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SESSÕES CORDENADAS Sessão 14

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sessões coordenadas - décimo salão de extensão

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PATRIMÔNIO CULTURAL NAESCOLA: IMAGENS E MEMÓRIAO “Curso Patrimônio Cultural na Escola: imagens e me-mória” tem por foco discutir elementos da cultura local e patrimônio cultural no meio rural. Essa proposta veio sendo desenvolvida junto ao trabalho de pesquisa e do-cumentação audiovisual de saberes e práticas rurais, re-lacionadas a agricultura, alimentação e artesanato, em localidades de Maquiné e Terra de Areia, efetuado através do Projeto “Promoção do desenvolvimento rural susten-tável na região Nordeste do Rio Grande do Sul: extrati-vismo, saberes e fazeres locais e conservação ambiental” (DESMA/PGDR- Cnpq). A valorização de saberes e práticas locais é defendida como forma de promover mobilização social e construção de identidades que alimentem o or-gulho e a participação das comunidades nos processos de desenvolvimento local. Os objetivos compreendem: promover reflexão acerca do papel e do lugar da memó-

ria e dos conhecimentos locais na escola; fomentar a dis-cussão da relação entre diversidade cultural e educação, no seu contexto local e das políticas públicas; identificar alternativas de desenvolvimento rural amparadas na va-lorização da cultura local; sensibilizar/instrumentalizar para o uso de imagens na escola. No conteúdo progra-mático incluiu-se: conceitos de memória, cultura, mundo rural e patrimônio cultural; saberes e práticas do mundo rural; noções e ações em torno da agrobiodiversidade e da segurança alimentar e nutricional; ensino de história e cultura afro-brasileira, africana e indígena e diversida-de étnica na região; conceitos e ações em torno dos pa-trimônios: material, natural e imaterial; experiências que aliam valorização cultural e desenvolvimento local. O curso tem a carga horária de 40h, estruturadas em cinco encontros presenciais que serão conduzidos aliando-se técnicas lúdicas à momentos expositivos. Serão utiliza-dos diversos recursos didáticos, tais como: fotos e víde-os produzidos ao longo do projeto citado acima, saídas de campo, apostila com textos de apoio para o conteú-

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do trabalhado e a construção coletiva de uma “caixa de ferramentas”. A avaliação dos professores-alunos parti-cipantes dar-se-á mediante o planejamento, execução e relato de uma oficina sobre algum aspecto dos bens culturais trabalhados durante o curso com uma de suas turmas de alunos. Como resultados para o trabalho espera-se: a valorização do mundo rural, assim como a disseminação do registro audiovisual de saberes e prá-ticas rurais; e promover maior visibilidade à diversidade étnica e cultural presente na região, contribuindo para produção de conhecimento acerca dos grupos étnicos e no fortalecimento de uma relação respeitosa e interes-sada. Para a realização do curso contamos com o apoio da SMECD-Maquiné, Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Maquiné, 11 Coordenadoria Regional de Educação e da Prorext/UFRGS. A execução desse trabalho representa um desafio para a equipe do projeto, na medida em que busca uma forma de verificar a aplicabilidade em sala de aula, dos conhecimentos coletados e debatidos neste trabalho de pesquisa e extensão.

VALE DOZE E TRINTA: EXPERI-ÊNCIA E VIVÊNCIA DA PRÁTICA CULTURALApresentação do projeto Vale Doze e Trinta, demons-trando as etapas que envolvem a criação de um produto cultural.

