SEGURANÇA ALIMENTAR EM COZINHAS...

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde Curso de Medicina Veterinária NÁGILA CASTAGNOLI SEGURANÇA ALIMENTAR EM COZINHAS MILITARES CURITIBA 2016

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde

Curso de Medicina Veterinária

NÁGILA CASTAGNOLI

SEGURANÇA ALIMENTAR EM COZINHAS MILITARES

CURITIBA

2016

NÁGILA CASTAGNOLI

SEGURANÇA ALIMENTAR EM COZINHAS MILITARES

Trabalho de Conclusão apresentado ao Curso

de Medicina Veterinária da Universidade Tuiuti

do Paraná como requisito parcial para a

obtenção do grau de Médico Veterinário.

Orientador Acadêmico: Prof. Anderlise Borsoi

Orientador Profissional: Med. Vet. Thelma

Elisa Wistuba

CURITIBA

2016

Reitor

Prof. Luiz Guilherme Rangel Santos

Pró-Reitora Promoção Humana

Prof. Ana Margarida de Leão Taborda

Pró-Reitor

Sr. Carlos Eduardo Rangel Santos

Pró-Reitora Acadêmica

Prof. Carmen Luiza da Silva

Pró-Reitor de Planejamento

Sr. Afonso Celso Rangel dos Santos

Diretor de Graduação

Prof. João Henrique Faryniuk

Secretário Geral

Sr. Bruno Carneiro da Cunha Diniz

Coordenador do Curso de Medicina Veterinária

Prof. Welington Hartmann

Supervisora de Estágio Curricular

Prof. Elza Maria Galvão Ciffoni Arns

Campus Barigui

Rua Sydnei A Rangel Santos, 238

CEP: 82010-330 – Curitiba – PR

Fone: (41) 3331-7958

TERMO DE APROVAÇÃO

NÁGILA CASTAGNOLI

SEGURANÇA ALIMENTAR EM COZINHAS MILITARES

Este trabalho de Conclusão de Curso foi julgado e aprovado para obtenção do título

de Médico Veterinário no Curso de Medicina Veterinária da Universidade Tuiuti do

Paraná.

Curitiba, 30 de Novembro de 2016.

BANCA EXAMINADORA

__________________________________________

Prof. Dr. Anderlise Borsoi

Presidente

__________________________________________

Prof. M. Sc. Elza Maria Galvão Ciffoni Arns

__________________________________________

Prof. Liédge Camila Simioni

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus pela vida e por me proporcionar a

oportunidade de cursar Medicina Veterinária, e por me guiar a cada passo dessa

caminhada.

Aos meus mais e meu irmão, por sempre acreditarem em mim e me apoiarem

em todos os momentos, em especial minha mãe que sempre acompanhou em cada

prova, desde a época do vestibular.

Ao meu namorado, por me apoiar, por entender a minha ausência nas

semanas de provas e por estar presente em todos os momentos.

A Universidade Tuiuti do Paraná, por abrir as portas e nos permitirem concluir

a graduação, e por nos dar a oportunidade de conhecer os profissionais

maravilhosos que foram nossos professores.

Aos mestres por todo o aprendizado e toda a paciência a nós dedicados

durantes todos estes anos.

A minha queria professora orientadora por me ensinar e me orientar nesta

importante etapa que é a conclusão do curso.

A Thelma Elisa Wistuba, minha orientadora profissional que me acolheu de

braços abertos e compartilho seus conhecimentos.

Ao Colégio Militar de Curitiba que me recebeu como sua primeira estagiária.

Ao Sargento Marcelo Gomes, ao Major Anderson Soares e ao Coronel

Lyzandro pelas experiências proporcionadas.

E por fim aos amigos, que estavam presentes em momentos importantes, e

foram fundamentais nessa caminhada.

APRESENTAÇÃO

Este trabalho de Conclusão de Curso, apresentado ao Curso de Medicina

Veterinária da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde, da Universidade Tuiuti

do Paraná, como requisito parcial para a obtenção do título de Médico Veterinário, é

composto pelo Relatório de Estágio, onde são descritas as atividades realizadas

durante o período de 25 de Junho a 14 de Outubro de 2016, no Colégio Militar de

Curitiba, localizado em Curitiba – PR, local de cumprimento do Estágio Curricular.

RESUMO

O presente trabalho foi desenvolvido com a finalidade de relatar o Estágio Curricular realizado de 25 de Julho a 14 de Outubro de 2016, no Colégio Militar de Curitiba - PR. Foram realizadas atividades envolvendo a sanidade de equinos e a inspeção e implantação de Boas Práticas de Fabricação na cozinha do Colégio. O médico veterinário tem importante atuação nas forças armadas, como clínica e cirurgia de cães de guerra e equinos, controle de pragas e vetores, inspeção da qualidade da água e dos alimentos, e a atuação em missões de paz principalmente na prevenção de doenças transmitidas por alimentos e água, e controle de zoonoses. Na área de alimentos foi desenvolvido um manual de boas práticas para o setor de manipulação de alimentos. Em sanidade equina foi possível acompanhar um caso de abdômen agudo em equino, um procedimento odontológico, embarque e desembarque de equinos, vacinações e coletas de sangue para diagnóstico de mormo e anemia infecciosa equina.

Palavras-chave: Exército, BPF, Alimentos, Equinos

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 PRINCIPAIS PERIGOS ALIMENTARES SEGUNDO OS

DIFERENTES TIPOS DE ALIMENTOS

23

TABELA 2 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS DURANTE O ESTÁGIO

CURRICULAR NO COLÉGIO MILITAR DE CURITIBA.

43

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 VISÃO AÉREA DO COLÉGIO MILITAR DE CURITIBA 15

FIGURA 2

FIGURA 3

FIGURA 4

FIGURA 5

FIGURA 6

FIGURA 7

FIGURA 8

FIGURA 9

FIGURA 10

FIGURA 11

FIGURA 12

FIGURA 13

FIGURA 14

FIGURA 15

FIGURA 16

FIGURA 17

FIGURA 18

FIGURA 19

SOLDADOS E ALUNOS DO COLÉGIO MILITAR DE

CURITIBA

BAIAS

BAIAS

PROVA DE SALTO

EQUINOS E ALUNOS EM FORMATURA NO CMC

MANUAL DE SEGURANÇA ALIMENTAR NAS FORÇAS

ARMADAS

OBJETOS EM DESUSO NA ÁREA DE MANIPULAÇÃO DE

ALIMENTOS

PISOS QUEBRADOS E RALOS ABERTOS E SEM TELAS

RALO COM SISTEMA DE FECHAMENTO ADEQUADO,

CONFORME LEGISLAÇÃO

LIXEIRAS DESTAMPADAS NA ÁREA DE MANIPULAÇÃO

DE ALIMENTOS

ÁREA DE RECEBIMENTO DE GÊNEROS ALIMENTÍCIOS

ESTOCAGEM DOS ALIMENTOS EM ESTRADOS E

PRATELEIRAS DE AÇO INOX

VESTIMENTAS DO MANIPULADOR DE ACORDO COM A

LEGISLAÇÃO E USO DE LUVA COMO EPI

PLAQUEAMENTO EM ÁGAR SANGUE DOS DEDOS DOS

MILITARES MANIPULADORES DE ALIMENTOS. NA

FIGURA A PLAQUEAMENTO ANTES DA HIGIENIZAÇÃO

DAS MÃOS, E NA FIGURA B PLAQUEAMENTO APÓS

HIGIENIZAÇÃO E APLICAÇÃO DE ÁLCOOL GEL

VESTIMENTAS USADAS POR VISITANTES

ALIMENTO SENDO DESCONGELADO FORA DE

REFRIGERAÇÃO

EMBARQUE DE EQUINO

EQUINO EM PROCEDIMENTO ODONTOLÓGICO

15

16

16

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30

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46

50

LISTA DE ABREVIATRAS E SIGLAS

ABNT

AIE

APPCC

Associação Brasileira de Normas Técnicas

Anemia Infecciosa Equina

Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle

BPF

CIGS

CMC

DTA

EB

EPI

GTA

LIAB

MAPA

OM

OMS

ONU

PASA

PCC

POP

PVPS

UAN

Boas Práticas de Fabricação

Centro de Instrução de Guerra na Selva

Colégio Militar de Curitiba

Doença Transmitida por alimentos

Exército Brasileiro

Equipamento de Proteção Individual

Guia de Trânsito Animal

Laboratório de Inspeção de Alimentos Bromatologia

Ministério da Agricultura Pecuária e abastecimento

Organização Militar

Organização Mundial da Saúde

Organização das Nações Unidas

Programa de Auditoria em Segurança Alimentar

Ponto Crítico de Controle

Procedimento Operacional Padrão

Primeiro que Vence Primeiro que Sai

Unidade de Alimentação e Nutrição

UTP Universidade Tuiuti do Paraná

SUMÁRIO

RESUMO..... ................................................................................................... 6

LISTA DE TABELAS..... ................................................................................ 7

LISTA DE FIGURAS.. .................................................................................... 8

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS.. ...................................................... 9

