SEGURANÇA NA CONSTRUÇÃO CIVIL

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SEGURANÇA NA CONSTRUÇÃO CIVIL Cornélio Procópio – 2010 http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/bismanua.htm

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SEGURANÇA NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Cornélio Procópio – 2010 http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/bismanua.htm

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______________________ÍNDICE_____________________

1. INTRODUÇÃO 07 2. PROGRAMA DE CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO - PCMAT 08

2.1. DOCUMENTOS E ASPECTOS BÁSICOS QUE DEVE CONTER UM PCMAT 11 3. ASPECTOS LEGAIS 13

3.1. NORMAS REGULAMENTADORAS 13 3.2. RESPONSABILIDADE CIVIL E CRIMINAL DO ACIDENTE DO TRABALHO 14

4. PLANO DE SEGURANÇA NO TRABALHO 18

4.1. COMUNICAÇÃO PRÉVIA 18 4.2. COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO A ACIDENTES - CIPA 18 4.3. MEDIDAS PREVENTIVAS DE MEDICINA E SEGURANÇA NO TRABALHO 20

4.3.1. SELEÇÃO DE PESSOAL 20 4.3.2. EXAMES MÉDICOS 20 4.3.3. PREVENÇÃO DE ACIDENTES 21

4.4. RISCOS AMBIENTAIS 22 4.5. PRIMEIROS SOCORROS 23 4.6. PROTEÇÃO E COMBATE A INCÊNDIO 24 4.7. SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA 25 4.8. TREINAMENTO 28

5. ORDEM E LIMPEZA 29 6. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL - EPI 30

6.1.PROTEÇÃO PARA A CABEÇA 30 6.1.1.PROTETORES PARA O CRÂNIO 31 6.1.2.PROTETORES PARA O ROSTO 31 6.1.3.PROTEÇÃO PARA OS OLHOS 32

6.2.PROTEÇÃO PARA MEMBROS INFERIORES 32 6.2.1.SAPATOS DE SEGURANÇA 33 6.2.2. BOTAS DE BORRACHA OU PLÁSTICO 33 6.2.3. PERNEIRAS 33

6.3.PROTEÇÃO PARA MEMBROS SUPERIORES 33 6.3.1. PARA TRABALHOS COM SOLDA 33 6.3.2.PARA TRABALHOS PESADOS E SECOS 34 6.3.3. PARA TRABALHOS PESADOS E ÚMIDOS 34 6.3.4. PARA TRABALHOS COM LÍQUIDOS 34 6.3.5. PARA TRABALHOS QUENTES (CORPOS AQUECIDOS OU NOS CASOS DE EXPOSIÇÃO À

RADIAÇÃO TÉRMICA) 34 6.3.6. PARA TRABALHOS DE ALTA TENSÃO 34 6.3.7.MANGOTES 35

6.4.PROTEÇÃO CONTRA QUEDAS COM DIFERENÇA DE NÍVEL – CINTOS DE SEGURANÇA 35 6.4.1. CINTO COM TRAVESSÃO 35 6.4.2. CINTO COM CORDA 35

6.5. PROTEÇÃO AUDITIVA 35 6.5.1.PROTETORES DE INSERÇÃO 36 6.5.2. TIPO CONCHA 36

6.6.PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA 36 6.6.1. MÁSCARAS COM FILTRO 36 6.6.2.MÁSCARAS COM SUPRIMENTO DE AR 36

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6.6.3.MÁSCARAS CONTRA GÁS 37 6.7.PROTEÇÃO DE TRONCO 37