ENDEREÇO: FAZENDO O NÚME-RO DE SUA CASAA ação de extensão Endereço: fazendo o número de sua casa constou de uma oficina destinada preferen-cialmente a portadores de deficiência visual. A oficina objetivou o contato com o material e técnicas de cons-trução cerâmica para a produção de números e letras indicativas de endereços. Os participantes tiveram por

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meio dela um primeiro contato com a universidade, o ambiente acadêmico do Instituto de Artes e a produção cerâmica ali realizada. Tudo foi novidade para os alunos, desde o acesso ao edifício do Instituto de Artes, que não possui instalações acessíveis aos portadores de defici-ência, neste caso, visual. Para a ação Endereço: fazendo o número de sua casa foi desenvolvida metodologia específica, posto que se destinou a um público bem particularizado, com percepção diferenciada devido à falta da visão ocular. Tanto alunos de graduação quanto professores participantes da ação necessitaram organi-zar referencial teórico e instrumental técnico específico para a ação. A orientação espacial dentro da sala de aula e o reconhecimento dos materiais de trabalho gerou necessidade de acompanhamento diferenciado a estes alunos. O atendimento aos estudantes ocorreu de modo individualizado, devido à cada aluno necessitar de um tempo bem específico para a realização e envolvimento com as propostas apresentadas. No decurso da oficina foram aprendidas técnicas de modelagem, priorizando-

se a técnica de placas. Também foram enfocadas e ex-perimentadas algumas possibilidades de revestimento cerâmico. Todas as propostas foram discutidas conjunta-mente com os participantes da oficina e o rumo que os trabalhos tomaram, com propostas individuais que não se detiveram ao objetivo inicial da produção de núme-ros e letras, ocorreu devido à flexibilização do processo criativo e às características perceptivas de cada partici-pante. Ocorreu participação ativa de todos os envolvi-dos na ação, com presença dos alunos em praticamente todas as aulas e demanda de continuidade da ação em semestres subsequentes. Na apresentação para o Salão de Extensão, as propostas desenvolvidas e a metodolo-gia empregada serão conhecidas por meio de relato e de imagens relativas à oficina.

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JAIKUAA: POR MEIO DA FOTO-GRAFIA E DO VÍDEOJaikuaa: Prestar atenção, escutar. Apresentação do projeto Jaikuaa: por meio da fotografia e do vídeo que trabalha com a instrumentalização poético-tecnológi-ca visando a produção de vídeo e fotografias por in-dígenas de Tekoá Nhundy, aldeia Mby’a Guarani, Via-mão, sob orientação de professores, alunos e egressos da UFRGS. Oficinas semanais são realizadas na aldeia e dela participam 30 integrantes. Nas oficinas os par-ticipantes aprendem o uso da câmera escura, a pro-dução de fotografias pinhole e de vídeo digital que geram um panorama áudio-visual a partir e sobre a relação dos grupos sociais com seu entorno, em um contexto interétnico. Jaikuaa estimula a que os envol-vidos se debrucem sobre seu cotidiano e imaginário, refletindo sobre eles e os transformando em histórias audiovisuais, mediante diversas trocas simbólicas e

conhecimentos criados coletivamente. Serão apresen-tados o contexto onde ocorre a oficina, o enfoque me-todológico utilizado na mesma e imagens da aldeia, dos participantes e alguns dos produtos já desenvol-vidos: fotografias pinhole, desenhos, vídeo, postais e o blog http://jaikuaa.blogspot.com no qual constam as atividades desenvolvidas. A ação terá continuidade até dezembro de 2009 e culminará com a produção de vídeos a ser distribuidos em aldeias da região metro-politana de Porto Alegre e em outras entidades inte-ressadas no tema.

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PINTURA MURAL: NOVASEXPERIÊNCIASO Projeto foi criado pelo Núcleo de Painéis e Murais, ór-gão do Centro Acadêmico Tasso Corrêa, em 2005, visan-do o aprendizado das questões ligadas à pintura mural. Estas norteiam reuniões, oficinas teórica e práticas, ela-boração de projetos. Saão realizadas pinturas de painéis e murais, além da realização de viagens e exposições. As ações do Núcleo, hoje integrado por mais de 30 estu-dantes, tem sido executadas com sucesso.

