Senso incomum 016 web

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eles NÃO estão na capa JORNALLABORATÓRIO DO CURSO DE JORNALISMO UFU ANO 03 Nº 16 JUNHOJULHO/2013 g g a a m m e e s s 4 b b o o l l s s a a s s e e m m a a t t r r a a s s o o ? ? 5 p p a a q q u u e e r r a a v v i i r r t t u u a a l l 8 m m ú ú s s i i c c a a e e m m f f e e s s t t i i v v a a i i s s 9 estão CONSTRUINDO

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VEM PRA RUA, UBERLÂNDIA! Nesta edição 16, vamos mostrar que temos muito perto de nós alguns jovens que nunca dormiram, que há tempos se organizam para reivindicar seus direitos e lutar por um país mais justo e uma universidade com maior qualidade. Por isso, abrimos espaço de destaque para discutir, na nossa matéria de capa, o movimento estudantil na UFU, suas características e diversidade. Você vai perceber que essa história é longa, começou no início do século XX, e cheia de conquistas que não podem ser ignoradas. O que o Senso pretende mostrar é que os jovens que compõem as diferentes correntes desse movimento, assim como aqueles que pela primeira vez saíram às ruas para se fazer ouvir, são duas faces da mesma moeda, marcadas pela “genética revolucionária" da juventude brasileira. A eles nosso respeito e admiração. Que sigam erguendo suas bandeiras e mostrando que os filhos do Brasil não fogem à luta.

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estãoCONSTRUINDOUM NOVO PAÍS

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comum

junho/julho de 2013 n°16

Genéticarevolucionária Faz a diferença?

Arthur Franco

No dia 20/6 Uberlândia saiu às ru-as. Como por todo o Brasil, manifes-tantes foram às ruas reivindicar pelasmais diversas causas. E eu estava lá,junto de mais de 40 mil manifestantes.E a pergunta que não saia da minha ca-beça antes da manifestação começar:vale a pena?

As pessoas saíram às ruas no últimomês não só por 20 centavos. As bandei-ras levantadas eram várias: a busca pelofim da corrupção (e nesse ponto os de-batentes devem se perguntar: como acorrupção é fundada no sistema políti-co brasileiro) , da impunidade política

(aprovação da PEC 37) , da opressãopolicial e do abuso de poder. São 20centavos que podem comprar a melho-ria do transporte coletivo e do sistemapúblico de saúde, uma educação de ba-se e de qualidade. É uma discussão ini-ciada sobre o papel de uma constituição“democrática” no cotidiano de uma fa-mília que vive com menos de um saláriomínimo, sobre a participação real daspessoas nos processos de decisão políti-ca, sobre a dominância econômica deoligopólios.

Confesso. Nunca fui propriamentepolitizado e interessado na política de

forma geral. Mas, nas últimas semanas,estou lendo tudo que sai acerca dosprotestos e dos seus desdobramentos.Fui buscar conceitos e como funcionaverdadeiramente a política nos bastido-res. Quero saber qual a origem dos nos-sos problemas sociais e como elespodem ser alterados. Como o meu sim-ples voto afeta toda a máquina políticae o que esperar daqui pra frente, tantodas manifestações quanto do rumo po-lítico do país.

Durante a manifestação, conversan-do com uma amiga que, como eu, nãose interessava tanto por política antesda onda de protestos, vi que não estousozinho. Ela me disse: agora estou len-do muito mais sobre política, tentandoentender como o “jogo” acontece e oque eu posso fazer para melhorar o pa-norama geral.

Durante o dia escrevo para o Senso(in)Comum e a noite sou garçom emum bar. Ao servir as mesas, é claro quese ouve um ou outro pedaço de con-versa dos clientes. E o que eu mais ou-ço são pessoas conversando sobre asmanifestações e as suas motivações.Ouço muita bobagem, claro, mas umavez ou outra escuto frases ditas combom senso.

O importante é perceber que o temaestá sendo debatido. As pessoas estãoexpondo os seus pontos de vista, pro-curando conhecer mais, saber mais, es-tar informadas. E é com o diálogo queconstruímos um país mais justo e igua-litário. É pela discussão de idéias quevemos o que pode (ou deve) ser muda-do e como essa mudança deve ocorrer.

Isso me mostra que as manifestaçõesfazem, sim, a diferença. Pode ser quenão mudemos de uma hora para outra.Pode ser que a maioria dos manifestan-tes nem saiba pelo que está protestan-do. Mas se ao menos uma pessoa (e eusei que não é só uma) mudar a sua for-ma de pensar, já é uma vitória.

O país assistiu com espanto e orgu-lho, no último mês, a uma multidão depessoas, na maioria jovens estudantes,que saiu às ruas para protestar. Aspautas eram muitas, mas o que os uniufoi a indignação com a situação do paíse o desejo de construir um lugar me-lhor para viver, com serviços públicosde qualidade, mais ética na política erespeito à educação. Esse grito de"vem pra rua" chegou a Uberlândia e oSenso não podia deixar de registrá-lo.Mais do que palavras, dedicamos a eleo espaço da Fotorreportagem, com re-gistros de uma data histórica para opaís: 20 de junho de 2012. Mas, to-mando esse gancho, também quere-mos convidar você, leitor, a umareflexão. Segundo as palavras de or-dem que ouvimos nesses dias de agita-ção, o Gigante, que estava eterna-mente deitado em berço esplêndido,acordou. Será?

Nesta edição 16, vamos mostrarque temos muito perto de nós algunsjovens que nunca dormiram, que hátempos se organizam para reivindicarseus direitos e lutar por um país maisjusto e uma universidade com maiorqualidade. Por isso, abrimos espaço dedestaque para discutir, na nossa maté-ria de capa, o movimento estudantil naUFU, suas características e diversida-de. Você vai perceber que essa históriaé longa, começou no início do séculoXX, e cheia de conquistas que não po-dem ser ignoradas. O que o Senso pre-tende mostrar é que os jovens quecompõem as diferentes correntes des-se movimento, assim como aquelesque pela primeira vez saíram às ruaspara se fazer ouvir, são duas faces damesma moeda, marcadas pela “genéti-ca revolucionária" da juventude brasi-leira. A eles nosso respeito eadmiração. Que sigam erguendo suasbandeiras e mostrando que os filhosdo Brasil não fogem à luta.

Boa leitura!

Bazinga!

EDITORIAL

Expediente

O jornal-laboratório Senso (in)Comum éproduzido por discentes, docentes e técnicos docurso de Comunicação Social – habilitação emJornalismo da Universidade Federal deUberlândia, como projeto de graduação eatividade curricular.

instituiçãoReitor: Elmiro Santos ResendeDiretor da FACED: Marcelo Soares Pereira daSilvaCoordenador do curso de Jornalismo: Gersonde Souza

equipeEditora-chefe: Ana Spannenberg (MTb9453)Reportagem, redação e edição: ArthurFranco, Emílio Lins de Sá Vieira e MarcosVinícius ReisArte e Diagramação: Ricardo Ferreira deCarvalho

colaboraçãoReportagem e redação: Aline Pires, CarlosGabriel Ferreira, Isley Borges, Larissa Rosa,Leandro Fernandes, Letícia Daniela GonçalvesMedeiros, Neimar Alves, Taís BittencourtOpinião: Arthur Franco, Daniela Malagoli,Guilherme Gonçalves, Isley Borges e NeimarAlves

Fotografia: Ana Luiza Honma, Carlos GabrielFerreira, Isley Borges, Neimar Alves e TaísBittencourt

Tiragem: 2000 exemplaresImpressão: Imprensa Universit./Gráfica UFUE-mail: [email protected]: sensoincomumufu.blogspot.comTwitter: @_sensoincomumTelefone: (34) 3239-4163

opiniãoVOZES

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comum

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Excesso de peso carregado, sedentarismo e maus hábitos ao sentar podem trazer prejuízos à saúde

SAÚDE

Manter uma postura adequada deveser um hábito cultivado desde a infân-cia. É o que demonstra uma pesquisadesenvolvida pelo curso de Fisioterapiada UFU, que correlacionou o peso de124 crianças da Escola de Educação Bá-sica (ESEBA) com a quantidade de ma-teriais carregados nas mochilas. Oprojeto, que contou com o apoio dospais e da instituição, faz parte do Pro-grama de Extensão IntegraçãoUFU/Comunidade (PEIC) e foi de-senvolvido durante todo o ano de 2012.

