Sensores de efeito Hall e suas aplicações
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1
SENSORES DE EFEITO HALL E SUAS APLICAÇÕES
Bruno Moreira Nogueira Vilela* Guilherme de Oliveira Alves* Maria Rita Dias Faria* [email protected] [email protected] [email protected]
Universidade Federal de Juiz de Fora*
Faculdade de Engenharia
Departamento de Energia
Materiais Elétricos ENE040
Resumo: Este texto demonstra as características do efeito Hall
e suas várias aplicações. Uma escolhida e citada no trabalho
em questão é como objeto de sensoriamento. Dentro dessa
aplicação existem inúmeros tipos e usos diferentes, porém
nesse trabalho serão abordados cinco tipos: de nível líquido (de
combustível, chave de indicação de nível baixo), sensor de
corrente elétrica, sensor de velocidade, para medição da
mobilidade de elétrons e sensores de posição.
Palavras Chaves: efeito Hall, sensores de nível líquido, sensor
de corrente elétrica, sensor de velocidade, sensor para medição
da mobilidade de elétrons e sensores de posição.
Abstract: This text shows the characteristics of the Hall effect
and its various applications. A chosen and cited in this paper is
its use as sensing object. Within this application there are
numerous different types and uses, but in this paper will be
discussed five types: liquid level (fuel, key indication of low
level), the electric current sensor, speed sensor, for measuring
the electron mobility and position sensors.
Key Words: Hall effect sensors, liquid level, electric current
sensor, speed sensor, for measuring the mobility of electrons
and position sensors.
1 INTRODUÇÃO
Os sensores de campos magnéticos são elementos importantes
de uma infinidade de aplicativos que vão desde aparelhos de
consumo até máquinas industriais. A forma mais simples de se
fazer o sensoriamento magnético é através de uma bobina, mas
existem elementos semicondutores próprios para isso que são
os sensores de Efeito Hall [1].
O efeito Hall fornece a capacidade para várias medições
magnéticos sem contato, como: de velocidade e direção para
detecção de corrente. Os requisitos de aplicação têm
impulsionado os fornecedores a desenvolver produtos com
maior capacidade [2].
Dito isto, há uma abundância de variações para sensores de
efeito Hall, a fim de atender ao grande número de posição e
aplicações de detecção de nível, cada um com suas próprias
nuances.
2 DESENVOLVIMENTO
Esse capítulo traz considerações sobre o efeito Hall e
exemplifica algumas formas de sensoriamento por meio do
mesmo.
2.1 O Efeito Hall
O Efeito Hall foi descoberto em 1879 por Edwin Hall, que
submeteu um condutor elétrico a um campo magnético
perpendicular à direção da corrente elétrica. Hall verificou que
uma diferença de potencial elétrico aparecia nas laterais deste
condutor na presença do campo elétrico.
Este efeito ocorre devido ao fato de as cargas elétricas
tenderem a se desviar da sua trajetória por causa da Força de
Lorentz – Força Magnética. Desta forma, cria-se uma
acumulação de cargas nas superfícies laterais do condutor
produzindo uma diferença de potencial.
Apesar de o efeito Hall existir em qualquer material condutor,
o seu efeito é mais intenso em materiais semicondutores. No
entanto, os semicondutores apresentam variações entre
gêneros, necessitando de um circuito eletrônico auxiliar para
ajustar o sinal do efeito Hall para um valor calibrado do campo
magnético.
A grande vantagem do sensor Hall como elemento de medida
do campo magnético é a capacidade de medir campos
contínuos (CC) ou alternados num único dispositivo.
2.1.1 Efeito Hall – Teoria
O efeito de Hall caracteriza-se basicamente pelo aparecimento
de um campo elétrico transversal num condutor percorrido por
uma corrente elétrica, quando o mesmo se encontra submerso
num campo magnético. Observando a Figura 1, verifica-se que
um condutor, na forma de uma fita delgada é percorrido por
uma corrente elétrica constante; a distribuição da corrente
sobre a mesma é uniforme e não existe diferença de potencial
na saída.
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Figura 1: Condutor percorrido por corrente elétrica [3]
Na presença de um campo magnético perpendicular, o fluxo de
corrente é distorcido, como pode ser visto na Figura 2. A
distribuição resultante provoca o aparecimento de uma
diferença de potencial (DDP), entre os terminais de saída. Esta
DDP é chamada de Tensão de Hall (VH).