1 INTRODUÇÃO..... ........................................................................................ 12

2 DADOS SOBRE O ESTÁGIO.. .................................................................... 14

2.1 ORIENTADOR ACADÊMICO ....................................................................... 14

2.2 ORIENTADOR PROFISSIONAL.. ................................................................ 14

2.3 CARGA HORÁRIA DO ESTÁGIO.. .............................................................. 14

2.4 DESCRIÇÃO DO LOCAL DO ESTÁGIO.... .................................................. 15

3 REVSÃO BIBLIOGRÁFICA ......................................................................... 19

3.1 HISTÓRIA DA MEDICINA VETERINÁRIA MILITAR.... ................................ 19

3.2 ATUAÇÃO DO MÉDICO VETERINÁRIO MILITAR ...................................... 20

3.3 SEGURANÇA MILITAR EM UNIDADES MILITARES.... .............................. 21

3.3.1 Doenças Transmitidas por Alimentos (DTA) ................................................. 21

3.3.2 Aquisição de Alimentos..... ........................................................................... 23

3.3.3 Laboratório de Inspeção de Alimentos e Bromatologia (LIAB) ..................... 24

3.3.4 Programa de Auditoria em Segurança Alimentar (PASA) ............................. 25

3.3.5 Boas Práticas de Fabricação (BPF)... ........................................................... 26

3.3.5.1 Estrutura Física............................................................................................. 28

3.3.5.2 Recebimento e Estocagem de Gêneros Alimentícios..... .............................. 31

3.3.5.3 Equipamentos, Móveis e Utensílios... ........................................................... 33

3.3.5.4 Higiene e Conduta dos Manipuladores..... .................................................... 34

3.3.5.5 Visitantes... ................................................................................................... 36

3.3.5.6 Cuidados no Preparo e Distribuição dos Alimentos ...................................... 37

3.3.5.7 Controle de Pragas e Vetores.... .................................................................. 39

3.3.5.8 Documentos e Registros... ........................................................................... 39

3.3.5.9 Treinamento e Capacitação dos Manipuladores.... ...................................... 39

3.3.6 Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC).... .................... 40

4 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS... ............................................................. 42

4.1 ELABORAÇÃO DE MANUAL DE BPF E POP.... ......................................... 43

4.2 INSPEÇÃO DA ÁREA DE MANIPULAÇÃO DE ALIMENTOS.... .................. 45

4.3 EMBARQUE E DESEMBARQUE DE EQUINOS.......................................... 45

4.4 ANEMIA INFECCIOSA EQUINA (AIE) E MORMO... .................................... 46

4.5 SÍNDROME CÓLICA... ................................................................................. 48

4.6 MANUTENÇÃO ODONTOLÓGICA... ........................................................... 49

4.7 PROFILAXIA DOS ANIMAIS E TRATAMENTO DE FERIMENTOS DE

PELE... ......................................................................................................... 50

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS... ...................................................................... 52

REFERÊNCIAS.... ..................................................................................................... 53

12

1 INTRODUÇÃO

O Médico Veterinário militar possui importante papel no quesito saúde

pública, além de cuidar dos animais do exército, este profissional é responsável

ainda pela prevenção de zoonoses, controle de vetores, controle da qualidade da

água e controle da qualidade dos alimentos que serão servidos para os militares,

tanto nos refeitórios (chamados no meio militar de rancho), como no campo em

treinamentos e em missões de paz (MACHADO, 2016).

O exército brasileiro Possui mais de 392 cozinhas distribuídas pelo território

nacional que servem uma grande quantidade de refeições diárias, desde o café da

manhã, almoço, jantar até a ceia. Os alimentos fornecidos para o exército são

adquiridos por meio de licitação, e passam por análises laboratoriais e inspeção de

conformidades quanto às informações do rótulo e a temperatura, esta etapa

geralmente é realizada por um médico veterinário militar.

Após a inspeção os alimentos são distribuídos para os quartéis da região e

todos os processos que envolvem a estocagem e manipulação de alimentos são

supervisionados por médico veterinário ou por outro profissional capacitado.

Regularmente uma equipe de auditores, de um quartel diferente, realiza a auditoria

em segurança alimentar para avaliar se os critérios de boas práticas de fabricação

estão sendo cumpridos.

Geralmente os Médicos Veterinários ficam responsáveis por essas auditorias

e quando um quartel possui um funcionário Médico Veterinário, este tem

responsabilidade de fiscalizar diariamente a higiene e hábitos dos manipuladores, a

higiene do ambiente, as condutas na manipulação dos alimentos, orientar o

13

preenchimento adequado de tabelas de registros, e demais ações que forem

necessárias, fazendo-se cumprir as normas de Boas Práticas de Fabricação.

O presente trabalho teve como objetivo descrever as atividades realizadas

no estágio curricular obrigatório, desenvolvido como requisito para obtenção do título

de Médico Veterinário pela Universidade Tuiuti do Paraná, relatando a importância

do Médico Veterinário na saúde pública e nas forças armadas, apresentando uma

revisão bibliografia sobre o assunto.

14

2 DADOS SOBRE O ESTAGIÁRIO

As atividades de estágio curricular, desenvolvidas no Colégio Militar de

Curitiba, abrangeram o setor de vigilância sanitária, implantação e fiscalização de

Boas Práticas de Fabricação (BPF), instruções e palestras sobre BPF e higiene

pessoal, além do setor de sanidade, envolvendo a vacinação e vermifugação,

tratamento de ferimentos e realização de exames de sangue e bem estar de

equinos.

2.1 ORIENTADOR ACADÊMICO

A orientação acadêmica foi realizada pela Professora Doutora Anderlise

Borsoi, responsável pelas disciplinas de Doença de Aves, Higiene e Inspeção de

Produtos de Origem Animal e Defesa Sanitária Animal, do curso de Medicina

Veterinária da Universidade Tuiuti do Paraná (UTP).

2.2 ORIENTADOR PROFISSIONAL

A orientação profissional foi realizada pela Médica Veterinária Thelma Elisa

Wistuba, 2º Tenente Oficial Veterinário Temporário, responsável pelo Programa de

Auditoria em Segurança Alimentar do exército (PASA) e saúde dos equinos do

Colégio Militar de Curitiba.

2.3 CARGA HORÁRIA DO ESTÁGIO

15

A carga horária total cumprida foi de 421 horas de estágio

2.4 DESCRIÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO

O primeiro Colégio Militar foi criado no Rio de Janeiro em 1889, para

amparar os órfãos dos militares combatentes da Guerra do Paraguai.

O Colégio Militar de Curitiba (CMC), localizado no bairro Tarumã em

Curitiba/PR (Figura 1), foi fundado em 15 de dezembro de 1958, porém somente

iniciou as atividades em 1959 com uma turma de 53 alunos. Inicialmente somente

eram aceitos alunos do sexo masculino, e em 1995 passou a admitir meninas

(Figura 2). O objetivo principal do CMC era a formação de cidadãos intelectualmente

preparados e conscientes de seu papel na sociedade segundo os valores, os

costumes e as tradições do Exército Brasileiro.

Apesar de ser um colégio, ainda se tratava de uma organização militar,

responsável pela defesa do país em operações terrestres, pela garantia da lei, da

ordem e dos poderes constitucionais. O exército brasileiro possuía o segundo maior

efetivo entre os exércitos da América Latina.

Fonte – CMC, 2016 Fonte – CMC, 2016

FIGURA 1 – VISÃO AÉREA DO COLÉGIO MILITAR DE CURITIBA

FIGURA 2 – SOLDADOS E ALUNOS DO COLÉGIO MILITAR DE CURITIBA

16

O colégio possuía setor de cavalaria composto por 15 baias (Figuras 3 e 4),

um setor veterinário, uma selaria, uma sala de materiais de ferrageamento, 2

vestiários sendo um masculino e um feminino, um escritório e um alojamento para o

militar que estivesse de plantão.

