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17 a 19 MAIO 2017 II COLÓQUIO DESLEITURAS EM SÉRIE SIMPÓSIO S

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17 a 19 MAIO 2017

II COLÓQUIO

DESLEITURAS EM SÉRIE

SIMPÓSIOS

II COLÓQUIO DESLEITURAS EM SÉRIE

(META)LEITURAS E TECNOLOGIAS: INFLUÊNCIA DAS TIC NAS

PRÁTICAS DE LEITURA E NA PESQUISA EM LEITURA

Davi Alves Oliveira (UNEB)

Considerando as influências diretas e indiretas exercidas pelas Tecnologias da

Informação e Comunicação (TIC) nos diversos aspectos sociais, culturais e

cognitivos dos leitores contemporâneos (LÉVY, 1995), o presente Simpósio

propõe constituir-se como um espaço de divulgação e discussões sobre

pesquisas, trabalhos e experiências de ensino-aprendizagem que envolvam

investigações e/ou reflexões sobre tais influências nas práticas leitoras

contemporâneas. Adicionalmente objetiva-se discutir sobre as influências das

TIC nas metaleituras, considerando como tal as pesquisas em leitura – leituras

de leituras -, e levando-se em consideração principalmente o caráter

multimodal dos gêneros textuais da web (MONTE MÓR, 2010), as diversas

noções de leitura (KLEIMAN, 2004), seus mais conhecidos modelos cognitivos

(ALVERMANN; UNRAU; RUDDELL, 2013) e os desenvolvimentos em

linguística computacional (ALEXANDER; FOX; LAPPIN, 2010). Conforme

proposto por Rumelhart (2013), o processo de leitura deve ser concebido como

altamente interativo em seus subprocessos. Ou seja, níveis mais altos de

processamento da língua, como os níveis semântico e pragmático, interferem

nos níveis mais baixos, como os níveis sintáticos e lexicais. Desse modo,

pressupõe-se que os aspectos contextuais que circundam um texto, tanto os

linguísticos como os extralinguísticos, interagem com os outros subprocessos

de leitura e são, portanto, tão ou mais importantes que o texto em si. As TIC

constituem-se como ferramentas de produção e disseminação de textos e,

consequentemente, como espaço de leitura que possibilita novos modos de

abordar o texto. As caraterísticas distintivas desses modos de leitura somam-se

como fatores de interação aos outros subprocessos de leitura, criando

possibilidades de compreensão e experiências de leitura. Além disso, a

evolução das técnicas de manipulação e análise de textos trazidas pelas TIC

trazem novas possibilidades de análise de textos e de leituras, incluindo o uso

de modelos computacionais para o auxílio do processamento e análise de

textos, o uso de ferramentas para a análise de atividades de compreensão

textual para fins educacionais e de pesquisa e o uso de corpora linguísticos em

tais análises. As comunicações terão duração de 15 minutos cada, organizadas

em blocos de três apresentações seguidos por 30 minutos de discussão. Serão

aceitas apresentações de comunicações online, via videoconferência, com uso

do programa TeamViewer (www.teamviewer.com). Orientações sobre as

apresentações online devem ser solicitadas pelo e-mail do coordenador do

simpósio, [email protected].

Palavras-chave: Leitura, Tecnologias, Pesquisa em Leitura.

II COLÓQUIO DESLEITURAS EM SÉRIE

ENTRE A LLINGUÍSTICA E O ENSINO: ESTUDOS EM LEXICOLOGIA,

SOCIOLINGUÍSTICA E DIALETOLOGIA E OUTROS ASPECTOS DA

LÍNGUA PORTUGUESA

Geysa Andrade da Silva (UNEB)

