Semiologia ou semiótica

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Seguindo a reflexão * Semiologia ou semiótica

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Semiologia ou semiótica. Seguindo a reflexão. Sinteticamente, podemos dizer: SIGNO = SIGNIFICANTE + SIGNIFICADO Ou seja, aquilo que vimos chamando de símbolo é o SIGNO da semiologia; - PowerPoint PPT Presentation

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Seguindo a reflexão

*Semiologia ou semiótica

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*Definindo conceitos

*Sinteticamente, podemos dizer:

SIGNO = SIGNIFICANTE + SIGNIFICADO

*Ou seja, aquilo que vimos chamando de símbolo é o SIGNO da semiologia;*Na verdade, o signo, para Saussure, estaria

relacionado apenas com a linguagem verbal. Para aquilo que pretendemos com esse curso, no entanto, tal distinção não será considerada.

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*Signo = significante +

significado

SIGNIFICANTE: lâmpada com a

muda de uma planta dentro.SIGNIFICADO:

a boa ideia que é (ou pode ser)

preservar o meio ambiente

O SIGNO engloba esses dois planos. É assim que ele é apreendido pelo ser humano: percebemos o significante e, em função do contexto, já entendemos ou criamos um significado.

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*Semiologia

*Segundo Saussure, a existência dos signos, “a singular entidade psíquica de duas faces que cria uma relação entre um conceito (o significado) e uma imagem acústica (o significante) - conduz à necessidade de conceber uma ciência que estude a vida dos sinais no seio da vida social, envolvendo parte da psicologia social e, por conseguinte, da psicologia geral. Chamar-lhe-emos semiologia. Estudaria aquilo em que consistem os signos, que leis os regem”.

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*Semiologia

“A semiologia referia-se assim a um vasto campo que, além da linguística, incluía todos os outros sistemas de signos ou códigos que constituem o mundo em que vivemos: *os códigos paralinguísticos (sistemas que reforçam e auxiliam a

linguagem verbal, como os códigos cinésicos - gestuais, proxémicos - relacionados com a gestão do espaço entre emissor e recetor, prosódicos - entoacionais), *os códigos epistemológicos (divididos em códigos científicos e artes

de adivinhação), *os códigos estéticos (de onde surgiram estudos sobre a semiótica da

narrativa e da literatura, a semiótica dos mitos, semiótica do cinema, etc.) e *os códigos sociais (interpretação dos signos de identidade, signos de

cortesia, códigos associados à moda e ao jogo), entre outros.”

Fonte: http://www.infopedia.pt/$semiologia

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*Retomando a aula anterior

1. Mas se os SIGNIFICANTES não variam, de onde vem a variação dos SIGNIFICADOS, a mudança de sentido das palavras, expressões, gestos, imagens, coisas, etc.?

2. Como a semiótica se relaciona com o animal simbólico de Cassirer?

3. O que a exegese e a hermenêutica têm a ver com tudo isso?

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*Os símbolos são inesgotáveis

*Seria correto afirmar, então, que os signos são inesgotáveis, ou seja, que o sentido (significado) que eles podem vir a ter podem variar indefinidamente?*E quais consequências isso teria ou poderia ter

para a gente?*Viver, como diria Guimarães Rosa, é

efetivamente “muito perigoso. Porque ainda não se sabe. Porque aprender-a-viver é que é o viver, mesmo”? O que é, o que significa, afinal das contas, viver?

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*Interpretação: uma tarefa que não precisa ser

arbitrária

*Por mais inesgotáveis que sejam os sentidos dos signos, sua interpretação não precisa, nem pode ser arbitrária;*A semiologia e a semiótica oferecem

regras para que tal atividade seja tão rigorosa quanto possível;*Não nos aprofundaremos nestas regras,

mas faremos, na sequência, alguns exercícios de interpretação semiótica.

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*O que queremos com tudo isso?

