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Cerimônia de entrega do Prêmio Jabuti é amanhã

Uma das mais importantes premiações brasileiras, o Prêmio Jabuti, que neste ano

chega à sua 57ª edição, terá cerimônia de entrega amanhã, a partir das 19h30, no

Auditório do Ibirapuera, em São Paulo. Serão revelados os autores vencedores de livro

ficção e não ficção. Neste ano, o tradicional prêmio do livro, que foi criado em 1958,

contempla 27 categorias, entre elas estão biografia, capa, contos e crônicas e projeto

gráfico. São três vencedores para cada uma delas.

No quesito reportagem e documentário, quem leva a melhor é A Casa da Vovó – Uma

Biografia do Doi – Codi (1969-1991), o Centro de Sequestro, Tortura e Morte da

Ditadura Militar, título assinado por Marcelo Godoy e que saiu pela Alameda Casa

Editorial.

Cerimônia do 57º Prêmio Jabuti</CF> – Literatura. Amanhã, a partir das 19h30. No

Auditório Ibirapuera – Av. Pedro Álvares Cabral – Parque Ibirapuera. Portão 2. São

Paulo. Tel.: 3717-0735. Grátis (sujeito a disponibilidade de lugares).

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Conheça alunos de escola pública campeões de olimpíada de astronomia

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Mudanças climáticas devem levar a nova crise de refugiados, diz Obama

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse nesta terça-feira (1º) que o

mundo passará por uma nova crise de refugiados caso os países não se comprometam

com uma ação ambiciosa para evitar as mudanças climáticas. "Se deixarmos o mundo

continuar aquecendo rapidamente como está, então teremos que dedicar mais e mais

dos nossos recursos para se adaptar às várias consequências das mudanças climáticas.

Este é um imperativo econômico e de segurança que temos que enfrentar agora."

Em encontro paralelo à Conferência do Clima de Paris (COP21), Obama recebeu

dirigentes de países insulares, como os caribenhos Santa Lúcia e Barbados, Papua Nova

Guiné, Kiribati e Ilhas Marshall, na Oceania. Ele os citou como exemplos de áreas

destruídas com as mudanças climáticas. "Estes não são os países mais populosos ou

influentes, mas suas populações estão entre as mais vulneráveis à devastação", disse o

americano.

O mandatário disse entender a beleza e a fragilidade da vida nestas ilhas por ser um

"garoto insulano" -o presidente americano nasceu no Havaí. E pediu um financiamento

global a estes países para que se adaptem às mudanças. Obama defendeu ainda que o

acordo final da COP21 tenha poder de responsabilizar localmente os dirigentes que

não cumpram as metas de redução de emissões de gases do efeito estufa.

Embora tenha defendido uma punição aos governantes que violarem os objetivos de

redução internamente, ele disse que as metas de emissões estabelecidas para cada

país não devem ter a força dos tratados. Por outro lado, afirmou que um acordo global

deve ter cláusulas transparentes e revisões periódicas dos objetivos da redução de

gases poluentes. Ele fazia referência aos cinco anos sugeridos pelos negociadores para

revisão. A frase sobre a responsabilização legal é uma referência aos republicanos, que

já disseram que vão barrar a aprovação do acordo climático no Congresso. Alas mais

radicais do partido não acreditam no aquecimento global.

Eletricidade

Nesta terça, a França prometeu investir 8 bilhões de euros (R$ 32 bilhões) nos

próximos cinco anos em energia renovável na África, a fim de aumentar a parcela da

população com acesso à eletricidade. Em encontro com líderes de 12 países, o

presidente François Hollande comenta sobre mudanças, como erosão costeira,

desertos e seca. "O mundo, em particular o desenvolvido, deve ao continente africano

na questão ambiental."

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Enquanto isso, líderes mundiais, especialmente sul-americanos, defenderam a

preservação das florestas e criticaram a redução dos parques nacionais. As reservas

absorvem boa parte das emissões de combustíveis fósseis do mundo.

