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    ESCOLA DE ENGENHARIA DE LINS SISTEMAS DE ATERRAMENTOWAGNER ANTONIO BIFFE

    1 INTRODUO AO SISTEMA DE ATERRAMENTO

    1.1 - INTRODUO

    Em qualquer edificao moderna, encontramos instalaes eltricas,

    eletrnicas e mecnicas que necessitam de alguma forma de aterramento, seja para

    uma proteo em caso de eventual falha de algum sistema, para dissipao de

    eletricidade esttica ou ainda protees contra descargas atmosfricas e surtos de

    manobras. Com o adensamento das construes e a utilizao cada vez mais intensa

    de equipamentos e mdias sensveis, torna-se imperativo realizar um bomaterramento das partes envolvidas. Se, por um lado, os materiais utilizados nos

    sistemas de aterramento pouco evoluram nas ltimas dcadas, dispomos agora de

    ferramentas de clculo muito mais eficientes - o paradoxo de que utilizamos os

    prprios computadores para calcular a melhor forma de proteg-los...

    Embora os requisitos de aterramento de cada equipamento ou edificao

    sejam diferentes, alguns princpios so universais, assim como uma boa parte dos

    problemas. Se conseguirmos equacionar ambos - princpios e problemas - j teremos

    encaminhado boa parte da soluo.

    Os objetivos principais do aterramento so:

    Obter uma resistncia de aterramento a mais baixa possvel, para correntes de falta

    terra;

    Manter os potenciais produzidos pelas correntes de falta dentro de limites de

    segurana de modo a no causar fibrilao do corao humano;

    Fazer que equipamentos de proteo sejam mais sensibilizados e isolem

    rapidamente as falhas terra;

    Proporcionar um caminho de escoamento para terra de descargas atmosfricas;

    Usar a terra como retorno de corrente no sistema MRT;

    Escoar as cargas estticas geradas nas carcaas dos equipamentos.

    Existem vrias maneiras para aterrar um sistema eltrico, que vo desde uma

    simples haste, passando por placas de formas e tamanhos diversos, chegando s mais

    complicadas configuraes de cabos enterrados no solo. Sem dvida, o maior

    problema refere-se ao solo, com suas inconsistncias, heterogeneidades e1

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    anisotropias, bem como a variao sazonal de suas propriedades. No h segredo, e

    as frmulas existentes no so mgicas: trata-se de realizar um modelo matemtico

    que consiga aproximar-se satisfatoriamente do resultado fsico. Quanto essesatisfatrio? Depende do rigor dos objetivos almejados, bem como dos dados

    disponveis; pode ser que 5% de erro seja ruim ou que 20 % a seja bom. Alis, como

    todo o livro far referncias a erros relativos e, como o termo erro, em portugus,

    tem uma conotao pejorativa - o que no nossa inteno aqui - vamos, de agora

    em diante, substituir erro por desvio.

    Outro problema bastante grave o cultural: como os procedimentos mais

    precisos para o dimensionamento de aterramentos requerem capacitao profissional,houve uma disseminao de dois tipos negativos de projetistas: o preguioso e o

    "mgico". Tambm no aspecto cultural pode-se incluir outros problemas, como a

    falta de fluncia dos profissionais brasileiros em outras lnguas, onde se encontra a

    maior parte das publicaes srias no gnero.

    Alguns erros (aqui so erros mesmo, no desvios) que temos encontrado nas

    instalaes de aterramento verificadas so realmente primrios, como utilizar hastes

    profundas para solos com segunda camada de resistividade maior que a primeira, ou

    outras variaes do mesmo tema, como cravar dezenas de hastes.

    1.2 - RESISTIVIDADE DO SOLO

    O solo o meio no qual ficaro imersos os eletrodos de aterramentos, de

    forma que suas propriedades eltricas sero determinantes para o dimensionamento

    destes eletrodos.

    Como estaremos preocupados com a conduo de corrente pelo solo, a

    propriedade relevante ser a resistividade, que indicar uma maior ou menor

    resistncia passagem da corrente eltrica.

    Vrios fatores influenciam na resistividade do solo. Entre eles, pode-se

    ressaltar:

    tipo de solo;

    mistura, de diversos tipos de solo;2

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    solos constitudos por camadas estratificadas com profundidades e materiais

    diferentes;

    teor de umidade;

    temperatura;

    compactao e presso;

    composio qumica dos sais dissolvidos na gua retida;

    concentrao de sais dissolvidos na gua retida.

    As diversas combinaes acima resultam em solos com caractersticas

    diferentes e, consequentemente, com valores de resistividade distintos.

    Assim, solos aparentemente iguais tem resistividade diferentes.

    Para ilustrar, a Tabela 1.2.1 mostra a variao da resistividade para solos de

    naturezas distintas.

    TIPO DE SOLO RESISTIVIDADE ( .m)Terra de jardim com 50% de umidade 5 a 100Terra de jardim com 20 % de umidade 140

    Argila seca 1500 a 5000Argila com 40 % de umidade 80Argila com 20 % de umidade 330

    Areia molhada 1300Areia seca 3000 a 8000

    Calcrio compactado 1000 a 8000Granito 1500 a 10000

    Tabela 1.2.1: Tipo de solo e respectiva resistividade

    1.3 - A INFLUNCIA DA UMIDADE

    A resistividade do solo sofre alteraes com a umidade. Esta variao ocorre

    em virtude da conduo de cargas eltricas no mesmo ser predominantemente inica.

    Uma percentagem de umidade maior faz com que os sais, presentes no solo, se

    dissolvam, formando um meio eletroltico favorvel passagem da corrente inica.

    Assim, um solo especfico, com concentrao diferente de umidade, apresenta uma

    grande variao na sua resistividade. A Tabela 1.3.1 mostra a variao da

    resistividade com a umidade de um solo arenoso.

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    ndice de Umidade

    (% por peso)

    Resistividade( .m)

    (solo arenoso)0,0 10.000.0002,5 1.5005,0 430

    10,0 18515,0 10520,0 6330,0 42

    Tabela 1.3.1: Resistividade de um solo arenoso com concentrao de umidade

    A resistividade bastante sensvel ao teor de umidade do solo at um valor de

    20%; aumentar a umidade acima deste valor provocar variaes na resistividade

    conforme observado na figura 1.3.1 (NBR-7117).

    Figura 1.3.1: x Umidade percentual solo arenoso

    Conclui-se, portanto, que o valor da resistividade do solo acompanha de

    perodos de seca e chuva de uma regio. Os aterramentos melhoram a sua qualidade

    com solo mido, e pioram no perodo de seca.

    1.4 - A INFLUNCIA DA TEMPERATURA

    Para um solo arenoso, mantendo-se todas as demais caractersticas e

    variando-se a temperatura, a sua resistividade comporta-se de acordo com a Tabela1.4.1. 4

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    Temperatura

    ( C)

    Resistividade ( .m)

    (solo arenoso)20 7210 99

    0 (gua) 1380 (gelo) 300

    - 5 790- 15 3.300

    Tabela 1.4.1: variao da Resistividade Com a Temperatura Para o Solo Arenoso

    De uma maneira genrica, a performance de um determinado solo submetido

    variao da temperatura pode ser expressa pela curva da figura 1.4.1.

    A partir do mnimo, com o decrscimo da temperatura, e a conseqente contrao eaglutinao da gua, produzida uma disperso nas ligaes inicas entre os

    grnulos de terra no solo, e que resulta num maior valor da resistividade.

    Observe que no ponto de temperatura 0C (gua), a curva sofre

    descontinuidade, aumentando o valor da resistividade no ponto 0C (gelo). Isto

    devido ao fato de ocorrer uma mudana brusca no estado da ligao entre os grnulos

    que formam a concentrao eletroltica.

    Figura 1.4.1: x Temperatura

    Com um maior decrscimo na temperatura h uma concentrao no estado

    molecular tornando o solo mais seco, aumentando assim a sua resistividade.

    J no outro extremo, com temperaturas elevadas, prximas de 100 C, o

    estado de vaporizao deixa o solo mais seco, com a formao de bolhas internas,5

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    Figura 1.5.1: Estratificao do solo em duas camadas

    As linhas pontilhadas so as superfcies equipotenciais. As linhas cheias so

    as correntes eltricas fluindo no solo.

    1.6 - LIGAO TERRA

    Quando ocorre um curto-circuito envolvendo a terra, espera-se que a corrente

    seja elevada para que a proteo possa operar e atuar com fidelidade e preciso,

    eliminando o defeito o mais rpido possvel.

    Durante o tempo em que a proteo ainda no atuou, a corrente de defeito que

    escoa pelo solo, gera potenciais distintos nas massas metlicas e superfcie do solo.

    Portanto, procura-se efetuar uma adequada ligao dos equipamentos

    eltricos terra, para se ter o melhor aterramento possvel, dentro das condies do

    solo, de modo que a proteo seja sensibilizada e os potenciais de toque e passo

    fiquem abaixo dos limites crticos da fibrilao ventricular do corao humano.

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    A maneira de prover a ligao ntima com a terra ligar os equipamentos e

    massas a um sistema de aterramento conveniente.

    1.7 - SISTEMAS DE ATERRAMENTO

    Toda e qualquer instalao eltrica de alta e baixa tenses, para funcionar

    com desempenho satisfatrio, e ser suficientemente segura contra riscos de acidentes

    fatais, deve possuir um sistema de aterramento dimensionado adequadamente para as

    condies de cada projeto.O sistema de aterramento visa:

    Segurana de atuao da proteo.

    Escoamento de cargas estticas.

    Baixas resistncias de aterramento.

    Proteo da instalao contra descargas atmosfricas.

    Proteo do indivduo contra contatos com partes metlicas da instalao

    energizadas acidentalmente. Uniformizao do potencial em toda rea do projeto, prevenindo contra leses

    perigosas que possam surgir durante uma falta fase e terra.

    Os diversos tipos de sistemas de aterramento devem ser realizados de modo a

    garantir a melhor ligao com a terra.

    0s tipos principais so:

    uma simples haste cravada no solo;

    hastes alinhadas; hastes em tringulo;

    hastes em quadrado;

    hastes em crculos;

    placas de material condutor enterradas no solo;

    fios ou cabos enterrados no solo, formando diversas configuraes, tais como:

    - extendido em vala comum;

    - em cruz;8

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    - em estrela;

    - quadriculados, formando uma malha de terra.

    0 tipo de sistema de aterramento a ser adotado depende da importncia dosistema de energia eltrica envolvido, do local e do custo. 0 sistema mais eficiente ,

    evidentemente, a malha de terra.

