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SERVIÇO SOCIAL NOS ESPAÇOS DAS UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA: a inserção do Assistente Social 1 em uma equipe multiprofissional Adriana Paula da Silva Eleutério 2 Francislaine Silva Nascimento 3 Sara de Sousa Costa 4 RESUMO O presente artigo analisa a inserção do Assistente Social em uma equipe multiprofissional no âmbito da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL). O estudo aponta que é fundamental para uma assistência integral e interdisciplinar que haja um trabalho em equipe, fundamentado na integração dos saberes das diferentes áreas de conhecimento. Conclui-se que a inserção do Assistente Social na UTI junto à equipe multiprofissional possa contribuir para uma assistência de qualidade e humanizada aos usuários e familiares, considerando direitos e necessidades de saúde dos usuários. Palavras-chave: Unidade de Terapia Intensiva. Assistente Social. Integralidade. Interdisciplinaridade. Equipe Multiprofissional. Assistência. ABSTRACT This article analyzes the social worker’s inclusion in an intensive care multidisciplinary team of the Onofre Lopes University Hospital (HUOL). The study shows that teamwork is essential for an integral and interdisciplinary care, based on the integration of knowing from different fields of knowledge. It is concluded that the inclusion of social workers in the ICU’s multidisciplinary team can contribute for quality and humanized care for users and family, considering rights and health needs of the users. Keywords: Intensive Care Unit. Social Worker. Completeness. Interdisciplinarity. Multidisciplinary team. Assistance. 1. SUS e HUOL O Sistema Único de Saúde (SUS), estabelecido a partir da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 5 e regulamentado a partir da Lei Orgânica da Saúde (Leis nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, e nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990), 1 O termo “O Assistente Social” refere-se a/o Assistente Social. 2 Mestre. Hospital Universitário Onofre Lopes (UFRN/HUOL). E-mail: [email protected] Especialista. Ministério Público do Estado do Rio Grande do Norte (MPRN) 3 Especialista. Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN) 4 Especialista. Ministério Público do Estado do Rio Grande do Norte (MPRN) 5 O texto da Constituição, após acordos políticos e pressão popular, atendeu grande parte das reivindicações do Movimento de Reforma Sanitária, o qual foi um Movimento de propostas de fortalecimento do setor público composto por diversos setores da sociedade.

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SERVIÇO SOCIAL NOS ESPAÇOS DAS UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA: a

inserção do Assistente Social1 em uma equipe multiprofissional Adriana Paula da Silva Eleutério2

Francislaine Silva Nascimento3 Sara de Sousa Costa4

RESUMO O presente artigo analisa a inserção do Assistente Social em uma equipe multiprofissional no âmbito da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL). O estudo aponta que é fundamental para uma assistência integral e interdisciplinar que haja um trabalho em equipe, fundamentado na integração dos saberes das diferentes áreas de conhecimento. Conclui-se que a inserção do Assistente Social na UTI junto à equipe multiprofissional possa contribuir para uma assistência de qualidade e humanizada aos usuários e familiares, considerando direitos e necessidades de saúde dos usuários. Palavras-chave: Unidade de Terapia Intensiva. Assistente Social. Integralidade. Interdisciplinaridade. Equipe Multiprofissional. Assistência.

ABSTRACT This article analyzes the social worker’s inclusion in an intensive care multidisciplinary team of the Onofre Lopes University Hospital (HUOL). The study shows that teamwork is essential for an integral and interdisciplinary care, based on the integration of knowing from different fields of knowledge. It is concluded that the inclusion of social workers in the ICU’s multidisciplinary team can contribute for quality and humanized care for users and family, considering rights and health needs of the users. Keywords: Intensive Care Unit. Social Worker. Completeness. Interdisciplinarity. Multidisciplinary team. Assistance.

