SessãO 4 Plano De AvaliaçãO A.2.3. E A.2.4.

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O Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares: Metodologias de operacionalização (Parte I) Domínio seleccionado: A. Apoio ao Desenvolvimento Curricular Subdomínio: A.2 Promoção das Literacias da Informação, Tecnológica e Digital Indicador de processo: A.2.3 Promoção do Ensino em contexto de competências tecnológicas e digitais na escola Indicador de impacto/outcome: 1

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O Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares:Metodologias de operacionalização (Parte I)

Domínio seleccionado:

A. Apoio ao Desenvolvimento Curricular

Subdomínio:

A.2 Promoção das Literacias da Informação, Tecnológica e Digital

Indicador de processo:

A.2.3 Promoção do Ensino em contexto de competências tecnológicas e digitais na escola

Indicador de impacto/outcome:

A.2.4 Impacto da BE nas competências tecnológicas, digitais e de informação dos alunos na escola

Formadoras: Maria José Vitorino e Isabel Antunes

Formando: Carlos Carvalho

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A. Apoio ao Desenvolvimento Curricular

O apoio ao desenvolvimento curricular assume uma particular relevância no quadro orientador do MAABE (Modelo de Auto-avaliação das Bibliotecas Escolares), pois contribui para uma percepção mais clara da forma como são utilizados os recursos tecnológicos em contexto de aprendizagem.

No entanto, a abordagem do MAABE, requer uma análise mais aprofundada, do ponto de vista da estrutura, bem como das funções de cada BE (Biblioteca Escolar), no entrosamento que se estabelece e que deverá ser direccionado e articulado com a missão e os objectivos gerais da escola.

Do ponto de vista da metodologia e abordagem sistémica, são vários os elementos de análise a ter em consideração:

Inputs – os vários recursos necessários para desenvolver o programa, como o financiamento, utilizadores e pessoal; Processos – no modo como se desenrola e se desdobra o plano de acção, na orientação, apoio e resposta aos utilizadores; Outputs – unidades de serviço, número de utilizadores, recomendações e estratégias de acção para a aprendizagem; Outcomes – impactos sobre os utilizadores, que beneficiam dos serviços, no sentido de uma maior eficácia de desempenho.

Para a BE, como subsistema fulcral na mudança organizacional, a análise, a avaliação das necessidades e a formação dos utilizadores constituem elementos essenciais para uma nova perspectiva acerca da melhoria das competências, das aprendizagens, tanto nas vertentes tradicionais da leitura, da escrita e do cálculo, como na utilização crítica da informação. Esta é a matéria-prima do conhecimento, que no mundo actual, para se tornar visível e reconhecida no meio social implica capacidades de comunicação e perícia para resolver qualquer tipo de problemas.

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Os desafios colocados à escola, passam ainda por uma disponibilização e utilização das NTI (Novas Tecnologias de Informação), que favoreçam uma aproximação ao meio social e ao mercado de trabalho, dos alunos que frequentam as BE. Os novos recursos tecnológicos, já utilizados ou a utilizar, no futuro, em ambiente de redes internas (intranet), ou em ligação às redes externas (internet), suscitam uma nova dimensão do problema, que vai para além dos jogos interactivos e levanta a questão de como se tratam, seleccionam e adaptam as fontes de informação em diferentes contextos sociais.

A.2 Promoção das Literacias da Informação, Tecnológica e Digital

O planeamento do programa de avaliação no âmbito das Literacias da Informação, Tecnológica e Digital é um subdomínio estratégico e prioritário, pelas seguintes razões:

Devido aos equipamentos tecnológicos que as escolas e em particular o centro de recursos da biblioteca passarão a dispor, no quadro do PTE (Plano Tecnológico da Educação), sendo para tal essencial posicionar o papel e as funções do coordenador da BE, nos termos do Despacho n.º 700/2009, publicado no D. R., 2ª série – Nº 6 – de 9 de Janeiro:

na composição da equipa de modo a “promover e apoiar a integração das TIC no Ensino, na aprendizagem, na gestão [...]” ao nível de escola escola (alínea d) do art.º 18.º); ou ainda, “fomentar a criação e participação dos docentes em redes colaborativas de trabalho com outros docentes ou agentes da comunidade educativa” (alínea f) do art.º 18.º).

A necessidade de articular na organização interna, o funcionamento da BE com o Departamento das TIC/NTI e as salas de aula; A possibilidade de criar múltiplos pontos de acesso em rede e em linha para a pesquisa, tratamento e difusão da informação, nos canais do ambiente interno da escola; A tendência crescente para o consumo e a produção, pelos alunos, em linguagem combinatória, de documentos escritos, audiovisuais e electrónicos.

