sescb r A s I L - Sesc / Serviço Social do Comércio · que se forjam e se difundem novas visões...

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SESC BRASIL J O R N A L I N T E R N O M E N S A L D O S E R V I Ç O S O C I A L D O C O M É R C I O N O V E M B R O 2 0 0 8 - A N O 5 - N º 6 3 - D I S T R I B U I Ç Ã O N A C I O N A L - I S S N 1 9 8 3 - 7 6 2 3 acontece PANTANAL CONCORRE ÀS SETE MARAVILHAS NATURAIS DO MUNDO entrevista WANDA ENGEL, ESPECIALISTA EM DESENVOLVIMENTO SOCIAL Amazônia das Artes promove integração cultural

Transcript of sescb r A s I L - Sesc / Serviço Social do Comércio · que se forjam e se difundem novas visões...

SESC BRASIL n NOVEMbrO 2008 1

sescbrAsIL

J O r N A L I N T E r N O M E N S A L D O S E r V I Ç O S O C I A L D O C O M É r C I O

N O V E M b r O 2 0 0 8 - A N O 5 - N º 6 3 - D I S T r I b U I Ç Ã O N A C I O N A L - I S S N 1 9 8 3 - 7 6 2 3

acontece PANTANAL CONCORRE ÀS SETE MARAVILHAS NATURAIS DO MUNDOentrevista WANDA ENGEL, ESPECIALISTAEM DESENVOLVIMENTO SOCIAL

Amazônia das Artes promove integração cultural

SESC BRASIL n NOVEMbrO 2008 2

PONTO De VIsTA

eXPeDIeNTe

Antonio Oliveira Santos

Presidente do

Conselho Nacional

Maron Emile Abi-Abib

Diretor-Geral

Coordenação editorial

SESC-DN/Assessoria de Divulgação e Promoção

Jornal SESC Brasil é editado e produzido pela AG Rio

Fotos - Banco de Imagem SESC Nacional

Jornalista responsável - Arlete Gadelha (MTb 13.875/RJ)

Impressão: Gráfica Minister

Tiragem: 18 mil exemplares

AcONTece

n educação (ce/rN/TO)A educação foi tema de encontros realizados

em vários Departamentos Regionais. O Seminá-

rio de Educação no SESC Cariri, no Ceará, abor-

dou o tema Histórias, Memórias e Identidade,

entre 9 e 11 de outubro. Durante o evento os

professores discutiram a importância das narra-

tivas literárias, de acordo com as diretrizes que

orientam os novos rumos da educação no Brasil.

“Educação: inclusão pelo esporte, arte e cultura”

foi o foco do 1º Congresso Pensar, em Palmas/TO,

no final de outubro. O encontro é uma realização

do Jornal de Tocantins, em parceria com o SESC

e a Secretaria Estadual de Educação e Cultura.

As modificações no sistema educacional do país

foram discutidas na I Jornada SESC Educação, rea-

lizada de 30 de outubro a 1º de novembro, no DR/

RN. Durante a jornada se discutiu a mudança para

nove anos do ensino fundamental e os desafios

na construção do currículo escolar.

n cNc, sesc e senac juntos na AbAV (DN)

Representantes do Sistema CNC SESC Senac

participaram da Feira das Américas 2008, organizada

pela Associação Brasileira de Agências de Viagens,

entre os dias 22 e 24 de outubro, no Rio de Janeiro.

O estande de 221m², assinado pela cenógrafa Lídia

Kosovsky, reproduziu as linhas modernas dos anos

dourados, marcados pelas curvas e grandes murais

de azulejos do pós-guerra. O mosaico, com ícones

dos meios de transportes, simbolizava o compro-

misso do empresariado do turismo com a constru-

ção de caminhos de desenvolvimento para o país.

n bienal Arte Naïf 2008 (sP)

A mostra, que apresenta 107 obras de 70 artis-

tas selecionados da arte conhecida como espon-

tânea ou instintiva, está aberta para visitação até

14 de dezembro, no SESC Piracicaba. São pinturas,

fotografias e esculturas produzidas por artistas

plásticos autodidatas, que com suas cores vivas

e perspectiva bidimensional, traduzem a cultura

popular brasileira.