Figura 2: Distorção do fluxo de corrente devido à presença
de campo magnético [3]
A tensão de Hall é um sinal bastante frágil, da ordem de 20 a
30 mV, num campo magnético de 1 gauss. Um sinal desta
magnitude requer um amplificador com característica de alta
impedância de entrada, baixo ruído e um ganho considerável.
Na Figura 3 é mostrada uma curva que caracteriza
qualitativamente o comportamento do sensor de efeito Hall.
Para valores de campo magnético além do alcance
especificado, a resposta obtida deixará de ser linear,
comprometendo assim a exatidão da medida sem causar danos
ao transdutor.
Figura 3: Comportamento do sensor de efeito [3]
2.1.2 Efeito de Hall - Variações com temperatura
Hall realizou as suas experiências em temperatura ambiente
com campos magnéticos de aproximadamente 1 tesla (T). No
final dos anos 70, houve pesquisadores que usaram
temperaturas extremamente baixas, cerca de -272 °C e campos
magnéticos muito potentes, aproximadamente 30 T. Eles
estudaram o efeito Hall num tipo de semicondutor usado na
indústria eletrônica para a fabricação de transistores de pouco
ruído. O material contém elétrons que, embora estejam retidos
perto da superfície interna, separando duas partes distintas do
material, são altamente móveis ao longo da superfície.
Nesta camada, a baixas temperaturas, os elétrons podem ser
usados para se moverem como se estivessem numa superfície
plana, ou seja, apenas em duas dimensões. Esta limitação
geométrica leva a efeitos inesperados; um deles é que o efeito
Hall muda de caráter. Isto pode ser visto mais simplesmente
quando se mede como a resistência de Hall varia com o
comprimento do campo magnético aplicado.
2.1.3 Diversas aplicações de efeito de Hall
Existe uma série de aplicações desse efeito para funções de
sensoriamento, bem como outras formas de medição. Algumas
delas estão descritas abaixo [3].
Sensores de nível de líquidos;
Sensores de corrente elétrica;
Sensores de posição;
Sensores de tensão;
Aplicações de medição magnéticas;
Detector de metais ferro magnéticos;
Sensores de proximidade;
Sensores de temperaturas;
Detector de posição de válvulas de pressão de ar;
Potenciômetros;
Amperímetros.
2.2 Tipos de sensores
Esse subcapítulo expõe sensores que têm como função base a
utilização do efeito Hall. Bem como as suas aplicações.
2.2.1 Sensores de nível líquido
Os sensores de nível de líquidos são usados em diferentes
aplicações com diferentes requisitos [4].
Aplicações automotivas: carros, caminhões e motocicletas são
equipados com um sensor de combustível para medir a
quantidade de gasolina, álcool ou diesel que resta dentro do
tanque.
Aplicações industriais e de consumo: temos uma ampla
variedade de líquidos presentes na mais diferentes aplicações:
na indústria de saneamento para monitorar tanques de
tratamento, transporte e armazenamento de água, na indústria
petroquímica para monitorar petróleo e seus derivados líquidos,
na agricultura e setor de nutrição humana e animal para
monitorar dosagens e o nível de fertilizantes líquidos. Na
indústria de consumo e eletrodomésticos existem aplicações
onde é necessário controlar e mostrar informações de nível de
líquidos como, por exemplo: máquinas de café automáticas,
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dispenser de água, espremedores de frutas, evaporadores de
água, vaporizadores, frigideiras e congeladores, caldeiras,
sistemas de aquecimento, lavadoras de pratos, ferros de passar
a vapor, etc.
2.2.1.1 Sensores magnéticos de nível de combustível
Consideramos aqui duas possibilidades: sistemas de flutuação
vertical, bem como os sistemas de braço e alavanca. Por fim,
mostraremos soluções de chave única para indicação de tanque
cheio e tanque vazio [4].
É um sensor de nível de combustível sem contato com o
líquido baseado em um princípio magnético. Os circuitos
magnéticos mostrados na Figura 4 podem ser utilizados para
uma simples implementação prática.