1. SUS e HUOL

O Sistema Único de Saúde (SUS), estabelecido a partir da Constituição da

República Federativa do Brasil de 19885 e regulamentado a partir da Lei Orgânica da Saúde

(Leis nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, e nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990),

1 O termo “O Assistente Social” refere-se a/o Assistente Social.

2 Mestre. Hospital Universitário Onofre Lopes (UFRN/HUOL). E-mail: [email protected] Especialista. Ministério

Público do Estado do Rio Grande do Norte (MPRN) 3 Especialista. Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN)

4 Especialista. Ministério Público do Estado do Rio Grande do Norte (MPRN)

5 O texto da Constituição, após acordos políticos e pressão popular, atendeu grande parte das reivindicações do

Movimento de Reforma Sanitária, o qual foi um Movimento de propostas de fortalecimento do setor público composto por diversos setores da sociedade.

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apresenta como um dos seus objetivos, conforme exposto na Lei nº 8.080/1990, em seu

artigo 5º, inciso III, realizar

[...] a assistência às pessoas por intermédio de ações de promoção, proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e das atividades preventivas (BRASIL, 1990, p. 485).

Aliado a isso, a Lei nº 8.080/1990 afirma em seu artigo 3º, a definição do

conceito ampliado de saúde, expressando que

A saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais [...] (BRASIL, 1990, p.485).

Tem-se, dessa forma, um avanço na compreensão da saúde para além da

ausência de doenças, mas envolvendo o bem-estar físico, mental e social dos usuários, o

que requer que esses sejam vistos em sua totalidade e tenham assistência integral e

interdisciplinar.

A atuação junto aos usuários na perspectiva de uma assistência interdisciplinar

“[...] supõe a abertura para o conhecimento do outro, as trocas e reflexões com inúmeros

pontos de vista diferenciados, a complementaridade e a construção de projetos com

objetivos comuns” (NOGUEIRA, 1998, p.47). Há, pois, o enriquecimento das diferenças

entre as profissões, potencializando ângulos particulares de conhecimento, o que contribui

para o desenvolvimento e fortalecimento de um trabalho multiprofissional de qualidade,

intervenção em equipe.

A integralidade da assistência pressupõe que os usuários, individualmente ou

em sua coletividade, devem ter acesso às ações e serviços de saúde no SUS em seus

diferentes níveis de atenção – atenção básica, média complexidade e alta complexidade.

No contexto do SUS, as Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) estão situadas no

nível de alta complexidade, caracterizado por procedimentos que envolvem profissionais

especializados, alta tecnologia e/ou alto custo (BRASIL, 2007). Essas Unidades se

configuram como espaços destinados ao acolhimento de usuários em estado grave com

chances de sobrevida, que necessitam de tratamento contínuo com recursos humanos

especializados, monitoramento constante, com disponibilidade de recursos diagnósticos e

terapêuticos ininterruptos (BRASIL, 2009a).

No Estado do Rio Grande do Norte (RN), o Hospital Universitário Onofre Lopes

(HUOL), vinculado a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), encontra-se

inserido no Sistema Único de Saúde enquanto Hospital de alta complexidade. Oferece

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serviços como consultas, exames laboratoriais e de imagem, internações, cirurgias –

vesícula, hérnia, cardíaca, obesidade, vascular, transplante – dentre outros serviços.

Enquanto Hospital de Ensino se fundamenta no tripé ensino, pesquisa e

extensão.

[...] ensino através da formação acadêmica de futuros profissionais e de profissionais na área da saúde, pesquisa com a produção de novos conhecimentos e aperfeiçoamento de pesquisas em andamento, e extensão via assistência à saúde do usuário por meio de diversos serviços, procedimentos e tratamentos nos diferentes agravos à saúde (ELEUTÉRIO; NASCIMENTO, 2011, p.90).

O HUOL, além de oferecer serviços dos mais simples aos mais complexos,

oferece a assistência de profissionais qualificados para o cuidado ao agravo à saúde do

usuário. Além disso, realiza assistência à saúde dos usuários através da Unidade de

Terapia Intensiva (UTI) Adulto, dispondo de 19 (dezenove) leitos, e da UTI Pediátrica6

contando com 05 (cinco) leitos.