A busca por um retrato mais fiel da realidade linguística tem feito os linguistas

se empenharem em pesquisa e elaborações teóricas com o objetivo de

descreverem tal quadro. Os estudos lexicais, sociolinguistas e dialetológicos

têm estabelecido uma interação muito promissora com outras áreas da

pesquisa, propiciando investigar e compreender não somente questões de

formação e evolução lexical de uma determinada língua, mas também

questões de variação diatópica, diastráticas, diageracionais, diassexuais,

diafásicas como também os sentidos intrínsecos capazes de evidenciar

histórias e memórias de uma comunidade linguística. Sob os viés teóricos de

Biderman (2001, 2004); Oliveira, Isquerdo (2001) Isquerdo (2006), Abbade

(2011, 2015) Labov ([1972],2008), Naro (2008), Cardoso (2010), Ribeiro (2012)

Aragão (2012), Bortoni-Ricardo (2004), Antunes (2009) entre tantos outros,

pode-se considera questões da heterogeneidade da língua, estabelecendo,

assim, um percurso de análise que se pauta na inserção do contexto histórico e

cultural no contexto linguístico, além dos condicionantes extralinguísticos,

marcas da identidade do falante. A língua, portanto, pode ser contemplada a

partir de características específicas, dentro de várias perspectivas e assim,

busca-se integrar tais áreas de pesquisa, propondo reflexões a fim de

congregar pesquisadores, em torno de questões que abrangem pesquisa e

ensino acerca da Língua Portuguesa no mundo.

Palavras-chave: Teorias Linguísticas, Variação, Pesquisa, Ensino.

DO PAPEL À TELA: NOVOS DISPOSITIVOS DE PRODUÇÃO E LEITURA

DE TEXTOS

Andreia da Silva Santos (FIS - Faculdade de Integração do Sertão)

O que muda na escrita quando o autor produz textos para além da "página

branca" do livro? Continua sendo escrita tradicional ou o autor acaba por fazer

adaptações para dar outra (s) forma (s) ao texto? E sobre este assunto, qual o

"olhar" do leitor para o texto veiculado e/ou produzido em diferentes mídias, no

que pese o toque (tela/livro), o próprio olho, as cores, o peso, o cheiro (livro),

as marcações. Há que se pensar em outro aspectos: os livros que são

produzidos em suportes digitais, possuem modificações? As letras apenas

pulam da páginas para a tela? Transformam-se em outro(s) ao ter a liberdade

de "mais" interatividade? A este Grupo de Trabalho (GT) interessa-nos

II COLÓQUIO DESLEITURAS EM SÉRIE

pesquisam que enfoquem a relação entre a escrita e as "novas" formas de

leitura e produção de texto. São fundamentais pesquisas de campo e ou

bibliográficas que explorem a temática e apontem o que diferentes autores

atestam sobre o tema.

Palavras-chave: Escrita, Leitor, Suportes Digitais.

IMAGENS DO OUTRO, IMAGENS DE SI: A CONSTRUÇÃO DISCURSIVA DA

ALTERIDADE E DA IDENTIDADE

Nabil Araújo de Souza (UERJ)

Ana Cláudia Viegas (UFRJ)

Outrora combatidos como resquício indesejado do paradigma historicista do

comparatismo ocidental, os estudos de imagologia são hoje “reconhecidos pelo

establishment comparatista como uma das bases dos estudos culturais, e até

mesmo do ‘multiculturalismo’”, observa Pageaux (2011, p. 109). Mas o que é

uma imagem, no sentido comparatista? Segundo Pageaux, “toda imagem

procede de uma tomada de consciência, por mínima que seja, de um Eu em

relação a um Outro, de um aqui em relação a um alhures. Portanto, a imagem

é a expressão, literária ou não, de um distanciamento significativo entre duas

ordens de realidade cultural” (Ibid., p. 110); e ainda: “A imagem é uma espécie

de língua, de língua segunda para dizer o Outro e, consequentemente, para

dizer também um pouco de si, de sua cultura” (Ibid., p. 111). Eis o que

poderíamos chamar de construção recíproca da alteridade e da identidade, do

Outro e de Si, no discurso, pelo discurso: “Toda alteridade revela uma

identidade – e vice versa” (Ibid., p. 111). Isso claramente implica a substituição

da ideia habitual segundo a qual a língua funcionaria como um sistema de

etiquetas que se ajustam às coisas “no mundo” por uma concepção de

construção de objetos de discurso a partir de uma instabilidade categorial de

base; portanto, da ideia clássica de “referente” e de “referência” por aquela de

referenciação: “uma construção de objetos cognitivos e discursivos na

intersubjetividade das negociações, das modificações, das ratificações de

concepções individuais e públicas do mundo” (MONDADA & DUBOIS, 2003, p.

