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Aprenda a forma de jejuar corretamente Seminário São João Maria Vianney completa 35 anos Evangelho é o ápice da Liturgia da Palavra na Missa pág. 6 pág. 3 pág. 7 T CATEQUESE DO PAPA ARQUIDIOCESE QUARESMA pág. 5 Capa: Ana Paula Mota semanal Edição 198ª - 4 de março de 2018 www.arquidiocesedegoiania.org.br págs. 4 e 5 EDICAO 198 DIAGRAMACAO.indd 1 27/02/2018 19:11:03

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Aprenda a formade jejuar

corretamente

Seminário São JoãoMaria Vianney

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Evangelho é o ápiceda Liturgia da

Palavra na Missapág. 6pág. 3 pág. 7

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O Manual da Campanha da Fraternidade deste ano nos lembra que "tudo que des-respeita um direito huma-

no ou cria situações em que a pessoa é desvalorizada é uma forma de vio-lência, por exemplo: preconceitos, ra-cismo, falta de atendimento para do-entes e pessoas com deficiência, trá-fico de drogas, crianças sem escola e apoio familiar, falta de emprego para quem precisa trabalhar, deixar gente

sem comida ou sem casa, humilhar o outro para se divertir, intolerância religiosa" (pág. 152). Em relação à mulher, são muitas as atitudes agressoras.

A conduta imoral, ilegal e injusta de ter atitudes de vio-lência contra a mulher é fruto da ausência de uma boa forma-ção familiar, religiosa, moral, educacional, cultural e social do agressor. Denota, principalmente, problemas no desen-volvimento da sua personalidade, que geram desequilíbrio emocional e incapacidade para lidar com as emoções, como a frustração e o egoísmo. Mulheres e filhos tornam-se, então, verdadeiros “bodes expiatórios” de toda emoção negativa vivida por ele, sendo alvos constantes de atos violentos.

Lembramos que não só os atos físicos de agressão se ca-racterizam como violência, mas também a humilhação, o desrespeito e o impedimento da mulher de ter uma religião ou profissão. Na visão daquele que tem o perfil de menos-prezar, ameaçar e agredir para conseguir o que deseja, as pessoas ligadas a ele têm a obrigação de lhe obedecer. Não exercita o sábio caminho de ouvir e dialogar.

Quando o homem apresenta esse traço de personalidade, a conduta cristã indica que sua mulher tente ajudá-lo, pro-pondo tratamento psicológico ou psiquiátrico, se for o caso; levando-o para o seio da Igreja e buscando a orientação da Pastoral Familiar. No entanto, se ele recusar-se definitiva-mente a buscar aconselhamento e tratamento para superação do problema, a mulher deve buscar ajuda de instituições ou instâncias governamentais e filantrópicas voltadas à defesa de vítimas de violência, pois cabe a ela o dever de resguardar sua vida e a de seus filhos. Isso porque, infelizmente, não é raro ocorrer de filhos serem espancados e até mortos por in-divíduos em estado de fúria, muitas vezes causada pelo uso excessivo de bebidas alcoólicas e drogas.

Aos agressoresExistem instituições, muitas católicas, que trabalham pela

libertação de vícios e pela reabilitação psicológica e social dos agressores que desejam mudar suas condutas. A esses irmãos, dirijo uma palavra de aconselhamento: busquem forças para pedir ajuda espiritual e profissional. Não é nor-mal agredir. Você e sua família merecem uma vida de paz, fraternidade, amor e esperança, porque são filhos de Deus. Bebam na fonte de vida plena, que é Jesus Cristo, aceitando--o como Mestre e Senhor, e acatando Sua Palavra, que é clara sobre a conduta violenta – "Felizes os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus" (Mt 5,9) –, e sobre todo ato que prejudique os nossos irmãos e irmãs – "Tudo, portanto, quanto desejais que os outros vos façam, fazei-o, vós também, a eles" (Mt 7,12; Lc 6,31).

Mesmo que não tenhamos casos de violência em família, esse assunto precisa despertar nosso interesse e nos mover em defesa dos agredidos e pela conversão e readaptação de conduta dos agressores. Lembremos o que João Paulo II disse: "Uma sociedade é julgada pela maneira de encarar os feridos da vida, pela atitude que adota a esse respeito" (França, 1997). E hoje, quando a Igreja no Brasil adota uma campanha pela "Fraternidade e Superação da Violência", em sintonia com o nosso papa Francisco, afirmamos: “É necessário mostrar que toda vida humana tem em si mesma um caráter sagrado que merece respeito, consideração, compaixão, solidariedade...”.

