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PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA

FICHA PARA CATÁLOGO

Título: Da oralidade para a escrita: uma proposta de

ensino da Língua Portuguesa

Autor Ermida Maria Scandolara

Escola de Atuação Escola Estadual Antonio Schiebel - Ensino Fundamental. Santo Antonio do Sudoeste- PR

Município da escola Santo Antonio do Sudoeste- PR

Núcleo Regional de Educação: Francisco Beltrão

Orientadora Professora Dra. Sanimar Busse

Instituição de Ensino Superior Universidade Estadual do Oeste do Paraná -UNIOESTE

Disciplina/Área Língua Portuguesa (entrada no PDE) Ano 2010

Produção Didático-pedagógica Unidade Didática

Relação Interdisciplinar

Geografia e História

Público Alvo Alunos da sexta série do Ensino Fundamental

Localização Avenida Brasil - 484

APRESENTAÇÃO

Esta unidade didática tem o objetivo de

desenvolver um estudo, uma atividade de

intervenção didática, nas aulas de língua

portuguesa, da 6ª série do Ensino Fundamental. A

unidade didática integra o Programa de

Desenvolvimento Educacional – PDE, da

Secretaria de Estado de Educação do estado do

Paraná.

A proposta desenvolve-se em torno das

diferentes variedades linguísticas do português

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brasileiro, falado no município de Santo Antonio do

Sudoeste. A língua não é homogênea e unitária,

mas é formada por variedades linguísticas. Essas

variedades podem ser reconhecidas na história dos

grupos de falantes, dos fatos transcorridos no

tempo (variação histórica) e da sua dispersão pelo

espaço (variação regional).

Partindo da concepção de que a linguagem

é um fenômeno social, pois nasce da necessidade

de interação (política, social, econômica) entre os

homens, o ensino de língua portuguesa deve

buscar aprimorar e aprofundar os conhecimentos

linguísticos dos alunos, para que eles possam

interagir nas diferentes situações sociais,

conscientes dos diferentes usos linguísticos. Com

esta unidade didática, pretende-se apresentar uma

proposta de trabalho com a língua portuguesa,

partindo do conhecimento linguístico dos alunos,

ou seja, das variedades linguísticas utilizadas na

sua comunidade de fala, bem como o papel dos

diferentes grupos e a função da língua como

elemento que resguarda essa história,

acompanhando e determinando a organização

desses grupos. Espera-se que a partir deste

trabalho o aluno tenha maior facilidade em se

comunicar, percebendo as diferentes variedades

linguísticas e sua importância na comunicação e

inserção social.

Palavras-chave Língua Portuguesa, variedades linguísticas

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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO - SEED

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO – SUED

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

PRODUÇÃO DIDÁTICO- PEDAGÓGICA

SANTO ANTONIO DO SUDOESTE

2011

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ERMIDA MARIA SCANDOLARA

Da oralidade para a escrita: uma proposta de ensino da Língua Portuguesa

A Sequência Didática desenvolvida sob a

orientação da Profª. Drª Sanimar Busse,

elaborada e apresentada como um dos

requisitos necessários na participação do

Programa de Desenvolvimento Educacional -

PDE, idealizado e mantido pela Secretaria de

Estado da Educação do Paraná – SEED/PR,

em convênio com a Universidade Estadual do

Oeste do Paraná - UNIOESTE.

Santo Antonio do Sudoeste

2011

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INTRODUÇÃO

A Produção Didático-pedagógica: Da oralidade para a escrita: uma proposta de

ensino da Língua Portuguesa é uma proposta de trabalho que visa, por meio de um

conjunto de atividades, desenvolver nos alunos a consciência linguística, partindo das

variantes lexicais presentes no português falado em Santo Antonio do Sudoeste, além de

propiciar o acesso às ferramentas de compreensão e domínio sobre a língua, levando-os

a adequar a linguagem aos diferentes contextos sociais. No intuito de atender aos

objetivos acima propostos, elaboramos uma Unidade Didática com atividades

diversificadas. Trabalharemos diversos gêneros que atendam ao tema proposto.

Esta intervenção didático-pedagógica pretende viabilizar uma prática pedagógica,

possibilitando ao aluno uma busca de conhecimento sobre o assunto, informações por

meio de pesquisas, leituras, vídeos, conversação com colegas, familiares, professores e

outros.

Dessa forma, a sala de aula tornar-se-á um espaço de descobertas, livre expressão

e criatividade. Um espaço de diferentes significados de aprendizagens, já que a escola

tem como função principal levar aos alunos o conhecimento sobre a língua em suas

diferentes modalidades (oral/escrita).

Para tal, toma-se como premissa o fato de que a língua sofre as influências dos

condicionantes sociais, de modo que, mesmo conhecendo toda uma língua histórica, o

falante utiliza as suas variedades sociais, os seus dialetos regionais, nos diferentes

estilos. Nessas comunidades, também é possível reconhecer uma estratificação da fala a

partir das variáveis de sexo, faixa etária, escolaridade e posição geográfica.

Nesta Sequência Didática, pretende-se apresentar uma proposta de trabalho com a

língua portuguesa, partindo do conhecimento linguístico dos alunos, ou seja, das

variedades linguísticas utilizadas na sua comunidade de fala, bem como o papel dos

diferentes grupos e a função da língua como elemento que resguarda essa história,

acompanhando e determinando a organização desses grupos. O aluno terá a

oportunidade, através deste trabalho, de compreender que a linguagem utilizada para nos

comunicarmos possui diferentes faces, as quais se adaptam às diferentes situações de

comunicação, bem como identificar a história do português brasileiro falado na sua

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comunidade, por meio da observação e investigação sobre dados linguísticos,

principalmente, no nível lexical, descritos por estudos variacionistas.

Espera-se que a partir deste trabalho o aluno tenha maior facilidade em se

comunicar, percebendo as diferentes variedades linguísticas e sua importância na

comunicação e inserção social.

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DISCUSSÃO TEÓRICA

A Língua é um fenômeno social, um processo dinâmico, contínuo e inacabado.

Diante dessa realidade, o grande desafio da escola está levar o aluno a realizar a análise

linguística de forma reflexiva e produtiva para a prática de leitura e produção de texto.

