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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MATO GROSSO DEPARTAMENTO DE ELETRO - ELETRÔNICA SENSORES Elaboração: Professor: Mário Anderson de oliveira 1

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MATO GROSSO

DEPARTAMENTO DE ELETRO - ELETRÔNICA

SENSORES

Elaboração: Professor: Mário Anderson de oliveira

Cuiabá, 02 de fevereiro de 2009.

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Sumário1. Eletricidade e Eletrônica..........................................................................................................................6

1.1. Corrente elétrica..........................................................................................................................................6

1.2. Eletricidade estática....................................................................................................................................9

1.3. Força eletromotriz.....................................................................................................................................10

1.4. Resistência elétrica...................................................................................................................................10

1.5. O resistor...................................................................................................................................................11

1.6. Resistência, Tensão e Corrente.................................................................................................................13

1.7. Lei de Ohms..............................................................................................................................................15

1.8. Circuitos resistivos....................................................................................................................................15

1.9. Indutância magnética................................................................................................................................19

1.10. Reatância Indutiva....................................................................................................................................21

1.11. Capacitância..............................................................................................................................................21

1.12. Montando um capacitor............................................................................................................................22

1.13. Ligando o capacitor ao circuito................................................................................................................23

1.14. Semicondutores.........................................................................................................................................24

1.14.1. Semicondutores P e N...............................................................................................................................26

1.15. Diodo........................................................................................................................................................27

1.16. Fotodiodo..................................................................................................................................................29

1.17. LED...........................................................................................................................................................30

1.18. Transistor..................................................................................................................................................31

1.18.1. Polarização direta emissor-base................................................................................................................32

1.18.2. Polarização simultânea.............................................................................................................................33

1.18.3. Fototransistor............................................................................................................................................34

1.18.4. Aplicações dos fototransistor....................................................................................................................35

1.19. Introdução à eletrônica digital..................................................................................................................36

1.19.1. Representações Numéricas.......................................................................................................................37

1.19.2. Sistemas Digitais e Analógicos................................................................................................................37

1.19.3. Vantagens das Técnicas Digitais..............................................................................................................38

1.19.4. Limitações das Técnicas Digitais.............................................................................................................39

1.19.5. Conversores A/D e D/A............................................................................................................................41

2. Introdução à automação.........................................................................................................................42

2.1. Conceito....................................................................................................................................................42

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2.2. Desenvolvimento da automação...............................................................................................................42

2.3. Componentes da automação.....................................................................................................................46

2.4. Classificação.............................................................................................................................................46

2.5. Aplicações da automação.........................................................................................................................47

2.6. Outras aplicações......................................................................................................................................48

2.6.1. Categoria de descrição..............................................................................................................................48

2.7. O impacto da automação na sociedade.....................................................................................................49

2.8. Noções de controle de processos..............................................................................................................50

2.8.1. Conceitos básicos......................................................................................................................................50

2.8.2. Malha fechada x malha aberta..................................................................................................................52

2.8.3. Ações básicas de controle.........................................................................................................................53

3. Instrumentação Industrial.....................................................................................................................55

3.1. Conceitos..................................................................................................................................................56

3.2. Tipos de sinais em instrumentação...........................................................................................................58

3.3. Características Estáticas dos Instrumentos...............................................................................................58

4. Sensores de Pressão................................................................................................................................61

4.1. Pressão......................................................................................................................................................61

4.1.1. Classificação de Pressão...........................................................................................................................61

4.2. Princípio de medição da pressão...............................................................................................................62

4.2.1. Manômetros em tubo U............................................................................................................................62

4.2.2. Manômetro de Bourdon............................................................................................................................63

4.3. Tipos de Transdutores de Pressão – Princípios e Constituição................................................................65

4.3.1. Manômetro de Diafragma.........................................................................................................................65

4.3.1.1. Distribuição das tensões mecânicas..........................................................................................................66

4.3.2. Medição com balança de forças................................................................................................................67

4.3.3. Medição com extensômetro......................................................................................................................67

4.3.3.1. O diafragma como selante........................................................................................................................68

4.3.4. Transdutor de pressão indutivo.................................................................................................................69

4.3.5. Transdutor de pressão capacitivo..............................................................................................................70

4.3.6. Transdutor de pressão piezoresistivo........................................................................................................72

4.3.6.1. Quatro piezoresistores ligados em ponte..................................................................................................73

4.3.7. Transdutor de pressão Piezoelétrico.........................................................................................................74

4.4. Aplicações.................................................................................................................................................77

4.4.1. Na automação industrial...........................................................................................................................77

4.4.2. Na área automotiva...................................................................................................................................77

4.4.3. Aplicação do sensor de pressão na medição do nível de líquidos............................................................78

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4.4.4. Sensor de Umidade Relativa do ar............................................................................................................79

5. Sensores de Umidade..............................................................................................................................80

5.1. Medição de umidade.................................................................................................................................81

6. Sensores de Temperatura.......................................................................................................................83

6.1. O RTD......................................................................................................................................................84

6.2. Termopar...................................................................................................................................................85

6.3. Termistor...................................................................................................................................................86

6.4. Sensores integrados..................................................................................................................................88

7. Sensores de Proximidade Capacitivos..................................................................................................90

7.1. Vantagens dos sensores capacitivos de proximidade...............................................................................90

7.2. Princípio de funcionamento......................................................................................................................90

7.3. Sensores embutíveis..................................................................................................................................91

7.4. Sensores não embutíveis...........................................................................................................................92

7.5. Sensibilidade.............................................................................................................................................93

7.6. Precauções de montagem..........................................................................................................................95

7.7. Exemplo de aplicação...............................................................................................................................95

8. Sensores de proximidade indutivos.......................................................................................................97

8.1. Vantagens da detecção indutiva:..............................................................................................................97

8.2. Princípio de funcionamento:.....................................................................................................................97

8.3. Tipos de saída...........................................................................................................................................99

8.4. Aplicação................................................................................................................................................100

8.5. Precauções na montagem........................................................................................................................100

9. Sensores Ópticos...................................................................................................................................101

9.1. Vantagens dos sensores ópticos:.............................................................................................................101

9.2. Sensores passivos....................................................................................................................................101

9.3. Sensores ativos........................................................................................................................................102

9.3.1. Sensores de barreira................................................................................................................................102

9.3.2. Sensores de reflexão...............................................................................................................................102

9.3.3. Sensores de retrorreflexão......................................................................................................................103

9.4. Aplicações...............................................................................................................................................104

10. Sensores Ultra-sônicos..........................................................................................................................105

11. Sensores de vazão..................................................................................................................................107

11.1. Medidores de vazão por pressão diferencial...........................................................................................109

11.1.1. Placas de Orifício....................................................................................................................................110

11.1.2. Tubo Venturi...........................................................................................................................................111

11.1.3. Tubo Pitot...............................................................................................................................................111

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11.1.4. Medidor de Área Variável......................................................................................................................113

11.1.5. Medidores tipo turbina............................................................................................................................114

11.1.6. Magnéticos..............................................................................................................................................115

11.1.7. Ultra-sônicos...........................................................................................................................................115

11.1.8. Medidores tipo vórtices..........................................................................................................................116

11.1.9. Medidores tipo CORIOLIS.....................................................................................................................117

12. Sensores de Nível...................................................................................................................................119

12.1. Métodos de Medição de Nível de Líquido.............................................................................................119

12.1.1. Medição Direta.......................................................................................................................................119

12.1.1.1.Régua ou Gabarito..................................................................................................................................119

12.1.1.2.Visores de Nível.....................................................................................................................................120

12.1.1.3.Bóia ou Flutuador...................................................................................................................................121

12.1.2. Medição de Nível Indireta......................................................................................................................121

12.1.2.1.Medição de Nível por Pressão Hidrostática (pressão diferencial)..........................................................121

12.1.2.2.Medição por Pressão Diferencial em Tanques Pressurizados................................................................122

12.1.2.3.Supressão de Zero...................................................................................................................................122

12.1.2.4.Elevação de Zero....................................................................................................................................123

12.1.2.5.Medição de Nível com Borbulhador.......................................................................................................124

12.1.2.6.Medição de Nível por Empuxo...............................................................................................................125

12.1.2.7.Medição de Nível por Radiação.............................................................................................................126

12.1.2.8.Medição de Nível por Capacitância........................................................................................................127

12.1.2.9.Medição de Nível por Ultra Som............................................................................................................128

12.1.2.10. Medição de Nível por Radar.........................................................................................................130

12.1.3. Medição de Nível Descontínua...............................................................................................................130

12.1.3.1.Medição de nível descontínua por condutividade..................................................................................130

12.1.3.2.Medição de Nível descontínua por bóia.................................................................................................131

12.1.3.3.Medição de Nível de Sólidos..................................................................................................................132

13. Encoder..................................................................................................................................................133

13.1. Princípio de funcionamento....................................................................................................................133

13.2. Tipos de encoders...................................................................................................................................134

13.2.1. Encoders Incremental.............................................................................................................................134

13.2.2. Encoders Absoluto..................................................................................................................................136

13.3. Aplicações...............................................................................................................................................142

14. Anexos....................................................................................................................................................143

14.1. Simbologia/ ligações...............................................................................................................................143

14.2. Folhas de dados.......................................................................................................................................146

14.2.1. Sensores Capacitivos..............................................................................................................................146

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14.2.2. Sensores Indutivos..................................................................................................................................148

14.2.3. Sensores Ultra-Sônicos...........................................................................................................................149

14.2.4. Sensores de Nível Ultra-Sônicos............................................................................................................150

14.2.5. Sensores de temperatura e umidade........................................................................................................151

15. Bibliografia............................................................................................................................................152

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1. Eletricidade e Eletrônica

Atualmente é muito difícil falar sobre tecnologia sem considerar a importância da

corrente elétrica e seu funcionamento. Todo processo que envolve a tecnologia das ciências

eletrônicas se baseia em suas principais ocorrências.

Exemplos de geradores de corrente elétrica são: as baterias, pilhas e usinas de

energia em geral. A outra ocorrência é denominada de receptor elétrico.

O receptor elétrico é na verdade o aparelho que recebe a eletricidade e converte

esta em alguma outra atividade. Quando ligamos o computador ele recebe a energia elétrica

através da tomada e transforma esta energia em atividades virtuais como jogos, planilhas de

cálculos e assim por diante.

De nada adiantaria conhecermos a eletricidade sem conseguir transformar ela em

algo útil, onde equipamento que usa energia elétrica para exercer uma determinada função é

um receptor elétrico.

1.1. Corrente elétrica

A corrente elétrica pode ser explicada através da teoria eletrônica, esta explica que

tudo que existe na natureza é composto de átomo. O átomo é composto por prótons, nêutrons

e elétrons. Os prótons e os nêutrons ficam agrupados no núcleo, e girando em sua volta ficam

os elétrons. Quanto mais próximo do núcleo estiver o elétron maior será à força de atração

sobre ele. Assim sendo, uma das forças que mantêm o átomo unido é a atração que existe

entre o próton do núcleo e os elétrons que o circulam.

Chamamos de elétrons livres aqueles que ficam na camada mais externa da órbita,

pois são eles que se separam mais facilmente do átomo. Os elétrons possuem carga negativa e

os prótons carga positiva, vide Figura abaixo.

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O átomo que possui o mesmo número de prótons e de elétrons, é considerado

neutro. O átomo que possui maior números de prótons que elétrons e considerado positivo. O

átomo que possui maior números de elétrons que de prótons é considerado negativo.

- Íon Negativo é o nome que se emprega para o átomo que ganhou elétrons.

- Íon Positivo é o nome que se emprega para o átomo que perdeu elétrons.

- Ionização é o processo pelo qual o átomo ganha ou perde elétrons.

- Prótons = elétrons (carga neutra)

- Prótons > elétrons (carga positiva)

- Prótons< elétrons (carga negativa)

A palavra eletrônica e eletricidade são derivadas da palavra elétron. Observe que

toda a matéria é composta de moléculas que são compostas de átomos que possuem em sua

órbita elétrons, estes podem ser livres ou fixos.

CONDUTORES: São as matérias com grande quantidade de elétrons livres.

ISOLANTES: São as matérias que possuem pouca quantidade de elétrons livres.

O cobre é um metal muito usado na confecção de condutores de eletricidade (fios

elétricos) é barato, de fácil aquisição e possui muitos elétrons livres. A borracha também é

muito usada como isolador de corrente elétrica por possuir poucos elétrons livres.

Os elétrons não são criados nem podem ser destruídos, estes apenas existem no

universo. É o movimento do elétron que gera a eletricidade.

Quando esfregamos dois materiais diferentes como lã e vidro o atrito faz com que

os elétrons livres passem de um material para outro, ao separar os objetos teremos um com

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maior quantidade de elétrons e outro com maior quantidade de prótons. A carga que cada

objeto ganhou é o que chamamos de eletricidade estática.

O corpo humano também produz carga estática que é o acúmulo de elétrons. Se

tocarmos em algum material que esteja carregado por prótons, os elétrons que se encontram

no corpo passarão para o material tocado. No momento que isso ocorre, existe a liberação de

energia elétrica que dependendo da sensibilidade do material, pode causar danos ao mesmo

como no caso de alguns componentes eletrônicos.

É por esse motivo que sempre que um técnico toca em algum hardware como a

memória, processador e demais peças é aconselhável usar pulseira antiestática ou tocar em

alguma base metálica para equilibrar (descarregar) os elétrons evitando um choque prejudicial

ao hardware.

Observe que estamos trocando elétrons com outros materiais diariamente, não

sentimos porque a carga é muito baixa e não nos afeta, mas em alguns componentes

eletrônicos basta milésimos de tensão para danificar os mesmos. Sempre que ligamos um

aparelho eletrônico ocorre a movimentação de elétrons e o resultado deste movimento é

chamado de corrente elétrica.

Existem dois tipos de corrente elétrica, uma chamada CA (corrente alternada) e a

outra denominada de CC (corrente continua).

No curso de eletrônica se trabalha largamente com a CC corrente continua que é

encontrada nas pilhas e nos conversores chamados de fontes.

CA é encontrada nas tomadas de residências normalmente em dois valores 110 e

220 volts e estudada principalmente nos cursos de eletricidade.

Para que ocorra o fenômeno da energia elétrica é necessário que existam dois

materiais condutores diferentes: um com maior carga de elétrons e outro, com maior carga de

prótons. Quando temos essa ocorrência chamamos de diferença de potencial.

O fenômeno da energia elétrica ocorre quando os elétrons se movimentam de um

lugar para outro, através de um material condutor, em um ambiente que possua diferença de

potencial.

Quando ligamos um receptor elétrico na tomada como um computador, ele recebe

energia elétrica alternada (corrente alternada) que é gerada em uma usina elétrica a kilômetros

de distância de sua residência e repassada para um conversor elétrico (fonte do micro) que

transforma esta energia alternada em corrente continua. A corrente continua passa pelos

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componentes elétrico do receptor e transforma a energia elétrica em atividades no

computador.

1.2. Eletricidade estática

Sabemos que toda a matéria é constituída de átomos e que os átomos são os

geradores de eletricidade. Quando esfregamos dois materiais diferentes como lã e vidro o

atrito faz com que os elétrons livres passem de um material para outro. Ao separar os objetos

teremos um com maior quantidade de elétrons enquanto o outro terá maior quantidade de

prótons. A carga que cada objeto ganhou é o que chamamos de eletricidade estática.

O corpo humano também produz estática que é o acúmulo de elétrons. Se

tocarmos em algum material que esteja carregado por prótons, os elétrons que se encontram

no corpo passarão para o material tocado. No momento que isso ocorre, existe a liberação de

energia elétrica que dependendo da sensibilidade do material, pode causar danos ao mesmo

como no caso de alguns componentes eletrônicos.

É por esse motivo que sempre que um técnico toca em algum hardware como a

memória, processador e demais peças é aconselhável usar pulseira antiestática ou tocar em

alguma base metálica para equilibrar (descarregar) os elétrons evitando um choque prejudicial

ao hardware.

Observe que estamos trocando elétrons com outros materiais diariamente, não

sentimos porque a carga é muito baixa e não nos afeta, mas em alguns componentes

eletrônicos basta milésimos de tensão para danificar os mesmos.

A eletricidade estática também ocorre em tensão elevada como no caso dos raios,

estes são de grande potência na faixa de milhares de volts. Os raios surgem através do atrito

do ar com as nuvens quando ocorre a troca acentuada de elétrons. Em determinado momento

desta troca, as nuvens adquirem uma grande diferença de potencial em relação a Terra, e uma

descarga elétrica surge. A maneira mais comum de gerar eletricidade estática é através do

atrito. A eletricidade estática não possui uso prático, é um fenômeno natural, sem controle.

Para nos beneficiarmos da eletricidade é importante controlar o fenômeno da

eletricidade, usamos os receptores elétricos para esta finalidade.

Um receptor elétrico é composto basicamente de dois elementos, os condutores de

eletricidade e os componentes elétricos. Os condutores são os caminhos por onde a corrente

elétrica flui e chega até os componentes elétricos como o transistor, resistores e vários outros.

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Normalmente as trilhas que ligam os componentes eletrônicos são feitas de uma

fina camada de cobre, esse é um bom condutor elétrico além de possuir um custo menos

elevado.

1.3. Força eletromotriz

Sempre que algo se movimenta é preciso aplicar alguma forma de energia, quando

caminhamos aplicamos força nos músculos para movimentar as pernas, quando um carro se

move é aplicado força nas rodas para que elas girem e ao atirar uma pedra para o alto

aplicamos uma força de subida e a gravidade gera uma pressão de descida.

Observe que sempre existe uma forma de pressão (força) empregada para que

ocorra qualquer tipo de movimento.

Já estudamos que a corrente elétrica ocorre quando os elétrons livres se

movimentam.

Para que um elétron se movimente e percorra um condutor é preciso empregar

uma força ou pressão, esta força que provoca o movimento dos elétrons é denominada de

força eletromotriz, também chamada de diferença de potencial, tensão. A tensão, diferença de

potencial ou força eletromotriz é medida em Volts.

O volts é uma unidade de medida empregada para quantificar a força usada no

movimento dos elétrons ao percorrer um condutor.

A bateria do carro possui 12 volts, isso significa que a pressão (força) que

impulsiona os elétrons pelos fios (condutores) é de 12 volts.

O símbolo usado para representar a força eletromotriz é a letra “E”.

1.4. Resistência elétrica

A resistência elétrica e uma das grandezas que esta sempre presente na

eletricidade.

Conforme a quantidade de elétrons livre de um material ele será bom ou mal

condutor. Quanto mais elétrons livres um material possui, menor será a sua oposição a

passagem da corrente elétrica, dizemos que sua resistência é baixa. Se um material possui

poucos elétrons livres, dizemos que sua resistência é alta.

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A resistência de um material e medida em OHMS que é representado pela letra

grega “Ω”. O Ohm é a unidade de medida da resistência e a resistência elétrica é representada

pela letra “R”.

A resistência de um condutor depende de quatro fatores, são eles:

Comprimento do condutorQuanto maior for o comprimento do condutor maior será a sua resistência.

Área da seção retaQuando maior for a seção reta (grossura) de um condutor menor será a resistência.

Em outras palavras, quanto mais grosso o fio menos resistente ele será.

Natureza do material condutorCada material possui propriedades distintas e oferece maior ou menor resistência

a passagem da corrente elétrica, o ouro é um condutor melhor que o cobre.

Temperatura do condutorNa maioria dos materiais quanto mais alta a temperatura maior é a resistência que

ele apresenta.

1.5. O resistor

O resistor é um componente eletrônico usado para oferecer resistência a passagem

dos elétrons em um circuito. Os resistores mais comuns são os resistores de carbono também

chamados de resistores de carvão.

Existem basicamente dois tipos de resistores, os fixos cuja resistência oferecida

não se altera e os variáveis onde é possível modificar a resistência oferecida dentro de uma

escala pré-estipulada.

Vamos iniciar nosso estudo com os resistores fixos. Observe a figura abaixo:

O resistor acima é identificado por quatro faixas coloridas, no seu corpo.

Precisamos saber identificar o significado destas cores para podermos saber qual a resistência

oferecida pelo componente à passagem dos elétrons.

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As duas primeiras cores formam um numero a terceira cor é o agente

multiplicador e a quarta cor é a tolerância do resistor. Tolerância é na verdade uma margem

de erro, neste caso se o resistor possui tolerância de 5% e sua resistência é de 10 ohms ele

pode variar entre 9,5 e 10,5 ohms de resistência à passagem dos elétrons.

Vamos imaginar que estamos montando um circuito e precisamos de um resistor

que ofereça resistência à passagem dos elétrons de 4.500 ohms. Como identificar este

componente?

Já sabemos que o primeiro e segundo anéis são para a formação dos números,

então devemos procurar as cores no primeiro anel que represente o número quatro e no

segundo anel à cor que represente o número cinco. Observe que só os dois primeiros anéis se

relacionam com os números.

Ao olhar à Tabela abaixo vamos encontrar a cor AMARELA para o número

QUATRO e a cor VERDE para o numero CINCO formando assim o número 45. Precisamos

agora encontrar o multiplicador que em nosso exemplo é 100. 45x100 = 4.500 e na Tabela

notaremos que a cor referente ao multiplicado 100 é o VERMELHO. Como nosso circuito

não exige precisão podemos usar tolerância de 10% e a cor referente é o PRATEADO.

O resistor que precisamos usa as seguintes cores: AMARELO, VERDE,

VERMELHO e PRATA.

Equipamentos de medição em alguns casos possui a necessidade do uso de

resistores precisos, e para estes casos são usados resistores de filme ou resistores de precisão,

Para identificar a resistência destes componentes é usada uma identificação semelhante aos

resistores normais a única diferença está no número de anéis. Os resistores de precisão

possuem de cinco a seis anéis para sua identificação, mas o procedimento de identificação é o

mesmo acrescentando apenas um terceiro anel para a formação do número.

Lembre-se:

Resistores normais: dois anéis formam os números em um total de quatro.

Resistores de precisão: três anéis formam os números em um total de cinco ou seis.

A Tabela abaixo serve tanto para os resistores normais como os de precisão, onde

na parte superior da tabela vemos o esquema de funcionamento para os resistores normais e

na parte inferior para os de precisão.

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Page 14: Sensor Es

No início deste texto comentamos que existem dois tipos de resistores, fixos e

variáveis. Até o momento estudamos os resistores fixos e nos parágrafos abaixo serão

apresentados os variáveis.

Resistores variáveis possuem seus funcionamentos baseados em um contato

móvel que se desloca por uma base de carbono aumentando ou diminuindo a resistência

conforme a posição do contato, alavanca ou haste.

Um bom exemplo são os botões usados nas caixas de som para baixar o volume,

estes são resistores que variando a resistência à passagem dos elétrons modificam a potência

enviada ao alto-falante, aumentando ou diminuindo a intensidade do som (volume).

1.6. Resistência, Tensão e Corrente

Para montarmos qualquer circuito independente de sua complexidade teremos de

lidar com três fenômenos, são eles:

1- Resistência elétrica.(R)

2- Tensão do gerador ou Tensão elétrica.(E)

3- Corrente elétrica.(I)

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Resistência elétrica é a dificuldade que o meio condutor oferece a passagem do

elétron e sua unidade de medida é o ohm representado pela letra grega Ω. Em todos os

tratados de eletrônica a resistência elétrica é representada pela letra R.