A equipe que atua na assistência aos usuários internados na UTI é composta

por médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas, farmacêuticos, psicólogos, técnicos

de enfermagem, assistentes sociais, dentre outros. Profissionais preconizados pela

Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 7, de 24 de fevereiro de 2010, da Agência

Nacional de Vigilância Sanitária, que dispõe sobre os requisitos mínimos para

funcionamento de Unidades de Terapia Intensiva e dá outras providências.

É importante destacar, o início do Programa de Residência7 Integrada

Multiprofissional em Saúde do HUOL, área de concentração em Terapia Intensiva Adulto, no

ano de 2010, com as profissões de Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia e Nutrição. O

Serviço Social passou a integrar esse grupo de profissões no ano de 2011. Atualmente, o

HUOL tem duas áreas de concentração: Saúde da Criança e Terapia Intensiva Adulto. E

tem a gestão da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH).

O Programa de Residência Integrada Multiprofissional no HUOL foi instituído na

perspectiva de

Desenvolver competências e habilidades para o cuidado integral em Terapia Intensiva, através da articulação das ações de promoção, prevenção e reabilitação, com vista à integralidade da atenção, nos contextos dos hospitais universitários, articulados com a rede do SUS, preservando as especificidades dos campos de saberes das diversas profissões da área de saúde (HOSPITAL..., 2010, p.14).

6 Em 06/02/2017 foi inaugurada a UTI Pediátrica do HUOL. A inserção do Assistente Social nessa UTI

não faz parte da avaliação desse trabalho por ser muito recente. 7 Instituída pela Lei nº 11.129, de 30 de junho de 2005, e regulamentada pela Portaria Interministerial

nº 1.077, de 12 de novembro de 2009b.

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O Serviço Social se insere na equipe multiprofissional em saúde, acrescentando

um olhar diferenciado sobre a assistência, ao buscar compreender a realidade sócio-

histórica e sanitária em que os usuários estão inseridos e, dessa maneira, intervir e

possibilitar a intervenção dos profissionais sobre as necessidades sociais, para além dos

objetivos estabelecidos pela Instituição.

2. SERVIÇO SOCIAL NA ÁREA DA SAÚDE

Destaca-se que o Serviço Social é uma profissão regulamentada em todo

território brasileiro pela Lei nº 8.662, de 07 de junho 1993. Anteposto a essa

regulamentação, especificamente na década de 1980, a profissão vivenciou um processo de

mudança em relação à sua forma de intervenção, suas bases teórico-metodológicas e sua

postura ético-política, que passou a ser centralizada na defesa intransigente dos direitos

sociais da classe trabalhadora. Essa postura em defesa dos interesses da coletividade está

contida no Projeto Ético-Político Profissional que é composto principalmente pelo Código de

Ética de 1993, pela Lei de Regulamentação da Profissão (Lei nº 8.662/1993) e pelas

Diretrizes Curriculares de 1996.

No campo dos serviços – cuja saúde se insere – a postura profissional do

Assistente Social deve estar comprometida com a qualidade do atendimento às

necessidades dos usuários, exigindo uma compreensão macro da realidade sócio-histórica

contemporânea e intervenção com base na Determinação Social da Saúde.

No âmbito da saúde como nas demais áreas de atuação o Assistente Social se

norteia por aparatos legais como o Código de Ética Profissional dos Assistentes Sociais de

1993 que se posiciona em favor da construção de uma nova ordem societária, expressando

um direcionamento, por exemplo, em favor da justiça social, equidade, acesso dos usuários

a informações e a políticas públicas – concretização do acesso à saúde como direito social.

Ainda que não seja uma profissão exclusivamente da saúde, o código, ao se posicionar em favor da equidade e justiça social que assegure universalidade de acesso aos bens e serviços relativos aos programas e políticas sociais, bem como sua gestão democrática, referenda os ganhos constitucionais na Seguridade Social (VASCONCELOS et al, 2004, p.55).

Na área da saúde o Assistente Social se insere no processo de trabalho coletivo,

desempenhando suas atividades nas mais diversas demandas organizacionais, assim como

nas distintas necessidades sociais identificadas a partir do conhecimento da realidade dos

usuários.