6.7.1. AVENTAL DE RASPA DE COURO 37 6.7.2. AVENTAL DE LONA 37 6.7.3. AVENTAL DE AMIANTO 37 6.7.4. AVENTAL DE PLÁSTICO 37

6.8.PROTEÇÃO DE CORPO INTEIRO 38 7.ÁREAS DE VIVÊNCIA 49

7.1.INSTALAÇÕES SANITÁRIAS 49 7.2. VESTIÁRIOS 49 7.3.ALOJAMENTOS 50 7.4. LOCAL PARA REFEIÇÕES 51 7.5. COZINHA 51 7.6. LAVANDERIA 52 7.7. ÁREA DE LAZER 52 7.8. AMBULATÓRIOS 52 7.9. INSTALAÇÕES ELÉTRICAS 52

8. TRANSPORTES DE TRABALHADORES EM VEÍCULOS AUTOMOTORES 54 9. FERRAMENTAS MANUAIS 56 10. OPERAÇÕES MANUAIS 58

10.1. O ESFORÇO 58 10.1.1. LEVANTAMENTO DE CARGAS 58 10.1.2. CARREGAMENTO NO OMBRO OU NAS COSTAS 59 10.1.3. DESLOCAMENTO DA CARGA 60 10.1.4. ROLAGEM 60 10.1.5. COMO DEPOSITAR CARGAS PESADAS 61

10.2. ESTOCAGEM DE MATERIAIS 62 10.2.1. TÁBUAS E CAIBROS 62 10.2.2. TIJOLOS E PEDRAS BRUTAS 62 10.2.3. TUBOS, CANOS E MANILHAS 62 10.2.4. FERROS, PERFIS E TUBULAÇÕES DE ANDAIME 63 10.2.5. SACOS (CIMENTO, GESSO, ETC.) 64

11. CABOS, CORRENTES E CORDAS 65

11.1.CABOS 65 11.2. CORRENTES 67 11.3. CORDAS 68

12. PEQUENAS OPERAÇÕES MECÂNICAS 71

12.1. POLIAS DE SUSPENSÃO 71 12.2 CADERNAIS 73 12.3. TALHAS DE CORRENTE 74

12.3.1. TALHA DIFERENCIAL DE CORRENTE 74 12.3.2. TALHAS DE ENGRENAGENS 75 12.3.3. TALHAS DE PARAFUSO SEM FIM 76

12.4. TALHAS ESPECIAIS 76 12.4.1. TALHAS DE CORRENTE E RODA DE LINGUETA 76 12.4.2. TALHAS DE MORDENTES ARTICULADOS (TIPO TIRFOR) 77

12.5. GUINCHOS MOVIDOS À MÃO 78 12.5.1. REGRAS DE SEGURANÇA 78

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12.5.2. INSTALAÇÕES: 79 12.5.3. TRANSPORTE OU LEVANTAMENTO DE PESSOAL 79

12.6. MACACOS 79 12.6.1. COLOCAÇÃO 79 12.6.2. PRECAUÇÕES NO USO 81

12.7. CABRESTANTE, MASTRO E TRIPÉ 82 12.7.1.CABRESTANTE 82 12.7.2. MASTRO 82 12.7.3.TRIPÉ 82

13. ESCADAS, RAMPAS E PASSARELAS 84

13.1. ESCADAS 84 13.2. RAMPAS E PASSARELAS 87

14. ANDAIMES 88

14.1. ANDAIME SIMPLESMENTE APOIADOS 88 14.2. ANDAIMES FACHADEIROS 89 14.3. ANDAIMES MÓVEIS 90 14.4. ANDAIMES EM BALANÇO 90 14.5. ANDAIMES SUSPENSOS MECÂNICOS 90 14.6. ANDAIMES SUSPENSOS MECÂNICOS PESADOS 91 14.7. ANDAIMES SUSPENSOS MECÂNICOS LEVES 91 14.8. CADEIRA SUSPENSA 92

