Semana Acadêmica 2016

Batistas no Brasil e Batismo em KeachProf Dr D. B. Riker, Ph.D.

Reitor da Faculdade Equatorial

Reunião Ministros evangélicos (17/06/1870): “Quais os meios de chamar ao evangelho a população desta província, sem distinção de nacionalidade”.

“PIB” Santa Bárbara (SP): 10/09/1871, Revd Richard Ratcliff

(1831-1912) Marco inicial Batista no BrasilIgreja apela duas vezes (1872 e ‘77) à Junta de Richmond que mande missionários

“Passa à Macedônia e ajuda-nos. Nós vos receberemos como foi recebido a grande apóstolo, mas as nossas casas vos serão abertas, o nosso progresso, a nossa influencia e os nossos labores estarão ao vosso dispor. Esperamos que uma boa comunidade Batista neste país seja acrescentada à grande família dos Batistas no mundo, ensinando, pregando e praticando a fé, de uma vez por todas confiada aos santos” Sessão da igreja Batista em S. Bárbara, em 12/10/1872

“Todos nós somos nativos do EUA, e com algum apoio de vossa parte, poderíamos ensinar mais das doutrinas da Bíblia aos nativos aqui. Temos três pregadores em nosso meio, um dos quais, Richard Ratcliff, é nosso pastor” Sessão da ‘Igreja Batista de Cristo’ em S. Bárbara, em Abril de 1877

Assim, é sem fundamento o argumento de suposto exclusivismo/indiferença da igreja em relação ao Brasil

Igreja Batista da Estação (filha de S. Bárbara): 1879. 1º Batista brasileiro: ex-padre Antº Teixeira de Albuquerque – batizado, examinado e consagrado ao pastorado (20/06/1880)

1875: Teologia, U. Baylor, TX. Ordenado ‘79, casou com Anne Luther (organista e profamatemática) em ’80

Chegada Brasil: 02/03/1881 > Campinas

Fundou a Primeira Igreja Batista Brasileira em Salvador, BA (15/10/1882), com Zacharias e Kate Taylor e o Antônio T. de Albuquerque, adotando a Confissão de Fé de New Hampshire (posteriori, adotada pela CBB como “Declaração de Fé das Igrejas Batistas do Brasil”)

Inúmeras perseguições pelo clero Católico contra o avanço Batista:

Tumultos e pedradas em batismo: Bagby atingido > dia seguinte, ao ver a larga ferida na fronte do colega, Z. Taylor diz: “Preferia ter uma cicatriz dessa na fronte a ter a coroa de qualquer rei da Europa”.

Seção de carta de Anne aos pais: “Se Deus quiser que um dos ministros morra pela Causa ou que uma das mulheres perca um bom e nobre marido, estamos prontos para o sacrifício”.

Chegou Belém em 1891 por contra própria: pregações em Inglês a marinheiros (voz forte e violino)

Tb pela fé, Ida Lundberg chegou 07/01/’93: casaram mesmo dia. Nelson pregava pelas ruas e vendia Bíblias

Ginsburg batiza convertidos de Nelson: PIB, 02/01/’97

Ordenação de Nelson: 02/03/’97 em Recife, PE; posteriormente nomeado missionário da J. Richmond

Pentecostalismo: 1911 aparecem + suecos (G. Vingrene D. Berg) identificando-se como Batistas. Recebidos e abrigados pelo conterrâneo: Nelson viaja!

Reuniões pentecostais em separado: moderador da igreja, José Plácido da Costa acaba envolvido.

Sessão extraordinária: exclusão de 13 pessoas.

Ressentimento: [1] Batistas achavam que houve deslealdade, pois Vingren e Berg deveriam ter iniciado novo trabalho, tal qual Nelson; [2] posterior proselitismo dos que ficaram

Estranho o fato do historiador Emílio Conde alegar de que “minoria excluiu maioria” (c. 170 membros)

Apóstolo da Amazônia: do Acre ao Ceará > enfrentando febre amarela, varíola, cólera e perseguições brutais

Igrejas fundadas: pioneiro em 5 Estados, fundou 1ª Manaus, Santarém, São Luiz, Fortaleza, Guajará-Mirim, Porto Velho e multidão de outras frentes.

Faleceu c/ 76 anos, 48 dedicados ao Brasil >

Presidente de Richmond, L. H. Jenkins: “Nenhum outro missionário de nossa Junta foi tão abnegado no serviço sacrificial”

Batistas Brasileiros (CBB): 1,3 milhão membros, 7 mil igrejas e 4 mil frentes; 2 Juntas missionárias = Nacional: 500 missionários/ 450 frentes + Mundial: 700 missionários / 64 países; dezenas seminários

Convenção Batista Nacional, C. das Igrejas Batistas Independentes do Brasil, Associação das Igrejas B. Regulares, Batistas do 7º Dia, etc.