Muitas vezes se diz que o ensino da gramática é inadequado e de difícil

entendimento para aplicá-la em sala de aula e por isso na maioria das vezes continua

sendo trabalhada de forma tradicional. Ensinar gramática, não é ensinar a falar, não é

ensinar a ler, nem é ensinar a escrever, mas sim, desenvolver reflexão linguística sobre

línguas adquiridas no convívio com a família e com a sociedade, sem o ensino formal,

sem a presença da escola. Se bem conduzido, o trabalho com as diferentes variedades

da língua resultará em conhecimento ao aprendiz.

O trabalho, aqui proposto, pauta-se no estudo das variedades linguísticas como

instrumento de compreensão do funcionamento da língua.

A língua é intrinsecamente heterogênea, múltipla, variável, instável e está sempre

em reconstrução. A língua é um processo, um fazer permanente e nunca concluído. É

uma atividade social, um trabalho produzido por todos os seus falantes, cada vez que eles

se interagem por meio da fala ou da escrita. A história de uma língua é a história de um

povo. A língua portuguesa designa um conjunto de variedades que se distribuem de

acordo com as classes sociais, as situações do convívio familiar, e em sociedade e suas

diferenças conforme cada região geográfica. Nenhuma língua permanece uniforme em

todo o seu domínio e ainda num só local apresenta diferenciações de maior ou menor

amplitude. Estas variedades não prejudicam a unidade da língua ou a consciência

daqueles que a utilizam como instrumento de comunicação ou emoção.

O uso de uma língua varia de época para época, de região para região, de classe

social para classe social, e assim por diante. Em uma determinada situação, uma pessoa

pode usar diferentes variedades de uma só forma da língua. Existem tantas variedades

linguísticas quantos grupos sociais que compõem uma comunidade de fala. Essa variação

pode acontecer de formas diferentes, até mesmo dentro de um único grupo social. É um

sistema que proporciona aos falantes todos os elementos necessários para a sua plena

interação sociocultural e identifica-se o indivíduo através da sua variedade de língua.

Todo falante possui sua língua materna na sua comunidade, como, em particular

uma variedade linguística em todos os níveis de outras formas do falar: formal ou

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informal, aprendida por outro falante dessa mesma língua, assim, identificada como

diferentes dialetos.

Com essas diferenciações, é através da linguagem que uma sociedade se

comunica e retrata o conhecimento e entendimento do mundo que o cerca, não há

prejuízo na unidade de língua, o que existe é a comunicação. Para Bagno (1999, p.48),“o

uso do termo dialeto sempre foi carregado de preconceito racial ou cultural”.

Torna-se importante saber que os indivíduos apresentam também perfis sociolingüísticos diferenciados em sociedades complexas e são obrigados a desempenhar inúmeros papéis num grande elenco de eventos de fala de que participam. É nessa medida que o trabalho do professor de línguas tem que considerar inúmeros contextos de fala, tirar partido das distintas experiências comunicativas dos alunos, de seus papéis sociais, de forma a desenvolver práticas variadas de letramento. (MOLLICA, 2009, p. 30)

As diferenças existentes entre as línguas representam apenas formas de

atualização distinta dessa faculdade universal. Para o linguista, todo homem é igual não

só perante a lei, mas também frente a sua capacidade linguística. Assinala o filólogo do

início do século XX João Ribeiro, a primeira lição elementar de todas as ciências é que

objetivamente não pode haver um fenômeno bom e outro mau ou ruim, todos são

essencialmente legítimos. Não existe, assim, variante boa ou má, língua rica ou língua

pobre, dialeto superior ou inferior.

O uso do termo dialeto sempre foi carregado de preconceito racial ou cultural,

associado a uma maneira errada de se falar uma língua. Também é uma maneira de

distinguir a língua das classes mais favorecidas das menos favorecidas. Assim, o fato de

a língua de maior prestigio ser a da classe dominante, cria aos falantes das variedades de

língua sem prestígio social e cultural um complexo de inferioridade.1

A língua é um código de que se serve o homem para elaborar mensagens para se

comunicar. A língua funcional de modalidade culta é utilizada pelos veículos de

comunicação de massa (emissoras de rádios e televisão, jornais, revistas, painéis,

anúncios e outros), cuja função é a de ser aliada a escola, prestando serviço à sociedade

e colaborando na educação. A língua funcional de modalidade popular, língua popular ou

língua cotidiana, é a que apresenta gradações, as mais diversas.

1 Disponível em: www.filologia.org.br(UFF/UNESA)

[email protected]/ped/opapelsocialdalingua:opoderdavariedadeslinguísticas. Acesso em 21 mar. 2011.

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Agora, a norma culta é a forma linguística que todo povo civilizado possui, é a que

assegura a unidade da língua nacional. Unidade tão importante do ponto de vista político

cultural, que é ensinada nas escolas e difundida nas gramáticas. Mas não basta conhecer

apenas uma modalidade de língua; é necessário conhecer a língua popular, captando-lhe

a espontaneidade, expressividade e enorme criatividade para viver; como conhecer a

língua culta para conviver.

Ninguém comete um erro em língua, exceto nos casos de ortografia, pontuação,

acentuação ou erro de coesão ou coerência. O que normalmente se comete são

transgressões da norma culta. De fato aquele que num momento íntimo do discurso diz

“ninguém deixou falar”, não cometeu propriamente erro: na verdade transgrediu a norma

culta.

Esse processo indica que qualquer inovação necessita primeiramente da aceitação

e da imitação dos falantes de um grupo social para posterior transformação em uso.

Dessa maneira o uso pode tornar-se norma quando adotado e divulgado pelos falantes no

desempenho de seus papéis sociais.·.

Não há português certo ou errado e sim modalidades desprestigiadas, cada qual

correspondendo ao meio em que se acha o falante. A norma corresponde aos usos e

atitudes de determinado segmento da sociedade, precisamente aquele que desfruta de

prestigio dentro da nação, em virtude de razões políticas, econômicas e culturais.

A língua culta conhecida como norma culta traz preconceituosas definições que por

vários estudos científicos acabam em classificações “não definidas” como se pode ver nos

exemplos e definições de Castilho (1978), Lucchesi (1994) e Mattos e Silva (1995), estes

classificam como “norma” as diferentes variedades, definindo-as como culta, padrão,

vernácula, entre outras.

