Senhora Cepra 3 V1

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SENHORA (José de Alencar)

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SENHORA

(José de Alencar)

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ANÁLISE DA OBRA

• Senhora divide-se em quatro partes: “O Preço”, “Quitação”, “Posse” e “Resgate”. Estes títulos contrariam ostensivamente o espírito de uma história de amor, como efetivamente é o romance Senhora. Mas, como se trata da história de um amor contrariado pelos hábitos sociais, fica clara a idéia de que os títulos foram assim escolhidos para hipertrofiar a metáfora contida no livro.

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(1ª Parte) O PREÇO• Na primeira parte Aurélia aparece nos salões fluminenses,

acompanhada de D.Firmina, parente que era dama de companhia. A jovem milionária zomba de todos os pretendentes, procurando humilhá-los o que podia. Por ser rica e gostar de zombar dos homens, pede ao Sr.Lemos, seu tio e tutor, que procure o Sr. Fernando Seixas, recém chegado de uma viagem a Pernambuco, e faça-lhe a proposta para ele se casar com uma jovem desconhecida, pela quantia de cem contos de réis. Se ele não aceitasse, a oferta poderia chegar a até duzentos contos. O Sr. Fernando Seixas era um jovem pobre, porém,extravagante e galã. Freqüentava os melhores salões, às custas da mãe viúva e de duas irmãs que se sacrificavam para ver o irmão gozando as mordomias da sociedade burguesa. Ele chegou a estudar Direito, mas não terminou o curso. Para sobreviver, foi ser funcionário público. Como o salário era baixo, usava a poupança que o pai tinha deixado para a família, e com isso, podia se apresentar nos melhores salões, com as roupas mais luxuosas.

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• Um dia, inclusive, levou a mãe e as irmãs ao teatro, ficando depois extremamente envergonhado quando um colega lhe perguntou quem era as três matutas que estavam com ele. Vê-se portanto, que Fernando Seixas era um pequeno burguês ambicioso e frustrado.

• Ao receber a proposta do Sr. Lemos, ele recusou inicialmente, aceitando, porém, depois. Para isto exigiu o adiantamento de vinte contos de réis. Aceita a proposta, marcou-se o dia da apresentação. Fernando ficou surpreso ao ver que a moça era Aurélia Camargo, jovem que ele namorara, quando ela era pobre e que tinha abandonado para noivar-se com Adelaide, por causa de um dote de trinta contos de réis. Aurélia,fazendo-se alheia à proposta que Fernando recebera, aceita o namoro casando-se com ele alguns dias depois, numa cerimônia simples e de poucos convidados. Na noite do casamento, ao ficarem sós, Aurélia diz ao noivo que ela sabia de tudo e, por isso, não passava de uma mulher traída e ele, um homem vendido.

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(2ª Parte – Quitação)

• Cronologicamente, a segunda parte acontece antes da primeira. É o momento em que o escritor fala de Aurélia quando pobre. Ela era filha de Emília e Pedro, sendo este filho natural de Lourenço Camargo, homem extremamente rico. O casamento não foi aceito nem reconhecido pelas duas famílias. Pedro morre e Emília fica com dois filhos para enfrentar a pobreza. Mais tarde morre o filho, ficando apenas Aurélia, que se tornara uma jovem muito bela. A mãe exigiu que ela ficasse à janela, no bairro de Santa Teresa, a fim de conseguir pretendente. A jovem, a contragosto, fez a vontade da mãe. Nenhum pretendente, entretanto, chamou-lhe a atenção.

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• Um dia, porém, veio vê-la o Sr.Fernando Seixas por quem ela se apaixonou à primeira vista. Tornaram-se namorados, mas ele depois a abandona por Adelaide. A sorte, mais tarde, foi favorável a Aurélia, pois o avô achou os documentos de Pedro e, neles, a certidão de casamento. Diante disso, reconhece Aurélia sua herdeira universal, morrendo ele algum tempo depois, e deixando-a milionária, num momento difícil para ela, uma vez que a morte já havia levado, também, a viúva Emília Camargo. Assim, com beleza e dinheiro, Aurélia resolve enfrentar a sociedade de forma altiva e corajosa, inclusive frustrando os vários pretendentes e se casando com o Sr.Fernando Seixas, para surpresa de todos, já que ninguém conhecia a verdadeira razão do casamento.

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(3ª Parte – Posse)

• A terceira parte é, psicologicamente, o momento mais importante do romance. O Sr.Fernando Seixas, reconhece seu lugar de homem vendido e se submete a todos os caprichos de Aurélia, fazendo-se inclusive, passar por um marido de fato, quando o era apenas no papel. Aurélia faz com ele todos os jogos que lhe vêm à cabeça. Não lhe poupa um instante sequer e, muitas vezes, humilha-o diante dos outros. Em alguns momentos se faz de amorosa, despertando nos amigos até um sentimento de inveja. Neste jogo de amor e ódio,ele vai sobrevivendo.