Março de 2018 Arquid iocese de Go iânia

PALAVRA DO ARCEBISPO2 PALAVRA DO ARCEBISPO2 PALAVRA DO ARCEBISPO2

Arcebispo de Goiânia: Dom Washington CruzBispos Auxiliares: Dom Levi Bonatto e Dom Moacir Silva Arantes

DOM WASHINGTON CRUZ, CPArcebispo Metropolitano de Goiânia

EditorialO Dia Internacional da Mulher está

chegando. É consenso de que ela me-rece muito ser celebrada, pois o que somos sem a presença da mulher em nossas vidas? Presentes em todos os momentos, as mulheres são “Marias”, capazes de se doarem por completo para que a felicidade seja cada vez mais cultivada e comum no cotidia-no. Infelizmente, nem tudo são flores e essas mesmas mulheres são agredi-das com palavras e gestos, atitudes e omissões. Mudar esse quadro é neces-

O QUE FAZERDIANTE DA VIOLÊNCIACONTRA A MULHER

sário. Mais do que isso, é urgente, porque não é admissível que aque-las que geram a vida no seu ventre continuem a ser violentadas. Para isso, unidade, entendimento do pa-pel do homem e da mulher na so-ciedade e muita fé são indispensá-veis. Leia mais, a respeito, na repor-tagem de capa. Destaque, também, no conteúdo desta edição, para a Quaresma que estamos vivendo.

Boa leitura!

Coordenadora de Comunicação: Eliane Borges (GO 00575 JP)Consultor Teológico: Pe. Warlen MaxwellJornalista Responsável: Fúlvio Costa (MTB 8674/DF)Redação: Fúlvio CostaRevisão: Jane GrecoDiagramação: Carlos HenriqueColaboração: Marcos Paulo Mota(Estudante de Jornalismo/PUC Goiás)

Estagiárias: Isabella Garcia e Claudia Cunha(Estudante de Jornalismo/PUC Goiás)Fotografias: Rudger RemígioTiragem: 25.000 exemplaresImpressão: Gráfica Moura

Contatos: [email protected] Fone: (62) 3229-2683/2673

Fique por dentro

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O Seminário Interdiocesano São João Maria Vianney celebrou, no dia 23 de fevereiro, os 35 anos de

sua fundação. A missa em ação de graças foi presidida pelo arcebispo Dom Washington Cruz e concele-brada por vários sacerdotes, entre eles o reitor padre Dilmo Franco.

“Estamos na Quaresma, tempo propício de conversão e é isso que Deus quer de cada um de nós; e mesmo que esse processo demore

um tempo, Deus está sempre dis-posto a acolher aquele que se volta para ele”, exortou Dom Washing-ton, em sua homilia, convocando os fiéis a viverem com intensidade este momento forte da nossa fé, que é a Quaresma.

O arcebispo refletiu também so-bre o seminário e sua missão: “O se-minário é como uma tenda plantada no coração da Igreja, com a janela voltada para Deus e para o mundo, que tem a missão de formar sacer-

Março de 2018Arquid iocese de Go iânia

ARQUIDIOCESE EM MOVIMENTO 3

Seminário InterdiocesanoSão João Maria Vianney celebra 35 anos

Realizada primeira Manhã de Emaús do anoApós um período de recesso de

suas atividades, o Seminário São João Maria Vianney voltou a realizar a Manhã de Emaús. O evento, que tem por objetivo o despertar vocacional a partir do encontro pessoal com Je-sus, por meio de momentos de ora-ção, leitura e reflexão da palavra de Deus, adoração ao Santíssimo e a Santa Missa, contou com a partici-pação de cerca de 70 pessoas, entre adultos, jovens e adolescentes de vá-rias paróquias da Arquidiocese.