A língua portuguesa, como todas as línguas do mundo, não se apresenta de

maneira uniforme em todo o território brasileiro.

Nenhuma língua permanece a mesma em todo o seu domínio e, ainda num só local, apresenta um sem-número de diferenciações. (...) Mas essas variedades de ordem geográfica, de ordem social e até individual, pois cada um procura utilizar o sistema idiomático da forma que melhor lhe exprime o gosto e o pensamento, não prejudicam a unidade superior da língua, nem a consciência que têm os que a falam diversamente de se servirem de um instrumento de comunicação, de manifestação e de emoção. (CUNHA, 1975, p. 47)

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A variação linguística da Língua Portuguesa, manifesta-se em todos os níveis de

funcionamento da linguagem: emissor, receptor, região, faixa etária, classe social e

profissão, são responsáveis pela variação da língua;

A possibilidade de variação da língua portuguesa expressa à variedade cultural

existente em qualquer grupo. Portanto, a história da língua portuguesa mostra muitas

variedades linguísticas dentro do grande território brasileiro. Do norte ao sul se fazem

presentes o falar amazônico, o nordestino, o baiano, o mineiro, o fluminense, entre outros

que se subdividem, formando uma vasta diversidade de linguagem. O que acontece, é

que existem graus de diferenças nesta distância entre as duas formas da língua. Do nível

mais informal ao mais formal.

O ensino de Língua Portuguesa seguiu, e em alguns contextos ainda segue, uma

concepção de linguagem que não privilegia, no processo de aquisição e no

aprimoramento da língua materna, a história, o sujeito e o contexto (DCE, 2000, p. 48),

pautando-se no repasse de regras e na mera nomenclatura da gramática tradicional.

Nas discussões curriculares (PCNs, 1990, p.47), do final da década de 1990,

também fundamentaram a proposta para a disciplina de Língua Portuguesa na concepção

interacionista levando a uma reflexão acerca dos usos da linguagem oral e escrita.

O papel da escola é acolher o aluno e oferecer a todos as condições básicas de

que ele precisa para enriquecer seus conhecimentos, tendo acesso à educação.

A escola deve ser um lugar agradável e importante para o aluno, e os educadores,

precisam desenvolver uma metodologia que venha aprimorar o ensino aprendizagem. O

trabalho com a Língua deve considerar as práticas linguísticas que o aluno traz ao

ingressar na escola, é preciso que, a partir disso, seja trabalhada a inclusão dos saberes

necessários ao uso da norma padrão e acesso aos conhecimentos para os

multiletramentos, a fim de constituírem ferramentas básicas no aprimoramento das

aptidões linguísticas dos estudantes.

É tarefa da escola possibilitar que seus alunos participem de diferentes práticas

sociais que utilizem a leitura, a escrita e a oralidade, com a finalidade de inseri-los nas

diversas esferas de interação. Se a escola desconsiderar esse papel, o aluno ficará à

margem dos novos letramentos, não conseguindo se constituir no âmbito de uma

sociedade letrada.

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Dessa forma, será possível a inserção de todos os que frequentam a escola pública

em uma sociedade cheia de conflitos sociais, religiosos e políticos de forma ativa,

marcando, suas vozes no contexto em que estiverem inseridos.

Pensar o ensino-aprendizagem de Língua Portuguesa, tendo como foco essa

concepção de linguagem, implica.

Saber avaliar as relações entre a atividade de falar, de ler e de escrever, todas elas práticas discursivas, todas elas usos da língua, nenhuma delas secundária em relação a qualquer outra, e cada uma delas particularmente configurada em cada espaço em que seja posta como objeto de reflexão (NEVES, 2003, p. 89).

É preciso que a escola crie oportunidades para o aluno refletir, construir

conhecimento, ou seja, a escola deve oferecer um espaço que promova diferentes

funções sociais, o letramento do aluno, para que ele se envolva nas práticas de uso da

língua.·.

A Constituição Brasileira, em seu artigo 5º, prescreve: “Todos são iguais perante a

lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros

residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à igualdade, à segurança e à

propriedade (...)”.

O estado de Direito garante a todos os cidadãos a igualdade perante as leis, porém

sabemos que, historicamente, em nosso país, há um descompasso entre o que a lei

propõe e a realidade vivida pela sociedade, incluídos, aí, os processos de educação.

Nos processos educativos, nas escolas, nas aulas que os estudantes buscam a

oportunidade de aprimoramento e conhecimento linguístico, mesmo assim, podendo se

apropriar de outros conteúdos, garantindo uma inserção ativa e crítica na sociedade. É na

escola pública que ele encontra espaço para as práticas de linguagem que lhe

possibilitem interagir na sociedade.

O ensino de Língua Portuguesa, apresenta os seguintes itens: os objetivos e

conteúdos específicos divididos em prática de estudo de textos orais, leitura de textos

escritos, prática de produção de textos orais e escritos e prática de análise linguística.

O objetivo do ensino de uma língua para pessoas falantes deve possibilitar ao

estudante o domínio efetivo e consistente das habilidades de leitura e escrita, audição e

oralidade. Ou seja, a escola deve formar alunos capacitados como leitores e que possam

produzir qualquer tipo de texto, usando a modalidade oral. Porém esse objetivo não será

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alcançado sem uma prática. Vale registrar: ler e escrever devem ser atividades essenciais

da língua.

Quando o estudante tiver desenvolvido ou se apropriado das suas habilidades

básicas: falar, ouvir, ler e escrever, certamente ele será capaz de interagir com os demais.

Entretanto, só com muita prática, com o uso da língua em situações que se aproximam da

realidade, o aluno estará de fato promovendo um aprendizado capaz de torná-lo um

cidadão atuante na sociedade.

O que se pretende com este trabalho é desenvolver uma atividade de pesquisa

sobre diferentes variedades linguísticas presentes na comunidade, resgatando a história e

a cultura dos diferentes grupos presentes. Por meio de vídeos, texto de humor, músicas e

diferentes materiais, como textos com poesias, narrativas, e outros, pretende-se levar o

aluno a desenvolver a consciência linguística sobre os diferentes falares presentes na sua

comunidade. Esse é o ponto de partida para a consciência sobre a necessidade da

aprendizagem da língua padrão, que em determinadas situações de comunicação exigem

domínio por parte do cidadão.