20). Interessamo-nos, aqui, portanto, pelas dinâmicas diversas de cocriação de

imagens do Outro e de Si nos discursos, mas também pelos “processos de

estabilização” (Ibid., p. 41-48) dessas imagens, no sentido da produção do que

poderíamos chamar, com Roland Barthes, de efeitos de real. E, mais além, no

sentido do que poderíamos chamar, com Michel Foucault, de efeitos de

verdade, isto é, dos mecanismos pelos quais nos julgamos aptos, numa dada

cultura, a separar o discurso verdadeiro do não-verdadeiro, por exemplo o

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ficcional: “não nos encontramos no verdadeiro senão obedecendo às regras de

uma ‘polícia’ discursiva que devemos reativar em cada um de nossos

discursos” (FOUCAULT, 1996, p. 35). Vislumbramos, aqui, ademais, o

programa do que Jacques Rancière denominou poética do saber: “estudo do

conjunto dos procedimentos literários pelos quais um discurso se subtrai à

literatura, se dá um estatuto de ciência e o significa”, interessando-se “pelas

regras segundo as quais um saber se escreve e se lê, se constitui como um

gênero de discurso específico” (RANCIÈRE, 1994, p. 15). Tomando como

inspiração um arco de estudos que vai do clássico Orientalismo (1978), de

Edward Said, até o recente O burguês: entre a história e a literatura (2013), de

Franco Moretti, passando por Os filhos de Caim (1989), de Bronislaw Geremek,

este simpósio se constituirá como um espaço de teorização e de análise, sob

variadas perspectivas, dos processos de construção de imagens (do Outro e de

Si) como objetos de discurso.

Palavras-chave: Alteridade, Identidade, Referenciação, Efeitos de real, Efeitos

de verdade

LITERATURAS E ESCRITAS DE SI: MOVIMENTOS DE RESISTÊNCIA

Gislene Alves da Silva (UNEB)

Juliane Costa Silva (UNEB)

Com base em Agamben (2009, p. 40), o qual amplia a noção de dispositivos de

Michael Foucault, os dispositivos podem ser "qualquer coisa que tenha de

algum modo à capacidade de capturar, orientar, determinar, interpretar,

modelar, controlar e assegurar os gestos, condutas, as opiniões e os discursos

dos seres viventes". Portanto, a vida humana pode estar sendo capturada por

diferentes dispositivos: a literatura, as redes sociais, a caneta, o computador,

celular etc. Então, como desarmar esses dispositivos que controlam o nosso

modo de dizer e ler o mundo e nossas experiências? A literatura tem aberto

espaço para outras discussões e fortalecido as possibilidades de inserção

social e política dos sujeitos, principalmente sobre a diversidade. A literatura

marginal permitiu os diferentes sujeitos falarem e serem ouvidos, reivindicou

lugares e questionou a cultura, a literatura e os discursos. Vivemos hoje o que

Arfuch (2012) define de guinada da subjetividade que faz emergir uma

multiplicidade de vozes silenciadas da sociedade, pois, ao mesmo tempo que,

vemos uma exposição do eu em uma sociedade midiática que tem dado ênfase

à espetacularização da intimidade, percebemos um movimento de

autoafirmação dos sujeitos, pois, estes agora falam com voz própria e

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convidam outros tantos sujeitos a ocupar esse espaço, espaço de fala que