    1.8 - HASTES DE ATERRAMENTO

    constituda de uma haste de comprimento entre 1 a 3 m e cujo materialpode ser de ao zincado ou de ao revestido solidamente com cobre. Existem, no

    mercado, vrios tipos de haste de terra, desde as hastes denominadas de efeito

    estvel, bem como aquelas de efeito dinmico. As primeiras, desde que no sofram

    nenhum tipo de corroso, mantm o seu comportamento estvel, desde que tambm

    no haja variaes nas condies do solo. O segundo tipo, que tem geometria

    tubular, onde periodicamente injetada uma substncia especial, base de sais

    minerais para melhorar a condutividade do solo nas imediaes da haste, permite o

    controle da resistncia do aterramento ao longo dos anos.

    0 material das hastes de aterramento deve ter as seguintes caractersticas:

    ser bom condutor de eletricidade;

    deve ser um material praticamente inerte s aes dos cidos e sais dissolvidos no

    solo;

    o material deve sofrer a menor ao possvel da corroso galvnica;

    resistncia mecnica compatvel com a cravao e movimentao do solo.As melhores hastes so geralmente as cobreadas:

    Tipo Copperweld: uma barra de ao de seco circular onde o cobre

    fundido sobre a mesma; .

    Tipo Encamisado por Extruso: A alma de ao revestida por um tubo de

    cobre atravs do processo de extruso;

    Tipo Cadweld: O cobre , depositado eletroliticamente sobre a alma de ao.

    muito empregada tambm, com sucesso, a haste de cantoneira de ferro

    zincada.9

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    Figura 1.8.1: Elementos de uma malha de terra

    1.9 - ATERRAMENTO

    Em termos de segurana, devem ser aterradas todas as partes metlicas que

    possam eventualmente ter contato com partes energizadas. Assim, um contatoacidental de uma parte energizada com a massa metlica aterrada estabelecer um

    curto-circuito, provocando a atuao da proteo e interrompendo a ligao do

    circuito energizado com a massa.

    Os projetos de instalaes eltricas executados atualmente sempre indicam

    um ponto de aterramento para a instalao. Dependendo do projeto, feita apenas a

    especificao de um valor em Ohm ( ), por exemplo: 10 , 5 ou algum outro

    valor que, por falta de uma melhor explicao, parece ser um capricho do projetista.Aterramento , essencialmente, uma conexo eltrica terra, onde o valor da

    resistncia de aterramento representa a eficcia desta ligao: quanto menor a

    resistncia, melhor o aterramento.

    A norma NBR 5410 estabelece vrias condies quanto ao aterramento, ou

    seja:

    a) As massas simultaneamente acessveis devem ser ligadas mesma rede de

    aterramento, individualmente, por grupo ou coletivamente.

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    b) Em cada edificao, deve existir uma ligao equipotencial principal, reunindo os

    seguintes elementos:

    Condutor de proteo principal. Condutor de aterramento principal ou terminal de aterramento principal.

    Canalizaes metlicas de gua, gs e outras utilidades.

    Colunas ascendentes de sistemas de aquecimento central ou de condicionamento

    de ar.

    Elementos metlicos da construo e outras estruturas metlicas. Cabos de

    telecomunicao, com concordncia da empresa operadora.

    Eletrodo de aterramento do sistema de proteo contra descargas atmosfricas da

    edificao (pra-raios).

    Eletrodo de aterramento da antena externa de televiso.

    Figura 1.9.1: Utilizao do condutor de proteo

    c) Quando os elementos anteriormente mencionados originarem-se do exterior da

    edificao, a sua conexo ligao equipotencial principal deve ser efetuada o maisprximo possvel do ponto em que penetram na edificao.

    d) Todo condutor isolado, cabo unipolar, ou veia de cabo multipolar utilizado como

    condutor neutro deve ser identificado conforme essa funo. No caso de

    identificao por cor, deve ser usada a cor azul-claro.

    e) Todo condutor isolado, ou cabo unipolar, ou veia de cabo multipolar utilizado

    como condutor de proteo (PE) deve ser identificado de acordo com sua funo. No

    caso de identificao por cor, deve ser usada a dupla colorao verde-amarelo, ou na

    falta desta, a cor verde (cores exclusivas da funo de proteo). 11

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    f) Todo condutor isolado, cabo multipolar utilizado como condutor PEN, deve ser

    identificado de acordo com essa funo. Em caso de identificao por cor, deve ser

    usada a cor azul-claro, com anilhas verde-amarelo nos pontos visveis ou acessveis.J na indstria e no setor eltrico, uma anlise apurada e crtica deve ser feita

    nos equipamentos a serem aterrados, para se obter a melhor segurana possvel.

    Figura 1.9.2: Aterramento na barra de ferro de aterramento

    1.10 - CLASSIFICAO DOS SISTEMAS DE BAIXA TENSO EM

    RELAO ALIMENTAO E DAS MASSAS EM RELAO

    TERRA

    A classificao feita por letras, como segue:

    Primeira Letra - Especifica a situao da alimentao em relao terra.

    T - A alimentao (lado fonte) tem um ponto diretamente aterrado;

    I - Isolao de todas as partes vivas da fonte de alimentao em relao terra ou

    aterramento de um ponto atravs de uma impedncia elevada.

    Segunda Letra - Especifica a situao das massas (carcaas) das cargas ouequipamentos em relao terra. 12

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    T - Massas aterradas com terra prprio, isto , independente da fonte;

    N - Massas ligadas ao ponto aterrado da fonte;

    I - Massa isolada, isto , no aterrada.Outras Letras - Forma de ligao do aterramento da massa do equipamento,

    usando o sistema de aterramento da fonte.

    S - Separado, isto , o aterramento da massa feito com um fio (PE) separado

    (distinto) do neutro;

    C - Comum, isto , o aterramento da massa do equipamento feito usando o fio

    neutro (PEN).

    Exemplo 1.10.1: Sistema de alimentao e consumidor do tipo TN-S.

    Figura 1.10.1: Sistema TN-S

    Exemplo 1.10.2: Sistema tipo TN-C figura 1.10.2

    Figura 1.10.2: Sistema TN-C

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    Exemplo 1.10.3: Sistema TN-C-S - A fonte (alimentao) aterrada (T), o

    equipamento tem o seu aterramento que usa um fio separado (S) que, aps uma certa

    distncia, conectado ao fio neutro (C). Figura 1.10.3.

    Figura 1.10.3: Sistema TN-C-S

    Exemplo 1.10.4: Sistema TT - A fonte aterrada (T) e a massa metlica da

    carga tem um terra separado e prprio (T). figura 1.10.4.

    Figura 1.10.4: Sistema TT

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    Exemplo 1.10.5: Sistema IT - A fonte no esta aterrada (I) ou aterrada por

    uma impedncia considervel e a massa do equipamento da carga tem terra prprio

    (T).

    Figura 1.10.5: Sistema IT

    1.11 - PROJETO DO SISTEMA DE ATERRAMENTO

    0 objetivo aterrar todos os pontos, massas, equipamentos ao sistema de

    aterramento que se pretende dimensionar.

    Para projetar adequadamente o sistema de aterramento deve-se seguir as

    seguintes etapas:

    a) Definir o local de aterramento;

    b) Providenciar vrias medies no local;

    c) Fazer a estratificao do solo nas suas respectivas camadas;

    d) Definir o tipo de sistema de aterramento desejado;

    e) Calcular a resistividade aparente do solo para o respectivo sistema de aterramento;

    f ) Dimensionar o sistema de aterramento, levando em conta a sensibilidade dos relse os limites de segurana pessoal, isto , da fibrilao ventricular do corao. 15

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    2 - MEDIO DA RESISTIVIDADE DO SOLO

    2.1 - INTRODUO

    Sero especificamente abordadas, neste captulo, as caractersticas da prtica

    da medio da resistividade do solo de um local virgem.

    Os mtodos de medio so resultados da anlise de caractersticas prticas

    das equaes de Maxwell do eletromagnetismo, aplicadas ao solo.

    Na curva x a, levantada pela medio, est fundamentada toda a arte e

    criatividade dos mtodos de estratificao do solo, o que permite a elaborao do

    projeto do sistema de aterramento.

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    2.2 RESISTIVIDADE DO SOLO

    A primeira informao necessria para a elaborao de um projeto deaterramento o valor da resistividade do solo.

    Quando temos uma segunda camada com resistividade mais baixa - caso

    tpico quando da existncia de um lenol fretico, a vantagem est na utilizao de

    hastes mais profundas; ao contrrio, quando temos uma camada de solo bom sobre

    rocha, ser preferencial utilizar uma malha horizontal.

    O caso mais crtico aqui o de antenas de telecomunicao ou torres de

    linhas de transmisso instaladas no alto de montanhas rochosas, s vezes engastadasmesmo na rocha. No possvel cravar hastes, e descer com um cabo pela encosta do

    morro aumenta consideravelmente a impedncia do sistema. Nesses casos, o melhor

    a fazer proceder a uma equalizao fina de todo o sistema e cavar valas horizontais

    para instalar eletrodos horizontais de baixa impedncia, preenchendo depois essas

    valas com concreto.

    Quando temos um solo "cravvel", porm de pssima (elevada) resistividade,

    vimos freqentemente um erro clssico: cravar dezenas de hastes na tentativa de

    baixar a resistncia, o que, alm de no ocorrer acaba tambm aumentando a

    impedncia. A melhor sada , ainda, o tratamento do solo, com gel ou mesmo

    concreto.

    Conforme dito anteriormente, a resistividade do solo varia bastante de um

    local para outro e, as vezes, em pontos bem prximos verificam-se certas alteraes

    nos valores medidos. Mesmo assim, alguns autores preferem simplesmente fixar um

    terminado valor de e desenvolver os clculos normalmente. Encontra-se em

    diversas bibliografias - 100 ( .m).

    2.3 - LOCALIZAO DO SISTEMA DE ATERRAMENTO

    A localizao do sistema de aterramento depende da posio estratgica

    ocupada pelos equipamentos eltricos importantes do sistema eltrico em questo.

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    Cita-se, por exemplo, a localizao otimizada de uma subestao, que deve ser

    definida levando em considerao os seguintes itens:

    Centro geomtrico de cargas; Local com terreno disponvel;

    Terreno acessvel economicamente;

    Local seguro s inundaes;

    No comprometer a segurana da populao.