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Grupo usa humor para alertar sobre mudanças climáticas

Maria Júlia Coutinho acompanha a Conferência do Clima em Paris. Encontro reúne

representantes de cerca 200 países para discutir o clima

Assista, aqui.

A Maria Júlia Coutinho acompanha a Conferência do Clima em Paris. Ela encontrou um

grupo de jovens brasileiros que desde 2013 faz piada com a mudança climática.

"Aqui na França é difícil tomar banho por causa do frio, mas no Brasil tem uma galera

que não está se ligando que está difícil tomar banho porque está acabando a água", diz

o ativista do Clímax Brasil Luciano Frontelle.

O grupo usa o humor pra falar de um assunto bem sério. Veja só a relação da Floresta

Amazônica com a água que sai da torneira da sua casa.

“Grande parte das chuvas que caem, por exemplo, no Brasil, no Sul e no Sudeste vem

de regiões como a Amazônia, que funciona como verdadeiras bombas d’água,

mandam essas chuvas pra regiões produtoras de alimentos, pra região que produzem,

por exemplo, energia através das hidrelétricas, onde estão os reservatórios que fazem

a água chegar nas nossas torneiras. A floresta está presente no dia a dia das pessoas. A

gente tem que zerar o desmatamento, eliminar ele. Podemos fazer isso, temos

tecnologia, e áreas abertas já suficientes pra expandir a agricultura, desenvolver o país

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sem precisar desmatar mais nenhum palmo de floresta”, comenta Marcio Astrini,

coordenador de políticas públicas do Greenpeace.

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Início da COP21: colchões infláveis, furtos de garrafinhas e o fóssil do dia

VAI QUE...

A África do Sul comprou colchões infláveis para mobiliar a sala de sua delegação no

pavilhão da COP21. Os africanos estão prevendo várias madrugadas de negociações

intensas na semana que vem.

NOBREZA

O evento sobre florestas do qual participaram o príncipe Charles e o rei Gustavo, da

Suécia, na manhã de terça-feira, teve uma cena inusitada: no painel da Indonésia, o

moderador e os panelistas começaram a brigar, e o próprio moderador surpreendeu

ao responder, ele mesmo, a uma das perguntas da plateia. “Esta pergunta é para o

governo, mas eu vou responder como cidadão”.

A COBIÇADA

O objeto do desejo da COP21 é a Gobi, uma garrafa d’água estilosa que os delegados

recebem de brinde num “pacote de boas-vindas” da conferência. Gobis sem nome na

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etiqueta são surrupiadas impiedosamente – para desgosto profundo dos proprietários,

já que ninguém tem direito a uma segunda.

FÓSSIL DO DIA

O primeiro Fóssil do Dia de Paris, o antiprêmio concedido pelas ONGs a quem mais

atrapalha as negociações, foi dado à Nova Zelândia e à Bélgica na segunda-feira. A

Nova Zelândia recebeu o troféu por declarar que lidera a reforma dos subsídios aos

combustíveis fósseis e ao mesmo tempo aumentar o financiamento à produção de

combustíveis. A Bélgica, entre outras coisas, porque seu ministro do Meio Ambiente

perdeu o trem para a abertura da COP por estar ocupado reativando usinas nucleares.

RAIO DO DIA

Um raro prêmio de incentivo dado pela Climate Action Network, uma coalizão de 950

entidades, foi concedido nesta terça-feira. O Raio do Dia foi para o grupo de 43 países

do Fórum das Nações Vulneráveis, cujos líderes anunciaram um compromisso de

descarbonizar suas economias em 2050 – e, desta forma, tentar evitar um

aquecimento global de mais de 1,5ºC neste século.

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Apenas 10% da população gera metade do CO2 mundial

Uma parcela de 10% da população, de maior poder aquisitivo, responde por 50% das

emissões de combustíveis fósseis que provocam o aquecimento global, enquanto a

metade mais pobre contribui com apenas 10%, revela nesta quarta-feira (2) a Oxfam,

organização que combate a pobreza.

