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Instalaes e Dimenses para Bovinos de CorteDiscentes: Camila Nayara C. Azevdo Katiane Maria da Silva Raiza Lemos Rocha

Mossor-RN, 18 de Outubro de 2011.

Introduo

As instalaes adequadas facilitam o bom manejo do rebanho, devendo ser bem planejadas, projetadas e construdas, para contribuir positivamente na explorao pecuria. A quantidade e os tipos de instalaes dependem do sistema de criao e da finalidade da explorao, havendo maior necessidade das mesmas em sistemas mais intensivos. Na pecuria de corte mais extensiva, as instalaes so mais simplificadas.

Planejamento das instalaes

Deve considerar as caractersticas da rea, tipos de solo, topografia do terreno, distribuio das aguadas e benfeitorias existentes. importante colocar essas informaes em forma de mapas, elaborados por pessoal qualificado, contendo o mximo possvel de detalhes. A construo dever ser feita por profissionais qualificados, para que no ocorram falhas na implantao do projeto.

Aspectos zootcnicos das instalaes

Curral: Os componentes do curral permitem a realizao, com eficincia, segurana e conforto, de todas as prticas necessrias ao trato do gado. Como:

Apartao Marcao e identificao Descorna Vacinao Embarque e desembarque Castrao e pequenas cirurgias Exames ginecolgicos e inseminao artificial Combate a endo e ectoparasitos Coleta de tecidos animais

Localizao

O terreno escolhido deve estar bem posicionado em relao sede e s invernadas.

A localizao no centro da propriedade, antecedendo a construo de cercas e outras benfeitorias, a melhor opo.O local deve ser firme e seco, preferencialmente plano, no sujeito eroso.

Dimensionamento

A capacidade total do curral calculada, levando-se em conta a relao de 2 m2/UA. Outras benfeitorias, que devem ser construdas anexas ao curral (curralo, manga de recolhida, piquetes, etc.). O material mais usado na construo a madeira, que deve ser de grande durabilidade. Atualmente, os currais modernos so construdos com moures de madeira e cabos de ao galvanizado, prprios para esse fim.

Os currais construdos com cabos de ao so mais durveis, seguros e de menor preo por m do que os construdos totalmente de madeira,tendo tambm menor custo de manuteno.

Fig. 1. Curral circular para bovinos de corte.

Fig. 2. Curral quadrado para bovinos.

Fig. 3. Modelo de curral com estbulo anexo.

Fig. 4. Modelo de curral anti estresse.

Paredes divisrias e porteiras

So destinadas a garantir a conteno dos animais no interior do curral, devendo ter 2,00 m de altura nas paredes internas e 2,15 m nas paredes externas. Compem-se de lances, constitudos de esteios e rguas. Os esteios devem ser de madeira de alta resistncia e durabilidade, com comprimento de 3,00 - 3,20 m e seco quadrada (0,15 - 0,20 x 0,15 - 0,20 m) ou mais comumente circular, com cerca de 0,20 - 0,25 m de dimetro no topo.

Aqueles com 3,00 m so destinados s paredes internas do curral e os com 3,20 m s externas, devendo ser enterrados profundidade de 1,00 - 1,15 m,respectivamente.

Os esteios so utilizados tambm no brete, apartadouro e embarcadouro.As rguas so peas utilizadas para enchimento das paredes do curral, em madeira resistente ao impacto, ip, maaranduba, itaba, piqui, angelim, etc.

As rguas possuem as seguintes dimenses: espessura de 0,04 m, largura de 0,15 m e comprimento suficiente para cobrir a distncia entre esteios, medindo 2,00 m. Nas internas e externas, a distncia do terreno primeira rgua deve ser de 0,25 m. A fixao das rguas nos esteios feita com vistas e parafusos. As porteiras devem medir cerca de 1,80 a 2,20 m, afixadas por dobradias nos moures. As do tronco e embarcadouro devem ser suspensas e corredias sobre os trilhos com as dimenses da abertura do tronco.

Galpo

Tem como objetivo abrigar o brete, tronco de conteno, apartador e balana, alm de garantir conforto no servio. Deve ser do tipo aberto, com cobertura. A altura deve ser de 3,00 m no p direito, permitindo o livre trnsito sobre as plataformas do brete.

Figura 1 Modelo de galpoFigura 2 Galpo modelo cocheira para bovinos.

Seringa

Essa divisria do curral sofre os maiores impactos do gado.

Dela depende a rapidez e a encaminhamento dos animais ao brete.

eficincia

no

A seringa dupla e em forma de cunha um dos tipos que oferece mais facilidade de manejo, permitindo retorno e fluxo contnuo dos animais.

Brete

Destina-se ao encaminhamento individual dos animais ao tronco de conteno. Permite ainda tratos sanitrios e outras tarefas que independem de maior conteno. O brete deve ter 1,70 m de altura com plataformas dispostas lateralmente a 0,70 m de altura e com 1,00 m, visando facilitar o livre trnsito e acesso ao dorso dos animais. Internamente, o brete deve ter 0,90 m na parte superior e 0,50 m na parte inferior.

As paredes laterais do brete devem ter, na parte interna, at 0,90 m de altura, enchimento com rguas largas, deixando espao para a sada dos dejetos.

Tronco de conteno, apartador, balana e embarcadouro

Montado geralmente na parte final do brete, destina-se, basicamente, a conter os animais, facilitando os tratos a que os mesmos so submetidos rotineiramente. As principais caractersticas desejveis para o tronco so a resistncia, durabilidade e possibilidade de conter animais de porte variado.

