Sermão em Tiago 2. 1-4

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A IMPARCIALIDADE É A PRÁTICA DO AMOR E DO CUMPRIMENTO DA LEI Rev. Fábio Henrique do Nascimento Costa Tg. 2. 1-4 Meus irmãos, não tenhais a fé em nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor da glória, em acepção de pessoas. 2 Se, portanto, entrar na vossa sinagoga algum homem com anéis de ouro nos dedos, em trajos de luxo, e entrar também algum pobre andrajoso, 3 e tratardes com deferência o que tem os trajos de luxo e lhe disserdes: Tu, assenta-te aqui em lugar de honra; e disserdes ao pobre: Tu, fica ali em pé ou assenta-te aqui abaixo do estrado dos meus pés, 4 não fizestes distinção entre vós mesmos e não vos tornastes juízes tomados de perversos pensamentos? INTRODUÇÃO Na área jurídica há diversos símbolos, e cada um com seus significados. No entanto, três me chamam bastante atenção pelo que eles representam e seu significado os quais são: BALANÇA Utensílio de origem caldéia, símbolo místico da justiça, quer dizer, da equivalência e equação entre o castigo e a culpa (CIRLOT, 1984, p. 112); não é apenas um signo zodiacal, mas em geral o símbolo da justiça e do comportamento correto, da medida, do equilíbrio; em muitas culturas, representa a imagem da jurisdição, da justiça terrena. MARTELO Também chamado de malhete, o martelo do juiz, todo em madeira, é, juntamente com a deusa Thêmis e a balança da justiça comutativa, um dos mais fortes e conhecidos símbolos do direito e da justiça. A origem para seu significado é 1

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A IMPARCIALIDADE É A PRÁTICA DO AMOR E DO CUMPRIMENTO DA LEI

Rev. Fábio Henrique do Nascimento Costa

Tg. 2. 1-4

Meus irmãos, não tenhais a fé em nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor da glória, em acepção de

pessoas. 2 Se, portanto, entrar na vossa sinagoga algum homem com anéis de ouro nos dedos,

em trajos de luxo, e entrar também algum pobre andrajoso, 3 e tratardes com deferência o que

tem os trajos de luxo e lhe disserdes: Tu, assenta-te aqui em lugar de honra; e disserdes ao

pobre: Tu, fica ali em pé ou assenta-te aqui abaixo do estrado dos meus pés, 4 não fizestes

distinção entre vós mesmos e não vos tornastes juízes tomados de perversos pensamentos?

INTRODUÇÃO

Na área jurídica há diversos símbolos, e cada um com seus significados. No entanto, três me chamam

bastante atenção pelo que eles representam e seu significado os quais são:

BALANÇA

Utensílio de origem caldéia, símbolo místico da justiça, quer dizer, da equivalência e equação entre o

castigo e a culpa (CIRLOT, 1984, p. 112); não é apenas um signo zodiacal, mas em geral o símbolo da

justiça e do comportamento correto, da medida, do equilíbrio; em muitas culturas, representa a imagem

da jurisdição, da justiça terrena.

MARTELO

Também chamado de malhete, o martelo do juiz, todo em madeira, é, juntamente com a deusa Thêmis

e a balança da justiça comutativa, um dos mais fortes e conhecidos símbolos do direito e da justiça. A

origem para seu significado é controversa, alguns autores ligam-no à mitologia grega, para a qual  a

figura do martelo liga-se à do deus Hefesto, divindade do fogo, dos metais e da metalurgia, conhecido

como o ferreiro divino. 

Outros autores fazem referência ao antigo cajado utilizado pelos sacerdotes judeus e cristãos, que,

quando presidindo os cultos ou reuniões públicas, o utilizavam para chamar a atenção da assembléia.

No Direito o martelo representa o sinal de alerta, respeito e ordem para o silêncio.

CEGUEIRA

É   símbolo da ignorância e do “deslumbramento”, mas também da imparcialidade e do abandono ao

destino, e desse modo exprime o desprezo pelo mundo exterior face à “luz interior”. Por este motivo,

adivinhos (Tirésias) e poetas (Homero) da antiga Grécia eram representados como cegos, e dizia-se

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com freqüência que os cegos viam segredos reservados aos deuses. Na antiga Roma, Amor (cupido)

muitas vezes era representado com olhos fechados, como símbolo do amor terreno que despreza toda

a razão. Quando, de acordo com o Evangelho, Jesus fez com que cegos vissem, esse fato foi

considerado nos primórdios do cristianismo como símbolo da iluminação espiritual por meio do

ensinamento do Salvador. Isidoro de Sevilhas (570—636 d.C.) interpretou o pecado original de Adão e