A discussão sobre como compartilhar a responsabilidade da redução das emissões de

gases do efeito estufa e a forma de ajudar os países mais vulneráveis à mudança

climática estão entre os temas mais polêmicos das negociações sobre o clima

promovidas pelas Nações Unidas.

“Os ricos e maiores emissores devem se responsabilizar por suas emissões, não

importa onde vivam, mas se esquece com facilidade que as economias em rápido

desenvolvimento são também o lugar da maioria das pessoas mais pobres do mundo

e, ao mesmo tempo, têm de assumir sua parte equitativa”, destacou Tim Gore,

responsável por política climática na Oxfam, para quem “os países ricos devem dar o

exemplo”.

O relatório destaca que uma pessoa entre o 1% mais rico utiliza 175 vezes mais

carbono em média do que uma entre os 10% mais pobres.

Os países ricos e em desenvolvimento continuam muito divididos sobre a questão da

“diferenciação”, ou seja, de como dividir a responsabilidade da redução das emissões

de gases do efeito estufa procedentes da queima de carvão, petróleo e gás.

Os países em desenvolvimento defendem que os países ocidentais, que têm poluído

durante muito mais tempo, devem assumir um compromisso maior para reduzir a

emissão de gases causadores do efeito estufa.

Também pedem garantias de financiamento para ajudá-los na transição até energias

renováveis menos poluentes, no reforço da defesa contra os impactos da mudança

climática – aumento do nível do mar, secas e tempestades – e na cobertura de danos

inevitáveis.

“Esperamos que os países desenvolvidos assumam objetivos ambiciosos e os persigam

sinceramente. Não é apenas uma questão de responsabilidade histórica, eles contam

também com mais espaço para cortar”, disse o primeiro-ministro indiano, Narendra

Modi, durante a abertura da conferência do clima em Paris.

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Muitos países ricos, liderados pelos Estados Unidos, rejeitam a ideia de uma

abordagem “diferenciada”, com obrigações impostas a um grupo de países, mas não

aos demais.

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Brasil vê ‘vontade política’ dos EUA em aceitar acordo do clima

obrigatório

Em sua primeira entrevista coletiva na COP21, a Conferência do Clima da ONU, em

Paris, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, elogiou o presidente dos EUA. Ela

disse nesta terça-feira (1) ter visto um sinal de boa vontade de Barack Obama ao

declarar que o próximo acordo para redução de gases do efeito estufa devera ter

mecanismos de cumprimento obrigatório.

O americano afirmou na tarde desta terça-feira (1) em Paris que deseja ver um acordo

que tenha um dispositivo “legalmente vinculante” – transformado em lei dentro de

cada país – para redução de gases de efeito estufa. A afirmação sinaliza uma mudança

de discurso dos Estados Unidos, que até a semana passada não falava em força legal

para o tratado.

“É uma sinalização clara da vontade politica do governo Obama de ter um acordo em

Paris”, disse Izabela. “Ele indica um caminho que é distinto daquele que estava aqui

quando chegamos [à COP21] , quando os Estados Unidos teriam uma posição contrária

a qualquer instrumento de decisão de Paris que fosse legalmente vinculante.”

A eventual transformação de um acordo internacional em lei é um formato que

Obama vinha procurando evitar, porque a maioria republicana no Congresso dos EUA

provavelmente se recusaria a endossá-lo.

‘Contra faroeste’ – Izabella, porém, vê a força de lei como necessária. “Somos contra o

‘faroeste do carbono’, onde cada um faz o que quer”, disse, defendendo em Paris

posição alinhada à da União Europeia, para quem o acordo deve ter vínculo legal.

A declaração de Obama, porém, deixou em aberto sobre se a força de lei no acordo a

ser assinado em Paris será para o cumprimento de metas de corte de emissões

propostas por cada país ou apenas para o monitoramento das emissões. A diplomacia

americana aventou nos últimos dias a ideia de um acordo “híbrido”, no qual alguns

dispositivos teriam força legal e outros não.

Izabella, no entanto, deu a entender que o Brasil não aceitaria um acordo no qual

países não sejam obrigados a cumprir as metas que eles mesmos se propuseram a

implementar como preparação para a COP21. Os EUA, agora, se propõem a cortar suas

emissões em até 28% até 2025, em relação aos níveis de 2025.