“... o campo da produção cultural é um

daqueles em que se jogam de forma

decisiva as possibilidades e as espe-

ranças de construir um país melhor

para todos”.

O papel transformador da produção

cultural, exaltado em nossas “Diretrizes

Gerais”, assume proporções inusitadas

quando aplicado a uma região que

compreende 60% do território nacional

e ultrapassa fronteiras territoriais.

A introdução da matéria de capa desta edição (páginas 4 e 5) mostra

que “a diversidade cultural e geográfica da Floresta Amazônica ainda

é território desconhecido da maioria dos brasileiros, inclusive dos seus

próprios moradores”.

O Circuito Cultural Amazônia das Artes evidencia que não somente

do Boi-Bumbá de Parintins – que todo ano atrai milhares de visitantes

para a pequena cidade do Baixo Amazonas – vive a cultura da região.

No dizer do nosso colega Thadeu Franco, gerente de cultura do DR/RR,

“o evento vai proporcionar aos amazônidas conhecer os próprios ama-

zônidas , com suas diferenças, crenças e tradições”.

A repercussão desta primeira edição do “Circuito”, coordenada pelo

DR/TO, permite antecipar o sucesso da edição 2009 que será coordena-

da pelo DR/PA que já antecipa algumas de suas atrações ( página 5).

A operação harmônica de 10 DDRR é reveladora de um perfil que

explica boa parte do nosso sucesso - nossa capacidade de buscar a uni-

dade na diversidade. Temos todos a consciência de que a produção e a

divulgação de obras e objetos de cultura são o espaço privilegiado em

que se forjam e se difundem novas visões de mundo.

O “Circuito” cumpre, rigorosamente, o estabelecido em nossas “Dire-

trizes para o Qüinqüenio 2006-2010”.

Não cabe ao SESC ser um repetidor de expressões do lazer e da cul-

tura de caráter reificador, e que têm como objetivo cativar a população

para o consumo como simbolização de status.

Maron Emile Abi-AbibDiretor Geral

Cultura Pan-amazônica

SESC BRASIL n NOVEMbrO 2008 3

cUrTAs

n Triathlon (rs) A etapa de Porto Alegre, do SESC

Triathlon Circuito Nacional, aconte-

cerá em 30 de novembro, na Praia do

Veludo, em Belém Novo. As provas de

natação, ciclismo e corrida terão per-

curso diferenciado para a categoria

faixa etária e o grupo de elite, e obe-

decerão à regra oficial da Confedera-

ção Brasileira de Triathlon (CBTri). As

inscrições podem ser feitas nas unida-

des operacionais do SESC em todo o

estado ou no site www.sesc-rs.com.br,

até 19 de novembro.

n Vote na Maravilha do

Pantanal (DN) O Pantanal concorre com mais de

300 sítios naturais ao título de uma

das sete maravilhas do mundo. A pri-

meira fase da votação, que será reali-

zada on-line, se encerra no dia 31 de

dezembro. A Estância Ecológica SESC

Pantanal e a TV Centro América inicia-

ram uma campanha de incentivo à vo-

tação popular. Para saber como votar

acesse http://rmtonline.globo.com/

noticias.asp?n=412831&p=2&Tipo=

n sesc Goiás pede paz (GO)

O show da Banda Sentido Contrário en-

cerrou, no dia 1° de novembro, a edição

2008 do projeto Soldados da Paz, com a

participação do vocalista Tico Santa Cruz,

dos Detonautas. O projeto, lançado em 18

de setembro, incluiu também gincanca

em escolas, para recolher e destruir brin-

quedos que lembrassem a violência.

n Literatura viatorpedo (sP)Um dos desafios da Mostra SESC

de Artes, em outubro, foi o convite

feito a 30 autores para escrever mi-

crocontos com 120 caracteres. O re-

sultado foi enviado, via torpedo, para

portadores de celulares pré-cadastra-

dos no Portal SESC SP.