15. MEDIDAS DE PROTEÇÃO DE QUEDAS EM ALTURA 93

15.1. APTIDÕES PARA TRABALHOS EM ALTURA 93 15.2. CAUSAS MATERIAIS DAS QUEDAS 93 15.3. REGULAMENTAÇÃO 94

16. INSTALAÇÕES ELÉTRICAS 96

16.1. INSTALAÇÕES 96 16.1.1.PROTEÇÃO CONTRA O RISCO DE CONTATO. 96 16.1.2. PROTEÇÃO CONTRA RISCO DE INCÊNDIO E EXPLOSÃO. 97 16.1.3. COMPONENTES DAS INSTALAÇÕES. 97 16.1.4. EQUIPAMENTOS DE UTILIZAÇÃO DA ENERGIA ELÉTRICA. 98

16.2. SERVIÇOS. 98 16.2.1. PROTEÇÃO DO TRABALHADOR. 98 16.2.2. PROCEDIMENTOS. 99 16.2.3. SITUAÇÕES DE EMERGÊNCIA. 100

16.3. PESSOAL. 100 16.3.1. AUTORIZAÇÃO PARA TRABALHOS EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS. 101 16.3.2. RESPONSABILIDADE. 101 16.3.3. PREVENÇÃO DE CONTATOS DIRETOS 101

16.4. LINHA SUBTERRÂNEA 101 16.5. TOMADAS, INTERRUPTORES, CORRENTE E CONEXÕES 102 16.6. SEGURANÇA EM ELETRICIDADE 102 16.7. NORMAS DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS. 103

17. SERVIÇOS DE DEMOLIÇÃO 105

17.1. INFORMAÇÕES GERAIS 105 17.2. PROTEÇÃO COLETIVA 105 17.3. PROTEÇÃO INDIVIDUAL 105 17.4. PRECAUÇÕES GERAIS 105 17.5. EXECUÇÃO DE SERVIÇOS USUAIS 106

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17.5.1. DEMOLIÇÃO DE PAREDES 106 17.5.2. RISCOS DE DESABAMENTOS DE PISOS 106 17.5.3. ELEMENTOS DE PEDRAS 106 17.5.4. CONCRETO ARMADO 107 17.5.5.CONCRETO PROTENDIDO 107 17.5.6. CUIDADO COM O VENTO 107

17.6. EXECUÇÃO DE SERVIÇOS ESPECIAIS 107 17.6.1. USO DE MARTELO PNEUMÁTICO 107 17.6.2. DEMOLIÇÃO COM BULLDOZER OU PÁ MECÂNICA. 108 17.6.3. DEMOLIÇÃO POR TRAÇÃO OU CABO. 108 17.6.4. DEMOLIÇÃO POR DERRUBADA DA CONSTRUÇÃO 108 17.6.5. DEMOLIÇÃO DE ESTRUTURAS METÁLICAS. 108

17.7. NORMAS DE DEMOLIÇÃO. 109 18. ESCAVAÇÕES, FUNDAÇÕES E DESMONTE DE ROCHAS 110

18.1. MOVIMENTO DE TERRA 112 18.1.1 NATUREZA DO TERRENO 112 18.1.2 ANÁLISE DE RISCOS 113 18.1.3. PROCESSOS DE ESTABILIZAÇÃO OU SUSTENTAÇÃO 114

18.2. PRINCIPAIS ACIDENTES E MEIOS DE PREVENÇÃO 114 18.2.1. QUEDA DE ROCHAS 116 18.2.2. DESABAMENTOS 117 18.2.3. AMBIENTE VICIADO 117 18.2.4. EMANAÇÃO DE GASES INFLAMÁVEIS 118 18.2.5. INALAÇÃO DE PÓS-NOCIVOS 118 18.2.6. ACIDENTES DE TRÂNSITO 119 18.2.7. RISCOS MECÂNICOS E ELÉTRICOS 119 18.2.8. INFILTRAÇÕES DE ÁGUA 120 18.2.9. PRESSÕES ANORMAIS 120