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“O Brasil não aceita ‘backsliding’ [retrocesso]“, afirmou Izabella. “Queremos que

avance. Não estamos querendo colocar uma meta para depois um dizer que não vai

cumprir meta.”

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Acordo deve ser ‘socialmente vinculante’

O acordo do clima de Paris não deverá ter peso de lei como se espera, mas as metas

anunciadas publicamente pelos países trazem um outro tipo de peso: elas são

“socialmente vinculantes”, nas palavras do ex-presidente do México, Felipe Calderón.

Em 2010, como organizador da conferência de Cancún, o então presidente mexicano

foi um dos grandes responsáveis por recolher os destroços da negociação

internacional de clima, danificada após Copenhague, e restabelecer a confiança entre

os países. Depois disso, tornou-se um dos organizadores do relatório anual Nova

Economia do Clima, que mostra oportunidades econômicas no combate à mudança

climática.

Segundo ele, mesmo que não haja como forçar os países a cumprir seus planos

climáticos nacionais, as chamadas INDCs, o fato de esses países terem assumido suas

metas como compromisso público vincula seu cumprimento à cobrança da sociedade.

“O acordo terá de se construir sobre a credibilidade dos países e sobre o prestígio ou o

desprestígio que eles vão querer enfrentar no futuro”, afirmou ao Observatório do

Clima.

A discussão sobre a forma legal do acordo do clima voltou com força total na COP21.

Na abertura da conferência, na segunda-feira, vários chefes de Estado pediram que

Paris firmasse um acordo “legalmente vinculante”, ou seja, com peso de lei

internacional. É uma forma de pressionar os Estados Unidos, cuja oposição sistemática

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a esse tipo de resultado vitimou o Protocolo de Kyoto e o Acordo de Copenhague, e

poderia vitimar o Acordo de Paris.

Os EUA têm dado sinais contraditórios a esse respeito. Poucas semanas antes da

COP21, o secretário de Estado americano, John Kerry, disse que Paris não produziria

“um tratado”, o que foi interpretado como oposição a qualquer resultado com algum

peso legal.

Nesta terça-feira, o presidente Barack Obama causou reboliço em Paris ao declarar,

durante uma entrevista, que o acordo deve incluir um mecanismo de transparência

comum, em que seja possível verificar as metas colocadas pelos países para o acordo

do clima, e que esse mecanismo deveria ser “legalmente vinculante”.

“É uma sinalização clara da vontade política dos Estados Unidos de avançar nas

negociações”, animou-se a ministra do Meio Ambiente do Brasil, Izabella Teixeira.

“Mas também não quer dizer que isso é a solução de Paris”.

Tanto Obama quanto Kerry, na verdade, só reafirmaram uma posição antiga e

conhecida dos Estados Unidos: o país não vai assinar nenhum novo compromisso

internacional que dependa de aprovação do Congresso. Ao mesmo tempo, está aberto

a um acordo que inclua uma revisão periódica agregada de todas as INDCs – sem

apontar o dedo para países individuais, nem fazer auditorias internacionais no

cumprimento das metas de cada um – e uma apresentação obrigatória também

periódica desses compromissos, que hoje os países são apenas convidados a

apresentar.

Ou seja, depois de Paris, as INDCs perderiam o “i” de “intended” (“pretendidas”) e

passariam a ser apenas contribuições nacionalmente determinadas. Paris produziria,

assim, um sistema misto, parte voluntário, parte obrigatório.

Dentes

Os EUA dependem do Senado para ratificar qualquer tratado internacional, e o Senado

americano tem histórico de não fazê-lo. Antes mesmo de George W. Bush abandonar o

Protocolo de Kyoto, em 2001, os senadores já o haviam rejeitado, por unanimidade.

Acontece que um acordo do clima efetivo precisa ter “dentes”, ou seja, precisa forçar

os países de alguma forma a seu cumprimento. Do contrário, cada um faz o que quer e

o planeta torra.