Tensão elétrica é a força que impulsiona os elétrons por um condutor e sua

unidade de medida é o Volt representado pela letra V. Em todos os tratados de eletrônica a

tensão elétrica é representada pela letra E ou U. Também pode ser chamada de diferença de

potencial (ddp) ou Força Eletromotriz.

Corrente elétrica é o fluxo de elétrons em um circuito elétrico e sua unidade de

mediada é o Ampere representado pela letra A. Em todos os tratados de eletrônica a corrente

elétrica é representada pela letra I.

Vamos imaginar o circuito de uma lanterna, este possui um gerador de energia

(pilha) o meio condutor (fios) e o componente elétrico (lâmpada). Neste circuito o gerador

empurra os elétrons com uma força (tensão) de 1,5 volts e passam pelo condutor o fluxo de

elétrons de 0,5 Amperes enfrentando uma resistência elétrica de 3 ohms.

Sempre que montamos um circuito estas três situações ocorrem, naturalmente que

os valores mudam conforme o circuito, mas SEMPRE estarão presentes estas três medidas

elétricas.

Grave a frase: O REI sempre está no circuito.

R= Resistência

E= Tensão

I= Corrente

Outra questão muito importante que deve ser bem compreendida é o

funcionamento da Resistência de um condutor. Podemos afirmar que a resistência de qualquer

condutor é dada por:

R = ζ . L/A

1- Seu comprimento (L): Quanto maior for o comprimento de um condutor, maior

será a sua resistência. Afirmamos então que a resistência é diretamente proporcional ao

comprimento do condutor.

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2- Sua Largura (A): Quanto maior for a largura do condutor menor será a sua

resistência. Afirmamos que a resistência do condutor é inversamente proporcional a sua

largura ou em outras palavras quanto mais grosso for o condutor menor é a sua resistência.

3- Natureza do material: Conforme a estrutura do material ele terá maior ou

menor resistência à passagem dos elétrons, esta característica é chamada de resistividade. O

ouro é melhor condutor de eletricidade que o cobre e a prata estes por sua vez são melhores

condutores que o alumínio. Se pegarmos dois fios do mesmo tamanho sendo um de ouro e

outro de cobre e compararmos os dois, iremos observar que o fio de ouro possui menor

resistência à passagem do elétron em relação ao fio de cobre.

4- Temperatura do material: Na maioria dos materiais quanto mais alta a

temperatura, maior a resistência que ele apresenta.

Lembre-se:

1- Resistência é medida em Ohms.

2- Tensão é medida em Volts.

3- Corrente é medida em Ampere.

Resistividade (ζ) é a característica que toda a matéria possui e está relacionado à

capacidade de oferecer resistência na passagem dos elétrons.

1.7. Lei de Ohms

A lei de ohms é basicamente uma fórmula para se calcular o funcionamento de um

determinado circuito, é de grande importância o domínio desta regra para o entendimento da

eletrônica.

E= R.I

onde: E é a tensão elétrica, R resistência elétrica e I a corrente elétrica.

1.8. Circuitos resistivos

Podemos chamar de circuito a trajetória que a corrente elétrica percorre.

Normalmente um circuito é composto por componentes eletrônicos interligados de forma a

determinar o caminho da corrente elétrica para obter um resultado específico.

Para representar um circuito usamos desenhos, chamados de esquemas elétricos.

Os desenhos são fundamentais para a compreensão da eletrônica e dos circuitos.

16

Page 17: Sensor Es

Um termo muito empregado para indicar que o circuito está ligado é a expressão

circuito fechado. Sempre que um circuito é fechado significa que o interruptor está permitindo

a passagem de corrente.

Quando o circuito está aberto significa que o interruptor não está ligado, e impede

a passagem de corrente, conforme Figura abaixo:

Na maioria dos circuitos práticos existem 5 elementos básicos que constituem um

circuito funcional, são estes elementos:

1 Uma fonte de força. Energia da tomada ou bateria.

2 Componentes eletrônicos. Resistor, transistores, etc...

3 Meio Condutor. Fio ou trilhas que interligam os componentes.

4 Componente de controle. Chave interruptora para abrir e fechar o circuito. (desligar e Ligar)

5 Componente de segurança. Fusível

Existem três tipos de circuitos eletrônicos, são eles:

Circuito série:

No circuito em série a corrente elétrica possui apenas um único caminho de

passagem. Este é o circuito mais elementar da eletrônica, todo o circuito por mais complexo

que seja inicia com os componentes em série.

17

Page 18: Sensor Es

Uma das principais características do circuito em série é o fato da corrente elétrica

ser a mesma em todos os pontos do circuito. Então, se aplicarmos um amperímetro em

qualquer ponto do circuito verificaremos que a corrente será sempre a mesma.

Já a resistência total de um circuito em série é calculada através da soma de todos

os resistores do circuito ou da resistência oferecida pelos componentes.

Veja exemplo abaixo:

Circuito Paralelo

Ao contrário do circuito em série, no circuito paralelo existe dois ou mais

caminhos diferentes para a passagem da corrente elétrica.

A principal característica deste circuito está no fato da tensão ser a mesma em

todos os componentes, enquanto a corrente é distribuída entre os vários componentes.

No circuito paralelo a corrente divide-se entre os vários caminhos do circuito, de

maneira que o valor da corrente depende diretamente do valor da resistência de cada ramal.

Nos ramais de alta resistência a drenagem de corrente é menor se comparados

com os ramais de baixa resistência. Vide circuito abaixo:

18

Page 19: Sensor Es

Para sabermos a corrente aplicada em cada um dos ramais devemos seguir a

formula I=E/R. Aplicando a fórmula teremos:

12 volts / 24 ohms = 0,5 Amperes

12 volts / 12 ohms = 1 Ampere

12 volts / 6 ohms = 2 Amperes

Na associação em paralelo a tensão é sempre a mesma e a corrente total é obtida

com a soma dos ramais, neste caso 0,5 + 1 + 3 A = 3,5 A. O total da corrente neste circuito

paralelo é de 3,5 A.

Circuito série-paralelo ou Misto:

O circuito misto é composto pelos circuitos série e os circuitos paralelos, neste

caso para calcular a resistência deste tipo de circuito transformamos o circuito em paralelo em

um único resistor.

No circuito abaixo, colocar o circuito paralelo em evidência e transforma o

mesmo em um único resistor.

19

Page 20: Sensor Es

Sabemos agora que os resistores no circuito em paralelo equivalem a um resistor

de 2 ohms.

Podemos agora calcular a corrente deste circuito pois temos 3, 2 e 5 ohms em

série. Para calcular a resistência total em um circuito em série somamos todos os resistores e

neste caso teremos 3+2+5 = 10 ohms.

Sabendo a tensão é de 20 V e a resistência de 10 ohms, podemos calcular a

corrente I = E/R 20 Volts / 10 Ohms = 2 A.

1.9. Indutância magnética

A indutância esta presente em qualquer circuito, seu efeito é sentido toda vez que

a corrente varia. Mas o que é indutância?

A indução magnética é um fenômeno bastante interessante, basicamente o campo

eletromagnético quando está se expandindo e apenas neste breve momento gera uma oposição

à tensão elétrica. Para entendermos melhor vamos pensar em um eletro-imã. Podemos montar

um eletro-imã com uma pilha, um interruptor e uma bobina.

Ao ligarmos o interruptor a corrente passa pela bobina gerando o campo eletro-

magnético, é neste momento que ocorre a indutância.

20

Page 21: Sensor Es

Logo que a corrente inicia sua passagem pela bobina, o campo eletro-magnético

inicia em zero e sobe gradualmente para sua potência total, isso ocorre em milésimos de

segundo. Neste espaço de tempo em que o campo magnético esta se expandindo de zero a sua

totalidade ocorre uma oposição à tensão que gera o próprio campo magnético. Assim que o

campo magnético atinge a potência total a indutância desaparece.

Se ficarmos ligando e desligando o interruptor a indutância estará sempre

presente, já que estaremos variando a tensão do circuito.

Então podemos afirmar que a indutância sempre se opõe a variação da corrente no

circuito. Sabemos que a corrente continua é sempre constante, não sofre variação em sua

freqüência. Já a corrente alternada é gerada pela oscilação da tensão e neste caso a indutância

ocorre permanentemente.

Para manipularmos o fenômeno da indutância usamos componentes eletrônicos

chamados de indutores, estes nada mais são que simples bobinas. Os símbolos do indutor são

mostrados na Figura abaixo.

A indutância é simbolizada pela letra “L” e sua unidade de medida é em

HENRYS (H).

Para se medir a indutância de uma bobina é preciso equipamentos de laboratório e

o estudo deste fenômeno é bastante complexo, na eletrônica de nível técnico o conhecimento

sobre indutores tem o propósito de manutenção. Por este motivo vamos abordar apenas o

essencial a esta tarefa.

Qualquer fator que modifica um campo magnético, também vai alterar a

indutância de um circuito.

21

Page 22: Sensor Es

1.10. Reatância Indutiva

É chamada de reatância indutiva a oposição que apresenta uma bobina à passagem

da corrente alternada, sendo representada pelas letras “XL”.

Observe que a reatância indutiva só esta presente na corrente alternada, esta

trabalha com oscilações de tensão. Na corrente contínua a freqüência é sempre a mesma

conseqüentemente a reatância é sempre zero.

A reatância indutiva pode ser calculada em Ohms pela fórmula abaixo:

XL = 2.3,14. f . L

XL = 2.3,14.f.L

XL = 6,28 . f . L

Onde:

F = freqüência da corrente alternada em Hertz

L = Indutância da bobina em Henry

XL = Reatância indutiva em Ohms

Lembre-se:

A reatância indutiva aumenta com o crescimento da indutância da bobina e com a

freqüência da corrente alternada.

1.11. Capacitância

Já estudado que a indutância é a propriedade de um circuito em se opor à variação

de corrente e reatância indutiva é a oposição ao fluxo de corrente alternada.

Capacitância é um fenômeno definido como a capacidade que um circuito elétrico

apresenta em se opor à variação de tensão.

Não esqueça:

Indutância e reatância indutiva são fenômenos relacionados com corrente elétrica.

Capacitância é relacionada com o fenômeno da tensão elétrica. Tensão e corrente

são fenômenos diferentes.

22

Page 23: Sensor Es

1.12. Montando um capacitor

Para montar um capacitor basta pegar duas placas de cobre e insira no meio de

cada uma das placas um fio condutor, agora aproxime as duas placas, mas não encoste uma na

outra. Se você seguiu a orientação corretamente terá algo semelhante a imagem abaixo.

As placas de cobre são chamadas de armadura e o conjunto todo (placa +

condutor) é denominado de capacitor. O símbolo do capacitor é mostrado na Figura abaixo.

O capacitor é um dispositivo capaz de armazenar carga elétrica e possui a

propriedade da capacitância. Em um determinado momento o capacitor devolve ao circuito a

carga acumulada.

Como podemos observar até o momento um capacitor é constituído de placas de

material condutor separadas por material isolante denominado de dielétrico, este material

isolante em nossa experiência foi o ar, mas poderia ser um produto químico ou qualquer tipo

de isolante com certas características.

A capacitância é dada por:

C = ε . A/ d,

Onde:

C é a Capacitância medida em Farad F

ε é a constante de proporcionalidade em F/m

A é a área das armaduras em m²

d é a distância entre as placas em m

23

Page 24: Sensor Es

1.13. Ligando o capacitor ao circuito

Para montar um circuito básico com objetivo de observar o comportamento do

capacitor iremos usar uma chave interruptora, um medidor de corrente, nosso capacitor

montado na experiência anterior e uma bateria. Veja a imagem do circuito na Figura abaixo.

Quando acionamos a chave interruptora e ligamos o circuito é possível observar

que o medidor de corrente dá um salto e depois vai caindo a corrente até zerar o medidor. Isso

ocorre devido ao movimento dos elétrons em direção as placas do capacitor. Inicialmente o

capacitor possui as placas em estado neutro mas quando ligamos o circuito os elétrons vão se

acumular nas placas e durante este processo de passagem da bateria até as placas, ocorre o

salto no medidor. Depois do salto, as placas ficam com a mesma quantidade de elétrons que a

bateria e não ocorre mais a diferença de potencial.

Neste momento dizemos que o capacitor está carregado. Se tirarmos a bateria do

circuito e formos medir o capacitor ele estará com carga, semelhante a uma pilha. Observe

que estando as placas carregadas com elétrons de diferentes polaridades (uma placa com

elétrons positivos e outra com negativos) existe a diferença de potencial e conseqüentemente

corrente elétrica.

A unidade de medida do capacitor é o FARAD (F), este é definido com sendo a

capacidade de um capacitor quando aplicada entre suas placas a diferença de potencial de um

VOLT (V) armazena uma carga de um COULOMB (C).

Em eletrônica o uso do FARAD ocorre através de seus sub-multiplos, são eles:

microfarad, micromicrofarad, picofarad e nanofarad.

24

Page 25: Sensor Es

1.14. Semicondutores

Silício e Germânio são materiais semicondutores. Semicondutor significa quase

um condutor. Os semicondutores são materiais em um estado intermediário entre os

condutores de energia elétrica, como o cobre, alumínio, ouro, prata etc., e os não-condutores,

ou isolantes, como a borracha e o vidro, por exemplo.

A energia elétrica nada mais do que o movimento dos elétrons. Para que um

elemento seja um bom condutor, portanto, ele precisa ter muitos elétrons livres.

Veja o modelo do átomo na Figura abaixo. Os elétrons ficam em órbitas ao redor

do núcleo. Essas órbitas têm números máximos de elétrons, determinados pela conjunção da

força de atração do núcleo, por um lado, e da força centrífuga, causada pela rotação do

elétron, de outra. Caso o átomo não tenha a sua última camada totalmente preenchida, ele

tende a uma de duas situações: perder os elétrons de sua camada "incompleta" ou capturar

elétrons de outro átomo para preencher sua última camada. Como os elétrons da última

camada estão mais afastados do núcleo, eles estão sob menor atração desse núcleo; portanto, é

mais fácil para eles escapar do átomo. Uma pequena energia é capaz de arrancá-los de suas

órbitas. Estando livres, esses elétrons determinam a facilidade de condução de um elemento:

quanto menor a energia necessária para arrancar os elétrons de um átomo e, portanto, quanto

mais elétrons livres, maior a capacidade de condução de um elemento.

Uma situação comum é o compartilhamento: ao invés de roubar o elétron de

outros átomos, dois átomos compartilham seus elétrons, utilizando-os para preencher sua

última camada. Esse compartilhamento é chamado de ligação covalente.

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Page 26: Sensor Es

O silício possui 4 elétrons em sua 3ª e última órbita, sendo por isto chamado de

tetravalente. Desta forma, cada átomo de silício pode estabelecer até 4 ligações covalentes

com outros átomos. Unindo-se entre si desta forma, os átomos de silício formam uma rede

cristalina cúbica (vide Figura abaixo), semelhante à do diamante, muito estável. O cristal de

silício assim formado tem cor cinza escuro, lustrosa.

Mas se a eletricidade é o movimento dos elétrons, como pode haver condução

elétrica em um elemento onde os elétrons estão todos presos em uma forte estrutura

cristalina? Não é difícil. Veja:

- o elétron tem carga elétrica negativa;

- suponhamos que um elétron escape do seu átomo. Ele deixa o átomo carregado

positivamente (se o átomo perdeu uma carga negativa, ele passa a ter mais carga positiva).

Esse átomo recebe o nome de íon e possui uma lacuna, um buraco onde cabe mais um elétron.

- ao encontrar uma lacuna vizinha, um outro elétron tende a deixar sua posição

para ocupar a lacuna. Ele então pula para a lacuna, deixando seu lugar livre.

Ocorrendo esse movimento sucessivamente, verifica-se a ocorrência de corrente

elétrica. Por convenção, estabeleceu-se que a condução elétrica se dá, na verdade, pela

movimentação das lacunas.

Esse movimento das lacunas também ocorre nos materiais condutores mas, como

existem muitos elétrons livres naqueles materiais, o movimento das lacunas é desprezível.

Num semicondutor, porém, vimos que, para cada elétron que se liberta, há uma lacuna

correspondente. Portanto, o movimento das lacunas é muito importante.

26

Page 27: Sensor Es

1.14.1. Semicondutores P e N

No caso anterior, supomos que um elétron escaparia da rede cristalina. Isso

acontece normalmente, em pequena escala, pela ação do calor à temperatura ambiente. É

possível aumentar a ocorrência dessas "escapadas" através de uma técnica chamada dopagem.

Dopar um cristal significa introduzir um elemento estranho em sua rede cristalina. O elemento

estranho é chamado de elemento dopante.

Cristal tipo P Cristal tipo N

Como vimos, o silício é chamado de tetravalente por possuir 4 elétrons em sua

última órbita. O que acontecerá se introduzirmos no cristal um átomo de elemento

pentavalente (5 elétrons na última camada)?

O novo átomo se encaixará na estrutura, ligando-se a quatro átomos de silício. E

sobrará um elétron livre. Com um número adequadro de átomos "penetras" teremos um cristal

com mais elétrons do que lacunas. Ou seja, esse cristal terá energia predominantemente

negativa, porque negativa é a carga do elétron. Um cristal desse tipo recebe a denominação N

(de negativo).

O que acontecerá agora se doparmos o cristal com um elemento trivalente (três

elétrons na última camada)? Obviamente, o inverso ocorrerá: o elemento dopante conseguirá

estabelecer apenas três ligações com outros átomos. Um átomo de silício ficará, portanto, com

uma lacuna a mais. Com o número adequado de átomos trivalentes, teremos um cristal com

mais lacunas do que elétrons. Esse cristal terá energia predominantemente positiva. Um cristal

desse tipo recebe a denominação P (de positivo).

Os elementos pentavalentes (5 átomos na última órbita) mais utilizados na

construção de cristais N são o arsênio, o antimônio e o fósforo.

Os elementos trivalentes (3 átomos na última órbita) mais utilizados na construção

de cristais P são o alumínio, o boro e o gálio.

Normalmente, a dopagem consiste na introdução de 1 átomo do elemento dopante

para cada 100.000 átomos de silício.

27

Page 28: Sensor Es

Juntando P e N

Os semicondutores começam a substituir as válvulas no momento em que se une

um pedaço de material do tipo N com um pedaço de material do tipo P. Essa junção forma um

componente eletrônico chamado diodo, que substitui a válvula de mesmo nome. Como vimos,

a válvula diodo possibilita fazer a retificação, ou seja, a transformação da corrente alternada

em corrente contínua, permitindo separar-se o som da onda que o carrega. O mesmo pode ser

feito com o diodo semicondutor.

A característica básica do diodo é permitir a condução da corrente elétrica em

apenas um sentido.

1.15. Diodo

Ao se juntar um elemento P a um elemento N, temos a seguinte situação: o

elemento P tem excesso de lacunas; o elemento N tem excesso de elétrons. No ponto onde os

dois cristais se tocam, tende a haver uma migração de elétrons e lacunas, até que se estabeleça

um equilíbrio.

Observe que se forma um equilíbrio na região da junção, deixando de existir

portadores majoritários (elétrons livres ou lacunas). Essa camada, chamada camada de

depleção (sinônimo de diminuição), impede que se gere um equilíbrio completo entre os

cristais P e N. Isto porque os elétrons do cristal N não encontram lacunas para se movimentar

pela camada de depleção. O mesmo ocorre com as lacunas que ficaram isoladas no lado P. Ou

seja, a camada de depleção é uma espécie de "zona morta" onde não há espaço para

movimentação de elétrons e lacunas.

28

Page 29: Sensor Es

Vamos agora submeter nosso diodo a uma tensão, ou seja, colocar uma bateria em

seus terminais. Vamos conectar o terminal negativo (fluxo de elétrons) da bateria à porção N

do diodo e o terminal positivo (fluxo de lacunas) à porção P. Desta forma, a região N, com

excesso de elétrons, recebe ainda mais elétrons, e a porção P recebe ainda mais lacunas.

Observe o que acontece:

Os elétrons do lado N recebem toda a energia do pólo negativo da fonte,

ganhando força suficiente para expulsar os elétrons que estão alojados na camada de

depleção. Rompendo essa camada, eles encontram um terreno fértil em lacunas no lado P.

Mas não param por aí: como eles são atraídos pelo pólo positivo da fonte, eles continuam a

pular de lacuna em lacuna, abrindo espaço para que outros elétrons possam vir atrás deles.

Com esse movimento, forma-se uma corrente elétrica. O semicondutor passa a se comportar

como um condutor normal.

Um dado técnico importante: para que ocorra o que está descrito na figura, é

necessário que a bateria supra mais do que 0,7 volts, que é o valor da barreira de potencial que

se forma na camada de depleção de um diodo de silício.

Vamos agora inverter a polaridade da bateria. Vamos conectar o terminal positivo

da bateria à porção N do diodo e o terminal negativo à porção P. Desta forma, os elétrons da

região N são atraídos pelas lacunas do pólo positivo da bateria e as lacunas da região P são

completadas pelos elétrons do pólo negativo. Observe o que acontece:

29

Page 30: Sensor Es

A camada de depleção aumenta sensivelmente. Se ela já dificultava a passagem de

corrente, agora torna-se virtualmente impossível transpô-la. Os portadores majoritários de

cada lado ficam ainda mais isolados. O semicondutor, então, passa a se comportar como um

isolante. Não há passagem de corrente elétrica.

Esse foi um grande passo no desenvolvimento da eletrônica. As válvulas diodo

puderam ser substituídas com muitas vantagens pelo diodo semicondutor. E foi dado o passo

definitivo para a construção do transístor. As Figuras abaixo mostra um diodo e seu símbolo

respectivamente.

1.16. Fotodiodo

O fotodiodo é um diodo de junção construído de forma especial, de modo a

possibilitar a utilização da luz como fator determinante no controle da corrente elétrica. É um

dispositivo de junção pn semicondutor cuja região de operação é limitada pela região de

polarização reversa e caracteriza-se por ser sensível à luz. A aplicação de luz à junção

resultará em uma transferência de energia das ondas luminosas incidentes (na forma de

fótons) para a estrutura atômica, resultando em um aumento do número de portadores

minoritários e um aumento do nível da corrente reversa. A corrente negra é a corrente que

existirá sem nenhuma iluminação aplicada. A corrente retornará a zero somente se for

aplicada uma polarização positiva igual a Vo.

30

Page 31: Sensor Es

Em resumo, podemos dizer então que um fotodiodo é um dispositivo que converte

a luz recebida em uma determinada quantidade de corrente elétrica.

A corrente reversa e o fluxo luminoso variam quase que linearmente, ou seja, um aumento na

intensidade luminosa resultará em um aumento semelhante na corrente reversa. Podemos

admitir que a corrente reversa é essencialmente nula na ausência de luz incidente. Como os

tempos de subida e de queda (parâmetros de mudança de estado) são da ordem de

nanossegundos, o dispositivo pode ser usado na aplicação de contagem ou comutação de alta

velocidade. O germânio é mais adequado para luz incidente na região infravermelha, já que

abrange um espectro mais amplo de comprimentos de onda do que o silício, apesar de sua

corrente negra ser maior. O nível de corrente gerada pela luz incidente sobre um fotodiodo

não é suficiente para que ele possa ser usado em um controle direto, sendo necessário para

isto que haja um estágio de amplificação.

