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SEMINÁRIOCURA ESPIRITUAL DA

ANSIEDADE

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O PANORAMA ATUAL DA

SOCIEDADE HUMANA E A ANSIEDADE

O PANORAMA ATUAL DA SOCIEDADE HUMANA E A ANSIEDADE

Contrastes pelas quais passa a nossa sociedade em nos dias atuais:– Conforto proporcionado pela tecnologia

nunca antes experimentado por toda a Humanidade.

– Ao mesmo tempo o materialismo atinge o auge acompanhado de vários fatores geradores de um estado de ansiedade:

Hedonismo – o prazer a todo custo é o grande objetivo da vida;Niilismo – crença no nada;Relativismo – todos os juízos são flutuantes e permissivos;


Materialismo:Consumismo – consumir é a palavra de ordem: objetos, coisas supérfluas, informações, revistas, relações. O grande objetivo da vida é ter coisas, coisificando-se;Coisificação – o ser humano é transformado em um objeto de consumo e vale pelo que consome;Erotismo – consumismo do sexo de todas as formas possíveis e imagináveis;Saturação – gera a indiferença por tudo, que é experimentado a exaustão;


Materialismo:Competitividade – o que importa é fazer melhor do que o outro para conseguir superá-lo;Superficialismo – ansiedade por viver como todo mundo porque senão será superado;Sentimento de urgência – é preciso participar de tudo, para não ficar defasado, como se o urgente por ser urgente fosse o mais importante; como se o material e o exterior fossem mais importante que o espiritual e o íntimo.


Resultado:– O ser humano está cada vez mais distante

de si mesmo;– Sociedade imatura caracterizada por três

pontos básicos:Desorientação – não há um rumo seguro nem direção;Inversão de valores – o que é principal é colocado como secundário e vice-versa;Vazio existencial – resultado de se colocar o espiritual como secundário ou desnecessário.


Resultado:–Vive-se em um estado de ansiedade

para desfrutar ao máximo o que essa cultura de superficialidade impõe;

–A ansiedade surge também por não se ter tempo para poder desfrutar tudo que está disponível;

–Vive-se também em ansiedade por se temer perder aquilo que se desfruta.

ANSIEDADE: CONCEITOS,

SINAIS E SINTOMAS

ANSIEDADE: CONCEITOS, SINAIS E SINTOMAS

A ansiedade é proveniente de uma sensação de que algo desagradável está para acontecer, resultando em um estado de alerta do organismo que produz um sentimento indefinido de insegurança.


A pessoa ansiosa vive de forma subconsciente e voltada para fora de si mesma, tentando controlar o mundo externo e o tempo.Em relação ao tempo tem um movimento de se pós-ocupar com o passado lamentando o que fez e o que deixou de fazer e se preocupar com o futuro sobre possíveis dificuldades pelas quais passará.


Como tenta controlar o incontrolável torna-se extremamente insegura, como alguém que caminhasse em areia movediça e buscasse apoio à sua volta sem encontrá-lo.


Isso gera uma sensação de angústia muito grande caracterizada por umasensação de “aperto” no peito (desequilíbrio do 4o. chakra) e, às vezes, de dificuldade respiratória (estreitamento) de que padecemos quando nos sentimos “angustiados”. A angústia seria o componente psicossomático da ansiedade.


Há dois tipos de ansiedade:Exógena – é o estado de ameaça inquietante produzido por estímulos externos de condições muito variadas: conflitos agudos, súbitos, inesperados; situações de tensão emocional; crise de identidade pessoal; problemas do meio ambiente que tragam situações que contenham algum risco ou perigo, e que formam um amplo conjunto de fatores que vão desde problemas afetivos, dificuldades no trabalho, fracassos sentimentais, problemas financeiros, perda de seres queridos e uma enorme variedade de acontecimentos.


Endógena – Ela provém da energia mental dos pensamentos, sentimentos e vontade em desequilíbrio proveniente da tentativa de onipotência por controlar o mundo externo e o tempo. Os fatores exógenos apenas estimulam os endógenos.

PENSAMENTOSformados por ESQUEMASCOGNITIVOS. Surgem de

experiências passadas que geram uma COGNIÇÃO -

Após fixação mental → Padrões verbais e Imagens → CRENÇASistema de Crenças - Conjunto

de esquemas cognitivos

TERRITÓRIO

Sentimentos

Estado Emocional(SENTIMENTOS +

SENSAÇÕESVISCERAIS)

Estado Fisiológico(Doença ou Saúde)

O TRINÔMIO ESPÍRITO-MENTE-CORPO

Comportamento

AtitudesResultados

MAPA INTERNO(Forma de ver tudo

que nos rodeia: pessoas,ambiente, energia, etc.)

A ENERGIA MENTAL

PENSAMEN-TOS

SENTIMEN-TOS

VONTADE

ENERGIA MENTAL


Os sinais e sintomas da ansiedade são decorrentes da energia mental que se encontra desequilibrada e podem ser caracterizados como: –Psicológicos;–Cognitivos;–Comportamentais;–Sociais;–Físicos.


Sintomas e Sinais Psicológicos: Inquietude, nervosismo;Desassossego, inação, exaustão;Vivência de ameaça;Experiência de luta ou fuga;Temores difusos;Insegurança;Sensação de vazio interior;Pressentimento do nada;Medo de perder o controle;


Medo de agredir;Dissolução e/ou ruptura do eu;Diminuição da atenção;Melancolia, aflição;Perda de energia;Suspeitas e incertezas negativas vagas;Medo da morte;Medo da loucura;Medo de se suicidar;


Pensamentos mórbidos, perniciosos, distorcidos.Estado emocional aversivo, repulsivo e hostil relacionado com o pressentimento de um perigo mais ou menos imediato e difuso, vivido como expectativa do pior;Insônia na primeira parte da noite;Pesadelos e outros sonhos angustiosos (perigos, muitos conteúdos ilógicos etc.).Sono não repousante à noite e sonolência durante o dia.