Figura 4: Duas possibilidades de projetos de simples
circuitos magnéticos que direcionam as linhas dos campos
magnéticos [4]
No primeiro exemplo, o sensor Hall linear é posicionado no
centro de um ímã em um anel magnetizado diametralmente, em
volta do ímã temos outro anel feito de uma liga leve de ferro
que será usado para orientar o fluxo magnético. Esta
implementação tem a seguinte vantagem: o campo magnético
dentro do anel é bem homogêneo, assim, mesmo pequenos
problemas de variações mecânicas, não significam grandes
desvios no sinal de saída. Adicionalmente o sensor é protegido
pela liga leve de ferro, o que traz uma melhor segurança contra
distúrbios externos. Na Figura 5, podem-se observar exemplos
de sensores Hall lineares:
Figura 5: Três diferentes modelos de sensores Hall lineares
[4]
Outra alternativa, no segundo exemplo visto na Figura 5, é um
circuito magnético mais simples que usa apenas duas placas
magnéticas. Esta solução oferece um razoável grau de precisão
e que, ao mesmo tempo, reduz os custos dos materiais
utilizados. Este circuito é um pouco menos robusto contra
desalinhamentos mecânicos, mas é suficiente para diferentes
aplicações de medição de nível de combustíveis.
Outra possível implementação dos sensores de nível de
combustível seria o uso de uma bóia de movimento vertical.
Dependendo da necessidade, sinal contínuo ou discreto,
podemos utilizar neste projeto tanto sensores Hall linear ou
chaves interruptoras Hall. A Figura 6 exibe as duas
possibilidades de implementação usando uma fileira de
sensores Hall que se utiliza de dois pequenos ímãs, os quais
estão magnetizados em direções opostas [4].
Figura 6: Flutuador vertical baseado em sensores de efeito
Hall lineares e interruptores Hall [4]
Através da escolha certa da distância e do tamanho dos ímãs, o
componente horizontal do campo magnético acaba por ser
linear em uma considerável faixa de operação como podemos
ver na Figura 7.
Figura 7: Possíveis sinais de saída de uma fileira de
sensores Hall lineares [4]
As distâncias entre os sensores Hall lineares devem ser
escolhidas de tal forma que haja sempre um sensor em sua
faixa linear. Dependendo do sinal de saída dos sensores, é
possível então escolher qual saída deve ser utilizada. Agora, se
é necessário saber apenas um sinal discreto do nível do líquido,
então os sensores Hall Switches consistem numa opção mais
barata e mais simples. Como vimos na Figura 6, mostramos
esta implementação onde é usada uma fileira de sensores Hall
Switches. Diferentemente dos sensores lineares, a solução com
interruptores Hall necessita apenas de um ímã. Uma forma de
se obter uma boa resolução na medição e na distância coberta é
se certificar que durante as transições sempre haja dois
sensores ativos [4].
2.2.1.2 Chave de indicação de nível baixo
Em alguns casos é necessário emitir um sinal de alerta para
indicação de baixos níveis de líquidos. Para tanto, pode-se usar
![Page 4: Sensores de efeito Hall e suas aplicações](https://reader036.fdocumentos.tips/reader036/viewer/2022072107/55cf9856550346d03397100d/html5/thumbnails/4.jpg)
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o sinal gerado por um sensor do nível de combustível, ou
adicionar um interruptor indicador de baixo nível colocado na
parte inferior do tanque. A Figura 8 mostra uma possível
implementação que usa um ímã permanente em um flutuador e
um interruptor de efeito Hall. As aplicações deste interruptor
também incluem muitos eletrodomésticos, tais como máquinas
de lavar roupa, máquinas de café, ferros de passar a vapor ou
dispensers de água.
Figura 8: Exemplo de um interruptor Hall para um sensor
de indicação de nível baixo [4]
2.2.2 Sensores de corrente elétrica.
Os sensores de efeito Hall do tipo analógico produzem um
sinal contínuo proporcional ao campo magnético detectado.
Um sensor de efeito Hall analógico linear pode ser usado em
conjunto com um núcleo de ferrite com entreferro para a
medição de corrente, como ilustra a Figura 9. O campo
magnético através da abertura (entreferro) no núcleo de ferrite
é proporcional à corrente através do fio e, por conseguinte, a
tensão gerada pelo efeito Hall é proporcional á corrente. Os
alicates amperímetros que podem medir tanto corrente CA
quanto CC, com total isolamento galvânico, utilizam um sensor
de efeito Hall para detectar o campo magnético CC induzido na
pinça. O sinal do dispositivo de efeito Hall é então amplificado
e visualizado [5].