A professora e coordenadora docurso, Eliane de Carvalho, explica queo estudo serve de alerta. “Nós observa-mos que essas crianças acabam carre-gando diariamente de dez a 20% dopeso corporal e isso é um valor grande,que vai levar a uma alteração postural,tanto da parte óssea como da muscu-lar”, explica. As crianças são as maisprejudicadas por estarem em fase decrescimento.

Outros fatores associados foramconsiderados, como os tipos de calça-do e de transporte utilizados. O estudo

indicou que a maioria dos escolares vaiàs aulas de chinelo, além de haver maisrelatos de dores entre os que vão decarro próprio. “A criança que tem umavida mais saudável, se movimentamais, brinca e tem outras atividades sesente melhor”, comenta Carvalho,condenando o sedentarismo.

Alinhamento corporalÉ comum que, cotidianamente, alu-

nos não mantenham o correto alinha-mento do corpo. Sentar-se no canto dasala de aula e torcer o corpo para en-xergar melhor o quadro, por exemplo,é um hábito que pode levar a altera-ções na curvatura da coluna, além deprovocar dores. Mas as orientaçõesnão devem se restringir ao ambienteescolar. “Não adianta ter um bom po-sicionamento na escola se, quandochega em casa, faz outras atividadesem que mantem uma má postura”, res-salta a fisioterapeuta e professora Vivi-ane Peixoto.

Dores decorrentes de uma posturainadequada não são exclusividadedos pequenos. O estudante universi-tário Victor Albergaria classifica a ne-

cessidade de transportar muitosobjetos por todo o lado como um malda vida moderna, e sente o desgastefísico. “Sempre tive problema de do-res e de postura. Quando preciso car-regar muitas coisas acaba doendo e,no final do dia, tem que tomar remé-dio”, conta.

PrevençãoPeixoto destaca que a orientação

postural é o primeiro passo para a pre-venção e dá como exemplo o trabalhofeito na ESEBA: “A gente percebe queas pessoas carregam muita quantidade

de peso nas mochilas, que é o materialacima do que deveriam carregar”. Aconscientização deve envolver a famí-lia, a escola, o profissional da área dasaúde e o próprio estudante.

A pesquisadora sugere que pais eprofessores fiscalizem o peso das mo-chilas e que sejam criados escaninhosnas escolas para que os alunos nãoprecisem transportar todo o materialpara casa. “Existe um projeto de lei,que foi criado em 2012, que determinaque o peso que os escolares devemcarregar não pode exceder 15% do pe-so corporal”, conta.

Neimar AlvesRepórter

ciência e tecnologiaPesquisa aponta problemas depostura recorrentes em estudantes

Realidade virtual facilita operação em subestações de energia elétrica

Dois professores da UFU e um enge-nheiro da Companhia Energética de Mi-nas Gerais (Cemig) criaram uma réplicavirtual de subestação de energia elétrica.A aplicação permite que operadores vi-sualizem o ambiente em três dimensõese executem ações como se estivessem ca-

minhando por ele. Entre os benefícios daferramenta estão a redução de gastoscom deslocamento, a melhoria da segu-rança e a agilidade das operações.

Subestações de energia elétrica,como as da Cemig, são controladaspor um painel em duas dimensões. Osequipamentos localizados na subesta-ção executam as ordens enviadas poruma central. O novo sistema permiterealizar essas tarefas com uma aparên-cia próxima à real e sem sair da sala decomando. A pesquisa é desenvolvidapelos professores da Faculdade deEngenharia Elétrica (FEELT) Ale-xandre Cardoso e Edgard Lamouniere pelo engenheiro da CompanhiaEnergética de Minas Gerais (Cemig) ,Paulo Prado.

A tecnologia é inédita no mundo e

coloca a UFU em posição de destaque,devendo ser colocada em prática pelaCemig em breve. O projeto foi apre-sentado na IEEE Virtual Reality, prin-

cipal conferência internacional eexposição sobre realidade virtual. Aedição de 2013 aconteceu em março,em Orlando (Flórida) , nos EUA.

Neimar AlvesRepórter

Projeto da UFU em parceria com a Cemig foi apresentado no principal evento internacional da área

Modelo de sub‐estação em 3D Para Lamounier, os conhecimentos técnicos devem se aproximar da prática

FOTO: Neimar Alves

EEvviittee ddoorreess- O encosto da cadeira existe paraapoiar as costas. Use-o!- Nunca se sente na borda do assentocom as costas projetadas para frente.Apoie a lombar e o glúteo entre oassento e o encosto.- Os pés devem sempre estar apoia-dos ao chão para não gerar sobre-carga no processo de circulação daspernas.

- Deixe a tela dos monitores ao níveldos olhos, sem que haja necessidadede movimentar o pescoço.- Distribua os pesos das mochilas,bolsas e sacolas igualmente entre osdois braços.- Nunca leve tablets ou notebo-oks a cama. Coloque-os sobre umasuperfície que ofereça apoio para osbraços e não gere sobrecarga para osombros.

Divulgação

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Os jogos eletrônicos vêm ganhandoespaço no cenário nacional. Entre asapostas brasileiras para os investimentosna área, está a produção de games. Desde2010, estudantes de Ciência da Compu-tação da UFU se dedicam à competiçãodenominada “Batalha de Games”. Unin-do diversão e preparação para o mundoprofissional, o evento organizado peloPET do curso de Ciência da Computa-ção – CompPET, tem como objetivopromover o desafio intelectual e compu-tacional para a comunidade acadêmica.

A terceira edição do evento está pre-vista para ocorrer em 2013 e todos osalunos da UFU podem participar. Inscri-tos em grupos de até três participantes,os estudantes desenvolvem games emconformidade com um tema proposto.Fabiano Dorça, doutor em InteligênciaArtificial e professor do curso, que foi ju-rado da segunda edição, conta que a ava-liação é rigorosa. “A criação dos jogosdeve levar em consideração uma série derecomendações sobre a qualidade gráfica,facilidade de uso, diversão e entreteni-mento”, explica.