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O profissional precisa ter clareza de suas atribuições e competências para estabelecer prioridades de ações e estratégias, a partir de demandas apresentadas pelos usuários, de dados epidemiológicos e da disponibilidade da equipe de saúde para ações conjuntas (CONSELHO..., 2010, p.41).

Um das requisições ao Serviço Social, na área da saúde, é a vinculação do

Assistente Social com as propostas da Política Nacional de Humanização (PNH), instituída

em 2004, tendo por objetivo a melhoria da qualidade dos atendimentos aos usuários do SUS

e a transição do modelo tradicional de prestação de serviços, hierarquizado e curativo, para

uma nova conformação de atendimento integral às necessidades em saúde dos usuários,

superando o modelo da medicina curativa.

Referindo-se à PNH a RDC nº 7/2010 conceitua a humanização da atenção à

saúde como:

[...] valorização da dimensão subjetiva e social, em todas as práticas de atenção e de gestão da saúde, fortalecendo o compromisso com os direitos do cidadão, destacando-se o respeito às questões de gênero, etnia, raça, religião, cultura, orientação sexual e às populações específicas (BRASIL, 2010, p.01).

Na saúde o Assistente Social incorpora-se nas equipes coletivas buscando

desenvolver uma intervenção baseada na atenção ampliada às necessidades dos usuários.

No trabalho em equipe multiprofissional há a incorporação de distintos saberes profissionais,

que articulados podem intervir sobre as necessidades sociais dos usuários.

O SUS, dentre seus princípios, apresenta a necessidade do atendimento integral

aos usuários, visando questionar e superar a visão tradicional e burocrática de atendimento

fragmentado das necessidades de saúde da população, necessidades diretamente

articuladas com as demais dimensões da vida social dos usuários.

[...] a intrínseca relação entre saúde e condições de vida se traduz em diversas necessidades de saúde que, enquanto expressão das múltiplas manifestações da questão social, se transforma em problemáticas que interferem na eficácia da política de saúde, constituindo limitações e impedimentos de ordem socioeconômica, cultural e institucional ao pleno desenvolvimento do processo de trabalho em saúde, especialmente no que se refere às condições necessárias à prevenção, ao diagnóstico, ao tratamento e à recuperação da saúde (COSTA, 2011, p. 145).

Considerar a importância que tem as condições socioeconômicas dos usuários e

suas implicações no processo saúde-doença requer considerar as diversas dimensões que

integram a realidade social dos usuários que podem interferir em seu estado de bem-estar.

Isso aponta para a importância que assume a ambiência no contexto hospitalar,

sendo preconizada pela Política Nacional de Humanização, e referindo-se “[...] ao

tratamento dado ao espaço físico entendido como espaço social, profissional e de relações

interpessoais que deve proporcionar atenção acolhedora, humana e resolutiva [...]”

(BRASIL, 2004, p.5).

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Nesse sentido, emerge a necessidade de um espaço físico adequado em suas

interfaces e de um trabalho que incorpore os diversos saberes profissionais numa mesma

equipe de trabalho, visando à socialização de informações e o compartilhamento de saberes

como forma de melhor atender aos usuários em suas diversas demandas.

Observa-se que “[...] profissionais, em decorrência de sua formação, tem

competências e habilidades distintas para desempenhar suas ações” (CONSELHO..., 2010,

p.44). A atuação multiprofissional na área da saúde, realizando um trabalho em equipe,

quando desenvolvida na lógica da interdisciplinaridade, pode ser enriquecida. Envolve a

atuação de forma integrada de diferentes profissionais, no processo do cuidado à saúde.

Nessa perspectiva, a interdisciplinaridade pode ser definida como

[...] postura profissional que permite se pôr a transitar o ‘espaço da diferença’ com sentido de busca, de desvelamento da pluralidade de ângulos que um determinado objeto investigado é capaz de proporcionar, que uma determinada realidade é capaz de gerar, que diferentes formas de abordar o real podem trazer (RODRIGUES, 1998, p.156).