n Viagem a lugares imaginários (sc)A riqueza da descrição literária costuma deixar na lembrança dos leitores a imagem

dos lugares onde as histórias se desenrolaram. Assim é com a ilha de Robinson Crusoé,

a Biblioteca de Ravel, Cidade de Leônia e outros cenários que habitam o imaginário cole-

tivo. A mostra Lugares Imaginários, concepção da curadora Bianca Tomaselli baseada no

Dicionário de lugares imaginários, de Alberto Manguel e Gianni Guadalupo, recria e torna

reais cenários dessas obras literárias. Desenhos e intervenções de 12 artistas fazem parte da

exposição que poderá ser vista até 5 de dezembro no SESC Estreito, em Florianópolis.

O cinema esteve em discussão do nor-

te ao sudeste do país entre outubro e no-

vembro. O Centro de Atividades Ceilândia,

no DR/DF, realizou de 7 a 9 de novembro o

Festival de Cinema e Cultura Cine Periferia

Criativa, em parceria com a Central Única

de Favelas do Distrito Federal (Cufa). Foram

apresentados curtas e longas-metragens

de filmes nacionais e estrangeiros, em es-

paços comunitários.

Na região Sudeste, o IV Festival Curta

Três Rios/RJ reuniu, entre 4 e 8 de novem-

bro, curtas em vários formatos, produzidos

por profissionais e amadores. O estado de

São Paulo, com o apoio do SESC/SP, sediou

mais uma vez a 32ª edição da Mostra In-

ternacional de Cinema, entre os dias 17 e

30 de outubro. Uma seleção de 454 filmes

n sétima Arte (DF/Pb/rJ/sP/TO)

produzidos em 75 países permitiu a amplia-

ção das perspectivas culturais e estéticas.

Em João Pessoa, o Jampa Vídeo Festival reu-

niu em outubro oficinas, seminários, mos-

tras competitivas e especiais para discutir a

produção videográfica nacional. Participa-

ram categorias como Ficção, Documentá-

rio, Experimental, Animação e Videoclipe. Já

em Tocantins, acontece o VII Chico - Festival

de Cinema e Vídeo de Palmas, entre os dias

27 e 29 de novembro, Haverá exibição de

mostras competitivas e circuito pocket mo-

vies, com exibição de filmes produzidos em

aparelhos celulares, com a duração máxima

de cinco minutos.

SESC BRASIL n NOVEMbrO 2008 4

MATÉrIA De cAPA

O SESC Amazônia das

Artes, circuito cul-

tural interestadual

lançado em abril de

2008, está descorti-

nando a diversidade cultural dos po-

vos amazônicos, ocupantes de mais

de 61% do território nacional, para

quem quiser ver. A idéia do projeto

surgiu há três anos quando Diretores

dos Departamentos da Região Norte

perceberam, durante encontros re-

gionais, que possuíam dificuldades

comuns na difusão da cultura.

A criação de um circuito cultural

itinerante foi à solução encontrada

para vencer obstáculos como à es-

cassez de patrocínios culturais, a ca-

rência de espaços para apresentação

de espetáculos nas capitais, a falta de

qualificação técnica dos artistas atra-

vés da promoção variada de oficinas

e cursos, além da longa distância que dificulta o

intercâmbio das artes entre os estados.

A itinerância, realizada entre abril e no-

vembro, levou 84 espetáculos de teatro, dan-

ça, shows e exposições de arte a milhares de

pessoas nas capitais dos estados, em uma

viagem pela identidade cultural dos povos

que habitam a Amazônia Legal – formada

por Amazonas, Pará, Roraima, Rondônia, Acre,

Amapá, Maranhão, Tocantins e Mato Gros-

so. O circuito cultural também contempla o

vizinho Piauí, que embora não faça parte da

Amazônia Legal, também precisava fomentar

a produção artística local.