O seminarista do 1º ano de filo-sofia, Pedro Henrique dos Santos Nascimento, que é da Diocese de Rubiataba-Mozarlândia, fez a refle-xão sobre o tempo quaresmal que estamos vivendo, com destaque para os três pilares: oração, jejum e caridade. “Quantos precisam de nós? A palavra a ser ouvida e co-locada em prática hoje é esta: fazei

caridade”, afirmou o seminarista. Ele ressaltou ainda que neste tem-po forte da liturgia da Igreja, somos convidados a repensar nossos atos e transformar nossas vidas, aprovei-tando para nos purificar de todos os males. Como proposta, pós-encon-tro, ele pediu que todos ali presen-tes rezassem uma ave-maria pelas vocações sacerdotais e pela conver-são dos sacerdotes.

A missa foi presidida pelo bis-po auxiliar de Goiânia, Dom Levi Bonatto, que em sua homilia refle-tiu sobre o Evangelho do domingo (Mc 9,2-10), que narra a transfigura-ção do Senhor. “Naquele episódio, Nosso Senhor mostra aos apóstolos o quanto é bom o Céu e Pedro vê que é algo tão grandioso, que suge-re a Jesus, ficarem ali e até armarem tendas”. Durante a missa, o semina-rista Saulo Ribeiro, do segundo ano

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dotes segundo o coração de Deus para santificar o mundo”.

Ao final da celebração, Dom Washington Cruz rendeu graças a Deus pelos 35 anos dessa casa de formação de sacerdotes das diver-sas dioceses do estado de Goiás e da Diocese de Barreiras, na Bahia. Por ocasião do Ano Jubilar dos Se-minários na Arquidiocese de Goi-ânia, o Santo Padre, o papa Fran-cisco, concedeu a Dom Washington dar três bênçãos apostólicas com

de Teologia, recebeu o ministério do Leitorado, que é o ofício de procla-mar a palavra de Deus, isto é, ele tem a função de portar e ensinar a Pala-vra. Naquela mesma manhã, o semi-narista Fênykis de Oliveira Silva, do terceiro ano de Teologia, recebeu o

ministério do Acolitado, na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, de Sena-dor Canedo. Com esse ofício, o mi-nistro é admitido ao ministério ex-traordinário da Sagrada Comunhão Eucarística, e de servir ao altar, auxi-liando os diáconos, padres e bispos.

indulgências plenárias em cada ca-pela dos três seminários existentes na Igreja de Goiânia. A primeira foi por ocasião da dedicação da Ca-pela do Seminário Menor São João Paulo II, no dia 22 de outubro do ano de 2017; a segunda aconteceu no aniversário de 35 anos do Semi-nário São João Maria Vianney; e a terceira acontecerá no encerramen-to do Ano Jubilar dos Seminários no dia 15 de setembro, no Seminá-rio Propedêutico Santa Cruz.

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444 CAPA

Caminhos para superar a violência contra as mulheres

Há 108 anos era instituí-da, no dia 8 de março, uma data especial para homenagear as mulhe-

res de todo o mundo, de modo es-pecial, encampando a luta das mu-lheres pelo direito ao voto. O Dia, porém, só passou a ser celebrado em 1975, durante o Ano Interna-cional da Mulher. Naquela época,

a luta delas era por direito ao voto, igualdade de direitos trabalhistas, melhores condições de trabalho.

Passadas várias décadas, elas continuam a lutar. Mas agora, as mulheres lutam principalmente pelo direito de viver. Dados mos-tram que estamos regredindo hu-manamente quando o assunto é a mulher. No ano em que a Igreja

no Brasil traz como tema da Cam-panha da Fraternidade, “Frater-nidade e superação da violência”, e o lema, “Vós sois todos irmãos” (Mt 23,8), precisamos refletir sobre a violência contra a mulher. E isso precisa partir do seio familiar, pois esse é o ambiente propício para criar uma outra cultura, desde cedo, em nossas crianças.

FÚLVIO COSTA

O texto-base da Campanha da Fraternidade, material que pode ser adquirido a preço acessível em qualquer livraria católica, traz em seu primeiro capítulo, o tema As vítimas da violência no Brasil contemporâneo, em que a violência doméstica e a violência contra mulheres têm destaque. Os números são lamentáveis e exigem da Igreja e da sociedade como um todo, atitudes para a superação dessas violências.