Sintomas e Sinais Cognitivos:Erros no processamento da informação com negativismo e supergeneralização;Falsas interpretações da realidade pessoal (“Tudo me preocupa”/ “Tudo dá errado comigo”/ “Que azar tenho!”/ “Tudo que faço é sempre difícil...”);Pensamentos preocupantes (carregados de temores);Pensamentos, ideias, juízos e raciocínios distorcidos e negativos;


Padrões automáticos e estereotipados na forma de responder (pensamento irreflexivo-impulsivo);Tendência a sentir-se afetado negativamente; Pensamentos absolutos (utilização habitual de termos radicais: “sempre”/ “nunca”/ “em absoluto”/ “jamais...”);Centrar-se em detalhes pequenos desfavoráveis e tirá-los do contexto, ignorando o que houver de positivo;


Dificuldade de concentração;Tendência à dúvida;Problemas de memória (esquecer o que é bom e positivo; ter em primeiro plano o mau e negativo);Quer as coisas para “ontem”;Esquecimento permanente dos aspectos gratificantes acontecidos em seu passado;Juízos continuados de valor (“é inútil”/ “é revoltante”/ “é impossível...” “não consigo”);


Erros ou insuficiências no processamento da informação que chega à pessoa: “sentir-se perdido”/ falta de recursos psicológicos / interpretações inadequadas / estar sempre pensando no pior, no mais difícil... / ideias sem base e até irracionais que vão sendo aceitas sem nenhum tipo de crítica.


Sintomas e Sinais Comportamentais:Comportamento de alerta/estar em guarda, à espreita;Hipervigilância;Estado de atenção expectante;Dificuldade de ação;Inadequação estímulo-resposta;Diminuição ou ausência da eficiência operativa;


Bloqueio afetivo/perplexidade, surpresa, não saber o que fazer;Dificuldade para concluir tarefas simples;Inquietude motora (agitação intermitente);Transtornos da linguagem não-verbal (gestos, mímica);Expressão facial congelada (assombro, estranheza, dúvida, estupor);Contração do ângulo externo dos olhos;


Expressão facial desprazerosa (rejeição-desagrado);Rosto com traços de excitação, descontrole, preocupação. Testa franzida;Pálpebras caídas;Maçãs do rosto, boca e queixo: rígidos, tensos, contraídos;Bloqueio dos movimentos das mãos;Movimentos das mãos e braços lentos e sem coordenação;


Tensão mandibular;Posturas corporais alternantes;Gestos de interrogação e estranheza;Voz alternante e com altibaixosem seu tom.


Sintomas e Sinais Sociais:Não saber o que dizer perante certas pessoas;Não saber puxar conversa;Não conseguir sair desacompanhado;Dificuldade ou impossibilidade de dizer não ou mostrar desacordo em algo;Graves dificuldades para falar de temas gerais;


Falar sempre com linguagem demasiado categórica e extremista;Dar uma resposta em lugar de outra ao falar em público. Bloquear-se ao fazer perguntas ou ao ter de respondê-las. Adotar em demasiadas ocasiões uma postura passiva (bloqueio generalizado);Não saber conduzir um assunto (não saber tomar a palavra, nem mudar de tema, nem ceder a palavra a outra pessoa, nem ter senso de humor perante uma situação um pouco tensa etc.);


Não saber terminar uma conversa difícil;Poucas habilidades práticas na conversa com mais de duas pessoas;Não saber aceitar uma brincadeira ou uma ocorrência divertida (sobretudo em grupo; a explicação: ao estar em guarda, tudo é interpretado pejorativamente, com receio e suspeita);Pouca habilidade para estar relaxado em grupo.


Sintomas e Sinais Físicos:Taquicardia, palpitações;Dilatação das pupilas;Constrição de quase todos os vasos sanguíneos;Tremores: nas mãos, pés e corpo em geral;Hipersudorese;Boca seca;Tiques localizados;Inquietude psicomotora;


Polaciúria (urinar muitas vezes);Náuseas e vômitos;Diarréia;Opressão precordial;Dores estomacais;Sensação pseudovertiginosa (como se fosse cair);Falta de estabilidade ao caminhar;Mover-se continuamente de um lado para o outro (caminhar sem rumo);


Tocar algo com as mãos continuamente;Hiperatividade global;Anorexia/bulimia (perder o apetite / comer sem parar).Diminuição ou aumento da libido.


É necessário diferenciar o estado de ansiedade do transtorno de ansiedade generalizada.O transtorno de ansiedade generalizada consiste em ansiedade e preocupação excessivas com diversos eventos ou atividades, ocorrendo na maioria dos dias por pelo menos seis meses, sendo que a pessoa considera difícil controlar a preocupação. As pessoas com transtorno de ansiedade generalizada frequentemente apresentam história de ansiedade ao longo de sua vida.

A DINÂMICA ESPIRITUAL DA

ANSIEDADE

A DINÂMICA ESPIRITUAL DA ANSIEDADE

A ansiedade tem causas espirituais muito profundas, que surgem do afastamento do Ser Essencial que somos, devido aos fatores que refletimos no item 1, processo no qual nos distanciamos do verdadeiro sentido da Vida.Esse distanciamento produz uma fissão do eixo ego/Self, que vai se intensificando cada vez mais, pois o Espírito afasta-se das Leis Divinas e de Deus, discordando delas de uma forma explícita ou implícita.

A DINÂMICA ESPIRITUAL DA ANSIEDADEA fissão do eixo ego/Self vai se aprofundando até produzir a dúvida existencial, gerando a desconfiança em si mesmo, em Deus e na Vida. A pessoa que discorda das Leis Divinas culminará por não se sentir filha de Deus, desconectando-se das energias amorosas do Universo. Ao agir assim, de modo contrário das energias direcionadas pela Lei de Amor, Justiça e Caridade, ela não se sente pertencendo ao Universo, desenvolvendo uma insegurança não apenas circunstancial, mas existencial, produzindo a dúvida existencial.