    O local escolhido para as medies dever ser sempre longe de reas sujeitas

    a interferncias, tais como: torres metlicas de transmisso e respectivos contrapesos,

    pontos de aterramento do sistema com neutro aterrado, torres de telecomunicao,

    solos com condutores ou canalizaes metlicas, cercas aterradas, etc.

    Portanto, definida a localizao da subestao, fica definido o local da malha

    de terra.

    J na distribuio de energia eltrica, os aterramentos situam-se nos locais da

    instalao dos equipamentos tais como: transformador, religador, seccionalizador,

    regulador de tenso, chaves, etc. No sistema de distribuio com neutro multi-aterrado, o aterramento ser feito ao longo da linha a distncias relativamente

    constantes.

    O local do aterramento fica condicionado ao sistema de energia eltrica, ou,

    mais precisamente, aos elementos importantes do sistema.

    Escolhido preliminarmente o local, devem ser analisados novos itens, tais

    como:

    Estabilidade da pedologia do terreno; Possibilidade de inundaes a longo prazo;

    Medies locais.

    Havendo algum problema que possa comprometer o adequado perfil esperado

    do sistema de aterramento, deve-se, ento, escolher outro local.

    2.4 - MEDIES NO LOCAL18

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    Definido o local da instalao do sistema de aterramento, deve-se efetuar

    levantamento atravs de medies, para se obter as informaes necessrias

    elaborao do projeto.Um solo apresenta resistividade que depende do tamanho do sistema de

    aterramento. A disperso de correntes eltricas atinge camadas profundas com o

    aumento da rea envolvida pelo aterramento.

    Para se efetuar o projeto do sistema de aterramento deve-se conhecer a

    resistividade aparente que o solo apresenta para o especial aterramento pretendido.

    A resistividade do solo, que espelha suas caractersticas, , portanto, um dado

    fundamental e por isso, neste captulo, ser dada especial ateno suadeterminao. 0 levantamento dos valores da resistividade feito atravs de

    medies em campo, utilizando-se mtodos de prospeco geoeltricos, dentre os

    quais, o mais conhecido e utilizado o Mtodo de Wenner.

    Devero ser tomadas as seguintes medidas de segurana relativas aos

    potenciais perigosos que podem aparecer prximos a sistemas de aterramento ou a

    estruturas condutoras aterradas passveis de serem energizadas acidentalmente:

    Utilizao de calados.

    Evitar a realizao de medies. sob condies atmosfricas adversas, tendo-se

    em vista a possibilidade de ocorrncia de descargas atmosfricas.

    No tocar nos eletrodos durante as medies e evitar que pessoas estranhas e

    animais se aproximem dos mesmos.

    Observaes:

    a) Os eletrodos devero ser cravados aproximadamente 20 cm no solo, ou at que

    apresentem resistncia mecnica de cravao aceitveis que defina uma resistncia

    hmica de contato .

    b) Os eletrodos devero estar sempre alinhados.

    c) As distncias entre os eletrodos devero ser sempre iguais.

    d) Os eletrodos devero estar isentos de xidos ou gorduras.

    e) Para um determinado espaamento entre eletrodos, ajustar o potencimetro e o

    multiplicador do megger at que o galvanmetro do aparelho indique "zero", com o

    equipamento ligado.19

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    f) Aps zerado o megger, anotar o valor de R obtido, na planilha de medies, para o

    espaamento entre eletrodos utilizados.

    g) Se o ponteiro do galvanmetro oscilar, significa que existe alguma interferncia.Neste caso dever ser deslocado o ponto de medio at ser eliminada ou minimizada

    a interferncia.

    h) Para meggers com terminal GROUND, este dever ser utilizado para minimizar as

    interferncias e, neste caso, dever ser interligado ao ponto A da figura 2.5.3, atravs

    de um eletrodo.

    i) Dever ser anotada a condio do solo (seco, mido, etc...).

    j) 0 croquis de locao dos pontos onde foram executadas medidas deveracompanhar os resultados, na planilha de medio.

    k) 0 valor da resistividade ser dado por:

    = 2. .a. R ( .m) (2.4.1)

    onde: a. = distncia entre os eletrodos (m)

    R = valor indicado no potencimetro do megger ( )

    l) 0 valor de resistividade obtido atravs da frmula (2.4.1) , com um determinado

    espaamento entre eletrodos, o valor de resistividade do solo at a profundidade

    igual a esse espaamento.

    2.5 - MTODO DE WENNER

    Para o levantamento da curva de resistividade do solo, no local do

    aterramento, pode-se empregar diversos mtodos, entre os quais:

    Mtodo de Wenner ;

    Mtodo de Lee;

    Mtodo de Schlumbeger - Palmer.

    20

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    Neste trabalho ser utilizado o Mtodo de Wenner. O mtodo usa quatro

    pontos alinhados, igualmente espaados, cravados a uma mesma profundidade.

    Figura 2.5.1 : Quatro hastes cravadas no solo.

    Uma corrente eltrica I injetada no ponto 1 pela primeira haste e coletada no

    ponto 4 pela ltima haste. Esta corrente, passando pelo solo entre os pontos 1 e 4,

    produz potencial nos pontos 2 e 3.

    +=

    ++ 2222 )2()2(

    121

    )2(

    1142 paapaa

    IV

    (2.5.1)

    Figura 2.5.2: Imagem do ponto 1 e 4

    21

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    O potencial no ponto 3 :

    +=

    ++ )2(

    11

    )2()2(

    121

    43 22 paapaa

    IV

    (2.5.2)

    Portanto, a diferena de potencial nos pontos 2 e 3 :

    ( ) ( ) ( )

    +

    ++==

    22223223

    22

    2

    2

    21

    4 papaa

    IVVV

    (2.5.3)

    Fazendo a diviso da diferena de potencial V23 pela corrente I, teremos o

    valor da resistncia eltrica Rdo solo para uma profundidade aceitvel de penetrao

    da corrente I .

    Assim teremos:

    ( ) ( ) ( )

    +

    +

    +==2222

    23

    22

    2

    2

    21

    4papa

    aI

    VR

    (2.5.4)

    A resistividade eltrica do solo dada por:

    ( ) ( ) ( )

    [ ]m

    pa

    a

    pa

    a

    aR.

    22

    2

    2

    21

    4

    2222

    +

    ++

    =

    (2.5.5)

    22

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    O aparelho destinado a este fim o MEGGER e a montagem deve ser a

    mostrada a seguir:

    Figura 2.5.3: Mtodo de Wenner

    Na realidade o que est sendo medido o valor de R na profundidade igual a

    separao entre os eletrodos (a) conforme ficou provado em estudos realizados.

    conveniente que se use meggers com filtro para eliminao de

    interferncias. Estes meggers injetam correntes de freqncia diferente de 60 HZ,

    portanto, obtm-se resultados mais precisos.

    Os eletrodos utilizados devem possuir ponteira e ter 30 ou 40 cm de

    comprimento e dimetro entre 10 e 15 mm. Devem ser preferencialmente de material

    no sujeito corroso e ter resistncia mecnica suficiente para resistir aos impactos

    da cravao.Os cabos de interligao devem ter isolao de acordo com o nvel de tenso

    do megger, flexibilidade e resistncia mecnica adequadas. Devem ser munidos de

    garra tipo jacar numa das extremidades, visando a facilidade de conexo aos

    eletrodos.

    As duas hastes internas so ligadas nos terminais P1 e P2. Assim, o aparelho

    processa internamente e indica na leitura, o valor da resistncia eltrica, de acordo

    com a expresso 2.5.4.23

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    O mtodo considera que praticamente 58% da distribuio de corrente que

    passa entre as hastes externas ocorre a uma profundidade igual ao espaamento entre

    as hastes.

    Figura 2.5.4: Penetrao na profundidade a

    Os espaamentos a serem adotados entre os eletrodos dependem da dimenso

    do sistema de aterramento que se quer medir.

    A tabela a seguir d os arranjos das hastes normalmente utilizadas e os

    correspondentes espaamentos mnimos dos eletrodos de prova.

    Dados: Comprimento das hastes : 3 m

    Dimetro da haste: 0,016 m

    Espaamento entre hastes: 3 m

    Notas: 1) Aterramentos de maiores dimenses exigiro espaamentos maiores que os

    indicados.

    2) Podero ser usados espaamentos maiores que os indicados para cada

    aterramento, mantendo-se porm a relao de 61,8% entre as distncias.

    24

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    ESCOLA DE ENGENHARIA DE LINS SISTEMAS DE ATERRAMENTOWAGNER ANTONIO BIFFE

    Tabela 2.5.1: Espaamento entre eletrodo de prova

    Muitas vezes, devido dimenso dos sistema de aterramento, os

    espaamentos requeridos para as hastes de prova sero enormes o que poder

    provocar problemas por falta de espao livre para executar a correta medio.

    Para estes casos, podero ser adotados espaamentos reduzidos de acordo

    com a tabela a seguir:

    25

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    Tabela 2.5.2: Espaamento reduzido entre eletrodos de prova

    2.6 - DIREES A SEREM MEDIDAS

    O nmero de direes em que as medidas devero ser levantadas depende:

    da importncia do local do aterramento;

    da dimenso do sistema de aterramento;

    da variao acentuada nos valores medidos para os respectivos espaamentos.

    Para um nico ponto de aterramento, isto , para cada posio do aparelho,

    devem ser efetuadas medidas em trs direes, com ngulo de 60 entre si.26

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    ESCOLA DE ENGENHARIA DE LINS SISTEMAS DE ATERRAMENTOWAGNER ANTONIO BIFFE

    Figura 2.6.1: Direes do ponto de medio

    Este o caso de sistema de aterramento pequeno, com um nico ponto de

    ligao a equipamentos tais como: regulador de tenso, religador, transformador,

    seccionalizador, TC, TP, chaves leo e a SF6, etc.

    No caso de subestaes deve-se efetuar medidas em vrios pontos, cobrindo

    toda a rea da malha pretendida.

    0 ideal efetuar vrias medidas em pontos e direes diferentes. Mas se por

    algum motivo, deseja-se usar o mnimo de direes, ento, deve-se pelo menos

    efetuar as medies na direo indicada como segue:

    na direo da linha de alimentao;

    na direo do ponto de aterramento ao aterramento da fonte de alimentao.

