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SÍMDROME METABÓLICA EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES:

ASPECTOS CLÍNICOS E TERAPEUTICOS

POSICIONAMENTO OFICIAL DA SBD/JAN2009

Ana Flávia Alves de O. e Oliveira

Elisa Conci de Souza Gomes

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Definições e aspectos clínicos

Acompanhando o cenário do aumento da prevalência de obesidade e de suas comorbidades, a obesidade igualmente cresceu entre crianças e adolescentes

De acordo com dados epidemiológicos norte-americanos, a prevalência de crianças obesas dobrou entre 1976-1980 e 1999-2002. A farta disponibilidade de alimentos com alto teor calórico associada ao sedentarismo são algumas das causas desse aumento.

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Definições e aspectos clínicos

Com o crescimento da obesidade infantil, as complicações associadas tornam-se mais comuns e mais facilmente identificadas. Assim como no adulto, leva ao aparecimento de doenças que levam a uma elevação do risco de eventos cardiovasculares, contrastando com um conceito relativamente novo de prevenção primordial.

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Definições e aspectos clínicos

Prevenção primordial É um conjunto de medidas e ações dirigidas a

pessoas sem fatores de risco ou doença CV, que inibem a emergência e o estabelecimento de condições sociais e comportamentais e de padrões culturais de vida que sabidamente aumentam o risco de doença.

Inclui a prevenção dos fatores de risco propriamente ditos, desde a promoção de mudanças nas condições ambientais nas quais esses fatores são observados e se desenvolvem

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Definições e aspectos clínicos

É nesse contexto que se insere de forma oposta a SM, cada vez mais comum em crianças e adolescentes

O uso de classificações de SM elaborada para adultos em crianças e adolescentes leva a resultados conflitantes.

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Com os mesmos pontos de corte usados em adultos para fatores de risco, com exceção da obesidade, a prevalência encontrada foi de 4,2% usando-se a definição da OMS e 8,4% usando a do NCEP

A prevalência encontrada foi bem menor do que em adultos (24%). A provável justificativa seria uma prevalência menor de obesidade em adolescente e a um menor tempo de exposição à obesidade

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Foram propostas algumas modificações dos critérios para adultos no intuito de se identificar crianças e adolescentes com SM

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Definições e aspectos clínicos

Em 2003 Cook e colaboradores, utilizando dados do Third National Health and Nutition Examination Survery e aplicando critérios da NCEP/ATP-III com modificações, realizaram estudos analisando a SM em adolescentes de 12 a 19 anos.

Os resultados mostraram uma prevalência de 4,2% de SM e quando estratificado pelo IMC 28,7% dos adolescentes obesos (IMC≥ percentil 95 para idade e sexo) preencheram os critérios para SM

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Em 2004 Ferranti e colaboradores também empregaram os critérios definidos pelo NCEP/ATP-III com modificações em adolescentes de 12 a 19 anos, encontrando uma prevalência de SM de 9,2% na amostra total e de 31,2% nos adolescentes com IMC ≥ percentil 85 para idade e sexo

Essa prevalência maior deve-se ao uso de pontos de corte inferiores em relação à circunferencia abdominal e ao perfil lipídico

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Um outro estudo avaliou 429 crianças e adolescentes de 4 a 20 anos obesos, definidas por IMC ≥ percentil 95, encontrando uma prevalência de 38,7% no grupo definido como obesos moderados e 49,7% no grupo defino como obeso grave

A obesidade foi avaliada através do IMC que, segundo o autor, está menos dependente de variações decorrentes da puberdade ou etinia e tem boa correlação com adiposidade visceral, PA e perfil lipídico

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Definições e aspectos clínicos

Recentemente, a IDF desenvolveu uma nova definição de SM para crianças. Esta nova definição foi dividida em grupos de acordo com a idade pelo fato de haver diferenças de desenvolvimento entre crianças e adolescentes

Foram considerados 3 grupos: de 6 a 10 anos, de 10 a 16 anos e mais que 16 anos

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Com exceção da medida de circunferência abdominal, os pontos de corte foram estabelecidos através de valores fixos, indo contra a tendência das outras classificações

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Definições e aspectos clínicos

A despeito de parecer mais apropriado, um dos problemas do uso de percentil para idade e sexo nos critérios de SM é o ajuste do valor de corte de transição para fase adulta

Enquanto na criança é utilizado o ponto de corte do percentil 90 para a circunferência abdominal, no adulto o valor fixo (102 para homens e 88 para mulheres) representa um percentil situado entre 75 e 90 para homens e 75 para mulheres.