A dúvida é uma manifestação decorrente de dois movimentos: ignorância de si mesmo, isto é, ignorância de ser um Espírito imortal, filho de Deus, aprendiz da Vida; e ignorância das Leis Universais de Deus.A dúvida circunstancial é natural por ser um processo de insegurança corriqueira, que acontece quando a criatura deve tomar uma decisão. Se ela se sente filha de Deus e aprendiz da Vida, mesmo com dúvidas tomará uma decisão e aprenderá com a experiência, independentemente do resultado, seja um erro ou de acerto.


O que a discordância das Leis Divinas produz é a dúvida existencial, bem mais profunda e resultante do movimento egoico da criatura, por seu afastamento da própria essência e de Deus. O existencial é, pois, aquilo que existe de mais profundo na existência espiritual do ser, desde o princípio de sua formação até o infinito da sua jornada.


Devido ao movimento de discordância, a criatura, existencialmente, se desconecta do Criador, gerando a dúvida irracional, irrefletida e intelectualizada.Estudemos como criamos essa dúvida cada vez mais profunda, existencial, já que muitas vezes, ao invés da confiança, cultuamos a desconfiança em Deus, impedindo-nos a conexão com a realidade essencial. Isso tem origem nos sentimentos egoicos da rebeldia e do orgulho.


Por que desconfiança em Deus? Porque Deus criou o Universo com Leis perfeitas e sábias, como as Leis de Amor, Justiça e Caridade, de Liberdade, de Causa e Efeito, de Liberdade, de Responsabilidade, da Reencarnação etc., que não poderemos jamais derrogar. Ao contrário, somos convidados, caso queiramos nos sentir seguros, a amar, respeitar e cumprir essas Leis.

DESCONFIANÇA EM DEUS

EXPLÍCITA IMPLÍCITA

A PESSOA NÃO CRÊ EM DEUS, DIZENDO-SE

ATEIA, NEGANDO A SUA EXISTÊNCIA

A PESSOA DIZ QUE CRÊ EM DEUS, MAS NÃO RACIOCINA,

REFLETE E NEM SENTE O SIGNIFICADO DE SUAS LEIS EM

SUA VIDA, MANTENDO-SE EM UM ESTADO DE SUPERFICIALIDADE

A DINÂMICA ESPIRITUAL DA ANSIEDADETanto os descrentes quanto os crentes superficiais permanecem bem enquanto as questões atinentes às suas vidas e aos seus entes queridos estão acontecendo de forma agradável, permanecem muito bem, com o seu ateísmo ou acreditando em Deus e nas teses espirituais de forma superficial. Quando surgem as experiências-desafio a que todos somos convidados ou persuadidos a viver tremem nas bases devido à descrença ou a crença sem raciocínio e reflexão sobre a Vida.


Para desenvolver a fé convicta é necessário superar essa desconfiança, exercitando o raciocínio, a reflexão e o sentimento, a partir do conhecimento das Leis Divinas atuando em nossa vida.Todos nós, mesmo aqueles que explicitamente não acreditam em Deus, em um nível profundo, sabemos, intuitivamente, de Sua existência, porque somos criação dEle.


Para que nos sintamos seguros é necessário não apenas saber que Deus existe e que estamos sob a Sua proteção, a partir do raciocínio e da reflexão sobre a Providência Divina, para poder sentir o significado das Leis Divinas e a presença amorosa do Criador em nossa vida.

A DINÂMICA ESPIRITUAL DA ANSIEDADEO primeiro passo é raciocinar sobre essa presença amorosa, raciocinar sobre a própria vida. Por exemplo: reflitamos sobre a visão materialista da vida que diz que tudo surgiu por acaso, a partir da agregação da matéria. O Universo inteiro, o nosso planeta, os seres humanos, os demais seres vivos, enfim tudo o que existe surgiu de uma explosão de uma matéria já existente (teoria do Big Bang), sem uma causa inteligente comandando tudo. Essa teoria é um exemplo da dúvida irracional, irrefletida e intelectualizada, embora, para os negadores da existência de Deus, seja tudo muito racional.

A DINÂMICA ESPIRITUAL DA ANSIEDADEFaçamos uma reflexão sobre essa teoria materialista para demonstrar o quanto ela é irracional, irrefletida e intelectualizada. Será que essa teoria é tão inteligente que dispensa a ideia de um Criador organizando tudo, como pensam os cientistas materialistas? Para responder, façamos um raciocínio simples: imaginemos uma flor feita de tecido de microfibra, proveniente de petróleo, daquelas tão perfeitas, em termos de design, que precisamos tocar para notar que é falsa.


Suponhamos que essa flor surgiu desta forma: um dia, quando as moléculas de petróleo não tinham nada para fazer, elas simplesmente se uniram por acaso, umas com as outras, simplesmente pela força da agregação molecular, e se transformaram nessa flor. Alguém, em sã consciência, aceitaria uma teoria dessas? É claro que não! Todos sabemos que essa flor é o efeito inteligente de uma causa inteligente.

A DINÂMICA ESPIRITUAL DA ANSIEDADEUm ser humano, primeiramente, descobriu que era possível fazer tecidos de petróleo, a partir de uma complexa manipulação das moléculas, transformando-as em fios e, depois, em tecidos. A partir daí, alguém pensou em fazer flores com esses tecidos. Desenhou, tendo como modelo as flores naturais, e enviou o projeto para as indústrias que passaram a produzir as flores aos milhões, para ornamentação de todo tipo de ambiente.


Entretanto, a ciência materialista diz que todos os seres vivos na Terra, inclusive os humanos, surgiram de uma sopa de matéria orgânica primitiva que havia nos oceanos, que, por sua vez, surgiram de descargas elétricas fortuitas em materiais inorgânicos provenientes do Big Bang.