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Esquematicamente, podem distinguir-se três tipos de avaliação, nos programas de análise organizacional:

Segundo Carter McNamara (Basic Guide to Program Evaluation, 1997-2008, p. 5-8), cada um destes programas distintos, podem também ser aplicados, de modo faseado e misto. A aplicação do(s) programa(s) pode variar em extensão e profundidade. Os programas que abordam resultados (outcomes) são geralmente adaptados à análise de organizações não lucrativas, permitindo a melhoria das aprendizagens (conhecimento, percepções/atitudes ou competências), ou condições, tais como o aumento da literacia e a auto-confiança.

O indicador programático no título acima referenciado, permite deste modo estabelecer orientações para a recolha de evidências, de natureza formativa e aplicar métodos e técnicas de análise qualitativas e quantitativas.

Avaliação

Baseada em objectivos

pré-determinados

Preparada para programas e processos de

longa duração

Focada em resultados (outcomes)

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A.2.3 Promoção do Ensino em contexto de competências tecnológicas e digitais na escola

O modo como é assimilada a informação veiculada pelos media é objecto de atenção da Comissão da UE (União Europeia). De facto, a descodificação da informação veiculada pelos media tradicionais (publicações periódicas, fotografia, rádio, cinema, televisão) e pelos mais recentes (Internet, telemóvel e outros) é habilmente copiada e (re)contextualizada, sobretudo pelas novas gerações, muitas das vezes sem referência explícita às fontes de onde emanam os documentos. Daí a necessidade de uma intervenção pedagógica que evidencie a importância da distinção entre cópia digital e adaptação criativa. O texto (IP/09/1244 de 20 de Agosto de 2009) a que nos referimos, acessível através de um motor de pesquisa (Google ou outro), revela as preocupações nessa forma de representação do conhecimento mediatizado:

“Comissão toma medidas face a um novo desafio da sociedade da informação: literacia nos novos media

A forma como utilizamos os media está a mudar, na medida em que o colossal volume de informação disponível exige de nós muito mais do que apenas ser capazes de ler, escrever e usar um computador. A Comissão Europeia alertou hoje os europeus, jovens e idosos, para o facto de poderem perder as vantagens da actual sociedade da informação de alta tecnologia se não forem intensificados esforços com vista à sua literacia mediática, que lhes permita aceder a imagens, sons e textos, analisá-los e apreciá-los, bem como utilizar os media tradicionais e novos para comunicarem e criarem conteúdos mediáticos. A Comissão afirmou que os países da UE e o sector dos media devem sensibilizar os cidadãos para as inúmeras mensagens mediáticas que recebem, sob a forma de publicidade, filmes ou conteúdos em linha”.

Daí a necessidade de referenciar estas novas modalidades de (i)literacia mediática através dos tópicos dos “Factores críticos de Sucesso”, designadamente pelos procedimentos de “actividades de consulta e produção de informação e de intercâmbio e comunicação através das TIC: actividades de pesquisa, utilização de serviços Web, recurso a utilitários, software educativo e outros objectos multimédia, manipulação de ferramentas de tratamento de dados e de imagem, de apresentação, outros” (MAABE, p. 15-16). Nesta dimensão a mensagem é ambivalente, pois a troca de experiências e conhecimentos é bi-direccional, no processo ensino/aprendizagem, entre alunos e professores.

De qualquer modo, a concepção e o planeamento na dinamização de actividades pedagógicas orientadas, com recursos electrónicos através de “guiões de pesquisa, grelhas de avaliação de sites, listas de apontadores, guias de procedimentos, outros” (MAABE,p. 16), poderá contribuir para uma reflexão mais aprofundada acerca do fenómeno de transmissão e (re)utilização dos conteúdos digitais. O alojamento de informações sobre a BE/CRE no site da escola e o planeamento de um

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blogue interactivo e informal sobre a BE/CRE são outras das possibilidades de desenvolvimento dos canais de informação numa perspectiva dinâmica e comunitária. O PAA (Plano anual de Actividades) da BE, o PCT (Projecto Curricular de Turma), os Projectos das mais diversas actividades e outros materiais produzidos constituirão evidências significativas para compreender, reorganizar, melhorar e partilhar, em contexto curricular ou extra-curricular, as competências tecnológicas na escola e a utilização consciente e crítica da informação.