Dados

17,2%

71,8%

43,3%

2001 a 2011

5ºRANKING2013

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

AGRESSORES

NEGRASNúmero de homicídios de mulheres cresceu

das agressões registradas pelo SUS em 2011 aconteceram no domicílio da vítima.

Frequentemente, o agressor é o parceiro ou ex-parceiro da vítima

As maiores vítimas são as mulheres jovens, que representaram o dobro das situações de violência contra mulheres em outras faixas etárias.

Na faixa-etária de mulheres entre os 30 e 39 anos

O Brasil ocupa a quinta colocação

em uma lista de 83 países.

Ocorrem aqui 2,4 vezes mais homicídios de mulheres do que a média internacional.

4,8 homicídios por 100 mil mulheres. Só nesse ano, houve

4.762 homicídios de

mulheres. Em média, 13 homicídios por dia.

De 2003 a 2013 houve uma redução

de 9,8% de homicídios de mulheres brancas. No mesmo período,

aumentaram em 54,2% os assassínios de mulheres negras.

PARCEIROS OU EX-PARCEIROS

PAIS IRMÃOS OU FILHOS

71,8

%

19,8

%

7,5%

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CAPA

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Caminhos para superar a violência contra as mulheres

Apesar desses tristes dados, é im-portante a busca pela superação da violência contra as mulheres. De acor-do com o padre Luiz Henrique Brandão de Figueiredo, doutor em Teologia Mo-ral e formador do Seminário São João Paulo II, a família tem um importante papel na formação de homens cris-tãos, sobretudo para que aprendam a respeitar as mulheres desde cedo. “São Paulo afirma, na carta aos Efésios (5, 22.25), ‘as mulheres sejam submissas

aos maridos como ao Senhor. (...) Ma-ridos, amai as vossas mulheres, como Cristo também amou a Igreja e se en-tregou por ela’”. Segundo o padre, a leitura fala da submissão da esposa ao seu esposo e, em contrapartida, exige que ele dê a sua vida por ela. “Sendo assim, podemos falar, na ver-dade, de uma mútua submissão no amor, isto é, os dois devem estar a serviço um do outro e dos filhos, par-tindo daquilo que lhes é próprio”.

A leitura de Efésios é profunda e ensina ainda, conforme padre Luiz Henrique, que a verdadeira mas-culinidade não se trata de poder opressor, mas de força de serviço que cuida e protege a esposa e os filhos. “Promovendo nas famílias essa compreensão da missão mas-culina do pai, como ministério de amor que doa a vida pela esposa e pelos filhos e permitindo que tal missão seja vivida sem ser ofusca-da, as famílias educarão os homens para olharem com amor as mulhe-res, com o desejo de cuidar delas e de protegê-las e, os filhos homens, observando seu pai, aprenderão que às mulheres se deve o amor e o cui-dado e não a violência”.

Padre Luiz Henrique salienta que, embora a violência contra a mulher aumente a cada ano, a Igre-ja tem um importante papel na mu-dança dessa situação. O fundamen-

tal, de acordo com ele, é não buscar superar a violência com mais violência. “A violên-cia contra qualquer pessoa deve ser se-riamente combatida. O desejo de combater a violência contra a mulher deu origem, nos últimos tempos, à assim chamada 3ª onda do feminismo, iniciada na déca-da de 1990, também chamada de feminismo de gênero. Esse movimento acabou por criar um feminismo radical que produ-ziu ideias extremamente deletérias para as famílias, em nome de pro-teger as mulheres”, destacou. Ele pontuou ainda que, diante disso, a melhor contribuição da Igreja é “lembrar ao homem e à mulher a

caridade que deve ser vivida entre eles, que se desdobra na vivência harmoniosa da mútua submissão no amor, ensinada por São Paulo na mencionada carta aos Efésios. Se cada um assumir com amor a mis-são que lhe é própria na família e no mundo, toda forma de violência é superada. Mas isso exige conversão de todos”, concluiu.

A Pontifícia Universidade Ca-tólica de Goiás (PUC Goiás) man-tém, desde 1992, o Programa In-terdisciplinar da Mulher Estudos e Pesquisas (PIMEP), que está inse-rido na coordenação de extensão e faz parte do Programa de Direitos Humanos da universidade. O pro-

grama se propõe a desenvolver ações como pesquisas, projetos de extensão, grupos de estudos, semi-nários, parcerias com outras orga-nizações civis e governamentais, com foco nas questões da mulher, gênero e feminismos. As ações são orientadas pelo desejo de transfor-

mação e eliminação da desigualda-de social, sobretudo no combate da desigualdade de gênero. O progra-ma busca fortalecer ainda os mo-vimentos de mulheres, afirmando seu caráter político e social.