O fotodiodo ser aplicado no foco automático de filmadora, na unidade ótica do

CD Player e em sistema contador de pulso. Outra aplicação muito usada na rede de

iluminação pública é o sensor crepuscular.

1.17. LED

LED é a sigla em inglês para Light Emitting Diode, ou Diodo Emissor de Luz. O

LED é um diodo semicondutor (junção P-N) que quando energizado emite luz visível. A luz é

monocromática e é produzida pelas interações energéticas do elétron. O processo de emissão

de luz pela aplicação de uma fonte elétrica de energia é chamado eletroluminescência. Em

qualquer junção P-N polarizada diretamente, dentro da estrutura, próximo à junção, ocorrem

recombinações de lacunas e elétrons. Essa recombinação exige que a energia possuída por

esse elétron, que até então era livre, seja liberada, o que ocorre na forma de calor ou fótons de

luz. Na Figura abaixo temos exemplo de LED’s.

31

Page 32: Sensor Es

1.18. Transistor

Vimos que, quando polarizado diretamente, o diodo conduz eletricidade. O

transístor introduz uma capacidade nova, que é a possibilidade de se controlar quanto de

eletricidade é conduzida.

Tudo começa quando se acrescenta uma camada adicional a um diodo. Ao invés

de duas porções, P e N, de silício, vamos verificar o que acontece quando juntamos três

porções, fazendo um sanduíche de uma porção N.

Cada uma dessas camadas tem sua peculiaridade: primeira camada P (da

esquerda) tem largura média e é fortemente dopada, ou seja, tem muitos átomos trivalentes.

Isto torna essa camada um fornecedor de lacunas (cargas positivas). Por isso ela é chamada

emissor. A camada central N é muito fina e tem uma dopagem média. Como ela é fina, ela

não representa um empecilho muito grande para as cargas que vêm do emissor. Esta camada é

chamada base. A camada da direita é bastante larga em relação às demais e é fracamente

dopada. Por ser responsável por receber os elétrons que saem do emissor e atravessam a base,

esta camada é chamada coletor.

Como se pode observar na figura, o transístor resulta da união de dois diodos.

Apenas com a ressalva de que ambos os diodos compartilham a base, ou seja, o elemento N

32

Page 33: Sensor Es

nesse caso. Há nele, portanto, duas junções. Como é de esperar, em cada uma das junções

forma-se uma camada de depleção, em que os elétrons e lacunas se equilibram, gerando uma

barreira de potencial.

Primeiro, vamos colocar uma bateria entre o emissor e a base. Para fazer uma

polarização direta, ligamos o terminal negativo (fluxo de elétrons) da bateria ao emissor

(porção N - excesso de elétrons) e o terminal positivo (fluxo de lacunas) à base (porção P -

excesso de lacunas). Desta forma, a região N, com excesso de elétrons, recebe ainda mais

elétrons, e a porção P recebe ainda mais lacunas.

1.18.1. Polarização direta emissor-base

Como vimos no caso do diodo, a polarização direta faz com que a porção emissor-

base se comporte exatamente como um condutor.

Ao mesmo tempo, vamos polarizar inversamente o conjunto base-coletor. Para

isso, conectamos o terminal positivo (fluxo de lacunas) da bateria ao coletor (porção N -

excesso de elétrons) e o terminal negativo (fluxo de elétrons) à base (porção P - excesso de

lacunas). Desta forma, os elétrons do coletor serão atraídos pelas lacunas do pólo positivo da

bateria e as lacunas da base serão completadas pelos elétrons do pólo negativo. Como também

vimos no caso do diodo, essa polarização inversa faz com que a porção base-coletor não

conduza corrente.

Mas agora veja a parte mais importante: dissemos que iríamos fazer as duas

polarizações anteriores simultaneamente. Veja então o interessante efeito que obtemos:

33

Page 34: Sensor Es

1.18.2. Polarização simultânea

Na polarização emissor-base (a primeira que vimos), os elétrons se dirigiam para

a base, atraídos pelo pólo positivo da bateria. Mas agora o coletor, que é bem maior e está

com energia extra vinda do pólo negativo da bateria, exerce uma atração muito maior sobre

esses elétrons. Como a base é muito fina, os elétrons tendem muito mais a atravessar a base e

ir para o coletor do que fluir pela base para o pólo positivo da bateria. Desta forma, uma

pequena parte da corrente fluirá pela base; a maior parte da corrente fluirá para o coletor.

A "mágica" da amplificação já está acontecendo. Só nos falta entender o porquê: e

aumentarmos a corrente que flui pela base (emissor-base), haverá um aumento na corrente

que flui pelo coletor. Ou seja, podemos controlar a corrente vinda do emissor para o coletor

agindo sobre a corrente da base. Noutras palavras: a corrente da base controla a corrente entre

o emissor e o coletor. Como a corrente da base é muito pequena, basta aplicarmos uma

pequena variação na corrente da base para obtermos uma grande variação na corrente do

coletor. Pronto: entrando-se com uma pequena corrente (via base) e saímos com uma grande

corrente (via coletor).

Observação: Analisando-se um transístor do tipo PNP (Figura b). Ao inverter o

sanduíche, cria-se um transístor NPN (Figura a). O funcionamento é exatamente o mesmo,

apenas invertendo-se o fluxo da corrente.

Nos esquemas eletrônicos, que são os "mapas" de como um circuito eletrônico é

desenhado, os transístores são representados pelos seguintes símbolos:

34

Page 35: Sensor Es

Esta é toda a mágica do transístor. Dê uma olhada à sua volta e com certeza você

encontrará uma série de dispositivos que lhe dão conforto que funcionam baseados justamente

nesse princípio. São os elétrons fluindo, permitindo tudo o que se conhece como eletrônico.

Esse foi o princípio da nossa Era Digital.

Na Figura abaixo tem-se uma aplicação para o uso do transistor.

1.18.3. Fototransistor

O fototransistor é mais um dispositivo que funciona baseado no fenômeno da

fotocondutividade. Ele pode, ao mesmo tempo, detectar a incidência de luz e fornecer um

ganho dentro de um único componente. Como o transistor convencional, o fototransistor é

uma combinação de dois diodos de junção, porém, associado ao efeito transistor aparece o

efeito fotoelétrico. Em geral, possui apenas dois terminais acessíveis, o coletor e o emissor,

sendo a base incluída apenas para eventual polarização ou controle elétrico.

Como nas outras células fotocondutivas, a incidência de luz (fótons) provoca o

surgimento de lacunas na vizinhança da junção base-coletor. Esta tensão conduzirá as lacunas

para o emissor, enquanto os elétrons passam do emissor para a base. Isso provocará um

aumento da corrente de base, o que por conseqüência implicará numa variação da corrente de

coletor beta vezes maior (lembrando que, para Ib sendo a corrente da base e Ic a do coletor,

temos a relação Ic = â.Ib, onde â é o ganho do transistor (fornecido pelo fabricante), sendo

essa variação proporcional à intensidade da luz incidente.

Como a base está normalmente desconectada, a corrente que circula por ela

dependerá apenas do fluxo luminoso incidente. Assim, na ausência de luz, a corrente de base

será zero e o fototransistor estará cortado, resultando na tensão do coletor igual à tensão de

35

Page 36: Sensor Es

polarização Vcc. Quando há luz incidindo, a tensão no coletor irá diminuir devido ao aumento

da corrente.

O fototransistor possui diversas aplicações, sendo mais encontrado em aplicações

on-off, onde a não linearidade do transistor não é um problema. A aplicação mais usual é a de

um interruptor. Enquanto não á luz incidindo no fototransistor, não haverá uma corrente no

emissor, e a tensão de saída será zero, estando ele em corte.

Com a incidência de luz, teremos uma corrente no emissor, provocando uma

tensão igual a IeRe. Tais como os transistores bipolares, os fototransistores estão sujeitos à

variações de temperatura. Com o aumento da temperatura em torno de 8 a 10 graus celsius, a

corrente Iceo (corrente que circula no componente enquanto não existe incidência de luz)

dobrará. Para elevadas temperaturas, essa corrente terá um valor significativo em relação à

corrente total.

Os fototransistores são dispositivos sensíveis a luz. A base do fototransistor é

sensível a luz, quando há presença da mesma o transistor conduz, entretanto quando não há

presença de luminosidade, o transistor fica cortado. Na Figura abaixo é representada uma

situação onde a presença de luz (LED) liga ou desliga o circuito acoplado ao receptor

(fototransistor). Quando um facho de luz é apontado para o receptor, este conduz, logo a saída

estará em nível lógico "0". No entanto, quando não há presença de luz, o receptor não está

conduzindo, logo a saída estará em nível lógico "1".

1.18.4. Aplicações dos fototransistor

Umas das principais utilidades do fototransistor é o acoplador óptico. Os

acopladores ópticos são componentes muito simples, porém de grande importância para a

36

Page 37: Sensor Es

eletrônica. Estes componentes são capazes de isolar com total segurança dois circuitos

eletrônicos, mantendo uma comunicação ou controle entre ambos.

O isolamento é garantido porque não há contato elétrico, somente um sinal

luminoso. O seu funcionamento é simples: há um emissor de luz (geralmente um LED) e um

receptor (fototransistor). Quando o LED está aceso, o fototransistor responde entrando em

condução. Com o LED apagado o fototransistor entra em corte. Sabendo que se pode alterar a

luminosidade do LED, obtêm-se assim diferentes níveis na saída. Pode-se também controlar o

fototransistor através de sua base, como se fosse um transistor normal.

Os Acopladores Ópticos possuem diversas vantagens sobre outros tipos de

acopladores: alta velocidade de comutação, nenhuma parte mecânica, baixo consumo e

isolamento total. Na Figura abaixo vemos o esquema de um opto acoplador.

1.19. Introdução à eletrônica digital

Quando se ouve o termo “digital”, pensa-se imediatamente em “relógio digital” ou

“calculadora digital”. Provavelmente, esta associação deve ser atribuída à popularidade que

estas máquinas adquiriram devido à queda acentuada em seus preços, tornando-as acessíveis à

grande maioria das pessoas. Apesar disso, é importante saber que as calculadoras e

computadores representam apenas uma parcela do grande leque de aplicações dos circuitos

digitais. Estes circuitos podem ser encontrados em produtos eletrônicos, como por exemplo,

videogames, fornos de microondas, sistemas de controle automotivos e equipamentos de

testes, como medidores, geradores e osciloscópios. As técnicas digitais vieram substituir

alguns dos antigos “circuitos analógicos” usados em produtos de consumo, como rádios, TVs

e equipamentos de áudio de alta fidelidade.

No decorrer deste texto, serão estudados os princípios e técnicas que são comuns a

todos os sistemas digitais. Inicialmente serão introduzidos alguns conceitos básicos vitais na

37

Page 38: Sensor Es

Eletrônica Digital. Novas terminologias aparecerão no início de cada assunto, sempre que for

preciso.

1.19.1. Representações Numéricas

Lida-se constantemente com quantidades, que são medidas, monitoradas,

gravadas, manipuladas aritmeticamente e utilizadas na maioria dos sistemas físicos. Quando

se lida com determinadas quantidades, é de extrema importância o conhecimento de como

representar seus valores de maneira eficiente e precisa. Basicamente, existem duas formas de

representação dos valores numéricos das quantidades: a analógica e a digital.

Representação Analógica – Analogicamente, uma quantidade é representada

por outra que é proporcional à primeira. No velocímetro de um automóvel, a deflexão do

ponteiro é proporcional à velocidade do veículo. A posição angular do ponteiro representa o

valor da velocidade do veículo, e qualquer variação é imediatamente refletida por uma nova

posição do ponteiro. Outro exemplo é o termômetro, em que a altura da faixa de mercúrio é

proporcional à temperatura do ambiente. Quando ocorrem mudanças na temperatura, a altura

da coluna de mercúrio também muda proporcionalmente.

Quantidades analógicas como as que acabamos de exemplificar têm uma

característica importante: elas variam continuamente dentro de uma faixa de valores. A

velocidade do automóvel pode assumir qualquer valor entre zero e, digamos, 100 km por

hora.

Representação Digital – Na representação digital, as quantidades são

representadas por símbolos chamados dígitos, e não por valores proporcionais. Um exemplo

clássico é o relógio digital, que apresenta as horas, minutos e às vezes os segundos, na forma

de dígitos decimais. Como se sabe, o tempo varia continuamente, mas o relógio digital não

mostra as variações de maneira contínua; pelo contrário, o valor é apresentado em saltos de

um em um segundo ou minuto.

Em virtude da natureza discreta da representação digital, as leituras neste sistema

não apresentam problemas de ambigüidade, em contraposição ao sistema analógico, em que

as leituras deixam margem à interpretação do observador.

1.19.2. Sistemas Digitais e Analógicos

38

Page 39: Sensor Es

Costuma-se dividir a Eletrônica em duas áreas: Eletrônica Analógica e Eletrônica

Digital. Uma maneira bem simples para se entender o conceito das palavras Analógico e

Digital, é a comparação de uma rampa com uma escada. Ao se analisar a rampa, percebe-se

que uma pessoa poderá ocupar cada uma das infinitas posições existentes entre o início e o

fim. No caso da escada, a pessoa poderá estar em apenas um dos seus degraus. Sendo assim, é

correto dizer que a rampa pode representar um sistema analógico, enquanto que a escada pode

representar um sistema digital. No voltímetro analógico o ponteiro pode ocupar infinitas

posições entre o maior e menor valor da escala, no voltímetro digital os valores mostrados no

display são discretos, isto é, existe um número finito de valores entre o maior e o menor valor

da escala. Outro exemplo pode ser encontrado no ajuste de volume de um televisor. Ajustando

o volume do televisor através de um botão conectado a um potenciômetro, teremos infinitas

posições para escolher dentro da escala permitida. Porém, no controle remoto observamos que

a intensidade do som muda em pequenos saltos e, em alguns modelos, aparece no vídeo o

valor selecionado em uma escala previamente definida. Podemos dizer então que o "botão de

volume" do televisor é uma entrada analógica, e que o ajuste de volume no controle remoto

representa uma entrada digital. Podemos concluir que a Eletrônica Analógica processa sinais

com funções contínuas e a Eletrônica Digital processa sinais com funções discretas. Na Figura

abaixo é mostrado um sinal analógico digitalizado.

1.19.3. Vantagens das Técnicas Digitais

O grande crescimento da eletrônica está relacionado com o uso de técnicas

digitais para implementar funções que eram realizadas usando-se os métodos analógicos. Os

principais motivos da migração para a tecnologia digital são:

39

Page 40: Sensor Es

Os sistemas digitais são mais fáceis de ser projetados. Isso porque os circuitos

utilizados são circuitos de chaveamento, nos quais não importam os valores exatos de tensão

ou corrente, mas apenas a faixa – Alta (High) ou Baixa (Low) – na qual eles se encontram.

Fácil armazenamento de informação. Técnicas de armazenamento digitais

podem armazenar bilhões de bits em um espaço físico relativamente pequeno. Já a capacidade

de armazenamento de um sistema analógico é extremamente limitada.

Maior precisão e exatidão. Nos sistemas analógicos, a precisão é limitada

porque os valores de tensão e corrente são diretamente dependentes dos valores dos

componentes do circuito, além de serem muito afetados por ruídos.

As operações podem ser programadas. É relativamente fácil e conveniente

desenvolver sistemas digitais cuja operação possa ser controlada por um conjunto de

instruções previamente armazenadas, denominado programa. Os sistemas analógicos também

podem ser programados, mas a variedade e a complexidade das operações envolvidas são

bastante limitadas.

Os circuitos digitais são menos afetados por ruídos. Flutuações espúrias na

tensão (ruído) não são tão críticas em sistemas digitais, desde que o ruído não tenha amplitude

suficiente que dificulte a distinção entre um nível Alto e um nível Baixo.

Os circuitos digitais são mais adequados à integração. É verdade que o

desenvolvimento da tecnologia de integração (CIs) também beneficiou os circuitos

analógicos, mas a sua relativa complexidade e o uso de dispositivos que não podem ser

economicamente integrados (capacitores de grande capacitância, resistores de precisão,

indutores, transformadores) não permitiram que os circuitos analógicos atingissem o mesmo

grau de integração dos circuitos digitais.

1.19.4. Limitações das Técnicas Digitais

Na verdade, há apenas uma grande desvantagem ao se utilizar as técnicas digitais:

o mundo é quase totalmente analógico. Grandezas que comprovam isso são a temperatura, a

pressão, a posição, a velocidade, o nível de um líquido e a vazão. Para obter as vantagens das

técnicas digitais quando se trabalha com entradas e saídas analógicas, três passos devem ser

seguidos:

Converter as entradas analógicas do mundo real para o formato digital.

Realizar o processamento da informação digital.

40

Page 41: Sensor Es

Converter as saídas digitais de volta ao formato analógico.

Na Figura abaixo é apresentado o diagrama de um sistema de controle de

temperatura típico. Conforme o diagrama, a temperatura analógica é medida e o valor medido

é em seguida convertido para digital. A informação digital é processada e convertida de volta

para o formato analógico. Essa saída alimenta um controlador que comanda alguma ação para

o ajuste da temperatura.

Para simplificar ainda mais o processamento de sinais digitais, utiliza-se a técnica

de numeração binária, que usa apenas dois símbolos para a representação de números. Esse

sistema de numeração será visto com maiores detalhes adiante. Se for utilizada a numeração

binária, ter-se-á um Conjunto Universo com apenas dois elementos distintos para representar

os sinais desejados. Isso quer dizer que num dispositivo digital eletrônico teremos o

processamento de elementos que se apresentam em apenas dois valores. A esses conjuntos dá-

se o nome de BITs (BInary DigiT) e BYTES (conjunto de 8 bits). Ao se trabalhar com

sistemas binários, são utilizadas abreviações para certas potências de dois, como detalhadas

na Tabela a seguir.

Número de Bits Valor Abreviação 10 Bits 210 = 1.024 1 Kb (Kilobit)16 Bits 216 = 65.536 64 Kb (Kilobit)20 Bits 220 = 1.048.576 1 Mb (Megabit)30 Bits 230 = 1.073.741.820 1 Gb (Gigabit)

A Tabela abaixo mostra os números de 0-7 em decimal e seus respectivos valores

em binário.

Decimal Binário0 0001 0012 0103 0114 1005 1016 1107 111

41

Page 42: Sensor Es

1.19.5. Conversores A/D e D/A

É possível converter um sinal analógico em digital e vice-versa por meio dos

conversores analógico-digital ou digital-analógico.

Quando a conversão é realizada, parte do sinal é perdida e pode haver pequenas

distorções na grandeza realmente medida, conforme Figura abaixo.

Ao transformar um sinal analógico em digital, o número de bits utilizado pelo

conversor deve ser previamente escolhido para não obter valores falsos da grandeza física e

nem superdimensionar o conversor, para não tornar o processo desnecessariamente caro, além

de poder torná-lo mais lento durante a conversão.

42

Page 43: Sensor Es

2. Introdução à automação

Você já reparou que a automação faz parte do dia-a-dia do homem moderno? Pela

manhã, o rádio-relógio automaticamente dispara o alarme para acordá-lo e começa a dar as

notícias do dia. Nessa mesma hora, alguém esquenta o pão para o café da manhã numa

torradeira elétrica, ajustando o tempo de aquecimento. Na sala, uma criança liga o

videocassete, que havia sido programado para gravar seu programa infantil predileto da

semana anterior. Quando a casa esquenta pela incidência dos raios solares, o ar condicionado

insufla mais ar frio, mantendo a temperatura agradável. Esses simples fatos evidenciam como

a automação faz parte da vida cotidiana.

2.1. Conceito

Automação é um sistema de equipamentos eletrônicos e/ou mecânicos que controlam

seu próprio funcionamento, quase sem a intervenção do homem. Automação é diferente de

mecanização. A mecanização consiste simplesmente no uso de máquinas para realizar um

trabalho, substituindo assim o esforço físico do homem. Já a automação possibilita fazer um

trabalho por meio de máquinas controladas automaticamente, capazes de se regularem

sozinhas.

2.2. Desenvolvimento da automação

As primeiras iniciativas do homem para mecanizar atividades manuais ocorreram na

pré-história. Invenções como a roda, o moinho movido por vento ou força animal e as rodas

d’água demonstram a criatividade do homem para poupar esforço. Porém, a automação só

ganhou destaque na sociedade quando o sistema de produção agrário e artesanal transformou-

se em industrial, a partir da segunda metade do século XVIII, inicialmente na Inglaterra. Os

sistemas inteiramente automáticos surgiram no início do século XX. Entretanto, bem antes

disso foram inventados dispositivos simples e semi-automáticos.

43

Page 44: Sensor Es

Devido à necessidade de aumentar a produção e a produtividade, surgiu uma série de

inovações tecnológicas:

- máquinas modernas, capazes de produzir com maior precisão e rapidez em relação ao

trabalho feito à mão;

- utilização de fontes alternativas de energia, como o vapor, inicialmente aplicado a

máquinas em substituição às energias hidráulica e muscular.

Por volta de 1788, James Watt desenvolveu um mecanismo de regulagem do fluxo de

vapor em máquinas. Isto pode ser considerado um dos primeiros sistemas de controle com

realimentação. O regulador consistia num eixo vertical com dois braços próximos ao topo,

tendo em cada extremidade uma bola pesada. Com isso, a máquina funcionava de modo a se

regular sozinha, automaticamente, por meio de um laço de realimentação.

A partir de 1870, também a energia elétrica passou a ser utilizada e a estimular

indústrias como a do aço, a química e a de máquinas-ferramenta. O setor de transportes

progrediu bastante graças à expansão das estradas de ferro e à indústria naval.

No século XX, a tecnologia da automação passou a contar com computadores,

servomecanismos e controladores programáveis. Os computadores são o alicerce de toda a

tecnologia da automação contemporânea. Encontramos exemplos de sua aplicação

praticamente em todas as áreas do conhecimento e da atividade humana.

Por exemplo, ao entrarmos num banco para retirar um simples extrato somos

obrigados a interagir com um computador. Passamos o cartão magnético, informamos nossa

senha e em poucos segundos obtemos a movimentação bancária impressa.

A origem do computador está relacionada à necessidade de automatizar cálculos,

evidenciada inicialmente no uso de ábacos pelos babilônios, entre 2000 e 3000 a.C.

O marco seguinte foi a invenção da régua de cálculo e, posteriormente, da máquina

aritmética, que efetuava somas e subtrações por transmissões de engrenagens. George Boole

desenvolveu a álgebra booleana, que contém os princípios binários, posteriormente aplicados

às operações internas de computadores.

Em 1880, Herman Hollerith criou um novo método, baseado na utilização de cartões

perfurados, para automatizar algumas tarefas de tabulação do censo norte-americano. Os

resultados do censo, que antes demoravam mais de dez anos para serem tabulados, foram

obtidos em apenas seis semanas! O êxito intensificou o uso desta máquina que, por sua vez,

norteou a criação da máquina IBM, bastante parecida com o computador.