Eram 13 equinos, dentre eles 6 equinos pertencentes ao exército brasileiro,

e os demais ao Colégio Militar de Curitiba ou à funcionários militares. Os equinos

machos pertencentes ao exército brasileiro tinham a obrigatoriedade de ser

castrados. Apenas equinos da coudelaria do Rincão, órgão que reproduz e distribui

os equinos para os quartéis de cavalaria, poderiam ser machos inteiros ou fêmeas

matrizes. Os equinos do setor de cavalaria do Colégio Militar de Curitiba eram

disponibilizados para os seus alunos para a prática de aulas de hipismo e equitação

(Figura 5) e para cerimônias de formatura do colégio (Figura 6).

FIGURA 3 – BAIAS FIGURA 4 – BAIAS

17

O colégio militar contava com o serviço de uma veterinária militar,

responsável pela manutenção da sanidade e tratamento de enfermidades dos

animais; 4 soldados e 2 cabos, responsáveis pelos cuidados diários de toalete e

banhos, eram estes também que geralmente avisavam qualquer anormalidade no

comportamento dos animais, como inapetência ou sinais de cólica; um professor /

instrutor de equitação e hipismo, responsável por ministrar as aulas aos alunos do

colégio; e um ferrador para manter em dia o casqueamento e ferrageamento dos

animais.

Ainda o Colégio possuía o setor de cozinha industrial, conhecida como

rancho, era composta por 3 cassinos destinados à alimentação, sendo um para os

funcionários oficiais, um para cabos e soldados, e outro para os alunos do Colégio,

sendo que para estes a alimentação era fornecida por empresa terceirizada. Existia

ainda o depósito de gêneros secos onde eram armazenados os alimentos que não

necessitavam de refrigeração, e um pequeno depósito onde eram disponibilizados

aos manipuladores os alimentos que seriam utilizados em 24 horas. Os alimentos de

origem animal ficavam armazenados em uma câmara frigorífica, e existia ainda uma

FIGURA 5 – PROVA DE SALTO

FIGURA 6 – EQUINOS E ALUNOS EM FORMATURA NO CMC

18

câmara de refrigeração para o armazenamento de hortaliças e produtos

hortifrutigranjeiros.

A área de preparo dos alimentos contava com área de açougue com balcões

térmicos para descongelar e armazenar os produtos cárneos, além de equipamentos

necessários para fatiar e moer a carne. Área para higienização e preparo dos

vegetais, área para a cocção dos alimentos, área para lavagem e armazenamentos

de louças e outra para a lavagem e armazenamento de panelas.

O preparo dos alimentos era realizado por soldados e cabos, tendo o cardápio

preparado por uma nutricionista, e a fiscalização rotineira da higiene e das Boas

Praticas de Fabricação era realizada pela Médica Veterinária.

19

3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

A presente revisão bibliográfica trata da atuação do médico veterinário no

serviço de segurança alimentar no Exército Brasileiro.

3.1 HISTÓRIA DA MEDICINA VETERINÁRIA MILITAR

A medicina veterinária surgiu no Brasil no início do século passado,

naquela época era comum o transporte por tração animal, e devido a isso o contato

entre humanos e os animais era grande e as zoonoses, principalmente o mormo,

despertaram a preocupação com a saúde pública (BATISTA SOBRINHO et al.,

2012).

O Exército Brasileiro (EB) teve participação no desenvolvimento da profissão

de medicina veterinária no país. O médico capitão João Muniz Barreto de Aragão

trabalhava no Laboratório de Microscopia e Bacteriologia Clínica do Exército com

pesquisas acerca das doenças que acometiam tanto aos homens quanto aos

animais, como o mormo, a malária e a febre aftosa, pois essas doenças acometiam

os militares reduzindo o contingente das tropas (MACHADO, 2016; BATISTA

SOBRINHO et al., 2012).

João Muniz, com ideia de formar médicos veterinários, visitou escolas de

veterinária na França trazendo veterinários militares para lecionarem no Brasil

(GERMINIANI, 1998). E em 1913 foi estabelecida a Escola de Veterinária do

Exército.

Em 1917 formou-se a primeira turma, composta por sete pessoas, sendo 5

militares e 2 civis. Em 1940 João Muniz Barreto de Aragão, já falecido, foi nomeado

20

patrono do serviço de Veterinária do Exército Brasileiro. No ano de 1974 foi extinto o

quadro de oficiais veterinários do exército, e no ano seguinte a Escola de Veterinária

do Exército encerrou suas atividades (GERMINIANI, 1998).

Somente no ano de 1991 o exército retomou o quadro de oficiais veterinários,

a partir de então os profissionais médicos veterinários passaram a ingressar na

carreira militar através da Escola de Formação Complementar do Exército, e a atuar

em várias das especialidades da área da medicina veterinária (BATISTA SOBRINHO

et al., 2012).

3.2 ATUAÇÃO DO MÉDICO VETERINÁRIO MILITAR

Conforme afirma Machado (2016), o médico veterinário militar é um

profissional polivalente. Este profissional tem competência para atuar na

biossegurança dos militares através da segurança da água e dos alimentos, no

controle de zoonoses e cuidados com o meio ambiente, proteção contra vetores,

manutenção da saúde e sanidade dos animais do exército (SILVA, 2009; SOARES

et al., 2013), além da participação em missões de paz da Organização das Nações

Unidas (ONU).

Na saúde dos animai, o médico veterinário atua no manejo, reprodução e

atendimento clínico e cirúrgico de cães, equinos, e dos animais pertencentes ao

único zoológico militar do mundo situado no Centro de Instruções de Guerra na

Selva (CIGS) (MACHADO, 2016).

Na área de inspeção de água e alimentos, o médico veterinário é responsável

por instruir militares quanto a correta manipulação de alimentos, orientar à aquisição

21

de produtos de qualidade, serviços de desratização e desinsetização, e responsável

pela salubridade dos alimentos servidos à tropa (SILVA, 2009; MACHADO, 2016).

A participação do veterinário em missões de paz da ONU tem importância

principalmente na manutenção da saúde da tropa, inspecionando água e alimentos,

controlando o lixo produzido, e pelo controle de vetores e de zoonoses, como a

malária, a raiva e a leishmaniose (LIMA, 2016).

3.3 SEGURANÇA ALIMENTAR EM UNIDADES MILITARES

Segundo Taffarel (2014), para a Organização Mundial da Saúde (OMS), nas

próximas décadas o médico veterinário atuará principalmente nas áreas de

alimentos, zoonoses e saúde ambiental, e para isso é de extrema importância o

conhecimento da na área de saúde pública.

A profissão de médico veterinário possui grande diversidade de áreas de

atuação, porém a atuação no meio militar, apesar de ter grande importância ainda é

pouco conhecida (SOARES et al., 2013). O serviço de alimentação é considerado a

área mais sensível das forças armadas (MIGUÉIS et al., 2014).

3.3.1 Doenças Transmitidas por Alimentos (DTA)

Segundo a OMS, as doenças de origem alimentar geralmente são de

natureza infecciosa ou tóxica, e são causadas por agentes que entram no corpo

através de alimentos ou água. Para caracterizar estas afecções gastroentéricas

utiliza-se o termo toxinfecção alimentar, pois no inicio das manifestações é difícil

diferencias uma infecção de uma intoxicação (SILVA, 2009).

22

As doenças transmitidas por alimentos (DTAs) são problema de saúde

pública, podendo se manifestar de diversas formas, desde leves indisposições, até

quadros graves que podem levar a morte (SILVA, 2009). Os principais sinais são

diarreia, vômito, febre, icterícia, inflamação na garganta com febre, secreções nos

olhos, ouvidos ou nariz (CODEX ALIMENTARIUS, 2006).

Os fatores que contribuem para a ocorrência de DTAs são: matérias primas

contaminadas, descongelamento inadequado, aquecimento ou cocção por tempo e

temperatura inferior ao recomendado, falta de higiene pessoal, dos equipamentos e

instalações, armazenagem dos alimentos à temperatura ambiente e demora na

distribuição para consumo (SANTOS, 2009; AKUTSO et al., 2005). Os alimentos

mais comumente relacionados aos casos de toxinfecções estão: carne, ovos,

alimentos frescos e outros produtos de origem animal (DOLINGER et al., 2010).

Os autores Gallotti et al. (2013) citam que segundo a literatura americana

existem cinco importantes fatores envolvidos na transmissão das toxinfecções,

chamados “cinco Efes”, são eles: Feces (fezes), pela falta higiene pessoal e

ambiental, ou pela presença de vetores, Flies (moscas e vetores), Fingers (dedos),

Food (alimentos) e Fluid (água).

Os perigos que podem ser veiculados por alimentos são divididos em 3

categorias:

Perigos Biológicos: envolvem bactérias, como Salmonella spp,

Staphylococcus aureus e E. coli; os vírus, como o rotavírus; os parasitas,

como Giardia, Toxoplasma e Taenia solium; fungos, ou a presença de insetos

ou roedores que podem ser fonte indireta de microrganismos.