É relevante compreender que “[...] a equipe condensa uma unidade de

diversidades” (IAMAMOTO, 2002, p. 41). Os vários ângulos de conhecimento contribuem

para que os profissionais ao realizarem uma assistência interdisciplinar possam analisar as

necessidades de saúde e direitos sociais dos usuários de forma a compartilharem os

saberes e fazeres, e os encaminhamentos a serem efetivados como respostas as

solicitações realizadas.

A compreensão dos problemas requer a integração dos diferentes

conhecimentos, exigindo, dessa forma, o diálogo e interação entre as ciências. À luz desse

olhar a interdisciplinaridade caminha na contramão da fragmentação do saber e objetiva o

conhecimento totalizante, na busca pela integração e interação entre as diferentes áreas de

conhecimento e campos de atuação sobre o real.

Portanto, a atuação de uma equipe multiprofissional, na lógica da

interdisciplinaridade, constitui dentre outros elementos essenciais, matéria prima na

construção e efetivação da integralidade da atenção à saúde do usuário.

3. USUÁRIOS, FAMILIARES E SERVIÇO SOCIAL NO ÂMBITO DA UTI

Na realização do contato direto com o usuário internado em uma UTI, existe a

especificidade de que parte dos internados estão inconscientes e/ou não orientados,

dificultando, ou até mesmo impossibilitando, um diálogo entre profissional e usuário. Mesmo

com essa particularidade, existe a necessidade de fortalecimento do acolhimento e

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acompanhamento direto do Assistente Social com os usuários que estão conscientes e

orientados, com vistas à prestação de orientação social e a identificação de demandas para

o Serviço Social e para a equipe multiprofissional.

O Serviço Social ao realizar, sempre que possível, uma escuta qualificada,

apreende as demandas e necessidades sociais do usuário e da família que estão ou podem

vir a interferir no processo de saúde-doença do usuário.

É importante desenvolver a capacidade de ver, nas demandas individuais, as dimensões universais e particulares que elas contêm. O desvelamento das condições de vida dos sujeitos atendidos permite ao assistente social dispor de um conjunto de informações que, iluminadas por uma perspectiva teórico-crítica, lhe possibilita apreender e revelar as novas faces e os novos meandros da questão social que o desafia a cada momento no seu desempenho profissional diário (IAMAMOTO, 2012, p.53).

O Assistente Social deve ter a capacidade de fazer a relação das demandas com

as determinações das relações sociais a que estão inseridos os usuários internados na UTI,

realizando a leitura das conexões entre a realidade de vida dos usuários e as expressões da

questão social8.

A RDC nº 7/2010, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, artigo 18, expõe

o dever de se garantir aos usuários assistência multiprofissional à beira do leito, dentre as

quais, nutricional, farmacêutica, psicológica, odontológica e social. Essa intervenção

profissional à beira do leito contribui para um atendimento mais humanizado com esses

usuários, que geralmente estão vivenciando um momento de grave fragilidade de sua

saúde, afastados de sua rede social cotidiana – familiares e amigos – e deve ser efetivada

não apenas pelos profissionais que dispõe a mencionada RDC, mas por todos os

profissionais que prestam assistência a UTI, contribuindo para o fortalecimento da

integralidade da atenção.

Isso requer que os profissionais tenham o entendimento de que

O trabalho em equipe é o trabalho que se compartilha, negociando-se as distintas necessidades de decisões técnicas, uma vez que seus saberes operantes particulares levam a bases distintas de julgamentos e de tomadas de decisões quanto à assistência ou cuidados a se prestar (SCHRAIBER, 1999, p.234).

8 Considerando essa realidade, se apresenta as expressões da questão social enquanto condições

de trabalhadores/usuários no trabalho e na vida social. Uma das faces da questão social “[...] é a desigualdade econômica, política, social e cultural a que estão submetidas milhões de pessoas [...]” (BEHRING; SANTOS, 2009, p.275).

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É importante compreender o usuário como um ser completo, como um sujeito

que não se resume apenas ao aspecto biológico e, para tanto, necessita durante o período

de internação, da assistência de diferentes profissionais, cada um em sua especificidade.