empodera as margens. Esse simpósio convida a todos para pensar as

estratégias de desleituras, (de)formação da escrita desses sujeitos. Como

estes têm feito para publicar? Como tem sido a recepção desses textos

produzidos nas margens e para as margens? Pensarmos assim a relação

autor-leitor-obra produzidas por sujeitos socialmente excluídos. É preciso

pensar nessas alternativas de (de)formação da escrita, enquanto arma de

enfrentamento a uma determinação e imposição sociocultural. Pensarmos em

encontros que visa leituras desviantes, descolonizadoras, proposto no sentido

de fortalecer o debate, ambientes que mexam com as subjetividades dos

sujeitos, assim, refletimos sobre novos modos de olhar as experiências e

operar com a escrita do texto. Com base em Homi Bhabha (1995), não se trata

de buscar a substituição de um discurso hegemônico por um discurso

minoritário, mas de processos de hibridização, como “terceiro espaço”, que

possibilita o surgimento de outras posições. Neste sentido, busca-se refletir

acerca da força política dos estudos literários e suas interfaces identitárias pelo

viés da crítica da cultura. Pretende-se ainda fomentar um diálogo com os

pesquisadores acerca da diferença cultural, empoderamento, estratégias das

narrativas autobiográficas, as implicações das políticas culturais sobre olhares

diversos da mídia e da hipermídia.

Palavras-chave: Estudos literários, Cultura, Força política.

A FORMAÇÃO DO SUJEITO LEITOR ATRAVÉS DO TEXTO LITERÁRIO

INFANTIOJUVENIL

Vanderlândia Lima de Souza (UEFS)

Esta proposta é fruto de um projeto que surgiu através da observação de aulas

de leitura realizadas pela própria pesquisadora. Ela percebeu o baixo estímulo

e poder crítico de alunos frente aos trabalhos de compreensão leitora. No geral,

os alunos e alunas envolvidos na pesquisa apresentavam pouca disposição

para ler e praticamente não explanavam sua visão crítica frente ao que liam.

Outros ainda viam a leitura apenas como um processo de decodificação, o ato

de ler representava apenas decifrar os símbolos gráficos sem conduzir tal ato a

processos de questionamentos em torno do significado dos signos gráficos

decifrados. Por isso, foi desenvolvida uma sequencia de atividades envolvendo

o texto literário infantojuvenil com leitura, análise textual, problematização

referente a questões de identificação do sujeito e sua relação com o meio,

produção artística para reconto e socialização coletiva dos trabalhos. A

proposta de trabalho que visava, dentre outros objetivos, mapear as aulas de

leitura envolvendo o texto literário infantojuvenil para observar até que ponto

II COLÓQUIO DESLEITURAS EM SÉRIE

esse gênero contribui com a formação leitora do sujeito. Para coletar dados em

campo e investigar o fenômeno da leitura na formação do sujeito, fez-se um

estudo e uso da pesquisa qualitativa, porque ela atendia melhor às

expectativas de uma pesquisa social. Na investigação adotou-se a pesquisa

ação, isso porque o investigador pode, com este recurso, analisar a própria

prática através de uma série de atividades previamente programadas de

leituras. Desse modo, foram analisadas e discutidas, ao longo de seu

desenvolvimento, as possíveis contribuições da literatura infantojuvenil na

formação do sujeito leitor. Para tanto, foi de fundamental importância salientar

o posicionamento de teóricos como Abramovich (1989), Cavalcanti (2002),

Colomer (2003), Cunha (1991), Goldenberg (2005), Macedo (2000), Maria

(2002), Silva (1993), Zilberman (1998), que discutem e tratam deste gênero

literário. Segundo Cunha, em Literatura infantil: teoria e prática, “a obra literária

para crianças é essencialmente a mesma obra de arte para adulto. Difere esta

apenas na complexidade de concepção: a obra para crianças será mais

simples em seus recursos, mas não menos valiosa.” (CUNHA , 1991, p. 70).