A implantação do projeto foi viabilizada

a partir do apoio do Departamento Nacio-

nal que contribuiu com metade dos custos

envolvidos (passagens, hospedagens, diá-

rias, etc.) e o cuidadoso planejamento dos

Departamentos Regionais envolvidos, que

custearam o restante da verba necessária. O

Trio Manari, grupo musical paraense, fez a

primeira apresentação do SESC Amazônia

das Artes, no dia 10 de abril, no Mato Grosso.

A itinerânciaO Gerente Cultural do DR/AM, Nilton

Carlos Teixeira, enfatiza que o SESC Amazô-

nia das Artes representa a abertura de vários

canais de divulgação dos produtos culturais

da região: “Através do projeto passamos a co-

nhecer o que vem sendo produzido em ter-

mos de cultura na Amazônia em suas mais

diversas linguagens: teatro, dança, música e

artes plásticas”, afirmou Nilton Teixeira.

O estado do Amazonas foi representado

no projeto pelo grupo musical Imbaúba, que

reúne em seu repertório músicas de autoria

própria, compostas a partir da sonoridade da

natureza, como os trinados de pássaros, farfa-

lhar de folhas, sons e ruídos da floresta, tem-

perados da mística que emana do universo

amazônico.

De acordo com a Coordenadora de Cul-

tura do DR/TO, Ana Friedlander, responsável

pela coordenação do SESC Amazônia das Ar-

tes este ano, o projeto garante entretenimen-

to gratuito ou a preços populares, incentiva a

arte regional, que valoriza a intensa relação do

homem amazônico com a natureza, contribui

para o desenvolvimento sociocultural da re-

gião e lança novos talentos, caso da profes-

sora de dança Daniela Perez, diretora da Cia.

Casulo de Dança, licenciada pela Faculdade

Paulista de Artes.

É a diretora da Cia. Casulo de Dança que

explica a importância da entidade para viabi-

lizar as artes amazônicas.

“Enquanto o Casulo fazia apresentações

em sete dos estados, descobri que a pro-

dução artística é embrionária na maior par-

te deles. O pouco que existe, existe graças

à contribuição do SESC. Em alguns lugares,

como Porto Velho (RO), o único teatro da

capital é da entidade. Em Boavista (RR), o

espaço mais utilizado também é

do SESC, porque o único te-

atro da cidade precisa de

reformas. Por isso digo

em todos os lugares

por onde passo que

nunca encontrei

em nenhuma ins-

tituição pública o

incentivo cultural

que o SESC dá.”,

declara Daniela

Perez.

Já a Coordenadora

de Cultura do DR/MA,

Isoneth Almeida, acre-

dita que “a difusão das

tradições, costumes e

vivências interestadu-

ais, através dos grupos

artísticos de cada esta-

A Amazônia vista por seus artistasA diversidade cultural e geográfica dos povos amazônicos ainda é território desconhecido da maioria dos brasileiros, inclusive de seus próprios moradores

Por entre vãos, espetáculo da Casulo Cia. de Dança, de Tocantins

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do, oferecem uma oportunidade de expansão

das expressões artísticas”.

Os amazônidas pelos amazônidas

Para o Gerente de Cultura do DR/RR, Tha-

deu Franco das Neves, participar do Amazô-

nia das Artes é ter a certeza de que a Amazô-

nia precisa ainda ser compreendida em todas

as suas manifestações culturais.

“A Amazônia não pode ser vista como

sinônimo de distância e, sim, de imensidão

cultural ainda a ser divulgada. O circuito vai

proporcionar tudo isso: os amazônidas co-

nhecendo os próprios amazônidas, com to-

das as suas diferenças, crenças e tradições”,

enfatiza Thadeu Franco das Neves.

As fotografias de Wank Carmo, artista de

Roraima, mostram a natureza selvagem do

Baixo Rio Branco, de Roraima e da Amazô-

nia, bem ao sul do estado, onde é praticada

a pesca profissional artesanal. O fotógrafo

esbanja satisfação em participar do circuito:

“Agradeço ao SESC por ter nos embarca-

do nesse ziguezague itinerante, o que dará

oportunidade aos nossos irmãos amazôni-

das, fotógrafos ou não, de vislumbrarem este

pequeno pedaço da Amazônia Oriental”.