A DINÂMICA ESPIRITUAL DA ANSIEDADEDiz a teoria que assim surgiram os primeiros seres unicelulares, que se uniram e formaram os seres pluricelulares até chegar à formação dos seres humanos em milhões de anos de evolução. Tudo por acaso, simplesmente pela agregação fortuita da matéria, sem uma inteligência superior comandando tudo. Será que crer nisso é mais inteligente do que crer que as moléculas de petróleo se transformaram, por acaso, em uma flor sem vida?


Uma sopa de matéria orgânica se tornaria uma rosa delicada e perfumada, cheia de vida, ou uma pessoa que é capaz de sentir, de pensar, inclusive de criar a própria flor artificial? Como pode ser tudo isso fruto da agregação ocasional da matéria, sem uma Causa Inteligente? São crenças que chocam a razão e o bom-senso, pois tudo que há denota ser um efeito inteligente de uma Causa Inteligente.

A DINÂMICA ESPIRITUAL DA ANSIEDADEPor isso é que dizemos que as teorias daqueles que querem negar a existência de um Criador, Causa Inteligente de todas as coisas, são irracionais, irrefletidas e intelectualizadas, pois essas teorias científicas que negam a existência de Deus parecem ser muito racionais, mas os cientistas que as mantêm são tão dogmáticos que negam todas as evidências que os fariam mudar de ideia. Eles nutrem a dúvida existencial, que ora estudamos.


Não são apenas os cientistas que intelectualizam a dúvida, mas todos aqueles que querem provas materiais para aquilo que não é material, e sim espiritual. Mesmo diante de provas, continuam se negando a raciocinar e refletir, nutrindo um intelectualismo vazio.

A DINÂMICA ESPIRITUAL DA ANSIEDADEOs crentes que cultuam a fé cega dogmática encontram-se nesse mesmo rol, pois negam sistematicamente, por falta de raciocínio e reflexão, as Leis Divinas que dão sentido a tudo que existe no Universo, como as Leis da Reencarnação e de Causa e Efeito. Aceitam como verdade incontestável, por exemplo, o criacionismo bíblico, que na realidade é apenas um símbolo da criação divina. Tal crença repugna a razão, constituindo-se em uma das causas pelas quais a ciência se afastou da religião. De fato, acreditar no criacionismo, desprezando todas as provas científicas da evolução, também dá origem à dúvida irracional, irrefletida e intelectualizada.

A DINÂMICA ESPIRITUAL DA ANSIEDADEA razão nos diz, como nos reporta o livro Evolução em Dois Mundos, de André Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier, que realmente a vida surgiu dessa forma, nos oceanos primitivos, e que por um processo lento de seleção natural chegamos à maravilhosa gama de seres vivos que temos hoje em nosso planeta. Porém tudo isso é efeito de uma Causa Inteligente, a que denominamos Deus, que não é um velhinho governando num céu hipotético, mas uma Energia Amorosa que comanda todo o Universo.


O raciocínio e a reflexão lógica nos confirmam isso. Pensar assim é raciocinar sobre a presença amorosa de Deus em nossas vidas. A partir disso, somos convidados a refletir sobre os efeitos disso tudo, para sentirmos Deus no coração. O Criador tudo provê, e não há um ser, por mais ínfimo que seja, abandonado no Universo.

A DINÂMICA ESPIRITUAL DA ANSIEDADEPara saber tudo isso, são necessários estudos e raciocínios a respeito da própria vida, como fizemos acima. Mas para sentir são necessários esforços de reflexão e muito trabalho de autoconhecimento e conhecimento da Verdade Universal. Por isso é que o número de ateus, que não raciocinam nem refletem sobre a vida, é muito grande, bem como o de crentes que desconfiam de Deus e da Vida. A todos faltam reflexão. Neste caso a pessoa crê, mas não realiza os esforços necessários para transformar a sua crença em algo que modifique a sua vida.

A DINÂMICA ESPIRITUAL DA ANSIEDADEA insegurança existencial e o consequente desespero no coração vêm da negação da onipotência, da onisciência e onipresença do Criador, da não confiança em Deus, na Vida e em si mesmo.A dúvida é o combate entre aquilo que se percebe e se deveria fazer e aquilo que não se está disposto a realizar. Então, essa dúvida paira na alma se a criatura não raciocina sobre as Leis Morais da Vida. E por isso os seus propósitos são egoicos.


Sem pureza de propósitos, as crenças e os valores de uma pessoa são insuficientes para responder todas as questões da vida, resultando em aflições, angústias e muita ansiedade.


Esse estado produz uma couraça de dúvidas, da qual a pessoa não consegue se libertar, porque até mesmo a fé – dogmática, no caso – não raciocinada e não refletida, ou a ausência dela, têm por base ideologias passageiras e transitórias. Em suma, a criatura duvida porque não age em consonância com as Leis Divinas presentes em sua própria consciência.


Devido a essa desconexão com a própria consciência, ela age com a intenção de poder colocar os seus preceitos e suas ideias contra a harmonia das Leis de Deus, parecendo considerar toda a criação divina e o Universo como um tabuleiro, acreditando poder mexer as peças por conta própria, em um movimento de falsa onipotência típico dos estados de ansiedade. Esse é um processo de fuga das questões existenciais da Vida.


A onipotência acontece devido ao sentimento egoico, gerador do desequilíbrio pela inaceitação da nossa condição de criatura, fazendo com que o ser criado deseje a condição do Absoluto. Como esse é um desejo impossível de ser realizado, a pessoa cai na impotência ou na prepotência, ou, como é mais comum, oscila entre ambas.


Entretanto, como a criatura não pode fugir de si mesma e das consequências de seus atos nem pode parar a linha do tempo e do espaço da evolução, que acontecem pela Vontade Soberana de Deus, ela aprofunda o processo de combate aos Códigos Divinos.


Como esse combate não pode ser real, porque nenhuma criatura consegue atingir verdadeiramente as Leis Divinas em momento algum, o processo se inverte num mecanismo reacional aos próprios Códigos Morais, fazendo com que a pessoa entre cada vez mais no processo da dúvida, resultante do sentimento da ausência da confiança nas Leis Divinas.