18.3. TÚNEIS, GALERIAS E POÇOS 120 18.4 USO DE EXPLOSIVOS 122

18.4.1 APETRECHOS 127 18.4.2 TIROS DE MINAS 128

18.4.2.1 Execução de Furos de Minas 132 18.4.2.2 Raspagem e Calibragem do furo 132 18.4.2.3 Operações de carga 133 18.4.2.4 Tiro com mecha de segurança 133 18.4.2.5 Tiro com detonador comum 133 18.4.2.6 Tiro com detonador elétrico 133 18.4.2.7 Tiro com cordão detonante 134 18.4.2.8 Enchimento 134 18.4.2.9 Plano de Tiro 134 18.4.2.10 Certificado de Aptidão ao manejo de Explosivos 135 18.4.2.11 Regulamentação 135

18.4.3 INSTRUÇÕES DE SEGURANÇA NA OBRA 135 18.4.3.1 Preparação das detonações 135 18.4.3.2 Aviso de Tiro – Abrigos 135 18.4.3.3 Detonação 136 18.4.3.4 Tempo de Espera após o tiro 136 18.4.4 TIROS ESPECIAIS 136

19. SERVIÇOS EM TELHADOS 138

19.1 RISCO PRINCIPAL 139 19.2 DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO COLETIVA 140

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19.3 DISPOSITIVOS PERMANENTES DE PROTEÇÃO 140 19.4 TELHADOS EM MATERIAIS FRÁGEIS 140 19.5 SERVIÇOS EM CONSERVAÇÃO 140 19.6 MEDIDAS DIVERSAS 141

20. LOCAIS CONFINADOS 142 21. CARPINTARIA 143 22. ARMAÇÕES EM AÇO 144 23. ESTRUTURAS EM CONCRETO 145 24. ESTRUTURAS METÁLICAS 146 25. OPERAÇÕES DE SOLDAGEM E CORTE A QUENTE 147 26. ALVENARIA, REVESTIMENTOS E ACABAMENTOS 148 27. SERVIÇOS EM FLUTUANTES 152 28.EQUIPAMENTOS UTILIZADOS NO CANTEIRO DE OBRAS 153

28.1. SERRA CIRCULAR 153 28.2. MÁQUINA DE CORTAR MATERIAIS 154 28.3.BETONEIRA 155 28.4. DUMPER 156

29.MOVIMENTAÇÃO E TRANSPORTE DE PESSOAS E CARGAS 157

29.1.TORRES DE ELEVADORES 158 29.2.ELEVADORES DE TRANSPORTE DE MATERIAIS 159 29.3. ELEVADORES DE PASSAGEIROS 160 29.4. GRUAS 161

30. MÁQUINAS OPERATRIZES 164

30.1.MAQUINAS DE TRABALHAR MADEIRA 164 30.2. SERRA DE FITA 164 30.3. DESEMPENADEIRA 165 30.4. PLAINA MECÂNICA 165 30.5. SERRA CIRCULAR 165 30.6. ENTALHEDEIRA 166 30.7. ENTALHADEIRA DE BROCA 166 30.8.TUPIA 166 30.9. MÁQUINAS OPERATRIZES PORTÁTEIS 167 30.10. SERRAS CIRCULARES 167 30.11. FURADEIRAS 167 30.12. MÁQUINAS DE ESMERILAR 168

BIBLIOGRAFIA 169

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1. INTRODUÇÃO

A construção é um dos ramos mais antigos do mundo. Desde que ohomem vivia em cavernas até os dias de hoje, a indústria da construção civilpassou por um grande processo de transformação, seja na área de projetos, deequipamentos seja na área pessoal.

Em decorrência da construção tivemos a perda de milhões de vidas,provocadas por acidentes de trabalho e doenças ocupacionais, causadasprincipalmente, pela falta de controle do meio ambiente de trabalho, doprocesso produtivo e da orientação dos operários.

Muitos destes acidentes poderiam ser evitados se as empresas tivessemdesenvolvido e implementado programas de segurança e saúde no trabalho,além de dar uma maior atenção à educação e treinamento de seus operários.