A.2.4 Impacto da BE nas competências tecnológicas, digitais e de informação dos alunos na escola

Readaptação do indicador de impacto/outcome, segundo o MAABE (p. 16-17), na aplicação local da BE/CRE:

Factores críticos de sucesso Evidências Acções para a melhoria Os alunos do 3º ciclo de escolaridade e do ensino secundário, utilizam linguagens, suportes, modalidades de recepção e de produção de informação e formas de comunicação variados, entre os quais se destaca o uso de ferramentas e media digitais. Os alunos incorporam no seu trabalho, de acordo com o ano/ciclo que frequentam, as diferentes fases do processo de pesquisa e tratamento de informação: identificam fontes de informação e seleccionam informação, recorrendo quer a obras de referência e materiais impressos, quer a motores de pesquisa, directórios, bibliotecas digitais ou outras fontes de informação electrónicas, organizam, sintetizam e comunicam a informação tratada e avaliam os resultados do trabalho realizado. Os alunos demonstram, compreensão sobre os problemas éticos, legais e de responsabilidade social associados ao acesso, avaliação e uso da informação e das novas tecnologias. Os alunos revelam em cada ano e ao longo de cada ciclo de escolaridade, progressos no uso de competências tecnológicas, digitais e de informação nas diferentes disciplinas e áreas curriculares.

Técnicas de análise qualitativas e quantitativas: Observação de utilização da

BE pelo grupo ou turma (O1). Trabalhos escolares dos

alunos, reveladores de competências (T1).

Estatísticas de utilização da/s BE (presenciais, empréstimos domiciliários, utilização colectiva ou parcial do espaço pela turma ou grupo de alunos, tipo de pesquisa/utilização).

Questionário aos docentes (QD1).

Questionário aos alunos da (QA1).

Análise diacrónica das avaliações os alunos.

Introduzir uma política na escola orientada para o ensino sistemático e em contexto curricular de

competências tecnológicas, digitais e de informação. Incentivar formação dos docentes

e da equipa da BE na área das TIC e da literacia da informação.

Adoptar um modelo de pesquisa uniforme para toda a escola. Produzir guiões e outros materiais

de apoio à pesquisa e utilização da informação pelos alunos. Reforçar a articulação entre a BE e

o trabalho de sala de aula.

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Grelha de análise do indicador de processo e do indicador de impacto:

Pontos fortes actuais Pontos fracos a desenvolver Pontos em que ainda não se pensou

A.2.3 Promoção do ensino em contexto de competências tecnológicas e digitais

Utilização frequente da BE para utilização das TIC pelos alunos, individualmente ou em grupo com o objectivo de realizar trabalhos individuais ou de grupo.

Pesquisa em fontes, suportes e formatos diversos.

Utilização de pesquisa orientada

Disponibilização do catálogo em linha.

Difusão, produção e utilização de instrumentos/guiões de análise e pesquisa da informação.

Dar prioridade ao apoio ao desenvolvimento nas áreas curriculares disciplinares e curriculares não disciplinares.

A.2.4 Impacto da BE nas competências tecnológicas, digitais e de informação dos alunos

Recursos tecnológicos satisfatórios.

Existência de um site da escola.

Deslocação frequente ao CREM, em contexto de sala de aula, de determinados alunos, individualmente ou em grupo, a fim de realizarem trabalhos de investigação.

Aquisição de novos equipamentos: computadores, postos de trabalho quadros interactivos e vídeo projector próprio.

Preparação de um Directório de sites / ligações recomendadas.

Alojamento de conteúdos no site da escola.

Criação e concepção de um blogue:

Utilização preferencial da zona de informática, em detrimento de outras.

Coordenação e concertação no âmbito da equipa do PTE.

Utilização do espaço, através de uma coordenação tendente ao desenvolvimento das literacias e recurso a outras dimensões de pesquisa.

Planeamento da aquisição de competências digitais através de uma articulação e desenvolvimento integrado.

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Em síntese, o desenvolvimento do processo, pressupõe a obtenção de resultados, designadamente, na orientação da pesquisa em diferentes suportes, dada a motivação dos alunos de Área de Projecto, para o desenvolvimento de competências, podendo ser alargado a outras áreas curriculares não disciplinares e aos projectos curriculares específicos das disciplinas, pese embora a prioridade dada quase sempre ao cumprimento dos objectivos programáticos pelos professores.

A aplicação do programa de avaliação do MAABE contribuirá, assim, para uma visão global do relatório final, do domínio e subdomínios considerados prioritários, no próximo ano lectivo, bem como para uma perspectiva parcial do ponto da situação dos restantes domínios.

Acções para a

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