Figura 9: Sensor de efeito Hall usado para a medição de
corrente [5]
Os sensores de corrente que utilizam o efeito Hall podem
trabalhar com vários formatos de onda (faixa ampla de
freqüência). Na Figura 10, temos alguns exemplos de sensores
de corrente elétrica.
Figura 10: Sensores de corrente elétrica utilizando o efeito
Hall [6]
Os sensores de corrente por efeito Hall realimentado podem
medir correntes AC e DC numa faixa ampla de frequência.
Dessa forma, possuem a capacidade de reproduzir praticamente
qualquer formato de onda. Possuem uma saída em corrente
determinada através de uma relação entrada e saída. Em
modelos, por exemplo, que possuem uma relação 1:1000,
teremos na saída do sensor uma reprodução de sinal medido
numa proporção 1000 vezes menor.
Na escolha do modelo a ser utilizado, deve-se observar quais
são os valores de corrente de pico positivos (Ipp) e negativos
(Ipn) do formato de onda presente no sinal a ser medido, pois
os mesmos devem respeitar a faixa de medida do sensor que
será utilizado. Tais correntes são indicadas na Figura 11.
Figura 11: Exemplo se sinal de entrada e de saída num
sensor de corrente [6]
A corrente nominal tem um papel importante na indicação do
erro do sensor. Como os mesmos podem medir vários formatos
de onda, basear-se somente nesse parâmetro para dimensionar
o sensor pode incutir em erro, pois os valores Ipp e Ipn podem
extrapolar os valores da faixa medida. A conversão da saída em
corrente para uma em tensão é feita através de um resistor de
amostragem (Ra), conforme pode ser visto na Figura 12.
Figura 12: conversão da saída em corrente de um sensor de
efeito Hall [6]
Em medidas de corrente com baixa amplitude de sinal, pode-se
aumentar a resolução da medida, fazendo com que o condutor
da corrente seja passado mais de uma vez pela janela do sensor,
conforme apresentado na Figura 13.
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Figura 13: Aumentando o número de voltas do condutor
cuja corrente se deseja medir [6]
A corrente resultante lida pelo sensor será resultado do número
(n) de vezes que o condutor será passado pela janela do sensor
multiplicado pelo valor da corrente (i) que passa pelo próprio
condutor.
Algumas vantagens destes sensores:
Medição de corrente contínua: Substituição com
vantagem de custo-benefício os sensores
semicondutores de efeito Hall e seu complexo sistema
eletrônico de calibração e compensação de
temperatura.
Proteção de sistemas de energia em corrente contínua:
Substitui o shunt resistivo de potência eliminando
problemas de dissipação de calor.
Banco de baterias para alimentação de sistemas de
proteção de subestações: O não emprego de shunt
dispensa o uso de amplificadores de alto ganho,
susceptíveis a interferências eletromagnéticas
externas.
No-Break: Por não usar shunt existe uma perfeita
isolação galvânica entre circuito primário e
secundário.
Carregadores de baterias automotivas: Excelente
sensibilidade para uma vasta gama de correntes.
Medição e controle de processos em indústria
Maior robustez sendo indicado para ambientes
agressivos. Pode suportar atmosferas com poeira e
outros poluentes, calor, umidade, elevada interferência
eletromagnética e vibração sem alterar o seu
funcionamento normal nem sua precisão.
Controle de processo em galvanização: Menor custo.
2.2.3 Sensores de Velocidade
Os dispositivos de efeito Hall do tipo digital são utilizados em
sensores de proximidade operados magneticamente. Nas
aplicações industriais, eles podem servir para determinar a
velocidade ou o sentido de rotação do eixo ou das engrenagens
ao detectar flutuações no campo magnético [5]. Um exemplo
desta aplicação, que envolve o monitoramento de velocidade
de um motor, é ilustrado na Figura 14.