A coordenadora do programa e psicóloga, Luciene Falcão, desta-ca que no Brasil, apesar de várias leis e instituições que amparam a mulher nesse aspecto, as mulheres ainda sentem medo, insegurança, vergonha e há o desconhecimento sobre a busca de ajuda legal e emo-cional. Ela enfatiza que, legalmen-te, as mulheres têm como suporte a Lei 11.340/06, conhecida como Lei Maria da Penha, que se funda-menta em normas diretivas consa-gradas na Constituição Federal e

tem como finalidade a eliminação de todo tipo de forma violenta contra a mulher, seja ela física e/ou emocional. A Lei busca ainda a preservação da saúde física e men-tal, independentemente de classe, raça, etnia ou orientação sexual. Para superar a violência, porém, Luciene ressalta que é importante o entendimento do significado de masculinidade. “Os homens são agentes importantes na transfor-mação. Se faz necessária a compre-ensão a respeito de si próprios, es-pecialmente no nível das emoções. É necessária a discussão sobre ‘as masculinidades’ para a preserva-ção de problemas sérios, como a violência doméstica e o assédio”.

No Santuário Sagrada Família, na Vila Canaã, em Goiânia, exis-te desde 2016, o Grupo Mulhe-res Santas, cuja missão é prestar apoio espiritual a mulheres de to-das as idades e promover acom-panhamento espiritual quando necessário. Flávia Ribeiro Barros, coordenadora do grupo, disse, em entrevista, que o trabalho tem sido importante para a supera-ção da violência contra mulhe-res que, segundo ela, são vítimas

principalmente de violência mo-ral. “São muitas as mulheres feri-das emocionalmente que buscam o resgate da autoestima. Nosso papel é fazer com que elas se sin-tam amadas por Deus e acolhidas na comunidade”. Flávia comen-tou também que muitas dessas mulheres frequentam o grupo escondidas dos seus maridos. Outras ainda são vítimas de seus próprios filhos.

Para participar, basta se dirigir

ao Santuário, todas as terças-fei-ras, às 15h. Os encontros aconte-cem até às 17h. Mais informações

na Secretaria do Santuário, pelo número (62) 3942-4267 ou com a própria Flávia Ribeiro: 99258-7570.

Passos para a superação da violência

Transformação pela fé

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Grupo Mulheres Santas, Santuário Sagrada Família

Membros da PIMEP/PUC GOIÁS

Pe. Luiz Henrique Brandão

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EVANGELHOLuz para compreender toda a Palavra de Deus

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CATEQUESE DO PAPA

O que é a homilia?bispos? Como se prepara? Com a oração, com o estudo da Palavra de Deus e fazendo uma síntese clara e breve, não deve superar 10 minutos, por favor! Concluindo, podemos dizer que na Liturgia da Palavra, mediante o Evangelho e a homilia, Deus dialoga com o seu povo, que o ouve com atenção e veneração e, ao mesmo tempo, reconhece-o presen-te e ativo. Portanto, se nos pusermos à escuta da “boa notícia”, seremos convertidos e transformados por ela e, consequentemente, capazes de transformar a nós mesmos e ao mundo. Por quê? Porque a Boa No-tícia, a Palavra de Deus entra pelos ouvidos, vai ao coração e chega às mãos para fazer boas obras.

e limites. Se às vezes há motivos para se entediar, porque a homilia é longa, ou não está centrada, ou é incompreensível, outras vezes, ao contrário, o obstáculo é o precon-ceito. E quem pronuncia a homilia deve estar consciente de que não faz algo próprio, mas prega dando voz a Jesus, prega a Palavra de Jesus. E a homilia deve ser bem preparada, deve ser breve, breve!

