções. Ou seja, desnacionalização ampla da já fraca economia nacional. (Gazeta Mercan

til, em 21.11.84)

2.8. BANCOS DE INVESTIMENTO TAMBÉM DEFENDEM DESNACIONALIZAÇÃO

0 Presidente da Associação Nacional de Bancos de Investimen-

tos, disse que a economia brasileira tem que internacionalizar-se o quanto antes

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e defendeu como medidas urgentes: a) transformar parte da divida em ações, b) abrir

o mercado de ações das bolsas de valores para investidores estrangeiros com direito

a voto, c) abrir inclusive sistema de poupança a investidot estrangeiros.

(Folha de São Paulo, em 22.11.84)

2.9. OS FUROS DO BANCO NACIONAL DE HABITAÇÃO

0 dinheiro utilizado ate hoje pelo BNH para cobrir os furos

das financeiras e poupanças que quebram e que o Banco cobre, já atingiram 722 bilhões

de cruzeiros. Segundo os cálculos isso significa que, de cada 100 cruzeiros que o BNH

utilizou, cerca de 2,2 ele teve que aplicar para cobrir essas fraudes. Dinheiro per-

dido, ou aplicado em construções subterrâneas... (FSP, em 16.12.84)

2.10. PREVIDÊNCIA FECHA SEM DÉFICIT

0 Ministro Passarinho conseguiu terminar 1984 sem déficit na

previdência. No inicio do ano estava previsto um déficit de 1 trilhão e 719 bilhões,

para que a previdência mantivesse os mesmos serviços. Mas o Ministro resolveu prestu,

um grande serviço ao seu amigo Figueiredo, e para entregar a Previdência sem furos ,

reduziu violentamente o nTvel de prestação de assistência médica, a um ponto jamais

conhecido pelos trabalhadores. Quantos terão morrido por esse desatendimento? Mas o

Ministro poderá dizer com orgulho, sobre esse sofrimento todo, de que entregou a Pre

vidência sem dTvidas. (Jornal do Brasil, em 29.12.84)

2.11. MAIS DIFlCIL RETIRAR O FUNDO DE GARANTIA

0 Governo baixou o decreto 90.408 criando uma série de difi-

culdades para o trabalhador retirar o seu dinheiro depositado no FGTS. Com isso o go

verno espera reter mais tempo o dinheiro do trabalhador, que é corrigido abaixo da iji

fiação, e assim ajudar a sanar os problemas financeiros do BNH. Muito boas intenções

(Folha de São Paulo, em 08.11.84)

2.12. NOVO SALÁRIO MÍNIMO NÃO ALIMENTA

Segundo levantamento do DIEESE o novo salário mTnimo em vigor

no mês de novembro não consegue nem alimentar apenas duas pessoas, sem contar todas as

demais despesas que o trabalhador tem, e de seua famTlia que é em média de 4 pessoas.

Segundo ainda o DIEESE de 1979 até agora, ou seja, durante o Governo Figueiredo , o

custo dos alimentos subiu 4.946% enquanto os salários subiram apenas 4.184% ou seja,

nesses seis anos de Governo Figueiredo, a classe assalariada perdeu 800% do poder a-

quisitivo. (Folha de São Paulo, em 23.12.84)

2.13. AUMENTO DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS

0 Governo Figueiredo baixou decreto aumentando os salários dos

funcionários públicos a partir do mês de janeiro. Os funcionários civis tiveram umau

mento de 75% e os MILITARES, de 127%. Com isso, o salário de um general passará para

a quantia de Cr$ 9.345.196, fora as mordomias. Como você vê, você trabalhou, e o Bra

sil cresceu. (Folha de São Paulo, em 23.12.84)

2.14. AS "ARTES" DO GOVERNO MONTORO

0 Governo Montoro revelou que no penodo de janeiro a junho

de 1984, gastou a quantia de 10 bilhões de cruzeiros, em PROPAGANDA. (FSP 23.11.84)