As atrações para o projeto em 2009 foram

definidas no encontro dos curadores, Coorde-

nadores de Cultura e Diretores dos Departa-

mentos Regionais do SESC que participam do

projeto, no início de agosto, em Belém/PA.

A Coordenadora de Cultura do DR/PA,

Maria Emília Farias, conta que em breve serão

divulgados os nomes dos artistas que parti-

ciparão do Amazônia das Artes em 2009. Ela

explica que os critérios de escolha dos artistas

foram baseados na pesquisa de linguagem e

A Amazônia vista por seus artistasA diversidade cultural e geográfica dos povos amazônicos ainda é território desconhecido da maioria dos brasileiros, inclusive de seus próprios moradores

O repertório do grupo Imbaúba/AM traz os sons e ruídos da floresta

O cortejo “Arrastões do Pavulagem” valoriza a música de raiz da região amazônica

A peça “A menina e o palhaço “, um dos represen-tantes do Acre no projeto

Mantos de artista paraense vestem a Nossa Senhora no Círio de Nazaré

AC – A cantora Gracinha Gomes,

o artista plástico Darci Seles e o

espetáculo teatral “A Menina e

o Palhaço” foram os represen-

tantes do Acre.

AM – O estado se fez represen-

tar através do Grupo Imbaúba.

AP – A Cia. Supernova, de Ma-

capá, encenou “Ensaio ou Saio”,

inspirada na peça “Um grito

parado no ar”, de Gianfrances-

co Guarnieri.

MA - Carlos Pial, percussionista maranhense, mostrou

ritmos como salsa, baião e bumba-meu-boi, mescla-

dos com batidas africanas e cubanas.

MT – A exposição de esculturas “Sentinelas do Cerrado”,

de Ronei Ferraz; o Grupo Trieiro; os espetáculos “Muru-

cutu” e “Primeira Pele”, da Cia. Pessoal de Teatro; e Alicce

Oliveira, em “Histórias Birutas e Batutas” representaram

os mato-grossenses.

PA – O Trio Manari, que explora ritmos tradicionais

da região como o Carimbó, o Lundu, o Samba do Ca-

cete e utiliza instrumentos exclusivos da Amazônia,

como o Curimbó, feito de madeira rústica e de couro

de boi, tradicional da região do Marajó, difundiu a

cultura paraense.

RR – O estado foi representado pelo grupo Criarte e o fotógra-

fo Wank Carmo, com a exposição fotográfica “Água Branca”.

TO – A Cia. Casulo de Dança Contemporânea, de Tocantins, le-

vou o espetáculo “Por entre vãos” a sete estados.

Participantes do Amazônia das Artes 2008

materiais; qualidade artística e viabilidade

técnica e adianta que o projeto estará sob a

coordenação do seu DR no próximo ano.

“Teremos o estilista Jorge Bittencourt

e seus ‘Os Mantos Sagrados’ entre os re-

presentantes do projeto. Um dos mantos

vestirá Nossa Senhora, na festa do Círio de

Nazaré, a maior procissão religiosa do Bra-

sil. Na exposição serão exibidas 25 vestes,

confeccionadas em cetim italiano e broca-

do e organza. Os tecidos foram bordados

com cristais, canutilhos, miçangas, pedra-

rias, fio de ouro, falões e paetês. Outro par-

ticipante paraense será o grupo Arraial do

Pavulagem, que valoriza a música de raiz

produzida na região amazônica, utilizan-

do-se da alegoria de um boizinho na tala.

Foi assim que começaram os cortejos de-

nominados ‘Arrastões do Pavulagem’”, fala

Maria Emília entusiasmada.