*A questão que focaremos doravante será a da análise dos símbolos e narrativas religiosas, de modo a, compreendendo mais profundamente seus sentidos originários e a mudança de significação que sofreram com o tempo, buscar o essencial da experiência religiosa de vida e libertação que os originaram e modificaram, distinguindo-os da tendência dominadora e apequenadora que sempre esteve (e estará presente) nas relações humanas.

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*O que queremos com tudo isso?

*Dito de outro modo, queremos:1. Através da exegese, compreender o sentido

originário dos símbolos, imagens e narrativas religiosos, de modo a tentar encontrar a essência da experiência de Deus que tais signos buscavam expressar;

2. Perceber, pela ressignificação que esses signos receberam ao longo do tempo, o processo de manipulação e “perversão” por que passaram;

3. Descobrir, através da hermenêutica, o sentido e o apelo que hoje a divindade poderia estar fazendo àquele que a ela buscasse seguir.

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*Um exercício prático: análise do

mito adâmico

*Análise do mito adâmico: Gn 2,7 – 3,24

7 Então Javé Deus modelou o homem com a argila do solo, soprou-lhe nas narinas um sopro de vida, e o homem tornou-se um ser vivente.

15 Javé Deus tomou o homem e o colocou no jardim de Éden, para que o cultivasse e guardasse. 16 E Javé Deus ordenou ao homem: «Você pode comer de todas as árvores do jardim. 17 Mas não pode comer da árvore do conhecimento do bem e do mal, porque no dia em que dela comer, com certeza você morrerá».

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18 Javé Deus disse: «Não é bom que o homem esteja sozinho. Vou fazer para ele uma auxiliar que lhe seja semelhante». 19 Então Javé Deus formou do solo todas as feras e todas as aves do céu. E as apresentou ao homem para ver com que nome ele as chamaria: cada ser vivo levaria o nome que o homem lhe desse. 21 Então Javé Deus fez cair um torpor sobre o homem, e ele dormiu. Tomou então uma costela do homem e no lugar fez crescer carne.22 Depois, da costela que tinha tirado do homem, Javé Deus modelou uma mulher, e apresentou-a para o homem. 23 Então o homem exclamou: «Esta sim é osso dos meus ossos e carne da minha carne! Ela será chamada mulher, porque foi tirada do homem!»25 Ora, o homem e sua mulher estavam nus, porém, não sentiam vergonha.1 A serpente era o mais astuto de todos os animais do campo que Javé Deus havia feito. Ela disse para a mulher: «É verdade que Deus disse que vocês não devem comer de nenhuma árvore do jardim?» 2 A mulher respondeu para a serpente: «Nós podemos comer dos frutos das árvores do jardim.

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3 Mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, Deus disse: ‘Vocês não comerão dele, nem o tocarão, do contrário vocês vão morrer’ «. 4 Então a serpente disse para a mulher: «De modo nenhum vocês morrerão. 5 Mas Deus sabe que, no dia em que vocês comerem o fruto, os olhos de vocês vão se abrir, e vocês se tornarão como deuses, conhecedores do bem e do mal».6 Então a mulher viu que a árvore tentava o apetite, era uma delícia para os olhos e desejável para adquirir discernimento. Pegou o fruto e o comeu; depois o deu também ao marido que estava com ela, e também ele comeu. 7 Então abriram-se os olhos dos dois, e eles perceberam que estavam nus. Entrelaçaram folhas de figueira e fizeram tangas.8 Em seguida, eles ouviram Javé Deus passeando no jardim à brisa do dia. Então o homem e a mulher se esconderam da presença de Javé Deus, entre as árvores do jardim. 9 Javé Deus chamou o homem: «Onde está você?» 10 O homem respondeu: «Ouvi teus passos no jardim: tive medo, porque estou nu, e me escondi». 11 Javé Deus continuou: «E quem lhe disse que você estava nu? Por acaso você comeu da árvore da qual eu lhe tinha proibido comer?» 12 O homem respondeu: «A mulher que me deste por companheira deu-me o fruto, e eu comi». 13 Javé Deus disse para a mulher: «O que foi que você fez?» A mulher respondeu: «A serpente me enganou, e eu comi».