ATIVIDADES CORAIS: COROLUDUS VOCALISOs projetos de Extensão em Música vêm desenvolvendo um importante papel junto à comunidade acadêmica e sociedade em geral, pois oferecem possibilidade de acesso ao ensino de qualidade em modalidade exten-sionista. O objetivo do Curso de Extensão “Ludus Vocalis” é possibilitar o acesso ao universo dos sons pelo exercí-cio da sensibilidade e das potencialidades expressivas do indivíduo e a realização de repertório coral a três ou quatro vozes a cappella e/ou com acompanhamento instrumental. O público alvo é formado por pessoas da comunidade em geral entre 15 e 80 anos interessadas em desenvolver repertório coral, superando inclusive a diferença de gerações. Através de testes semestrais buscam-se pessoas que se encaixam no perfil do grupo, ou seja, já possuam um bom ouvido harmônico e afi-nação para desenvolver um repertório a mais vozes. O

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desenvolvimento do trabalho se dá através de encon-tros semanais de duas horas. Nas aulas são abordadas questões sobre a respiração, relaxamento, técnica vocal e aspectos gerais da linguagem musical. Desenvolve-se no ensaio repertório variado, e busca-se ampliar os conhecimentos através da troca de experiências entre os alunos e ministrantes. O Ludus Vocalis tem sido um dos maiores grupos das Atividades Corais e tem gerado cantores mais preparados para canto coral gaúcho. Tem sido reconhecido no seu trabalho sendo chamado para diversas apresentações, entre elas Feira do Livro, Encon-tros da FECORS e Recitais de alunos da graduação.

DANÇA E INCLUSÃO SOCIALNesse trabalho vamos apresentar os resultados parciais das ações do projeto de extensão “Dançando no Cap - 2009”, que tem por objetivo promover a dança como um veículo de cultura e interação social, tornando possível a realização de atividades de dança nas comunidades próximas ao Colégio de Aplicação. Através de aulas de ballet e jazz que vem atendendo cerca de 70 alunos gra-tuitamente no Colégio de Aplicação e na Brinquedoteca, e que são ministradas por bolsistas, alunos da UFRGS, oportunizamos o reconhecimento corporal, sentimental, fazendo com que descubram suas capacidades e limites, estimulando a consciência e a prática dos movimentos da dança. O trabalho que realizamos com as crianças em sala de aula visa promover uma melhoria nos aspectos psicomotores, cognitivos e afetivos sociais através do de-senvolvimento de atividades lúdicas, que trabalhem com o universo das crianças e adolescentes e que proporcio-

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nem a atenção, a concentração, a memória, o raciocínio, a imaginação e a criatividade. Com a dança introduzida no dia a dia dessas crianças e adolescentes em situação de risco, conduzimos o conhecimento prático e teórico dessa arte milenar e proporcionamos a oportunidade de uma melhora na qualidade de vida delas. A dança exige muita disciplina, dedicação e interação com os colegas e professor, características essas que são de fundamental importância na formação de um individuo na sociedade. A dança para essas crianças e adolescentes além de lhes proporcionar um trabalho físico, também às estimula a aprender e desenvolver uma atividade que vai além das salas de aula. Algumas participam do projeto há alguns anos, podendo ser perceptível o resultado que a inclusão da dança têm na vida delas e na comunidade de uma for-ma geral. Algumas já encaram a dança com maturidade e apresentam uma enorme dedicação para com as aulas. O conceito de dança segundo Berge (1981) “A Dança é a síntese de uma infinidade de informações, de experiên-cias e, por vezes, de reflexões, registradas espontânea e

simultaneamente. Educa a receptividade sensorial e sus-cita um sentido novo, um sentido de ser, e que implica não só a compreensão psicológica da vivência corporal, mas também uma vivência física”. A dança incluída na vida dessas crianças e adolescentes trás muitas vezes um sentido novo na vida delas, tornando-se uma forma de estimulo para o seu desenvolvimento escolar e social. Nas aulas de dança, além de aprenderem movimentos, musicalidade e expressão elas criam laços de amizade com colegas e professor desenvolvendo a comunicação e a integração. O projeto busca também oferecer a essas crianças e adolescentes a oportunidade de apresentar o que foi trabalhado e desenvolvido em aula durante o ano letivo, através de um espetáculo no final do ano aberto ao publico que ocorre no Salão de Atos da Reitoria da UFR-GS. Nessa apresentação, elas terão uma experiência única com o mundo da dança, desde o contato com teatro, os camarins, o figurino, o público até o momento em que pi-sam no palco e desenvolvem o que aprenderam dançan-do. Até o dia do espetáculo são realizados ensaios, onde