44

Page 45: Sensor Es

Em 1946, foi desenvolvido o primeiro computador de grande porte, completamente

eletrônico. O Eniac, como foi chamado, ocupava mais de 180 m² e pesava 30 toneladas.

Funcionava com válvulas e relês que consumiam 150.000 watts de potência para realizar

cerca de 5.000 cálculos aritméticos por segundo. Esta invenção caracterizou o que seria a

primeira geração de computadores, que utilizava tecnologia de válvulas eletrônicas.

A segunda geração de computadores é marcada pelo uso de transistores (1952). Estes

componentes não precisam se aquecer para funcionar, consomem menos energia e são mais

confiáveis. Seu tamanho era cem vezes menor que o de uma válvula, permitindo que os

computadores ocupassem muito menos espaço.

Com o desenvolvimento tecnológico, foi possível colocar milhares de transistores

numa pastilha de silício de 1 cm², o que resultou no circuito integrado (CI). Os CIs deram

origem à terceira geração de computadores, com redução significativa de tamanho e aumento

da capacidade de processamento.

Em 1975, surgiram os circuitos integrados em escala muito grande (VLSI). Os

chamados chips constituíram a quarta geração de computadores. Foram então criados os

computadores pessoais, de tamanho reduzido e baixo custo de fabricação. Para se ter idéia do

nível de desenvolvimento desses computadores nos últimos quarenta anos, enquanto o Eniac

fazia apenas 5 mil cálculos por segundo, um chip atual faz 50 milhões de cálculos no mesmo

tempo.

Voltando a 1948, o americano John T. Parsons desenvolveu um método de emprego

de cartões perfurados com informações para controlar os movimentos de uma máquina-

ferramenta. Demonstrado o invento, a Força Aérea patrocinou uma série de projetos de

pesquisa, coordenados pelo laboratório de servomecanismos do Instituto Tecnológico de

Massachusetts (MIT). Poucos anos depois, o MIT desenvolveu um protótipo de uma fresadora

com três eixos dotados de servomecanismos de posição. A partir desta época, fabricantes de

máquinas-ferramenta começaram a desenvolver projetos particulares. Essa atividade deu

origem ao comando numérico, que implementou uma forma programável de automação com

processo controlado por números, letras ou símbolos.

Com esse equipamento, o MIT desenvolveu uma linguagem de programação que

auxilia a entrada de comandos de trajetórias de ferramentas na máquina. Trata-se da

linguagem APT (do inglês, Automatically Programmed Tools, ou “Ferramentas Programadas

Automaticamente”).

45

Page 46: Sensor Es

Os robôs (do tcheco robota, que significa “escravo, trabalho forçado”) substituíram a

mão-de-obra no transporte de materiais e em atividades perigosas. O robô programável foi

projetado em 1954 pelo americano George Devol, que mais tarde fundou a fábrica de robôs

Unimation. Poucos anos depois, a GM instalou robôs em sua linha de produção para

soldagem de carrocerias.

Ainda nos anos 50, surge a idéia da computação gráfica interativa: forma de entrada de

dados por meio de símbolos gráficos com respostas em tempo real. O MIT produziu figuras

simples por meio da interface de tubo de raios catódicos (idêntico ao tubo de imagem de um

televisor) com um computador.

Em 1959, a GM começou a explorar a computação gráfica. A década de 1960 foi o

período mais crítico das pesquisas na área de computação gráfica interativa. Na época, o

grande passo da pesquisa foi o desenvolvimento do sistema sketchpad, que tornou possível

criar desenhos e alterações de objetos de maneira interativa, num tubo de raios catódicos.

No início dos anos 60, o termo CAD (do inglês Computer Aided Design ou “Projeto

Auxiliado por Computador”) começou a ser utilizado para indicar os sistemas gráficos

orientados para projetos.

Nos anos 70, as pesquisas desenvolvidas na década anterior começaram a dar frutos.

Setores governamentais e industriais passaram a reconhecer a importância da computação

gráfica como forma de aumentar a produtividade.

Na década de 1980, as pesquisas visaram à integração e/ou automatização dos diversos

elementos de projeto e manufatura com o objetivo de criar a fábrica do futuro. O foco das

pesquisas foi expandir os sistemas CAD/CAM (Projeto e Manufatura Auxiliados por

Computador). Desenvolveu-se também o modelamento geométrico tridimensional com mais

aplicações de engenharia (CAE – Engenharia Auxiliada por Computador). Alguns exemplos

dessas aplicações são a análise e simulação de mecanismos, o projeto e análise de injeção de

moldes e a aplicação do método dos elementos finitos. Hoje, os conceitos de integração total

do ambiente produtivo com o uso dos sistemas de comunicação de dados e novas técnicas de

gerenciamento estão se disseminando rapidamente. O CIM (Manufatura Integrada por

Computador) já é uma realidade.

46

Page 47: Sensor Es

2.3. Componentes da automação

A maioria dos sistemas modernos de automação, como os utilizados nas indústrias

automobilística e petroquímica e nos supermercados, é extremamente complexa e requer

muitos ciclos de realimentação. Cada sistema de automação compõe-se de cinco elementos:

- acionamento: provê o sistema de energia para atingir determinado objetivo. São o

caso dos motores elétricos, pistões hidráulicos, etc;

- sensoriamento: mede o desempenho do sistema de automação ou uma propriedade

particular de algum de seus componentes. Exemplos: termopares para medição de temperatura

e encoders para medição de velocidade;

- controle: utiliza a informação dos sensores para regular o acionamento. Por exemplo,

para manter o nível de água num reservatório, usamos um controlador de fluxo que abre ou

fecha uma válvula, de acordo com o consumo. Mesmo um robô requer um controlador, para

acionar o motor elétrico que o movimenta;

- comparador ou elemento de decisão: compara os valores medidos com valores

preestabelecidos e toma a decisão de quando atuar no sistema. Como exemplos, podemos citar

os termostatos e os programas de computadores;

- programas: contêm informações de processo e permitem controlar as interações entre

os diversos componentes.

2.4. Classificação

A automação pode ser classificada de acordo com suas diversas áreas de aplicação.

Por exemplo: automações bancárias, comerciais, industriais, agrícolas, de comunicações,

transportes. A automação industrial pode ser desdobrada em automação de planejamento, de

projeto, de produção. Essa automação pode ser classificada também quanto ao grau de

47

Page 48: Sensor Es

flexibilidade. A flexibilidade de um sistema de automação depende do tipo e da quantidade do

produto desejado. Isto significa que quanto mais variados forem os produtos e menor a sua

quantidade, mais flexível será o sistema de automação.

O quadro a seguir apresenta uma classificação de tipos de processo e de produção e

respectivos sistemas de produção.

2.5. Aplicações da automação

Para fixar os conceitos até aqui explicados, damos a seguir o exemplo de um sistema

automático de controle de fluxo de pessoas em academias de ginástica.

Este sistema tem um leitor óptico laser e um computador digital de alto desempenho.

Quando um associado quer utilizar a academia, passa um cartão pessoal, com um código de

barras, pelo leitor óptico (elemento sensor). O dado de entrada é convertido em sinais

elétricos e enviado ao computador. O cliente é identificado (programa). Caso sua situação

esteja em ordem (pagamento de mensalidades, exame médico etc.), o computador envia um

sinal para liberação da catraca (elemento de acionamento) e em seguida registra a ocorrência

num banco de dados, para consultas posteriores.

48

Page 49: Sensor Es

2.6. Outras aplicações

O desenvolvimento de elementos sensores cada vez mais poderosos e o baixo custo do

hardware computacional vêm possibilitando aplicar a automação numa vasta gama de

equipamentos e sistemas. Por exemplo:

Produtos de consumo:

- Eletroeletrônicos, como videocassetes, televisores e microcomputadores.

- Carros com sistemas de injeção microprocessada, que aumentam o desempenho e

reduzem o consumo de combustível.

Indústrias mecânicas:

- Robôs controlados por computador.

- CAD/CAM, que integra ambientes de projeto e manufatura.

- CNC.

Bancos:

- Caixas automáticos.

2.6.1. Categoria de descrição

Sistema de produção contínua de grandes quantidades de produto, normalmente pó ou

líquido. Exemplo: refinarias e indústrias químicas.

Sistema de produção de um produto com pouca variação. Exemplo: automóveis e

eletrodomésticos.

Sistema de produção de uma quantidade média de um produto que pode ser repetido

periodicamente. Exemplo: livros e roupas.

Sistema de produção freqüente de cada tipo de produto, em pouca quantidade.

Exemplo: protótipos, ferramentas e dispositivos.

Produção em lotes:

- Produção individualizada (ferramentaria)

Comunicações:

- Chaveamento de chamadas telefônicas.

- Comunicações via satélite.

- Telefonia celular.

- Correios.

49

Page 50: Sensor Es

Transportes:

- Controle de tráfego de veículos.

- Sistemas de radar.

- Pilotos automáticos.

- Sistemas automáticos de segurança.

Medicina:

- Diagnóstico e exames.

2.7. O impacto da automação na sociedade

O processo de automação em diversos setores da atividade humana trouxe uma série

de benefícios à sociedade. A automação geralmente reduz custos e aumenta a produtividade

do trabalho. Este aumento possibilita mais tempo livre e melhor salário para a maioria dos

trabalhadores.

Além disso, a automação pode livrar os trabalhadores de atividades monótonas,

repetitivas ou mesmo perigosas. O esquadrão antibomba da polícia americana, por exemplo,

dispõe de robôs para detectar e desarmar bombas e reduzir riscos de acidentes com explosões

inesperadas.

Apesar dos benefícios, o aumento da automação vem causando também sérios

problemas para os trabalhadores:

- aumento do nível de desemprego, principalmente nas áreas em que atuam

profissionais de baixo nível de qualificação;

- a experiência de um trabalhador se torna rapidamente obsoleta;

- muitos empregos que eram importantes estão se extinguindo: é o que vem ocorrendo

com as telefonistas, perfeitamente substituível por centrais de telefonia automáticas;

- aumento das ausências no trabalho, falta de coleguismo, alcoolismo ou consumo de

drogas, que alteram o comportamento dos indivíduos no ambiente de trabalho. De certa

forma, esse processo de alienação deriva do sentimento de submissão do trabalhador à

máquina, da falta de desafios.

Esses problemas, no entanto, podem ser solucionados com programas contínuos de

aprendizagem e reciclagem de trabalhadores para novas funções.

50

Page 51: Sensor Es

Além disso, as indústrias de computadores, máquinas automatizadas e serviços vêm

criando um número de empregos igual ou superior àqueles que foram eliminados no setor

produtivo.

2.8. Noções de controle de processos

O controle automático tem representado um papel vital no avanço da engenharia e da

ciência, além de sua estrema importância em sistemas de veículos espaciais, mísseis guiados.

Pilotagem de aviões, robóticos e outros mais. O controle automático tornou-se uma parte

importante e integral dos modernos processos industriais e de fabricação. Ele é também

essencial em operações industriais tais como controle de posição, velocidade, pressão,

temperatura, umidade, viscosidade e fluxo em processos industriais.

2.8.1. Conceitos básicos

•Sistemas: Um sistema é uma combinação de componentes que atuam conjuntamente

e realizam um certo objetivo.

•Perturbações (ou distúrbios): Uma perturbação é um sinal que tende a afetar

adversamente o valor da saída do sistema.

•Sistemas de controle realimentados: Um sistema que mantém uma relação prescrita

entre a saída e alguma entrada de referência comparando-as e utilizando a diferença como um

meio de controle.

•Servossistemas: Um servossistema (ou servomecanismo) é um sistema de controle

realimentado que controla, alguma posição mecânica, velocidade ou aceleração. Portanto, os

51

Page 52: Sensor Es

termos servossistema e sistema de controle de posição (ou de velocidade, ou de aceleração)

são sinônimos.

•Sistemas de controle em malha fechada: Em um sistema de controle em malha

fechada, o sinal de erro atuante, que é a diferença entre o sinal de entrada e o sinal

realimentado (saída). É introduzido no controlador de modo a reduzir o erro e trazer a saída

do sistema a um valor desejado. O termo controle de malha fechada sempre implica o uso de

ação de controle realimentado a fim de reduzir o erro do sistema.

Exemplo

•Sistemas de controle em malha aberta: Aqueles sistemas em que a saída não tem

nenhum efeito sobre a ação de controle são chamados sistemas de controle em malha aberta.

Em outras palavras, em um sistema de controle em malha aberta à saída não é medida ne

realimentada para comparação com a entrada.

Ex: Máquina de Lavar Roupa

2.8.2. Malha fechada x malha aberta

52

Page 53: Sensor Es

•Nos sistemas em malha fechada, o fato de que o uso da realimentação torna a

resposta do sistema relativamente insensível a distúrbios externos;

•Deve ser enfatizado que para sistemas nos quais as entradas são conhecidas

antecipadamente e nas quais não há distúrbios é aconselhável usar controle em malha aberta

•Os sistemas de controle em malha fechada possuem vantagens somente quando

distúrbios imprevisíveis e/ou variações imprevisíveis nos componentes do sistema estão

presentes

•O número de componentes usados em um sistema de controle em malha fechada

é maior do que o de um correspondente sistema de controle em malha aberta.

•O sistema de controle em malha fechada é geralmente de custo e potência mais

altos.

O Sistema Controlado é o motor e a variável controlada é a velocidade do motor.

A diferença entre a velocidade desejada e a velocidade real é o sinal de erro. O sinal de

controle (a quantidade de combustível) a ser aplicado ao motor é o sinal atuante. A entrada

externa para perturbar a variável controlada é a perturbação (distúrbio). Uma mudança

inesperada na carga é uma perturbação. Exemplos de controle em malhas aberta e fechada são

mostrados na Figura abaixo.

53

Page 54: Sensor Es

2.8.3. Ações básicas de controle

•Controladores de duas Posições ou Liga-Desliga (ON-OFF)

Este controlador compara o sinal de entrada com a realimentação, e se a saída

supera a entrada, desliga o atuador, se a realimentação for menor, liga o atuador.

As vantagens deste controlador são a simplicidade e o baixo custo, as

desvantagens são a contínua oscilação da saída entre os limites de atuação do controlador,

histerese, não garantindo precisão e podendo desgastar controlador e atuador pelo excesso de

partidas.

Exemplo de aplicação: Nos fornos elétricos e geladeiras, o calefator ou

compressor é controlado por um termostato, que é um controlador liga-desliga com par

bimetálico (um dos metais se dilata mais que o outro, vergando-se e abrindo o contato). Ao se

desligar, o ambiente faz a temperatura mudar algum tempo depois e o bimetálico retorna à

posição, fechando o contato e ligando o atuador. Outro exemplo pode ser visto na Figura

abaixo, onde a válvula será fechada (ou aberta), dependendo do nível medido pela bóia.

Controladores Proporcionais;

54

Page 55: Sensor Es

A saída é proporcional ao sinal de erro (diferença entre entrada e realimentação),

de modo que o atuador opera continuamente, com potência variável. O controlador é

simplesmente um amplificador.

Este sistema é ainda simples e de baixo custo, tendo uma precisão boa, mas nem

sempre é rápido, e pode se tornar instável, se o ganho for muito alto. Instabilidade é a situação

em que o controlador reage muito rápido, e a saída passa do valor na entrada sem que haja a

reversão da tendência, o que pode levar à saturação do amplificador ou à oscilação contínua

em torno do valor na entrada (geração de onda senoidal na saída, sem entrada).

Exemplo: Muitos dos sistemas de controle de velocidade de motores são

proporcionais, inclusive o controle de automóveis por um motorista.

Note que, sendo um amplificador do sinal de erro, sempre tem que haver um erro

após o transitório, período inicial durante o qual o controlador reage intensamente, para

manter acionado o atuador. É o erro de regime permanente, que é inversamente proporcional

ao ganho do controlador. O regime permanente é a fase após o transitório, durante o qual a

saída permanece quase estável (controlada). Este erro limita a precisão do controle

proporcional.

•Controladores Proporcional, Integral e Derivativo;

Ação Integral: A ação integral resumidamente atua no sistema de forma a anular o

erro em regime permanente.

Ação Derivativa: A ação derivativa atua no sistema de forma a obter um

controlador com alta sensibilidade. Este controle antecipa o erro atuante e inicia uma ação

corretiva.

É a combinação do integral com o integral. Isto se faz somando os sinais de saída

de um amplificador, um diferenciador e um integrador, todos eles com o sinal de erro aplicado

na entrada. Assim, tem-se um compromisso entre a velocidade de atuação, devida ao

diferenciador, e erro de regime nulo (precisão), devido ao integrador.

Este é o mais usado dos tipos de controle eletrônicos. Os parâmetros deste sistema

podem ser alterados ajustando-se os potenciômetros (que alteram as constantes de integração

e diferenciação), o que dá flexibilidade a estes sistemas analógicos somente superadas pelos

digitais.

55

Page 56: Sensor Es

3. Instrumentação Industrial

Os seres humanos têm uma necessidade forte de sentir, medir e testar coisas. A

habilidade e capacidade para mensurar o estado de equilíbrio e movimento de sólidos,

líquidos e gases e dos sistemas que eles constituem é extremamente importante para o

entendimento e utilização das coisas e recursos do mundo real. O estudo da ciência de

sensores e da instrumentação é, portanto, fundamental para permitir avanços nas ciências,

tecnologia e na indústria. No contexto da engenharia, a instrumentação permite

melhoramentos nos projetos de máquinas, equipamentos e processos graças a um

conhecimento mais detalhado e preciso dos diversos processos físicos. Este conhecimento

apurado permite um controle mais efetivo da produção possibilitando o uso mais racional da

energia e melhoria na qualidade dos produtos.

No contexto de Controle e Automação Industrial é freqüente o uso de análises

simplificadoras em que se considera a instrumentação, tanto sensores quanto atuadores, como

sendo componentes ideais e, portanto relegados como “adendos auxiliares” no projeto de um

sistema de controle. Entretanto, é importante ressaltar que a instrumentação é o elo de

conexão entre o controlador e o processo e, portanto deve ser abordada com a mesma

importância dada ao projeto de controladores e estratégias de controle. Nesse sentido, há uma

tendência moderna de se utilizar instrumentos com funções de validação, comercialmente

referidos como instrumentos inteligentes, que incorporam além de funções de comunicação

digital, mecanismos que visam robustecer as malhas de controle tais como: calibração

automática, detecção e compensação de falhas, rótulos digitais para identificação automática,

reconciliação de dados locais, etc.

O conhecimento de princípios e técnicas de medição, de conceitos associados aos

instrumentos de medida (e.g. caracterização estática e dinâmica, calibração), e de

procedimentos relacionados a segurança e instalação apropriada de instrumentos são

fundamentais para técnicos e engenheiros de projeto, operação e manutenção que almejam

obter sistemas de controle com bom desempenho, confiabilidade, e custos otimizados de

instalação, operação e manutenção.

56

Page 57: Sensor Es

3.1. Conceitos

Processo Industrial é uma seqüência de operações, executadas por equipamentos,

que transformam matéria prima em um produto final.

Existem sensores baseados em princípios físicos diversos que possibilitam medir

as variáveis de processo básicas, quais sejam, temperatura, pressão, vazão de fluido, e nível,

propriedades físicas tais como viscosidade, calor de combustão e densidade, e composições

( fração de moles, concentrações).

Para o bom desempenho e segurança de um sistema de controle de processo é

necessário que a medição dessas variáveis seja a mais precisa possível.

Sendo assim, a partir dos conceitos anteriores, pode-se definir a Instrumentação

Industrial como sendo o conjunto de equipamentos (sensores, transmissores e

hardware/software para procedimento de validação) que possibilitam a medição, monitoração

e controle de variáveis de processo, propriedades físicas e composições dentro de um

processo industrial.

•Monitoração: Algumas aplicações de instrumentos de medida tem a simples

função de monitoração da variável medida, ou seja, suas medidas não são utilizadas para

controle.

Medidores de consumo de gás, água e energia elétrica utilizados em residências,

são bons exemplos desta classe de aplicação. Mas mesmo alguns processos industrias ainda

utilizam medidores para funções exclusivas de monitoração. Isto acontece quando uma

estratégia de controle adequada ainda não está definida para o processo, ou quando a

aplicação de técnicas de controle e automação ainda não é muito usual na área.

•Análise Experimental de Engenharia: Refere-se às aplicações onde a medição

fornecida por algum instrumento tem uso destinado à uma análise pós-medição, para

determinação de algum parâmetro, modelo e/ou validação do mesmo [Doeblin, 1990].

•Controle de Processos: o caso mais clássico, com o qual engenheiros e técnicos

trabalham no dia a dia, relaciona-se à especificação de instrumentos de medida como

elementos de uma malha de controle.

Para qualquer classe de aplicação, a seleção de um instrumento de medida deve

ser criteriosa, responsável e adequada aos objetivos definidos para a aplicação. Mas esta tarefa

não é fácil. Ela demanda um amplo espectro de informações a respeito da instrumentação

57

Page 58: Sensor Es

comercial disponível e de suas características técnicas, que precisam ser especificadas de

acordo com as condições operacionais a serem impostas ao instrumento (tipo de instrumento e

span, por exemplo) e com as demandas do processo em relação à medição (precisão e tempo

de resposta, por exemplo). Em outras palavras, demanda-se um bom conhecimento do

trabalho a ser desempenhado pelo instrumento e das características de desempenho passíveis

de serem atingidas.

A Figura abaixo apresenta um diagrama com os principais elementos envolvidos

na medição e utilização de uma variável de processo. Nela são apresentados os elementos

funcionais da medição, que são:

• Sensor Primário: é o elemento que primeiro recebe a ENERGIA do meio onde a

medida é feita;

• Conversão de Energia: é nesse elemento que a variável medida é convertida em

outra de mais fácil manipulação, sem entretanto modificar o conteúdo da informação original;

• Manipulação da Variável: é o elemento que produz uma mudança no valor

numérico da variável preservando sua natureza física (amplificação de tensão, por exemplo);

• Transmissão da Informação: é o elemento que transfere a informação de um

ponto do instrumento a outro;

• Apresentação: é o elemento que converte a informação em uma forma

reconhecível por um dos sentidos do ser humano.

Transdutor Passivo: é aquele em que a energia de saída é quase que interiamente

fornecida pelo sinal de entrada; a energia de saída pode ser da mesma forma que a de entrada

ou poderá haver conversão de uma forma para outra. Um exemplo de transdutor passivo é o

manômetro tipo Bourdon, já que toda a energia usada para mover o tubo de Bourdon e o

ponteiro vem da fonte de sinal.

• Transdutor Ativo: é aquele que necessita de uma fonte auxiliar de energia que

fornece a maior parte da potência de saída, quando o sinal de entrada contribui com uma

porção insignificante.

58

Page 59: Sensor Es

3.2. Tipos de sinais em instrumentação

Analógicos - sinais "contínuos" que podem ser pneumáticos (padrão de

transmissão em pressão 3 a 15 psi) ou eletrônicos (padrão de transmissão em corrente, 4 a 20

mA e padrão de transmissão em tensão 1 a 5 Vcc). Outro tipo de sinal analógico bastante

usado é o sinal em mV, obtido em termopares.