    Feitas as medies, uma anlise dos resultados deve ser realizada para que os

    mesmos possam ser avaliados em relao a sua aceitao ou no. Esta avaliao

    feita da seguinte forma:

    1 ) Calcular a mdia aritmtica dos valores da resistividade eltrica para cada

    espaamento adotado, Isto :

    ( ) ( )=

    =n

    i

    jijMa

    na

    1

    1

    ni

    qj

    ,1

    ,1

    =

    =

    (2.6.1)

    Onde:

    jM a Resistividade mdia para o respectivo espaamento aj

    n Nmero de medies efetuadas para o respectivo espaamento aj 27

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    ( ji a Valor da i-sima medio da resistividade com o espaamento aj

    q Nmero de espaamentos empregados

    2) Proceder o clculo do desvio de cada medida em relao ao valor mdio como

    segue:

    ( ) ( )jMji aa qj

    ni

    ,1

    ,1

    =

    =

    (2.6.2)

    Observao (a): Deve-se desprezar todos os valores da resistividade quetenham um desvio maior que 50% em relao a mdia, isto :

    ( ) ( )( )jM

    jMji

    a

    aa

    * 100 50%

    qj

    ni

    ,1

    ,1

    =

    =

    (2.6.3)

    Observao (b): Se o valor da resistividade tiver o desvio abaixo de 50% o

    valor ser aceito como representativo.Observao (c): Se observada a ocorrncia de acentuado nmero de medidas

    com desvios acima de 50%, recomenda-se executar novas medidas na regio

    correspondente. Se a ocorrncia de desvios persistir, deve-se ento, considerar a rea

    como uma regio independente para efeito de modelagem.

    Com a nova tabela, efetua-se o clculo das mdias aritmticas das

    resistividades remanescentes.

    3) Com as resistividades mdias para cada espaamento, tem-se ento os valores

    definitivos e representativos para traar a curva x a, necessria ao procedimento

    das aplicaes dos mtodos de estratificao do solo.

    28

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    3 ESTRATIFICAO DO SOLO

    3.1- INTRODUO

    Necessitamos do valor da resistividade do solo para o projeto de malhas de

    aterramento, devido aos requisitos de valores mximos para a resistncia da malha,

    tenso de passo e de toque.

    Conhecendo o valor da resistividade e as dimenses do eletrodo de

    aterramento, podemos calcular o valor da resistncia da malha e os potenciais de

    toque e de passo, desde que o solo seja uniforme, ou seja, o valor da resistividade novaria com a profundidade ou com a distncia horizontal do ponto de medio.

    Esta condio de uniformidade raramente verdadeira na prtica, da a

    necessidade de introduzir o modelo de estratificao da resistividade do solo,

    representando o solo por camadas, onde cada camada uniforme e tem um certo

    valor de resistividade e uma determinada espessura.

    Embora este modelo no seja uma representao perfeita do solo real,

    suficiente para os clculos de uma malha de aterramento.

    A quantidade de camadas utilizadas no modelo funo da preciso desejada

    para os clculos, caractersticas do solo real e disponibilidade de ferramentas

    matemticas que permitam calcular as grandezas de interesse.

    Para executar uma estratificao de solo necessrio fazer uma medio de

    campo dos valores da resistividade aparente. Medimos na prtica valores de

    resistncia em Ohms e calculamos o valor da resistividade aparente em Ohm.m.

    So diversos os mtodos existentes para se estratificar o solo, ou seja, definir

    as camadas, sua profundidade e resistividade respectivas.

    Dos mais conhecidos podemos citar o mtodo de Pirson, Yokogawa, Tagg e

    ainda o Simplificado.

    Somente para ilustrar, os mtodos de Pirson e de Tagg so basicamente

    analticos e embora menos rpidos, por sua natureza apresentam maior grau de

    preciso.

    O mtodo Yokogawa utiliza procedimentos grficos e seu grau de preciso

    pode ser considerado satisfatrio:29

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    J o mtodo simplificado permite a estratificao do solo em apenas duas

    camadas e s oferece resultados precisos para determinados tipos de solo.

    3.2 MODELAGEM DO SOLO DE DUAS CAMADAS

    Usando as teorias do eletromagnetismo no solo com duas camadas

    horizontais, possvel desenvolver uma modelagem matemtica, que com o auxlio

    das medidas efetuadas pelo Mtodo de Wenner, possibilita encontrar a resistividade

    do solo da primeira e segunda camada, bem como sua respectiva profundidade.Uma corrente eltrica I entrando pelo ponto A, no solo de duas camadas da

    figura 3.2.1, gera potenciais na primeira camada, que deve satisfazer a equao 3.2.1,

    conhecida como Equao de Laplace.

    Figura 3.2.1: Solo em duas camadas

    2 * V = 0 (3.2.1)

    V = Potencial na primeira camada do solo

    Desenvolvendo a Equao de Laplace relativamente ao potencial V de

    qualquer ponto p da primeira camada do solo, distanciado de r da fonte de corrente

    A, chega-se a seguinte expresso:

    ( )

    ++=

    =122

    1

    22

    1

    2 n

    n

    p

    nhr

    K

    r

    I

    V

    (3.2.2)30

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    Onde:

    Vp = o potencial de um ponto p qualquer da primeira camada em relao ao

    infinito. 1 = Resistividade da primeira camadah = Profundidade da primeira camada

    r = Distncia do ponto p fonte de corrente A

    K= Coeficiente de reflexo, definido por:

    12

    12

    +

    =K (3.2.3)

    2 = Resistividade da segunda camadaPela expresso 3.2.3, verifica-se que a variao do coeficiente de reflexo

    limitada entre -1 e +1.

    11 + K (3.2.4)

    Nesta configurao, a corrente eltrica I entra no solo pelo ponto A e retorna

    ao aparelho pelo ponto D. Os pontos B e C so os eletrodos de potencial.

    O potencial no ponto B, ser dado pela superposio da contribuio da

    corrente eltrica entrando em A e saindo por D. Usando a expresso 3.2.2, e

    efetuando a superposio, tem-se:

    ( )

    ++

    ++=

    =

    = 1 22

    1

    122

    1

    )2(22

    21

    2)2(21

    2 n

    n

    n

    n

    B

    nhaK

    aI

    nhaK

    aIV

    (3.2.5)

    31

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    Figura 3.2.2: Configurao de Wenner no solo de duas camadas

    Fazendo a mesma considerao para o potencial do ponto C, tem-se:

    +

    +=

    =+

    =+

    1)2()(

    12

    1)2()2(2

    12 2

    1

    2

    1 22n

    nha

    Ka

    I

    nnha

    Ka

    I

    c

    nn

    V

    (3.2.6)

    A diferena de potencial entre os pontos B e C dado por:

    VBC = VB - VC

    Substituindo-se as equaes correspondentes, obtm-se:

    +=

    =++

    1)2(4)2(12 22

    1 41n

    nK

    nKa

    I

    B Cah

    n

    ah

    n

    V

    (3.2.7)

    +=

    =++

    1)2(4)2(1

    1 22412

    nn

    K

    n

    KI

    V

    a

    h

    n

    a

    h

    nB Ca

    A relao VBC/I representa o valor da resistncia eltrica lida no aparelho

    Megger do esquema apresentado. Assim, ento:32

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    +=

    =++

    1)2(4)2(1

    1 22412n

    nK

    nK

    a

    h

    n

    a

    h

    n

    a R

    De acordo com a expresso 2.4.1, a resistividade eltrica do solo, para o

    espaamento a dada por = 2 aR. Aps a substituio, obtm-se finalmente:

    +=

    =++

    1)2(4)2(1 221

    )(

    41n

    nK

    nK

    a

    h

    n

    a

    h

    na

    (3.2.8)

    A expresso 3.2.8 fundamental na elaborao da estratificao do solo em

    duas camadas.

    3.3 - MTODO DE ESTRATIFICAO DO SOLO DE DUAS CAMADAS

    Empregando estrategicamente a expresso 3.2.8 possvel obter alguns

    mtodos de estratificao do solo para duas camadas. Entre eles, o mais usados so:

    Mtodo de duas camadas usando curvas;

    Mtodo de duas camadas usando tcnicas de otimizao;

    Mtodo simplificado para estratificao do solo de duas camadas.

    A seguir, feita uma detalhada descrio de cada um desses mtodos.

    3.4 - MTODO DE DUAS CAMADAS USANDO CURVAS

    Como j observado, a faixa de variao do coeficiente de reflexo K

    pequena, e est limitada entre -1 e +1. Pode-se ento, traar uma famlia de curvas de (a)/ 1 em funo de h/a para uma srie de valores de K negativos e positivos,33

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    cobrindo toda a sua faixa de variao. As curvas traadas para K variando na faixa

    negativa, isto , curva (a) x a descendente, figura 3.4.1a, esto apresentada na

    figura 3.4.2.J as curvas obtidas da expresso 3.2.8 para a curva (a) x a segundo, figura

    3.4.1b, isto , para K variando na faixa positiva, so mostradas na figura 3.4.3.

    Figura 3.4.1: curvas (a) x a descendente e ascendente

    Com base na famlia de curvas tericas das figuras 3.4.2 e 3.4.3, possvel

    estabelecer um mtodo que faz o casamento da curva (a) x a, medida por Wenner,

    com uma determinada curva particular. Esta curva particular caracterizada pelos

    respectivos valores de 1, K e h. Assim, estes valores so encontrados e a

    estratificao esta estabelecida.

    A seguir so apresentados os passos relativos ao procedimento deste mtodo:

    1 passo: traar em um grfico a curva (a) x a obtida pelo mtodo de Wenner;

    2 passo: Prolongar a curva (a) x a at cortar o eixo das ordenadas do grfico.

    Neste ponto, lido diretamente o valor de 1, isto , a resistividade da

    primeira camada. Para viabilizar este passo, recomenda-se fazer vrias

    leituras pelo mtodo de Wenner para pequenos espaamentos. Isto se

    justifica porque a penetrao desta corrente d-se predominantemente na

    primeira camada.

    34

  • 8/6/2019 SEMINARIO FORMATURA

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    3 passo: Um valor de espaamento a1 escolhido arbitrariamente, e levado na curva

    para obter-se o correspondente valor de (a1 ).

    4 passo: Pelo comportamento da curva (a) x a, determina-se o sinal de K. Isto :

    Se a curva for descendente, o sinal de K negativo e efetua-se o clculo

    de (a1)/ 1.

    Se a curva for ascendente, o sinal de K positivo e efetua-se o clculo de

    1/ (a1).

    Figura 3.4.2: curvas para K negativos

    5 passo: Com o valor de (a1)/ 1 ou 1/ (a1) obtido, entra-se na curvas

    tericas correspondente e traa-se uma linha paralela ao eixo da abscissa.35

  • 8/6/2019 SEMINARIO FORMATURA

    36/161

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    Esta reta corta curvas distintas de K. Proceder a leitura de todos os

    especficos K e h/a correspondentes.