Uma saída para a sinuca começou em 2011, na própria criação do processo que

fechará Acordo de Paris. Em vez de dizer que a COP21 produziria um protocolo, o texto

incorporou uma frase do então negociador-chefe do Brasil, Luiz Figueiredo, que falava

em “desenvolver” um protocolo, outro instrumento legal ou um resultado acordado

com força legal.

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A última parte dessa frase deixa uma brecha aberta para que o novo acordo tenha

força de lei, já que ele será celebrado sob a Convenção do Clima da ONU, um tratado

legalmente vinculante que foi ratificado pelos EUA.

Outro passo foi a definição das metas. Em vez de serem impostas de cima para baixo a

todos os países, elas são nacionalmente determinadas. A INDC americana foi montada

pelo presidente Barack Obama de modo a poder ser cumprida sem passar pelo

Congresso, só com regulações antipoluição baixadas pelo Executivo.

Felipe Calderón lembra que ser legalmente vinculante, no sentido estrito, não é

garantia de que o acordo terá sucesso. “O que às vezes é legalmente obrigatório acaba

sendo totalmente voluntário, na medida em que alguns países podem rejeitar quando

dá vontade, como fez o Canadá ao rejeitar o Protocolo de Kyoto.”

A discussão sobre a forma legal, portanto, não deverá impedir o acordo em Paris.

“Creio que em Paris haverá um acordo, definitivamente, e será um bom acordo”,

afirma o ex-presidente. “Mas também será insuficiente.”

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Cantareira completa duas semanas seguidas de alta

O Sistema Cantareira completou duas semanas consecutivas de alta nesta terça-feira

(1). O nível do sistema, que abastece 5,3 milhões de pessoas na Grande São Paulo,

passou de para 19,5% para 19,6%. Os dados são da Companhia de Saneamento Básico

do Estado de São Paulo (Sabesp).

O manancial começou o mês com chuva e a média histórica prevista para dezembro é

de 219,4 milímetros. No mês passado, foram 197,6 milímetros de chuva, 23,1% acima

da média histórica, de 160,4 mm. O volume fica atrás apenas do verificado em 2009,

quando a precipitação total no conjunto de represas, considerando os 30 dias do mês,

foi de 237,6 milímetros.

Apesar da chuva, o Cantareira segue utilizando o volume morto e não se recuperou da

forte seca que o atingiu no ano passado.

Os outros cinco sistemas que abastecem a Grande São Paulo também subiram na

terça-feira.

O índice de 19,6% desta segunda considera o volume acumulado em relação ao

volume útil. Após ação do Ministério Público (MP), aceita pela Justiça, a companhia

passou a divulgar outros dois índices para o Sistema Cantareira.

O segundo índice leva em consideração a conta do volume armazenado pelo volume

total de água do Cantareira e era de 15,1% nesta segunda. O terceiro índice leva em

consideração o volume armazenado menos o volume da reserva técnica pelo volume

útil e era de -9,7% na manhã de terça-feira.

Volume Morto – A Sabesp acredita que o Cantareira deve sair do volume morto no fim

de abril de 2016. A probabilidade de isso ocorrer é de 97,6%, informou a companhia

nesta segunda-feira (16). A estimativa leva em consideração dados históricos dos

últimos 85 anos. Apesar disso, a empresa reafirma que é importante continuar

economizando água.

Balanço de inverno – O Cantareira teve o inverno mais chuvoso desde 2009, segundo

levantamento do G1 feito com base nos dados divulgados diariamente pela Sabesp. A

estação, que começou em 21 de junho, terminou às 5h20 do dia 23 de setembro.

O manancial recebeu 188,9 milímetros de chuva no período, maior marca dos últimos

seis anos. A precipitação é 82% maior que a do inverno do ano passado, quando

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choveram 103,5 mm, mas muito menor que a marca de sete anos atrás: 323,8 mm, em

2009.

Apesar do balanço positivo de chuvas, o sistema seguiu perdendo água durante a

estação e ainda está operando no volume morto.