Estes programas visam a antecipação, avaliação e o controle deacidentes de trabalho e riscos ambientais existentes ou que venham a existirno ambiente de trabalho.

A forma de atuação é desenvolvida em função dos riscos levantados nafase de antecipação, dando-se prioridade às condições de trabalho que porexperiência de obras similares, são previstos.

Na fase de execução da obra na qual é realizado o levantamento,reconhecimento e avaliação dos riscos, as medidas de proteção individual ecoletiva, após analisadas, serão colocadas em prática, sendo realizado sempreque necessário, através de Levantamentos de Riscos Ambientais e deAcidentes, avaliação qualitativas do ambiente e das condições de trabalho eavaliações quantitativas para comprovação do controle de exposição ou ainexistência dos riscos identificados na fase de antecipação.

Estas medidas de controle serão implementadas nas áreasadministrativas, médicas e produtivas, englobando o Programa de ControleMédico de Saúde Ocupacional – PCMSO, e onde ficar caracterizado o nexocausal entre os danos observados na saúde do trabalhador e a situação a queeles ficam expostos, serão adotados medidas para o controle destes riscosambientais ou acidentes.

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2. PROGRAMA DE CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DETRABALHO - PCMAT

O objetivo fundamental do PCMAT é a prevenção dos riscos e ainformação e treinamento dos operários que ajudarão a reduzir a chance deacidentes, assim como diminuir as suas conseqüências quando sãoproduzidos. Para tanto deverá ser colocado em prática um programa desegurança e saúde que obedecerá, rigorosamente, às normas de segurança,principalmente a NR 18, além de haver a integração entre a segurança, oprojeto e a execução de obras.

Se, por qualquer razão, for necessária a realização de algumasalterações na execução da obra, com relação ao que foi estabelecidoanteriormente, terão que ser estudados os aspectos de segurança e saúde,tomando as medidas necessárias para que essas mudanças não gerem riscosimprevisíveis.

Alguns objetivos do PCMAT:

� Garantir a saúde e a integridade dos trabalhadores;

� Definir atribuições, responsabilidades e autoridade ao pessoal queadministra, desempenha e verifica atividades que influenciem na segurançae que intervêm no processo produtivo;

� Fazer previsão dos riscos que derivam do processo de execução das obra;

� Determinar as medidas de proteção e prevenção que evitem ações esituações de risco;

� Aplicar técnicas de execução que reduzam ao máximo possível essesriscos de acidentes e doenças.

De acordo com o item 18.3 da NR 18, o PCMAT:

� É obrigatória sua elaboração e cumprimento nos estabelecimentos comvinte trabalhadores ou mais, contemplando os aspectos desta NR e outrosdispositivos complementares de segurança.

� Deverá contemplar as exigências contidas na NR 9 – Programa dePrevenção e Riscos Ambientais – PPRA.

� Deve ser mantido no estabelecimento a disposição do órgão regional doMinistério do Trabalho – MTb

� Deve ser elaborado e executado por profissional legalmente habilitado naárea de Segurança no Trabalho

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� Sua implementação é de responsabilidade do empregador ou condomínio.

Sistemas Para Atendimento da NR 9

ETAPAS REQUISITOS

1. Análise de Projetos ( Antecipação ) • Instalações;• Métodos;• Processos;• Modificações;• Interpretação / Conhecimento deriscos dos processos dasatividades envolvidas

2. Reconhecimento dos RiscosAmbientais

• Recursos humanos qualificadospara avaliação quantitativa equalitativa.

3. Avaliação dos Riscos • Avaliação dos riscos e comparaçãocom os limites previstos na NR 15ou na ACGIH – AmericanConference of GovernmentalIndustrial Higyenists.