O combate às Leis Divinas aprofunda a desconexão da pessoa com a Essência Divina que ela é. Quando a pessoa se fecha pela discordância às Leis, combatendo-as pelo seu pensar, sentir e agir produz uma recusa a se sentir filha de Deus e aprendiz da Vida, aprofundando cada vez mais, em nível existencial, a dúvida.


A criatura no processo de inautenticidade, produzido pelo erro existencial, termina por desconsiderar a realidade divina – que ela é e que emana dela profundamente. Com o agravamento da dúvida, esse movimento de indiferença frente à sua realidade transcendente leva-a a um estado de profundo desespero, porque a indiferença existencial é, como se fosse, simbolicamente, a morte do amor no coração.


O Universo com suas leis sábias e justas, no entanto demonstra que a segurança primária começa no reconhecimento da proteção divina sobre todos nós. Quando o ser não reconhece que está protegido por Deus não consegue verificar que todas as coisas que lhe acontecem têm um propósito superior para sua evolução.


Nessas condições sente-se abandonado, sem capacidade de direcionar os próprios pensamentos e sentimentos no rumo libertador. Por isso, todos aqueles que ainda persistem nesse movimento, devido a própria desconfiança em relação à Vida e a Deus, aprofundam-se na insegurança e acreditam-se desprotegidos por Deus, seja porque descreemde Sua existência ou pelo sentimento de abandono, lançam-se a processos temerários cada vez mais intensos de se segurar nas coisas externas.


A pessoa tenderá ao movimento temerário de controlar o mundo externo e o tempo, enchendo-se de preocupações desnecessárias, pois tentará fazer o papel de Deus em sua vida, seja pela desconfiança explícita do materialismo, seja pela implícita, fruto da crença dogmática.


Devido à superficialidade da ilusão de controle do mundo externo com a qual vivem, têm dificuldades de expressão das emoções profundas de caráter essencial, vivenciando situações egoicas que as infelicitam. Sentem-se, por isso, frustradas, com uma tendência para a ira e agressividade quando as coisas não ocorrem da forma como elas planejaram ou desejam.

A DINÂMICA ESPIRITUAL DA ANSIEDADEEm face de tudo isso têm expectativas excessivas e irracionais frente à vida e aos outros, sentindo-se muitas vezes rejeitadas pelos outros. A percepção dessas pessoas em face da vida é sempre negativa. Em todas as situações que se envolvem tendem sempre a projetar um resultado trágico-dramático, negativo e pessimista. Em decorrência, sentem-se agitadas interiormente, desorganizadas, incertas e ansiosas, agindo sempre de modo impulsivo e irracional, devido a um sentimento de desproteção que sentem.


Esse sentimento de desproteção vai gerar um desequilíbrio no chakra da segurança, bem como no chakra do poder, porque devido ao fato da criatura se sentir desprotegida ela entra no movimento de impotência, reagindo para tentar se libertar da insegurança e da própria impotência com o movimento de onipotência e prepotência, que estão intimamente ligados ao sentimento de temeridade.


Tudo isso acontece porque a pessoa não conseguindo perceber, devido a própria desconfiança, que Deus está constantemente protegendo os Seus filhos de si mesmos, a partir de Suas próprias Leis, tenta muitas vezes se colocar no lugar de Deus para realizar um poder que não possui, fato que faz com que exacerbe o poder pela onipotência e prepotência, aprofundando-se cada vez mais na impotência, na insegurança, na angústia e na ansiedade.


Essa postura é resultado da ilusão de controle que somente dificulta a vida, pois a pessoa pensa poder controlar tudo fora dela, sejam as circunstâncias, seja uma opinião alheia, seja o tempo ou demais situações.


Quando a pessoa nutre a ilusão que pode fazer as escolhas por outras pessoas produz, devido a esse sentimento onipotência falacioso, muitos problemas de relacionamento interpessoal, especialmente no ambiente profissional, nas relações familiares, dentre outros. Termina por intoxicar-se com problemas que não lhe pertencem e intoxicam a relação com os demais.


Outras pessoas, devido à insegurança e impotência que sentem, pensam que não têm o poder de fazer as próprias escolhas, tornando-se psiquicamente dependentes da decisão dos outros.


Se as questões relativas ao poder pessoal não forem equacionadas, a pessoa poderá desenvolver um conflito interno que pode oscilar entre as polaridades de dominação e submissão, tornando-se tirânica devido à sua agressividade e presunção, crendo-se capaz de submeter os outros, ou, pelo contrário, transforma-se em uma pessoa covarde, tímida e submissa ao comando dos demais. Ambas as posturas produzem grande ansiedade.


Tudo isso produz um sentimento de abandono e isolamento existencial por negar explícita ou implicitamente a onipotência, a onipresença e a onisciência de Deus, trazendo cada vez mais ansiedade à criatura que tenta suprir por si mesma a presença de Deus em sua vida como se isso fosse possível.


Quando chega nesse estágio, a reflexão, somente, não bastará para a pessoa dar-se conta do que está lhe acontecendo. Paralelamente à reflexão, um movimento profundo de reconhecimento da indiferença pela vida que ela está alimentando se fará fundamental. Feito esse reconhecimento profundo de sua situação dolorosa, a pessoa deve entregar-se ao movimento Universal da onisciência, da onipresença e da onipotência de Deus, conectando-se com as Suas Leis dentro de si mesma.

COMO SE LIBERTAR DA ANSIEDADE,

DESENVOLVENDO A SERENIDADE

CONSCIENCIAL

COMO SE LIBERTAR DA ANSIEDADE DESENVOLVENDO A SERENIDADE CONSCIENCIAL

Estudaremos, a seguir, a história de vida de Marilda que vive em um estado de ansiedade.Marilda busca ajuda médica para se tratar de uma psoríase que tem lhe afetado várias partes do corpo, especialmente os braços, mãos e couro cabeludo.Tem vários episódios de insônia semanais. Custa muito a dormir e quando dorme o seu sono não é repousante. Acorda várias vezes. Tem muitos pesadelos que iniciaram na mesma época da psoríase. Sonha com pessoas querendo matá-la e com cadáveres. Acorda assustada com náuseas. Várias vezes vomita após os pesadelos.