Portanto, essa proposta de produção didático-pedagógica vem ao encontro das

necessidades de nossos alunos, tendo em vista que eles precisam entender como e em

que ocasiões devem estar fazendo uso da linguagem formal e informal, buscando fazer

com que tenham menos dificuldades em escrever textos na linguagem formal tanto na

estrutura do texto como na construção de suas ideias, dando uma sequência lógica aos

seus pensamentos e conseguindo relatá-los no papel segundo a norma culta.

O ensino da língua portuguesa tem tomado como ponto de referência a concepção

homogênea e unitária da língua, privilegiando a língua padrão, a norma culta, na sua

modalidade escrita. As outras variedades são consideradas desvios, erros, reforçando,

assim, preconceitos e a sectarização da sociedade entre letrados e iletrados. Observa-se,

assim, um descaso da escola para com as demais variedades, principalmente para com o

conhecimento linguístico e cultural que o aluno possui antes de entrar para a escola.

Alguns pesquisadores têm chamado atenção para o fato de que esta postura da

escola acaba por comprometer o processo ensino-aprendizagem da língua portuguesa,

pois o aluno não vê sentido para aprender a língua da escola, que, em alguns casos, é

tão diferente da língua do dia a dia.

O ensino de Língua Portuguesa seguiu, e em alguns contextos ainda segue, uma

concepção de linguagem que não privilegia, no processo de aquisição e no

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aprimoramento da língua materna, a história, o sujeito e o contexto, como destaca

Travaglia (2000), pautando-se no repasse de regras e no mero repasse de nomenclaturas

gramáticas.

As Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa (DCEs, 2008, p.49) assumem uma

concepção de linguagem que não se fecha “na sua condição de sistema de formas (...),

mas abre-se para os valores ideológicos” (RODRIGUES, 2005, p. 156).

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ESTRATÉGIAS DE AÇÃO

Estudar uma mesma língua pode apresentar variantes geográficas, sociais que

determinam variedades de linguagem. Essas diferenças ocorrem na linguagem

oral/escrita ou em textos escritos em que se tem a intenção de reproduzir a maneira

característica do falar de determinados indivíduos ou grupos sociais. Existem muitas

modalidades de falantes: o padrão culto da linguagem, regionalismos, gírias e traços

coloquiais. O padrão culto pertence à linguagem cientifica e a jornalística, técnica, oficial e

outras.

Observando essas diferenças na linguagem, e os diferentes falares dos alunos na

escola, percebe-se através da fala e da escrita a bagagem cultural que o aluno traz de

casa para a escola. Na escola, ele encontra dificuldade para adequar-se a expressão,

pois seu falar é diferente e muitas vezes visto como errado. As diferenças são devidas as

diversas camadas sociais inseridas na sociedade. Portanto, são filhos de famílias das

classes trabalhadoras, menos favorecidas da nossa comunidade, com um aprendizado

cultural vindo do seio familiar, educação materna, sabendo comunicar-se

espontaneamente apenas no nível da linguagem informal.

A proposta deste trabalho está fundamentada em estudo sobre as variedades

linguísticas, e experiências vividas, em pesquisas, livros, vídeos, histórias contadas e

outros, a constatação do problema. Cabe à escola aproveitar o conhecimento prévio dos

alunos e assim conduzindo-os para o domínio também da língua culta, já que esta é a

língua de prestigio para a ascensão social, porém sem desprezar as demais linguagens.

O projeto didático pedagógico será direcionado aos alunos da 6ª série, do período

matutino, da Escola Estadual Antonio Schiebel - Ensino Fundamental, de Santo Antonio

do Sudoeste – PR e será construído com base nas discussões curriculares do ensino de

Língua Portuguesa. A proposta esta fundamentada na concepção interacionista, levando a

uma reflexão do uso da linguagem oral e escrita e suas variedades linguísticas.

De acordo com Bagno (2007), os gramáticos são preconceituosos, quando não

aceitam as variedades linguísticas. Isso faz com que a linguagem popular se distancie da

escola, prejudicando muitas vezes, o próprio aprendizado do aluno. Este autor defende a

língua materna, valoriza a bagagem cultural do individuo, adequando-a às diversas

circunstâncias e transformando-as em produções. Para ele não devemos ensinar a língua

materna, mas ensinar a língua escolar.

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O projeto destaca como se deve valorizar o cognitivo que o aluno traz e

estabelecer um diálogo entre o conhecimento e os conteúdos escolares, pois os alunos

carregam uma grande bagagem de práticas e vivências.

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PROPOSTAS DE ATIVIDADES

Atividade 01 (3 aulas)

Gênero Discursivo

Narrativa Oral

Professor, para introduzir o conteúdo sobre variação linguística, sugere-se que se

apresente o vídeo “Chico Bento no Shopping”, disponível em:

http://www.youtube.com/watch?v=ZGr-50Sdcoc

Nesta reprodução de uma história de um dos personagens da Turma da Mônica podemos

observar, além da variedade linguística do personagem, o comportamento e as atitudes

dos personagens, que representam dois mundos que parecem separar a variedade

padrão e a variedade coloquial.

Objetivos

- Desenvolver nos alunos a consciência linguística, observando as variantes utilizadas

pelos personagens (Chico Bento e o Primo);

- Propiciar o acesso às ferramentas de compreensão e domínio sobre a língua, levando-

os refletir sobre a adequação da linguagem aos diferentes contextos sociais.

Tema

Variantes linguísticas

Variação lexical

Conteúdo

Interpretação oral e escrita;

Marcas linguísticas.

Encaminhamentos Metodológicos

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Assistir ao filme disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=ZGr-50Sdcoc.

Acesso em: 11/06/2011.

Discussão oral sobre o filme;

Levantamento das variantes lexicais;

Montagem de um glossário;

Reprodução escrita da história.