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(4º Parte – Resgate)

• Finalmente, no mesmo lugar em que fora humilhado há onze meses, Fernando chama Aurélia e lhe devolve o dinheiro. Ela recebe o pagamento de maneira fria, até conferindo os juros para ver se tudo estava certo. Ao encontrar-se livre, Fernando pede para retirar-se e, nesta hora, Aurélia ajoelhando-se a seus pés, confessa-lhe todo o seu amor dizendo em que nenhum instante, a despeito de toda a vingança, ela deixou de amá-lo. Ele resiste alegando que, apesar de também sempre tê-la amado, há entre eles um abismo: a riqueza de Aurélia. Ela, porém, mostra-lhe o testamento feito na noite do casamento. Nele, Aurélia passara todos os seus bens em nome de Fernando Seixas. Assim, o escritor que havia mostrado, em todo o romance, uma mulher forte e altiva, fá-la agora apenas numa mulher romântica e submissa que, em nome do amor, perdoa tudo ao homem amado e se entrega a ele sem reservas.

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ELEMENTOS DA NARRATIVA

1.1-PERSONAGENS:

• Aurélia de Sousa Camargo: Moça bela de dezoito anos, originalmente pobre, filha de um casamento rejeitado.

• Fernando Rodrigues de Seixas: Jovem de classe média,estudante de Direito que aspira ao sucesso.

• D.Firmina Mascarenhas: Mãe postiça de Aurélia.

• Lemos:Tio de Aurélia.

• Adelaide Amaral: Noiva de Torquato e mais tarde de Fernando Seixas.

• Pedro de Sousa Camargo: Filho de Lourenço Camargo e Pai de Aurélia e Emílio.

• Emília Camargo: Mãe de Aurélia.

• Lourenço Camargo: Avô de Aurélia, Pai de Pedro.

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1.2-TEMPO:O tempo é cronológico, sendo, porém,a narrativa organizada de maneira não-linear. O segundo capítulo relata a infância de Aurélia, o que constitui uma quebra da seqüência narrativa. Evidencia-se um contraponto entre o passado,as origens modestas de heroína,a vida dura da infância,o amor puro,e o presente:a herança geradora dos episódios pretendidos por Aurélia,que culminam com o casamento com Fernando Seixas.

1.3-ESPAÇO:O espaço central da narrativa é o Rio de Janeiro (Bairro das Laranjeiras).

1.4-LINGUAGEM:Utilização do recurso da metalinguagem(forma teatral): “Tornemos à câmara nupcial onde se representa a primeira cena do drama original de que apenas conhecemos o prólogo.Os dos atores ainda conservam a mesma posição em que deixamos”.Linguagem simbólica,conotativa(metáfora aliterações( !beliscou o braço”; “bloco de borracha”;eufemismo) “contrabando do amor” em vez de casamento por interesse).

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1.5-FOCO NARRATIVO:

O narrador de Senhora,como quase todo narrador romântico,procura criar a impressão de que o seu relato é

verídico:teve existência real antes de assumir fora literária.

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CLASSIFICAÇÃO LITERÁRIA: ROMANTISMO X REALISMO

ROMANTISMO1. A personagem Aurélia

2. A valorização do sentimento

3. O arquétipo (ídolo, musa, rainha, deusa, Sol)

4. O amor idealizado (como Aurélia imaginava Seixas), a inocência

5. Personagens extraordinárias

6. A vida burguesa (as festa)

7. A aparência graciosa (o sonho) mascarando o real

REALISMO1. A personagem Seixas

2. A ascensão social

3. As regras da verossimilhança

4. A experiência decepcionante (Seixas aceitara o dote de Adelaide)

5. Personagens vulgares

6. A aparência fiel, seca, desagradável

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INVESTIGAÇÃO PSICOLÍGICA

• Com seus “perfis femininos”, José de Alencar é o primeiro escritor brasileiro a criar personagens traumatizados em nossa literatura.

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ANÁLISE CRÍTICA

• Em Senhora, temos uma situação invertida. No romance, um homem vende-se a uma mulher, com todas as formalidades comerciais: dinheiro, documentação, assinatura e posse da mercadoria.

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Essas Mulheres Baseada no livro Senhora .

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COMPONENTES:

• Déborah Muniz

• Gernanda Batista

• Juliana Andrade

• Mirla Cerqueira

• Tatiane

• Thaís Araújo