O apartador localizado, aps o tronco de conteno, destina-se separao dos animais. composto de portas de acesso aos currais, balana e embarcadouro, comandadas lateralmente de cima de uma plataforma.

A balana deve ser instalada aps o apartador, facilitando a distribuio dos animais para os currais ou embarque.O embarcadouro formado por um corredor estreito (0,70 m) e escada com degraus baixos e largos para embarque. Permite o embarque e desembarque de animais.

Fig. 1- Tronco com salva-vidas

Fig. 2 - Embarcador

Curral de concreto com tronco salva-vidas, embarcador e apartador integrados.

Estimativa de custo

Antes da construo do curral, aconselhvel fazer o levantamento completo dos preos da mo-de-obra e dos materiais necessrios construo, possibilitando a realizao do clculo dos custos totais.

DISCRIMINAOEsteios rolios (aapu) 0,20-0,25x3,0 - 3,20 m Rguas maaranduba - (0,04 x 0,15 x 4 m) Tbuas piqui - (0,03 x 0,15 x 4,00 m ) Porteiras piqui - (2 x 1,60 m) Porteiras piqui - (0,60 x 1,60 m ) Tronco de conteno Balana 5000kg Esteios rolios aacapu - 5 m 0,20 a 0,25 m de dimetro Peas maarandubas - (0,06 x 0,12 x 4 m) Seixo 3 m Areia Cimento 50kg Telhas fibocimento - (1,44 x 0,50 m) Parafuso c/ porca/arruela (3/8" x 0,22 m ) Mo-de-obra

PREO (R$)35 12 4,5 160 70 4.500,00 4.000,00 70 14,4 45 12 16 7,5 1,2 2,6

QUANTIDADE134 734 134 12 8 1 1 12 36 3 8 10 160 776 33

VALOR (R$)4690 8.808,00 603 1.920,00 560 4.500,00 4.000,00 840 518,4 135 96 160 1.200,00 931,2 8.580,00 37.541,60

TOTAL

Cerca de arames

As cercas so necessrias para delimitar e dividir as pastagens, podendo-se construir cercas de arame farpado, de arame liso e cercas eltricas.

As cercas de arame farpado somente so utilizadas por criadores que desconhecem as vantagens da cerca de arame liso e da cerca eltrica.Seu uso deve ser limitado, apenas para cercar os limites da propriedade, j que o seu uso para conter animais pode causar ferimentos e bicheiras, depreciando a qualidade do couro no mercado.

Figura 1 - A cerca de arame lisa, alm de menor preo, tem a vantagem de no machucar os animais.

Outro tipo de cerca j bastante conhecido e utilizado a cerca eltrica, com preo em torno de quatro vezes menor que a convencional, tendo a vantagem de ser verstil, desmontvel e transportada facilmente para outros locais. Essas cercas trabalham com alta voltagem e baixssima amperagem, e apenas espantam os animais. A alimentao do circuito pode ser feita por baterias de 12 volts recarregadas por placas fotovoltaicas, ou ligadas na rede eltrica de 110 ou 220 volts.

Animais condicionados a esse sistema, so facilmente contidos, at mesmo quando a cerca est desligada. A quantidade de cerca que pode ser eletrificada varia de acordo com a potncia do eletrificador, havendo mdulos de 3,3 joules para 30 km de cerca e os de 48 joules para at 120 km de cerca com um fio. A construo bastante simples porque os fios so sustentados apenas por hastes leves cravadas no terreno. Devem ser usados 2 fios com altura de 0,70 e 1,10m.

Figura 2 Kit de cerca eltrica.

Cocho para suplementos minerais

Os cochos para fornecimento do suplemento mineral devem ser bem distribudos nos pastos ou em rea de repouso, quando os animais so manejados em sistemas de pastejo rotacional. H vrios modelos de cocho, entretanto, o mais utilizado o tipo duas guas ou chalezinho, construdo de madeira, podendo ser coberto at mesmo com palha. Deve-se proteger o cocho para evitar a entrada de gua da chuva.

As instalaes do creep-feeding devem ser adaptadas para possibilitar somente o acesso exclusivo dos bezerros, no permitindo a entrada das vacas e de outros animais adultos.

Projeto de um cocho para a suplementao de bezerros.

Cocho para suplementao de bezerros (creep-feeding).

Figura 1 Cocho para suplementao protegido contra chuva. Figura 2 Cocho com acesso por dois lados.

Figura 3 Cocho mvel para sal mineral.

Figura 4 Cocho para confinamento

Bebedouros

Quando a diviso de pasto desprovida de aguada, haver necessidade de se construir bebedouros artificiais, que podem ser de alvenaria ou pr-fabricados de chapas de zinco. O abastecimento pode ser obtido de poos semiartesianos, utilizando-se bombas acionadas por cataventos, ou bombas eltricas adaptadas para uso de energia solar, disponveis no mercado.

Figura 1 Bebedouro circular.

Figura 2 Bebedouro de concreto/alvenaria com proteo lateral.

Concluso

As instalaes bem definidas so importantes para se obter maior ndice de eficincia produtiva. Ha um conjunto de artifcios que fazem com que haja maior aproveitamento das habilidades. Assim, quanto maior for a eficincia produtiva de um rebanho, maior retorno econmico financeiro ter a atividade.

Vdeos

C urso Instalaes e Equipamentos para Pecuria de C orte - C ursos C PT - YouTube.flv

C URRA L PERFEITO - YouTube.flv

Bibliografia

Sites para consulta: http://www.embrapa.br/ http://concrenil.com.br/ http://www.mfrural.com.br/ http://www.coimma.com.br/