Mercado de games chama atenção de público universitárioINOVAÇÃO

Letícia Daniela Gonçalves MedeirosRepórter

atualidades

Estudantes da UFU investem emminicursos e competições para o desenvolvimento de jogos digitais

Sustentabilidade em casa, no trabalho e na universidadeUFU investe em ações sustentáveis, construções que preservammeio ambiente e formação consciente

Você já deve ter reparado que aUFU está com diversos blocos recém-inaugurados e vários em construção.Muitos deles destacam-se por serem aschamadas edificações verdes, que vi-sam proteger e conservar o meio ambi-ente. De acordo com a arquitetaresponsável por algumas obras daUFU, Leonor Maria Tavolucci, a sus-tentabilidade é uma questão primordi-al nos projetos, pois apesar de elevaros custos, traz um retorno econômicomuito rápido.

O bloco 8C no campus Umuarama,inaugurado em 2012, foi o projeto pio-neiro para vários recursos sustentáveis.O telhado verde, as chaminés de venti-lação e a captação de água pluvial aju-dam a diminuir os gastos com energiae água, além de promoverem a preser-vação do meio ambiente.

Sustentabilidade é uma palavraque tem aparecido bastante na mídia,mas seu significado ainda não estáclaro para muitos. Na universidade,disciplinas sobre o tema são ministra-

das em vários cursos. A professora daFaculdade de Arquitetura, Urbanismoe Design, Juliana Cardoso, afirma queo mais importante é despertar consci-ência, não só na vida profissional, co-

mo no cotidiano.Para o profissional, Juliana diz que

a sustentabilidade é um ciclo que co-meça na escolha da matéria prima.Depois, o designer deve atentar parao processo de produção, a logística detransporte até o consumidor final e odescarte futuro do produto. Obser-vando todas as fases, um profissionalpode ter atitudes menos invasivas euma postura mais conservacionistasdos recursos naturais.

A aluna do 4º ano do curso de De-sign, Camila Gonçalves, reforça essaideia. “O tema nos mostra meios de sefazer algo de forma a criar menos im-pacto no ambiente”. Já o aluno do 3ºano de Arquitetura e Urbanismo, Ed-mundo Neto destaca o impacto para asociedade. “Bons projetos englobamações sustentáveis, que irão gerareconomia e conforto ambiental à po-pulação”, resume.

Taís BittencourtRepórter

Sistemas de ventilação integrados reduzem os gastos com energia elétrica

FOTO: Taís Bittencourt

ARTE:M

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Molina/RicardoCarvalho

‐FOT

OS:R

eprodu

ção

HHiissttóórriiaa ddooss jjooggooss ddiiggiittaaiissO primeiro jogo para computador foi criado em 11 995588 e, desde

então, os games começaram a ganhar força, aparecendo em diversas

versões e, posteriormente, migrando para os portáteis. Um levanta-

mento de dados feito pelo Ibope mostra que um a cada cinco brasi-

leiros são jogadores assíduos ou eventuais, o que coloca o Brasil

como o segundo lugar no rankingmundial de viciados em games.

Como forma de preparação, oCompPET oferece dois minicursos: cri-ação de jogos para Android e Pygame,sendo o primeiro na categoria mobile e osegundo, desktop. De acordo com a se-cretaria de Relações Públicas do grupo, ointuito de ambos é despertar o interessee a competição, a fim de trazer mais par-ticipantes para a Batalha.

O estudante Vitor Carvalho pretendeparticipar da competição, de preferêncianas duas categorias. Apesar da maior di-ficuldade na criação para o sistema An-droid, Carvalho diz que esta é amodalidade mais divertida. “Com certe-za, o melhor dos benefícios será a experi-ência e, quem sabe, se meu time vencer

possamos conseguir uma visibilidade nomercado para algum estágio”, aponta.

Para a secretaria de Relações Públicasdo CompPET, a “Batalha de Games”tem uma recepção positiva na UFU, oque pode ser notado pelo crescimentodo número de participantes entre a pri-meira e segunda edição, em 2010 e 2011.

O número de pessoas que participaramdo júri popular também foi muito ex-pressivo, contando com 190 votos na 2ªBatalha.

1958

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A quantidade de bolsas concedidaspela Divisão de Assistência ao Estu-dante (Diase) cresceu, nos últimosanos, com a expansão do número devagas oferecidas pela UFU. As políti-cas de ações afirmativas implantadaspelo governo contribuíram para oquadro, visto que os auxílios paratransporte, moradia e alimentação sãodedicados a alunos que estejam em si-tuação de vulnerabilidade econômica.Mas possíveis atrasos no pagamentodos valores têm sido narrados pelosbeneficiados.

A estudante F.D.B. (que não quisse identificar) questiona a demora no

recebimento da bolsa-moradia. “Omaior atraso foi quando uma bolsacaiu no começo do mês e, no mês se-guinte, foi depositada no final. Foicomplicado porque teve um intervalomuito grande entre o depósito das du-as bolsas”, declara. A aluna diz quetenta pagar as contas com o dinheirodos pais, deixando o auxílio para ou-tras despesas, pois não sabe quando opagamento será feito.

Segundo os atendidos pelos benefí-cios, não saber ao certo quando o de-pósito será realizado prejudica agestão das contas. A estudante de Psi-cologia N.F. sente dificuldades para li-dar com essa questão. “O maiorproblema nisso é que a maior parte

das contas que precisamos pagar é atédia 10. Sendo assim, o banco fica ne-gativo e precisamos arcar com os ju-ros”, afirma.

A assistente social da Diase, MarilzaHelena explica que a bolsa não atrasa.Ela conta que o pagamento pode serefetuado com antecedência, criando ailusão de que o depósito seguinte seráfeito na mesma data. Para ela, o queocorre é um equívoco dos alunos: “osetor financeiro processa e, às vezes,paga antes. O estudante acha que elerecebe entre o dia 10 e 12, mas não éreal. É entre o dia 20 e 25. O pagamen-to é feito sempre dentro do prazo”.

Marilza explica que começo e finalde ano são períodos conturbados para

o departamento financeiro da univer-sidade. Mas, segundo a assistente so-cial, o pagamento tem data limite.“Passar do dia 25, não passa. Nos últi-mos anos não passou. Estou aqui hásete anos. Desde que a gente tem essesistema definido, não tem atraso”,afirma.

Estudantes e Diasedivergem sobre atraso nas bolsasAlunos relatam demora na distribuição de auxílios e o setor responsável nega problema

ASSISTÊNCIA

atualidades

MMaaiiss iinnffoorrmmaaççõõeess::Entre em contato com a Diase

pelo telefone: (34) 3230-9556 ouo e-mail [email protected]. ADiase está localizada no bloco 3Qdo Campus Santa Mônica.

Psicologia auxilia pais eeducadores na formação escolar

A interação professor e aluno envol-ve questões emocionais e a Psicologiaauxilia nesse processo. Segundo a psi-cóloga e professora do curso de Peda-gogia da UFU, Arlete Miranda, ohomem é composto de razão e emoção.Para ela, o fator emocional está muitoligado à aprendizagem e é importanteque o professor compreenda o aluno.“A relação que você tem com o seu pro-fessor é mais importante até que osconteúdos que são passados”, afirma.

A psicóloga destaca casos extremosde conflito entre docentes e discentesculminando até mesmo em agressãofísica e verbal, vistos de maneira corri-queira nos veículos de comunicação,porém acredita no diálogo como me-lhor método para compreender o ou-tro, as raízes do problema e conseguirconfiança. Segundo Miranda, é preci-so que o professor use de autoridade,mas sem ser autoritário.