4. Elaboração do Documento-Base • Equipamentos de medição dosriscos ambientais calibrados eacessórios.

• Conhecimento de Planejamento:- Estabelecimento de metas eprioridades;

- Desenvolvimento de estratégia;- Metodologia da ação;- Forma de registro;- Manutenção e divulgação dedados;

- Elaboração de cronograma.5. Implementação de Medidas deControle

• Desenvolvimento / aprimoramentode projetos e implementação demedidas de proteção coletiva;

• Adoção de medidas administrativasou de organização do trabalho;

• Especificação de EPI adequado6. Avaliação Sistemática de Exposiçãoao Risco

• Recursos humanos qualificadospara a avaliação quantitativa;

• Equipamentos de medição dosriscos ambientais calibrados eacessórios;

• Ações preventivas para minimizarprobabilidade de que os riscosambientais ultrapassem limites deexposição, considerando-se o nívelde ação.

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7. Programa de Treinamento • Recursos audiovisuais, materialinstrucional, profissionaishabilitados e disponibilidade dosque receberão o treinamento.

8. Avaliação e Desenvolvimento doPPRA

• Auditorias internas preventivas eperiódicas, observando-se,inclusive o PCMSO;

• Controle sistemático da exposiçãoao risco acima dos níveis de ação

Os objetivos básicos para implementação do PPRA são a preservaçãoda segurança e saúde dos trabalhadores e proteção ao meio ambiente erecursos naturais e deve ser elaborado com a seguinte estrutura:

� Planejamento� Estratégia� Metas� Metodologia� Prioridades� Cronograma� Levantamento de dados� Avaliação� Comunicação

Para implantação do PPRA deve ser considerada sua relação com osaspectos administrativos, técnicos e legais.

� Aspectos Administrativos

• Estruturação do PPRA considerando os requisitos da NR 9;• Envolvimento do SESMT e da CIPA;• Programas de treinamento;• Elaboração de registros de dados;• Assessoramento técnico de procedimentos administrativos

� Aspectos Técnicos

• Análise de projetos de novas instalações, métodos e processos;• Reconhecimento dos riscos ambientais e avaliação quantitativa;• Estabelecimento e assessoramento na implementação de medidas decontrole

� Aspectos Legais

• Interação com o PCMSO e NRs;• Assessoramento técnico às questões jurídicas.

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2.1. Documentos e Aspectos Básicos que deve conter um PCMAT

Para elaboração do PCMAT, a Norma Regulamentadora 18 cita umasérie de documentos que devem compor um programa de segurança e procurafazer uma conexão da segurança com a produção, criando documentos queantes eram específicos da produção, tais como memorial descritivo,especificações técnicas, cronograma, layout, etc.

Apesar de a norma indicar os documentos básicos que devem compor oPCMAT, isso não impede que a empresa elabore outros para a implementaçãodo programa, visto que a norma não trata da parte estratégica de implantação esomente cita alguns documentos, como:

� Memorial sobre as condições e meio ambiente de trabalho nas atividades eoperações, levando em consideração os riscos de acidentes e de doençasde trabalho e suas respectivas medidas preventivas;

� Projeto de execução das proteções coletivas em conformidade com asetapas da execução da obra;

� Especificação técnica das proteções coletivas e individuais a seremutilizadas;

� Cronograma de implantação das medidas preventivas definidas no PCMAT;

� Layout inicial do canteiro de obra, contemplando, inclusive, previsão dedimensionamento das áreas de vivência;

� Programa educativo contemplando a temática de prevenção de acidentes edoenças do trabalho, com carga horária.

Memorial: É o documento que contém os dados da obra, as necessidadesDe segurança para a sua execução, assim como a análise dosriscos provocados pela materialização das premissas contidas noprojeto da obra.

Planos: Com este documento pretende-se que todas as medidas dasegurança e higiene indicadas no memorial sejam realizados.