Figura 14: Monitoramento de velocidade usando um sensor
de efeito Hall [5]
O funcionamento do dispositivo é resumido a seguir [5]:
Quando o sensor estiver alinhado com o dente da
engrenagem de ferro, o campo magnético terá sua
intensidade máxima.
Quando o sensor estiver alinhado com a abertura entre
dentes, a intensidade do campo magnético é
enfraquecida;
Cada vez que o dente do alvo passa pelo sensor, a
chave Hall é ativada e um pulso digital é gerado;
Por meio da medição da frequência dos impulsos, a
velocidade do eixo pode ser determinada;
O sensor de efeito Hall é sensível à magnitude do
fluxo e não á sua taxa de mudança. Dessa forma, o
pulso digital de saída produzido é de amplitude
constante, independentemente das variações de
velocidade;
Essa característica da tecnologia do efeito Hall
permite que criemos sensores de velocidade que
podem detectar alvos móveis arbitrariamente em
velocidades baixas, ou ainda detectar a presença ou
ausência de alvos inertes.
2.2.4 Uso do efeito Hall para medição de mobilidade de elétrons
Para alguns materiais, ocasionalmente, deseja-se determinar o
tipo, a concentração e a mobilidade do seu portador de cargas
majoritário. Tais determinações não são possíveis a partir de
uma simples medição da condutividade elétrica; um
experimento para o efeito Hall também deve ser conduzido [7].
Considere a geometria de amostra na Figura 15, uma amostra
com a forma de um paralelepípedo para o qual um de seus
vértices está localizado na origem do sistema de coordenadas
cartesianas.
![Page 6: Sensores de efeito Hall e suas aplicações](https://reader036.fdocumentos.tips/reader036/viewer/2022072107/55cf9856550346d03397100d/html5/thumbnails/6.jpg)
6
Figura 15: Demonstração esquemática do efeito Hall [7]
Em resposta à aplicação de um campo elétrico externo, os
elétrons e/ou buracos se movem na direção do eixo x e dão
origem a uma corrente Ix. Quando um campo magnético é
imposto na direção positiva do eixo z (representado por Bz), a
força resultante que atua sobre os portadores de cargas irá fazer
com que eles sejam defletidos na direção do eixo y — os
buracos (portadores com cargas positivas) para a face direita da
amostra, e os elétrons (portadores com cargas negativas) para a
face esquerda, como está indicado na Figura 15. Dessa forma a
voltagem de Hall, VH, será estabelecida na direção do eixo y. A
magnitude de VH irá depender de Ix, de Bz e da espessura da
amostra, d, como representado na Equação (1) [7].
𝑉𝐻 =𝑅𝐻𝐼𝑥𝐵𝑧
𝑑 (1)
Nessa expressão, RH é conhecido por coeficiente de Hall, que é
um valor constante para um dado material. Para os metais,
onde a condução é feita através de elétrons, o valor de RH é
negativo e equivale a Equação (2):
𝑅𝐻 =
1
𝑛 𝑒
(2)
Onde n representa o número de elétrons livres ou de condução
e pode ser determinado, uma vez que RH pode ser medido
empregando-se a Equação (1), e a magnitude de e, a carga de
um elétron, é conhecida. Além disso, a mobilidade do elétron,
𝜇𝑒 é a demonstrada na Equação (3).
𝜇𝑒 =𝜎
𝑛|𝑒| (3)
Ou, ajustando as Equações (2) e (3), tem-se a Equação (4).
𝜇𝑒 = |𝑅𝐻|𝜎 (4)
Assim, a magnitude de 𝜇𝑒 pode ser determinada se a
condutividade elétrica σ também tiver sido medida. Podemos
observar também que a condutividade elétrica é proporcional
tanto ao número de elétrons como à mobilidade eletrônica [7].
2.2.5 Sensores de Posição
Existem uma série de meios de detecção de posição: indutivo,
capacitivo, mecânico, magneto-resistivo (o efeito Hall), e
óticos. No entanto, sempre permanecem os mesmos elementos
críticos que precisam ser abordados e que, inevitavelmente,
encontram dificuldades na medição do posicionamento
dependendo do design do sensor [2].
A flexibilidade da tecnologia do efeito Hall na detecção é mais
vantajosa. Alta confiabilidade, tamanho pequeno, o custo de
produção viável , a tensão de funcionamento larga, a variedade
de opções de saída, e facilidade de implementação permitem
que a tecnologia de efeito Hall na detecção sirva em quase
todos os mercados.