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elas treinam a coreografia e buscam melhorá-la a cada dia, trabalhando além da parte física, a memorização, a atenção, o trabalho em grupo, entre outros. Para a reali-zação desse espetáculo além do comprometimento dos alunos, há também um grande trabalho conjunto desen-volvido pelos coordenadores e professores envolvidos no projeto, envolvendo reuniões onde são discutidas idéias e onde aprimoramos nosso trabalho de modo que seja cada vez mais prazeroso para essas crianças e adolescen-tes. Através da dança como atividade extracurricular na vida das crianças e adolescentes da comunidade estamos colaborando com um desenvolvimento corporal, artístico e sentimental, o que reflete em sua formação como indi-viduo na sociedade.

CONJUNTO INSTRUMENTALDO CAP

O projeto Conjunto Instrumental do CAp oferece oficinas de violão para alunos, professores e funcionários do Co-légio, bem como para a comunidade em geral. As ativi-dades são realizadas na própria instituição, de segunda à sexta-feira, em horários diversos. As aulas são individu-ais ou em grupos. As turmas são organizadas conforme a idade, os gêneros musicais preferidos e o tempo de prá-tica no instrumento. O projeto atende alunos com inte-resses tanto na música popular, como na folclórica e na erudita, trabalhando aspectos práticos, teóricos, técnicos e culturais, com uma abordagem que proporciona o de-senvolvimento da prática musical solo e em conjunto. Os conteúdos abordados durante as aulas relacionam esses

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aspectos musicais, trabalhando principalmente execu-ção, percepção, improvisação e composição musical. O projeto tem como alguns objetivos: estimular o desenvol-vimento de aspectos musicais diversos, como percepção, afinação e técnica específica do instrumento; proporcio-nar um maior contato com gêneros musicais e culturas diversas; promover a integração dos participantes através da música e das relações sociais. Além disso, são realiza-das atividades conjuntas com outros projetos da escola, como o “Coro do CAp”.

CORO DO COLÉGIO APLICAÇÃOO Projeto de Extensão “Coro do CAp” oferece contato com a prática musical através do canto coral e, além disso, ofe-rece aulas de técnica vocal em grupo para alunos, profes-sores e funcionários, bem como para a comunidade em

geral. As atividades são realizadas na própria instituição com ensaios as quartas-feiras, das 12h30min às 14h, e prática de técnica vocal durante a semana em horários di-versos. Nos ensaios o objetivo principal é trabalhar o gru-po, como um todo, fazendo uma interação entre vozes e pessoas, usar repertórios variados que proporcionam um contato maior com diferentes gêneros musicais, e esti-mular também o desenvolvimento de aspectos musicais diversos, como percepção e afinação, entre outros, já nos encontros de técnica vocal, o objetivo principal é traba-lhar com cada pessoa, individualmente, para que elas conheçam o seu próprio instrumento e assim possam aprender a usar a técnica específica, para, assim, melho-rar a qualidade vocal do grupo e ajudar a cada membro a conhecer suas possibilidades e limites.