    Figura 3.4.3: Curvas para K positivos

    6 passo: Multiplica-se todos os valores de h/a encontrados no quinto passo pelo

    valor de a1 do terceiro passo. Assim, com o quinto e sexto passo, gera-se

    uma tabela com os valores correspondentes de K, h/a e h.

    7 passo: Plota-se a curva K x h dos valores obtidos da tabela gerada no sexto passo.

    8 passo: Um segundo valor de espaamento a2 a1 novamente escolhido, e todo o

    processo repetido, resultando numa nova curva K x h36

  • 8/6/2019 SEMINARIO FORMATURA

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    9 passo: Plota-se esta nova curva K x h no mesmo grfico do stimo passo.

    10 passo: A interseo das duas curvas K x h num dado ponto resultar nos valoresreais de K e h, e a estratificao estar definida.

    Exemplo 3.4.1

    Efetuar a estratificao do solo pelo mtodo apresentado no item 3.3,

    correspondente srie de medidas feitas em campo pelo mtodo de Wenner, cujosdados esto na Tabela 3.4.1.

    Espaamento (m) Resistividade ( .m)1 6842 6114 4156 2948 237

    16 18932 182

    Tabela 3.4.1: Valores de medio em campo

    A resoluo feita seguindo os passos recomendados.

    1 passo:Na figura 3.4.4 est traada a curva (a) x a

    2 passo: Prolongando-se a curva, obtm-se

    1=700 .m

    3 passo: escolhe-se a1 = 4m e obtm-se (a1) = 415 .m

    4 passo: Como a curva (a) x a descendente, K negativo, ento calcula-se a

    relao:

    59,0700415)(

    1

    1

    == a

    37

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    Figura 3.4.4: Curva (a) x a

    5 passo: Como K negativo e com o valor 5 9 3,01

    1 )( =

    alevado na famlia de

    curvas tericas da figura 3.4.2, procede-se a leitura dos respectivos K eah .

    Assim, gera-se a Tabela 3.4.2 proposta no sexto passo.

    a1 = 4m 5 9,01

    1 )( =

    a

    Kah h[m]

    -0,1 - --0,2 - --0,3 0,263 1,052

    -0,4 0,423 1,692-0,5 0,547 2,18838

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    -0,6 0,625 2,500-0,7 0,691 2,764-0,8 0,752 3,008

    -0,9 0,800 3,200-1,0 0,846 3,384

    Tabela 3.4.2: Valores do quinto e sexto passo

    8 passo: Escolhe-se um outro espaamento

    a2 = 6m

    (a2) = 294 .m

    42,0700294)(

    1

    2 ==

    a

    Constri-se a Tabela 3.4.3.

    a1 = 6m 4 2,01

    1)( = a

    Kah h[m]

    -0,1 - -

    -0,2 - --0,3 - --0,4 - --0,5 0,305 1,830-0,6 0,421 2,526-0,7 0,488 2,928-0,8 0,558 3,348-0,9 0,619 3,714-1,0 0,663 3,978

    Tabela 3.4.3: Valores do quinto e sexto passo

    39

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    Figura 3.4.5: Curva h x K

    9 passo: A Figura 3.4.5 apresenta o traado das duas curvas K x h obtidas da Tabela

    3.4.2 e 3.4.3.

    10 passo: A interseo ocorre em:

    K = -0,616h = 2,574 m

    Usando a equao 3.2.3, obtm-se o valor de 2.

    2 = 166,36 .m

    A figura 3.4.6 mostra o solo estratificado em duas camadas.

    40

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    Figura 3.4.6: Solo estratificado, soluo do exemplo

    3.5 MTODOS DE DUAS CAMADAS USANDO TCNICAS DEOTIMIZAO.

    +=

    =++

    1)2(4)2(11 22

    41)(n

    n

    K

    n

    K

    ah

    n

    ah

    n

    a (3.5.1)

    Pela expresso acima, para um especfico solo em duas camadas, h umarelao entre os espaamentos entre as hastes da configurao de Wenner e o

    respectivo valor de (a).

    Na prtica, pelos dados obtidos em campo, tem-se a relao de "a" e (a)

    medidos no aparelho. Os valores de (a) medidos e os obtidos pela frmula 3.5.1

    devem ser os mesmos. Portanto, procura-se, pelas tcnicas de otimizao, obter o

    melhor solo estratificado em duas camadas, isto , obter os valores de 1, K e h, tal

    que a expresso 3.5.1 seja aquela que mais se ajusta srie de valores medidos.Assim, procura-se minimizar os desvios entre os valores medidos e calculados.

    A soluo ser encontrada na minimizao da funo abaixo:

    Minimizar =

    =++

    +

    q

    i nn

    K

    n

    Km edid oi

    ia

    h

    n

    ia

    h

    n

    a1

    2

    1)2(4)2(1

    1 2241)( (3.5.2)

    As variveis so 1, K e h.41

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    Esta a expresso da minimizao dos desvios ao quadrado conhecida como

    mnimo quadrado. Aplicando qualquer mtodo de otimizao multidimensional em

    3.5.2, obtm-se os valores timos de 1, K e h, que a soluo final do mtodo deestratificao.

    Existem vrios mtodos tradicionais que podem ser aplicados para otimizar a

    expresso 3.5.2, tais como:

    Mtodo do Gradiente;

    Mtodo do Gradiente Conjugado;

    Mtodo de Newton;

    Mtodo Quase-Newton;

    Mtodo de Direo Aleatria;

    Mtodo de Hooke e Jeeves;

    Mtodo do Poliedro Flexvel;

    etc.

    Exemplo 3.5.1

    Aplicando separadamente trs mtodos de otimizao conforme proposto pela

    expresso 3.5.2 ao conjunto de medidas da Tabela 3.5.1, obtidas em campo pelo

    mtodo de Wenner, as solues obtidas esto apresentadas na Tabela 3.5.2.

    Espaamento a [m] Resistividade [ .m]

    2,5 320

    5,0245

    7,5 182

    10,0 162

    12,5 168

    15,0 152

    Tabela 3.5.1: Dados da medio42

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    Estratificao do solo calculada Gradiente Linearizado Hooke-JeevesResistividade da 1 camada [ .m] 383,49 364,67 364,335

    Resistividade da 2 camada [ .m] 147,65 143,61 144,010Profundidade da 1 camada [m] 2,56 2,82 2,827Fator de reflexo K -0,44 -0,43 -0,4334

    Tabela 3.5.2: Soluo encontrada

    3.6 - MTODO SIMPLIFICADO PARA ESTRATIFICAO DO SOLO EM

    DUAS CAMADAS

    Este mtodo oferecer resultados variveis somente quando o solo puder ser

    considerado estratificvel em duas camadas e a curva (a) x a tiver uma das formas

    tpicas indicadas na figura 3.6.1 abaixo, com uma considervel tendncia de

    saturao assinttica nos extremos e paralela ao eixo das abscissas.

    A assntota para pequenos espaamentos tpica da contribuio da primeira

    camada do solo. J para espaamentos maiores, tem-se a penetrao da corrente na

    segunda camada, e sua assntota caracteriza nitidamente um solo distinto.

    Pela anlise das curvas (a) x a da figura 3.6.1, fica caracterizado pelo

    prolongamento e assntota, os valores de 1 e 2. Portanto, neste solo especfico,

    com os dois valores obtidos, fica definido de acordo com a expresso 3.2.8 o valor

    Figura 3.6.1: Curvas (a) x a para Solo de Duas Camadas

    43

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    do parmetro K. Assim, na expresso 3.2.8 o valor desconhecido a profundidade da

    primeira camada, isto , h.

    A filosofia deste mtodo baseia-se em deslocar as hastes do Mtodo deWenner, de modo que a distncia entre as hastes seja exatamente igual a "h", isto ,

    igual a profundidade da primeira camada. Ver figura 3.6.2.

    Assim, como a = h ouah = 1, o termo a direita da expresso 3.3.4 fica sendo

    a expresso 3.6.1, que ser denominado de M (h=a).

    =++= +==

    =

    1)2(4)2(1

    )( 221

    )(

    41n

    nK

    nKha

    nnha

    M

    (3.6.1)

    Figura 3.6.2: Espaamento a=h

    A expresso 3.6.1 significa que se o espaamento "a" das hastes no Mtodo

    de Wenner for exatamente igual a "h", a leitura no aparelho Megger ser:

    (a=h) = 1M(h=a) (3.6.2)

    Portanto, deste modo, basta levar o valor de (a=h) na curva (a) x a e obter o

    valor de "a", isto , "h". Assim, fica obtida a profundidade da primeira camada.

    Esta a filosofia deste mtodo, para tanto, deve-se obter a curva M(a=h) versus

    K, atravs da expresso 3.6.1. Esta curva est na figura 3.6.3.

    44

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    Assim, definida a curva de resistividade (a) x a, obtida pelo mtodo de

    Wenner, a seqncia para obteno da estratificao do solo a seguinte:

    1 passo: Traar a curva (a) x a, obtida pela medio em campo usando o mtodo

    de Wenner.

    2 passo: Prolongar a curva (a) x a at interceptar o eixo das ordenadas e determi-

    nar o valor de 1, isto , da resistividade da primeira camada do solo.

    3 passo: Traar a assntota no final da curva (a) x a e prolong-la at o eixo das

    ordenadas, o que indicar o valor da resistividade 1, da segunda camada do

    solo.

    4 passo: Calcular o coeficiente de reflexo K, atravs da expresso 3.2.3, isto :

    1

    1

    1

    2

    1

    2

    +

    =

    K

    5 passo: Com o valor de K obtido no quarto passo, determinar o valor de M (a=h) na

    curva da figura 3.6.3. O valor de M (a=h) est relacionado com a equao 3.2.8,j que so conhecidos 1, 2 e K, sendo a profundidade h desconhecida.

    6 passo: Calcular (a=h) = 1M(a=h)

    7 passo: Com o valor de (a=h) encontrado, entrar na curva de resistividade (a) x a

    e determinar a profundidade h da primeira camada do solo.

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    Figura 3.6.3: Curva M(a=h) x K

    Exemplo 3.6.1

    Com os valores medidos em campo pelo mtodo de Wenner da tabela 3.6.1,

    efetuar a estratificao do solo pelo mtodo simplificado de duas camadas.

