SÃO JOSÉ: UM DE NÓS, PAI E EDUCADOR de Maro ch… · São José é padroeiro de cada um de nós,...

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Ano IX N.º 24 | 18 de Março | 2018 SÃO JOSÉ: UM DE NÓS, PAI E EDUCADOR De São José fala-se pouco e escreve-se ainda menos. A nossa sociedade exalta o «dia do pai», também para tirar proveitos comerciais, mas esquece que é José de Nazaré a origem deste dia. É preciso falar deste Santo tão popular, que deixou marcas profundas no coração de muitos crentes e, infelizmente, tão abafadas hoje em dia, por quem não se dá ao trabalho de descobrir e testemunhar o seu perfil. Nós católicos devemos sair de uma fé demasiado racional que nos leva a menosprezar a vida e a santidade de homens e mulheres que viveram de maneira radical o Evangelho. São José é visto, muitas vezes, como um acessório, um figurante: o pai putativo (substituto) quase desencarnado do Deus encarnado; um homem sem voz, sem personalidade, sem autoridade. Se os evangelhos falam pouco, ou quase nada, de José, é verdade que falam muito de Jesus e que nos traços do Salvador, não vemos apenas o semblante da mãe, a Nossa Senhora, vemos também o perfil de José, que ajudou Jesus a nascer, que O protegeu e O formou. Olhando a vida de Jesus, vemos o pai José. Conhecemos o pai pelas ações do filho: como rezava; como sabia escutar e contemplar, tanto as pessoas como a natureza; como sabia intervir e ser próximo; e como respeitava as mulheres. Bem sabemos que a paternidade não é algo que está ligado apenas à genética. E José mostra-o, tomando conta, criando e formando um filho que biologicamente não lhe pertence. O famoso filósofo russo, F. M. Dostoiévski , escreveu: «Aquele que gera um filho não é ainda um pai, um pai é aquele que gera um filho e se torna digno». A figura de São José é exemplar e significativa para cada um de nós, neste tempo em que se veem pais à procura de identidade e formadores à procura de energia e motivação. E agora, quero tirar uma pedra do sapato. Como é difícil envolver casais e pais em temas formativos e de crescimento para o bem do casal e da família! Veja-se a ausência de muitos cristãos no sábado passado (formação famílias em Sta. Clara) e no retiro quaresmal das nossas igrejas (no Domingo 4 de Março). Mas as propostas foram muito boas e bem aproveitadas por quem esteve presente. São José é padroeiro de cada um de nós, pai e educador. Apaixona-se e perturba-se perante a gravidez da sua futura esposa. Sonha, escuta e medita. Ama sem possuir. Obedece, levanta-se, parte para uma terra estrangeira. Regressa e constrói uma casa e um lar. Trabalha, ensina e acompanha no dia-a-dia o seu filho. José é cada um de nós: o seu caminho é o nosso caminho, os seus sonhos são os nossos sonhos. Frei Fabrizio

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Ano IX N.º 24 | 18 de Março | 2018

SÃO JOSÉ: UM DE NÓS,

PAI E EDUCADOR De São José fala-se pouco e escreve-se ainda menos. A nossa sociedade exalta o «dia do pai», também para tirar proveitos comerciais, mas esquece que é José de Nazaré a origem deste dia. É preciso falar deste Santo tão popular, que deixou marcas profundas no coração de muitos crentes e, infelizmente, tão abafadas hoje em dia, por quem não se dá ao trabalho de descobrir e testemunhar o seu perfil.

Nós católicos devemos sair de uma fé demasiado racional que nos leva a menosprezar a vida e a santidade de homens e mulheres que viveram de maneira radical o Evangelho. São José é visto, muitas vezes, como um acessório, um figurante: o pai putativo (substituto) quase desencarnado do Deus encarnado; um homem sem voz, sem personalidade, sem autoridade.

Se os evangelhos falam pouco, ou quase nada, de José, é verdade que falam muito de Jesus e que nos traços do Salvador, não vemos apenas o semblante da mãe, a Nossa Senhora, vemos também o perfil de José, que ajudou Jesus a nascer, que O protegeu e O formou.

Olhando a vida de Jesus, vemos o pai José. Conhecemos o pai pelas ações do filho: como rezava; como sabia escutar e contemplar, tanto as pessoas como a natureza; como sabia intervir e ser próximo; e como respeitava as mulheres.