Perigos Químicos: envolvem resíduos de medicamentos, poluentes,

pesticidas e aditivos alimentares.

23

Perigos Físicos: como lascas de madeira, esquírolas de ossos, espinhas de

peixe e terra (SILVA, 2009; SANTOS, 2009).

Tabela 1 – PRINCIPAIS PERIGOS ALIMENTARES SEGUNDO OS DIFERENTES TIPOS DE ALIMENTOS

Alimento Perigo Biológico Perigo Químico Perigo Físico

Carne de aves Carnes vermelhas Peixes Ovoprodutos

Bacillus cereus, Campylobacter jejuni, Clostridium perfringes, E. coli, Listeria monocytogenes, Sthaphylococcus aureus, Salmonella Bacillus cereus, Brucella, Clostridium perfringes, E. coli, Listéria monocytogenes, Staphylococcus aureus, Mycobacterium bovis, Salmonella,Giardia lamblia, Taenidae, Toxoplasma gondii, Ascarididae Aeromonas hydrophila, Listeria monocytogenes, Salmonella, Vibrio spp., Staphylococcus aureus, Campylobacter jejuni, Salmonella, Shigella, Staphylococcus aureus, Campylobacter jejuni

Aditivos (nitritos, nitratos), medicamentos de uso veterinário, metais pesados Aditivos (nitritos, nitratos), medicamentos de uso veterinário, metais pesados Aminas biogênicas (histamina), metais pesados (mercúrio, chumbo), medicamentos de uso veterinário

Ossos, papel, plástico, metal, madeira, vidro, cola, látex (luvas descartáveis), adornos, insetos, terra, penas Ossos, papel, plástico, metal, madeira, vidro, cola, látex (luvas descartáveis), adornos, insetos, terra, pelos

Espinhas, papel, plástico, metal, vidro, cola, látex (luvas descartáveis), adornos, insetos, pedras, tecidos, fios Fragmentos de casca, papel, plástico, metal, vidro, cola, látex (luvas descartáveis), adornos, insetos, pedras, tecidos, fios

FONTE – Adaptado de Santos (2009)

3.3.2 Aquisição de Alimentos

O Exército Brasileiro adquire os gêneros alimentícios por meio de licitação, na

modalidade pregão eletrônico, levando em consideração o menor preço por item. A

compra é feita pela 3ª Região Militar, em Porto Alegre, e quando os alimentos são

24

entregues, um Medico Veterinário acompanha o recebimento. Todos os produtos de

origem animal adquiridos pelo exército devem ter registro no Ministério da

Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA) (ROSA, 2015).

As embalagens são verificadas para detectar possíveis violações na

embalagem, verifica-se data de fabricação e validade, e se apresenta algum perigo

físico como pelos de animais, parasitas ou qualquer corpo estranho. Após, coleta-se

uma amostra de aproximadamente 1% que é encaminhada até o Laboratório de

Inspeção de Alimentos e Bromatologia do exército (LIAB) para análise. As análises

são feitas o mais rápido possível. Os alimentos aprovados são retirados do

caminhão e estocados, caso não sejam aprovados, são separadas as amostras

utilizadas na análise e outras lacradas para contraprova, que deve ser armazenada

por até 90 dias, e o restante da carga retorna à indústria (ROSA, 2015).

3.3.3 Laboratório de Inspeção de Alimentos e Bromatologia (LIAB)

Os alimentos adquiridos pelo Exército Brasileiro, para a nutrição da tropa,

devem passar por análises realizadas por médico veterinários, em um dos dezenove

LIABs (SOARES et al., 2013; SOARES et al., 2012). Considerando a segurança

alimentar, principalmente devido à distribuição de alimentos para um grande público

e os interesses do Estado, esses laboratórios tem como preocupação controlar as

condições sanitárias, identificar possíveis fraudes e inadequações fiscais, e controlar

a qualidade e identidade de todo o gênero alimentício que servirá para suprir a tropa

(LIMA & CORRÊA, 2013; GALLOTTI et al., 2013; SOARES et al., 2012).

Os LIABs encontram-se nas unidades chamadas órgãos provedores

(GALLOTTI et al., 2013), e possuem equipamentos para análises microbiológicas,

25

micotoxicológicas, bromatológicas e organolépticas de todos os alimentos, tanto os

de origem animal quanto os de origem vegetal, que serão distribuídos para os

quartéis, para a alimentação de cerca de 10 mil militares (ROSA, 2015). Segundo

Rosa (2015), são analisados também os alimentos que serão destinados aos

equinos pertencentes ao exército brasileiro.

O objetivo principal do LIAB é identificar nos alimentos possíveis

microrganismos causadores de DTA’s, principalmente a Salmonella sp, Coliformes

totais e E. coli, além da avaliação do alimento quanto ao aspecto, coloração, odor e

presença de sangue ou corpo estranho, para garantir a qualidade e inocuidade do

produto alimentício (ROSA, 2015).

3.3.4 Programa de Auditoria em Segurança Alimentar (PASA)

Em 2005 as forças armadas (exército, marinha e aeronáutica) adotaram as

normas de Boas Praticas de Fabricação de alimentos (BPF) para suas cozinhas, e

em 2010, o Exército implantou em seus quartéis o Programa de Auditoria em

Segurança Alimentar (PASA). O PASA tem como objetivo realizar a inspeção, a

avaliação e o controle do saneamento das áreas de operações, incluindo o

gerenciamento de animais sinantrópicos, considerando que os alimentos

contaminados são importante via de transmissão de patógenos causadores de

DTA’s (SOARES et al., 2013; LIMA, 2015).

Cabe ainda ao auditor do PASA avaliar o cumprimento das legislações e

regulamentos pertinentes, avaliar as instalações e as práticas dos manipuladores e

propor sugestões para adequação dos itens que estiverem inadequados na auditoria

(SILVA, 2009).

26

Conforme citado por Lima (2015) no meio militar, a segurança alimentar

apresenta importância especial, pois mensalmente cerca de 30% da tropa apresenta

gastroenterite.

As refeições produzidas nas Unidades de Alimentação e Nutrição (UAN)

militares devem ser balanceadas e possuir elevado padrão de qualidade higiênico-

sanitária para garantir adequado desempenho das funções atribuídas aos militares

(VIDAL et al., 2011).

3.3.5 Boas Práticas de Fabricação (BPF)

Os auditores do PASA realizam um check list de BPF, e para que a unidade

seja considerada dentro da meta, devem atingir entre 80 a 100% de itens como faixa

de conformidade. A partir de uma pesquisa realizada por Lima (2015), percebeu-se

que 88% das UAN avaliadas não atingiram a meta de conformidades, isso explica a

frequência de surtos de gastroenterites. De 2010 a 2015, de todas as 393 cozinhas

auditadas pelo PASA, apena 11 alcançaram a meta estabelecida de 85% de

conformidades.

As áreas de BPF com mais incidência de não conformidades foram, segundo

Lima (2015), preparo e manipulação de alimentos, higiene pessoal dos

manipuladores, documentação e gestão de resíduos.

O responsável pelo setor de alimentação da organização militar (OM) que

realize manipulação, armazenamento, transporte ou distribuição de alimentos deve

ter conhecimento acerca das BPFs e dos princípios de APPCC (Análise de Perigos e

Pontos Críticos de Controle), para realizar a vigilância dos processos de produção,

atualizar e implementar o manual de BPF e Procedimentos Operacionais Padrão

27

(POPs) específicos para a unidade militar, além de acompanhar inspeções sanitárias

sendo este profissional designado pelo comandante da OM. Quando não existir

funcionário habilitado, outra OM apoia com capacitação técnica, treinamento e

implantação de correções quando for necessário (BRASIL, 2015).

BPFs são práticas as quais os manipuladores de alimentos devem seguir em

todos os processos de manipulação dos alimentos, desde a compra e escolhas dos

ingredientes até a distribuição para o consumo (ANVISA, 2004), com objetivo de

evitar ou minimizar os perigos microbiológicos responsáveis pela contaminação dos

alimentos e transmissão de doenças (VIDAL et al., 2011).

As BPF seguem a legislação vigente e servem como importante ferramenta

de garantia de obtenção de alimentos higienicamente seguros e que atendam às

especificações de identidade e qualidade. A legislação serve como base para a

elaboração de um manual de BPF, que pode ser adaptado para cada

estabelecimento (EMBRAPA, 2015), assim cada UAN deve conter seu manual

adaptado. A figura 7 ilustra o manual de boas práticas para as forças armadas.