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Definições e aspectos clínicos

Assim um indivíduo de 18 anos e classificado como tendo obesidade central na definição de adultos e como não tendo na classificação de crianças e adolescentes

Discussões se aplicam a quais critérios utilizar e como aferí-los, principalmente em relação à medida da circunferência abdominal

Desse modo é crucial e importante a normatização de uma medida no intuito de não haver discordância de resultados

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Aspectos Terapêuticos

Mudança no estilo de vida

Tratamento farmacológico

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Mudança no estilo de vida: Objetivos:

Lentificação do ganho de peso Redução do IMC em 1 a 2 Kg/m2

Medidas: Mudanças na dieta Atividade física

Aspectos Terapêuticos

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Aspectos TerapêuticosMudança no estilo de vida:

Mudanças na dieta: Eliminar bebidas

adoçadas Leite desnatado ou

semidesnatado Restringir calorias –

balanço energético levemente negativo

Incentivar o consumo de verduras, legumes, frutas, grãos integrais carnes magras, peixes.

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Aspectos Terapêuticos

Mudança no estilo de vida: Atividade física:

Exercícios que divirtam; Grandes grupos

musculares – aumentar gasto;

Aumentar a frequência,intensidade e duração;

Restrição ao comportamento sedentário.

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Tratamento farmacológico:

Deve-se considerar acrescentar um agente farmacológico se os objetivos clínicos não forem atingidos;

O uso precoce pode,em teoria, prevenir a progressão para obesidade grave e complicações metabólicas e por outro lado, o início muito tardio no curso da obesidade assume o risco de um descontrole exagerado no ganho de peso e nas morbidades em longo prazo.

Aspectos Terapêuticos

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Tratamento farmacológico:

A maior parte dos especialistas concorda que crianças e adolescentes com SM, disglicemia, dislipidemia, esteatose hepática e disfunção menstrual grave deve ser tratada farmacologicamente, principalmente se presente história familiar de DM2.

Aspectos Terapêuticos

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Tratamento farmacológico:

Obesidade: elemento central da SM (IDF)

Sibutramina: ↑ ação serotoninérgica e noradrenérgica (↑ saciedade e

gasto energético). Estudos demostraram perda de peso significativa, boa

tolerabilidade e redução da PA. Boa parte dos pacientes necessitou ajustes na dosagem devido a ↑ PA. Melhora do perfil lipídico e glicêmico foram observados.

Efeitos adversos: taquicardia, boca seca, hipertensão, tontura, constipação e insônia.

Aspectos Terapêuticos

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Tratamento farmacológico: Obesidade: elemento central da SM (IDF)

Orlistate: Ação no intestino: reduz absorção de triglicérides. Estudos demonstram tolerabilidade, capacidade de

adaptação dos alimentos para minimizar os efeitos adversos gastrointestinais, perda de peso com efeitos benéficos em lípides, resistência à insulina e enzimas hepáticas, ausência de prejuízo no crescimento, maior motivação em perder peso e melhora da auto-estima.

Efeito colateral: esteatorréia.

Aspectos Terapêuticos

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Aspectos Terapêuticos

Tratamento farmacológico:

Obesidade: elemento central da SM (IDF)

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Tratamento farmacológico:

Hipertensão arterial:

Deve-se reduzir pressão sistólica e diastólica abaixo do percentil 90 através de TTO não farmacológico e abaixo do percentil 95 justificando-se o uso de medicações, sendo as doses ajustadas de acordo com a faixa etária.

Aspectos Terapêuticos

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FIM