Entra em desespero devido a tudo que vem passando. Questiona-se sobre o porquê não sara da doença da pele. Diz que tudo de mal acontece com ela.Vive irritada. Xinga e grita com as pessoas quando as coisas não saem como ela gostaria. Desenvolveu uma gastrite que piora quando ela tem as crises de raiva.Diz ser explosiva. É do tipo “bateu, levou”. Não aceita desaforos. Devido a isso quer controlar as pessoas à sua volta, fato que a deixa profundamente impotente, pois não consegue fazer as coisas como gostaria.


Rói unhas desde criança devido ao constante nervosismo em que vive.Reclama de tudo e de todos. Não aceita esperar para resolver um problema. Quer tudo na hora, de preferência para ontem, conforme diz.“As pessoas de fora me elogiam. Falam que sou nota 10, mas em casa sou um “bicho”. Eu sofro muito porque não consigo me defender lá fora para não magoar as pessoas. Digo sempre sim para tudo. Mas em casa sou o oposto. Xingo meus filhos e meu marido por qualquer motivo. Eu não me entendo. Não sei porque faço isso. Mas dá uma raiva e aí quando vi já fiz.”


Tem vontade de morrer. Já tentou o suicídio uma vez.Lamenta-se porque as pessoas não gostam dela. “A minha vida é sempre sem graça. Nunca acontece nada que possa me dar um pouco de alegria”.“Eu queria que as coisas fossem diferentes, mas as pessoas não colaboram. Meus filhos não são como eu quero que sejam.”“Eu tento fazer com que as coisas deem certo, mas não consigo. Quando vejo já estourei, gritei. Depois me arrependo, mas já é tarde. Penso em fazer diferente, mas vivo repetindo sempre a mesma coisa. Já não aguento mais de tanta ansiedade e raiva dentro de mim.”


EU, ESPÍRITOIMORTAL

LEISDIVINAS

DEUS

ENTREGAE

AÇÃO


EXPECTATIVAS EM RELAÇÃO ÀS VÁRIAS CIRCUNSTÂNCIAS DA VIDA

EGOICAS AUSÊNCIA DE SENTIMENTO DE APRENDIZ

QUER PREVALECER A PRÓPRIA VONTADE

DESRESPEITO ÀS LEIS DIVINAS

EXIGÊNCIA DE GARANTIA DE SATISFAÇÃO DAS EXPECTATIVAS

FRUSTRAÇÃO E ANSIEDADE DECORRENTES DA NÃO

REALIZAÇÃO


EXPECTATIVAS EM RELAÇÃO ÀS VÁRIAS CIRCUNSTÂNCIAS DA VIDA

ESSENCIAISCONEXÃO COM O SENTIMENTO DE APRENDIZ

SUBMISSÃO À VONTADE DE DEUS

AMOR E RESPEITO ÀS LEIS DIVINAS

GRATIDÃO E SERENIDADE DECORRENTES DA

REALIZAÇÃO

ENTREGA CONVICTA À GARANTIA DE SATISFAÇÃO DAS EXPECTATIVAS


EXPERIÊNCIA-DESAFIO(DESAGRADÁVEL)

EXPERIÊNCIA-ESTÍMULO(AGRADÁVEL)

EXPERIÊNCIA-APRENDIZADO

ACERTO(CONQUISTA-ÊXITO)

ERRO(CONQUISTA-APRENDIZADO)

CUMPRIR AS LEIS DIVINAS, DESENVOLVENDO AS

VIRTUDES ESSENCIAIS

ESTADO DE GRATIDÃO


O primeiro passo para superar a ansiedade é aceitar a realidade da vida, para se libertar da onipotência, da prepotência e da impotência. É fundamental lembrar que o poder pessoal é o ato de nos autoafirmar, buscando agir dando o melhor que podemos, num exercício de autoconsciência para termos plena consciência que não temos o poder de mudar o mundo externo ou os outros, por mais próximos que sejam eles, pois existe uma Lei Divina que comanda o exercício do poder, a Lei do Livre-Arbítrio, que jamais poderemos derrogar por ser isso impossível.


Quando entramos no terreno do impossível, querendo fazer o papel de Deus, por orgulho, rebeldia, ingratidão e inaceitação, rebelando-nos contra as Suas Leis, geramos um profundo desequilíbrio gerador de ansiedade e angústia. Por isso é essencial praticar a vigilância interior, via autoquestionamento para nos libertar dos sentimentos de onipotência/prepotência e impotência, exercitando a humildade, a mansidão, a gratidão e a aceitação.


Sempre devemos nos questionar: -O que eu posso e o que eu não posso? O que eu posso e devo fazer? O que é da conta da minha vida e o que não é? Eu quero ter problemas desnecessários, que eu não posso resolver? Eu posso antecipar o futuro para vivê-lo agora?


As respostas a estas perguntas irão nos mostrar em que terreno estamos pisando, se ele é sólido ou se é uma areia movediça, que nos produzirá uma profunda insegurança e impotência, de forma que possamos escolher a diretriz correta. A consciência sempre irá mostrar o que é o melhor e o que não é.


Por mais óbvias que sejam essas perguntas, são poucos aqueles que as fazem, tornando a sua vida reflexiva. A maioria das pessoas age por impulso, tentando controlar o incontrolável: o mundo à sua volta, os outros e o tempo, produzindo com isso muita insegurança, impotência, ansiedade, irritação, raiva, etc.