FIGURA 7 – MANUAL DE SEGURANÇA ALIMENTAR NAS FORÇAS ARMADAS

28

Com o objetivo de unificar a legislação vigente para as forças armadas com a

legislação da Vigilância Sanitária, o Ministério da Defesa (BRASIL, Portaria n. 854,

04 de Julho de 2005) regulamenta as boas práticas em segurança alimentar nas

Organizações Militares (OM) (VIDAL et al., 2011). O regulamento estabelece os

critérios a serem seguidos para alimentos manipulados, produzidos e consumidos

por funcionários das forças armadas (SANTOS, 2010).

Para a avaliação e controle do cumprimento das BPF, as Unidades Militares

devem usar uma Lista de Verificação de BPF, que consiste em um check list

baseado na portaria SELOM, e que pode ser ajustada conforme a realidade de cada

UAN (VIDAL et al., 2011; BRASIL, 2015).

A lista de verificação de BPF abrange saúde e higiene dos manipuladores,

qualidade da água para consumo e preparo dos alimentos, controle de pragas,

avaliação das estrutura das edificações, iluminação e ventilação , higiene ambiental

e transporte, uso e armazenamento de produtos químicos, frequência e facilidade de

limpeza e manutenção dos equipamentos, recebimento e armazenamento de

gêneros alimentícios, entre outros (SANTOS, 2010; AKUTSO et al., 2005). Medidas

simples de boas práticas, como a lavagem correta das mãos e a manutenção dos

alimentos em temperaturas adequadas podem evitar a contaminação dos alimentos

(ANVISA, 2004).

3.3.5.1 Estrutura Física

A construção de UAN sem adequado planejamento, além prejudicar o fluxo de

produção e não atingirem as recomendações das BPF, podem inclusive causar

acidentes de trabalhos (VIDAL et al., 2011).

29

Conforme manual, a estrutura do rancho (cozinha da unidade militar) deve

possuir dimensionamento compatível com a produção, estar em adequado estado

de conservação e adequadas condições higiênico-sanitárias, o fluxo deve ser

ordenado e sem cruzamento de forma que o alimento pronto não tenha contato com

a matéria prima no ambiente de processamento (AKUTSO et al., 2005). A área de

manipulação deve estar livre de objetos em desuso (figura 8), deve haver pias para

a higienização das mãos dos manipuladores, teto e paredes e piso em acabamento

liso, impermeável, lavável, de cor clara, de fácil higienização, com cantos

arredondados e em bom estado de conservação (figura 9), o piso deve ser

antiderrapante e com declive em direção aos drenos, os ralos devem ser sifonados

com tampas removíveis e os resíduos devem ser retirados diariamente (figura 10).

As portas ajustadas aos batentes e de material lavável devem possuir mecanismo

de fechamento automático, se necessário utilizar cortinas de ar para impedir a

entrada de insetos e o aumento da temperatura, janelas ajustadas aos batentes e

sem quebras, trincas ou rachaduras, em bom estado de conservação e com telas

milimétricas que possam ser retiradas para adequada higienização. A iluminação

deve ser adequada à atividade, sem ofuscamento e as lâmpadas devem estar

limpas e com proteção contra quedas e explosões. O sistema de ventilação deve

permitir conforto térmico e renovação de ar, sendo que o fluxo de ar deve fluir da

área limpa para a área suja. O depósito de lixo deve ser longe da área de produção,

fechado, telado, limpo, de fácil higienização, livre de insetos e roedores e

preferencialmente refrigerado, e as instalações elétricas devem ser adequadas e

sem improvisações (EMBRAPA, 2015; BRASIL, 2015).

30

Os sanitários devem ser separados para cada sexo, em número compatível

com a quantidade de manipuladores, sem comunicação direta com a área de

manipulação, em bom estado de conservação. Deve possuir papel higiênico, lixeira

com acionamento por pedal, pias para a higienização das mãos, sabonete liquido e

antisséptico (álcool em gel) e toalhas de papel não reciclado (VIDAL et al., 2011). As

FIGURA 9 – PISOS QUEBRADOS E RALOS ABERTOS E SEM TELAS

FONTE – DAbst, 2016 FONTE – DAbts, 2016

FIGURA 8 – OBJETOS EM DESUSO NA ÁREA DE MANIPULAÇÃO DE ALIMENTOS

FONTE – DAbst, 2016

FIGURA 10 – RALO COM SISTEMA DE FECHAMENTO ADEQUADO, CONFORME LEGISLAÇÃO

31

lixeiras da área de manipulação também devem ser tampadas e com acionamento

por pedal (figura 11).

3.3.5.2 Recebimento e Estocagem de Gêneros Alimentícios

Os produtos alimentícios que forem entregues pelos fornecedores devem

passar por avaliações qualitativas, quantitativas e sensoriais no LIAB, sendo que

cada produto deve atender aos padrões de identidade e qualidade definidos pela

ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) (BRASIL, 2015; BRASIL, 2010).

O recebimento dos gêneros alimentícios nas OM deve ser realizado em local

limpo e protegido (figura 12) (VIDAL et al., 2011), e para que as matérias primas

possam ser descarregadas as embalagens devem estar íntegras e limpas, deve-se

conferir o rótulo do produto, que deve conter as seguintes informações: nome,

composição do produto, lote, data de fabricação e de validade, número de registro

no órgão oficial, endereço do fabricante e distribuidor, condições de armazenamento

e quantidade / peso. Os veículos de transporte devem estar em bom estado de

FIGURA 11 – LIXEIRAS DESTAMPADAS NA ÁREA DE MANIPULAÇÃO DE ALIMENTOS

FONTE – DAbst, 2016

32

conservação, a temperatura deve estar adequada para cada ingrediente e deve ser

anotada em planilha no momento do recebimento (BRASIL, 2015; BRASIL, 2010).

Quando for necessário realizar estocagem dos produtos, estes devem

obedecer o critério PVPS (primeiro que vence primeiro que sai), sendo que os

produtos com fabricação mais antiga devem ser dispostos de maneira a serem

consumidos primeiro (EMBRAPA, 2015). O armazenamento deve ser em local limpo

e protegido, os alimentos não devem ficar em contato direto com o piso, devendo ser

armazenados em estrados (figura 13). As prateleiras devem ficar afastadas das

paredes, com espaçamento mínimo de 10cm para permitir a circulação de ar.

Quando um alimento for aberto e retirado de sua embalagem original, este deve ser

acondicionado e identificado adequadamente, e as informações do rótulo devem ser

transcritas para etiqueta apropriada. Os gêneros alimentícios que forem reprovados

no recebimento devem ser mantidos em local adequado, separado dos ingredientes

aprovados, até que seja efetuado o recolhimento (BRASIL, 2015).

FIGURA12 – ÁREA DE RECEBIMENTO DE GÊNEROS ALIMENTÍCIOS

FONTE – DAbst, 2016

33

Devem existir POPs e planilhas para o recebimento dos alimentos. A não

existência de tais procedimentos acarreta em falha de controle (VIDAL et al., 2011).

3.3.5.3 Equipamentos, Móveis e Utensílios

Os equipamentos, móveis e utensílios devem sempre estar em adequado

estado de higiene e conservação para evitar a contaminação dos alimentos

(EMBRAPA, 2015). Para isso é recomendo que seja realizada a remoção das

sujidades, lavagem com água e sabão, enxague e a desinfecção, respectivamente.

Os utensílios, equipamento e superfícies que entram em contato com os alimentos,

assim como o piso, os ralos, os lavatórios e os sanitários devem ser higienizados

diariamente. Já as paredes, janelas e portas, prateleiras, geladeiras, coifas e

freezers devem ser higienizados semanalmente. Estrados e estoques recomenda-se

FONTE – DAbst, 2016

FIGURA 13 – ESTOCAGEM DOS ALIMENTOS EM ESTRADOS E PRATELEIRAS DE AÇO INOX

34

limpeza quinzenal, luminárias, tomadas e telas mensal, e reservatórios de água

limpeza semestral (BRASIL, 2015).

3.3.5.4 Higiene e Conduta dos Manipuladores

A higiene e conduta dos manipuladores são fatores muito importantes para a

segurança alimentar, sendo que a falta de higiene pode ser responsável pela

contaminação dos alimentos por microrganismos como coliformes fecais e totais,

bactérias mesófilas e Staphylococcus (VIDAL et al., 2011).

Este problema pode ser minimizado quando manipuladores de alimentos

adotam os hábitos de higiene recomendados na legislação e manual de BPF. Os

manipuladores devem se apresentar com boa saúde, limpos, com barba feita,

cabelos limpos e protegidos por touca ou rede, e unhas sempre curtas, limpas e sem

esmalte (EMBRAPA, 2015). Devem utilizar uniformes brancos ou de cor clara e

limpos, estes devem ser trocados diariamente e não devem ser utilizados fora do

ambiente de manipulação (figura 14) (BRASIL, 2015).