Sinais discretos - são sinais que só assumem dois estados: verdadeiro ou falso,

aberto ou fechado.

Esses sinais são provenientes de chaves de campo (chave de nível, de pressão, de

temperatura, fim de curso), alarmes e sistemas de segurança.

Sinais digitais - sinais discretos são sinais oriundos de sinais analógicos em que

se faz uma discretização no tempo, ao passo que sinais digitais envolvem discretização no

tempo e na amplitude.

3.3. Características Estáticas dos Instrumentos

O desempenho estático dos instrumentos de medida pode ser caracterizado a partir

dos conceitos apresentados a seguir:

Calibração Estática: Operação que tem por objetivo levar o instrumento de

medição a uma condição de desempenho e ausência de erros sistemáticos, adequados ao seu

uso.

Faixa (Range): é a região entre os limites máximo e mínimo nos quais a

quantidade medida, recebida ou transmitida pode variar. Toda variável medida e todo

instrumento possuem um determinado range. Por exemplo, se um processo pode ter sua

pressão variada entre 200 e 300 psi (Pounds per Square Inch, libras por polegada quadrada)

deve-se requerer um instrumento que seja capaz de medir entre 100 e 400 psi. Isto é o

instrumento possui um range com limite inferior de 100 e superior de 400 psi. O range é

determinado pelos valores máximos e mínimos. Deve-se cuidar para que a especificação do

instrumento propicie que o mesmo opere em torno de 30% da sua faixa máxima para o valor

nominal da variável medida, evitando-se leituras no início e no final da escala onde a

confiabilidade da medida é inferior.

59

Page 60: Sensor Es

Exatidão (Accuracy): indica o quanto o sensor é capaz de indicar um valor

próximo do valor real. A exatidão é indica em termos da "inexatidão", por exemplo: ±2 % ou

+1% ou -3 %. Obs.: Não há sentido em se falar de exatidão de um instrumento isoladamente.

Deve-se levar em consideração o meio e as entradas (perturbações).

Precisão: é a medida da consistência do sensor e indica a sua repetibilidade, isto é

qual a capacidade do sensor em indicar o mesmo valor, estando nas mesmas condições de

operação, em um dado período de tempo.

Em geral, os instrumentos são especificados em termos de sua exatidão (accuracy)

e não da sua precisão. A especificação informa o valor da exatidão em termos de percentagem

em torno do valor exato (para mais ou para menos), isto é, informa o desvio que o

instrumento pode proporcionar.

Por exemplo, um sensor de nível com exatidão de 10 cm , pode ter sua medida na

faixa de ±10 cm em torno do valor real, isto é pode variar de 10 cm para mais ou para menos.

Neste caso, uma indicação de nível de 3 m pode significar qualquer nível entre 2,9 e 3,1 m.

Ao contrário, precisão não é indicada pelo fabricante e está sempre na mesma

direção, isto é o desvio será sempre para mais ou para menos. Um instrumento preciso pode

informar o valor errado, mas ele é consistente com essa informação. Logo o desvio provocado

por um dispositivo preciso pode ser removido.

Repetibilidade: é a medida da capacidade de um instrumento repetir a mesma

saída (medida) para um dado valor, quando a mesma entrada precisa é aplicada várias vezes.

Existem duas definições matemáticas possíveis para repetibilidade:

Zona Morta: é a faixa onde o sensor não consegue responder. Ela define o valor

necessário de variação do processo (da variável em medição) para que o medidor comece a

percebê-lo.

Tempo Morto: é o tempo necessário para que o sensor comece a responder a

alterações na variável medida (entrada).

Resolução: é menor mudança na entrada do sensor que irá resultar em uma

mudança na saída do mesmo. A resolução dá uma indicação de quão pequena uma variação

na entrada de energia pode ser percebida por um sensor.

Linearidade: pode ser especificada de várias formas. Uma maneira simples e

usual é especificar a linearidade da reta de calibração de um sensor, traçada a partir da

60

Page 61: Sensor Es

estimativa da melhor reta, pelo método dos mínimos quadrados, proveniente dos dados de

entrada e saída do tal sensor para toda a faixa de medição.

Histerese: o efeito da histerese é notado em instrumentos que possuem

comportamento diferente para entrada crescente em relação a entrada decrescente.

Carga do Instrumento: Um instrumento de medida (elemento primário) sempre

extrai alguma energia do meio onde encontra-se instalado realizando suas medições. Sem isto

seria impossível realizar a medição. Mas a grandeza medida é sempre perturbada pelo meio

ou pelo ato da medição, o que torna uma medida perfeita, teoricamente, impossível de ser

alcançada. Portanto, bons instrumentos devem ser projetados para minimizar este efeito. Este

efeito de carga do instrumento está associado à sua rigidez ou impedância de entrada.

61

Page 62: Sensor Es

4. Sensores de Pressão

4.1. Pressão

Pressão é definida como a força exercida por unidade de área.

No Sistema Internacional, a unidade de pressão é o Pa (pascal), que, por

definição, é igual a 1 newton por metro quadrado (N/m2).

A pressão fisiológica geralmente é expressa em milímetro de

mercúrio (mmHg) ou centímetro de água (cmH2O). Estas unidades pode

ser convertidas em pascal. Como pascal, Pa, é muito pequena para usar

para pressão fisiológica, o kPa (103Pa) é geralmente usada. A conversão

para mmHg e cmH2O para kPa é:

1 mmHg = 133.322 Pa = 0,133322 kPa

1 cmH2O = 98.0665 Pa = 0, 0980665 kPa

No sistema Inglês a unidade usada é a libra por polegada

quadrada, lb./pol2, psi.

Convertendo, temos: 1 psi = 6.895 kPa.

Outra unidade é a atmosfera (atm.), que é igual a: 1 atm =

101.325 kPa.

4.1.1. Classificação de Pressão

A pressão pode ser classificada em:

Relativa: Quando essa usa como referência a pressão

atmosférica. É utilizada para medir a pressão fisiológica.

Diferencial: Quando utiliza como referência uma pressão

diferente da atmosférica e do vácuo.

Absoluta: Quando a medição usa como referência o vácuo. É

geralmente utilizada para medir pressão atmosférica (barômetro). Sendo

que a Figura abaixo mostra essa classificação.

62

Page 63: Sensor Es

4.2. Princípio de medição da pressão

O princípio mais usado para a medição da pressão é feito através

de um manômetro de tubo em U que tem uma coluna de líquido cuja

densidade é conhecida. Esse processo é mostrado abaixo.

4.2.1. Manômetros em tubo U

Este tipo de manômetro está representado na Figura abaixo.

Pode ser utilizado para medir pressões relativas e pressões diferenciais. A

diferença de pressão entre os extremos A e B do manômetro é dada pela

Equação abaixo:

p2 – p1 = k.d.h

onde:

p 1 - pressão aplicada à extremidade A;

p2 - pressão aplicada à extremidade B;

d - densidade do líquido manométrico;

h - diferença entre as cotas das superfícies livres;

k - constante, dependente do sistema de unidades.

63

Page 64: Sensor Es

Devido a sua fragilidade e a gama de medida pouco elevada este

tipo de manômetro não é utilizado em aplicações industriais. No entanto

são utilizados com muita freqüência em laboratórios, como padrão para

aferição de sensores de pressão de outros tipos.

4.2.2. Manômetro de Bourdon

Este dispositivo, também conhecido como tubo de Bourdon, pode

assumir vários aspectos.

Na sua configuração clássica é constituído por um tubo em forma

de C, fechado numa das extremidades, e com secção aproximadamente

elíptica, como se representa na Figura abaixo.

64

Page 65: Sensor Es

Quando se aplica pressão ao seu interior o tubo deforma-se. O

tipo de material de que o Bourdon é construído depende da aplicação, em

particular da pressão máxima e da agressividade do meio. São muito

usados o aço inox, o bronze fosforoso e o cobre/berílio, devido às suas

características elásticas. A repetibilidade destes dispositivos é melhor do

que 0,1% do máximo de escala. Podem ser construídos para uma gama de

pressões muito ampla, desde pressões máximas de frações de atmosfera

até pressões máximas de 500 kg/cm2.

Nos indicadores de pressão clássicos e nos indicadores locais o

movimento do extremo do tubo é comunicado a um ponteiro indicador

(Figura abaixo). Para pressões baixas e para aumentar a sensibilidade do

Bourdon este é por vezes construído em espiral ou então em hélice. Para a

conversão do movimento do extremo do tubo de Bourdon num sinal

elétrico podem utilizar-se vários dispositivos como o potenciômetro, o

LVDT, extensômetros, etc. A Figura abaixo representa um Bourdon

associado a um LVDT.

65

Page 66: Sensor Es

4.3. Tipos de Transdutores de Pressão – Princípios e Constituição

Os transdutores são dispositivos que converte uma forma de

energia em outra forma de energia, enquanto o sensor converte um

parâmetro físico num sinal elétrico e o atuador converte um sinal elétrico

numa “saída física”. Existem vários princípios de funcionamento para os

transdutores de pressão, dentre eles podem-se citar os manômetros de

diafragma.

4.3.1. Manômetro de Diafragma

Este manômetro é constituído por um disco, fixo pela periferia, e

ao qual se aplica a pressão em um dos lados conforme ilustra a Figura

abaixo. A força resultante exercida sobre a superfície do disco provoca a

sua deformação, que é medida por qualquer dos métodos utilizados, por

exemplo, o Bourdon. Neste caso é muito freqüente, para medir a

deformação da membrana, a utilização do método da capacidade variável.

O disco deste manômetro pode ser completamente liso, totalmente

anelado, ou misto de anelado e liso como o indicado na Figura abaixo.

66

Page 67: Sensor Es

4.3.1.1. Distribuição das tensões mecânicas

No caso do disco ser liso e de espessura homogênea, quando

submetido a uma pressão constante, fica sujeito a dois tipos de tensões:

uma tensão tangencial de tração, igual nas duas faces do disco, e outra,

tensão radial, com sinal contrário entre as faces conforme ilustra a Figura

abaixo.

67

Page 68: Sensor Es

Para pequenas deformações, os valores das tensões tangencial e

radial apresentados na figura podem ser obtidos pelas Equações 1.2 e 1.3

respectivamente.

onde:

p- pressão que se exerce sobre o diagrama t- espessura do diafragmar- raio corrente, onde se verificam as tensões t e r. R0 – raio exterior (fixação)v- coeficiente de Poisson do material do diafragma Y- módulo de elasticidade.

A Figura mostrada acima, ilustra que a tensão tangencial é

sempre positiva enquanto que a tensão radial tem uma zona positiva e

outra negativa, portanto se anula para um determinado valor do raio do

disco.

4.3.2. Medição com balança de forças

Neste método de medida utilizando o diafragma, em vez de se

medir a sua deformação e relacioná-la com a pressão, impede-se que o

68

Page 69: Sensor Es

diafragma se deforme, pela aplicação de uma força contrária. É o

chamado método da balança de força. A força é diretamente gerada por

meio da corrente de saída do transmissor (4 a 20 mA) e o seu valor é tal

que equilibra a força devido à pressão, impedindo a deformação da

membrana. Este tipo de circuito tem a propriedade de ser linear, uma vez

que a força de reação é proporcional à corrente elétrica do transmissor.

4.3.3. Medição com extensômetro

A utilização de extensômetro para a medida da deformação do

disco deverá levar em conta a distribuição de tensões indicada atrás. A

Figura abaixo mostra um extensômetro de quatro elementos utilizado com

um destes discos.

Os extensômetros da zona exterior destinam-se à medida de

tensão radial e os interiores à medida da tensão tangencial. Os

extensômetros são ligados em ponte de Wheatstone, sendo os exteriores

os dos ramos 1-4 e 3-6 e os interiores os dos ramos 2-3 e 5-6. Com esta

montagem, que tem quatro extensômetros ativos, aumenta-se a

sensibilidade da ponte de Wheatstone e cancela-se o efeito da

temperatura sobre os extensômetros.

69

Page 70: Sensor Es

A relação entre a tensão de saída e a pressão é linear, com erro

inferior a 0,3% desde que a deformação do disco na zona central seja

inferior a 1/4 da espessura da membrana. Os discos são dimensionados

para obedecer a este critério.

A freqüência máxima que é possível medir com este manômetro

depende da dimensão dos elementos mecânicos, havendo sensores

capazes de funcionar desde 0 até 10 kHz.

4.3.3.1. O diafragma como selante

Muitas vezes os diafragmas, além de serem usados para a

medida da pressão, são destinados a efetuar a separação entre o meio no

qual se quer medir a pressão e o dispositivo de medida, conforme Figura

abaixo. Esta separação, isolamento ou selagem é conveniente quando se

pretende:

1. Separar o sensor de ataques químicos, corrosivos, tóxicos, ou

inflamáveis;

2. Evitar o contato do sensor com elementos viscosos ou que

possam solidificar junto dele (Bourdon, foles, etc.);

3. Proteger o sensor de temperaturas extremas;

4. Proteger o sensor de vibrações;

5. Ter facilidade, em determinados casos em efetuar a instalação.

70

Page 71: Sensor Es

Este tipo de diafragma é colocado junto ao processo do qual se

pretende medir a pressão. A sua deformação é transmitida por meio de

um tubo capilar, cheio de um líquido incompressível, a um sensor que se

encontra localizado a alguns metros de distância. A Figura acima (a)

representa um sensor de pressão diferencial, antes de instalado, com dois

diafragmas de selagem. Na Figura acima (b) o sensor diferencial tem

apenas um diafragma, tendo a segunda tomada de pressão uma

configuração normal. O tubo capilar que contém o líquido transmissor da

pressão encontra-se revestido por uma proteção mecânica helicoidal. O

diafragma apresentados na Figura acima (a) possui a forma de bolacha e

deverão ser apertados a uma tomada do processo flangeado apenas por

aperto do anel exterior, devendo haver o cuidado de não apertar

mecanicamente os diafragmas. A utilização de diafragmas de selagem

afeta o desempenho do sensor, diminuindo o seu tempo de resposta. Este

é tanto maior quanto maior o comprimento dos capilares e o diâmetro dos

diafragmas. Depende também do fluido capilar utilizado. Por esta razão,

na utilização de diafragmas deverá atender-se ao seguinte:

1. Utilizar um tubo capilar o mais curto possível. Os comprimentos

normais variam entre 30 cm e 15 m;

2. Selecionar os diafragmas de selagem de maior diâmetro possível;

71

Page 72: Sensor Es

3. No caso de sistemas com 2 diafragmas, utilizá-los do mesmo

tamanho, com o mesmo comprimento de tubo capilar e com o

mesmo líquido;

4. Para aplicações com pressões relativas negativas colocar o

transmissor a um nível inferior ao do diafragma;

5. Selecionar o líquido transmissor da pressão do capilar de acordo

com a aplicação;

6. Em instalações onde haja perigo de incêndio, nas indústrias

alimentar e farmacêutica e em locais onde as temperaturas sejam

elevadas, os fluidos capilares deverão ser cuidadosamente

selecionados. Os fabricantes do equipamento dispõem de tabelas de

seleção para este efeito.

4.3.4. Transdutor de pressão indutivo

O transdutor de pressão mais freqüentemente utilizado é o

transformador diferencial de núcleo variável, ou LVDT. Este sensor

consiste em uma bobina primária (bp), duas bobinas secundárias (bs1 e

bs2) ligadas em oposição de fase e um núcleo de ferro-doce disposto

simetricamente com relação às bobinas, conforme mostra a Figura abaixo.

Quando o sistema está em repouso, as tensões induzidas em bs1

e bs2 são idênticas, sendo a resultante V2 igual a zero. Quando há

pressão aplicada, ocorre o deslocamento do núcleo, provocando tensões

diferentes em bs1 e bs2 e conseqüentemente, V2 não será mais zero.

72

Page 73: Sensor Es

Estes sensores podem medir uma ampla faixa de pressão, porém são

sensíveis a vibrações e campos magnéticos. O sinal gerado é da ordem de

1,5 V, o que dispensa o uso de pré-amplificadores.

4.3.5. Transdutor de pressão capacitivo

Um sensor capacitivo é um condensador que exibe uma variação

do valor nominal da capacidade em função de uma grandeza não elétrica.

Uma vez que um condensador consiste basicamente num conjunto de

duas placas condutoras separadas por um dielétrico, as variações no valor

nominal da capacidade podem ser provocadas por redução da área e da

separação entre as placas, ou por variação da constante dielétrica do

material. Semelhantes aos sensores indutivos, porém para alterar as

condições físicas da região sensível, qualquer material pode ser usado, ao

contrário do que ocorre com os sensores indutivos, onde apenas objetos

metálicos podem provocar uma comutação eletrônica (chaveamento).

Alguns materiais usados em sensores capacitivos são: vidro, grãos, pó e

até líquidos, pois ao contrário de variar o campo magnético, o objeto

alterará a capacitância de placas que são adotadas como face sensível.

Atualmente existe uma grande variedade de aplicações que

utilizam sensores capacitivos, de forma discreta ou integrada. A detecção

da variação da capacidade é geralmente efetuada através da medição da

carga acumulada, por exemplo, através da aplicação de uma tensão

constante, ou então indiretamente através da variação da freqüência de

oscilação ou da forma de onda à saída de um circuito, do qual o sensor é

parte integrante.

Um método muito utilizado para a medição da deformação da

membrana, consiste em formar um condensador com uma das armaduras

ligadas à membrana. A deformação da membrana provoca uma variação

na capacidade do condensador, que é transformada numa variação de um

sinal elétrico (tensão ou corrente). A Figura abaixo representa

esquematicamente um manômetro de membrana deste tipo.

73

Page 74: Sensor Es

Outro sensor capacitivo bastante utilizada é a célula capacitiva, que mede a

diferença entre pressões aplicadas nos dois diafragmas. A distância entre o diafragma o sensor

e as placas do capacitor varia de acordo com a diferença entre as pressões aplicadas dos dois

lados da cerâmica porosa conforme mostra a Figura abaixo

4.3.6. Transdutor de pressão piezoresistivo

Dá-se o nome de "efeito piezoresistivo", à alteração da

resistência de um condutor elétrico sob carga. Este condutor pode ser um

fio ou, como é mais comum ser encontrado, um metal ou depositado em

uma placa de filme fino.

Este tipo de sensor também é conhecido por "strain gauge" e é

bastante utilizado em estruturas conhecidas como células de carga, para

74

Page 75: Sensor Es

medidas de peso. A configuração mostrada na Figura abaixo é chamada

de "ponte de Wheatstone" e fará com que o medidor ao centro deflexione

proporcionalmente a pressão aplicada no sensor.

Os resistores estão precisamente localizados sobre o diafragma

flexível para corresponder com a máxima tensão de compressão e

dilatação. Com base na direção relativa dos componentes da tensão

mecânica s, o efeito elétrico E, e a densidade de corrente elétrica j, os

seguintes efeitos podem ser distinguidos: efeito longitudinal, efeito transversal e

efeito de tensão perpendicular:

Um indicador da magnitude do efeito piezo do material

dependente do fator K, também conhecido como fator Gauge, o qual é a

constante de proporcionalidade entre a mudança relativa na resistência,

que é constante, e a mudança relativa no comprimento conforme Equação

abaixo:

O fator Gauge é dado pela Equação abaixo:

K = Õ . E

Onde Õ é a constante piezo e E o módulo de elasticidade. O fator

K é aproximadamente 2 para metais e 50 a 100 vezes maior para

semicondutores, dependendo do nível de dopagem.

Os materiais piezoresistivos são também feitos de material

semicondutor extrínseco, isto é, ao qual se adicionam impurezas de

75

Page 76: Sensor Es

determinado tipo para se obterem materiais do tipo P ou do tipo N, seus

valores de resistividade podem ser ajustados controlando a concentração

de impurezas adicionadas. Obtêm-se assim resistividades da ordem de

500 μΩ.m, isto é cerca de 30.000 vezes superiores à resistividade do

cobre, o que permite realizar sensores miniaturizados. O material

semicondutor é depositado por estampagem sobre o diafragma, e nele

são implantadas as resistências cujo valor e variação se pretende medir,

para determinar a deformação do diafragma e a conseqüente pressão que

sobre este se encontra aplicada. Este sistema é no seu princípio muito

semelhante ao que utiliza extensômetro, apenas a sensibilidade é muito

superior. Um circuito muito comum utilizado com este dispositivo continua

a ser a conhecida ponte de Weathstone.

4.3.6.1. Quatro piezoresistores ligados em ponte

Para atingir a máxima precisão na medição, quatro

piezoresistores podem ser conectados para formar um circuito em ponte

conforme mostra a Figura abaixo. A posição dos resistores individuais é

escolhida de acordo com a deflexão no diafragma. Dois resistores situados

em lados opostos aumentam a resistência, enquanto os outros dois

diminuem. Esta configuração propicia a vantagem de minimização dos

efeitos da variação de resistência versus a temperatura.

76

Page 77: Sensor Es

A variação da resistência com a deformação é pequena, enquanto a

variação com a temperatura pode ser grande.

Estas mudanças na resistência resultam em uma saída de tensão

de acordo com a Equação abaixo:

Vout= Vin x [R1(p)xR3(p) - R2(P)XR4(p)]/ [R1(p) +R2(p)]x[R3(p)+R4(p)]

Onde:

Vin é a tensão de entrada e Ri(p) a resistência dependente da

pressão conforme Equação abaixo.

Ri(p)=Ri + DRi(p)

A Equação acima pode ser simplificada para as Equações abaixo:

Vout=Vin x DR/R

DR/R = K x e(p)

Onde:

e é a deflexão mecânica e K um fator de proporcionalidade

conhecido como “fator gauge”. Para uma primeira aproximação, a função

e(p) é linear para pequenas deflexões no diafragma e representa a relação

entre a tensão de saída e a pressão.

Com uma maior deflexão do diafragma a não-linearidade

aumenta porque uma expansão comum dos quatro resistores é adicionada

à mudança na resistência. Isto significa que dois resistores aumentam e os

outros dois diminuem a resistência. Este efeito limita a obtenção do sinal

de saída para um máximo de erro de linearidade permitido.

4.3.7. Transdutor de pressão Piezoelétrico

Certos materiais cristalinos, como o quartzo e o titanato de bário,

quando submetidos a uma pressão p nas suas faces, ficam polarizados. Se

as faces onde se desenvolvem as cargas elétricas forem revestidas por

elétrodos, é possível efetuar a sua medição, como se indica na Figura

abaixo.

77

Page 78: Sensor Es

A relação entre a carga elétrica e a pressão aplicada ao cristal é praticamente linear e dada pelas Equações abaixo:

q = Sq Ap

onde:

p - pressão aplicada; A - área do elétrodo; Sq – sensibilidade;q - carga elétrica; C - capacidade do cristal; vo - tensão de saída.