A família também possui papel es-sencial na formação e no aprendizadodas crianças enquanto o papel da escolaé a instrução, a formalização do conhe-cimento. É o que pensa a pedagogaAdriana Carolina, mas destaca que essarelação não é perfeita e que, em sala deaula, na maioria dos casos, não são en-contrados somente alunos considera-dos ideais: “Para uma relação ser ideal,presume-se que as condições tambémteriam que ser, o que é utópico”.

Adriana arrisca a dizer que sua pro-fissão talvez seja uma das mais difíceise que não acredita em fórmulas paraser professor, mas se mostra otimista.“O magistério é uma profissão antesde tudo, e deve ser respeitada dessaforma. Mas acredito que, em qualquerprofissão, a pessoa tem que gostar doque faz e se sentir feliz fazendo aquilo,só assim terá resultados realmentebons”, completa.

O curso de Pedagogia da Universi-dade Federal de Uberlândia (UFU)dispõe de duas disciplinas voltadaspara o estudo da Psicologia aplicada àEducação. Durante todo o segundoano, os futuros pedagogos aprendem ediscutem conceitos e teorias dessaoutra área do conhecimento. Arleteexplica a importância de o futuro pro-fessor conhecer esses conteúdos. “Elestêm que saber o que podem fazer le-vando em consideração essa teoria.Uma criança de cinco anos ainda nãotem noção de reversibilidade, de seri-ação, de classificação, então o profes-sor não pode pedir atividades queusem esses conceitos porque a criançanão vai saber responder”, exemplifica.A professora também ressalta que aPsicologia não regulamenta rigida-mente dizendo para os pedagogos oque eles têm de fazer. “Não é uma re-ceita”, finaliza.

Desenvolvimento da aprendizagem das crianças deve ser vista com atenção, porém sem fórmulas

Neimar AlvesRepórter

Emílio LinsRepórter

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Gonzaguinha já havia nos alertadopara o poder de transformação que ajuventude tem. Para ele, “essa rapazia-da que segue em frente e segura o ro-jão, que não foge da fera e enfrenta oleão, que não corre da raia a troco denada, que não ta na saudade”, tem opoder de construir a manhã desejada.Com pautas como educação, culturapopular e combate às opressões, essajuventude se organiza em grupos, noscentros e diretórios acadêmicos, nosdiretórios centrais dos estudantes(DCE’s) , sempre articulando suas lu-tas com os movimentos sociais presen-tes na cidade.

O movimento estudantil se iniciano Brasil com a Federação dos Estu-dantes Brasileiros, fundada em 1901 .Essa organização convoca em 1910 o ICongresso Nacional dos Estudantes,realizado em São Paulo. Entretanto, aUnião Nacional dos Estudantes(UNE) , principal entidade representa-tiva dos estudantes, só foi criada em1937. As reivindicações foram variadasaté então, mas deixam perceptível a ge-nética revolucionária dos jovens brasi-leiros.

Essa juventude de luta e paixão émuito plural na UFU. O movimentoestudantil da universidade é compostopor seis grupos organizados, além dosindivíduos independentes. O diálogoentre esses grupos, muitas vezes, nãose dá com facilidade. Todavia, o desejode mudar o mundo é um objetivo co-mum entre eles.

Aentrada no movimentoSeja no ensino secundarista ou no

superior, o movimento estudantil agre-ga todas as pessoas que se sentem sensi-bilizadas por alguma causa. Algunsadentram por admiração pelas conquis-tas que a juventude teve no decorrer dahistória, outros porque quando ingres-saram na universidade puderam consta-

tar as debilidades na organização dedeterminados grupos que estavam naentidade geral. E ainda existem aquelesque querem mudar a realidade de seuscursos que, vez ou outra, são atingidospor problemas estruturais ou por currí-culos ultrapassados.

Gabriela Araújo, estudante de Ci-ências Sociais e militante do coletivo“Vamos à Luta”, conta que até entrarna universidade não teve contato como movimento estudantil. Segundo ela,a decisão de participar deu-se pelo seudeslumbramento pelo que a juventudejá tinha conquistado ao longo da his-tória. “Nós precisamos ocupar nossoespaço na política, caso contrário al-guém o ocupará por nós”, comenta. Ainserção se deu de forma um pouco di-ferente para Fátima Carvalho, estu-dante de Geografia e militante da“União da Juventude Socialista”, queteve seu primeiro contato com a enti-dade ainda no meio secundarista.“Ninguém da minha família é ligada apolítica, mas decidi, junto com umamigo, montar um grêmio na minhaescola”, declara.

A cada ano a eleição para a diretoriaexecutiva do Diretório Central dos Es-tudantes (DCE) é convocada. Todosos estudantes matriculados na UFUpodem votar nas chapas que concor-rem. Ana Luísa Machado, estudante deCiências Contábeis e militante do co-letivo “Kizomba”, diz que seu interessepelo movimento surgiu quando ela in-gressou na universidade e ficou insa-tisfeita com a gestão daquele momentono DCE. Ela é taxativa quando diz que“a galera não conseguia se aproximardos estudantes, que não eram repre-sentados e ficavam à margem dosacontecimentos”. E ainda revela queentrou no movimento estudantil como desejo de mudar tal situação.

Anderson Santiago e Márcia Felis-burgo conheceram o poder de organi-

Isley Borges

Repórter

senso

comum

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“O ‘Levante Popular da Juventude’ é um movimento

social que foi nacionalizado no ano passado. Ele

faz um debate sobre projeto popular pra edu‐

cação e quer colocar na universidade aquele

estudante que está no campo, que está na

periferia, que sofre, às vezes, muitas opres‐

sões. Fazemos política através da arte, do tea‐

tro, da cultura, e não aquela coisa quadrada,

sem alegria.” (Anderson Santiago)

“O ‘DialogAção’ é um coletivo local, fundado em

2008. Ele veio da necessidade que a gestão do

DCE daquele ano tinha de dialogar com os es‐

tudantes. Era um momento de redefinição das

forças no movimento estudantil, porque eram

os grupos ligados ao PT que tinha a hegemo‐

nia naquela época. Hoje, nacionalmente, com‐

pomos o campo 'Rompendo Amarras', junto com

outros coletivos.” (Flávia Franco)

“O ‘Vamos à Luta’ não passa despercebido. Nossa

galera consegue colocar a nossa política com

muita clareza e objetividade. Ele nos

apresenta uma nova maneira de conversar

com os estudantes. Às vezes, aceitamos tudo

com muita pacificidade e nós não somos

assim. Queremos desorganizar para

reorganizar. Não queremos estar apenas do

lado dos estudantes, mas, também, dos

trabalhadores.” (Arthur Santana)

6 Elesqueremmudar omundo

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Os estudantes estiveram, também,nas últimas manifestações popularespropondo pautas concretas. Quiseramprotestar contra a corrupção? Eles de-fenderam a reforma política no Brasil.Quiseram protestar por mais saúdepública? Eles defenderam o fortaleci-mento do Sistema Único de Saúde, oSUS. Quiseram protestar por educa-ção de qualidade? Eles defenderam os10% do Produto Interno Bruto (PIB)para a educação pública. Disseram“Abaixo a Rede Globo” e eles respon-deram exigindo a democratização dosmeios de comunicação.

Apesar de ninguém do movimentoestudantil se considerar liderança des-sas manifestações, os militantes fazemintervenções e propõem espaços dedebate. Exemplo disso foi a Assem-bleia Popular realizada na Praça TubalVilela, no dia 29 de junho, e a Assem-bleia Estudantil, realizada

pelo Diretório Central dos Estudantes(DCE) no dia 04 de julho. Além disso,os estudantes estão compondo, signi-ficativamente, comissões executivas,que são os pilares das manifestações.