FIGURA 14 – VESTIMENTAS DO MANIPULADOR DE ACORDO COM A LEGISLAÇÃO E USO DE LUVA COMO EPI

FONTE – DAbst, 2016

35

Adornos não devem ser utilizados, e durante o preparo dos alimentos deve-se

evitar: falar, cantar, assobiar, tossir, espirrar, experimentar alimentos com as mãos; é

proibido: cuspir, mascar gomas, palitos ou similares, comer, tocar o corpo, o cabelo,

o nariz e o ouvido, enxugar o suor com as mãos, panos ou roupas, fumar, manipular

dinheiro, tocar objetos que não estejam relacionadas à atividade, utilizar utensílios e

equipamentos sujos, manipular alimentos apresentando problemas de saúde, e

circular sem uniforme (BRASIL, 2015; CODEX ALIMENTARIUS, 2006).

As mãos devem ser adequadamente higienizadas, com sabonete líquido

neutro e inodoro, após realizar o enxague e secagem com papel toalha descartável

não reciclado, aplicar antisséptico, como álcool gel 70%, e deixar secar naturalmente

(figura15) (BRASIL, 2015).

Os procedimento de higienização devem ser realizados sempre que: chegar

ao local de trabalho, antes e após manipular alimentos, sempre que houver

interrupção no serviço, após tocar o corpo, tossir ou assoar o nariz, após utilizar o

sanitário ou tocar materiais contaminados, e sempre que for necessário (AKUTSO et

al., 2005). Pode-se utilizar luvas descartáveis na manipulação de alimentos que já

FIGURA 15 – PLAQUEAMENTO EM ÁGAR SANGUE DOS DEDOS DOS MILITARES MANIPULADORES DE ALIMENTOS. NA FIGURA A PLAQUEAMENTO ANTES DA

HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS, E NA FIGURA B PLAQUEAMENTO APÓS HIGIENIZAÇÃO E APLICAÇÃO DE ÁLCOOL GEL

FONTE – DAbst, 2016

A B

36

passaram por tratamento térmico, ou de alimentos que não sofrerão ação do calor e

já foram higienizados, porém seu uso não é obrigatório, sendo necessária apenas a

correta higienização das mãos (BRASIL, 2015). O uso de luvas é obrigatório apenas

quando se tratar de EPI (equipamento de proteção individual) (figura 14). Sempre

que luvas descartáveis forem utilizadas recomenda-se a troca periódica e

sanitização a cada 30minutos (EMBRAPA, 2015).

Todos os funcionários do setor devem passar por treinamentos periódico

sobre higiene de alimentos, boas práticas de fabricação, higiene pessoal e doenças

transmitidas por alimentos. O responsável técnico, no caso de UAN militares o

supervisor do PASA, deve realizar inspeção diária quanto aos hábitos de higiene dos

manipuladores (EMBRAPA, 2015).

3.3.5.5 Visitantes

Em caso de visitantes nas áreas de manipulação dos alimentos, estes devem

obedecer às mesmas regras estabelecidas para os manipuladores (figura 16)

(CODEX ALIMENTARIUS, 2006).

FIGURA 16 – VESTIMENTAS USADAS POR VISITANTES

FONTE – DAbst, 2016

37

3.3.5.6 Cuidados no Preparo e Distribuição dos Alimentos

Durante o preparo dos alimentos, a combinação tempo e temperatura deve

ser rigorosamente controlada para evitar contaminações perda da qualidade dos

produtos. Segundo Vidal et al. (2011), em UAN que não controlavam a temperatura

de manutenção dos alimentos foram observadas altas contagens de

microrganismos.

Para adequada cocção, os alimentos devem atingir em seu centro geométrico

a temperatura de 74ºC, assim como os alimentos que necessitarem de

reaquecimento (VIDAL et al., 2011; BRASIL, 2010). Quando óleo é utilizado para

fritura devem ser seguidos os seguintes cuidados: o óleo não deve atingir

temperaturas superiores a 180°C, sempre que ocorrer alteração nas características

sensoriais ou ocorrer formação de espuma ou fumaça o mesmo deve ser descartado

(BRASIL, 2015).

Para que a superfície do alimento não se torne favorável ao crescimento de

microrganismos, o descongelamento deve ser feito sob refrigeração, passando da

temperatura original para até 4ºC (figura 17). Alimentos descongelados não podem

ser recongelados crus, assim como alimentos que sofreram processo de cocção e

foram descongelados não podem ser recongelados (BRASIL, 2010).

38

Após a pré-lavagem em água potável, os vegetais devem ser desinfetados em

solução clorada por quinze a trinta minutos. Frutas e legumes que sofrerão ação

térmica não necessitam desinfecção, desde que o seu centro geométrico atinja 74°C

(BRASIL, 2015).

Os alimentos prontos para o consumo devem ser colocados em balcões

térmicos, observando as condições de tempo e temperatura. Alimentos quentes

devem ser mantidos a 60°C por até 6 horas, ou em temperatura inferior por no

máximo 1 hora. Alimentos frios devem ser mantidos por até 4 horas em temperatura

de 10°C, e em temperaturas entre 10°C e 21ºC mantidos por 2 horas (BRASIL,

2015).

Para o consumo dos alimentos é preferível a utilização de copos, pratos e

talheres descartáveis, porém pode-se utilizar utensílios de material não descartável

desde que estes sejam higienizados corretamente e armazenados em local

protegido (VIDAL et al., 2011).

FIGURA 17 – ALIMENTO SENDO DESCONGELADO FORA DE REFRIGERAÇÃO

FONTE – DAbst, 2016

39

3.3.5.7 Controle de Pragas e Vetores

A UAN deve possuir um plano de prevenção e combate a vetores e pragas,

visando evitar a presença de insetos, roedores e pássaros nas proximidades do local

de manipulação de alimentos. O controle deve ser feito por empresa devidamente

registrada na Vigilância Sanitária, utilizando produtos registrados no Ministério da

Saúde (EMBRAPA, 2015).

3.3.5.8 Documentos e Registros

A OM deve manter registros e dispor de manual de BPF e POP para

padronizar o controle e a supervisão das atividades executadas pelos manipuladores

(VIDAL et al., 2011). Os POPs são instruções sequenciais das operações a serem

realizadas, contendo a frequência de execução e a especificação dos responsáveis

pela atividade. Deve dispor, no mínimo, dos seguintes POPs: higienização de

instalações, equipamentos e móveis; controle de vetores e pragas urbanas;

higienização do reservatório de água; saúde dos manipuladores (BRASIL, 2015).

Segundo Vidal et al. (2011), nas auditorias, o maior índice de não conformidades

corresponde à categoria de registros e documentação, devido a ausência de

planilhas de monitoramento e de POPs.

3.3.5.9 Treinamento e Capacitação dos Manipuladores

Segundo Oliveira et al. (2008), a OMS tem como estratégia para a segurança

alimentar a capacitação dos manipuladores de alimentos, pois estes podem ser

40

potencial fonte de contaminação. Sendo assim, a melhor forma de assegurar a

qualidade e inocuidade dos alimentos é trabalhar no treinamento dos manipuladores.

Em estudo realizado com manipuladores de alimentos em creches, Oliveira et

al. (2008) cita que 100% dos manipuladores apresentaram inadequações na higiene

das mãos. Campos et al. (2013) também cita que 89,79% dos manipuladores de

alimentos da OM não realizavam a higienização das mãos corretamente.

Conforme citado por Oliveira et al. (2008), para corrigir as falhas na produção

e garantir um alimento de qualidade, a melhor forma é trabalhar na conscientização

e treinamento dos manipuladores e de todo o pessoas envolvido nos processos

produtivos.

3.3.6 Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC)

Em 1998 foi criado no Brasil o Sistema de Análise de Perigos e Pontos

Críticos de Controle, este sistema, quando bem implementado, permite a gestão de

segurança alimentar em qualquer unidade produtora de alimentos (SANTOS, 2009;

VALOIS, 2002). Este sistema permite analisar e identificar e prevenir possíveis

perigos que possam comprometer a inocuidade dos alimentos, pois é capaz de

eliminar ou reduzir os perigos a níveis aceitáveis (SANTOS, 2009).

Perigo é todo agente que possa tornar um alimento impróprio ao consumo e

ocasionar a perda da qualidade e da integridade do produto, enquanto risco é a

probabilidade de o perigo acontecer (SANTOS, 2009; MATIAS, 2007).