Batistas no mundo: 121 países, 65 milhões, 200 mil igrejas, escolas, hospitais, asilos, orfanatos, etc

A práxis

batismal de

Benjamin Keach

(1640-1704)

Keach se vê como um reformador, com cons-ciência cativa ao princípio sola scriptura. Os primeiros reformadores lidaram com questões doutrinais mais fundamentais; os batistas es-tavam lidando com coisas menos importantes, mas ainda assim relevantes à organização da igreja. Ou seja, Keach não se vê como um ino-vador, mas apenas como alguém que está tra-balhando para remover os obstáculos restan-tes no trilho da reforma, a saber, a restauração da igreja visível ao padrão bíblico.

Keach divide os seus debates em duas partes: 1) quem é

recipiente do batismo (pedo vs credo-batismo); 2) como o

batismo deve ser administrado (afusão, aspersão ou

imersão)

10 argumentos em favor do pedobatismo: 1) aliança

abraamica (circuncisão); 2) grande comissão; 3) san-

tidade federal (Rm 11:16 e 1Co 7:14); 4) benefícios

pedobatismo; 5) fé incipiente; 6) convite a todas a crianças

(Mt 19:14); 7) inclusividade do batismo de João Batista; 8)

batismo de famílias; 9) antiguidade do batismo; 10)

testemunho dos pais da Igreja

Sendo Abraão e descendentes aliançados com Deus; igualmente cristãos e seus descendentes aliançados com Deus. Do contrário, o povo de Deus antes de Cristo teria benefícios superiores aos que o povo de Deus agora tem. Este argumento é bifurcado da seguinte forma: 1º, o pacto abraamico era uma aliança graciosa, aliança esta que recebeu um selo, a saber, circuncisão. 2º, os descendentes judeus estavam em aliança com Deus e foram dados a circuncisão como selo; da mesma forma os descendentes dos cristãos estão em aliança tendo o batismo como selo. Para colocar o 2º ponto de uma maneira bem simples: O batismo cristão equivale a circuncisão judaica.

O debate entre Keach e seus oponentes será guiado por três questões:

1. Seria de fato o concerto abraamicoum pacto gracioso?

2. Seria de fato circuncisão parte do concerto da graça?

3. Seria de fato o caso de que o batismo substituiu a circuncisão?

1. Seria de fato o concerto abraamico um pacto gracioso?

Primeiro, a maneira como este concerto foi expresso. Segundo, a duração deste pacto. Terceiro, o benefício da aliança.

O concerto abraamico tem natureza dupla: (1) carnal ou externo; e

(2) espiritual ou interno

2. Seria de fato circuncisão parte do concerto da graça?

Fosse ou não dupla a aliança abraamica, circuncisão parte da aliança da graça: John Flavell (1630-1691), por exemplo, insiste que Paulo não tomaria a liberdade circuncidar Timóteo caso isso não fosse verdade (Gl 2.3-4)

Keach apresenta 9 argumentos contrastantes

3. Seria de fato o caso de que o batismo substituiu a circuncisão?

William Burkitt: “Se os filhos dos judeus tinham o direito de participar na circuncisão, então os filhos dos cristãos também tem igual direito de participar no batismo. Mas os infantes judaicos tem o direito de participar na circuncisão. Consequentemente os infantes dos cristãos também tem igual direito de participar no batismo”.

Keach: comando positivo

Keach: 10 disparidades

James Owen: Noé

William Burkitt: Lídia e carcereiro

Benjamin Keach: contra argumentos

Baptiso = “imergir”

Rantizo = “aspergir”

Keach: ”Se o significado genuíno e literal da palavra grega Baptiso é imergir, então aspergir não é batizar. Mas o significado literal e genuíno da palavra grega Baptiso é imergir. Consequentemente, aspergir não é batizar”.

O credobatismo é correto devido a Igreja visível do

N.T. ser constituída somente de pessoas salvas.

Consequentemente, o ponto de contenda não é

meramente ritualístico (o quem e como do

batismo), mas sim eclesiológico (o modo correto de

membresia na igreja visível).

Keach é um reformador que está trabalhando para

remover os obstáculos que ainda permanecem no

trilho da reforma, a saber, a restauração da igreja

visível ao padrão bíblico.