As suas bandeiras estão erguidas hátempos e a sua luta não tem prazo devalidade. Eles entendem a responsabi-lidade que o movimento exige e se fa-zem ver em meio a massa. Como oscaras-pintadas, saem às ruas para vive-rem a política em sua forma mais ple-na, a diferença, agora, é contextual:vivemos em uma democracia consoli-dada que respeita a liberdade de ex-pressão. E isso faz toda a diferença.

Os estudantes e toda a juventudede luta acredita que é a hora de se con-quistar corações e mentes. De se vivera essência da política, de se pensar nobem comum. E é com o “gás” das ma-nifestações que eles travam as lutas nauniversidade e na sociedade.

Pautas concretas

A juventude que segura abatida da vida conta o

porquêe como intervém na

universidade e na sociedade.

FOTO

S:IsleyBo

rges

zação da juventude através de suas ir-mãs, que participaram do Estágio In-terdisciplinar de Vivência eIntervenção (EIVI) , espaço do qualeles também participaram anos depois.Os dois são militantes do “Levante Po-pular da Juventude” e asseguram: “es-tamos na luta pela construção de umauniversidade menos desigual”. Ander-son completa dizendo que, com suaentrada na universidade, percebeu oquanto ela era para poucos.

Se esses jovens entraram no movi-mento estudantil é porque acreditamnas suas pautas, que variam de acordocom o grupo que estão construindo, eno seu poder de transformação. Mas,afinal, o que eles querem?

Sonhos em realidadeChe Guevara certa vez disse que ser

jovem e não ser revolucionário é umacontradição genética. Num contorcio-nismo quase poético, muitos estudan-tes nos contaram que conciliardisciplinas da faculdade, espaços dedebate, reuniões de construção e con-selhos pode ser muito difícil, mas ofardo fica mais leve quando se entendeque transformar a realidade é necessá-

rio e que a luta deve ser diária, orgâni-ca e incansável.

Flávia Franco, estudante de Histó-ria e militante do coletivo DialogAção,diz que “a juventude é fruto de umaépoca” e que “ela tem o papel de ques-tionar, de ir às ruas, e, não, simples-mente de ser mera reprodutora dosistema que está colocado”. Ainda se-gundo ela, a juventude apresenta apossibilidade de mudança e constru-ção de novos projetos para a socieda-de. Samara Castro, estudante deDireito e militante do coletivo “Jun-tos!” reitera: “a juventude não precisasó da universidade. Ela precisa de luta,de paixão”.

O movimento estudantil da UFUnão se restringe aos grupos organizados.A estudante de Jornalismo e diretora decomunicação do Centro Acadêmico daComunicação Social, Maria TerezaBorges, não participa de nenhum coleti-vo. Ela diz que muita gente não sabequal o papel do movimento. “As pessoasacham que os estudantes que estão noscentros acadêmicos ou no DCE porpassatempo. Elas dizem: ‘esse povo nãoestuda, só fica por conta de política’”,lamenta.

“A ‘União da Juventude Socialista’ está em Uberlân‐

dia há 12 anos. Nós queremos envolver o povo,

as massas, no nosso processo de mudança,

no projeto de sociedade que defendemos.

Nós não acreditamos que a revolução será

feita por meia dúzia de revolucionários.

Queremos conquistar muitas mentes e co‐

rações. A UJS está em todo lugar: com o

secundarista, com o universitário e com o

trabalhador.” (Fátima Carvalho)

“A ‘Kizomba’ quer uma nova cultura política. Nós

acreditamos que a universidade precise estar a

serviço do povo e não seja um espaço de re‐

produção do machismo, do racismo e da

homofobia. A gente luta por um projeto

popular de educação e queremos pintar a

universidade de povo. Mudando a univer‐

sidade conseguiremos mudar a sociedade.

A juventude é a panela de pressão de qual‐

quer sociedade.” (Diego Aguirre)

“O ‘Juntos!’ surge da necessidade que temos de que

o jovem protagonize as lutas no Brasil. Nós

temos cinco princípios básicos: a luta pelo

meio ambiente, o combate às opressões, a

educação emancipadora, a mídia

alternativa e o internacionalismo. Somos

um coletivo nacional e lutamos, sobretudo,

por um novo sistema econômico, pois não

conseguiremos um novo futuro com o sistema

que está posto.” (Samara Castro)

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Desde 2011 , estudantes de diversoscursos da UFU se reuniram com umúnico objetivo: formar um time de bei-sebol e softbol que representasse aUniversidade. O TIGRES é hoje o se-gundo time desta categoria na cidadede Uberlândia, sendo que 70% dosatletas são das áreas de Engenharia eCiências Exatas.

De acordo com a ConfederaçãoBrasileira de Beisebol e Softbol(CBBS) , atualmente há cerca de30.000 praticantes, 120 times por todoo país e aproximadamente 55 campeo-natos nacionais e internacionais porano. A equipe da UFU é composta porcerca de 60 pessoas.

A estudante do curso de EngenhariaElétrica da UFU e atleta do TIGRES háquase um ano, Bianca Barbieri, destacaa importância do esporte. “O intuito dogrupo é, além de competir, disseminaro esporte na cidade e região." afirma.

Guilherme Uehara, estudante docurso de Engenharia Elétrica e capitãodo time masculino de beisebol, ressaltaas dificuldades que o time enfrenta pa-ra treinar. “O que prejudica é a falta dainfraestrutura adequada para treinosmais específicos e também para coleti-vos”, analisa.

CompetiçõesMesmo com apoio limitado, o TI-

GRES se mobiliza e participa de grandes

torneios no país, como o CampeonatoBrasileiro de Beisebol e Softbol Univer-sitário (CBBSU), no qual o time mascu-lino conseguiu a 4ª colocação na série Bno ano de 2012 e a Taça Universitáriade São Carlos (TUSCA), conquistadapelo time feminino de softbol.

Para dar sequência a essa dinâmica

de campeonatos e treinar cada vezmais seus atletas, a equipe pretenderealizar ao menos um campeonato porsemestre.

Em setembro o time irá representa oestado de Minas Gerais, pela segundavez consecutiva, no CBBSU, contandocom a participação do time masculino efeminino. Danielle Gonzalez, 21 , é pit-cher do time de softbol e irá disputar aprova junto a equipe. Para ela, partici-par de torneios como esse é funda-mental para adquirir experiência, alémde avaliar o desempenho do time.“Nesses campeonatos os treinadoresdão dicas a jogadores de outros times,o que ajuda cada um a evoluir em suasrespectivas posições”, relata.

Febre virtual em várias universida-des do Brasil e do mundo, o Spottedtambém chegou à UFU. Para quem nãoconhece, a proposta é bastante simples.O aluno ou aluna vê uma pessoa mais"interessante" pela faculdade, mas nãosabe seu nome. Então, envia uma men-sagem para a página contendo caracte-rísticas dessa pessoa e a página publicade forma anônima, com o fim de desco-brir quem é, ou simplesmente para avi-sá-la que ela está sendo observada nafaculdade.

