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Ficção e realidade são misturadas em uma série quereconta a vida no país, desde o descobrimento até a

construção de Brasília, de um jeito que você nunca viupor Raquel Temistocles e Marina Jankauskas

Senta quelá vem

história

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HISTÓRIAS DO BRASILI DIA 5, SEGUNDA, 22H,TV BRASIL, 4

Donos da história – À esquerda, o ator Xando Graça noepisódio sobre o contrabando de ouro no século 18; acima,Gillray Coutinho no terceiro episódio, que retrata a guerrapelo açúcar em Pernambuco; Marcos Verza e Rogério Barrosestrelam o episódio 6, aquele que discute o controle daMetrópole sobre a circulação de livros na colôniaL EMBRA DE CARLOTA JOAQUINA,

D. Pedro II, Getúlio Vargas e Juscelino Kubits-chek? Se nos livros, essas figuras históricas sãoprotagonistas, na série Histórias do Brasil eles

são apenas pano de fundo. Afinal, um país também é fei-to por pessoas comuns, de quem dificilmente você ouviufalar nas aulas da escola. E é o dia a dia desses brasileiros,desde o primeiro contato dos índios com os europeus até aconstrução de Brasília, que é contado nestes dez episódios

numa mistura de ficção e docu-mentário, o famoso docudrama. Oformato da atração foi pensado jus-tamenteparaensinar,mas tambémentreter. “Acho que se fosse um fil-

me só de ficção, sem nenhuma discussão sobre a época,seria interessante, mas não conseguiria ter uma profundi-dade tão grande. E um programa só de entrevistas poderiaficar mais maçante”, explica o diretor Arthur Fontes, quejá assinou documentários como Futebol (1998) e Surf Ad-ventures (2002), e ficções como Podecrer! (2007).

Produzido pela Conspiração Filmes, o programa foi es-crito em parceria com a Revista de História, da BibliotecaNacional, para que, por exemplo, os soldados que estive-ram na Guerra do Paraguai não usassem jeans em cena.História é coisa séria, claro, mas essa mistura de ficçãoe realidade, de pesquisa e reconstituição, é que acabousendo o diferencial do trabalho. Sendo assim, atores in-terpretam personagens comuns, enquanto historiadoresesclarecem mitos e teorias sobre os costumes da época.“Não é uma história de grandes fatos, de grandes guerras,

dos grandes episódios e nem dos grandes nomes. É umahistória em cima de personagens, em geral anônimos”, fazquestão de frisar Luciano Figueiredo, editor da Revista.

Resumir tantos acontecimentos e épocas em apenasuma dezena de episódios de 25 minutos cada não foi umatarefa fácil. “A gente tentou fazer de século a século, maisou menos de 70 em 70 anos. Demos uns pulos na Histó-ria, mas tentamos contar todas as partes”, adianta Fontes.“A gente não quis entrar muito na história do chamado‘tempo presente’, porque ela ainda está sendo construí-da”, esclarece Figueiredo.

Com os olhos afiados no passado, a produção teve o cui-dado de pesquisar os costumes minuciosamente, de modoque até a ficção estivesse de acordo com o período histó-rico. Foram dez equipes, sendo cada uma direcionada aum assunto específico. Elas pesquisaram desde o figurino,passando pelo que se comia, até a decoração das casas.“A gente não tinha entendido ainda que o projeto era tãogrande. Falar de dez períodos históricos, com dez elencosdiferentes; esse foi o maior desafio”, destaca Fontes.

Já para Figueiredo, a dificuldade foi outra: tentar pas-sar para o real, para os gestos, para as cores das roupas,para as palavras e para as falas dos atores, situações que agente só conhece narradas em livros. A experiência deucerto. Os alunos (e as professoras) agradecem.

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