Assim, esta literatura deverá ser tratada com o mesmo valor e respeito

atribuído a quaisquer outras artes literárias.

Palavras-chave: Palavras-chave: leitura; literatura; texto infanto-juvenil.

VIVÊNCIAS DE LEITURA NA ESCOLA E OUTROS ESPAÇOS

Gracielia Novaes da Penha (UNEB)

Compreende-se que a aquisição da leitura foi e é tradicionalmente

responsabilidade da Escola, por isso essa atividade há tempos deu ênfase na

decodificação do signo linguístico apenas, sem que houvesse abertura para

outras interações, seja com outras leituras, outras vivências. O que resultou na

análise estrutural distanciando o sujeito aprendente do mundo semântico e

polifônico dos textos, a leitura servia como pretexto para o estudo dos

elementos gramaticais da língua. Mas, a partir de estudos sobre outras práticas

de leitura (CHARTIER,2009) na escola e em outros contextos não formais, o

sentido de leitura se ampliou indo além da decifração do código, atrelou-se ai o

processo de significação e sentidos na leitura que se faz dos mais diferentes

textos (DIONÍSIO, MACHADO, BEZERRA, 2007). Tal ideia já foi preconizado

por Freire (1985) ao instigar que a leitura do mundo precede a leitura da

palavra. Desde então percebe-se que os professores começam a trabalhar a

leitura na escola com outra dinâmica, compreendendo a função da leitura em

suas diferentes modalidades, inclusive a leitura que não está na escola; a

leitura que serve para o simples deleite do leitor; e, também a que é crítica e

política. E ai se encontra a importância do desenvolvimento da leitura não

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exclusivamente como habilidade, mas sobretudo, como forma de compreensão

e posicionamento dos sujeitos frente a contemporaneidade e seus desafios.

Nesse interim, este simpósio tem a finalidade de instaurar um diálogo sobre as

vivências de leituras dos sujeitos aprendentes no espaço escolar e também em

outros, tendo como conectores o relato de práticas realizadas por professores

da educação básica, ensino superior, estudantes de licenciatura de Letras,

Inglês, e/ou outras línguas, e educadores não formais que realizem atividades

dessa natureza em contextos de formação.

Palavras-chave: Leitura, escola, aprendente, espaços não formais.

FORMAÇÃO DO(A) LEITOR(A) NA PERSPECTIVA DA DIVERSIDADE

CULTURAL

Denise Dias de Carvalho Sousa (UNEB)

O multiculturalismo aponta para o reconhecimento do diferente, o direito à

diferença, com base na diversidade de raças, gênero, origem social, padrões

culturais e linguísticos, colocando em questão o tratamento dado às múltiplas

identidades no âmbito educacional. Uma educação multicultural, preconizada

pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação e pelos Parâmetros Curriculares

Nacionais tende a ser tratada nas salas de aula com significações que

acentuam e atualizam a formação e a prática docente. Rever a essencialização

das identidades nos discursos curriculares e nas práticas discursivas,

entendendo-as como construções sempre provisórias e inacabadas, torna-se

latente numa visão pós-moderna. Os trabalhos de Hall (2003), Bourdieu

(1996;2011), Bonnici (2007), Sodré (1978); Mclaren(1997;2000) e Candau

(2008) convergem quanto à resistência da homogeneidade cultural,

possibilitando repensar as práticas excludentes no contexto escolar. É a partir

da necessidade de compreender as ações da escola nessa conjuntura que

surge este Simpósio Temático, ação do grupo de pesquisa Linguagem,

Estudos Culturais e Formação do(a) Leitor(a) - LEFOR, com o objetivo de

construir um espaço de reflexão e debate em torno da formação do(a) leitor(a)

na perspectiva de valorização da diversidade cultural na escola, questionando

a construção das diferenças e, por conseguinte, os estereótipos e

preconceitos contra aqueles percebidos como “diferentes” nos seguintes

campos de investigação: leitura literária (de massa, de cordel, africana, afro-

brasileira, indígena), relações de gênero e cultura popular. Para tanto,

pretende-se reunir estudantes, professores e pesquisadores por meio de

apresentação oral de comunicações científicas e/ou de relatos de experiências,

com ênfase em atividades didático-pedagógicas e/ou em práticas não formais.