    Espaamento a [m] Resistividade [ .m]

    1 996

    2974

    4 858

    6 696

    8 54946

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    12 361

    16 276

    22 23032 210

    Tabela 3.6.1: Dados de campo

    1 passo: A curva (a) x a est mostrada na figura 3.6.4.

    2 passo: Pelo prolongamento da curva, tem-se

    1 = 1000 .m

    3 passo: Traando a assntota, tem-se

    2 = 200 .m

    4 passo: Calcular o ndice de reflexo K

    6 6 6,01

    1

    1

    1

    1 0 0 0

    2 0 0

    1 0 0 0

    2 0 0

    1

    2

    1

    2

    ===+

    +

    K

    5 passo: Da curva da figura 3.6.3, obtm-se

    M (a=h)= 0,783

    6 passo: Calcular

    (a=h) = 1M(a=h) = 1000 0,783 = 783 .m

    7 passo: Com o valor de (a=h) levado curva (a) x a, obtm-se

    h = 5,0 m

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    Figura 3.6.4: Curva (a) x a

    Assim, o solo estratificado em duas camadas apresentado na figura 3.6.5.

    Figura 3.6.5: Estratificao do solo

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    3.7 - MTODO DE ESTRATIFICAO DE SOLOS DE VRIAS CAMADAS

    Um solo com vrias camadas apresenta uma curva (a) x a ondulada, comtrechos ascendentes e descendentes, conforme mostrado na figura 3.7.1.

    Figura 3.7.1: Solo com vrias camadas

    Dividindo a curva (a) x a em trechos tpicos doa solos de duas camadas,

    possvel ento, empregar mtodos para a estratificao do solo com vrias camadas,

    fazendo uma extenso da modelagem do solo de duas camadas.

    Sero desenvolvidos os seguintes mtodos para a estratificao do solo com

    vrias camadas:

    Mtodo de Pirson;

    Mtodo Grfico de Yokogawa.

    3.8 - MTODO DE PIRSON

    O Mtodo de Pirson pode ser encarado como uma extenso do mtodo de

    duas camadas. Ao se dividir a curva (a) x a em trechos ascendentes e descendentes

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    fica evidenciado que o solo de vrias camadas pode ser analisado como uma

    seqncia de curvas de solo equivalentes a duas camadas.

    Considerando o primeiro trecho como um solo de duas camadas, obtm-se 1, 2, h1. Ao analisar-se o segundo trecho, deve-se primeiramente determinar uma

    resistividade equivalente, vista pela terceira camada. Assim, procura-se obter a

    resistividade 3 e a profundidade da camada equivalente. E assim sucessivamente,

    seguindo a mesma lgica.

    A seguir apresenta-se os passos a serem seguidos na metodologia adotada e

    proposta por Pirson:

    1 passo: Traar um grfico a curva (a) x a obtida pelo mtodo de Wenner.

    2 passo: Dividir a curva em trechos ascendentes e descendentes, isto , entre os seus

    pontos mximos e mnimos,

    3 passo: Prolonga-se a curva (a) x a at interceptar o eixo das ordenadas do

    grfico. Neste ponto lido o valor de 1, isto , a resistividade da primeiracamada.

    4 passo: Em relao ao primeiro trecho da curva (a) x a, caracterstica de um solo

    de duas camadas, procede-se ento toda a seqncia indicada no mtodo 3.4.

    Encontrando-se, assim, os valores de 2 e h1.

    5 passo: Para o segundo trecho, achar o ponto de transio (a t) onde adad

    mxima, isto , onde 022

    =da

    d . Este ponto da transio est localizado onde a

    curva muda a sua concavidade.

    6 passo: Considerando o segundo trecho da curva (a) x a, deve-se achar a

    resistividade equivalente vista pela terceira camada, assim estima-se a50

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    profundidade da segunda camada (h2), pelo mtodo de Lancaster-Jones, isto

    :

    h2 = d1 + d2 = ta32 (3.8.1)

    Onde

    d1 = h1 = Espessura da primeira camada

    d2 = Espessura estimada da segunda camada

    h2 = Profundidade estimada da segunda camada

    at = E o espaamento correspondente ao ponto de transio do segundo trecho.

    Assim, obtm-se o valor estimado de h2 e d2.

    7 passo: Calcular a resistividade mdia equivalente estimada ( 12 ) vista pela

    terceira camada, utilizando a Frmula de Hummel, que a mdia harmnica

    ponderada da primeira e segunda camada.

    2

    2

    1

    1

    211

    2

    dddd

    +

    += (3.8.2)

    O 12 se apresenta como o 1 do mtodo de duas camadas.

    8 passo: Para o segundo trecho da curva, repetir todo o processo de duas camadas

    visto no mtodo apresentado em 3.4, considerando 12 a resistividade da

    primeira camada. Assim, obtm-se os novos valores estimados de 3 e h2.

    Estes valores foram obtidos a partir de uma estimativa de Lancaster-Jones. Se

    um refinamento maior no processo for desejado, deve-se refazer o processo a partir

    do novo h2 calculado, isto :

    h2 = d1 + d251

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    Volta-se ao stimo passo para obter novos valores de 3 e h3. Aps, ento,

    repete-se a partir do sexto passo, todo o processo para os outros trechos sucessores.

    Exemplo 3.8.1

    Efetuar a estratificao do solo pelo Mtodo de Pirson, para o conjunto de

    medidas obtidas em campo pelo mtodo de Wenner, apresentado na Tabela 3.9.1.

    Espaamento a [m] Resistividade [ .m]

    1 11.938

    2 15.7704 17.341

    8 11.058

    16 5.026

    32 3.820

    Tabela 3.8.1: Dados da medio

    1 passo: Figura 3.8.1 mostra a curva (a) x a.

    2 passo: A curva (a) x a dividida em dois trechos, um ascendente e outro

    descendente. A separao feita pelo ponto mximo da curva, isto , onde

    0=d a

    d.

    3 passo: Com o prolongamento da curva (a) x a obtm-se a resistividade da

    primeira camada do solo.

    1 = 8.600

    4 passo: Aps efetuados os passos indicados no mtodo do item 3.4, obtm-se as

    Tabelas 3.8.2 relativa aos passos intermedirios.

    Para:

    52

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    Figura 3.8.1: Curva (a) x a

    a1 = 1m, obtm-se (a1) = 11.938 .m

    a1 = 2m, obtm-se (a,) = 15.770 .m

    Efetuando o traado das duas curvas K x h, as mesmas se interceptam no ponto:

    h1 = d1 = 0,64m

    K1 = 0,43

    Calcula-se

    2 = 21.575 .m

    5 passo: Examinando o segundo trecho da curva, pode-se concluir que o ponto da

    curva com espaamento de 8 metros, apresenta a maior inclinao. Portanto,

    o ponto de transio relativo ao espaamento de 8 metros, assim:

    at=8m

    a1 = 1m 720,0)( 11

    =a

    53

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    K1ah H[m]

    0,2 0,23 0,23

    0,3 0,46 0,460,4 0,60 0,600,5 0,72 0,720,6 0,81 0,810,7 0,89 0,890,8 0,98 0,98

    a1 = 2m 5475,0)( 11 =a

    K1ah h[m]

    0,2 - -0,3 0,05 0,100,4 0,28 0,560,5 0,40 0,800,6 0,49 0,980,7 0,57 1,14

    0,8 0,65 1,30

    Tabela 3.8.2: Valores calculados

    6 passo: Considerando o segundo trecho da curva (a) x a, estimar a profundidade

    da segunda camada. Aplicando-se a frmula 3.9.1 do mtodo de Lancaster-

    Jones, tem-se:

    h2 = d1 + d2 = ta32

    h2 = 0,64 + d2 = 83

    2

    h2 = 5,4 m

    d2 = 4,76 m

    54

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    7 passo: Clculo da resistividade mdia equivalente pela frmula 3.8.2 de Hummel,

    tem-se

    575,21

    760,4

    8600

    64,076,464,01

    2 ++=

    m.302,181

    2=

    8 passo: Para o segundo trecho da curva (a) x a, repetir novamente os passos do

    mtodo do item 3.4, gerando as Tabelas 3.8.3.

    Para:a1 = 8m, obtm-se (a1) = 11.058 .m

    a1 = 16m, obtm-se (a1) = 5.026 .m

    Efetuando-se o traado das duas curvas K x h, as mesmas interceptam-se no

    ponto,

    h2 = 5, 64m

    K = -0, 71

    a1 = 8m 6 0,012

    1)( =

    a

    K1ah h[m]

    -0,3 0,280 2,240-0,4 0,452 3,616-0,5 0,560 4,480

    -0,6 0,642 5,136-0,7 0,720 5,760-0,8 0,780 6,240-0,9 0,826 6,600

    a1 = 16m 2 7 4,012

    1)( =

    a

    K1ah h[m]

    -0,3 - --0,4 - -

    -0,5 - --0,6 0,20 3,20 55

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    -0,7 0,34 5,44-0,8 0,43 6,88-0,9 0,49 7,84

    Tabela 3.8.3: Valores calculados

    Assim,

    KK

    +=111

    23

    Substituindo-se os valores, tem-se:

    3 = 3.103 .m

    Portanto, a soluo final foi encontrada e o solo com trs camadas

    estratificadas mostrado na figura 3.8.2.

    Figura 3.8.2: Solo em trs camadas

    3.9 - MTODO GRFICO DE YOKOGAWA

    Este um mtodo grfico apresentado no manual do aparelho Yokogawa de

    medio de resistncia de terra. Com este mtodo, pode-se efetuar a estratificao do

    solo em vrias camadas horizontais com razovel aceitao.

    A origem do mtodo, baseia-se na logaritimizao da expresso 3.2.8 obtida

    do modelo do solo de duas camadas. Assim, usando o logaritmo em ambos os lados

    da expresso 3.2.8, tem-se:56

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    [ ]

    +=

    =

    ++1

    )2(4)2(1

    )(

    22141loglog

    n

    n

    K

    n

    Ka

    a

    h

    n

    a

    h

    n

    (3.9.1)

    Empregando-se a mesma filosofia usada no modelo desenvolvido no item 3.4,

    pode-se construir uma famlia de curvas tericas de log1

    )(

    aem funo de

    ah para

    uma srie de valores de K dentro de toda sua faixa de variao.

    Fazendo o traado das famlias das curvas tericas, em um grfico com escala

    logartmica, isto , log-log, tem se a CURVA PADRO, mostrada na figura 3.9.1.