A arte pop de Darci Seles retrata a cultura indígena

SESC BRASIL n NOVEMbrO 2008 6

Alcir da Silva, porteiro do De-

partamento Nacional e Ângela

Koerich, telefonista do SESC Santa

Catarina, foram os sorteados da

edição 61. A frase “Turismo So-

cial do SESC, 60 anos fazendo os

brasileiros redescobrirem o Brasil”,

de Ricardo Perdomo Fogaça, do

Setor de Odontologia do DR/RS, foi premiada com uma viagem. A frase foi

escolhida pela comissão formada por técnicos de Turismo Social, da Gerência

de Esporte e Lazer do DN e da equipe de Comunicação Corporativa do Senac

DN. Os três poderão desfrutar um fim de semana, com seus acompanhantes,

em um dos 42 destinos SESC, de norte a sul do país.

PreMIADOLeITOr

VeNceDOr DA eNQUeTe

CONCORRA A UMA ESTADA NO SESC CABO BRANCO (PB)

Com direito a acompanhante, incluindo viagem aérea e traslado. Preencha o cupom e envie para a “Promoção SESC Cabo Branco” – Av. Ayrton Senna 5.555, bl. L, sala 301,

Jacarepaguá, RJ – CEP: 227775–004. Se preferir, pode enviar por fax, no tel.: (21) 2136-5470 ou e-mail [email protected]. O sorteio será no dia 10 de dezembro. Só serão considerados os cupons que chegarem até as 16h. Não é permitido participar mais de uma vez na mesma en-quete! A participação é exclusiva para servidores do SESC.

Nome:..............................................................................................

...........................................................................................................

Estado:.............................................................................................

Setor:................................................................................................

Cargo/função:...............................................................................

Endereço residencial:..................................................................

............................................................................................................

Telefone:............................................................................................

E-mail:.................................................................................................

Qual símbolo de Natal é mais marcante para você?

( ) Árvore de Natal ( ) Papai Noel ( ) Presépio ( ) Outros

Verão em João PessoaO SESC Cabo Branco hospedará o leitor premiado

foto de Mariana Santiago

O futuro vencedor da enquete vai curtir o visual de João Pessoa de

frente para um dos principais cartões-postais da cidade: a praia

de Cabo Branco. É lá que fica a Pousada SESC Cabo Branco, perti-

nho do mirante do Farol, um dos pontos turísticos mais visitados,

a 40 metros acima do nível do mar, de onde se descortinam falésias, quilô-

metros de praias e a Ponta dos Seixas, o ponto geográfico mais oriental das

Américas, onde o sol nasce primeiro. A praia de Tambaú, os bancos da Areia

Vermelha e as piscinas naturais de Picãozinho são outros passeios indicados.

Mas nem só do litoral vive João Pessoa. O artesanato rico em tramas

e tecidos, as iguarias da gastronomia regional, bares embalados a forró e

a receptividade de um povo alegre são outras atrações.

Vale a pena uma parada no Mercado de Artesanato para levar de

souvenir roupas produzidas com algodão colorido, caminhos de mesa

bordados em crochê e doces típicos da região. À noite, escolha um dos

restaurantes do calçadão da orla para desfrutar da comida típica, farta

em carne-de-sol, feijão-verde, macaxeira e frutos do mar.

Antes do fim de semana terminar, prove as saborosas aguardentes

da Cachaçaria Dona Maria e vá assistir ao pôr-do-sol na praia do Jacaré,

ao som do “Bolero de Ravel”. A praia fluvial é rodeada por bares às suas

margens, onde um saxofonista e violinista executam o bolero durante os

exatos 15 minutos que o sol leva para tingir de amarelo e vermelho as

águas escuras do rio.