3. CONJUNTURA ECONÔMICA NO CAMPO

3.1. SUPER SAFRA DE ALGODÃO PREOCUPA GOVERNO

0 Governo está muito preocupado com a safra de algodão, pois

a previsão de aumento da produção é de 38% em relação ao ano passado. 0 governo acha

que terá muitos problemas com isso. Deve ser o único governo do mundo que se preocu-

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pa quando a produção aumenta! (Folha de São Paulo, em 23.12.84)

3.2. FRAUDE NO CAFÉ DO PARANÁ Mas de 10 mil sacas de café no valor aproximado de Cr$ 2,1

bilhões de cruzeiros foram desviados do armazém do Instituto Brasileiro do Cafe,IBC,

de Nova Esperança, 40 km de Maringá. No desvio estão envolvidos funcionários do IBC

e agricultores. Mas até agora não se tem nenhuma noticia do que poderá aconter com e

les. (Folha de São Paulo, em 13.11.84)

3.3. FRAUDE NO FEIJÃO DO PARANÁ Nelson Meurer, diretor da CIBRAZEM de Francisco Beltrão, e

Gomercindo Rizzi, presidente da Cooperativa Agrícola de Dois Vizinhos, PR, sao os

principais acusados do envolvimento na fraude do feijão, que representou um roubo no

valor de Cr$ 2.5 bilhões de cruzeiros. Esse foi o resultado do INQUÉRITO POLICIAL.

Mas apesar do processo, tampouco se sabe de alguma providência no sentido de penal^

zar os ladrões. Eles continuam muito soltos e até agora não devolveram nenhum tostão.

(Folha de São Paulo,em 18.12.84)

3.4. GOVERNO FEDERAL TAPA O FURO DO BNCC Durante todo o ano de 1984 veio a público as falcatruas e rou

bos no Banco Nacional de Crédito Cooperativo. Foram denunciadas pelos jornais e o Mi_

nistro da Agricultura se demitiu. Foi apurado inquérito. Encontrados os principais res

ponsáveis. Mas o Governo Federal não tomou nenhuma providência no sentido de punir ou

fazer os ladrões devolver o dinheiro. Pois havia muitos interesses por trás, já que

uma das falcatruas era o aval ao empréstimo da CAPEMI, onde até o filho do Presiden-

te Figueiredo estava envolvido e o BNCC andou pagando. Conclusão do roubo de 263 bi-

lhões de cruzeiros: o Governo Federal resolveu esquecer tudo e dar mais uma chance pa^

ra os "coitadinhos". Por isso-o Presidente Figueiredo autorizou a que a UNlAO cobri£

se o furo desses 263 bilhões'de cruzeiros. E tudo continuará como antes.

(Zero Hora, em 29.12.84)

3.5. LEI QUE FAVORECE TRABALHADORES NA CANA ESTÁ SENDO FRAUDADA

Em dezembro de 1965, o então Presidente Marechal Castelo Bran

co, assinou a Lei 4870 determinando de que o setor açucareiro, aplicasse 1% sobre o

-faturamento do açúcar, 15% sobre o faturamento da cana e 1% sobre o faturamento do a]_

' cool, em beneficio dos trabalhadores que trabalhavam nessas atividades. Muito bonita

a lei no papel, só que até hoje não foi cumprida. Essa é a denúncia dos sindicatos de

trabalhadores rurais da região da cana de São Paulo.

Sõ para se ter uma idéia, o que representaria essa lei, em

1984: existem no Brasil 204 Usinas que aproveitam a cana como matéria prima. Segundo

a aplicação da Let.; representaria um trilhão de cruzeiros, que deveria ir em benefi-

cio do trabalhador-e que esta sendo embolsado pelos usineiros. (FSP,02.12.84)

3.6. SETOR AGRÍCOLA DO NORDESTE CONSOME APENAS 3% DA CHESF

Sempre quando se constrói hidrelétricas e se desapropria mal

e percamente as terras dos lavradores, o Governo usa o argumento de que a energia e-

létrica beneficiara também aos agricultores. Pois bem, agora foram publicados dados,

de que de toda energia produzida pela CHESF no nordeste, apenas 1,1% da energia, be-

neficia o meio rural do nordeste e 54,9% beneficia ãs indústrias, e o restante aos de

mais setores. Isso fica claro que o meio rural brasileiro é completamente abandonado

de todos os programas de desenvolvimento do Governo, mesmo no Nordeste.