ATIVIDADES

1- Interpretação do filme.

a) Descreva nos quadros as características de cada personagem (local onde vive,

vestimenta, fala):

Chico Bento Primo

b) Como você se descreve? Você se aproxima mais da realidade do Chico Bento ou

do Primo? Justifique:

c) Descreva no quadro o que há de positivo na vida do campo e na vida da cidade:

Campo Cidade

d) Como você caracteriza a sua cidade?

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e) Como você descreve as pessoas que moram na sua cidade? São todas iguais?

f) Como falam as pessoas que moram na sua cidade? Dê exemplos:

g) Monte adivinhações sobre palavras que você conhece e que têm mais de uma

maneira de falar. Depois faça as adivinhações para os colegas.

Por exemplo:

O que é, o que é?

Uma fruta que as pessoas descascam para comer e fica o cheiro na mão?

R: mexerica

R: poncan

R: bergamota

2- Glossário

Agora, vamos montar um glossário das palavras utilizadas pelo Chico Bento e pelo

seu Primo. Em grupo, vocês lerão a história e destacarão as palavras que não

conhecem, copiarão, para depois pesquisarmos em dicionários.

Se você não sabe o que quer dizer glossário, pesquise num dicionário o

significado!

Chico Bento vai ao Shopping

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Chico Bento vai com o primo visitar o Shopping na cidade

Puxa! Esse tar amigo seu deve se munto mitido a besta, né primo.

_ Que amigo! Que amigo?

_ Esse que nóis tá indo visitá. Inté tive que carça a butina pra ir na casa dele.

_ Ah! Ah! Ah! Mas nós não vamos na casa de ninguém.

_ Como não! Ocê falô: Chico, vamo visitá o Chopping!

_ Ah! Ah! Eu falei Shopping, o centro das compras.

_Ufa! Mas ocês da cidade são burro memo, né. Maior sor lá fora e ocês inventaro esse

burro e despois enchero tudo de luiz.

_ Chico, me faz um favor.

_ Craro primo.

_ Não precisa dar tanta bandeira que você é um bicho-do-mato, tá?

_ Chi! Que gritaria, ansim ocê me mata de vergonha, sô.

_Hum! hum! hum! Hem! Deixe pra lá Chico! Vamos continuar andando o

Shopping é grande, cuidado para não se perder!

_Eh! Que coisa essa butina! (Chico para para amarrar o cadarço da botina e perde o

primo).

_ Ei! Ô primo, ô primo, ô primo, esse primo é bobo, já deu um jeito de se perdê! E

andando, andando pelo Shopping. Arre! Que coisa sem graceira esse treco, de Chopping. Só

tem gente i loja, gente i loja... Oba! Quem sabe lá em riba tem arguma coisa de bão! (chega

perto da escada rolante que desce)

_Uai! O que tá acontecendo? Eu devo tá fraco memo, subo e não saio do lugá? Esse

negócio tá começando me irritá. (nesse momento desse um senhor gordo e derruba o Chico

da escada)

_Ei! Que negócio é esse de me empurrá?

_ Que é seu moleque! Não empurrei nada! Por que não usa a escada que sobe, seu

engraçadinho!

_Iscada que sobe!...

Êpa! Ela tá viva! (Chico é levado pela escada até o andar de cima e fica assustado). O

que tá acontecendo? Uao! Socorro! Socorro! Ela me pegô, arguém me ajuda! Ai! Aai! Ufa!

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Que perigo! Então, é por isso que tem que vim de butina! Pra não perdê os dedão do pé.

Mas um pé de butina e outro não? Não dá certo. (Chico tira a botina, joga fora e acerta um

senhor lendo jornal)

Ei! Lasquera, aqui em riba é iguar lá embaxo. E o pió acho que fui enganado. A

fessora mi insinô tudo errado. Não intendo nada do que tá escrivinhado aqui. (Passa em

frente uma loja de calçado e o logista oferece um calçado).

_ Ei! Quer um calçado?

_ Carçado o marido da carçada!

_ Não, não, um sapato. Posso lhe mostrar alguns.

_ Ah! Posso esprementá, já que eu não tô fazendo nada memo.

O vendedor tira um sapato da caixa e mostra para o Chico.

_ Que tal este?

_ Hum! Bunito!

_ Então com licença!

_ Êpa! Que negócio e esse sô! Não quero home pegando no meu pé, não.

_ Mas, mas, eu só ia calçar.

_ Pode dexá, eu memo carço.

_ Ficou lindo! Divino! Vai levar?

_ Bão, já que o senhô insiste eu levo. Inté, hem!

_ Ei! E o dinheiro?

_ Dinhero! Não tenho tô duro!

_ Chi! Chi! Chiiiiiiiii! Ué!

_ Segurança! Atrás dele! Devolva já esse sapato! (Chico foge dos guardas)

_Que negócio é esse dá e despois toma. Que coisa feia dá e despois toma, pode ficá

com ele. (Chico joga o sapato nos guardas, andando pelo Shopping)

_Ai! Que cansera! (Chico vê um chafariz no Shopping e faz a festa)

_ Eba, uma piscina! Oba! Oba! Eita! Água boa!

Um casal de namorados estava passando e resolve observar a fonte e vê a bunda do

Chico na água em forma de coração. E começa a gritar...

Socorro! Socorro! Um tarado na fonte! Surge um alvoroço no Shopping.

_ Craro, não tem pexe!

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Enquanto isso o primo.

_Há horas estou andando e nada do Chico. De repente ouve pelo alto falante do

Shopping chamando os segurança que tem um louco nadando na fonte. Um tarado no

Shopping!

_ Será que é ele. Tomara que não!

_Chi! Não! Lá está ele.

_ Se aprochega gente, a água tá boua.

Primo!!!!! Até que enfim te achei sô! Pode dexa pessoar, não carece, eu levo ocê pra

casa. Ah!! Pode dexá agora tá tudo bem seu guarda ele não vai mais se perdê, não!

_ Mas cá pra nóis primo! Arguma coisa você andô aprontando pra juntá tanto

guarda!

Chico e o primo saíram do shopping e foram para casa.

PRODUÇÃO DE TEXTO

Apresentar aos alunos tirinhas do Chico Bento para que eles produzam seus

textos, que depois serão reunidos numa coletânea para doar à Biblioteca do

Colégio.

Explique o humor que aparece no primeiro quadro. Qual a diferença da fala entre

os dois personagens?