Alcir da Silva Ângela Koerich

SESC Cabo Branco

SESC BRASIL n NOVEMbrO 2008 7

NOssA GeNTe

Aroldo Lima Verde, Técnico especializa-

do em Comunicação, do DR/MT, começou a

praticar esportes aos oito anos para ajudar

a controlar a diabetes. Aos 13 anos apren-

deu KickBoxer, luta que combina diversas

técnicas de combate, incluindo o Boxe,

Kung Fu e Tae Kwondo, e que abriu cami-

nho para Aroldo descobrir a paixão pelas

artes marciais. Aos 14 anos ele começou a

praticar judô, mas foi só em 2002 que ele

aderiu ao Jiu-Jítsu, esporte em que é Cam-

peão Mato-grossense. “Ao contrário do que

muitas pessoas imaginam, o Jiu-Jítsu não é

uma luta agressiva. É uma arte marcial que

ensina respeito, disciplina, dedicação e exi-

ge autocontrole”, afirma Aroldo.

Eles têm em comum o local de trabalho, a paixão pelos esportes e a superação de desafios. Ao vencer os limites do corpo, en-contram na prática desportiva maior disposição para desempenhar suas funções no SESC.

Louca por trilhas

A primeira trilha ninguém esquece. Cláudia Flo-

res, Assistente Sênior do Setor de Relações de Traba-

lhos, da Divisão de Recursos Humanos do DR/SC, des-

cobriu a paixão por trilhas em agosto de 2007, ao subir a

Costa da Lagoa da Conceição, em Florianópolis, acompanha-

da por colegas do Regional. Desde então ela percorreu 23 trilhas na

ilha, além de outras, como a do cume da Serra do Tabuleiro.

“O cheiro da terra, o som dos pássaros, o vento no rosto, tudo

na natureza renova minhas energias. Aos 30 anos encarei a primei-

ra prova de corrida em montanhas, conhecida como Mountain Do,

organizada pelo grupo ‘Loucos por Trilhas’”, conta a atleta.

A preparação para a prova, que aconteceu em outubro, du-

rou quatro meses e incluiu dois dias de musculação na acade-

mia da entidade.

De olho no cronômetrocombate a Diabetes

A rotina diária da auxiliar administrativa

Maria Luzineide Santos, do SESC Rio Grande do

Norte, concilia horas de treinamento e trabalho.

O dia começa cedo para a servidora, que

é tetracampeã brasileira de Halterofilismo,

na categoria até 44 kg.

Ela inicia os treinos, que às vésperas de um

campeonato podem durar até três horas, às

7h30 da manhã. Ao meio-dia ela vai para a Cen-

tral do Trabalhador, onde trabalha até as 18h.

“Meu tempo é todo cronometrado. Corro

do treinamento para o trabalho. O condicio-

namento físico adquirido com a prática dos

exercícios, somado à alimentação balancea-

da, me ajudam a render bem no trabalho e

no atletismo”, garante Luzineide, que partici-

pou do Campeonato Brasileiro de Halterofilis-

mo, no início de novembro, em Fortaleza, e foi

quinta colocada nas provas da categoria, nas

Paraolimpíadas em Pequim.

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eNTreVIsTA

JSB: O SESC, assim como o Instituto Unibanco, tem a educação como um de seus focos. Nesse sentido, como foi parti-cipar do Seminário Mesa Brasil SESC?

Wanda Engel: Foi bastante interessan-

te notar a intersetorialidade dos assuntos

debatidos no seminário e perceber que to-

dos os participantes estavam imbuídos da

idéia de integralidade dos direitos. Todos

sabiam que os fatores estão interligados,

uma vez que a fome não é uma questão

isolada. A qualificação depende da capaci-

tação, que depende da segurança alimen-

tar, que depende da assistência mínima ao

cidadão. O próprio programa Mesa Brasil

SESC tem uma abordagem pluralista. Inves-

te na educação nutricional, além de atuar

na coleta e distribuição dos alimentos, de

forma organizada.

JSB: O Mesa Brasil SESC dissemina ações educativas contra o desperdí-cio dos alimentos. Na sua visão, como programas dessa natureza contribuem para reduzir o estado de inseguran-ça alimentar grave em que vivemseis milhões de pessoas no país, segun-do o IBGE?