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Palavras-chave: multiculturalismo, escola, formação do(a) leitor(a).

TRADUZIR, RESSIGNIFICAR, (TRANS)CRIAR: ANALISANDO OS

PROCESSOS DE REESCRITA INTERSEMIÓTICA

Fernanda Suely Muller (UFC- Universidade Federal do Ceará)

Sabemos que os processos de (des)leituras de uma obra literária são

numerosos e nem sempre uniformes. Tendo como ponto de partida

especialmente as contibuições de Lefevere (1992), Plaza (2001) e Cattryse

(2014), neste espaço pretendemos discutir alguns dos procedimentos técnicos

e teóricos de tradução de re-leituras de obras literárias em seus mais variados

suportes. Este simpósio propõe, portanto, trabalhos que abordem as múltiplas

possibilidades de “tradução” e transcriação de um texto literário para outro

suporte afim, sendo bem-vindas contribuições acerca de: tradução e

compreensão intercultural; adaptações fílmicas de obras literárias; tradução e

legendagem; cotejo de traduções de um mesmo objeto; tradução/adaptação de

músicas em imagens e vice-versa e tradução/adaptação de obras literárias

dentro de uma mesma língua, como leitura “facilitada para estrangeiros”, por

exemplo.

Palavras-chave: adaptação, tradução, releituras, lit. comparada.

MULTIPLICIDADES DE VOZES NA PRODUÇÃO DE ARTES

Jancleide Góes (UFBA)

Luciany Aparecida Alves Santos (UNEB)

Este simpósio se dispõe a pensar multiplicidades de vozes na produção de

artes: música, literatura, performance, cinema e vídeos. Sobretudo, as

multiplicidades que acionam escrevivências e letramentos de reexistência para

elaborar escritas e leituras de sis. Numa ação de vida, desde a música, a

literatura e a performance, essas artes são criadas a partir do ato de ler/desler

experimentações próximas de seu próprio corpo. Ou seja, falamos de

produções artísticas que articulam os letramentos e leituras autocríticas, para

compreensão sociopolítica e estética de si. Para Conceição Evaristo (2016), a

escrevivência, termo cunhado pela autora, é uma escrita elaborada a partir de

experimentações particulares de uma pessoa, em um exercício de ir

lendo/deslendo, numa atuação contínua, a própria vida. Preconiza Souza

(2012), desde o conceito de letramentos de reexistência, a necessidade de

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resistir e existir, segundo uma relação entre conhecimentos formais e

experiências pessoais, para entender-se parte de uma conjuntura político-

social. Foucault (1997) pensa a individualidade política do sujeito e o seu lidar

com ela uma técnica de si. E Freitas (2016) destaca os letramentos negros

como lugar de fuga das relações institucionais que tendem controlar os sujeitos

para enquadrá-los em sistemas que barram o corpo e seus experimentos de

vida. Este simpósio receberá propostas que considerem a multiplicidade de

vozes daqueles que se predispõem a produzir arte como exercício de vida,

integrando conhecimentos e saberes que transitam nos variados espaços

socioculturais. O aporte teórico para esses debates são diálogos encontrados

em AGAMBEN, Giorgio. O que é o contemporâneo? E outros ensaios.

Tradução de Vinícius Nicastro Honesko. Chapecó: Argos, 2009. BUTLER,

Judith. Relatar a si mesmo: crítica da violência ética. Trad. Rogério Bettoni.

Belo Horizonte: Autêntica, 2015. Corpos indóceis e mentes livres, livros de

artista (2013/2015), vídeo-poema (2015). CARRASCOSA, Denise. Pós-

colonialidade, pós-escravismo, bioficção e con(tra)temporaneidade. In: Estudos

de literatura brasileira contemporânea, n. 44, p. 105-124, jul./dez. 2014.