Sugestão de Atividades

Apresentar as tirinhas de Chico Bento à turma, para que façam a leitura e

análise das variantes linguísticas da fala dos personagens.

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O que há na fala do Chico Bento que chama a nossa atenção?

No segundo quadrinho, explique a reação do Chico em relação à fala da

professora.

E você como reagiria diante de uma situação como esta?

Leia com atenção a terceira tirinha, analise o desenho e interprete a fala de Chico

Bento.

Disponível em: http:// www.turmadamonica.com.br/index.htm Acessado em 27/07/2011

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Atividade 02 (4 aulas)

Gênero Discursivo

Texto Informativo

Professor!

Com o gênero informativo, pretende-se apresentar aos alunos algumas características

do “Caipira”.

Objetivo

Conhecer e destacar a origem das diferentes variedades lexicais do povo brasileiro, nas

diversas regiões do estado, fazendo uso das ferramentas tecnológicas, livros, biblioteca

da escola, bem como das histórias contadas pelos alunos e pais.

Tema

A história do Caipira e sua origem

Conteúdo

Leitura de textos;

Análise linguística;

Produção de texto a partir da pesquisa: a origem do caipira.

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TEXTO COMPLEMENTAR-1

História do caipira

Caipira é tipicamente paulista. Nascida da primeira miscigenação entre o branco e

o índio “Kaai ‘pira” na língua indígena significa, o que vive afastado, (“Kaa”-mato)

(“Pir” corta mata) e (“pira”- peixe). Também o cateretê, inicialmente uma dança

religiosa indígena, na qual os Índios batiam palmas, seguindo o ritmo da batida dos

pés, deu origem a “catira”. A catira passou a ser um costume de caboclos,

antigamente chamados de “caboclos”.

Com o avanço dos brancos em direção ao Mato Grosso e Paraná a cultura caipira

foi junto, levada principalmente pelos tropeiros. Hoje o termo “Caipira” generalizou-

se. O caipira, desconfiado por natureza, tem sua cultura independente como a dos

índios. Alguns, estudiosos passaram essa cultura do povo do interior de modo

errôneo representando a imagem do caipira. São lembrados nas festas “caipiras”,

festejadas nas cidades, nas escolas, a imagem do caipira que na verdade não passam a

realidade, mas sim, uma deturpação da simplicidade do homem do interior

destacando a origem das suas raízes.

O falar errado, o afastamento das cidades, seu dialeto muito conhecido que o

homem da cidade já perdeu. O caipira conhece a terra, o pôr do sol, quando virá a

chuva ou não irá chover, conhece o mundo natural. O remédio para suas dores, uma

simpatia para cada tristeza. A origem caipira virou festa para o homem da cidade,

onde deveria ter amor à terra. O índio é da mata , respeita, segue sua tradição, a caça,

a arte das ervas, das lendas. O homem, a língua, costumes, crenças, a música e outras

culturas.

Existe o fato mais interessante do que a sabedoria que o povo vem juntando desde

o início de nossos dias? Maravilhosa é essa criatividade e invencionice do povo. O

povo fala, o povo canta, o povo dança, o povo representa, o povo festeja, come, bebe,

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brinca e se diverte. Todos os povos dão muita importância aos seus costumes e

tradições, ao seu artesanato popular, as lendas e histórias que o povo conta.

Fonte: Site disponível em: http://www.angelfire.com/ar3/scatena/caipira.html. Acessado

em: 20/06/2011.

Encaminhamentos Metodológicos

Leitura;

Levantamento das palavras desconhecidas;

Pesquisa na sala de informática, na biblioteca, em livros, em revistas, e em sites.

Localização da região caracterizada como do caipira no mapa do Brasil;

Pesquisa sobre festas populares;

Produção de textos ilustrativos (com gravuras que representem os tipos físicos e a

cultura do caipira) e informativos sobre o assunto.

ATIVIDADES

1) Pesquisar no dicionário as palavras do texto que você não conhece. Utilize os

quadros abaixo para descrever a palavra utilizando sinônimos:

Ex:

miscigenação Misturar Mistura de culturas, etnias

cateretê

catira

caboclos

tropeiros.

errôneo

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deturpação

dialeto

tradição

lendas

crenças

invencionice

2) Localize no mapa do Brasil o caminho da cultura caipira, de São Paulo até o

Mato Grosso e o Paraná:

Disponível em:

http://www.google.com.br/imgres?imgurl. Acesso em: 25 de Jul. de 2011.

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3) Faça um levantamento das principais festas da sua cidade. Pesquise:

a) Local da festa:

b) Público que frequenta:

c) Comida:

d) Vestes:

e) Música

PRODUÇÃO DE TEXTO

Professor,

A produção de texto tem o objetivo de incentivar o aluno a realizar pesquisas, a dar

vazão à sua curiosidade, e a desenvolver a escrita do gênero discursivo informativo.

Escolha uma das festas da sua comunidade, e, a partir do que você pesquisou e de

outras informações, monte na ficha um texto informativo, com ilustrações para o livro:

FESTAS E COMEMORAÇÕES DE SANTO ANTONIO DO SUDOESTE.

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TEXTO COMPLEMENTAR-2

ATIVIDADES

Pesquisar e produzir um relato sobre a festa junina em nossa cidade destacando

os tipos de músicas, comidas típicas, vestuário, brincadeiras e outros atrativos.

Após concluído o trabalho, cada grupo fará a exposição aos colegas.

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Atividade 03 (6 aulas)

Gênero Discursivo

Cultura Regional

Professor!

Esta parte da Sequência Didática, aqui proposta, tem o objetivo de trabalhar junto

aos alunos a cultural região: geografia, história, grupos, hábitos, etnias e outras.

Objetivo

Conhecer a cultura brasileira através das variantes da língua portuguesa, bem como suas

modalidades regionais.

Conteúdo

Leitura;

Interpretação;

Localização geográfica.

Encaminhamentos Metodológicos

Trabalho em grupo:

Localização no mapa do Brasil das diferentes regiões (estados), variedades da

língua e sua cultura

Pesquisa na sala de informática, biblioteca ou pessoas conhecedoras do assunto;

Pesquisa sobre a cultura e variedade linguística de um estado brasileiro;

Recorte de gravuras representando a região;

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ATIVIDADES:

1) Observe o mapa do Brasil. Você sabe por que ele apresenta cores diferentes?