W.E.: A saída para essas seis milhões de

pessoas começa com a distribuição de ali-

mentos e recursos. Porque existe o alimen-

to, mas falta dinheiro às famílias para ter

acesso ao alimento. Não se trata de política

de assistencialismo, mas de dar as primei-

ras condições mínimas para um processo

de promoção social, que começa com a

alimentação, passa pela educação, até che-

gar ao desenvolvimento econômico, que

é a inserção das pessoas no mercado, que

fecha o ciclo e vai garantir um futuro para

gerações inteiras.

Se eu tenho uma família indigente, por

exemplo, os programas que vão incorpo-

rando outros componentes são absoluta-

mente importantes. A alimentação e os

recursos permitem que o sujeito

tenha acesso aos outros tipos de

auxílio, como colocar as crianças

no colégio e receber capacitação

profissional. Nesse sentido, não

existe dicotomia entre dar o peixe

e ensinar a pescar. A reengenha-

ria social é que vai permitir a saída

dessa vulnerabilidade.

JSB: Você acredita que a crise finan-ceira mundial pode desencadear uma alta nos preços de alimentos básicos e o agravamento da insegurança alimentar no país?

W.E.: Eu estou otimista. Pode haver au-

mento no preço do trigo e outros itens de

exportação, mas não acredito que a crise

elevará os preços dos alimentos de uma

forma geral. A dimensão geográfica do

Brasil, aliada à vantagem de ter a Empresa

Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Em-

brapa), que através da tecnologia dobrou

a capacidade de produção de alimentos

no país, fará com que não falte comida

para 190 milhões de consumidores.

JSB.: Durante a palestra “A dimensão social da Segurança Alimentar”, no semi-nário Mesa Brasil SESC, foram correla-cionadas questões como a necessidade de fomentar a agricultura alimentar e a parceria nos projetos sociais. Para você, que caminhos novos foram apontados no seminário?

W.E.: Ficou evidente que precisamos

aproveitar a crise para buscar saídas de

consenso, que unam todos os níveis de go-

verno, empresas privadas, sociedade civil e

voluntariado. Se todos são unidos em tor-

no de objetivos, o alcance é maior. Eu faço

um paralelo com a atuação do Mesa Bra-

sil SESC, que age para evitar o desperdício

de alimentos. Acredito que devamos estar

atentos com o desperdício humano, que

acontece quando crianças deixam a escola

e desperdiçam a sua capacidade de apren-

dizagem, por fatores como o desemprego

que coloca jovens e suas famílias em situ-

ações de risco, porque esse país não pode

mais desperdiçar gente!

JSB: Para finalizar, após coordenar por mais de uma década o desenvol-vimento de políticas públicas sociais, você foi convidada para atuar na ini-ciativa privada. Quais são as diferen-ças entre um lado e outro?

W.E.: Vivi a experiência de dirigir uma

organização não-governamental (Ong),

onde destinava 80% do tempo à arreca-

dação de recursos e apenas 20% para o

desenvolvimento de ações. No governo,

a situação era invertida. Eu dispunha de

tempo e orçamento, mas precisava admi-

nistrar a burocracia. Apesar das restrições

burocráticas, não existe lugar que tenha

maior possibilidade de cobertura do que

o Executivo.

Hoje, no Instituto Unibanco, eu tenho

agilidade e recursos suficientes para desti-

nar aos projetos.

W anda Engel, atual Superintendente Executiva do Instituto

Unibanco, falou ao Jornal SESC Brasil sobre sua participa-

ção no Seminário Nacional Mesa Brasil SESC – Segurança

Alimentar e Nutricional. Ministra de Estado de Assistência

Social durante o segundo mandato de Fernando Henrique

Cardoso, entre 1999 e 2002, Wanda aproveitou para abordar diferenças básicas

de atuação na vida privada e pública. Geógrafa, doutora em Educação pela

Puc-Rio e pós-graduada em Pedagogia e Civilização pelo Centre International

D’Études Pedagogiques, Sévres, na França, ela se mostra otimista mesmo diante

da atual crise finaceira.

A qualificação depende

da capacitação, que

depende da segurança

alimentar, que depende

da assistência mínima

ao cidadão.