Sua saída pode ser digital ou analógica. A primeira opção é
ótima para a detecção de posições discretas, enquanto a última
dá ao utilizador um número infinito de posições relativamente
maiores de resolução.
Alguns exemplos de aplicações que requerem posição discreta
ou nível de detecção são: seletores de mudança, interruptores
automotivos fivela do cinto de segurança, assento
sensores de posição, flip telefones celulares, brushless dc motor
de reservatórios de fluido de comutação, limpa pára-brisas e
gás tanques, entre outros.
Em essência, esse sensor apenas se diferencia na alteração da
força do campo magnético para um pólo magnético, que pode
ser de polaridade norte ou sul. O padrão de detecção é simples.
À medida que o ímã se aproxima do aparelho, o campo
detectado pelo sensor aumenta, e a intensidade do campo
diminui à medida que o ímã é removido, como mostrado na
Figura 16.
Figura 16: Configuração do modo ligado e curva de
resposta [2]
3 CONCLUSÃO
Este trabalho apresentou as características e funcionamento do
efeito Hall como um todo. Além de especificar cinco tipos de
sensores os quais tem como base esse efeito.
Pôde-se perceber a importância desse efeito para diversas
aplicações, uma vez que esses sensores têm vantagens em
relação aos sensores comuns.
![Page 7: Sensores de efeito Hall e suas aplicações](https://reader036.fdocumentos.tips/reader036/viewer/2022072107/55cf9856550346d03397100d/html5/thumbnails/7.jpg)
7
AGRADECIMENTOS
Ao professor Marcelo Aroca Tomim pelo incentivo ao
desenvolvimento deste trabalho e pelas discussões e sugestões
no decorrer do mesmo, aos colegas de sala e à Universidade
Federal de Juiz de Fora pelo suporte.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
[1] http://www.newtoncbraga.com.br/index.php/como-
funciona/6640-como-funcionam-os-sensores-de-efeito-hall-
art1050, acessado em 2014.
[2] PEPKA, G.; “Position and level sensing using Hall-efect
sensing technology”, 2007.
[3]
http://www.alunos.ipb.pt/~ei8518/img/T_EFEITO_DE_HALL.
pdf, acesso em 24/01/2014.
[4] http://www.sabereletronica.com.br/artigos-2/2770-
sensoriamento-de-nvel-de-lquidos-usando-sensores-de-efeito-
hall
[5] PETRUZELLA, F. D.; “Motores Elétricos e
Acionamentos”. 1ª edição. São Paulo: Bookman, 2013.372 p.,
2013.
[6] http://www.ebah.com.br/content/ABAAABSYwAH/
sensoreamento-corrente
[7] CALLISTER, W. D. Ciência e Engenharia de Materiais:
Uma Introdução. 5ed. LTC, São Paulo, 2002.
BIOGRAFIA
Bruno Moreira Nogueira Vilela, graduando em Engenharia
Elétrica pela UFJF (Juiz de Fora, MG), participou em projeto
de pesquisa Otimização de Sistemas de Distribuição com
Inserção de Usinas Eólicas UFJF (Juiz de Fora, MG) em
2012/13. As suas áreas de interesse são simulação e
modelagem de Sistemas de Potência e Planejamento
Energético.
Guilherme de Oliveira Alves, graduando em Engenharia
Elétrica pela UFJF (Juiz de Fora, MG), participou de projeto de
pesquisa Métodos Numéricos Aplicados à Análise de Sistemas
de Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica pela UFJF
(Juiz de Fora, MG) em 2011/12. É bolsista pelo CNPQ no
projeto de pesquisa Métodos Numéricos Aplicados à Análise
de Sistemas de Distribuição de Energia Elétrica desde 2012. As
suas áreas de interesse são modelagem e simulação de Sistemas
de Potência e de Distribuição.
Maria Rita Dias Faria, graduanda em Engenharia Elétrica
pela UFJF (Juiz de Fora, MG), participou em projeto de
pesquisa Otimização de Sistemas de Distribuição com
Inserção de Usinas Eólicas UFJF (Juiz de Fora, MG) em
2012/13. Interesse em Sistemas Elétricos de Potência.