2) Cada grupo deverá fazer o relato, por escrito, da pesquisa realizada (sobre a

cultura e variedade linguística) da região que escolheu, conforme sugestão abaixo.

Na sequência, os grupos poderão compartilhar com os demais.

Estado de Roraima tipo: música

Dança

Comida e outras culturas

Estado do Amazonas:

Estado do Pará:

E outros estados brasileiros...

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Cada grupo coleta com familiares e vizinhos músicas, histórias e costumes das

regiões de origem.

3) Observe o mapa a seguir.

4) Agora, é a sua vez de localizar no mapa palavras que você conhece:

Macaxeira

Mandioca

Aipim

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Atividade 04 ( 2 aulas )

Gêneros Discursivos

Texto Informativo

Poesia

Professor, por meio da poesia, pretende-se levar o aluno a observar a cultura e

a linguagem da sua comunidade.

O trabalho com mapas é justamente para que o aluno perceba a localização do

município e os seus vizinhos.

Objetivo

Identificar e reconhecer as variedades lexicais dos habitantes do Município de Santo

Antonio do Sudoeste e região.

Tema

A linguagem do povo

TEXTO

Oswaldo de Andrade

Vício na fala

Para dizerem milho dizem mio

Para melhor dizem mio

Para pior pio

Para telha dizem teia

Para telhado dizem teiado

E vão fazendo telhados

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Conteúdo

Leitura e conversação

Marcas linguísticas

Encaminhamentos Metodológicos

Localização da cidade de Santo Antonio do Sudoeste no mapa do Estado do Paraná;

Levantamento de dados históricos da localidade;

Entrevista a um pioneiro;

Elaboração das questões para a entrevista;

Elaboração de cartazes com a cultura, alimentação, religião e etc... das regiões de

origem dos moradores da localidade;

Pesquisa sobre a Argentina, país com quem a cidade faz fronteira (fala, alimentação,

cultura, religião)

ATIVIDADES

1) Você conhece pessoas que falam de uma maneira diferente? Dê exemplos,

escrevendo causo ou história de:

Pessoas do campo;

Pessoas idosas;

Grupos de pessoas de rua.

Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Santo_Ant%C3%B4nio_do_Sudoeste

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Município de Santo Antônio do Sudoeste

Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Santo_Ant%C3%B4nio_do_Sudoeste

A origem do município de Santo Antonio do Sudoeste

Município de Santo Antonio do sudoeste – PR

História

Os primeiros moradores a se instalarem na região onde se localiza o Município de

Santo Antonio do Sudoeste foram Dom Lucca Ferrera e João Romero, oriundos da

visinha República do Paraguai, ali chegados em 1902.

Encontraram naquela região grande quantidade de erva-mate nativa e, como a

venda desse produto era vantajosa, iniciaram a sua extração e exportação para a

Argentina.

Nos primeiros anos, aqueles exploradores enfrentaram muitas dificuldades, pois

toda a região era um sertão que parecia não ter fim, habitada por grandes hordas

indígenas e ligada a outros centros apenas através de picadas abertas em plena floresta.

O surgimento efetivo do povoado, que recebeu a denominação de Santo Antonio,

deu-se somente em 1912, com a chegada de um grupo de colonos tendo à frente Afonso

Arrachea.

O comércio de erva-mate continuou sendo a principal atividade dos habitantes da

povoação pois não havia estradas ou outras vias de comunicação que possibilitassem

outros empreendimentos.

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Inclusive, Dom Lucca Ferrera foi substituído na extração e comércio de erva-mate,

por uma empresa Argentina com o nome de3 Pastoriza, a qual se dedicou a esse

lucrativo ramo de atividade até que por volta de 1920.

Após a elevação do povoado à condição de Distrito Administrativo e Judiciário do

Município de Clevelândia, iniciou-se a abertura de estradas com o que a localidade teve

notável impulso, atraindo grandes levas de agricultores procedentes de outras regiões do

Paraná e dos Estados de Santa Catarina e do rio Grande do Sul, que ali se

estabeleceram, dedicando-se à agricultura e, especialmente, à criação de suínos.

Em 1951 foi criado o Município de Santo Antonio, que pela Lei Estadual nº 5322,

de 10 de Maio de 1966, tomou a denominação de Santo Antonio do Sudoeste.

Dom Lucca Ferrera, ao colocar o nome de Santo Antonio no povoado, prestou

dupla homenagem, sendo uma a seu filho chamado Antônio e outra, ao Santo Padroeiro.

Santo Antonio do Sudoeste é um município brasileiro do estado do Paraná. Sua

população de acordo com o CENSO de 2010 é de 18912 habitantes. Sua emancipação

politica é datada de 14 de Novembro de 1951. Faz fronteira com o município argentino de

San Antonio, localizado na província de Misiones, e também com o município de

Pranchita, Pinhal de São bento, Ampére e Bom Jesus do Sul, todos no estado do Paraná.

O Rio Santo Antônio divide os dois municípios fronteiriços, que estão interligados

por uma ponte e respectivas aduanas não oficiais. O Rio Santo Antonio foi a última divisa

estabelecida entre a Argentina e o Brasil. Ele nasce na Linha Cedro no município de

Santo Antonio do Sudoeste e vai desaguar no Rio Iguaçu. Para firmar o acordo da

fronteira entre Brasil e argentina pelo rio Santo Antonio, foi solicitado ao presidente dos

Estados Unidos Cleveland, que fosse o juiz da causa. O limite do Brasil com a Argentina,

tendo o rio Santo Antonio como divisa, foi definido por Cleveland 5 de fevereiro de 1895.

Porém, a divisa só veio a ser definitivamente estabelecida em 1898 com o tratado

assinado entre Brasil e Argentina pelo Ministro das Relações Exteriores, o General

Dionísio Evangelista de Castro Cerqueira. Desde as nascentes dos rios Peperi-Guaçu –

Santa Catarina e do Santo Antonio no paraná, é o único pedaço da fronteira entre Brasil e

Argentina por divisa seca, de aproximadamente 12 quilômetros. Atualmente santo Antonio

do sudoeste é um pólo industrial de confecção de roupas. Sua economia também se

baseia na pecuária e agricultura.