Assim como o nome, essas páginasnão têm raízes brasileiras. O criador deuma delas, que prefere se manter anôni-mo, explica que "importou" a proposta."Bom, a ideia do Spotted não é original-mente nossa. Nós só tomamos a inicia-tiva. É uma tendência na Europa há umtempo, o pessoal da PUC-Rio que trou-xe pro Brasil. Como eu e minha sóciapassamos um tempo considerável na in-ternet, vimos a novidade e resolvemostrazer pra UFU", explica o administra-dor da página. Fato é que a modalidadejá fazia sucesso ao redor do mundo e,no início de 2013, começou a aparecerna timeline do brasileiro. A paquera 2.0

é novo correio elegante, virtual e anôni-mo. A versão da UFU já tem cerca de4.300 likes (curtidas) .

Amanda Cristina, aluna do curso deAdministração, acompanha a página eaté percebe efeitos do fenômeno Spot-ted no dia-a-dia dos universitários. “Euacho que esse clima de romance virtual

tá mudando até a forma de andar pelocampus. Já percebi as pessoas falando eobservando as características de alguémsó pra mandar pro Spotted”, explica aestudante. Ela também conta que já en-viou mensagens para a página, mas sóconseguiu achar um alvo que já estavaem um relacionamento.

Breno Faquim, aluno do curso deDireito, é outro estudante que já intera-giu com a página. Ele já foi descrito poruma pessoa anônima em um post e re-vela que isso o fez sentir bem com suaauto-estima, embora ele também tenhauma ressalva à proposta. "O lado ruim éque muita gente não aparece nisso, oque gera certa 'seletividade' no meio dagalera, diferenciando pela aparência",critica. Além disso, Faquim tambémquestiona que poucas vezes a personali-dade das pessoas é valorizada, tornandoa ferramenta um pouco superficial.

AtritosComo era de se esperar, uma página

com um alcance tão grande falando sobrerelacionamentos causa certo incômodo.

Em alguns casos, pessoas mencionadasnos posts estão namorando, o que causaciúmes e incomoda o parceiro. Sobre es-se assunto, o administrador da páginaacredita que deve existir compreensãopor parte dos comprometidos. "Nós es-peramos que eles entendam que nin-guém é dono de ninguém e que isso sirvapara os dois se valorizarem ainda mais",sintetiza. De qualquer modo, explica quehá possibilidade de apagar qualquer pos-tagem que seja inconveniente para aspessoas em questão.

Também existem muitos comentá-rios críticos na página quando uma mu-lher se refere ao homem pelo carro queele dirige. O administrador do Spottedcritica tal atitude. "Eu, pessoalmente,não gosto que chamem as mulheres de'maria gasolina'. O carro do cara é sóuma característica que a mulher lem-brou para que ele seja identificado. Étão injusto quanto chamar a mulherque identifica o homem como sendo'forte' como 'maria bomba'. Vamos cul-par o cara por ter um carro e ir com elepra faculdade agora?", questiona.

Emílio Lins e Leandro FernandesRepórteres

cultura e lazer

Páginas ganham repercussãocomomeio de interação entre “paqueras”

Times de beisebol e softbol representam UFU em campeonatos nacionaisLarissa RosaRepórter

SSppootttteedd''ssppoorr ttooddooss ooss llaaddooss::

A nova modalidade de comunica-ção está ultrapassando, inclusive, osobjetivos de paquera. Além do Spotted

UFU (http://goo.gl/YTEz2) paradeclarações amorosas, também existeo Spotted UFU – VSF(http://goo.gl/THBji), uma versãopara desabafo, xingamentos e críticassobre o que acontece na universidade.

Fora da faculdade, temos outraspáginas como as das boates: “SpottedOoze” (http://goo.gl/q54wb) e“Spotted 185”(http://goo.gl/4XmAL). Nem otransporte público da cidade escapa:“Spotted Ônibus UDI”(http://goo.gl/DaV1z), página queainda não possui nenhuma postagem.

Treino no campo da EDUCA

FOTO: Larissa RosaRe

prod

uçãoSPOTTED:

novo correio elegante virtual

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Pessoas de vários lugares do paísreunidas com o mesmo propósito. Sen-tindo a grama no sapato e a ansiedadede uma multidão que espera por essemomento há dias, semanas, meses.Bandas adoradas há muitos anos, outrasdescobertas naquele momento, todasali a uma platéia de distância.

John, Joel, Michael e Artie foram osidealizadores do famoso festival Wo-odstock, precursor dessa onda de festi-vais. Esses quatro jovens conseguiramplanejar “Três dias de Paz, Amor eRock and Roll” que entraram para a his-tória da música, em 1969. O Woods-tock, além se tornar um megaevento deproporções inimaginadas inicialmente,foi responsável pela ascensão de váriosnomes do rock, como Jimmy Hendrix,Janis Joplin e Bob Dylan.

Seguindo a façanha dos americanos,foi feito aqui no Brasil o Rock in Rio,cuja primeira edição aconteceu entre 11e 20 de janeiro de 1985. O festival foiuma grande oportunidade para os brasi-leiros assistirem ao vivo a grandes no-mes da música que dificilmente viriamao Brasil em outras condições. Um mi-lhão e meio de pessoas assistiram os in-ternacionais Queen, AC/DC e IronMaiden tocarem no mesmo palco queos nacionalíssimos Paralamas do Suces-so, Ivan Lins e Barão Vermelho.

Com o grande sucesso, o festival te-

ve sua segunda edição realizada no Bra-sil em 1991 e, dez anos depois, em2001 , a terceira. Mais tarde, outras edi-ções movimentaram Portugal e Espa-nha. Foi apenas em 2011 que o Rock inRio voltou a acontecer no Rio de Janei-ro. Em 2013 mais uma edição prometemovimentar a cidade, entre os dias 13 a22 de setembro.

A estudante uberlandense Luísa Ma-galhães foi ao Rock in Rio em 2011 paraver especificamente o show da bandaRed Hot Chilli Peppers e ficou muitoimpressionada com a estrutura do even-to. Ela acredita que esses eventos “tra-zem reconhecimento para os músicos elazer para população” e, além disso, “édo perfil do povo brasileiro curtir essetipo de evento musical”.

A abertura de espaço para que ban-das e músicos novos ganhem visibilida-de, e a possibilidade de interação maiorentre público e ídolo em diferentes paí-ses do mundo são duas consequênciasgeradas pelos festivais. Depois da se-gunda edição do Rock in Rio, o Brasilteve um momento de calmaria que du-rou até pouco tempo, com a volta do fi-lho pródigo e a realização de outroseventos, como Lollapalooza, SWU ePlaneta Terra.

Fernanda Alencar, estudante de Re-lações Internacionais da UFU, esteveno Lollapalooza, em São Paulo, em2012, e afirma que “os festivais agregammuito para quem vai, porque você aca-

ba conhecendo novos sons. Você podeir interessado em algumas atrações es-pecíficas, mas quando chega lá tem odia todo para assistir vários shows”. Pa-ra ela, essa oportunidade de conhecerbandas diferentes traz mais cultura mu-sical para o país.

Grito RockAlém das megaproduções internaci-

onais, acontecem também os festivaisregionais de música, como o TrianguloMusic que foi promovido por váriosanos em Uberlândia. Também existemos festivais de música mais alternativos,com atrações ainda frescas e pouco di-vulgadas pela grande mídia.

No início de março deste ano foi re-alizado o Grito Rock Uberlândia 2013,que trouxe as bandas Black DrawingChalks; Dry; Muñoz; Funk como legus-ta e Tarso Miller and the wild comets.O Grito Rock é um festival em rede queacontece paralelamente em várias cida-des de diversos países desde 2007. Tu-do é organizado com ajuda deprodutores regionais e as bandas quedesejam participar devem se inscreverno Portal “Toque no Brasil”.