Dizia-me um sacerdote que certa vez tinha ido a outra cidade, onde moravam os pais, e o pai disse-lhe: “Sabes, estou feliz, porque com os meus amigos encontramos uma igreja onde se celebra a Missa sem homilia!”. E quantas vezes vemos que na homilia alguns adormecem, outros conversam, ou saem para fu-mar um cigarro... Por isso, por favor, que a homilia seja curta, mas bem preparada. E como se prepara uma homilia, caros sacerdotes, diáconos,

Para transmitir a sua mensagem, Cristo serve-se inclusive da palavra do sacerdote que, após o Evangelho, pronuncia a homilia. Recomendada vivamente pelo Concílio Vaticano II como parte da própria Liturgia, a homilia não é um discurso de cir-cunstância ‒ nem sequer uma cate-quese, como esta que agora faço ‒ nem uma conferência, nem sequer uma lição; a homilia é outra coisa. O que é a homilia? É “um retomar este diálogo que já está estabelecido entre o Senhor e o seu povo”, para que seja posta em prática na vida. A autêntica exegese do Evangelho é a nossa vida santa! A Palavra do Se-nhor termina a sua corrida fazendo--se carne em nós, traduzindo-se em obras, como aconteceu em Maria e nos Santos. Recordai aquilo que eu disse na última vez, a Palavra do Se-nhor entra pelos ouvidos, chega ao coração e vai às mãos, às boas obras.

E também a homilia segue a Palavra do Senhor, fazendo inclusive esse percurso para nos ajudar, a fim de que a Palavra do Senhor chegue às mãos, passando pelo coração.

Já abordei o tema da homilia na Exortação Evangelii gaudium, onde recordei que o contexto litúrgico “exige que a pregação oriente a as-sembleia, e também o pregador, para uma comunhão com Cristo na Eucaristia, que transforme a vida”.

Quem profere a homilia deve cumprir bem o seu ministério ‒ aquele que prega, sacerdote, diáco-no ou bispo ‒ oferecendo um serviço real a todos aqueles que participam na Missa, mas também quantos o ouvem, devem desempenhar a sua parte. Antes de tudo, prestando a devida atenção, ou seja, assumindo as justas disposições interiores, sem pretensões subjetivas, consciente de que cada pregador tem qualidades

Audiência Geral.Praça São Pedro, 7 de fevereiro de 2018

e no peito; os círios e o incenso hon-ram Cristo que, mediante a leitura evangélica, faz ressoar a sua pala-vra eficaz. Desses sinais a assem-bleia reconhece a presença de Cris-to, o qual lhe dirige a “boa notícia” que converte e transforma. Tem lu-gar um discurso direto, como ates-tam as aclamações com as quais se responde à proclamação: “Glória a Vós, ó Senhor” e “Louvor a Vós, ó Cristo”. Levantamo-nos para ouvir

Prezados irmãos e irmãs!

Continuemos as catequeses sobre a Santa Missa. Tínha-mos chegado às Leituras. O diálogo entre Deus e o

seu povo, desenvolvido na Liturgia da Palavra da Missa, alcança o ápi-ce na proclamação do Evangelho. Precede-o o cântico do Aleluia ‒ ou então, na Quaresma, outra aclama-ção ‒ com o qual “a assembleia dos fiéis acolhe e saúda o Senhor que está prestes a falar no Evangelho”. Do mesmo modo que os mistérios de Cristo iluminam toda a revela-ção bíblica, assim, na Liturgia da Palavra, o Evangelho constitui a luz para compreender o sentido dos textos bíblicos que o precedem, tanto do Antigo como do Novo Tes-tamento. Com efeito, “de toda a Es-critura, assim como de toda a cele-bração litúrgica, Cristo é o centro e a plenitude”. Jesus Cristo está sem-pre no centro, sempre.

Por isso, a própria liturgia dis-tingue o Evangelho das outras lei-turas, circundando-o de honra e veneração especiais. Com efeito, a sua leitura é reservada ao ministro ordenado, que no final beija o Livro; pomo-nos à escuta de pé, traçando um sinal da cruz na testa, nos lábios

o Evangelho: ali é Cristo quem nos fala. É por isso que prestamos aten-ção, porque se trata de um diálogo direto. É o Senhor quem nos fala.