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ORQUESTRA DE FLAUTAS DOCES DO COLÉGIO DE APLICAÇÃONa Orquestra de Flautas Doces do Colégio Aplicação as crianças têm um espaço para tocar, além de flauta doce, outros instrumentos como o metalofone, tambores, cho-calhos e violão. Este espaço talvez não existisse se fosse em uma aula normal, já que são menos crianças na or-questra e assim há mais lugar para dar atenção às indi-vidualidades. As músicas tocadas são propostos pela professora ou pelos alunos. Como bolsista, auxilio os alunos (com dúvidas sobre algum instrumento, partitura, arranjo, etc.), a professora (colaborando com as funções da aula no que for necessário, como cuidar de alguns gru-pos, buscar ou levar material, fazer alguma atividade, etc.) e a mim próprio, que aprendo para ensinar música. Mais que ensinar um - ou mais - instrumentos, a Orquestra de Flautas Doces do Colégio Aplicação realiza uma iniciação musical. Através dela e de tudo que ela engloba (como

fonte de interação social ou de estímulo de criatividade) as crianças desenvolvem uma nova linguagem para nos expressarmos.

CAPOEIRA: VALORIZAÇÃO DA CULTURA POPULAREste trabalho é vinculado ao Projeto de Extensão Capoei-rando no CAp – 2009 e tem como objetivo criar espaços de vivência da cultura afro-brasileira, através do ensino de capoeira no Colégio de Aplicação, na Brinquedoteca da UFRGS e na Vila Planetário localizada ao lado do Plane-tário da UFRGS. No Colégio de Aplicação atendemos 28 crianças de 06 a 12 anos, na Brinquedoteca atendemos 20 crianças de 3 a 5 anos e na Vila Planetário atendemos cerca de 25 crianças e adolescentes moradores desta co-

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munidade. O projeto tem a participação da Associação de Capoeira Raízes do Sul, que voluntariamente auxilia nas aulas semanais e nas rodas de capoeira organizadas pelo projeto, bem como promove outras atividades integran-do as crianças dos diferentes espaços onde trabalha com a capoeira. No Colégio de Aplicação as aulas ocorrem nas terças e sextas-feiras no período das 13 h 30 min às 14 h e 30 min. Além da participação dos alunos do Colégio de Aplicação atendemos crianças da Vila dos Herdeiros, loca-lizada próximo ao Campus do Vale. Na Brinquedoteca, as aulas ocorrem nas terças e sextas feiras das 15 h às 15 h e 30 min atendendo filhos de professores e funcionários da UFRGS. Na Vila Planetário, as aulas ocorrem aos sábados pela manhã. Nesses espaços, além do ensino dos funda-mentos da Capoeira Angola, dos toques dos instrumen-tos, das cantigas, da organização da roda e do maculelê, buscamos refletir sobre a capoeira como um símbolo de resistência, de organização e de luta do negro em prol de sua libertação, e além disso, na atualidade, em busca de igualdade tanto racial como social. Zumbi do Quilombo

de Palmares, transformou sua vida em sangue, em busca da liberdade. Liberdade já raiou, a igualdade ainda não. O negro é braço forte, é o orgulho da nação, carregou pedra nas costas e apanhou sem ser ladrão (...) Se vocês aqui soubessem, o valor que o negro tem, tu pintava a pele de piche, e ficava negro também, camaradinha... iê viva zumbi... iê que é guerreiro... iê lá de Palmares ... (LA-DAINHA DA CAPOEIRA ANGOLA, DOMÍNIO POPULAR) Ao trabalharmos a capoeira, estamos procurando resgatar parte das manifestações da cultura brasileira, que histo-ricamente foram proibidas e muitas vezes perseguidas no Brasil, a favor de uma cultura branca e europeia, ofe-recendo assim,uma alternativa à rua. Os espaços cons-truídos pelo projeto, tornam-se espaços protegidos, de resgate da cultura, de conhecimentos, aprendizagens, movimentos corporais, música os quais fazem parte dos treinos de capoeira. No segundo ano do projeto de ex-tensão Capoeirarando CAP realizado nestes locais, nota-mos diversos avanços, principalmente junto às crianças da Vila Planetário, que estão desde o início do projeto e