Eva como obscurecimento do mundo, uma cegueira que só com o aparecimento de Cristo teria sido

suprimida. Como conseqüência, na Idade Média a “Sinagoga”, personificação do judaísmo, teria sido

representada com olhos vendados, pois se recusava a ver a luz da salvação. – Também a deusa da

sorte, Fortuna, era representada com os olhos vendados, assim como a Justiça, a personificação

dessa virtude, que “sem ver a pessoa” pesa decisões (Balança). (BIEDERMANN, 1994, p. 83)

ELUCIDAÇÃO

TEMA: A IMPARCIALIDADE É A PRÁTICA DO AMOR E DO CUMPRIMENTO DA LEI

DESENVOLVIMENTO

1º AS MOTIVAÇÕES DO CORAÇÃO NÃO PODEM SER OS PRINCIPIOS NORTEADORES PARA O

JULGAMENTO.

Acepção: é fazer julgamentos e estabelecer diferenças baseadas em considerações externas, tais

como a aparência física, status social ou raça.

Porque o homem é parcial: (Abraçar o partido de alguém; aliar-se, associar-se; conjurar-se).

O homem não é neutro ele anuncia um veredito baseado nos seus conceitos de justiça, e quando não

se tem como base a lei para o julgamento ele irá julgar apenas pelos fatos e a narração dos que

estiverem em litígio. Por isso é que Tiago afirma que vos tornastes juízes tomados de perversos

pensamentos? E também o próprio Deus em 1 Samuel 16:7 7 Porém o SENHOR disse a Samuel:

Não atentes para a sua aparência, nem para a sua altura, porque o rejeitei; porque o SENHOR não vê

como vê o homem. O homem vê o exterior, porém o SENHOR, o coração.

A base do nosso julgamento tem que ser a Lei de Deus: salmo 19:7-9 7 A lei do SENHOR é perfeita

e restaura a alma; o testemunho do SENHOR é fiel e dá sabedoria aos símplices. 8 Os preceitos do

SENHOR são retos e alegram o coração; o mandamento do SENHOR é puro e ilumina os olhos. 9 O

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temor do SENHOR é límpido e permanece para sempre; os juízos do SENHOR são verdadeiros e

todos igualmente, justos.

A imparcialidade é o princípio para o julgamento e isto só é possível baseado na Palavra de Deus

Levitico 19:15 5 Não farás injustiça no juízo, nem favorecendo o pobre, nem comprazendo ao grande;

com justiça julgarás o teu próximo.

2º O AMOR TEM QUE SER A BASE DO JULGAMENTO

Aqui Tiago traz uma figura hipotética que realça vários quadros presentes na igreja e no nosso dia –

a – dia. Para tal é necessário entendermos o significado da palavra deferência.

Deferência: 1.Consideração, acatamento, atenção. 2.Respeito, reverência. 3.Condescendência,

complacência.

Quando julgamos esses quadros abaixo são os mais freqüentes no nosso cotidiano

Agravantes/ Atenuantes

Afeição/ Aproximação

Por fazer parte da mesma família/ ou círculo de amizade

Por ser homem/ mulher

Mas, o amor é que deve servir como a base para o nosso julgamento. Como ensina Paulo aos

Corintos 1 Coríntios 13:4-8 4 O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se

ufana, não se ensoberbece, 5 não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não

se exaspera, não se ressente do mal; 6 não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; 7 tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. 8 O amor jamais acaba .

APLICAÇÃO

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Primeiro não confiem no seu coração, e sim na palavra de Deus para fazer um julgamento reto.

Cultivem o amor através da observação da Lei. Porque assim terás paz diante de Deus, não

trazendo juízo sobre si.

Romans 12:9-16 9 O amor seja sem hipocrisia. Detestai o mal, apegando-vos ao bem. 10 Amai-vos cordialmente uns

aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros. 11 No zelo, não sejais remissos; sede fervorosos de

espírito, servindo ao Senhor; 12 regozijai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, na oração, perseverantes; 13

compartilhai as necessidades dos santos; praticai a hospitalidade; 14 abençoai os que vos perseguem, abençoai e não

amaldiçoeis. 15 Alegrai-vos com os que se alegram e chorai com os que choram. 16 Tende o mesmo sentimento uns para

com os outros; em lugar de serdes orgulhosos, condescendei com o que é humilde; não sejais sábios aos vossos próprios

olhos.

Transigir espontaneamente; ceder, anuir voluntariamente

CONCLUSÃO

Quando, de acordo com o Evangelho, Jesus fez com que cegos vissem, esse fato foi considerado nos

primórdios do cristianismo como símbolo da iluminação espiritual por meio do ensinamento do

Salvador. Isidoro de Sevilhas (570—636 d.C.)

Da mesma forma que Deus tirou as escamas dos olhos de Paulo tirou também a de vós outros, para

que cada um de vocês fossem guiados por seus preceitos.

Quanto amo a tua Palavra

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