Simbolos em semiótica

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REALIZAÇÃO DE PROJECTO EM SEMIÓTICA A definição de signo por Santo Agostinho, a primeira da civilização ocidental, fazia alusão ao carácter triádico dos estóicos, uma vez que faz referência à mente do intérprete como um terceiro componente da semiose: algo que está por algo (“aliquid stat pro aliquo”) a algum respeito ou qualidade. Este campo é vasto e muitos foram aqueles que tentaram efectuar uma classificação sígnica abrangente, no entanto não é um assunto fácil de resolver dada a polissemia do termo e a sua multiplicidade. Uma das mais conhecidas e completas classificações foi criada por Charles Sanders Peirce que seguiu dez princípios básicos de taxinomia para dividir exaustivamente os signos. Sendo a sua classificação demasiada exaustiva, devem ser apontados os mais importantes, aqueles com que mais frequentemente nos deparamos quotidianamente: sinais, sintomas, ícones, índices, símbolos e nomes. Neste trabalho irei dar exemplos com o recurso a imagens e a devida explicação de um de cada um destes tipos de signos e uma imagem que contenha simultaneamente índice, ícone e símbolo. Grupo I 1. Sinais Neste caso concreto o sinal significa que tem ordem para descolar o avião a partir desse momento. É um significado convencional.

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Trabalho básico sobre os símbolos e as representações icónicas que podem ser estabelecidas. Um pequeno paper para a disciplina de Semiótica da UBI.

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REALIZAÇÃO DE PROJECTO EM SEMIÓTICA

A definição de signo por Santo Agostinho, a primeira da civilização ocidental,

fazia alusão ao carácter triádico dos estóicos, uma vez que faz referência à mente do

intérprete como um terceiro componente da semiose: algo que está por algo (“aliquid

stat pro aliquo”) a algum respeito ou qualidade.

Este campo é vasto e muitos foram aqueles que tentaram efectuar uma

classificação sígnica abrangente, no entanto não é um assunto fácil de resolver dada a

polissemia do termo e a sua multiplicidade. Uma das mais conhecidas e completas

classificações foi criada por Charles Sanders Peirce que seguiu dez princípios básicos

de taxinomia para dividir exaustivamente os signos. Sendo a sua classificação

demasiada exaustiva, devem ser apontados os mais importantes, aqueles com que

mais frequentemente nos deparamos quotidianamente: sinais, sintomas, ícones,

índices, símbolos e nomes.

Neste trabalho irei dar exemplos com o recurso a imagens e a devida

explicação de um de cada um destes tipos de signos e uma imagem que contenha

simultaneamente índice, ícone e símbolo.

Grupo I 1. Sinais

Neste caso concreto o sinal significa que tem ordem para descolar o avião a partir desse momento. É um significado convencional.

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2. Sintomas Tsunami: quando o mar recua da costa, expondo parte do leito marinho, formando uma inclinação rasa recuada de até 800 m (ou mais) é um sintoma de que vai acontecer um tsunami. A associação ao significado é feita por um laço natural (movimento da água em direcção ao mar - contrário à acção normal).

3. Ícones A foto assemelha-se a algo, neste caso, àquilo que representa, os três homens a fazer a pirâmide humana. Qualquer outra foto podia ser ícone, na medida em que é topologicamente semelhante ao fotografado.

4. Índices Quando dizemos “este aqui” isso é um deíctico e a

palavra tem um significante contíguo ao significado. São também (deícticos) um importante tipo de índices.

5. Símbolos O anel de noivado é um símbolo, na medida em que significa o amor de um casal, uma palavra/ sentimento que se relacional convencionalmente com a coisa representada.

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Grupo II

Este é um caso em que o mesmo signo pode ser simultaneamente um índice, um ícone ou um símbolo. Assim, é: Índice → na medida em é um índice de chuva próxima, está “ligado factualmente” (Pierce). Ícone → a própria foto, assemelha-se topologicamente ao que representa, é um elemento icónico do céu enublado. Símbolo → porque a nível popular diz-se que Deus está insatisfeito com as acções humanas, uma punição que se abate sobre os culpados.

Trabalho realizado por Mário Matos para a cadeira de semiótica do primeiro ano do Curso de

Ciências de Comunicação da U.B.I. (2006)