Os que agem assim arvoram-se de onipotentes, querendo obter à força os poderes divinos da onipotência, da onisciência e da onipresença, em vez de assumir o poder relativo à sua condição de criatura ainda insipiente, que pode aprender a centrar-se em si mesma, transformando-se em uma pessoa melhor, e somente dessa forma poder influenciar positivamente o mundo e os outros com o seu exemplo de autotransformação, planejando cada ação futura, sabendo que somente pode realizá-la no tempo certo.


Exemplificando para melhor entendimento, imaginemos uma mãe na relação com um filho adolescente. Em suas ações de educação ela deve sempre fazer as perguntas: Eu posso fazer as escolhas pelo meu filho? Não posso. Eu posso interferir na vida dele tentando forçá-lo a escolher aquilo que eu acho que é o melhor? Eu posso, porque tenho o meu livre-arbítrio para fazer isso, mas a minha consciência me diz que não devo, pois estarei tentando impedir uma Lei Divina de se manifestar, cassando o livre-arbítrio de meu filho, e isso é impossível.


O que é da conta de minha vida e o que não é? Como mãe, na relação vertical que tenho com o meu filho, tenho o dever consciencial de orientá-lo quantas vezes forem necessárias, mas não é da conta da minha vida tomar as decisões por ele. Se eu não respeitar as Leis Divinas criarei problemas desnecessários tanto para mim quanto para o meu filho, é isso que quero para a minha vida e para a vida dele?


Com certeza ninguém em sã consciência quer criar problemas insolúveis. Por isso, é imprescindível aceitarmos definitivamente que não somos onipotentes e que o nosso compromisso consciencial é o de nos tornarmos pessoas melhores, auxiliando os outros a fazerem o mesmo da forma como lhes aprouver.


É fundamental que reflitamos que para superarmos a ansiedade devemos aceitar que temos limitações pelo fato de sermos aprendizes da Vida, seres criados por Deus para a perfeição relativa e nunca absoluta como a dEle. Somente Deus é o Absoluto e Onipotente.


Somente vamos transmutar o desejo de onipotência, gerador da ansiedade, a partir da aceitação plena de quem nós somos: um ser limitado e que sempre será limitado, mesmo quando se tornar um Espírito puro, iluminado. Como criaturas criadas por Deus, teremos sempre um poder relativo.


É necessária uma entrega intrínseca, existencial a onipotência, onipresença e onisciência divinas. Isso será efetivado pela busca da fé convicta, que é resultado do raciocínio, da reflexão e do sentimento a respeito do sentido das Leis Divinas em nossas vidas.


A fé convicta, raciocinada, refletida e sentida é o instrumento profundo do propósito existencial que acontece pela entrega do Espírito imortal ao reconhecer profundamente a sua fragilidade ante a onipotência, onisciência e onipresença de Deus.


Quanto mais Espírito reconhece a sua fragilidade mais ele reconhece de onde vem a sua força conforme ensina o apóstolo Paulo em Filipenses 4:13 –Tudo posso naquele que me fortalece.Portanto, quanto mais o Espírito toma contato com a consciência de sua fragilidade íntima, humildando o seu orgulho, mais ele se abastece da força do Criador.


Enquanto vitaliza o orgulho, seja negando o Criador, seja buscando somente as práticas exteriores para adorar a Deus, o Espírito imortal não permite a entrega porque se acha superior, capaz de se autogerir, numa autossuficiência ilusória, no caso da negação, ou crê que Deus é um Ser que se ilude facilmente, no caso da crença puramente formal, incapaz de mudar essa ilusão de superioridade. Por isso, ao humildar o seu orgulho ele realiza a entrega ao Criador e, aí, começa a desenvolver a fé.


Jesus nos ensina: meus discípulos serão conhecidos por muito se amarem. Com base no pensamento do Mestre podemos dizer: e por muito reconhecerem-se necessitados de amor. Esse reconhecimento é vital para o início do processo de humildar o orgulho, reconhecendo a própria fragilidade, para desenvolver a fé.


Uma pergunta poderíamos fazer, com base no conceito da onipotência, onisciência e onipresença de Deus: Por que estamos nessa situação de fragilidade ao mesmo tempo em que somos profundamente e perfeitamente amparados por Deus em todas as circunstâncias, conforme ensina Jesus em Mateus 5: 44 e 45 – Para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus, porque faz que o seu sol se levante sobre os maus e bons, e a chuva desça sobre justos e injustos?


Como vemos no ensinamento cristão jamais estamos ausentes do coração de Deus. Por que, então, a fragilidade ao mesmo tempo que estamos profundamente amparados? A questão tem a ver com o sentir-se amparado. Esse sentimento somente acontecerá quando a criatura humana reconhecer que de si mesma ela não pode nada, sem o poder divino, pois não desenvolveu ainda a autonomia do Espírito senhor de si mesmo, que acontecerá com a purificação espiritual.


O Espírito que ainda é um aprendiz da Vida, não adquiriu a superioridade e a sabedoria do Mestre e, por isso, não é autônomo, daí a sua fragilidade. Contudo, o reconhecimento de tudo isso humilda o orgulho e este é o caminho para o religare que leva a criatura a estar tão forte quanto o Sol que brilha todos os dias, porque há em si mesmo uma profunda fé.


Apesar de paradoxal, quando o Espírito reconhece a sua fragilidade cria a fortaleza, pois ao reconhecer a sua pequenez ele se entrega à força divina e se fortalece para o próprio movimento de crescimento interior em direção ao propósito existencial, porque é necessária muita força interior para podermos realizar esse propósito.


Ao se entregar ao Poder divino a partir da consciência de sua fragilidade a pessoa se fortalece e vai de forma disciplinada seguir avante em direção ao Bem maior.A disciplina é uma virtude filha da fé, fundamental para o desenvolvimento do propósito existencial, geradora da entrega autoconsciente do Espírito que conecta com o sentimento de ser filho de Deus e aprendiz da Vida caminhando em direção ao propósito.