Flávia de Oliveira assistiu ao showda banda “Funk como legusta”, que to-cou no London Pub. Para ela, o festival“é ótimo para estar criando shows dife-renciados, trazendo uma agenda cultu-ral diferente para a cidade que estiverrecebendo esse evento”. Flávia acreditano potencial desse tipo de evento e da

música como uma atividade culturalque possa crescer muito no país, pois,em sua opinião, “ninguém vive sem amúsica e todos nós somos movidossentimentalmente, independentementedo gênero musical”.

Festival GomaOutro evento regional que reúne ar-

tistas independentes em um palco comnomes já consagrados é o Festival Go-ma. A sua quinta edição aconteceu dosdias 12 a 16 de junho e trouxe à cidadediversas atrações. O evento, que foiaprovado pela Lei Estadual de Incenti-vo à Cultura é promovido em conjuntocom a Diretoria de Cultura da UFU(Dicult-UFU). Em 2013, trouxe maisde 20 atrações, entre elas Gaby Ama-rantos e o rapper Criolo. Além disso,debates, intervenções visuais, perfor-mances e oficinas fizeram parte da pro-gramação.

Naiara Duarte foi uma das que mar-caram presença. Ela destaca a organiza-ção do festival e a programação bemmontada, trazendo “tanto os artistas jáconhecidos do público de Uberlândia,quanto abrindo espaço pra novos artis-tas se apresentarem aqui”. Naiara acre-dita que um festival como esse abre umespaço para as pessoas mostrarem suaarte, dando “visibilidade ao trabalhodos artistas que não têm fácil acesso àgrande mídia, além de criar um mo-mento de encontro para o público deUberlândia e região.”

#PartiufestivalNovas opções de eventos musicais ganham popularidade entre os brasileiros

Aline Pires e Arthur FrancoRepórteres

FOTO: Ana Luíza Honma

A banda Funk como legusta foi uma das atrações do Grito do Rock 2013 em Uberlândia

cultura e lazer

FOTO: Divulgação London Pub

Festival Lollapalooza 2013, em São Paulo, oportunidade de conhecer novas bandas

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A Central de Línguas da UFU, já co-nhecida por oferecer cursos de inglês,alemão e francês, está ofertando, desdeo início do semestre, um curso de Escri-ta Criativa. Ao longo das aulas, os alu-nos aprendem a reconhecer marcasdeixadas pelos autores e diversas técni-cas utilizadas na escrita literária e comoaplicá-las na prática.

Leonardo Gedraite é um dos partici-pantes. Segundo ele, a leitura sempreocupou uma posição central no seu en-tretenimento. A vontade de fazer umcurso de escrita criativa veio “da admi-ração pelos escritores e da curiosidade

sobre o processo de criação”, relata.Pedro Monteiro, doutor em escrita

criativa pela State University of NewYork at Albany, teve a iniciativa de in-troduzir a disciplina. Para ele, os alunos“aprendem a fazer críticas construtivasque ajudam seus colegas a melhoraremseus textos.”

O professor explica que a escrita cri-ativa pode tomar várias formas, mas demaneira geral o curso é dado em forma-to de oficinas de poesia, de prosa e deteatro. “Os alunos escrevem e lêem aprodução dos colegas”, relata. A idéia éque, ao final do curso, os estudantespubliquem um livro com os contosproduzidos.

Drinks uberlandenses e afins

Brasil com gostinho do ParáO drink foi criado em Uberlândia,

mas a inspiração vem do Pará. O GabyAmarantos, feito com catuaba e licor debanana, é o carro-chefe do Flag Bar (RuaBarão de Camargos, 193, Centro). Onome é uma homenagem a musa para-ense do tecnobrega, que gravou sucessoscomo Xirley e Ex Mai Love. Na coquete-leira, o barman adiciona catuaba, licor de

banana e gelo, que são misturados e ser-vidos em seguida em uma taça de Marti-ni. Para o toque final, mais um pouco delicor de banana, que assenta no fundo dataça e cria um efeito heterogêneo. A es-colha das bebidas para a composição dodrink vem da proposta do bar: um car-dápio diferente a cada temporada, comum preço bacana. Atualmente, a culiná-ria brasileira é a escolhida.

cultura e lazerArthur Franco e Carlos Gabriel FerreiraRepórteres

Arthur FrancoRepórter

Curso ensina Escrita CriativaAlunos pretendem lançar livro de contos

A tradicional “loira” geladatem certamente o seu lugardeterminado em umcardápio dos apreciadoresde bebidas. Mas nadaimpede que outros coquetéiscaiam no gosto dos quefreqüentam bares e nãonegam um drink exótico.Percorremos diversos baresem busca de algo quesatisfizesse o nosso paladarexigente. Narramos abaixo oque encontramos nocaminho.

Umirlandês criado por americanosCerveja, licor e uísque, tomados em

um só gole. Essa mistura é o Irish CarBomb, bebida que faz sucesso noRock’n Beer Irish Pub (Av. FlorianoPeixoto, 18) . Para compor o drink, co-loca-se ¾ de cerveja Guinness em umcopo de pint (uma medida inglesa, queequivale a 665 ml) e mistura-se uísque ecreme irlandês (geralmente Baileys) emum copo de shot. Ai é só mergulhar ocopo de shot na cerveja e mandar pradentro. O segredo é beber rápido, senão a bebida talha e perde seu sabor.Apesar do nome, o drink foi inventadopor um americano e não é muito difun-dido na Irlanda. Muitos acreditam que ainspiração para o nome vem dos “carrosbomba” utilizados em manifestaçõesseparatistas na Irlanda, por isso algunsirlandeses consideram o nome ofensivo.Já outros acreditam que o nome vem damistura de três bebidas irlandesas usa-das para compor o drink.

A típica brasileira do MercadoMunicipal

Na Rua Olegário Maciel, número255, com destaque arquitetônico de co-res fortes, encontra-se um lugarzinhohistórico desta região da farinha podre.O Mercado Municipal, fundado em1944, é marcado pelos seus produtoscaseiros, caminhando entre os docestradicionais e queijos fabricados por

mãos mineiras. E não para por aí, o lo-cal também conta com restaurantes decomida árabe, japonesa e, até mesmo,uma sapataria. O Bar do Mercado ofe-rece um dos drinks mais bem feitosdesta cidade: a caipirinha de jabutica-ba, servida de quarta a sábado das 17hàs 23h. A fruta pretinha é tipicamentebrasileira, encontrada nativamente nasterras da Mata Atlântica e que, aqui,descobre o seu par perfeito com a ca-chaça mineira – uma das melhores dopaís. Uma doçura que só.

O estrangeiro comCanelaA história desse tal de Alexander é

complicada, viu?! Mas já garanto: é umclássico. Sabemos que ele surgiu por vol-ta de 1922, que foi uma das épocas maisgloriosas para a invenção de drinks. Seucontexto de criação é dicotômico, ambí-guo e, até mesmo, bipolar. Não se sabeao certo se foi homenagem a uma prin-cesa, a esposa de um cliente assíduo quetinha o nome do coquetel ou a Alexan-dre, o Grande e suas guerras. Indepen-dente de suas origens, o que mais agradana bebida é o toque suave do licor de ca-cau, junto ao gim, contraposta à calda demorango salpicada de canela. O drink éuma das pedidas do Beco da Canela,próximo à UFU, na Avenida João Navesde Ávila. Por um preço bacana, o coque-tel ainda é acompanhado por uma por-ção satisfeita de felicidade.