CARRASCOSA, Denise. Técnicas e políticas de si nas margens, seus

monstros e heróis, seus corpos e declarações de amor: literatura e prisão no

Brasil pós-Carandiru. Curitiba: Appris, 2015. FOUCAULT, Michel. Resumo dos

Cursos do Collège de France (1970-1982). Trad. Andréa Daher. Rio de Janeiro:

Jorge Zahar, 1997. NUNES, Kamilla. Espaços autônomos de arte

contemporânea. Rio de Janeiro: Editora Circuito, 2013. SOUZA, Ana Lúcia

Silva. Letramentos de reexistência. São Paulo. Parabola. 2012. FREITAS,

Henrique. O Arco e a Arkhé. Salvador: Ogum’s Toques. 2016.

Palavras-chave: letramentos, textos literários, escrevivência.

IMAGENS, MÍDIAS E OLHARES

II COLÓQUIO DESLEITURAS EM SÉRIE

Valter Gomes Santos Oliveira (UFBA)

Joelma Ferreira dos Santos (UAM - Universidade Autônoma de Madri).

As imagens vagueiam criativamente pelo mundo tendo como aportediversas

mídias, a exemplo da pintura, charge, fotografia, cinema, televisão, etc.Embora

possam ter o olhardo(a) autor(a) como ferramenta inicial, as imagens também

são (re)significadas por outros múltiplos olhares receptores. Há uma relação

intrínseca entre imagens, mídias e olhares, estes como filtros culturais que dão

sentido ao mundo. De algumas décadas para cá, temos assistido ao

crescimento do número de pesquisadores(as) e pensadores(as) que interagem

com as imagens e suas materialidades em várias áreas de conhecimento. A

proposta deste simpósio temático é promover o encontro e o diálogo de

pesquisadores (as)que têm as imagens como objeto ou fonte de estudos, e

suas relações com as mesmas.

Palavras-chave: Imagem, Mídia, Olhar.

DESLOCAMENTOS E TRAVESSIAS: DAS DESLEITURAS LITERÁRIAS

Mauren Pavão Przybylski (PNPD/Capes – Pós-Crítica/UNEB)

José Ricardo da Hora Vidal ( SEC-BA/ Pós-Crítica/UNEB)

A contemporaneidade clama por deslocamentos que dão lugar a novas

travessias; abrir-se a um pensamento “indisciplinado”, desvincular-se dos

fundamentos genuínos dos conceitos ocidentais e da acumulação do

conhecimento – tomando como base a desobediência epistêmica (Mignolo,

2008). Considerando que nossa sociedade ainda é regida, nas mais diversas

esferas, a partir de uma perspectiva eurocêntrica, o que denota a colonialidade

do poder (Quijano, 2005) e compreendendo a necessidade de se percorrer

travessias que nos levem a um pensamento e prática transdisciplinares, o

presente simpósio tem como objetivo fomentar uma discussão acerca da

necessidade de se descolonizar saberes, ideias, perspectivas, voltando o olhar

para trabalhos que estejam na contramão do pensamento colonial, ou seja, que

façam a opção descolonial, que apostem não só em narradores tradicionais,

mas também em novos narradores que possuem uma vasta produção narrativa

e não estejam necessariamente na academia, voltando o olhar para produções

acadêmicas e não acadêmicas – destacando que essas ultimas podem intervir

no meio e persistem como uma necessidade estética por parte daqueles que

as transmitem (Przybylski, 2014). Serão bem-vindos, nesse sentido, textos que

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tomem como ponto de partida de suas reflexões uma perspectiva de desleitura

das diferentes periferias literárias: as intermidialidades, sexualidades, raça, cor,

gênero, etc.

Palavras-chave: Deslocamentos. Travessia. Periferia. Opção descolonial.