A entrega, a partir do sentimento da própria fragilidade, faz com que a criatura se preencha da grande fortaleza divina, que fortalecerá, num processo de retroalimentação positiva, a entrega disciplinada ao propósito existencial, em conformidade com o que diz Jesus em Mateus capítulo 6: 33 e 34 Mas buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas. Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu fardo.


A fé convicta gera um sentimento de pertencimento ao Universo que transmuta totalmente os sentimentos de insegurança existencial, abandono e isolamento.


Quando falamos de fé, não nos referimos pura e simplesmente a uma crença. Fé, em uma visão profunda, é um processo de convicção. Qual a diferença entre crença e convicção? Quem crê hoje pode descrer amanhã? Sim, muitas vezes basta acontecer um revés em sua vida para que a crença de uma pessoa desmorone. Muitos dizem: Ah! Deus não é pai, porque se fosse não tinha acontecido isso na minha vida. É que a crença que se pensava sólida não o era, de fato, e por isso não resiste aos embates das experiências-desafio.


A fé é uma manifestação decorrente de três movimentos: confiança em si mesmo, na Vida e em Deus, que geram um sentido para a vida.A autoconfiança é gerada pelo conhecimento de si mesmo, e a confiança na Vida e em Deus é resultante do conhecimento das Leis Universais de Deus, ambas produzindo a pureza de propósitos.


Confiançaem si

mesmo

ConfiançaNa Vida

Confiançaem Deus

FÉ CONVICTA


A pureza de propósitos é um processo no qual a pessoa se entrega a um trabalho disciplinado, buscando se iluminar pela autoconhecimento e pelo conhecimento da Verdade Universal, geradores da autotransformação e de uma fé convicta, raciocinada, refletida e sentida no coração.


A fé se manifesta como convicção, quando é raciocinada, com bom senso e lógica, analisada com muitas reflexões para ser sentida e vivenciada nas diferentes experiências-desafio e experiências-estímulo que somos convidados a vivenciar durante a vida, dando o testemunho de nossa fé.


Para sentir a convicção, é imprescindível o desenvolvimento das virtudes da mansidão e da humildade, reconhecendo a sua fragilidade como criatura, mas que pode se fortalecer para passar pelas experiências-desafio, quando em comunhão com o Poder Divino.


Quando a pessoa se vê assim, em comunhão com Deus, ela confia em si mesma, confia que está fazendo o possível para se tornar uma pessoa melhor, aprendendo sempre, obtendo as suas conquistas-êxito e conquistas-aprendizado. Por meio das várias experiências-desafio e experiências-estímulo, que lhe convidam a ter uma experiência-aprendizado.


A confiança em si remete à chamada confiança na Vida, significando a confiança nas próprias Leis Divinas, particularmente nas Leis de Amor, Justiça e Caridade e de Causa e Efeito.


A Lei de Causa e Efeito, que está submetida à Lei de Justiça, nos proporciona maior compreensão da Providência Divina. Deus sempre nos oferece os recursos necessários para conquistarmos a felicidade a partir do aprendizado. Nem sempre esses recursos nos são agradáveis, porque são efeitos das causas produzidas por nós mesmos a partir do desamor, cultuado em nosso passado espiritual, próximo ou remoto. Uma doença, a desencarnação de um ente querido, um revés financeiro etc., não são agradáveis, mas, muitas vezes, só depois dessas experiências-desafio nós buscamos desenvolver as questões espirituais da vida.


É fato que muitos ainda mantêm a ideia de que Deus envia aos privilegiados a graça divina, as coisas agradáveis, e o desagradável é uma desgraça, que Ele envia aos que não seguem os dogmas de determinada religião. Porém, as coisas não sucedem assim.


Muitas pessoas só buscam se espiritualizar quando estão vivenciando uma situação de dificuldade física, emocional ou espiritual, que não passa de uma experiência-desafio para que ela aprenda a superar-se.


Quando lidamos com algo desagradável, não vem isso para o mal, mas para o nosso bem. Sem a experiência, provavelmente estaríamos ainda em situações sensualistas, puramente egoicas, colocando em risco a própria vida física e, principalmente, o nosso patrimônio espiritual. Quando reconhecemos que a aflição desagradável por que estamos passando foi causada por nós mesmos, abrimos a possibilidade de transformar todas as situações desagradáveis em oportunidades de crescimento interior.


Com confiança na Vida, sabemos que o que nos acontece não é para o nosso mal, mas sim para a nossa educação ou reeducação. As situações desagradáveis, portanto, são, em realidade, recursos de Deus para buscarmos o aprimoramento espiritual e para nos trazer de volta ao amor do qual nos afastamos. Ele nos protege de nós mesmos até nos atos irrefletidos que realizamos.


Todo esse processo de confiar em si mesmo e na Vida culmina com a confiança plena em Deus e na Sua Providência, produzindo a fé convicta. O Ser vai desenvolvendo a sua autonomia, pois não depende dos outros, para cultivar a fé, assim como para amar, perdoar e seguir avante em sua evolução; a pessoa só depende de si mesma. Saber isso gera a autoconfiança e confiança em sua capacidade de autorrenovação pelo amor.


Resumindo: ter segurança existencial para desenvolver a serenidade consciencial é confiar que somos criaturas num processo de evolução, aprendizes da Vida, protegidas por uma grande Energia amorosa. Não estamos jogados no Universo vivenciando uma vida sem sentido; temos uma destinação: a luz, o bem, o bom, o belo, a harmonia, o equilíbrio etc. Somos criaturas divinas com um propósito existencial, que será realizado quando estivermos em sintonia com a pureza de propósitos.


A pureza de propósitos será, portanto, um processo no qual a pessoa se entrega a um trabalho disciplinado, buscando se iluminar pelo autoconhecimento e pelo conhecimento da Verdade Universal, geradores da autotransformação e de uma fé convicta, raciocinada, refletida e sentida no coração.

SEMINÁRIO CURA ESPIRITUAL DA ANSIEDADE.ppt [Modo de ... · chega à pessoa: “sentir-se...

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