Em todas as etapas do processo de produção são avaliados os perigos para a

definição dos pontos críticos de controle, onde serão aplicadas medidas (MATIAS,

2007).

41

O sistema APPCC é estruturado em sete princípios: identificação e análise

dos perigos, determinação dos pontos críticos de controle (PCCs), estabelecimento

dos limites críticos para cada PCC, estabelecimento de procedimentos de

monitorização para cada PCC, estabelecimento de ações corretivas a serem

tomadas quando um PCC estiver fora dos níveis aceitáveis, estabelecimento de

procedimentos para a verificação se o sistema APCC é efetivo e estabelecimento de

sistema de registro que documente o plano APPCC (MATIAS, 2007; VALOIS, 2002).

O manual de BPF é um pré-requisito para a implantação de APPCC (MATIAS,

2007).

A existência de registros do APPCC permite em auditorias avaliar se as leis

de segurança alimentar foram cumpridas, assim não contando apenas com os fatos

observados durante as auditorias (SANTOS, 2009).

É um sistema eficaz, pois não detecta o problema depois que já ocorreu, mas

sim permite atuar minimizando o risco de ocorrência do problema durante a

produção do alimento (AKUTSO et al., 2005). Apesar de ser um sistema de garantia

de inocuidade e qualidade, ele não é único e independente.

A atuação do médico veterinário na segurança alimentar procura reduzir os

casos de doenças de origem alimentar, desenvolver melhorias no setor e

implementar os princípios de APPCC nas cozinhas e assegurar o cumprimentos das

BPF (SILVA, 2009). Em cozinhas militares os cuidados com a segurança alimentar

devem-se principalmente ao grande número de refeições produzidas diariamente, e

em casos de missões, às condições em que os alimentos são preparados (SANTOS,

2009).

42

4 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

As atividades desenvolvidas durante o período de estágio curricular

abrangeram a área de segurança alimentar e área de sanidade de equinos.

Na área de segurança alimentar e inspeção de BPF, as atividades realizadas

envolveram o desenvolvimento de manual de BPF específico para a cozinha militar

do Colégio e elaboração de POPs e instruções de trabalho; inspeção da área de

manipulação de alimentos e posteriormente orientação aos militares manipuladores

acerca dos problemas encontrados; estudo da legislação vigente e elaboração de

palestras de instrução e treinamento para os manipuladores e demais trabalhadores

do setor.

Na área de sanidade de equinos, foram realizadas as seguintes atividades:

desenvolvimento e atualização dos documentos dos equinos do Colégio Militar de

Curitiba, incluindo a emissão de GTA; acompanhamento de embarque e

desembarque dos animais em situações em que estes eram deslocados para fora do

colégio, como no desfile de 7 de Setembro; preenchimento de resenha para a

realização de exames de mormo e Anemia Infecciosa Equina (AIE); colheitas de

sangue para a realização dos exames anteriormente citados, e posterior

processamento das amostras para envio ao laboratório; administração de vermífugo

oral, vacinações contra garrotilho, leptospirose e contra encefalomielite, influenza,

rinopneumonite e tétano dos equinos com produto comercial polivalente;

manutenção odontológica de um equino, tratamento de pequenos ferimentos de pele

e tratamento de um quadro de síndrome cólica. Na Tabela 2 estão relacionadas as

atividades desenvolvidas.

43

Tabela 2: ATIVIDADES DESENVOLVIDAS DURANTE O ESTÁGIO CURRICULAR NO COLÉGIO

MILITAR DE CURITIBA.

Atividade Desenvolvida Carga horária ou frequência

Inspeção de cozinha e orientação aos manipuladores de alimentos

Desenvolvimento de manual de BPF

Preparação de palestras

60 horas

50 horas

50 horas

Desenvolvimento e atualização da documentação dos equinos

Vacinações

Acompanhamento de embarque e desembarque de equinos

Resenhas de equinos

Coletas de sangue dos equinos e processamento das amostras

Administração de vermífugo oral

Tratamento de feridas nos equinos

Tratamento de síndrome cólica

Manutenção odontológica

30 horas

39

27

20

20

13

8

1

1

4.1 ELABORAÇÃO DE MANUAL DE BPF E POP

Durante o estágio foi elaborado o manual de BPF específico para a cozinha

militar do Colégio, baseado no manual de BPF e no manual de segurança alimentar

das forças armadas (BRASIL, Portaria n. 854, 04 de Julho de 2005). Para atender as

necessidades da legislação mudanças na estrutura dos estabelecimentos de

estocagem e manipulação de alimentos começaram a ser feitas antes do início do

estágio, como a separação das áreas da cozinha por barreiras físicas para impedir

contaminações cruzadas.

Todos os móveis e utensílios compostos por material que prejudicasse a

inocuidade do alimento foram descartados e substituídos por materiais adequados.

Todas as prateleiras do estoque foram substituídas por prateleiras de aço inox, de

fácil higienização, sendo dispostas com espaçamento entre a parede suficiente para

permitir adequada circulação de ar e a limpeza periódica. Foram feitas etiquetas

para identificação dos produtos depois de abertos, que deveriam ser acondicionados

44

em recipiente adequado, preenchendo na etiqueta os seguintes dados do rótulo:

identificação do produto, data da fabricação, data de validade, lote, e período

máximo para consumir o produto.

Como o depósito de lixo era inadequado, permitia a entrada de insetos e

roedores e era localizado muito próximo ao local de manipulação, foi dado início a

construção de um novo depósito em local mais distante. Este foi revestido por

azulejos branco para permitir adequada higienização e após seriam instaladas

grades para evitar o acesso de roedores.

Os lavatórios de mãos existentes foram substituídos por lavatórios com

acionamento automático. A higiene das instalações, equipamentos e piso era feita

ao final de cada dia, e a lavagem mais criteriosa de paredes, portas e janelas era

geralmente realizadas uma vez na semana. Coifas e exaustores eram higienizados

por empresa terceirizada.

Por falta de orçamento os ralos e drenos não eram sifonados com sistema

abre e fecha, porém, para impedir acesso de roedores foram instaladas telas nas

grades dos drenos. Nas portas de entrada para os locais de armazenamento e

manipulação de alimentos existiam cortinas de ar, para impedir a entrada de insetos

nestes locais.

Os manipuladores de alimentos receberam uniformes para substituir as

fardas, este deveria ser de uso individual, com troca diária, de uso exclusivo no local

de manipulação, e era composto por calça cor cinza claro, doma branca e gorro e

bota branca. Para realização de limpeza os funcionários deveriam retirar os

uniformes e utilizar a farda. Os funcionários ou visitantes que não estivessem

envolvidos na manipulação deveriam seguir os procedimentos de lavagem de mãos,

colocar touca descartável, e se possível, utilizar avental.

45

Diariamente era feita inspeção da higiene dos uniformes e dos

manipuladores, assim como da higiene das instalações e equipamentos, e

verificação se todos os materiais eram armazenados em locais limpos e protegidos.

O controle de pragas e vetores e a limpeza das caixas d’água eram realizados

por empresa terceirizada, sendo o primeiro realizado a cada dois meses, e o outro

semestralmente. Os relatórios eram armazenados para fins de registros.

No setor, haviam planilhas para preenchimento das temperaturas dos

refrigeradores, câmaras frias e balcões de aquecimentos, porém não era realizado

por falta de informação ou desinteresse dos manipuladores.

Durante o estágio, foram feitos POPs e instruções de trabalho, contendo os

procedimentos corretos para a higienização das mãos, procedimentos para a

higienização dos ambientes e condutas a serem seguidas pelos manipuladores.

4.2 INSPEÇÃO DA ÁREA DE MANIPULAÇÃO DE ALIMENTOS

Em dias alternados era realizada a inspeção, tanto das instalações quanto

dos manipuladores. O objetivo era verificar se estavam se cumprindo as orientações

do manual de boas práticas, como verificar se os manipuladores se apresentavam

em condições de higiene adequadas para manipular alimentos, assim como as

instalações, os materiais, móveis e utensílios, verificar se os alimentos eram

manipulados ou processados seguindo as condições adequadas de tempo e

temperatura, orientar sob a temperatura ideal para descongelamento de carnes,

orientar sobre a correta estocagem de ovos e outros produtos alimentícios.

4.3 EMBARQUE E DESEMBARQUE DE EQUINOS

46

No período que compreendeu o estágio, os documentos dos equinos foram

atualizados de acordo com as normas para cavalos do exército.