[...] os problemas de saúde não são puramente biológicos mas também condicionados pela estrutura social, econômica, política e cultural. Portanto suas soluções transitam [...] nos planos objetivos e subjetivos, simbólicos e concretos. A ação interdisciplinar permite uma visão mais global e integrada da realidade, do todo social que incide sobre o processo saúde-doença, favorecendo o entendimento de relações pessoais, sociais, subjetivas e emocionais, que permeiam o cotidiano do paciente e de seus familiares (NOGUEIRA, 1998, p.45).

Considere-se que uma assistência interdisciplinar favorece uma leitura da

realidade fundamentada nas determinações macro e microssociais, nas esferas objetivas e

subjetivas, a partir dos olhares diferenciados dos profissionais subsidiados por sua formação

profissional e coerente com os códigos de ética profissionais.

Em relação ao trabalho em equipe na UTI, a RDC nº 7/2010, da Agência

Nacional de Vigilância Sanitária, artigo 21, dispõe que “Todo paciente internado em UTI

deve receber assistência integral e interdisciplinar”. Nessa perspectiva, “são as diferenças

de especializações que permitem atribuir unidade à equipe, enriquecendo-a e, ao mesmo

tempo, preservando aquelas diferenças” (IAMAMOTO, 2002, p.41).

O usuário ao ser internado na Unidade de Terapia Intensiva passa a estar sob

os cuidados de uma equipe composta por diferentes profissionais, os quais serão

responsáveis por atuar na perspectiva de seu tratamento/recuperação/reabilitação,

partilhando saberes, dialogando entre as áreas de conhecimento, no intuito de realizar a

assistência de forma qualificada.

É de fundamental importância a participação de uma equipe multiprofissional no ambiente da UTI, visando à interação de vários saberes na efetivação de uma assistência sistematizada, dinâmica e qualificada ao usuário em estado crítico de vida, assim como aos familiares e/ou responsáveis, colaborando para o envolvimento e participação dos usuários envolvidos (HOSPITAL..., 2010, p.14).

Ressalte-se que, embora o usuário não se encontre em seu domicilio, os seus

vínculos familiares e afetivos não foram rompidos. Dessa forma, torna-se relevante

compreender que familiares constituem parte fundamental no processo saúde-doença de

usuários internados no contexto das Unidades de Terapia Intensiva.

Durante o período de internação, os familiares de usuários passam a vivenciar

um ambiente estranho a sua rotina diária. Somem-se a isso, os momentos de angústias e

incertezas quanto às possibilidades de recuperação do usuário e até mesmo o

desconhecimento quanto ao tipo de assistência que esse recebe na UTI.

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Reafirmando a importância da participação da família junto ao usuário durante o

período de internação e da assistência da equipe de profissionais junto a esses familiares, o

artigo 24, da RDC nº 7, de 24 de fevereiro de 2010, da Agência Nacional de Vigilância

Sanitária, estabelece que:

Devem ser assegurados, por todos os profissionais que atuam na UTI, os seguintes itens: II - fornecimento de orientações aos familiares e aos pacientes, quando couber, em linguagem clara, sobre o estado de saúde e a assistência a ser prestada desde a admissão até a alta; V - Incentivo à participação da família na atenção ao paciente, quando pertinente (BRASIL, 2010, p.5).

Cabe ressaltar que o Serviço Social intervém segundo uma perspectiva crítica da

realidade, visando uma atuação direta sobre as demandas e necessidades sociais

identificadas na totalidade das ações da equipe multiprofissional em que se insere.

Essa necessidade de compreensão da totalidade e da qualidade dos

atendimentos prestados aos usuários é resultante do Projeto Ético-Político Profissional que

vincula diretamente dentre os objetivos de atuação profissional a defesa ampliada dos

direitos dos usuários.

Considerando as demandas, necessidades, expectativas, medos e incertezas

postas pelos usuários internados nas UTIs e familiares se tornam essenciais à realização de

um trabalho em equipe, em que o conhecimento das diversas profissões possa interagir,

efetivando a articulação de processos de trabalho desenvolvidos pelos profissionais.