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14 Então Javé Deus disse para a serpente: «Por ter feito isso, você é maldita entre todos os animais domésticos e entre todas as feras. Você se arrastará sobre o ventre e comerá pó todos os dias de sua vida. 15 Eu porei inimizade entre você e a mulher, entre a descendência de você e os descendentes dela. Estes vão lhe esmagar a cabeça, e você ferirá o calcanhar deles».17 Javé Deus disse para o homem: «Já que você deu ouvidos à sua mulher e comeu da árvore cujo fruto eu lhe tinha proibido comer, maldita seja a terra por sua causa. Enquanto você viver, você dela se alimentará com fadiga. 18 A terra produzirá para você espinhos e ervas daninhas, e você comerá a erva dos campos. 19 Você comerá seu pão com o suor do seu rosto, até que volte para a terra, pois dela foi tirado. Você é pó, e ao pó voltará».20 O homem deu à sua mulher o nome de Eva, por ser ela a mãe de todos os que vivem. 21 Javé Deus fez túnicas de pele para o homem e sua mulher, e os vestiu. 23 Então Javé Deus expulsou o homem do jardim de Éden para cultivar o solo de onde fora tirado.

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*Panorama geral

Mito bíblico da criação do homem e da mulher.

SIGNIFICANTE

SIGNIFICADO

Experiência de Deus

Gn. 2,7 – 3,24

Como traduzi-la?Como registrá-la?

Hoje em dia, aqueles que creem e os estudiosos dos fenômenos religiosos estão mais interessados no sentido que está por trás do mito narrado. Assim, partindo do significante, o texto do Gênesis, precisamos seguir o caminho inverso ao das setas...

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*Exegese – a experiência

original

*O que os judeus da época do exílio estão querendo retratar com esse mito?*O sentido da vida (a relação com Deus) e o mistério da

origem do mal;*Não existem demônios, diabos ou algo que o valha...*Não existem regras, leis, “dogmas”, a não ser o “não

pode comer da árvore do conhecimento do bem e do mal”...*A preocupação central é com a vida realizada, feliz, com

sentido: “porque no dia em que dela comer, com certeza você morrerá [e eu quero que você tenha vida em abundância...]”

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*Por que o sentido pode se perder?

Mito bíblico da criação do homem e da mulher.

SIGNIFICANTE

SIGNIFICADO

Experiência de Deus

Gn. 2,7 – 3,24

Como traduzi-la?Como registrá-la?

Esse procedimento levará a graves distorções, como veremos no próximo slide...

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*Variações do sentido original

*O mal assumiu várias caras ao longo da história da Igreja católica;*Uma dessas “atualizações” associou-o a demônios, diabos,

etc.;* Ele também foi associado ao sexo.

*Evitá-lo passou a ser a essência da vida humana, no lugar da busca pela plena realização: deixa-se de falar de Deus, para se falar quase que exclusivamente no “inimigo” (como em vários cultos católicos e protestantes atuais);*Ao livre-arbítrio daqueles que fazem a experiência

mística do encontro, sucedeu a obediência cega daqueles que seguem a religião transformada em poder temporal.

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*Como recuperar o sentido original?

Mito bíblico da criação do homem e da mulher.

SIGNIFICANTE

SIGNIFICADO

Experiência de Deus

Gn. 2,7 – 3,24

Traduzia qual tipo de experiência?

O que queria dizer?

EXEGESE!Que nos interpela de que modo hoje

em dia?

HERMENÊUTICA!

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*Hermenêutica – o apelo para o fiel de

hoje

*E hoje, o que o Deus experimentado como fonte de vida, sentido e realização pelo judeu do exílio pode estar querendo dizer ao cristão do século XXI?*Será que o essencial e mais importante da sua

relação com o fiel é o cumprimento cego de regras sem sentido do tipo “sim, sim, não, não”?*Onde o apelo para que tenhamos vida hoje é mais

forte?*De como não reduzir uma experiência de

libertação e sentido a uma de dominação e mera obediência legal?