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vêm participando assiduamente das aulas, demonstran-do interesse, aperfeiçoando seus movimentos, os toques dos instrumentos e a noção de ritmo. Alguns ainda, vêm participando de outras atividades do grupo de capoeira, como a roda de Capoeira Angola no Chafariz da Reden-ção e outras atividades promovidas pela Associação de Capoeira Raízes do Sul, proporcionando outros espaços de capoeiragem, outras vivências, outras formas de gin-ga, de mandingas, contribuindo para ampliação dos seus olhares com relação a esta cultura e suas diferentes mani-festações. Na Vila Planetário a relação com a comunidade já é outra, todos (adultos e crianças) já conhecem a bolsis-ta, professor e alguns membros do Grupo Raízes do Sul, entendemos isso como reconhecimento do trabalho re-alizado. O vínculo de confiança e respeito aumentam no decorrer do projeto. Mesmo as crianças da vila que não fazem capoeira tem uma relação boa com o projeto, pois elas vem conversar, cheias de sorrisos, beijos e abraços. Os pais e responsáveis também vem reconhecendo este trabalho, incentivando a criança a irem às aulas, perma-

necer na capoeira e participar das outras atividades do grupo. Uma nova sala na Associação dos Moradores ga-rante um espaço maior e com mais privacidade de execu-tar o trabalho, pois as crianças que não faziam aula, ficam no portão dispersando as que estavam em aula. Este ano foi intensificado o trabalho referente à data comemorati-va à abolição da escravatura, 13 de maio. Por três sema-nas foi trabalhado com as crianças a história desta data sob a perspectiva do movimento negro, distinta da que é tradicionalmente ensinado na escola. A partir disso, se fez uma reflexão crítica sobre a situação do negro na atu-alidade, como reflexo da abolição, onde os negros ganha-ram somente a liberdade, sem trabalho, terra para morar, plantar e trabalhar, sem dinheiro, se perpetuando do sé-culo XIX até os dias de hoje. Juntamente a isso, há uma relação com a miscigenação do povo brasileiro, que hoje não atinge somente os negros e sim deflagra um proble-ma social. As crianças desenharam os trechos da história contada, tornando visível o que foi dito. Um dos dese-nhos mostra uma criança na sinaleira fazendo malabares,

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desenhada por um menino de 9 anos, que quis represen-tar que “o que o escravo liberto faz para sobreviver sem trabalho, moradia, recursos, que não foram garantidos a ele na época da princesa Isabel”. Foi interessante esta expressão, pois na Vila Planetário, a maioria das crianças contribuem com seus pais com a coleta de material reci-clável, outras estão em situação de rua, permanecendo grande parte do dia nas ruas, às vezes evadidas da escola e encontradas fazendo malabares nas sinaleiras. Este pro-jeto de extensão foi apresentado no XI Fórum de Estudos: Leituras Paulo Freire, realizado este ano, pois vem com uma perspectiva de educação popular, de diálogo com os educandos, construindo com as crianças novas perspec-tivas de ensinar-aprender diferente do método escolar, provocando um olhar crítico e questionador. Pensamos que, como nos ensina Paulo Freire, a criança não aprende sozinha, nem com o professor, nem com o mundo, apren-de com todos, em comunhão. Na prática da capoeira, as crianças que participam desde o início do projeto são in-centivadas, e da mesma forma incentivam as crianças que

iniciaram depois. E assim, se cria um ciclo de todos en-sinando a tocar um instrumento, a fazer um movimento e até mesmo dos fundamentos da Capoeira Angola, que competem à organização da roda, por exemplo, um aju-dando o outro, também trabalhando o respeito e a soli-dariedade. O nosso trabalho com a Capoeira Angola está contribuindo para o desenvolvimento corporal, reflexivo e crítico, bem como para o conhecimento popular, em contraponto ao preconceito dos conhecimentos popu-lares e culturas populares, visando à sobrevivência nessa sociedade excludente e opressora em que vivemos. Será no jogo da capoeira que os participantes vivenciarião, de forma lúdica (simbólica) a artimanha e a mandinga que os mesmos utilizam na sobrevivência cotidiana. Por isso, acreditamos que o nosso trabalho, além de resgatar a cultura afro-brasileira, está oportunizando momentos de lazer, de resgate cultural e de aprendizagem às crianças e adolescentes que frequentam o nosso projeto.