Bem sabemos que a paternidade não é algo que está ligado apenas à genética. E José mostra-o, tomando conta, criando e formando um filho que biologicamente não lhe pertence. O famoso filósofo russo, F. M. Dostoiévski , escreveu: «Aquele que gera um filho não é ainda um pai, um pai é aquele que gera um filho e se torna digno».

A figura de São José é exemplar e significativa para cada um de nós, neste tempo em que se veem pais à procura de identidade e formadores à procura de energia e motivação. E agora, quero tirar uma pedra do sapato. Como é difícil envolver casais e pais em temas formativos e de crescimento para o bem do casal e da família! Veja-se a ausência de muitos cristãos no sábado passado (formação famílias em Sta. Clara) e no retiro quaresmal das nossas igrejas (no Domingo 4 de Março). Mas as propostas foram muito boas e bem aproveitadas por quem esteve presente.

São José é padroeiro de cada um de nós, pai e educador. Apaixona-se e perturba-se perante a gravidez da sua futura esposa. Sonha, escuta e medita. Ama sem possuir. Obedece, levanta-se, parte para uma terra estrangeira. Regressa e constrói uma casa e um lar. Trabalha, ensina e acompanha no dia-a-dia o seu filho.

José é cada um de nós: o seu caminho é o nosso caminho, os seus sonhos são os nossos sonhos.

Frei Fabrizio

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V DOMINGO DA QUARESMA

1ª Leitura (Jer 31, 31-34) «Estabelecerei uma aliança nova e não mais recordarei os seus pecados»

Salmo Responsorial (Salmo 50 (51)) Dai-me, Senhor, um coração puro.

2ª Leitura (Hebr 5, 7-9) «Aprendeu a obediência e tornou-se causa de salvação eterna»

Evangelho (Jo 12, 20-33) «Se o grão de trigo, lançado à terra, morrer, dará muito fruto»

Naquele tempo, alguns gregos que tinham vindo a Jerusalém para adorar nos dias da festa, foram ter com Filipe, de Betsaida da Galileia, e fizeram-lhe este pedido: «Senhor, nós queríamos ver Jesus». Filipe foi dizê-lo a André; e então André e Filipe foram dizê-lo a Jesus. Jesus respondeu-lhes: «Chegou a hora em que o Filho do homem vai ser glorificado. Em verdade, em verdade vos digo: Se o grão de trigo, lançado à terra, não morrer, fica só; mas se morrer, dará muito fruto. Quem ama a sua vida, perdê-la-á, e quem despreza a sua vida neste mundo conservá-la-á para a vida eterna. Se alguém Me quiser servir, que Me siga, e onde Eu estiver, ali estará também o meu servo. E se alguém Me servir, meu Pai o honrará. Agora a minha alma está perturbada. E que hei-de dizer? Pai, salva-Me desta hora? Mas por causa disto é que Eu cheguei a esta hora. Pai, glorifica o teu nome». Veio então do Céu uma voz que dizia: «Já O glorifiquei e tornarei a glorificá-l’O». A multidão que estava presente e ouvira dizia ter sido um trovão. Outros afirmavam: «Foi um Anjo que Lhe falou». Disse Jesus: «Não foi por minha causa que esta voz se fez ouvir; foi por vossa causa. Chegou a hora em que este mundo vai ser julgado. Chegou a hora em que vai ser expulso o príncipe deste mundo. E quando Eu for elevado da terra, atrairei todos a Mim». Falava deste modo, para indicar de que morte ia morrer.

Palavra da salvação.

Aclamação (Jo 12, 26)

Se alguém Me quiser servir, que Me siga, diz o Senhor,

e onde Eu estiver, ali estará também o meu servo.

Oração

Jesus,

Sei que Te escondes,

como o grão de trigo que morre.

Também eu desejo fazer o bem,

sem que ninguém o saiba,

seguindo o teu exemplo.

O amor verdadeiro é gratuito,

dá-se e retira-se.

O fruto e a recompensa

são dom do Pai,

que é rico em misericórdia

e não se deixa vencer

em generosidade,

porque todo Ele é amor.

Ámen

O grão de trigo que nos dá a a vida.