    A Curva Padro obtida na escala logartmica similar s curvas do grfico

    das figuras 3.4.2 e 3.5.3 traadas juntas. Os valores de1

    )(

    aesto na ordenada do

    grfico 3.9.1, na abscissa esto os valores dea

    h e as curvas dos respectivos K esto

    indicadas pelo seu correspondente1

    2 .

    Estas curvas so relativas s curvas tericas obtidas especificamente de

    modelagem do solo de duas camadas. Um solo tpico de duas camadas

    caracterizado pelos trs parmetros: 1, 2 e h. Fazendo as medies neste solo,

    pelo mtodo de Wenner e traando a curva (a) x a em escala logartmica, o seu

    formato tpico da Curva Padro.

    57

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    Fazendo manualmente o perfeito casamento da curva (a) x a na escala

    logartmica com uma determinada curva padro, tem-se ento a identidade

    estabelecida. Isto eqivale a ter no mtodo de Wenner o espaamento igual profundidade da primeira camada, isto , a = h, no solo de duas camadas. Ver figura

    3.10.2.

    Figura 3.9.1: Curva padro

    Portanto, no ponto da curva (a) x a que coincide com a ordenada1

    )(

    a= 1

    na Curva Padro, l-se diretamente o valor especfico de (a), que igual a

    resistividade 1 da primeira camada. Este ponto denominado de plo O1 da

    primeira camada, que representa na curva (a) x a o ponto de medio pelo mtodo

    de Wenner que tenha o mesmo valor da resistividade da primeira camada, juntamente

    com seu respectivo espaamento "a" que idntico profundidade da primeira

    camada.58

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    Neste ponto do plo O1 l-se, tambm, a profundidade da primeira camada,

    isto , "h" .

    O traado da Curva Padro feito de tal forma que, com o casamento da

    curva (a) x a, o ponto1

    )(

    a= 1 e a

    h= 1, isto , o plo 01, esteja na posio sobre

    a curva (a) x a de tal forma que a medio do valor deste ponto pelo mtodo de

    Wenner, cobriria totalmente a primeira camada, isto , j produz a soluo da

    estratificao procurada.

    Figura 3.9.2: Espaamento a = h

    No ponto estabelecido do plo O1, basta efetuar a leitura de (a) e "a", onde:

    1 = (a) Valor lido no plo O1 na curva (a) x a

    a = h Valor lido no plo O1 na curva (a) x a

    O casamento de curvas fornece o valor de 2.

    Pode-se estender este processo para solos com vrias camadas, seguindo a

    mesma filosofia do mtodo de Pirson. Deste modo, divide-se a curva (a) x a em

    trechos ascendentes e descendentes.

    59

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    Figura 3.9.3: Curva auxiliar

    A partir do segundo trecho, deve-se utilizar uma estimativa da camada

    equivalente vista pela terceira camada, isto feito empregando a Curva Auxiliar da

    figura 3.9.3.60

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    Coloca-se sobre o grfico (a) x a, a curva1

    2

    da Curva Auxiliar que tenha

    a mesma relao1

    2

    obtida pelo casamento da curva (a) x a com a Curva Padro.

    Com o plo de origem ( 11

    )( =

    ae 1=

    ah ) da Curva Padro mantido sobre a

    Curva Auxiliar1

    2

    , procura-se ajustar o melhor casamento entre o segundo trecho

    dacurva (a) x a com a da Curva Padro. Isto feito, demarca-se no grfico (a) x a o

    plo O2.

    Neste plo O2, l-se:

    (a) = 12 Resistividade equivalente da primeira e segunda camada, isto , vista

    pela terceira camada.

    a = h2 Profundidade do conjunto da primeira e segunda camada.

    Com a relao 12

    3

    obtida do casamento, obtm-se o 3 . E assim

    sucessivamente.

    At o momento procurou-se apenas justificar a filosofia baseada neste

    mtodo. A resoluo da estratificao puramente grfica usando translado de

    curvas, portanto, difcil traduzir com plenitude a exemplificao do mtodo.Colocando-se em ordem de rotina, passa-se a descrever o mtodo:

    1 passo: Traar em papel transparente a curva (a) x a em escala logartmica.

    2 passo: Dividir a curva (a) x a em trechos ascendentes e descendentes.

    3 passo: Desloca se o primeiro trecho da curva (a) x a sobre a CURVAPADRO, 61

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    at obter o melhor casamento possvel, isto se d na relao1

    2

    .

    4 passo: Demarca-se ao grfico da curva (a) x a, o ponto de origem ( 11

    )( =

    ae

    1=ah ) da Curva Padro, obtendo-se assim o plo 01.

    5 passo: L-se no ponto do plo O1, os valores de 1 e h1.

    6 passo: Calcula-se 2 pela relao1

    2

    obtida no terceiro passo.

    At este passo, foram obtidos 1, h1 e 2. Para continuar o processo do outro

    trecho sucessor da curva (a) x a, vai-se ao stimo passo.

    7 passo: Faz-se o plo O1 do grfico da curva (a) x a coincidir com o ponto de

    origem da CURVA AUXILIAR.. Transfere-se, isto , traa-se com outra cor a Curva

    Auxiliar com relao1

    2

    obtida no terceiro passo, sobre o grfico da curva (a) x

    a.

    8 passo: Transladando-se o grfico (a) x a, de modo que a Curva Auxiliar1

    2

    ,

    traada no stimo passo, percorra sempre sobre o ponto de origem da CURVA

    PADRO. Isto feito at se conseguir o melhor casamento possvel do segundo

    trecho da curva (a) x a com a da Curva Padro, isto se d numa nova relao1

    2

    denominada agora de 21

    3

    .

    62

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    9 passo: Demarca-se o plo O2 no grfico (a) x a, coincidente com o ponto de

    origem da Curva Padro.

    10 passo: L-se no ponto do plo O2 os valores de 21 e h2.

    11 passo: Calcula se a resistividade da terceira camada 3 pela relao fornecida

    no oitavo passo.

    At este passo foram obtidos p1, h1, h2, 2 e 3. Havendo mais trechos da

    curva (a) x a, deve-se repetir o processo a partir do stimo passo.

    Exemplo 3.9.1

    Efetuar a estratificao do solo pelo mtodo grfico de Yokogawa do

    respectivo conjunto de medies em campo da Tabela 3.9.1, obtidos pelo mtodo de

    Wenner.

    Espaamento a [m] Resistividade [ .m]

    2 680

    4840

    8 930

    16 690

    32 330

    Tabela 3.9.1: Dados de campo

    Toda a resoluo baseia-se na figura 3.9.4.

    No polo O1, tem-se:

    1 = 350 .m

    h1 = 0,67 m

    312

    =

    2 = 1050 .m63

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    No polo O2, tem-se:

    m.90012 =

    h2 = 15 m

    61

    12

    3 =

    3 = 150 .m

    O solo estratificado em trs camadas est na figura 3.9.5

    Figura 3.9.4: Resoluo do mtodo grfico

    Figura 3.9.5: Solo em trs camadas

    4 MANEIRAS DE ATERRAMENTO

    4.1 - INTRODUO:

    64

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    Apresentaremos neste captulo as maneiras de aterramento mais simples, com

    geometria e configuraes efetuadas por hastes, anel e fios. Sendo a malha de terraum sistema de aterramento especial, ser dedicado um captulo a parte.

    O escoamento da corrente eltrica absorvida pelo sistema de aterramento, se

    d atravs de uma resistividade aparente que o solo apresenta para este aterramento

    em especial, portanto, sero analisado o sistema de aterramento em relao a uma

    resistividade aparente, j que seu clculo depende do tipo de solo e do sistema de

    aterramento.

    4.2 HASTE VERTICAL

    Uma das formas mais simples de aterramento uma nica haste enterrada no

    solo.

    Figura 4.2.1: Haste cravada no solo

    O valor da resistncia de aterramento pode ser determinado pela frmula

    4.2.1.

    ( )=dL

    LhasteaR 4

    21ln

    (4.2.1)

    onde: a = resistividade aparente do solo no local de fincamento da haste ( .m);

    l = comprimento cravado da haste (m);65

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    d = dimetro equivalente da haste (m).

    No caso da haste ser do tipo cantoneira, deve-se efetuar o clculo da rea dasua seco transversal e igualar a rea de um circulo. Assim:

    ca n t o n ei raSd 2= (4.2.2)

    onde: d = dimetro do circulo equivalente rea da seco transversal da cantoneira.

    Contudo, nem sempre uma simples haste nos possibilitar obter o valor deresistncia de aterramento que desejamos. Neste caso, poderemos utilizar vrios

    meios de reduzir o valor da resistncia de aterramento, tais como aumentar o

    comprimento da haste a ser utilizada, tratar quimicamente o solo ao redor da haste,

    interligar vrias hastes em paralelo ou solues mistas dessas alternativas.

    Pode-se observar tambm que a expresso 4.2.1 no leva em conta o material

    de que formada a haste, mas sim do formato da cavidade que a geometria da haste

    forma no solo. O fluxo formado pelas linhas de corrente eltrica entra ou sai do solo,

    utilizando a forma da cavidade. Portanto, o R1haste refere-se somente resistncia

    eltrica da forma geomtrica do sistema de aterramento interagindo com o solo.

    Assim, generalizando, a resistncia eltrica de um sistema de aterramento apenas

    uma parcela da resistncia do aterramento de um equipamento. A resistncia total

    vista pelo aterramento de um equipamento (figura 4.2.2) composta:

    a) Da resistncia da conexo do cabo de ligao com o equipamento;

    b) Da impedncia do cabo de ligao;

    c) Da resistncia da conexo do cabo de ligao com o sistema de aterramento

    empregado;

    d) Da resistncia do material que forma o sistema de aterramento ;

    e) Da resistncia de contato do material com a terra;

    66

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    Figura 4.2.2:Resistncia eltrica total do equipamento

    f) Da resistncia da cavidade geomtrica do sistema de aterramento com a terra.

    Deste total, a ltima parcela, que a resistncia de terra do sistema de

    aterramento, a mais importante. Seu valor maior e depende do solo, das condies

    climticas, etc.. J as outras parcelas so menores e podem ser controladas com

    facilidade.

    A seguir, analisaremos cada alternativa em particular, apontando seus efeitos

    na reduo da resistncia de aterramento, o custo de cada alternativa e, finalmente,

    apresentaremos um estudo tcnico-econmico que propicie a escolha da melhor

    alternativa.