Portanto, na Missa, não lemos o Evangelho para saber o que acon-teceu, mas ouvimos o Evangelho para tomar consciência do que fez e disse Jesus outrora; e aquela Pa-lavra é viva, a Palavra de Jesus que está no Evangelho é viva e chega ao meu coração. Por isso, ouvir o

Evangelho é muito importante, com o coração aberto, porque é Palavra viva. Santo Agostinho escreve que “a boca de Cristo é o Evangelho. Ele reina no céu, mas não cessa de falar na terra”. Se é verdade que na Litur-gia “Cristo ainda anuncia o Evan-gelho”, consequentemente, partici-pando na Missa, devemos dar-lhe uma resposta. Nós ouvimos o Evan-gelho e devemos dar uma resposta na nossa vida.

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podemos promover uma limpeza em nosso corpo, além de reabilitar nossa disciplina, reaprendendo a comer quantidades moderadas e devagar, mastigando bem, além de eliminar alimentos que na maioria das vezes são nocivos, especialmen-te aqueles ultraprocessados. Nesse contexto, entra um terceiro sentido: de jejuar com dignidade e consciên-cia, unir a restrição alimentar de for-ma amorosa com Cristo, esvazian-do-se, desintoxicando-se de todas as toxinas e vícios da alimentação atu-al, unindo-nos ao Espírito Santo de Deus por meio da disciplina alimen-tar sem gula e sem consumismo.

Por outro lado, o quarto sentido nos faz lembrar o principal manda-mento de Jesus: “Amar ao próximo como a si mesmo”, pois quando jeju-amos devemos pensar em nossos ir-mãos necessitados, que passam fome diariamente durante todo o ano, não somente na Quaresma. E com esse sentimento observarmos que pode-mos compartilhar os alimentos que comemos em excesso. Eis o jejum perfeito: ele me abre para Deus e para os irmãos. Por isso, no Brasil, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) afirma que “o fiel católico brasileiro pode substituir a abstinência de carne por uma obra de caridade, um ato de piedade ou trocar a carne por outro alimento”.

Fazer jejum total num determi-nado tempo do dia ou fazer restrição de algum alimento apenas nesse período quares-

mal, não pode ser uma atitude su-perficial, feita apenas para agradar algumas pessoas ou à Igreja, assim como não pode ser de forma radical para não promover carências nutri-cionais e consequentemente adoecer fisicamente.

Quando nos preparamos para je-juar na Quaresma, devemos ter em mente os significados fundamentais desse gesto: o primeiro sentido é que dependemos de Deus e que o mila-gre da vida que recebemos a cada dia vem também com o alimento que comemos, com a água que be-bemos e com o ar que respiramos. Sendo assim, quando jejuamos e fi-camos fracos, nos faz ter ciência de que precisamos de Deus e de seu amor para manter o dom da vida com que Ele nos presenteou. Outro sentido nos garante o alimento como uma de nossas necessidades básicas para manter a saúde do nosso cor-po, que precisa de nutrição para nos dar força, inteligência, vivacidade e bem-estar. Ao jejuar, observamos que muitas vezes estamos presos ao consumismo diário, e nesse período

SUELI ESSADO PEREIRA, NUTRICIONISTAProfa. MSc. PUC Goiás

Março de 2018Arquid iocese de Go iânia

7QUARESMA

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1. Deixar de comer carne bovina, suína e frango, desde que consuma ao menos 3 vezes na semana peixe e/ou ovos!

2. Deixar de fazer uma das refeições principais no dia, mas podendo fazer um lanche leve com frutas ou iogurtes!

3. Restringir balas, bombons, bolos, alimentos açucarados, refrigerantes, bebidas alcoólicas e outras guloseimas também será bom para estar de bem com Deus e “limpar” seu corpo nesta época!

4. Não esquecer de consumir água potável durante o dia: você pode pegar seu peso corporal e multiplicar por 30 ml = o total reflete a quantidade de água que seu corpo precisa ao dia!

5. Lembre-se: Deus nos deu uma vida cheia de dons, e não há como ter for-ça para trabalhar com o corpo vazio sem os nutrientes essenciais vindos dos alimentos! O que precisamos é aprender nessa época a moderar e disciplinar nossas atitudes!