A maior parte destes transdutores utilizam o quartzo como

material piezoelétrico, devido à sua grande estabilidade, eles podem ser

utilizados em temperaturas elevadas, pois suas características variam

pouco com a mesma. A sensibilidade do quartzo depende do corte que é

feito ao cristal, como se pode observar pela Tabela abaixo:

Material Orientação do corte Sensibilidade Sq (pC/N)Quartzo (SiO2) X comprimento 2,2Quartzo (SiO2) X espessura -2,0Quartzo (SiO2) Y espessura 4,4

Titanato de bário (Ba TiO3) Paralelo à polarização 130

78

Page 79: Sensor Es

A carga gerada tem valor muito baixo, necessitando de um

circuito de amplificação e condicionamento do sinal. Trata-se de um

circuito de alta impedância de entrada e que não pode ler a componente

contínua. Conseqüentemente, este sensor só pode ler pressões que

variam rapidamente, ou seja, pressões dinâmicas, não sendo possível

determinação de valor estático. A faixa de freqüências vai desde 0,0001

Hz a 10 kHz. Por vezes o valor apresentado para a freqüência inferior

permite considerar o sensor como podendo ler pressões estáticas, desde

que o intervalo de tempo de medida não seja muito elevado.

Estes dispositivos são muito utilizados para a medida de

pressões, possui alta estabilidade térmica e pode medir pressões desde 1

mbar até mais de 10 kbar. No entanto a freqüência mínima chega a ser de

uma fração de hertz de tal modo baixa que a constante de tempo

correspondente pode ser da ordem de grandeza de um mês.

Tensões de compressão e dilatação no cristal semicondutor,

mostrado na Figura 1.16, são usados para produzir mudanças na

resistência:

a) Tensões de compressão no cristal causam uma redução na

máxima energia e conseqüentemente no aumento do número de

portadores de carga na direção da força de compressão. Este aumento na

condutividade reflete na diminuição da resistência.

b) Tensões de dilatação causam um aumento na energia máxima e

conseqüentemente uma diminuição no número de portadores de carga na

direção da força dilatadora. Isto reflete no aumento da resistência.

79

Page 80: Sensor Es

A mudança de resistência causada por mudanças na geometria

tem significância secundária. O efeito primário é a mudança de

condutividade, dependente do esforço mecânico no cristal.

4.4. Aplicações

Os sensores de pressão podem ser utilizados em diversas áreas,

dentre elas podem-se destacar: automação industrial, robótica, medicina,

agricultura, meteorologia, linha automotiva, dentre outras. Serão

apresentada abaixo algumas aplicações, de forma resumidas, desses

sensores.

4.4.1. Na automação industrial.

Os transdutores e sensores de pressão industrial são dispositivos para medir a

pressão de fluidos, líquidos ou gasosos, em todas as aplicações usadas na indústria. A Figura

abaixo mostra um sensor de pressão utilizado na automação industrial.

4.4.2. Na área automotiva

80

Page 81: Sensor Es

Uma das aplicações na área automotiva, é no controle eletrônico

da suspensão do carro. Para isso são aferidos para abrir ou fechar o

contato interno após receber uma determinada faixa de pressão. Se o

interruptor e NA (Normalmente Aberto), após receber uma determinada

pressão, o contato interno fecha. Se ele e NF (Normalmente Fechado),

após receber a pressão, o contato abre. Na Tabela abaixo é apresentada

parte de um catálogo mostrando a faixa de calibração dos interruptores.

Sendo que nesta faixa que o interruptor passa de NA para NF ou vice-

versa.A Figura abaixo mostra o sensor da linha automotiva da Siemens.

bar kgf/cm2 psi atm

1 bar 1 1,019716 14,50377 0,9869233

1 kgf/cm2 0,980665 1 14,2234 0,9678711

1 psi 0,068947 0,070307 1 0,068046

1 atm 1,01325 1,033227 14,69595 1

4.4.3. Aplicação do sensor de pressão na medição do nível de líquidos

Este sensor se baseia no princípio de que conhecendo a pressão

no fundo de um reservatório e a densidade de um liquido podemos

calcular a altura da coluna do mesmo. Esse é um sensor de pressão

relativa que tem como características: média sensibilidade do diafragma e

alta robustez do corpo do mesmo. A compensação com a pressão

81

Page 82: Sensor Es

atmosférica é feita por meio de um duto de ar (conhecido como capilar)

até a superfície, para que a variação na pressão atmosférica não

influencie na pressão medida, relativa a coluna de água conforme mostra

a Figura.

4.4.4. Sensor de Umidade Relativa do ar

Uma das aplicações em que o sensor de pressão possuir grande importância é na

Meteorologia, como exemplo na medição da Umidade Relativa do ar. A medição da Umidade

Relativa (RH) é definida como a razão entre a pressão do vapor d’água ou teor do vapor

d’água e a pressão do vapor de saturação ou teor máximo de vapor na temperatura do ar ou

gás. A pressão do vapor de saturação no ar varia com a temperatura do ar, quanto mais alta a

temperatura, mais vapor d’água ela pode reter. Quando saturada, a umidade relativa do ar é de

100% RH. A Figura abaixo mostra o sensor de pressão usado para medição da umidade

relativa do ar da empresa Hobeco.

82

Page 83: Sensor Es

83

Page 84: Sensor Es

5. Sensores de Umidade

O número de moléculas de água no ar varia. Por exemplo, o ar é muito seco no

deserto e muito úmido nos trópicos.

A máxima umidade possível e a umidade efetivamente existente no ar em um

dado instante são definidas através das pressões do vapor de água.

O limite superior para a umidade que o ar pode armazenar a certa temperatura é

dado pelo valor da pressão de vapor de água saturada. Se o nível de umidade ultrapassar este

limite, há a condensação, formando-se gotículas de água. Diz-se que a umidade relativa é a

porcentagem desta quantidade máxima de umidade contida no ar. A Figura abaixo mostra a

curva de pressão de vapor de água saturada em função da temperatura.

Matematicamente, a umidade relativa é expressa como sendo a relação entre a

pressão parcial do vapor de água e a pressão do vapor de água saturada conforme a Equação

abaixo.

Em um sistema fechado, se a temperatura aumentar, a pressão do vapor saturado

aumentará e, conseqüentemente, a umidade relativa diminuirá. A umidade absoluta do ar, não

obstante o nível de saturação, é dada pela razão entre a massa de vapor de água pela massa de

ar seco considerado.

84

Page 85: Sensor Es

A Equação abaixo, conhecida como lei de Dalton, define a pressão total do ar

como sendo a soma das pressões parciais dos elementos que compõe o ar, somado à pressão

do vapor de água.

Ptotal = Pvapor d 'água + Poxigênio + Pnitrogênio + Poutros gases

A pressão parcial do vapor de água varia com a pressão total do ar, porém a

pressão de vapor de água saturado não. Se a pressão total do ar em um sistema fechado

aumentar, a umidade relativa também aumentará, pois o aumento da pressão parcial do vapor

de água é proporcional ao aumento da pressão total de acordo com a Equação. Contudo, a

pressão do vapor saturado permanece inalterada.

5.1. Medição de umidade

A umidade pode ser medida através da alteração que esta produz nas

características elétricas de componente inserido num circuito, podendo este componente ser

um cristal, resistor ou capacitor.

Classicamente, a umidade relativa é medida utilizando-se um psicrômetro. Este

aparelho é constituído por dois termômetros idênticos posicionados um ao lado do outro. Um

dos termômetros trabalha com o bulbo seco e o outro com o bulbo úmido. O termômetro de

bulbo úmido tem o bulbo coberto por uma malha porosa (geralmente de algodão), que fica

mergulhada num recipiente contendo água destilada. Devido ao efeito da capilaridade esta

malha fica constantemente úmida. A evaporação da água contida na malha envolvente retira

calor do bulbo, fazendo com que o termômetro de bulbo úmido indique uma temperatura mais

baixa do que a do outro termômetro, que indica a temperatura ambiente. Essa evaporação e a

redução na temperatura de bulbo úmido são tanto maior quanto mais seco estiver o ar

atmosférico. Consequentemente, se o ar atmosférico estiver saturado de vapor de água a

evaporação resultante será nula. Em geral, o termômetro de bulbo úmido deve estar submetido

a um fluxo de ar com velocidade maior que 3,33m/s para que o calor transferido por

convecção seja maior, em comparação ao transferido por radiação. Após obter os valores de

temperaturas do bulbo seco e úmido, para se determinar da UR e umidade absoluta, a maneira

mais conveniente é utilizar a carta psicrométrica. Nos transdutores de umidade a cristal,

85

Page 86: Sensor Es

utiliza-se quartzo revestido por material higroscópico (geralmente um polímero) operando em

um circuito oscilador. A massa do cristal é alterada pela quantidade de vapor de água no

revestimento, o que altera a freqüência de oscilação do cristal, sendo essa variação da

freqüência, a saída do elemento transdutor.

O método resistivo utiliza alumínio revestido por filme de óxido de alumínio. A

estrutura desse filme apresenta poros cujo preenchimento por gotículas de vapor de água

produz alteração do valor da resistência. A variação da resistência do material pode ser

medida através de um circuito em ponte. Os sensores resistivos possuem limitações de

funcionamento em ambientes onde ocorre condensação, não trabalhando em níveis da

umidade relativa abaixo de 20%. Além disto, não possuem a mesma estabilidade dos sensores

capacitivos.

O método capacitivo baseia-se na alteração das características do dielétrico pela

umidade. Utiliza-se como dielétrico, um polímero que absorve ou libera a água de maneira

proporcional à umidade relativa do ambiente. Apresenta assim, alteração de sua capacitância

que pode ser medida por um circuito eletrônico, possibilitando determinar o valor da umidade

relativa do ambiente. A Figura abaixo mostra um sensor de umidade e temperatura comercial.

86

Page 87: Sensor Es

6. Sensores de Temperatura

Medidas de temperatura com exatidão e boa precisão são requeridas em muitos

sistemas de instrumentação e controle de processos. Na maioria dos casos, devido às respostas

não lineares e a baixa amplitude nas saídas dos sensores, torna-se necessário condicionar o

sinal, amplificando-o e compensando as não linearidades, antes de qualquer outro

processamento adicional.

Atualmente, existe grande gama de transdutores de temperatura integrados a

ADCs de alta resolução para disponibilizar saída digital. A linearização e a calibração são

executadas de forma digital, reduzindo o custo e a complexidade de utilização destes

circuitos. Outros sensores de temperatura apresentam função de transferência não-linear.

Circuitos relativamente complexos são projetados para compensar estas não linearidades,

requerendo resistores de precisão e calibração manual para proporcionar a exatidão desejada.

Como existem vários métodos para medição de temperatura, é necessário avaliar

qual deles melhor atende ao projeto proposto. Para tal, a Tabela abaixo apresenta um

comparativo entre os sensores mais comuns de temperatura.

Comparação de características de transdutores de temperatura.

Fonte: Omega Enginnering, 2007.

87

Page 88: Sensor Es

6.1. O RTD

O sensor resistivo (Resistance Temperature Detector - RTD) é

bastante difundido, possibilitando medidas de temperatura com grande

precisão.

Os RTDs utilizam metais (platina, níquel e cobre) que apresentam uma

reprodutível alteração da resistência com a temperatura de acordo com a Equação abaixo.

Onde: Ro é a resistência a 0 ºC, αn é o coeficiente de temperatura (ºC -1) e T (ºC) é

a temperatura à qual o RTD se encontra submetido.

Segundo a Equação acima, a resistência elétrica do metal aumenta ou diminui

com o aumento ou redução da temperatura, respectivamente. A platina é o metal mais

utilizado devido a sua alta estabilidade, ser quimicamente inerte e por trabalhar em

temperaturas elevadas. A Figura 3.2 compara a taxa de variação da resistência entre os

diversos metais utilizados em RTDs em função da temperatura. Na Figura abaixo tem-se

exemplos de RTD’s comerciais.

Os PTC-100 (termorresistência de platina) são sensores mais usados

industrialmente devido a sua grande estabilidade e precisão. Convencionou-se chamá-la de

88

Page 89: Sensor Es

PT-100, fio de platina com 100Ω a 0ºC. Eles possuem alta precisão e excelente repetibilidade

de leitura.Esses sensores se baseiam no principio de variação da resistência em função de

temperatura. Elas aumentam a resistência com o aumento da temperatura. Sua faixa de

utilização padrão vai de –200 a 650ºC. Devido a essas características são utilizados em

diversos setores como: Laboratórios, Farmacêutica, Petroquímica, Alimentícia. Exemplos de

PT-100 é mostrado na figura abaixo.

6.2. Termopar

O princípio de funcionamento do termopar é baseado nos efeitos Thomson, Peltier

e Seebeck. O termopar consiste de dois metais diferentes unidos e mantidos em temperaturas

diferentes. Deve-se então manter uma junção a temperatura conhecida T1 (temperatura de

referência) e submeter a outra junção à temperatura T2 (temperatura de teste). Assim, mede-se

o valor da tensão de Seebeck para determinar a temperatura T2, conforme figura abaixo.

A maior dificuldade na utilização do termopar é a baixa tensão de saída, sendo

necessário amplificá-la. Requer compensação da junção fria, porém possui uma maior

linearidade quando comparado a outros sensores. Os metais mais comuns usados na

fabricação de termopares são: ferro, platina, ródio, tungstênio, cobre, liga de níquel com

alumínio, liga de níquel e cromo, liga de cobre e níquel.

89

Page 90: Sensor Es

Os termopares apresentam baixo custo, possuindo a maior faixa de operação entre

os sensores de temperatura. São freqüentemente utilizados para medir altas temperaturas (até

2300ºC) em ambientes hostis.

6.3. Termistor

Da mesma forma que os RTDs, os termistores são resistores sensíveis às variações

na temperatura, possuem baixo custo e são construídos de materiais semicondutores. Na

figura abaixo temos exemplos de termistores comerciais.

Esses materiais têm coeficiente positivo (PTC) ou negativo de temperatura

(NTC). Na Figura abaixo temos uma ilustração das curvas dos PTC e NTC.

O preço de um termistor PTC é cerca de 20% maior que um NTC, justificando-se

a maior utilização dos NTCs. Por outro lado, os PTCs possuem algumas vantagens, tais como

maior linearidade e sensibilidade, sendo mais apropriados quando se exige melhor resolução

na medição. A Figura abaixo mostra a resistência de um termistor NTC de 10 kΩ, em função

da temperatura. O termistor não é linear, mas pode ser linearizado na faixa de temperatura

desejada. No entanto, o termistor apresenta maior sensibilidade quando comparado com os

termopares e RTDs.

90

Page 91: Sensor Es

O diferencial do NTC é ser muito mais sensível a variações de temperatura,

comparado com outros sensores de resistência variável com a temperatura, como os RTDs e

os termopares. Porém, o fato de ser mais sensível faz com que se comporte de forma não

linear. A curva que define o comportamento da temperatura pela temperatura tem um

comportamento exponencial.

O termistor PTC é um resistor termicamente sensível, feito de material cerâmico

a base de titanato de bário. Sua resistência elétrica aumenta rapidamente com o aumento da

temperatura, depois que uma determinada temperatura (temperatura de referência ou de

transição) tenha sido ultrapassada.

Características Elétricas do Termistor PTC:

A relação resistência x temperatura em um termistor PTC pode ser considerada

em três partes distintas. A região abaixo de zero grau até Rmax apresenta coeficiente de

temperatura positivo atingindo valores tão altos quanto 200%/C. Acima de Rmax o

coeficiente de temperatura volta a assumir valores negativos.

Característica Tensão / Corrente

A curva (VxI) de um PTC é fortemente influenciada pelas condições de

dissipação de potência do componente assim como pelas condições ambientes. Normalmente

adota-se a temperatura de 25°C sob ar circulante para se levantar a curva (VxI) para o PTC.

91

Page 92: Sensor Es

Aplicações do PTC:

- Sensores de temperatura: Medindo a temperatura de equipamentos

- PTC de aquecimento: Utilizado em equipamentos de aquecimentos como

chapinhas para cabelos, desumidificador de papel.

-PTC de proteção de motores ou termostatos: Usado junto ao enrolamento das

bobinas dos motores indicando a temperatura para um relé de proteção.

- PTC para surto de corrente: Quando acontece um curto-circuito ou uma

condição de elevação de corrente, o PTC sofre uma transição para seu estado de alta

resistência ohmica limitando o fluxo de corrente no circuito, mantendo-o em nível de

operação normal.

6.4. Sensores integrados

Os sensores semicondutores integrados de temperatura são fabricados usando as

características de temperatura da junção pn. Esses sensores são largamente utilizados para

medida de temperatura dentro da faixa de -55°C a +150°C. Na figura abaixo tem-se exemplo

destes sensores.

Isto se deve, principalmente, à pequena dimensão, baixo custo e alta resolução.

Oferecem alta exatidão e linearidade, amplificando o sinal de saída para faixas mais

adequadas (por exemplo, 10m V/°C) ao seu processamento. Esses sensores são também

utilizados para compensação da junção fria em termopares.

A maioria destes sensores utiliza a relação entre a tensão base-emissor de um

transistor bipolar e a sua corrente de coletor conforme Equação abaixo.

92

Page 93: Sensor Es

Figura acima mostra um circuito usado como sensor de temperatura baseado na

relação entre a tensão base-emissor de um transistor bipolar e sua corrente de coletor.

Onde: k é constante de Boltzman, T é a temperatura absoluta, q é a carga do

elétron e Is é a corrente de saturação do transistor que depende, basicamente, da geometria e

da temperatura do transistor.

93

Page 94: Sensor Es

7. Sensores de Proximidade Capacitivos

Os sensores capacitivos permitem medir com grande precisão um grande número

de grandezas físicas, tais como a posição, o deslocamento, a velocidade e a aceleração linear

ou angular de um objeto; a umidade, a concentração de gases e o nível de líquidos ou sólidos;

a força, o torque, a pressão e a temperatura; mas também detectar a proximidade de objetos, a

presença de água e de pessoas, etc. Atualmente existe uma grande variedade de aplicações

que utilizam sensores capacitivos, de forma discreta ou integrada. Por exemplo, são bastante

comuns os sensores capacitivos de pressão, de aceleração, de fluxo de gases ou líquidos, de

umidade, de compostos químicos como o monóxido de carbono, dióxido de carbono, de

temperatura, de vácuo, de nível de líquidos, de força, de deslocamento, etc., uns detectando as

variações na espessura do dielétrico, outros na constante dielétrica. A detecção da variação da

capacidade é geralmente efetuada através da medição da carga acumulada, por exemplo,

através da aplicação de uma tensão constante, ou então indiretamente através da variação da

freqüência de oscilação ou da forma de onda da saída de um circuito, do qual o sensor é parte

integrante.

7.1. Vantagens dos sensores capacitivos de proximidade

- Não possui contato físico com o objeto a ser detectado.

- Cadências elevadas de funcionamento.

- Produto estático, sem peças móveis (a vida útil não depende do número de

manobras).

- Detecção de qualquer objeto independente do material ou da condutividade, tais

como: metais, minerais, madeira, plástico, vidro, papelão, couro, cerâmica, fluidos, etc.

7.2. Princípio de funcionamento

Um sensor de proximidade capacitivo é constituído basicamente de um oscilador,

cujo capacitor é formado por 2 eletrodos localizados na face sensora do produto. No ar (ε0=

1), a capacitância do capacitor é C0, dada pela Equação abaixo:

94

Page 95: Sensor Es

C0 = ε0 . A/d

Onde: A é a área das placas do capacitor, d a distância entre as placas.

Todo material com εr > 2 será detectado. Quando um objeto de qualquer material

(εr > 2) estiver próximo à face sensora, ele modifica o valor da capacitância (C1). Esta

variação da capacitância (C1>C0) provoca o acionamento do oscilador. Após a formatação,

um sinal de saída é liberado.

Na ausência de objeto εr = 1 (no ar), conforme mostrado na Figura abaixo.

Quando um objeto de qualquer material (εr> 2) estiver próximo à face sensora, ele

modifica o valor da capacitância (C1), conforme Figura abaixo. Esta variação na capacitância

(C1>C0) provoca o acionamento do oscilador.

7.3. Sensores embutíveis

Modelos cilíndricos (invólucro metálico) ou retangulares (invólucro plástico).

Utilizados para a detecção de materiais isolantes (madeira, plástico, papelão, vidro, etc). Na

Figura abaixo é mostrado o principio desse sensor. Esse tipo é recomendado quando:

-As distâncias de detecção são relativamente pequenas;

-As condições de montagem necessitam que o sensor seja embutido;

95

Page 96: Sensor Es

-Deve-se efetuar a detecção de um material não condutor através de uma parede

que não seja condutora (exemplo: detecção de vidro através de uma embalagem de papelão).

7.4. Sensores não embutíveis

Modelos cilíndricos (invólucro plástico).

Utilizados para a detecção de materiais condutores (metal, água, líquidos, etc). Este tipo é

recomendado para:

- A detecção de um material condutor a grandes distâncias;

- A detecção de um material condutor através de uma parede isolante;

- A detecção de um material não condutor colocado sobre ou diante de uma peça

metálica aterrada.

O principio básico deste sensor é mostrado na Figura abaixo.

96

Page 97: Sensor Es

7.5. Sensibilidade

A distância nominal é definida com uma placa quadrada de aço doce, com 1 mm

de espessura. A dimensão da lateral da placa é igual à dimensão da face sensora. Os sensores

cilíndricos e os retangulares geralmente possuem um potenciômetro de ajuste (20 voltas) que

permite ajustar a sensibilidade do sensor ao tipo de objeto a ser detectado, conforme Figura

abaixo. Uma regulagem nominal da sensibilidade é efetuada em fábrica. Dependendo da

aplicação, um ajuste da sensibilidade poderá ser necessário, a saber:

- aumento da sensibilidade para os objetos de fraca influência (εr baixo): papel,

papelão, vidro, plástico,

- manutenção ou diminuição da sensibilidade para os objetos de forte influência

(εr elevado): metais, líquidos.

Os sensores capacitivos geralmente possuem eletrodos de compensação, que

permitem eliminar as influências das variações do meio ambiente (umidade, poluição).

Entretanto, quando houver variações acentuadas do meio ambiente, deve-se tomar a

precaução de que o aumento da sensibilidade não coloque o produto em uma faixa crítica de

funcionamento. O aumento da sensibilidade corresponde a um alongamento da histerese de

comutação.

Elas dependem da constante dielétrica (εr) do material a ser detectado. Quanto

maior for o valor de εr, mais facilmente o material será detectado. A distância de

funcionamento depende do material do objeto a ser detectado:

St = Sn x Fc

St = distância de trabalho,

Sn = distância sensora nominal,

Fc = fator de correção relacionado ao material do objeto a ser detectado.

97

Page 98: Sensor Es

Exemplo: sensor XT1-M30PA372 para detectar um objeto de borracha com Sn =

10 mm, Fc = 0,3.

Distância de trabalho St = 10 x 0,3 = 3 mm

Na Tabela abaixo têm-se as constantes dielétricas(εr) e os fatores de correção

desse sensor para vários materiais.