    4.3 - AUMENTO DO DIMETRO DA HASTE67

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    Se aumentarmos o dimetro das hastes utilizadas teremos uma pequena

    reduo no valos da resistncia, que dada pela frmula 4.2.1, mas apresenta umasaturao para dimetros acima dos valores produzido pelo fabricante, conforme

    pode ser vista na figura 4.2.2

    Convm salientar que um aumento grande do dimetro a haste, sob o ponto

    de vista custo-beneficio, no seria vantajoso. Na pratica o dimetro que se utiliza

    para as hastes, aquele compatvel com a resistncia mecnica do cravamento no

    solo.

    4.4 - INTERLIGAO DE HASTES EM PARALELO

    A interligao de hastes em paralelo diminui sensivelmente o valor da

    resistncia do aterramento. O clculo da resistncia de hastes paralelas interligadas

    no segue a lei simples do paralelismo de resistncias eltricas. Isto devido s

    interferncias nas zonas de atuao das superfcies equipotenciais. A figura 4.4.1

    mostra as superfcies equipotenciais de uma haste vertical cravada no solo

    homogneo.

    Figura 4.4.1: Superfcie equipotencial de uma haste

    No caso de duas hastes cravadas no solo homogneo, distanciadas de "a", a

    figura 4.4.2 mostra as superfcies equipotenciais que cada haste teria se a outra no

    existisse, onde pode ser observada tambm a zona de interferncia.

    68

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    Figura 4.42: Zona de interferncia nas linhas equipotenciais de duas hastes

    A figura 4.4.3 mostra as linhas equipotenciais resultantes do conjunto

    formado pelas duas hastes.

    Figura 4.4.3: Superfcies equipotenciais de duas hastes

    A zona de interferncia das linhas equipotenciais causa uma rea de bloqueiodo fluxo da corrente de cada haste, resultando uma maior resistncia de terra69

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    individual. Como a rea de disperso efetiva da corrente de cada haste torna-se

    menor, a resistncia de cada haste dentro do conjunto aumenta. Portanto, a

    resistncia eltrica do conjunto de duas hastes :Observe-se que o aumento do espaamento das hastes paralelas faz com que a

    interferncia seja diminuda. Teoricamente, para um espaamento infinito, a

    interferncia seria nula, porm, um aumento muito grande do espaamento entre as

    hastes no seria economicamente vivel. Na prtica, o espaamento aconselhvel

    gira em torno do comprimento da haste. Adota-se muito o espaamento de 3 metros.

    Para o clculo da resistncia equivalente de hastes paralelas, neve-se levar em

    conta o acrscimo de resistncia ocasionado pela interferncia entre as hastes. Afrmula 4.4.1 apresenta resistncia eltrica que cada haste tem inserida no conjunto.

    h a s th a s te

    RRRh a s te

    122

    1

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    Figura 4.4.4: Parmetros das mtuas entre as hastes h e m

    Num sistema de aterramento emprega-se hastes iguais, o que facilita apadronizao na empresa, e tambm o clculo da resistncia equivalente do conjunto.

    Fazendo o clculo para todas as hastes do conjunto (frmula 4.4.2) tem-se os valores

    da resistncia de cada haste.

    Determinada a resistncia individual de cada haste dentro do conjunto, j

    considerados os acrscimos ocasionados pelas interferncias, a resistncia

    equivalente das hastes interligadas ser a resultante do paralelismo destas.

    Figura 4.4.5: Paralelismo das resistncias

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    n

    eq

    RRRR

    R1

    ...111

    1

    321

    ++++=

    (4.4.3)

    Toda associao de hastes existe um ndice de reduo (K), que a relao

    entre a resistncia equivalente do conjunto e a resistncia individual de cada haste

    sem a presena de outras hastes.

    haste

    eq

    R

    RK

    1

    = (4.4.4)

    Para facilitar o clculo de Req os valores de K so tabelados, ou obtidos

    atravs de curvas( Apndice A).

    4.5 DIMENSIONAMENTO DE VRIOS TIPOS DE SISTEMAS DE

    ATERRAMENTO.

    4.5.1 HASTES EM TRINGULO:

    Para este sistema as hastes so cravadas nos vrtices de um tringulo

    equiltero.

    Figura4.5.1.1: Tringulo equiltero

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    Os ndices de reduo ( K ) so obtidos diretamente das curvas da fig. 4.5.1.2

    As curvas so para hastes de e 1, com tamanhos de 1,2; 1,8; 2,4 e 3 metros.

    Figura 4.5.1.2: Curvas dos K x e

    O mtodo para determinar a resistncia equivalente (Req) igual para todos os

    sistemas de aterramento. Os procedimentos so, determinar o valor da resistncia de

    uma haste (R1haste), este obtido atravs das tabelas do apndice A tendo em mos os

    valores de comprimento da haste (L) e seu dimetro, em seguida, acha-se o valor do

    ndice de reduo (K) pelas curvas dos K x e. Portanto, com estes valores

    determinados obtm-se atravs da frmula 4.4.4 o valor da Req .

    4.5.2 HASTES EM QUADRADO VAZIO

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    Figura 4.5.2.1: Quadrado vazio

    Figura 4.5.2.2: Oito hastes em quadrado vazio

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    Figura 4.5.2.3: Trinta e seis hastes em quadrado vazio

    4.5.3 HASTES EM QUADRADO CHEIO

    Figura 4.5.3.1: Quadrado cheio

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    Figura 4.5.3.2: Quatro hastes em quadrado cheio (vazio)

    Figura 4.5.3.3: Trinta e seis hastes em quadrado cheio

    4.5.4 HASTES EM CIRCUNFERNCIA:

    Figura 4.5.4.1: Hastes em circunferncia

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    Figura 4.5.4.2: Hastes em circunferncia com nove metros de raio

    4.6 HASTES PROFUNDAS

    O objetivo principal aumentar o comprimento L das hastes, o que faz, de

    acordo com a frmula 4.2.1, decair o valor da resistncia praticamente na razo

    inversa de L.

    Na utilizao do sistema com hastes profundas, vrios fatores ajudam a

    melhorar ainda mais a qualidade do aterramento. Estes fatores so:

    Aumento do comprimento da haste;

    Camadas mais profundas com resistividades menores;

    Condio de gua presente estvel ao longo do tempo;

    Condio de temperatura constante e estvel ao longo do tempo;

    Produo de gradientes de potencial maiores no fundo do solo, tornando os

    potenciais de passo na superfcie praticamente desprezveis.

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    Figura 4.6.1: Hastes profundas

    Quando se utilizam hastes profundas, a disperso de correntes para o solo

    acontece, em sua maioria, na parte inferior da haste, ou seja na camada de solo de

    menor resistividade ( x). A parte superior da haste, situada nas camadas de

    resistividade maior, funcionar quase que somente como um condutor para a

    disperso das correntes na parte inferior da haste. Assim sendo a resistncia de uma

    haste profunda dada por :

    d

    L

    LR xh

    4ln*

    *21

    = (4.6.1)

    Onde, L o comprimento total das hastes interligadas.

    Logo, deve-se ter o cuidado de prever um comprimento (Lx) de haste cravada

    na camada de baixa resistividade ( x) para se conseguir um bom desempenho desse

    aterramento. Uma regra prtica indica a observncia de: Lx 20% L

    So consideradas camadas de baixa resistividade aquelas que, relativamente,

    so menores que as camadas superiores ( x

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    obtm-se bons resultados mas a execuo do aterramento difcil pois exige a

    presena de gua no local e pessoal especializado.

    A resistncia de aterramento ser dada pela combinao das hastes profundasem paralelo, sendo os coeficientes de reduo tabelados abaixo:

    Tabela 4.6.1: Hastes em paralelo

    0 valor da resistncia de aterramento das hastes profundas em paralelo ser

    dado por:

    hat RkR 1*= (4.6.2)

    Existem tambm casos de solos em que as camadas de resistividade baixa so

    muito profundas ou apresentam camadas de rocha u outros elementos com alta

    resistncia mecnica cravao.

    Neste casos, a utilizao de hastes profundas no recomendada. Por outro

    lado, o uso de hastes alinhadas na maioria dos casos limitado, em termos prticos,

    em nmero de 6 (seis), acima do qual torna-se antieconmico.

    Como soluo pode-se interligar esse aterramento a um ou mais aterramentos

    adjacentes cada um deles formado por hastes alinhadas (com tratamento qumico ou

    no) atravs do prprio neutro da rede ou, se este no existir por meio de condutor

    enterrado. quando vivel.

    A resistncia final de aterramento ser dada pelo resultado dos dois ou mais

    aterramentos em paralelo.

    Naturalmente, esses aterramentos adjacentes estaro deslocados da instalao

    que se quer aterrar, com o objetivo de obter condies de solo mais favorveis.

    Entretanto, caso a resistncia individual do aterramento no ponto seja superior a79

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    100 , a distncia de base do poste aos conjuntos de elementos remotos no dever

    exceder 30 m, objetivando limitar a impedncia do aterramento para a descarga de

    surtos.

    4.7 ATERRAMENTOS COMPOSTOS POR CONDUTORES

    HORIZONTAIS

    A figura 4.7.1 mostra um aterramento em forma de anel que pode ser usado

    aproveitando o buraco feito para a colocao do poste.

    Figura 4.7.1: Aterramento em forma de anel

    A resistncia de aterramento em anel dada pela frmula 4.7.1.

    =

    dp

    r

    r

    aRanel

    2

    2

    4ln*

    ( ) (4.7.1)

    onde: p profundidade que est enterrado o anel ( m );

    r raio do anel ( m );

    80

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    d dimetro do crculo equivalente soma da seo transversal dos

    condutores que forma o anel ( m ).

    Alm do anel, a tambm o fio enterrado horizontalmente e dada pelafrmula 4.7.2.

    = 12

    ln*r

    L

    LR

    (4.7.2)

    onde: L comprimento do condutor;

    r raio do condutor.Condutor enterrado a uma profundidade p:

    = 1

    2

    2ln

    pr

    L

    LR

    (4.7.3)

    Destas configuraes, o anel bastante utilizado por algumas concessionrias

    e em aterramentos de sistemas MRT. As combinaes entre as diversas

    configuraes tambm podem ser utilizadas e apresentamos a seguir as frmulas a

    serem aplicadas considerando a influncia da resistncia mtua resultante das

    combinaes.

    Mtua entre condutores horizontais paralelos;

    = 1

    '*

    2ln

    ss

    L

    LR

    mutua

    (4.7.4)

    onde: s separao entre condutores (s

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    2/sen

    2/sen1ln

    +=

    LRmtua (4.7.5)