Algumas dicas ao jejuarpara não radicalizar

JEJUM: o que posso comer?“O verdadeiro jejum vem do coração” (Papa Francisco)

“Ao jejuar, observamos que muitas vezesestamos presos ao consumismo diário”

Fonte: http://www.portadeassis.com.br/publicacoes/formacoes/18096-aprenda-a-fazer-jejum

Importante

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Sugestão de CD

Amor, manifestação da vida eterna

Março de 2018 Arquid iocese de Go iânia

Siga os passos para a leitura orante:

8 LEITURA ORANTE

DIÁC. DIÊMERSOM BENTO DE ARAÚJOSeminário Interdiocesano São João Maria Vianney

O próximo domingo, quarto da Quaresma, é chamado Domin-go Laetare, isto é, da alegria. Nele somos chamados a medi-

tar e contemplar o amor de Deus por nós que se manifesta na entrega do Filho para a salvação da humanidade. Assim, cada um de nós é convidado a fazer a experiên-cia do amor de Deus, e isso é o verdadeiro motivo de nossa alegria.

O Evangelista São João, no seu Evange-lho e em suas cartas, nos revela que “Deus é amor” (1Jo 4,8.16). Desta forma, “o amor de Deus se manifestou entre nós: Deus enviou o seu Filho único ao mundo, para que te-nhamos a vida por meio dele” (1Jo 4,9). Nes-te envio ao mundo, o Filho revela-se como a prova do amor de Deus pelos homens, amando-nos com amor divino e humano, por ser Cristo Deus e Homem. Sabendo

dessa verdade, em Jesus, o amor de Deus se conforma à nossa condição humana, que necessita ver, sentir, tocar, dialogar. Assim sendo, o homem sabe como Deus ama.

O amor de Jesus Cristo pela humanida-de se concretizou quando Ele foi elevado na cruz, manifestação máxima possível do amor de Deus. Por isso, como diz São João, “como Moisés levantou a serpente no deserto, assim será levantado o Filho do Homem, a fim de que todo o que nele crer tenha vida eterna” (Jo 3,14-15). Por-tanto, a manifestação do amor de Deus, por Cristo na cruz, nos dá a vida eterna.

ESPAÇO CULTURAL

Texto para oração: Jo 3,14-21 (página 1313-1314 – Bíblia das Edições CNBB)

1. Procurar um lugar tranquilo e agradável que favoreça a oração. Faça o sinal da Cruz e invoque o Espírito Santo.

2. Ler o texto bíblico quantas vezes for necessário, bus-cando saborear as palavras que mais lhe chamou atenção, identificando os elementos importantes.

3. Meditar a Palavra de Deus: busque descobrir o que o texto diz. Que frase, palavra tocou o seu coração? O que o texto diz a você?

4. Rezar com a Palavra de Deus: a meditação deve nos levar à oração. É o momento de responder a Deus com orações de pedido, de louvor, de agradecimento.

5. Contemplar a Palavra: é o momento que pertence a Deus, basta-nos apenas permanecer em silêncio dian-te da sua presença misteriosa. É deixar-se abandonar em Deus e deixá-Lo agir.

6. Perguntar-se: o que Deus me propõe nesse texto? Como percebo o amor de Deus em minha vida, famí-lia, comunidade?

(4º Domingo da Quaresma – Ano B. Liturgia da Palavra: 2Cr 36,14-16.19-23; Sl 136(137),1-6; Ef 2,4-10); Jo 3,14-21.

‘‘Deus amou tanto o mundo, que deu seu Filho único’’ (v.16)

Por ocasião do Jubileu dos Seminários, vivido pela Arqui-diocese de Goiânia desde o ano passado, o Coral dos semi-naristas dos Seminários Santa Cruz, São João Paulo II e do Interdiocesano São João Maria Vianney, lançou o CD Anun-cia-me. Com dez canções, o volume conta com a Oração do Ano Jubilar, rezada pelo nosso arcebispo Dom Washington Cruz, o Hino Jubilar e músicas da Liturgia das Horas como o Glorifica o Senhor, Jerusalém (Sl 147 (148), entre outros. O material pode ser adquirido nos seminários, pelo valor sim-bólico de R$ 10,00. Camisetas do Ano Jubilar também po-dem ser adquiridas pelo preço de R$ 17,00.

Onde encontrar: Seminários (Centro Pastoral Dom Fernando, Av. Anápolis, Jardim das Aroeiras, 2020)Contato: (62) 3208-1100.

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