Sensoriamento Remoto aplicado aos estudos climáticos

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O Geoprocessamento Aplicado aos Estudos Climáticos

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Algumas considerações

O clima é uma generalização ou a integração das condições do tempo para certo período, em uma determinada área. A climatologia é o estudo científico do clima, interessando-se particularmente pelas aplicações práticas.

O intuito da Climatologia é descobrir, explicar e explorar o comportamento normal dos fenômenos atmosféricos, visando ao benefício do homem, tendo em mente que as irregularidades dos fenômenos são as regras gerais e não as exceções.

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A climatologia é fundamental para a determinação do comportamento sazonal do clima e sua aplicação nos diversos setores de atividades humanas como Agricultura, Ecologia, Saúde, Meio Ambiente e Turismo os quais, no contexto global, representam áreas em que se desenvolvem as atividades humanas produtivas e sociais (Silva & D’Angiolella, 2001). Os estudos climatológicos requerem um grande número de informações meteorológicas que necessitam ser analisados e interpretados, cuja maior dificuldade encontra-se na disponibilidade e confiabilidade dos mesmos. Além disso, a necessidade do uso de ferramentas que facilitem a coleta, manipulação e interpretação dos dados, torna o processo árduo e difícil.

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Porém, o desenvolvimento tecnológico e científico possibilitou o desenvolvimento de sistemas informatizados que se tornaram importantes ferramentas de trabalho, tanto para análise quanto para extração de novas informações, criando os sistemas computacionais denominados Sistema de Informação Geográfica - SIG, cuja principal função é analisar informações espaciais e seus atributos descritivos.

A aplicação do sistema de informação geográfica – SIG, em um estudo climatológico, aponta para o uso de um ferramental relativamente novo, capaz de demonstrar as características, o comportamento e a variação espacial e temporal do clima, auxiliando assim, o conhecimento detalhado da climatologia regional.

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SISTEMA DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA APLICADA À CLIMATOLOGIA DO BRASIL

Gustavo D’Angiolella, Vânia Lúcia Dias VasconcellosEng°. Agrônomo, M.Sc. DIMAP-INMET. Eixo Monumental, Via S/1. Sudoeste. Brasília, DF. 70.680-900. [email protected]ógrafa, Doutora, Professora Adjunta da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária – FAV. Universidade de Brasília – UnB. Cx. Postal: 4508. 70.910-970 – Brasília, DF. E-Mail: [email protected]

O trabalho teve como principal objetivo, aplicar os conhecimentos do Sistema de Informação Geográfica na geração de mapas com informações espacializadas sobre o comportamento da precipitação e temperatura de forma a tornar possível estabelecer análises interpretativas do efeito das flutuações do clima e os seus impactos na atividade humana, provendo a sociedade em geral de informações atuais e de fácil compreensão do comportamento dos parâmetros meteorológicos predominantes no Brasil.

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MetodologiaUtilizou-se sistema de informação geográfica – SIG, ArcView 3.2 da empresa Environmental System Research Institute (ESRI, 1997), para a plotagem dos mapas de todo o território nacional.

Inicialmente foi efetuado o levantamento dos dados existentes nas Normais Climatológicas de 1961 – 1990 (INMET, 1992), separando-as em grupos de totais mensais de precipitação e médias mensais de temperatura média, máxima e mínima, umidade relativa, insolação e evaporação, perfazendo um total de 209 estações meteorológicas utilizadas.

A partir da extensão Spatial Analyst, foram gerados mapas, utilizando o método de interpolação Spline, pela valorização dos pontos originais e pela garantia da continuidade dos mesmos, em formato Grid.

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As informações em formato Grid foram transformadas em formato Shape, a partir da extensão Converter 2.2, de forma a possibilitar o cruzamento das informações espacializadas com a malha municipal da divisão político-administrativa do Brasil da Base Cartográfica Digital do IBGE (2003), na escala de 1:2.500.000, a partir da extensão Geoprocessing Wizard Interserct, sendo possível obter os intervalos de valores de ocorrência dos atributos para cada municípios do Brasil.

Foram geradas informações tabeladas dos valores interpolados para cada mês estudado e para todos os 5.725 municípios do Brasil.

A análise dos resultados demonstrou grande diferenciação espacial e temporal das condições climáticas em todo o território nacional.

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N

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400 0 400 800 km

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Precipitação Anual(mm)

200 - 500500 - 800

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1100 - 14001400 - 1700

1700 - 2000

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2600 - 2900

2900 - 3200Divisão Estadual #

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Temperatura MédiaAnual (°C)Divisão Estadual

0 - 33 - 66 - 99 - 1212 - 1515 - 1818 - 2121 - 2424 - 2727 - 3030 - 3333 - 36

400 0 400 800 km

Figura 4. Precipitação total anual (°C) Figura 5.Temperatura média anual (°C)

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-30 -30

-20 -20

-10 -10

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Divisão Estadual

0 - 33 - 66 - 99 - 1212 - 1515 - 1818 - 2121 - 2424 - 2727 - 3030 - 3333 - 36

Temperatura MáximaAnual (°C)

Figura 6. Temperatura máxima anual (°C)

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400 0 400 800 km

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Temperatura MínimaAnual (°C)Divisão Estadual

0 - 33 - 66 - 99 - 1212 - 1515 - 1818 - 2121 - 2424 - 2727 - 3030 - 3333 - 36

Figura 7. Temperatura mínima anual (°C)

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ConclusãoNo final do trabalho, os pesquisadores concluem que este estudo a partir da utilização do Sistema de Informação Geográfica oferece recursos para uma nova abordagem cartográfica das condições climáticas predominantes do Brasil além de um auxílio à tomada de decisão, favorecendo um planejamento adequado de atividades do setor agrícola, sanitário, de turismo e de defesa civil, demonstrando toda a heterogeneidade climática decorrente da configuração geográfica do território Brasileiro, da continentalidade, da altitude, da extensão territorial, do relevo e da dinâmica das massas de ar.

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REFERÊNCIASD’ANGIOLELLA, G.L.B. Avaliação de métodos para estimativa da evapotranspiração de referência e cálculo de balanço hídrico na mesorregião sul da Bahia. Brasília : Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária, Universidade de Brasília, 2003. 75 p. Dissertação de Mestrado.ENVIRONMENTAL SYSTEMS RESEARCH INSTITUTE. Getting to know Arcview GIS. 2.ed. Redlands: ESRI Press, 1997.IBGE. Malha municipal digital do Brasil, Situação em 2000. Rio de Janeiro: IBGE, 2003. CD-Rom.INSTITUTO NACIONAL DE METEOROLOGIA. Normais Climatológicas 1961 – 1990. Brasília: INMET, 1992. 84p.SILVA, J.de F.; D’ANGIOLELLA, G. A climatologia aplicada na manutenção de sistemas hidrológicos.Geo-Simposio. Assuncion, 2001.