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Disponível em: dhttp://www.santoantoniodosudoeste.pr.gov.br/a-cidade/historia.htmla localidade.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Santo_Ant%C3%B4nio_do_Sudoeste Acessado em: 27/072011

Localização de Santo Antônio do Sudoeste no Brasil 26° 04' 12" S 53° 43' 22" O Unidade

federativa Paraná Mesorregião Sudoeste Paranaense IBGE/2008 [1] Microrregião Francisco

Beltrão IBGE/2008 [1] Municípios limítrofes Ampére, Bom Jesus do Sul, Pinhal de São Bento, Pranchita, Salgado Filho e San Antonio (Misiones, Argentina).

Alunos que vieram do Rio Grande do sul

Costumes

Vestuário

Alimentação

Lazer

Música

Dança

Alunos que vieram de Santa Catarina

Costumes

Vestuário

Alimentação

Lazer

Música

Dança

E outros...

Obs. Neste cartaz, são apresentados a origem e costumes dos nossos alunos

trazidos de outras regiões com costumes e tradições diferentes.

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Gênero Discursivo

Narração

Objetivo

Identificar e descrever as variantes linguísticas das diferentes regiões do Brasil.

Conteúdo

Leitura e encenação

Interpretação Oral

Encaminhamentos Metodológicos

Leitura;

Interpretação oral;

Pesquisa nos sites, na sala de informática, sobre palavras regionais e as

variantes linguísticas;

Variação lexical das palavras;

Encenação do texto “Assaltante Nordestino”;

Produção de um novo texto “No Meio do caminho”

TEXTO

Texto humorístico

O texto retrata várias cenas de assalto, cada uma delas situada em um Estado ou

região diferente do país. A fala do assaltante tem sempre o mesmo conteúdo,

enquanto o uso da linguagem e o modo como o assalto é conduzido mudam de uma

situação para outra. Identifique, em cada uma das cenas, duas palavras ou

expressões próprias do:

Assaltante nordestino

_ Ei, bichim... Isso é um assalto...Arriba os braços e num se bula nem faça

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moganga...Arrebola o dinheiro no mato e não faça pantim se não enfio a peixeira no

teu bucho e boto teu fato pra fora! Perdão, meu Padim Ciço, mas é que eu tô com

uma fome da moléstia...

Assalto mineiro

_ Ô sô, prestenção... Isso é um assarto, uai...levanta os braço e fica quetim

quesse trem na minha mão tá cheio de bala... Mió passa logo os trocado que eu num

tô bão hoje. Vai andando, uai! Tá esperando o quê, uai!!

Assalto gaúcho

_ O, guri, ficas atento... Bah, isso é um assalto... Levantas os braços e te

aquietas tchê. Passa as pilas pra cá! E té manda a la cria, senão o quarenta e quatro

fala.

Assalto carioca

_ Seguinte, bicho... Tu te deu mal. Isso é um assalto. Passa a grana e levanta os

braços rapá... Não fica de bobeira que eu atiro bem pra...Vai andando e, se olhar pra

trás, vira presunto...

Assaltante baiano

_ Ô, meu rei...( longa pausa) Isso é um assalto... (longa pausa) levanta os

braços, mas não se avexe não...(longa pausa). Se num quiser nem precisa levantar,

pra não ficar cansado...Vai passando a grana, bem devagarinho...(longa pausa). Num

repara se o berro está sem bala, mas é pra não ficar muito pesado... Não esquenta,

meu irmãozinho (longa pausa). Vou deixar teus documentos na encruzilhada...

Assaltante paulista

_ Orra, meu... Isso é um assalto, meu... Alevanta os braços, meu... Passa a

grana logo, meu... Mais rápido, meu, que eu ainda preciso pegar a bilheteria aberta

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pra comprar o ingresso do jogo do Corinthians, meu... Pô, se manda, meu.

Interação

O texto de humor, acima, foi veiculado na internet no ano de 2003.

Também, sugere-se trabalhar o texto “No Meio do caminho”, de Carlos Drummond de

Andrade.

No Meio do Caminho

No meio do caminho tinha uma pedra

tinha uma pedra no meio do caminho

tinha uma pedra

no meio do caminho tinha uma pedra.

Nunca me esquecerei desse acontecimento

na vida de minhas retinas tão fatigadas.

Nunca me esquecerei que no meio do caminho

tinha uma pedra

tinha uma pedra no meio do caminho

no meio do caminho tinha uma pedra.

Antologia Poética: Carlos Drummond de Andrade (1902 –

1987)

ATIVIDADES

1) Encenar o texto “No Meio do caminho”, conforme a fala do nordestino, mineiro,

gaúcho ...

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a) Nordestino encenando

No meio do caminho tinha uma bichim.

Bichim tinha uma pedra no meio do caminho...

b) Mineiro encenando

No meio do caminho tinha uma pedra, sô

Ô sô, tinha uma pedra no meio do caminho ...

c) Gaúcho encenando

No meio do caminho tinha uma pedra, tchê

Tchê, tinha uma pedra no meio do caminho ...

d) Carioca encenação

No meio do caminho tinha uma pedra, bicho

Bicho, tinha uma pedra no meio do caminho...

e) Baiano encenando

No meio do caminho tinha uma pedra, meu rei

Meu rei, tinha uma pedra no meio do caminho ...

f) Paulista encenação

No meio do caminho tinha uma pedra, orra, meu...

Orra, meu, tinha uma pedra no meio do caminho ...

g) Paranaense, morador de Santo Antonio do Sudoeste encenação

No meio do caminho tinha uma pedra _________...

_________... tinha uma pedra no meio do caminho ...

h) Além da linguagem, o texto também revela comportamento ou hábitos que

supostamente caracterizam o povo de diferentes estados ou regiões. O que

caracteriza, por exemplo:

a) o nordestino?

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b) o baiano?

c) o paulista?

d) o gaúcho?

e) o carioca?

f) o mineiro?

i) Apresentação dos trabalhos na sala de aula para os demais colegas

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TRAVAGLIA, L. C. Gramática e Interação: uma proposta para o ensino de gramática no 1° e 2°

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