Em situações em que os cavalos precisavam sair do Colégio, como em

provas de salto e no desfile de 7 de Setembro, o transporte era feito em caminhão

carga viva do EB, e os animais eram acompanhados pelo médico veterinário. O

caminhão tinha capacidade para 6 equinos, e o compartimento de carga era

monitorado em tempo real por uma câmera. Para o embarque e desembarque

dentro do Colégio existia uma rampa para diminuir a inclinação da rampa do

caminhão, porém na rua ou outros locais os animais precisavam entrar no caminhão

com a rampa em uma angulação inadequada (figura 18), o que dificultava

principalmente o embarque.

4.4 ANEMIA INFECCIOSA EQUINA (AIE) E MORMO

A realização de exames de sangue para AIE e mormo nos equinos era feita

semestralmente para controle da enfermidade, porém em casos de necessidade de

transito do animal, o exame que possuía validade de 60 dias precisava estar em dia,

tornando-se muitas vezes necessária a realização de mais de dois exames por ano.

FIGURA 18 – EMBARQUE DE EQUINO

47

A médica veterinária do CMC possuía cadastro junto à ADAPAR de profissional

habilitado à coleta de sangue dos equinos para a realização destes exames,

portanto não era necessário um veterinário oficial. Após coletadas as amostras eram

identificadas e processadas no laboratório de química do Colégio e encaminhadas

via correio para o laboratório de destino. O laboratório escolhido para a realização

do exame era escolhido por licitação, considerando o menor valor.

As amostras precisavam ser encaminhadas ao laboratório juntamente com a

ficha de identificação animal (resenha), com descrição escrita e gráfica de todas as

marcas de cada equino.

A AIE é uma doença infecciosa causada por um vírus, transmitida pelo

sangue de um animal infectado por meio de picadas de insetos hematófagos do

gênero Tabanidae, agulhas, sêmen, leite ou placenta. Pode acometer qualquer

equídeo, porém animais debilitados e subnutridos são predispostos. Os sinais

clínicos da enfermidade são episódios febris, emagrecimento, icterícia, edema

subcutâneo, depressão, hemorragias e anemia. Uma vez contaminado o animal

permanece portador da doença, mesmo não apresentando manifestações clínicas.

Não existe tratamento específico e os animais positivos devem ser sacrificados

(MAIA et al., 2011; SOUZA & SALVATTI, 2008).

O mormo é uma zoonose infectocontagiosa importante causada por uma

bactéria. É considerada uma das mais antigas doenças dos equídeos, e a

prevalência era maior quando os equinos eram amplamente utilizados pelo exército.

A transmissão pode ocorrer por via digestiva, respiratória, genital ou cutânea pelo

contato com fômites em materiais, cochos, bebedouros e secreções orais e nasais.

Animais assintomáticos são importante fonte de transmissão. Os sinais mais

observados incluem febre, tosse e corrimento nasal, e formam-se nódulos no

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sistema linfático que ulceram, e após a cicatrização adquirem forma de estrela. Não

existe vacina e tratamento, e os animais positivos devem ser sacrificados

(LEOPOLDINO et al., 2009).

Para o transito interestadual do equino, é necessária a emissão do Guia de

Trânsito Animal (GTA) e resultado de exame laboratorial negativo para AIE.

4.5 SÍNDROME CÓLICA

Durante o estágio, um dos equinos, que estava solto no pasto, apresentou

dificuldade de se locomover, movimentos de “escoicear” o chão, recusa ao alimento

e posição de urinar. A médica veterinária foi alertada dos sinais por um dos

soldados, e logo foi instituído o tratamento. O animal recebeu medicação analgésica

para alívio de dor, e diurético pois cogitou-se a hipótese de o animal apresentar

dificuldade em urinar. Logo após o exame clínico foi feita a auscultação do

movimento intestinal do equino. Foi determinado íleo adinâmico na ausculta

abdominal e então foi iniciada a passagem da sonda nasogástrica para

esvaziamento do estômago e alívio do desconforto. Foi retirado grande volume de

conteúdo, e logo após a passagem da sonda o animal já não apresentava

dificuldade em caminhar, se alimentou e os movimentos peristálticos intestinais

retornaram.

A síndrome cólica é uma das principais enfermidades que acometem os

equinos e é caracterizada por dor abdominal (LARANJEIRA et al., 2009). Ocorre

geralmente por alterações no aparelho digestório relacionadas com vários fatores,

como produção excessiva de gases no estômago, fermentação de alimentos,

obstruções, e torções intestinais (FRANCELLINO et al., 2015).

49

Existem vários fatores de risco, entre eles: mudanças no tipo, qualidade e

quantidade da alimentação; alterações súbitas na dieta; idade; atividade física;

acesso ao pasto; estabulação; velocidade de consumo da ração, privação de água,

transportes e quadros anteriores de cólica (LARANJEIRA et al., 2009).

Os sinais de cólica envolvem: o cavalo deitar e levantar repetidas vezes, rolar,

deitar de costas, adquirir uma posição de “cachorro sentado”, dificuldade em

caminhar, entre outros (BERMEJO et al., 2008).

A síndrome cólica deve ser tratada como emergência, o atendimento deve ser

imediato para aliviar os sintomas, e deve-se buscar a causa primária para

tratamento específico (FRANCELLINO et al., 2015).

A sondagem nasogástrica, além de ser importante no diagnóstico, é o

tratamento de casos de sobrecarga gástrica pois possibilita a eliminação do

conteúdo gástrico, proporcionando alívio na distensão estomacal e conforto imediato

ao animal. Além da sondagem é importante a realização de fluidoterapia para a

correção de desequilíbrios ácido-básicos e eletrolíticos, e hidratação do conteúdo

luminal para facilitar o trânsito da ingesta. Analgesia é importante por aliviar a dor e

desconforto do paciente, possibilitando a realização do exame clínico, porém deve-

se tomar cuidado para que não se mascarem os sinais da progressão da lesão

(FRANCELLINO et al., 2015).

4.6 MANUTENÇÃO ODONTOLÓGICA

Ainda durante o estágio, um equino precisou de manutenção odontológica

para a remoção de pontas excessivas de esmalte após se observar que o mesmo

não se alimentava como de costume, deixando sobrar alimento no cocho. Para o

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procedimento o animal recebeu um sedativo/tranquilzante em dose pequena, para

possibilitar o procedimento, após foi colocado o abre-bocas (figura 19). O

procedimento realizado foi o desgaste das pontas de esmalte com o uso de uma

grosa. No dia seguinte ao procedimento o animal voltou a se alimentar normalmente.

4.7 PROFILAXIA DOS ANIMAIS E TRATAMENTO DE FERIMENTOS DE PELE

Os equinos do CMC recebiam vacinação e vermífugo conforme estabelecido

em calendário do EB. As exigências contemplam a vacinação contra raiva,

leptospirose, garrotilho, adenite, influenza, encefalomielite, rinopneumonite e tétano,

e envolve ainda a administração de vermífugo periodicamente. Todas as

informações de procedimentos realizados com cada um dos equinos do EB,

incluindo as vacinações e vermifugações, deveriam ser registradas em um banco de

dados específicos para equinos do exército.

FIGURA 19 – EQUINO EM PROCEDIMENTO ODONTOLÓGICO

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Durante o estágio foram aplicadas vacinas contra leptospirose, adenite (ou

garrotilho) e uma vacina polivalente contra encefalomielite, influenza,

rinopneumonite e tétano, além da administração do vermífugo oral.

Alguns dos animais sofreram pequenos ferimentos, nas aulas de salto,

enquanto estavam soltos ao pasto e durante os procedimentos de embarque e

desembarque. Os ferimentos eram tratados diariamente até a sua resolução,

iniciando o procedimento com a lavagem do local e após aplicação de produto

antisséptico em pomada ou spray.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Para uma Organização Militar, atingir os requisitos estabelecidos pela

legislação e pelo Manual de Boas Práticas há grande dificuldade, visto que uma

grande rotação no quadro de militares manipuladores de alimentos ocorre, pois boa

parte deles entram no setor através da seleção de serviço militar obrigatório, e

permanecem por aproximadamente um ano.

O desenvolvimento de um manual de boas práticas foi de grande importância

uma vez que para melhorar o padrão no setor de alimentação do exército, são

necessários investimentos principalmente em treinamento e capacitação dos

militares manipuladores, pois são eles que podem ser os principais responsáveis

pela contaminação dos alimentos.

Em sanidade de equinos foi possível notar que as regras de sanidade equina

são seguidas no que diz respeito a anemia infecciosa equina e mormo, bem como

os tratamentos necessários às doenças que possam ocorrer são realizadas pelos

médicos veterinários.

O estágio proporcionou a oportunidade de aprender a respeito uma área de

autuação da Medicina Veterinária ainda pouco conhecida, porém de grande

importância, que é a atuação no Exército Brasileiro, principalmente no que diz

respeito à segurança alimentar.

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