Riscos: Muitos acidentes fatais acontecem na construção. Ocorrênciasmuitas vezes superiores de outros ramos de atividades pelo de,em primeiro lugar, ser o ramo que mais emprega pessoas noBrasil e em segundo, porque as condições de execução de obraainda são muito inseguras, somando-se a pouca informação etreinamento dado aos operários. O risco é um perigo; acontingência ou proximidade de um dano, que pode afetar aintegridade física do trabalhador, ou o processo de execução daobra. Durante o processo construtivo se destacam claramentevárias fases de maior ou menor importância, causando uma série

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de riscos que poderão gerar acidentes. De forma genérica, estasfases do processo são as seguintes:

� Movimentação de Terra� Fundações e Estruturas� Coberturas� Fechamento e Alvenaria� Instalações e Acabamentos� Máquinas de elevação

A NR 18 em seu item 18.39 descreve a terminologia adotada nosdocumentos.

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3. ASPECTOS LEGAIS

3.1. Normas Regulamentadoras

Portaria Mtb 3214 de 08.06.78 – DOU 06.07.78

Esta portaria aprovou as 28 Normas Regulamentadoras, cada uma versasobre um assunto de Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho. Odescumprimento destas normas já caracteriza a NEGLIGÊNCIA, portanto é umATO ILÍCITO.

O cumprimento destas normas depende em sua maioria da Empresa,inúmeros itens dependem principalmente do pessoal em nível de supervisão eda CIPA.

NR ASSUNTO

01 Disposições Gerais02 Inspeção Prévia03 Embargo ou Interdição04 Serviço Especializado em Engenharia e Segurança e Medicina do

Trabalho05 Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA06 Equipamento de Proteção Individual07 Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO08 Edificações09 Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA10 Instalação e Serviços em Eletricidade11 Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais12 Máquinas e Equipamentos13 Caldeiras e Vasos de Pressão14 Fornos15 Atividades e Operações Insalubres16 Atividades e Operações Perigosas17 Ergonomia18 Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria do Construção19 Explosivos20 Líquidos Combustíveis e Inflamáveis21 Trabalho a Céu Aberto22 Trabalhos Subterrâneos23 Proteção contra Incêndios24 Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho25 Resíduos Industriais26 Sinalização de Segurança27 Registro de Profissionais no Ministério do Trabalho28 Fiscalização e Penalidades

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3.2. Responsabilidade Civil e Criminal do Acidente do Trabalho

Todos indistintamente tem responsabilidades legais quanto a Higiene eSegurança no Trabalho. Assim, os empregadores, a CIPA, o SESMT, opessoal em nível de supervisão ( Engenheiro, mestre, encarregado,administrativo, etc. ) que são prepostos do empregador, assim como o médico,enfermeiro, técnico e engenheiro de segurança do trabalho, enfim todas aspessoas que tem poder de mando, de comando da empresa.

Antes da Constituição Federal de 05/10/1988, quando acontecia umacidente de trabalho era muito difícil provar a CULPA do empregador ou deseus prepostos, isto porque estava em vigor a súmula n.º 229 do STJ –Supremo Tribunal de Justiça e ela preceituava o seguinte:

“ A INDENIZAÇÃO PAGA PELA PREVIDÊNCIA SOCIAL NÃO EXCLUI AINDENIZAÇÃO PAGA PELO DIREITO CÍVIL EM CASO DE DOLO OU CULPA

GRAVE DO EMPREGADOR “

Isto significava, portanto, que a vitima podia receber a dupla reparação:uma a titulo acidentaria ( pago pela Previdência Social ) e a outra por ATOILICÍTO paga pela empresa. Para receber a indenização por ato ilícito, a vítimateria que se desdobrar em fazer uma prova de que o acidente aconteceu porCULPA GROTESCA, que é aquela culpa que extrapola a normalidade. Isto erarealmente muito difícil de se conseguir, daí inúmeros acidentes de trabalho nãocausavam prejuízo de indenização para as empresas.