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ENDEREÇO: FAZENDO O NÚME-RO DE SUA CASAA ação de extensão Endereço: fazendo o número de sua casa constou de uma oficina destinada preferencialmente a portadores de deficiência visual. A oficina objetivou o con-tato com o material e técnicas de construção cerâmica para a produção de números e letras indicativas de endereços. Os participantes tiveram por meio dela um primeiro conta-to com a universidade, o ambiente acadêmico do Instituto de Artes e a produção cerâmica ali realizada. Tudo foi novi-dade para os alunos, desde o acesso ao edifício do Instituto de Artes, que não possui instalações acessíveis aos porta-dores de deficiência, neste caso, visual. Para a ação Ende-reço: fazendo o número de sua casa foi desenvolvida me-todologia específica, posto que se destinou a um público bem particularizado, com percepção diferenciada devido à falta da visão ocular. Tanto alunos de graduação quanto professores participantes da ação necessitaram organizar

referencial teórico e instrumental técnico específico para a ação. A orientação espacial dentro da sala de aula e o reco-nhecimento dos materiais de trabalho gerou necessidade de acompanhamento diferenciado a estes alunos. O aten-dimento aos estudantes ocorreu de modo individualizado, devido à cada aluno necessitar de um tempo bem espe-cífico para a realização e envolvimento com as propostas apresentadas. No decurso da oficina foram aprendidas téc-nicas de modelagem, priorizando-se a técnica de placas. Também foram enfocadas e experimentadas algumas pos-sibilidades de revestimento cerâmico. Todas as propostas foram discutidas conjuntamente com os participantes da oficina e o rumo que os trabalhos tomaram, com propos-tas individuais que não se detiveram ao objetivo inicial da produção de números e letras, ocorreu devido à flexibiliza-ção do processo criativo e às características perceptivas de cada participante. Ocorreu participação ativa de todos os envolvidos na ação, com presença dos alunos em pratica-mente todas as aulas e demanda de continuidade da ação em semestres subsequentes. Na apresentação para o Salão

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de Extensão, as propostas desenvolvidas e a metodologia empregada serão conhecidas por meio de relato e de ima-gens relativas à oficina.

JAIKUAA: POR MEIO DA FOTO-GRAFIA E DO VÍDEOJaikuaa: Prestar atenção, escutar Apresentação do proje-to Jaikuaa: por meio da fotografia e do vídeo que trabalha com a instrumentalização poético-tecnológica visando a produção de vídeo e fotografias por indígenas de Tekoá Nhundy, aldeia Mby’a Guarani, Viamão, sob orientação de professores, alunos e egressos da UFRGS. Oficinas se-manais são realizadas na aldeia e dela participam 30 inte-grantes. Nas oficinas os participantes aprendem o uso da câmera escura, a produção de fotografias pinhole e de ví-deo digital que geram um panorama áudio-visual a partir

e sobre a relação dos grupos sociais com seu entorno, em um contexto interétnico. Jaikuaa estimula a que os en-volvidos se debrucem sobre seu cotidiano e imaginário, refletindo sobre eles e os transformando em histórias au-diovisuais, mediante diversas trocas simbólicas e conhe-cimentos criados coletivamente. Serão apresentados o contexto onde ocorre a oficina, o enfoque metodológico utilizado na mesma e imagens da aldeia, dos participan-tes e alguns dos produtos já desenvolvidos: fotografias pinhole, desenhos, vídeo, postais e o blog http://jaikuaa.blogspot.com no qual constam as atividades desenvolvi-das. A ação terá continuidade até dezembro de 2009 e culminará com a produção de vídeos a ser distribuidos em aldeias da região metropolitana de Porto Alegre e em outras entidades interessadas no tema.

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