(Jornal do Brasil, em 29.12.84)

3.7. O RADAM E AS TERRAS DO NORDESTE

Page 8: SINOPSE ECONÔMICA Cenlfo de Pastoral Vergueira(Gazeta Mercantil 05.11.84) 1.8. OFERTA DE ALIMENTOS NOS ÚLTIMOS ANOS Outro estudo muito importante foi realizado pelo mesmo IPEA. Trata-

-r*

8

Segundo o projeto RADAM BRASIL, que fez um completo levanta-■•

mento da capacidade dos solos do Nordeste, existe no Nordeste nada menos que 10 mi_

Ihões e 300 mil hectares de terras de alto índice de fertilidade, capaz de, sendo a-

proveitadas, abastecer as necessidades alimentTcias de todo o pais, e não sõ do Nor-

deste. E para se aproveitar esse solo basta apenas de decisão polí-

tica no sentido de dar oportunidade de trabalho e acesso ã terra, a milhares de tra-

balhadores. (Folha de São Paulo, em 18.11.84)

3.8. DESAPROPRIADOS DE TUCURUl

Entre os milhares de pequenos agricultores que perderam suas

terras pela barragem de TucuruT, apenas um está satisfeito com a desapropriação e a

solução dada pela empresa ELETR0N0RTE. Trata-se do sr. Cláudio Furmann. Casualmente e

le é prefeito da cidade, e possuia 19 mil hectares, dos quais 10 mil foram desapro.pn

ados. Com o dinheiro diz que comprou outros 10 mil hectares, e ainda sobrou dinheiro

para investir em novas fazendas. Além de suas atividades, é sócio da Eletronorte nos

hotéis da Hidrelétrica. (Folha de São Paulo, em 23.11.84)

3.9. AGROTÕXICOS MATAM NO TERCEIRO MUNDO

Segundo a Organização Mundial de Saúde, as utilizações de a-

grotóxicos no Terceiro Mundo, matam 16 pessoas por dia. Segundo o responsável por es

se setor, essa estatística é ainda muit aquém da realidade, pela dificuldade de con-

trole.E a principal responsabilidade é das empresas multinacionais que desrespeitam

todas as normas nos países do Terceiro Mundo, na fabricação e comercialização de agro

tóxicos, envenenando os aplicadores (agricultores) e os alimentos produzidos, com -

conseqüências ainda mais incontroláveis. (Folha de São Paulo, em 13.12.84)

3.10. FÁBRICA DE AGROTÕXICOS VEM AO BRASIL

A Monsanto Company pretende aplicar no Brasil, no próximo a-

no, cerca de 150 milhões de dólares para fabricação de agrotóxicos. A Monsanto é uma

das 10 maiores empresas mundiais fabricantes de agrotóxicos.

(Gazeta Mercantil, em 18.12.84)

3.11. JAPÃO EMPRESTA MAIS DE 150 MILHÕES DE DÕLARES PARA O CERRADO

0 Secretãrio-Geral do Ministério da Agricultura assinou mais

convênio no Japão, de um empréstimo de 150 milhões de dólares para desenvolvimento do

cerrado. Essa percela, representa a segunda do PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO DO CERRADO,

fase II. (Folha de São Paulo, em 11.12.84)

3.12. INCRA MENTE MAIS UMA VEZ

0 agrônomo José Gomes da Silva, ex-secretário da Agricultura

de São Paulo e ligado a ABRA, declarou que o INCRA mente até na propaganda de que e^

tá fazendo a maior reforma agrária do mundo, pois mesmo em número de títulos (o que

não significa reforma agrária) ele está perdendo para o Japão, pois na época da refor

ma agrária japonesa no pos-guerra, o governo japonês distribuiu mais títulos do que

o governo brasileiro. Desse jeito, o INCRA certamente ganhará o tTtulo de organis-

mo público agrário mais mentiroso do mundo. (Folha de São Paulo, em 01.12.84)

30 de dezembro de 1984