FOTO: Carlos Gabriel Ferreira

A caipirinha de jabuticaba do Mercado Municipal é um drink tradicional em Uberlândia

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Robin Hood do futuroGuilherme Gonçalves

Em “O preço do amanhã” o tempovirou moeda. As pessoas param deenvelhecer aos 25 anos e a partir daíprecisam trabalhar para ganhar emtroca horas de vida. Todos os produtos

são comprados descontando-seminutos, horas e até anos da vida dapessoa. Will Salas e Sylvia Weisinconformados com a segregaçãosocial, na qual os pobres morrem aosmilhares para garantir a vida eterna e aluxúria aos ricos, os dois passam aroubar o tempo dos ricos para dar aospobres lembrando a clássica história deRobin Hood. Ambos lutam para que o“sistema” seja destruído e ninguémmorra covardemente. A história é meioclichê, mas o roteiro foi muito bemfeito e gravado.

Divulgação

cultura e lazerVelhos do Restelo nãomerecem a nossa atençãoIsley Borges

Na cidade de Lisboa, em Portugal,existiu um velho bastante pessimista. To-dos os dias, sem falhar, o homem acorda-va e ia até a Praia do Restelo. Era de lá quesaíam as caravelas que iriam até as Índiasou Brasil. O Velho do Restelo dizia quetudo ia afundar, que ninguém chegaria vi-vo, que tudo seria desastre. Eram sempreassim as suas palavras. Por isso, talvez, ospessimistas são apelidados de Velho doRestelo até os dias de hoje em Portugal.Culpa do Camões.

Entretanto, as caravelas estavam lota-das de gente ousada, apaixonada e dedica-da. Por isso, não afundavam, não morriamos aventureiros. Os que ousaram atraves-sar o oceano, são aqueles que lutam, háanos, por um país mais justo e democráti-co. São, também, os que se organizam empartidos políticos, os que estão no cotidia-no dos movimentos sociais e populares. Eos que estão nas últimas manifestaçõespopulares.

Eu vivo cercadíssimo de Velhos doRestelo. Maniqueístas. Dizem que agora ogigante acordou, que o Brasil deixou deser bobo, que tudo está uma merda e tal.Essas pessoas só podem se informar diari-amente por veículos de comunicaçãoconservadores, direitosos e com o “rabopreso”. O gigante nunca esteve adormeci-do. Nós vivemos em uma democraciaconsolidada, temos uma história de con-quistas – principalmente nos últimos anos– e indivíduos que nos representam (senão, porque os elegemos?). Alguns cria-dos a leite-com-pera e iogurte estão se le-vantando contra a política, reduzida àimagem da corrupção. Amaioria é filha daclasse média e não experimenta a violên-cia do cotidiano experimentada pelos fi-

lhos da classe trabalhadora.Não tenham dúvida: os vitoriosos não

foram os que ficaram com o Velho doRestelo, e, sim, os que acreditaram no no-vo e na utopia. Os vitoriosos somos nósque temos propostas concretas para mui-tas pautas vagas reproduzidas nos cartazesdas últimas manifestações populares. Osvitoriosos somos todos nós que entende-mos a importância de se pensar uma polí-tica sem corrupção, de se inventar umanova cultura política. Os vitoriosos somosnós, que não nos recolhemos em casa emtempos de primavera.

Camões, em “Os Lusíadas”, reproduzo que sai da boca dos Velhos: "Ó glóriade mandar! Ó vã cobiça / Desta vaidade,a quem chamamos Fama! / Ó fraudulen-to gosto, que se atiça / C'uma aura popu-lar, que honra se chama! / Que castigotamanho e que justiça / Fazes no peitovão que muito te ama! / Que mortes, queperigos, que tormentas, / Que crueldadesneles experimentas!”. Vamos deixar osVelhos do Restelo de lado. Eles são deoutro lugar, de outra realidade, de outrotempo histórico. Eles não merecem anossa atenção.

Conheçam a história de seu país. Fu-jam dos chavões. Sua pátria percorreu, eainda percorre, belos caminhos de luta.Seus irmãos são aguerridos e, indepen-dente da forma como se organizam, me-recem respeito. Abandonem a ideia deque a política pode ser feita sem media-ções institucionais. Entendam o que é areforma política. Não deixem que suasações sejam reduzidas a um evento dasredes sociais.

E o mais importante: deixem de serVelhos do Restelo.

Revigorante nosso de cada diaDaniela Malagoli

“Nietzsche para estressados” conse-gue ajudar as pessoas sem ser imperati-vo como alguns livros de auto-ajuda.Reúne 99 máximas do gênio alemãoFriedrich Nietzsche, seguidas da inter-

pretação do autor, especialista em de-senvolvimento pessoal, Allan Percy,buscando soluções para as angústiascotidianas. Entre os aforismos presen-tes no livro, merecem destaque: “Ohomem que imagina ser completa-mente bom é um idiota” e “A potênciaintelectual de um homem se mede pe-lo humor que ele é capaz de manifes-tar”. Este livro enriquece e revigoranossa alma com pensamentos grandio-sos de um filósofo que não deixou decontribuir mesmo estando à beira dosabismos da loucura.

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Vila ExperimentalNeimar Alves

Um retrato em tamanho reduzidoda podridão humana, assim pode serdefinida o drama protagonizado porNicole Kidman. Na fictícia cidade deDogville (que dá nome ao filme) mo-ram excêntricas pessoas cujos desviosde caráter são evidenciados com achegada de Grace (Kidman) . Fugindo

de um gangster, a personagem se re-fugia no local com a condição de tra-balhar para os residentes em troca deproteção. Mal sabia Grace que iriapagar um preço cada vez mais caropara ser mantida acobertada. O acla-mado diretor Lars von Trier apresen-ta a crueldade e mesquinhez humanae conturbadas relações interpessoaisem um cenário experimental, em quenão há paredes, dando ênfase aosexemplos desnudos de seres humanosperversos. O filme, com estilo narrati-vo de livro, apresenta dez partes e éideal ao espectador que gosta de seenvolver com a trama ato a ato.

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A boa nova da redeEmílio Lins

Sucesso absoluto no Youtube, o ca-nal de humor Porta dos Fundos vemchamando a atenção na internet. Prati-cando um humor novo e ousado que

vai contra os padrões “Zorra Total”, ogrupo de atores posta seus vídeos duasvezes por semana sempre com muitarepercussão nas redes sociais. Com umelenco recheado de humoristas talento-sos e diferenciados, o projeto vem ga-nhando cada vez mais visualizações, fãse atenção da mídia. Em uma fórmulaadaptada para a web, com produçõescurtas e chamativas, eles parecem terentendido como entreter e trazer quali-dade para o público virtual.

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A caipirinha de jabuticaba do Mercado Municipal é um drink tradicional em Uberlândia

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VVeemmpprraa rru

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UUbbeerrllâânnddiiaa

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Créditos:

Carlos

GabrielFerreira

IsleyBorgesfotorreportagem

UUbbeerrllâânnddiiaa,,20 de junho

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A participação,elemento fundamentalpara a consolidação dademocracia, está sendolevada a sério por umpovo que clama pormudanças.