Materialεr Fc

Materialεr Fc

Ar1 0 Mica 6...7 0,5 ... 0,6

Álcool 24 0,85 Nylon 4…5 0,5…0,6

Araldite 4 0,36 Papel 2…4 0,3…0,4

Acetona20

0,8 Parafina 2…2,5 0,2…0,3

Amoníaco 15…25 0,75…0,85 Plexiglass 3,2 0,2

Madeira seca 2…7 0,2…0,6 Resina de poliéster 2,8…8 0,3

Madeira úmida 10…30 0,7…0,9 Poliestireno 3 0,2…0,6

Borracha 2,5…3 0,3 Porcelana 5…7 0,3

Cimento (pó) 4 0,35 Leite em pó 3,5...4 0,4…0,5

Cereais 3…5 0,3…0,4 Areia 3...5 0,3...0,4

Água 80 1 Sal 6 0,5

Gasolina 2,2 0,2 Açúcar 3 0,3

Etileno glicol 38 0,95 Teflon 2 0,2

Farinha 2,5…3 0,2…0,3 Vaselina 2...3 0,2...0,3

Óleo 2,2 0,2 Vidro 3...10 0,3...0,7

98

Page 99: Sensor Es

7.6. Precauções de montagem

Para evitar uma interferência mútua entre os sensores deve-se respeitar, durante a

montagem, as distâncias indicadas nas precauções de colocação em funcionamento dos

produtos.

Os modelos cilíndricos embutíveis podem ser montados com a face sensora rente

à superfície do suporte.

Os modelos cilíndricos não embutíveis requerem um espaço livre em torno do

sensor.

7.7. Exemplo de aplicação

Chegada do recipiente: Uma esteira transportadora carrega os recipientes para o

enchimento. Os sensores 1 (para materiais isolantes) e 2 (para materiais condutores) estão

inoperantes, conforme Figura abaixo.

99

Page 100: Sensor Es

Enchimento do recipiente: Assim que o recipiente entra na zona de detecção do

sensor 1, começa a operação de enchimento. O sensor 2 permanece inoperante, conforme

Figura abaixo.

Parada de enchimento: O sensor 2 detecta o líquido no nível desejado e

interrompe o enchimento, conforme Figura abaixo.

100

Page 101: Sensor Es

8. Sensores de proximidade indutivos

Os sensores indutivos apresentados neste trabalho são sensores de aproximação.

Estes sensores são caracterizados por detectarem a presença de obstáculos metálicos a partir

da variação do fluxo magnético.

Para que estes sensores tenham um funcionamento correto, é necessário que se

tenha uma área, em volta do sensor, livre de qualquer material que causa interferência na

medida. Estes sensores são destinados a detecção de peças metálicas. Eles também podem ser

utilizados como sensores de fim de curso. Estes sensores são caracterizados pela freqüência

de comutação (maior número de vezes por segundo que a saída do sensor pode mudar de

estado) e pelo tipo de saída (normalmente aberto-NA: saída que se fecha sempre que um

objeto é detectado na área de detecção ativa; normalmente fechado-NF: saída que se abre

sempre que um objeto é detectado na área de detecção ativa; NPN; PNP).

Permitem detectar sem contato físico, objetos metálicos a uma distância variável

de 0 a 60mm.

8.1. Vantagens da detecção indutiva:

- Não possuem contato físico com o objeto, portanto estão sujeitos a um menor desgaste

- Cadências de funcionamento elevadas

- Tomada de informações de curta duração

- Boa resistência aos ambientes industriais (produtos robustos, inteiramente encapsulados em

resina)

- Aparelhos estáticos: sem peças em movimento no seu interior;

- Vida útil independente do número de manobras.

8.2. Princípio de funcionamento:

O sensor indutivo consiste de uma bobina sobre um núcleo de ferrite, um

oscilador, um circuito de disparo de sinais de comando e um circuito de saída, conforme

Figura abaixo.

101

Page 102: Sensor Es

Princípio de funcionamento:

Quando um objeto metálico penetra no campo, a perda de energia ocasionada

pelas correntes de fuga no objeto resulta numa amplitude de oscilação menor.

O circuito de disparo então reconhece esta mudança específica de amplitude e,

dependendo da magnitude da mudança, gera um sinal de comando para o circuito de saída.

O funcionamento do sensor (Figura abaixo) é obtido com um campo

eletromagnético constante, gerado na frente do sensor. Quando um objeto metálico (alvo),

ferroso ou não-ferroso, entra no campo eletromagnético formado, são induzidas no objeto

correntes de fuga. Estas correntes causam perdas na energia armazenada no campo. A

intensidade das perdas de energia é percebida pelo sensor.

A freqüência de comutação é a velocidade máxima com que o sensor entrega

pulsos individuais discretos quando o alvo entra e sai do campo de detecção.

Este valor é sempre dependente do tamanho do alvo, distância entre alvo e face

ativa, velocidade do alvo e tipo de sensor.

102

Page 103: Sensor Es

8.3. Tipos de saída

A saída dos sensores indutivos pode ser do tipo NA (normalmente aberta) ou NF

(normalmente fechada) ou complementares (NA+NF) conforme Figura abaixo.

Na Tabela abaixo tem-se o resumo das principais características de acionamento

das saídas dos sensores indutivos.

103

Page 104: Sensor Es

8.4. Aplicação

Pode-se usar um sensor indutivo para contar a velocidade de um motor. O sensor

indutivo comutará sua saída sempre que detectar a presença do anteparo metálico, conforme

Figura abaixo.

8.5. Precauções na montagem

Para um funcionamento adequado dos sensores indutivos deve-se respeitar certas

distâncias, conforme ilustrado nas Figuras abaixo.

Anteparo metálico

Potenciômetro de ajuste de Fr

Material não metálico

104

Page 105: Sensor Es

9. Sensores Ópticos

Os sensores ópticos são componentes eletrônicos de sinalização e comando que

executam detecção de qualquer material sem que haja contato mecânico entre eles. Esses

podem ser divididos em dois tipos, os infravermelhos ativos e os passivos.

9.1. Vantagens dos sensores ópticos:

- não requerem sinal de referência

- monitoramento remoto (10 - 1000 m)

- monitoramento contínuo

- medidas em lugares de difícil acesso

- imunes à interferências eletromagnéticas

9.2. Sensores passivos

Os sensores são ditos passivos quando estes possuem apenas receptores, ou seja,

eles não emitem ondas infravermelhas, apenas detectam a movimentação destas nas suas áreas

de atuação. Ao se detectar um sinal infravermelho, este geralmente é transformado numa

variação de tensão ou de corrente e é interpretado por um circuito eletrônico. Seu uso é

recomendável principalmente em ambientes fechados, pois a faixa de operação efetiva destes

sensores é inferior a dos ativos, e raramente ultrapassa 20 metros. Esse é utilizado

principalmente para alarmes de intrusão, pois detecta o calor humano a uma distância

razoável (15 a 20m), vide Figura abaixo.

105

Page 106: Sensor Es

9.3. Sensores ativos

Dentro dos infravermelhos ativos, podem-se caracterizar três grupos principais, de

acordo com o seu princípio de funcionamento:

• sistema por barreira (ópticas alinhadas);

• sistema por reflexão;

• sistema por retroreflexão.

Um sensor é dito ativo quando este possui um emissor, por onde é emitida uma

onda infravermelha, esta invisível à visão humana, e por um receptor que detecta esta onda.

Sua utilização é recomendada tanto para ambientes internos como para ambiente externos,

pois possuem uma faixa de operação considerável (podem detectar objetos a mais de 100

metros de distância).

9.3.1. Sensores de barreira

Dentro dos infravermelhos ativos, temos aqueles que funcionam no sistema por

barreira, onde o elemento transmissor de irradiação infravermelha é alinhado frontalmente a

um receptor infravermelho, a uma distância pré-determinada para cada tipo de sensor. Se

ocorrer alguma interrupção desta irradiação, ocorrerá um chaveamento eletrônico, pois não

haverá sinal recebido pelo receptor. Um esquema de um sensor por barreira é mostrado na

Figura abaixo.

9.3.2. Sensores de reflexão

Os sistemas por difusão e por reflexão caracterizam-se pelos emissores e

receptores estarem dispostos lado a lado em um mesmo conjunto óptico.

106

Page 107: Sensor Es

Nos sistemas por difusão o emissor e o receptor são montados num mesmo

dispositivo. Os raios infravermelhos emitidos pelo emissor incidem diretamente sobre um

objeto, o qual retorna um feixe de luz em direção ao receptor.

De acordo com o tempo de resposta, determina-se à distância na qual o objeto está

disposto e então ocorre um chaveamento eletrônico correspondente. Um esquema é mostrado

na Figura abaixo.

9.3.3. Sensores de retrorreflexão

No sistema por retrorreflexão, os raios infravermelhos são emitidos em direção a

um espelho prismático. Neste caso, o chaveamento ocorrerá quando se retirar o espelho ou

quando se interromper a barreira dos raios infravermelhos entre o sensor e o espelho com um

objeto ou corpo de qualquer natureza, fazendo com que o receptor não receba mais um sinal

Este esquema é mostrado na Figura abaixo.

107

Page 108: Sensor Es

9.4. Aplicações

- contagem de números de objetos;

- detecção de presença;

- posicionamento de objetos;

Nas Figuras são apresentados exemplos dessas aplicações.

108

Page 109: Sensor Es

10. Sensores Ultra-sônicos

Os sensores ultra-sônicos de movimento ativam um cristal de quartzo, que emitem

ondas ultra-sônicas através do espaço. A unidade detecta então a freqüência das ondas

refletidas. Se houver movimento a freqüência da onda deslizará ligeiramente (efeito Doppler).

Os sensores ultra-sônicos funcionam a freqüências que estão acima da sensibilidade humana

(20 kHz). As freqüências de funcionamento típicas são de 25, 30 e 40 kHz. Os sensores ultra-

sônicos assim como os sensores capacitivos, indutivos e ópticos podem sem usados para

detecção de movimento. Os sensores ultra-sônicos de movimento ativam um cristal de

quartzo, que emite ondas ultra-sônicas através do espaço.

As ondas de ultra-sons cobrem toda a área de uma forma contínua: não existem

buracos ou vazios no padrão de cobertura.

Por este motivo, os sensores de ultra-sons são um pouco mais sensíveis ao

movimento. Por exemplo, o movimento de uma mão pode ser detectado a uma distância de

7.5 m, o movimento dos braços e parte superior do tronco podem ser detectados a uma

distância de 9 m, e o movimento do corpo inteiro pode ser detectado a mais de 12 m. A gama

de sensibilidade de diferentes produtos varia de forma significativa.

As variáveis que podem efetuar a operação de um sensor ultra-sônico: ângulo de

superfície do objeto, rugosidade da superfície, mudanças de temperatura ou umidade do ar. Os

objetos podem ter qualquer forma reflexiva, inclusive redonda.

A Figura abaixo mostra o padrão de detecção de um sensor ultra-sônico. As ondas

de ultra-sons cobrem toda a área de uma forma contínua: não existem buracos ou vazios no

padrão de cobertura.

As aplicações são praticamente as dos sensores ópticos, no entanto esses sensores

não podem ser percebidos, não sendo detectado pelos intrusos.

109

Page 110: Sensor Es

Exemplos de sensores ultra-sônicos comerciais são mostrados na Figura abaixo.

110

Page 111: Sensor Es

11. Sensores de vazão

Líquidos, vapores e gases em movimento, podem ser medidos com relação a sua

vazão e volume.

Vazões são volumes determinados por unidade de tempo e podem ser medidas na

forma de vazões volumétricas ( m3/h ; L/min ) , ou vazões mássicas ( ton/h ; kg/min ).

Medição de Vazão

A vazão de um fluido é a quantidade de material que flui por um determinado

local na unidade do tempo. Pode-se medir a vazão instantânea ou a vazão média do material

que está escoando, podendo-se ainda estabelecer as condições de pressão e temperatura em

que a medição da vazão foi feita.

Vazão em Volume ou Volumétrica - (Q)

A vazão em volume é dada pela relação entre o volume escoado V e o tempo t que

esse volume levou para escoar: A velocidade de escoamento v do fluido em uma distância h é

dada por:

v = h / t

No mesmo tempo t que o fluido levou para se deslocar, o volume V do fluido que

passou preenche toda a parte do conduto e é dado por:

V = A.h

fazendo t = h / v, temos:

Q = V / t ; Q = (A.h) / (h / v) ; então Q = A.v , ou seja, a vazão em volume é igual

ao produto da área de seção transversal do conduto pela velocidade de deslocamento do fluido

dentro desse conduto.

Vazão em Massa ou Mássica - (W)

A vazão em massa é dada pela relação entre a massa escoada m e o tempo t que

essa massa levou para escoar:

W = m / t

Como a massa específica ρ é a relação entre a massa m e o volume V, temos:

ρ = m / V e m = ρ .V ; então W = ρ.V / t ; como V / t = Q, temos:

Page 112: Sensor Es

W = ρ.Q

Regimes de escoamento de fluidos em tubulações / Regime Laminar e Regime Turbulento

O escoamento de um fluido numa tubulação pode ser caracterizado por um dos

seguintes regimes: o laminar e o turbulento.

Número de Reynolds (Re)

O escoamento em um tubo depende de quatro variáveis, elas são combinadas em

um valor numérico adimensional conhecido como número de Reynolds. O número de

Reynolds de uma instalação é dado por:

Re = v D ρ / μ

Onde:

v = velocidade de escoamento.

D = diâmetro da tubulação

ρ = densidade

μ = viscosidade absoluta

Se a instalação apresentar Re < 2300, o escoamento será laminar; se Re > 4000, o

escoamento será turbulento; se 2300 < Re < 4000, então o escoamento será uma transição

entre o regime laminar e o regime turbulento.

Distribuição de velocidades

Nas medições de vazões na indústria o regime de escoamento na maioria dos

casos é turbulento. O regime turbulento é caracterizado por um perfil de velocidades mais

uniforme que o perfil correspondente ao regime laminar.

Viscosidade

A viscosidade e uma característica das mais importantes dos fluidos já que

interfere diretamente no regime de escoamento do mesmo.

112

Page 113: Sensor Es

Viscosidade absoluta

A viscosidade pode ser definida como sendo a resistência que o fluido oferece ao

deslocamento de suas partículas em relação umas as outras.

Viscosidade Cinemática

A viscosidade cinemática ν de um fluido é a relação entre a viscosidade absoluta μ

e a massa específica do fluido ρ , à mesma temperatura:

ν = μ / ρ

No sistema internacional (SI) a unidade é o metro quadrado por segundo ( m²/ s).

No sistema CGS, a unidade é o stokes. 1 stokes = 1 cm² / s . O centistokes ( cSt ) é a unidade

usada geralmente para líquidos derivados do petróleo: 1 cSt = 10-6 m² / s.

11.1. Medidores de vazão por pressão diferencial

Para se medir a vazão de um fluido por pressão diferencial, são necessários dois

dispositivos:

a) Um elemento primário capaz de provocar uma perda de pressão no fluido;

b) Um medidor (geralmente transmissor) de pressão diferencial capaz de medir

essa perda de pressão.

Podem ser usados instrumentos tais como: manômetros em U, de foles opostos, de

diafragmas, ou transmissores por equilíbrio de forças, sejam estes eletrônicos ou pneumáticos,

etc.

A perda de pressão na linha é causada principalmente pelo aquecimento e ruído

que dissipam parte da energia inicial da linha, isto é, à montante. Os elementos primários de

medição de pressão diferencial mais usados são:

a) Placas de Orifício;

b) Tubos de Venturi;

c) Tubo Pitot;

d) Bocais.

113

Page 114: Sensor Es

11.1.1. Placas de Orifício

O tipo mais comum consiste numa chapa fina com um furo circular. Três tipos

padrões são conhecidos. A mais utilizada é a placa com furo circular concêntrico com a linha

central do tubo. Do lado da entrada do fluido a borda do furo deve ser em ângulo reto e do

outro lado deve se chanfrada 45º. Outro tipo de placa é a excêntrica, geralmente usada para

fluidos contendo material pesado. A placa com furo segmentado é empregada para fluidos

contendo sólidos em suspensão.

Tipos de placa de orifício:

a) orifício concêntrico; b) orifício excêntrico; c) orifício segmentado.

A placa é colocada entre flanges e as tomadas de pressão podem ser feitas nos

flanges, nos tubos (2 1/2D e 8D, antes e depois da placa, D = diâmetro interno do tubo), ou na

"vena contracta"(veia contraída), onde a tomada de alta pressão é feita.

Na figura a seguir, podemos observar a variação de pressão do fluido ao longo da

tubulação, nas proximidades de um elemento deprimogênio de uma placa de orifício.

114

Page 115: Sensor Es

11.1.2. Tubo Venturi

Como se vê na Figura abaixo, um tubo Venturi combina, em uma só unidade, um

estrangulamento na seção do tubo entre duas ligações para a medida da pressão diferencial.

Consta de três partes: uma seção cônica de entrada com diâmetro decrescente, uma seção

paralela central e uma seção cônica de saída, com diâmetro crescente. É geralmente usado na

medição de líquidos com sólidos em suspensão ou quando se requer uma pequena perda de

pressão na linha. A tomada de alta pressão é colocada meio diâmetro a montante do cone de

entrada e a de baixa no meio da seção central.

11.1.3. Tubo Pitot

Este instrumento mede a diferença entre a pressão estática e a pressão total dada

pela soma da pressão estática e aquela devida a velocidade do fluido. Um tubo Pitot possui

duas aberturas para a medição das pressões, uma perpendicular ao eixo do fluxo, sendo esta a

tomada de baixa pressão e a outra, com frente para o fluido, fornecendo o ponto de impacto é

a tomada de alta.

A diferença entre pressão total e a pressão estática da linha nos dará a pressão

dinâmica, a qual é proporcional ao quadrado da velocidade.

115

Page 116: Sensor Es

Bocais

Situada na tubulação com duas tomadas, conforme Figura abaixo, permite a

medição de vazões 60% superiores as de placa de orifício nas mesmas condições de serviço.

A sua perda de carga é 30% a 80% da pressão diferencial. Sua principal aplicação

é na medição de vapor com alta velocidade e fluidos que arrastam sólidos em pequena

quantidade.

_____

__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

116

Page 117: Sensor Es

________________________________________

11.1.4. Medidor de Área Variável

Um rotâmetro possui um flutuador colocado dentro de um tubo de diâmetro

variável, geralmente de vidro. O lado do diâmetro menor está na parte inferior e é a entrada do

fluido. O flutuador alcança uma posição de equilíbrio que é proporcional ao escoamento

quando a força ascendente do fluido, passando pelo espaço anular, torna-se igual ao peso

(força descendente) do flutuador. A vazão pode ser lida diretamente em uma escala graduada.

____

______ __________________________________________

117

Page 118: Sensor Es

__________________________________________________________

Existem vários tipos de flutuadores. Por exemplo:

11.1.5. Medidores tipo turbina

A turbina é um instrumento de excelente precisão, mas de confiabilidade limitada.

A turbina propriamente dita, peça móvel principal, está numa seção de passagem do fluido.

Este pode ser gás ou líquido, mas precisa ser limpo. Os sólidos em suspensão podem interferir

na livre rotação da turbina.

Existem dois tipos de turbina: as mecânicas e as eletrônicas. Nas turbinas

mecânicas existe a transmissão de movimento através da utilização de engrenagens de

precisão. Nas turbinas eletrônicas são usados pick-off , sensores de passagem das paletas de

turbinas.

118

Page 119: Sensor Es

11.1.6. Magnéticos

Consiste na aplicação da lei de FARADAY, em que o condutor móvel é o próprio

fluido que, colocado num campo magnético, provoca a geração de uma diferença de potencial

proporcional à velocidade média do fluido. A grande limitação de seu uso é que o fluido

medido precisa ser líquido e ligeiramente condutor de eletricidade, o que elimina os

hidrocarbonetos. Na Figura abaixo tem-se um esquema que ilustra o funcionamento deste

sensor.

11.1.7. Ultra-sônicos

Podem ser intrusivos, isto é, o feixe de ultra-som é emitido e recebido através de

furos na tubulação, podem ser também não intrusivos fazendo-se a medição por auscultação.

Nos medidores de tempo de trânsito, o medidor não pode conter partículas

estranhas. Um transdutor emissor/detector de ultra-som é fixado de cada lado do tubo,

formando com o eixo da tubulação um certo ângulo. Os transdutores transmitem e recebem,

alternativamente, um trem de ondas ultra-sônicas de pequena duração.

O tempo de duração de transmissão é levemente inferior quando a emissão é

orientada para jusante, e levemente superior quando orientada para montante. As diferenças

de tempo de trânsito servem de base para a medição de velocidade média do fluido na seção

considerada.

119

Page 120: Sensor Es

Nos medidores de efeito DOPPLER, são impurezas, partículas ou

descontinuidades do fluido que refletem as ondas sonoras. Os transdutores emissores projetam

um feixe contínuo de ultra-som na faixa de centenas de Hertz. Os ultra-sons refletidos por

partículas veiculadas pelo fluido têm sua freqüência alterada proporcionalmente à

componente da velocidade das partículas na direção do feixe.

A influência da concentração de partículas do fluido medido afeta sobremaneira a

medição de vazão. O resultado é uma medição de velocidade de determinada parcela da seção

de escoamento, nem sempre numa relação constante com a vazão. Exemplo de aplicação deste

sensor é mostrado na Figura abaixo.

11.1.8. Medidores tipo vórtices

Vórtices ou turbilhões aparecem quando se introduz um obstáculo ou quando se

provoca uma determinada mudança de direção no escoamento de um fluido. Nos medidores

de vórtice, uma barra de formato adequado é colocada transversalmente ao tubo. A partir de

uma certa velocidade, os turbilhões começarão a se formar alternadamente de cada lado da

barra.

120

Page 121: Sensor Es

_

________________A uma determinada realização corresponde um certo número de Strouhal (S),

função de freqüência de sucessão de dos turbilhões(f), do obstáculo (D) e da velocidade do

fluido (V). Sendo S uma constante e D fixada pelas dimensões do sensor, a freqüência de

sucessão dos turbilhões é diretamente proporcional à velocidade do fluido. A detecção dos

turbilhões pode ser feita por sensores térmicos, extensométricos ou eletromecânicos.

11.1.9. Medidores tipo CORIOLIS

Estes medidores possuem uma grande aplicação nas indústrias química, petróleo,

papel, alimentícia, farmacêutica, etc..., e sua medição é independente das variáveis de

processo tais como: densidade, viscosidade, condutibilidade, pressão, temperatura, perfil do

fluido.

Um medidor CORIOLIS, possui dois componentes : tubos de sensores de medição

e transmissor. Os tubos de medição são submetidos a uma oscilação e ficam vibrando na sua

própria freqüência natural à baixa amplitude, quase imperceptível a olho nu.

O efeito Coriolis se manifesta toda vez que um corpo se movimenta sobre um

sistema em movimento, isto é, quando um fluido qualquer é introduzido no tubo em vibração,

causa uma deformação no tubo em forma de uma torção, que é captada por meio de sensores

magnéticos que geram uma tensão em formato de ondas senoidais.

O sensor consiste basicamente de um par de tubos, convenientemente dobrados

montados em paralelo e conectados à linha percorrida pelo fluido a ser medido através de um

bloco de conexão.

121

Page 122: Sensor Es

Na entrada do bloco de conexão, o fluxo principal é separado em dois fluxos

parciais paralelos, que se deslocam uniformemente através do par de tubos, e quase se juntam

novamente na saída.