A concepção de humanização, na perspectiva ampliada, permite aos profissionais analisarem os determinantes sociais do processo saúde-doença, as condições de trabalho e os modelos assistencial e de gestão (CONSELHO..., 2010, p.52).

A atuação do Assistente Social na equipe multiprofissional na UTI do HUOL

justifica-se pela necessidade de integralidade nos serviços prestados à população. O

usuário – identificado na área da saúde como paciente – tem necessidades que ultrapassam

o âmbito biológico, necessitando de acolhimento com qualidade.

A assistência de uma equipe multiprofissional em que cada profissão realiza a

intervenção de acordo com sua formação e em articulação com o fazer do outro profissional

aponta para a relevância de ações partilhadas entre as profissões, no sentido de concretizar

a integralidade da assistência, realizando o fazer profissional numa perspectiva

interdisciplinar.

A atuação em equipe, portanto, vai requerer do assistente social a observância dos seus princípios ético-políticos, explicitados nos diversos documentos legais (Código de Ética Profissional e Lei de Regulamentação da Profissão, ambos datados de 1993, e Diretrizes Curriculares da ABEPSS, datada de 1996) (CONSELHO..., 2010, p.44).

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Assim, ressalta-se o fazer profissional do Assistente Social que ao se debruçar

sobre a realidade social dos usuários internados na UTI e sua intervenção nesse espaço de

atuação contribui para o re(pensar) por parte dos profissionais em que usuários sejam

considerados em sua singularidade e totalidade, reconhecidos como sujeitos de direitos.

4. ALGUMAS INDICAÇÕES...

A inserção do Assistente Social na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital

Universitário Onofre Lopes, Hospital de Ensino, possibilita constatar que é fundamental para

uma assistência integral e interdisciplinar a realização de um trabalho em equipe

desenvolvido pelos profissionais no cuidado ao usuário, estendendo-o aos familiares.

A assistência multiprofissional na Unidade de Terapia Intensiva, na perspectiva

da interdisciplinaridade, ao usuário e familiares contribui para: a) o processo saúde-doença

do usuário, o que tem repercussões no tratamento, recuperação e reabilitação do usuário; b)

a integração entre usuários, quando possível, familiares e profissionais, reduzindo

dificuldades objetivas e subjetivas referentes a internações de usuários em ambiente de UTI

– realização de visitas aos usuários, estranhamento a alta tecnologia, etc.; c) a efetivação de

ações articuladas entre profissionais, qualificando suas intervenções – trabalho em equipe.

Destaca-se que o Assistente Social, ainda que inserido no contexto de uma

equipe multiprofissional,

[...] dispõe de ângulos particulares de observação na interpretação das condições de saúde do usuário e uma competência também distinta para o encaminhamento das ações, que o diferencia do médico, do enfermeiro, do nutricionista e dos demais trabalhadores que atuam na saúde (CONSELHO..., 2010, p.44).

Esse olhar diferenciado do Assistente Social sobre a realidade social e as

condições de vida dos usuários possibilita a esse profissional considerar o usuário em sua

singularidade e totalidade, imerso nas determinações micro e macrossociais, assim como no

intuito de contribuir para uma integração dos saberes das diferentes áreas de conhecimento

e intervenção articulada que considere o usuário como sujeito de direitos, sob a ótica da

integralidade da assistência.

É fundamental, pois, a inserção do Assistente Social em uma equipe

multiprofissional no âmbito de uma Unidade de Terapia Intensiva, em que há um

monitoramento constante de usuários com recursos de alta tecnologia, sendo avaliados por

profissionais qualificados, em que há predomínio do aparato tecnológico, no sentido de que

o Assistente Social junto a outros profissionais possa contribuir para uma assistência

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humanizada e de qualidade aos usuários, mas também aos familiares, considerando os

direitos e necessidades de saúde dos usuários – sujeitos de direitos dos serviços de saúde.

5. REFERÊNCIAS

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Page 12: SERVIÇO SOCIAL NOS ESPAÇOS DAS UNIDADES DE ......Serviço Social passou a integrar esse grupo de profissões no ano de 2011. Atualmente, o Atualmente, o HUOL tem duas áreas de concentração:

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