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9ª Meditação

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10ª Meditação

Cinco anos de Francisco Depois de Bento XVI ter apresentado a renúncia ao pontificado, Francisco foi eleito no dia 13 de março de 2013. Há cinco anos, o mundo conheceu o Papa jesuíta que «veio do fim do mundo» - o primeiro sul-americano. Escolheu o nome Francisco, evocando São Francisco de Assis, o santo da irmã pobreza. O pontífice da periferia tem trazido para o centro vários pensamentos, palavras e atos que interpelam cristãos e não-cristãos. Fala simples sobre a casa-comum, o mundo em que todos habitamos e devemos cuidar, convida a Igreja a pôr-se em saída, a desinstalar-se, a ser um hospital de campanha, sempre pronto a acolher e a cuidar de todos, diz aos jovens para saírem do sofá, pede constantemente para rezarem por ele porque se reconhece pecador. Enfim, um homem normal que deseja um bom domingo e um bom almoço a quem participa na eucaristia na Praça de São Pedro, no Vaticano. Francisco tem-nos oferecido alimento nutritivo para a alma, tal como fizeram os seus antecessores, cada um com o seu estilo e na sua época. Viva o Papa! Hoje e sempre!

«As famílias podem salvar a Igreja.» Eco do encontro, dirigido às famílias, que se realizou na semana passada, em Santa Clara.

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Esta semana destacamos: 19 Mar Seg | Solenidade de São José Haverá Missas no horário da tarde nas Igrejas. 23 Mar Sex | Via Sacra nas Igrejas 18h15 em Sta. Clara | 18h30 em Sta. Beatriz | 21h00 em São Maximiliano 24 Mar Sáb | Festa do Perdão às 11h em Sta. Clara. Primeira Confissão das crianças que se preparam para a Primeira Comunhão na catequese de Sta. Clara e de S. Maximiliano Kolbe

Oração Jovem Às 21h, na em S. Maximiliano Kolbe 25 Mar Dom| Domingo de Ramos Jornada Mundial da Juventude nas Dioceses Haverá a Bênção dos Ramos em todas as Missas de Sábado e Domingo, nas três Igrejas. Procissão solene só nas eucaristias dominicais. 25-26 de Março, Retiro crismandos

De Domingo de Ramos, às 15horas, até ao almoço de Segunda-feira Santa, decorre na casa dos freis o retiro dos jovens que irão receber o sacramento da confirmação no dia 14 de Abril em São Maximiliano.

SEMANA SANTA | TRÍDUO PASCAL

29 Março Quinta-feira Santa Dia da instituição do Sacerdócio e da Eucaristia 8h - Oração do Ofício de Laudes (Este ano será em S. Maximiliano) 10h30 - Missa Crismal na Sé. 21h - Início do Sacro Tríduo com a Missa da Ceia do Senhor (em todas as Igrejas) Segue a Adoração até à meia-noite. 30 Abril Sexta-feira Santa Dia de jejum e abstinência 8h - Oração do Ofício de Laudes 15h - Liturgia da Adoração da Cruz (em todas as Igrejas) 21h - Solene Via-Sacra (do Edifício da Junta até S. Maximiliano Kolbe) 31 Abril Sábado Santo Dia de silêncio 8h - Oração do Ofício de Laudes 21h - Vigília Pascal (em todas as Igrejas) 1 Abril Dom | PÁSCOA Domingo da Ressurreição do Senhor Missas de Páscoa conforme o horário dominical em cada Igreja.

O ANTIGO TESTAMENTO No número anterior do Conchas acabámos a apresentação dos livros bíblicos do Novo Testamento, ou seja, dos Escritos Sagrados que se referem à Nova Aliança de Deus com os homens, selada no sangue de Jesus Cristo, o Filho de Deus. Estes Escritos lançam o olhar para o futuro da nossa vida, com fé e esperança, vivendo diariamente no amor a Deus e aos irmãos. Esta semana, vamos recuperar a Primeira Aliança (o Antigo Testamento) feita por Deus com os nossos Patriarcas, Abraão e Moisés. Uma pergunta: porquê duas alianças e não uma só? Porque Deus, para dar vida e amparo à humanidade errante escolheu primeiro guiar do alto do céu este seu povo e, em seguida e de maneira definitiva, caminhar com e no meio do seu povo, em Cristo Jesus, seu Filho muito amado. A Constituição Dei Verbum, do Concílio Vaticano II, explica a ligação e a unidade existentes entre estas duas alianças: «Deus, inspirador e autor dos livros dos dois Testamentos, dispôs tão sabiamente as coisas, que o Novo Testamento está latente no Antigo, e o Antigo está patente no Novo. Pois, apesar de Cristo ter alicerçado a nova Aliança no seu sangue, os livros do Antigo Testamento, ao serem integralmente assumidos na pregação evangélica, adquirem e manifestam o seu pleno significado no Novo Testamento, que por sua vez ilumina e explica.» (DV n° 16)