Os tubos, juntamente com as duas hastes e as barras de torção, formam um

sistema capaz de oscilar, quando for eletronicamente excitado através de bobinas, com uma

freqüência natural de vibração, como se fosse um diapasão. Nas extremidades dos

semicírculos formados pelos tubos, existem duas bobinas de indução, estas bobinas

convertem a oscilação mecânica induzida no sistema em oscilação elétrica gerando duas

ondas senoidais proporcionais à velocidade angular de um tubo em relação ao outro.

O transmissor é composto de um circuito eletrônico que gera um sinal para os

tubos de vazão, alimenta e recebe o sinal de medida, propiciando saídas analógicas de 4 à 20

mA, de freqüência ( 0 à 10 kHz ) e até digital RS 232 e/ou RS 485. Estas saídas são enviadas

para instrumentos receptores que controlam bateladas, indicam vazão instantânea e totalizada

ou para CLP’s, SDCD’s, etc...

122

Page 123: Sensor Es

12. Sensores de Nível

Nível é a altura do conteúdo de um reservatório que pode ser sólido ou líquido.

Trata-se de uma das principais variáveis utilizadas em controle de processos contínuos, pois

através de sua medição torna-se possível:

a) Avaliar o volume estocado de materiais em tanques de armazenamento.

b) Balanço de materiais de processos contínuos onde existam volumes líquidos ou

sólidos de acumulação temporária, reações, mistura, etc.

c) Segurança e controle de alguns processos onde o nível do produto não pode

ultrapassar determinados limites.

12.1. Métodos de Medição de Nível de Líquido

Os três tipos básicos de medição de nível são:

a) direto b) indireto c) descontínuo

12.1.1. Medição Direta

É a medição que tomamos como referência a posição do plano superior da

substância medida. Neste tipo de medição podemos utilizar réguas ou gabaritos, visores de

nível, bóia ou flutuador.

12.1.1.1. Régua ou Gabarito

Consiste em uma régua graduada a qual tem um comprimento conveniente para

ser introduzida dentro do reservatório a ser medido.

123

Page 124: Sensor Es

A determinação do nível se efetuará através da leitura direta do comprimento

molhado na régua pelo líquido.

12.1.1.2. Visores de Nível

Este medidor usa o princípio dos vasos comunicantes, o nível é observado por um

visor de vidro especial, podendo haver uma escala graduada acompanhando o visor.

Esta medição é feita em tanques abertos e tanques fechados.

12.1.1.3. Bóia ou Flutuador

124

Page 125: Sensor Es

Consiste numa bóia presa a um cabo que tem sua extremidade ligada a um

contrapeso. No contrapeso está fixo um ponteiro que indicará diretamente o nível em uma

escala.

Esta medição é normalmente encontrada em tanques abertos.

12.1.2. Medição de Nível Indireta

Neste tipo de medição o nível é medido indiretamente em função de grandezas

físicas como : pressão, empuxo , radiação e propriedades elétricas.

12.1.2.1. Medição de Nível por Pressão Hidrostática (pressão diferencial)

Neste tipo de medição usamos a pressão exercida pela altura da coluna líquida,

para medirmos indiretamente o nível, como mostra abaixo o Teorema de Stevin:

P = γ.h

Onde:

P = Pressão em mm H2O ou polegada H2O

h = nível em mm ou em polegadas

γ = densidade relativa do líquido na temperatura ambiente.

125

Page 126: Sensor Es

Essa técnica permite que a medição seja feita independente do formato do tanque

seja ele aberto ou pressurizado.

12.1.2.2. Medição por Pressão Diferencial em Tanques Pressurizados.

Neste tipo de medição, a tubulação de impulso da parte de baixo do tanque é

conectada à câmara de alta pressão do transmissor de nível. A pressão atuante na câmara de

alta é a soma da pressão exercida sob a superfície do líquido e a pressão exercida pela coluna

de líquido no fundo do reservatório. A câmara de baixa pressão do transmissor de nível, é

conectada na tubulação de impulso da parte de cima do tanque onde mede somente a pressão

exercida sob a superfície do liquido.

12.1.2.3. Supressão de Zero

Para maior facilidade de manutenção e acesso ao instrumento, muitas vezes o

transmissor é instalado abaixo do tanque. Outras vezes a falta de plataforma fixadora em torno

126

Page 127: Sensor Es

de um tanque elevado resulta na instalação de um instrumento em um plano situado em nível

inferior à tomada de alta pressão.

Em ambos os casos, uma coluna líquida se formará com a altura do líquido dentro

da tomada de impulso, se o problema não for contornado, o transmissor indicaria um nível

superior ao real.

12.1.2.4. Elevação de Zero

Quando o fluido do processo possuir alta viscosidade, ou quando o fluído se

condensa nas tubulações de impulso, ou ainda no caso do fluído ser corrosivo, devemos

utilizar um sistema de selagem nas tubulações de impulso, das câmaras de baixa e alta pressão

do transmissor de nível. Selam-se então ambas as tubulações de impulso, bem como as

câmaras do instrumento.

Na figura abaixo, apresenta-se um sistema de medição de nível com selagem, no

qual deve ser feita a elevação, que consiste em anular-se a pressão da coluna líquida na

tubulação de impulso da câmara de baixa pressão do transmissor de nível.

127

Page 128: Sensor Es

12.1.2.5. Medição de Nível com Borbulhador

Com o sistema de borbulhador podemos detectar o nível de líquidos viscosos,

corrosivos, bem como de quaisquer líquidos à distância. Neste sistema necessitamos de um

suprimento de ar ou gás e uma pressão ligeiramente superior à máxima pressão hidrostática

exercida pelo líquido. Este valor normalmente é ajustado para aproximadamente 20% a mais

que a máxima pressão hidrostática exercida pelo líquido. O sistema borbulhador engloba uma

válvula agulha, um recipiente com líquido na qual o ar ou gás passará pelo mesmo e um

indicador de pressão.

Ajustamos a vazão de ar ou gás até que se observe a formação de bolhas em

pequenas quantidades. Um tubo levará esta vazão de ar ou gás até o fundo do vaso a qual

queremos medir seu nível, teremos então um borbulhamento bem sensível de ar ou gás no

líquido o qual queremos medir o nível. Na tubulação pela qual fluirá o ar ou gás, instalamos

um indicador de pressão que indicará um valor equivalente a pressão devido ao peso da

coluna líquida. Nota-se que teremos condições de instalar o medidor a distância.

128

Page 129: Sensor Es

12.1.2.6. Medição de Nível por Empuxo

Baseia-se no princípio de Arquimedes: “Todo o corpo mergulhado em um fluido

sofre a ação de uma força vertical dirigida de baixo para cima igual ao peso do volume do

fluído deslocado.”

A esta força exercida pelo fluído do corpo nele submerso ou flutuante chamamos

de empuxo.

E = V . γ

onde:

E = empuxo

V = volume deslocado

γ = peso específico do líquido

Baseado no princípio de Arquimedes usa-se um deslocador (displacer) que sofre o

empuxo do nível de um líquido, transmitindo para um indicador este movimento, por meio de

um tubo de torque.

O medidor deve ter um dispositivo de ajuste para densidade do líquido cujo nível

estamos medindo, pois o empuxo varia com a densidade.

Através dessa técnica podemos medir nivel de interface entre dois líquidos não

miscíveis.

Na indústria muitas vezes temos que medir o nível da interface em um tanque

contendo 2 líquidos diferentes. Este fato ocorre em torres de destilação, torres de lavagem,

decantadores etc.

129

Page 130: Sensor Es

Um dos métodos mais utilizados para a medição da interface é através da variação

do empuxo conforme citaremos a seguir.

Consideremos um flutuador de forma cilíndrica mergulhado em 2 líquidos com

pesos específicos diferentes γ1 e γ2.

Desta forma, podemos considerar que o empuxo aplicado no flutuador, será a

soma dos empuxos E1 e E2 aplicados no cilindro, pelos líquidos de pesos específicos γ1 e γ2,

respectivamente. O empuxo será dado pôr:

Et = E1 + E2

onde:

E1 = V1 . γ1 e E2 = V2 . γ2

Assim para diferentes valores de altura de interface, teremos diferentes variações

de empuxo.

12.1.2.7. Medição de Nível por Radiação

Os medidores que utilizam radiações nucleares se distinguem pelo fato de serem

completamente isentos do contato com os produtos que estão sendo medidos. Além disso,

dispensando sondas ou outras técnicas que mantém contato com sólidos ou líquidos tornando-

se possível, em qualquer momento, realizar a manutenção desses medidores, sem a

interferência ou mesmo a paralisação do processo.

Dessa forma os medidores que utilizam radiações podem ser usados para

indicação e controle de materiais de manuseio extremamente difícil e corrosivos, abrasivos,

muito quentes, sob pressões elevadas ou de alta viscosidade.

130

Page 131: Sensor Es

O sistema de medição por raios gamas consiste em uma emissão de raios gamas

montado verticalmente na lateral do tanque do outro lado do tanque teremos um câmara de

ionização que transforma a radiação Gama recebida em um sinal elétrico de corrente contínua.

Como a transmissão dos raios é inversamente proporcional a altura do líquido do tanque, a

radiação captada pelo receptor é inversamente proporcional ao nível do líquido do tanque, já

que o material bloquearia parte da energia emitida.

12.1.2.8. Medição de Nível por Capacitância

A capacitância é uma grandeza elétrica que existe entre 2 superfícies condutoras

isoladas entre si.

O medidor de nível capacitivo mede as capacidades do capacitor formado pelo

eletrodo submergido no líquido em relação as paredes do tanque. A capacidade do conjunto

depende do nível do líquido.

O elemento sensor, geralmente é uma haste ou cabo flexível de metal. Em

líquidos não condutores se empregam um eletrodo normal, em fluídos condutores o eletrodo é

isolado normalmente com teflon. A medida que o nível do tanque for aumentando o valor da

capacitância aumenta progressivamente a medida que o dielétrico ar é substituído pelo

dielétrico líquido a medir.

131

Page 132: Sensor Es

A capacitância é convertida por um circuito eletrônico numa corrente elétrica

sendo este sinal indicado em um medidor.

A medição de nível por capacitância também pode ser feita sem contato , através

de sondas de proximidade . A sonda consiste de um disco compondo uma das placas do

capacitor. A outra placa é a própria superfície do produto ou a base do tanque.

12.1.2.9. Medição de Nível por Ultra Som

A medição pela tecnologia do ultra-som baseia-se no tempo de trânsito (transit

time) que uma onda sonora leva para se deslocar em um meio.

Um sensor ultra-sônico (transmissor/receptor) emite uma onda na freqüência do

ultra-som, que se desloca pelo ambiente até atingir a superfície do material que se quer medir;

132

Page 133: Sensor Es

ao atingir a superfície do material, o sinal é refletido de volta ao sensor. Pelo tempo decorrido

desde a emissão do sinal até o seu retorno pode-se obter a distância percorrida pelo mesmo

(vide Figura abaixo).

Assim, o sinal ultra-sônico refletido será enviado a um módulo eletrônico para ser

processado, e através de um algoritmo será convertido em nível, vazão, distância ou outra

variável associada. O módulo eletrônico é responsável não somente pelo cálculo, mas também

pelas outras funções inerentes ao equipamento, tais como: linearização de sinal, saída 4-20

mA, indicação da variável do processo em unidade de engenharia, totalização de vazão,

alarme, comunicação digital etc.

Os módulos eletrônicos podem ter a configuração integral ou remota, sendo que

em ambos os casos o usuário poderá realizar a parametrização de forma extremamente

simples.

133

Page 134: Sensor Es

Os dispositivos do tipo ultra-sônico podem ser usados tanto na detecção contínua

de nível como na descontínua.

Os dispositivos destinados a detecção contínua de nível caracterizam-se,

principalmente, pelo tipo de instalação, ou seja, os transdutores podem encontrar-se

totalmente submersos no produto, ou instalados no topo do equipamento sem contato com o

produto.

12.1.2.10. Medição de Nível por Radar

Possui uma antena cônica que emite impulsos eletromagnéticos de alta freqüência

à superfície a ser detectada. A distância entre a antena e a superfície a ser medida será então

calculada em função do tempo de atraso entre a emissão e a recepção do sinal.

Essa técnica pode ser aplicada com sucesso na medição de nível de líquidos e

sólidos em geral. A grande vantagem deste tipo de medidor em relação ao ultra-sônico é a

imunidade à efeitos provocados por gases, pó, e espuma entre a superfície e o detetor, porém

possuem um custo relativo alto.

12.1.3. Medição de Nível Descontínua

Estes medidores são empregados para fornecer indicação apenas quando o nível

atinge certos pontos desejados como por exemplo em sistemas de alarme e segurança de nível

alto ou baixo.

12.1.3.1. Medição de nível descontínua por condutividade

Nos líquidos que conduzem eletricidade, podemos mergulhar eletrodos metálicos

de comprimento diferente. Quando houver condução entre os eletrodos teremos a indicação de

que o nível atingiu a altura do último eletrodo alcançado pelo líquido.

134

Page 135: Sensor Es

12.1.3.2. Medição de Nível descontínua por bóia

Diversas técnicas podem ser utilizadas para medição descontínua, desde simples

bóia acoplada a contatos elétricos a sensores eletrônicos do tipo capacitivo ou ultra-sônico,

onde diferenciam-se entre si pela sensibilidade, tipo de fluido, características operacionais

instalação e custo.

135

Page 136: Sensor Es

12.1.3.3. Medição de Nível de Sólidos

É necessário medir o nível dos sólidos, geralmente em forma de pó ou grãos, em

silos, alto-fornos etc., pelos mesmos motivos da medição de nível dos líquidos. Esta medição

é comumente feita por dispositivos eletromecânicos, onde é colocada uma sonda sobre a carga

ou conteúdo. O cabo da sonda movimenta um transdutor eletromecânico, que envia um sinal

para um indicador, cuja a escala é graduada para nível. Essa técnica apesar de simples tem

como desvantagem a grande incidência de manutenção tornando-a inviável em muitos casos.

Outros medidores como os radioativos, capacitivos, ultra-sônicos, radares e

sistemas de pesagem com células de carga podem ser utilizados com bastante eficiência e

precisão apesar de possuírem em alguns casos o custo elevado.

136

Page 137: Sensor Es

13. Encoder

(Este tópico foi extraído na íntegra da revista Mecatrônica Atual, Editora Saber. Autor: Juliano Matias).

Este é sem dúvida nenhuma um dos equipamentos mais usados em Automação

Industrial, pois com ele conseguimos converter movimentos angulares e lineares em

informações úteis à nossa máquina ou processo.

Os encoders são transdutores de movimento capazes de converter movimentos

lineares ou angulares em informações elétricas que podem ser transformadas em informações

binárias e trabalhadas por um programa que converta as informações passadas em algo que

possa ser entendido como distância, velocidade, etc. Em outras palavras, o encoder é uma

unidade de realimentação que informa sobre posições atuais de forma que possam ser

comparadas com posições desejadas e seus movimentos sejam planejados.

13.1. Princípio de funcionamento

Os encoders possuem internamente um ou mais discos (máscaras) perfurado, que

permite, ou não, a passagem de um feixe de luz infravermelha, gerado por um emissor que se

encontra de um dos lados do disco e captado por um receptor que se encontra do outro lado do

disco, este, com o apoio de um circuito eletrônico gera um pulso, conforme Figura abaixo.

Dessa forma a velocidade ou posicionamento é registrada contando-se o número de pulsos

gerados.

A quantidade de pulsos em uma volta, nos encoders rotativos, demonstra a relação

impulso/volta do mesmo. Quanto maior for esta relação maior a precisão obtida. Por exemplo,

um encoder que gera 50 pulsos por volta teria a seguinte relação angular: 360°/50 pulsos = 1

pulso a cada 7,2°.

Pode-se determinar o sentido da rotação utilizando duas fileiras de furos uma

defasada em 90° em relação à outra, sendo assim em um sentido a fileira mais próxima do

centro estará adiantada em relação à outra e no sentido inverso ocorre também o inverso.

137

Page 138: Sensor Es

13.2. Tipos de encoders

Basicamente há dois tipos de realimentação de posição: o encoder incremental e o

encoder absoluto, os quais serão explicados abaixo:

13.2.1. Encoders Incremental

O encoder ótico incremental possui apenas uma trilha com dentes igualmente

espaçados. A posição é determinada pela contagem do número de dentes que passam na frente

de um fotosensor, onde cada dente representa um ângulo conhecido. O sistema requer um

ponto de referência inicial, conforme Figura abaixo.

138

Page 139: Sensor Es

Um fotosensor apenas não permite determinar o sentido de rotação do disco. Um sistema com

dois fotosensores pode ser utilizado.

O encoder incremental fornece normalmente dois pulsos quadrados defasados em

90º, que são chamados usualmente de canal A e canal B. A leitura de somente um canal

fornece apenas a velocidade, enquanto que a leitura dos dois canais fornece também o sentido

do movimento. Um outro sinal chamado de Z ou zero também está disponível e ele dá a

posição absoluta "zero" do encoder. Este sinal é um pulso quadrado em que a fase e a largura

são as mesmas do canal A. Veja um exemplo na Figura abaixo.

A resolução do encoder incremental é dada por pulsos/revolução (normalmente

chamado de PPR), isto é, o encoder gera uma certa quantidade de pulsos elétricos por uma

revolução dele próprio (no caso de um encoder rotativo). Para determinar a resolução basta

dividir o número de pulsos por 360º, por exemplo, um encoder fornecendo 1024 pulsos/

revolução, geraria um pulso elétrico a cada 0,35º mecânicos. A precisão do encoder

incremental depende de fatores mecânicos, elétricos e ambientais, que são: erros na escala das

janelas do disco, excentricidade do disco, excentricidade das janelas, erro introduzido na

leitura eletrônica dos sinais, temperatura de operação e nos próprios componentes

transmissores e receptores de luz. Normalmente, nos encoders incrementais são

139

Page 140: Sensor Es

disponibilizados além dos sinais A, B e Z, também os sinais complementares, /A, /B e /Z . Na

Figura abaixo é mostrado um encoder incremental.

13.2.2. Encoders Absoluto

Este encoder se diferencia dos outros pois possui vários sensores óticos que

combinados entre si geram um código binário, para cada posição do disco.

O princípio de funcionamento de um encoder absoluto e de um encoder

incremental é bastante similar, isto é, ambos utilizam o princípio das janelas transparentes e

opacas, com estas interrompendo um feixe de luz e transformando pulsos luminosos em

pulsos elétricos. Exemplo de Um encoder absoluto é mostrado na Figura abaixo.

140

Page 141: Sensor Es

O elemento básico é um disco de vidro estampado por um padrão de trilhas

concêntricas. Vários feixes de luz atravessam cada trilha para iluminar fotosensores

individuais, conforme Figura abaixo.

O encoder absoluto possui um importante diferencial em relação ao encoder

incremental: a posição do encoder incremental é dada por pulsos a partir do pulso zero,

enquanto a posição do encoder absoluto é determinada pela leitura de um código e este é

único para cada posição do seu curso; conseqüentemente os encoders absolutos não perdem a

real posição no caso de uma eventual queda da tensão de alimentação (até mesmo se

deslocados). Quando voltar a energia ao sistema, a posição é atualizada e disponibilizada para

o mesmo (graças ao código gravado no disco do encoder) e, com isso, não se precisa ir até a

posição zero do encoder para saber a sua localização como é o caso do incremental. O código

de saída é utilizado para definir a posição absoluta do encoder. O código mais empregado é o

binário, pois este é facilmente manipulado por um circuito relativamente simples e, com isso,

não se faz necessário nenhum tipo de conversão para se obter a posição real do encoder. O

código é extraído diretamente do disco (que está em rotação). O sincronismo e a aquisição da

posição no momento da variação entre dois códigos tornam-se muito difíceis. Se nós

pegarmos como exemplo dois códigos consecutivos binários como 7 (0111) e 8 (1000),

notaremos que a variação de zero para um e um para zero ocorre em todos os bits, e uma

leitura feita no momento da transição pode resultar em um valor completamente errado

(Figura abaixo).

141

Page 142: Sensor Es

Para solucionar esse problema é utilizado um código binário chamado "Código

Gray", que tem a particularidade de na comutação de um número para outro somente um bit

ser alterado como podemos verificar na Tabela abaixo.

O código Gray pode ser convertido facilmente em código binário pelo simples

circuito de lógica combinacional da Figura abaixo.

142

Page 143: Sensor Es

A resolução do encoder absoluto é dada por contagem/revolução, isto é, se ele

tiver no seu disco (encoder rotativo) 12 faixas para o código Gray, então terá 212

combinações possíveis perfazendo um total de 4096 combinações. Fazendo algumas contas,

concluiremos que o encoder gera uma combinação de códigos a cada 0,0879º ou 0º8m79s.

Podemos verificar outras resoluções para encoders absolutos na Tabela abaixo.

143

Page 144: Sensor Es

Os encoders absolutos podem ter sua resolução definida em uma única revolução

(single turn) ou em várias revoluções (multi turn), ou seja, se um encoder é para uma

revolução, a cada revolução o valor da contagem é reinicializado, ao contrário de um encoder

para várias revoluções onde seu valor só é reinicializado depois de um certo número de voltas.

Seguem na Tabela abaixo algumas especificações de encoders absolutos.

144

Page 145: Sensor Es

Como poderão observar, existem resoluções múltiplas de 2 e também múltiplas de

360, portanto, a escolha de um ou de outro dependerá diretamente da sua aplicação.

Quando o número bits da resolução do encoder não é potência de 2, a propriedade de mudar

somente um único bit deixa de ser verdadeira no código Gray. Por exemplo, se tivermos um

encoder absoluto com 12 posições/revolução, o código é o ilustrado na Tabela abaixo.

Como podemos notar na passagem da posição 11 para a posição 0, existe uma

mudança de três bits e, como visto anteriormente, envolve erros de leitura que não são

aceitáveis. Com o intuito de não perder a característica de mudança de somente um bit, é feito

um “off-set” a partir do valor zero, que é calculado da seguinte forma:

145

Page 146: Sensor Es

N = X - NPOS / 2

onde: N é o valor do off-set.

X = 2 elevado a n = é o maior valor múltiplo de dois, logo após o NPOS.

NPOS é o número de posições do encoder absoluto. Para o nosso exemplo temos

(Tabela abaixo):

N = (X - 12) / 2 = (16 - 12) / 2 = 2.

X = 2 elevado a 4.

13.3. Aplicações

- em eixos de Máquinas Ferramentas NC e CNC;

- em eixos de Robôs;

- controle de velocidade e posicionamento de motores elétricos;

- posicionamento de antenas parabólicas, telescópios e radares;

- mesas rotativas; e

- medição das grandezas acima mencionadas de forma direta ou indireta.

146

Page 147: Sensor Es

14. Anexos14.1. Simbologia/ ligações

147

Page 148: Sensor Es

148

Page 149: Sensor Es

149

Page 150: Sensor Es

14.2. Folhas de dados

14.2.1. Sensores Capacitivos

150

Page 151: Sensor Es

151

Page 152: Sensor Es

14.2.2. Sensores Indutivosz

152

Page 153: Sensor Es

14.2.3. Sensores Ultra-Sônicos

153

Page 154: Sensor Es

14.2.4. Sensores de Nível Ultra-Sônicos

154

Page 155: Sensor Es

14.2.5. Sensores de temperatura e umidade

155

Page 156: Sensor Es

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