Ocorre, que após a CF/88, o artigo 7 inciso XXVIII, aboliu a palavra“GRAVE”, e com isto basta que a vítima ou seus dependentes provem asimples CULPA. Por definição de CULPA entende-se:

CULPA: Deixar de prever aquilo que é perfeitamente previsível

As modalidades de culpa são:

� IMPRUDÊNCIA� NEGLIGÊNCIA� IMPERÍCIA

Sob o aspecto jurídico e legal, existem dois tipos de acidentes de trabalho:

� ACIDENTE TIPO: que é o acidente que ocorre de maneira súbita, violenta,traumatizante.� DOENÇAS PROFISSIONAIS: pode ocorrer por risco normal da atividadelaborativa ou por ato ilícito do empregador e/ou prepostos.

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Ato ilícito está previsto pela REGRA GERAL DE RESPONSABILIDADECIVIL, e que está escrito no Artigo 159 do Código Civil Brasileiro:

ART. 159 : “ AQUELE QUE POR AÇÃO OU OMISSÃO VOLUNTÁRIA,NEGLIGÊNCIA OU IMPRUDÊNCIA, VIOLAR DIREITO OU CAUSARPREJUÍZOS A OUTREM, FICA OBRIGADO A REPARAR O DANO”

A verificação da culpa e a avaliação da responsabilidade, regulam-se pelosartigos : 1518, 1532, 1537 e 1553 do mesmo artigo.

A lei 8213 de 24/07/91 estabelece em seu artigo 120 que:

ART. 120 : “NOS CASOS DE NEGLIGÊNCIA QUANTO AS NORMASPADRÃO DE SEGURANÇA E HIGIENE DO TRABALHO, INDICADOS PARAPROTEÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVA, A PREVIDÊNCIA SOCIAL PROPORÁAÇÃO REGRESSIVA CONTRA OS RESPONSÁVEIS, PARALELA COM AAÇÃO CRIMINAL”

Deixar de cumprir alguma Norma prevista na legislação ( especialmentea Portaria 3214/78 e suas NRs ), por si só já poderá ser caracterizado aNEGLIGÊNCIA, principalmente se levarmos em conta que a NR-1 no seu item1.6 a 1.7, específica:

1.6.1. – Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas,personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ouadministração de outra, constituindo grupo industrial, comercial, ou qualqueroutra atividade econômica, serão para efeito de aplicação das NormasRegulamentadoras – NR, solidariamente responsáveis a EMPRESAPRINCIPAL e cada uma das subordinadas.

1.6.2. – Para efeito de aplicação das Normas Regulamentadoras – NR, a obrade Engenharia, compreendendo ou não canteiro de obra ou frente de trabalho,será considerada como estabelecimento, a menos que se disponha, de formadiferente, em NR específica.

1.7. – Cabe ao Empregador:

a) Cumprir e fazer cumprir as disposições legais e regulamentares sobreSegurança e Medicina de Trabalho;

b) Elaborar ordens de serviços sobre Segurança e Medicina do Trabalho,dando ciência aos empregados, com os seguintes objetivos:

I – Prevenir atos inseguros no desempenho do trabalho

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II – Divulgar obrigações e proibições que os empregados devam conhecer

III – Dar conhecimento aos empregados de que serão passíveis de punição,pelo descumprimento das ordens de serviços expedidas

IV – determinar os procedimentos que deverão ser adotadas em caso deacidente e/ou doenças profissionais do trabalho

V – Adotar medidas determinadas pelo Mtb ( Ministério do Trabalho )

VI – Adotar medidas para eliminar ou neutralizar a insalubridade e/oucondições inseguras para o trabalho

C ) Informar aos trabalhadores:

I – Os riscos profissionais que possam originar-se nos locais de trabalho

II – Os meios para prevenir e limitar tais riscos e as medidas adotadas pelaempresa

III – Permitir que representantes dos trabalhadores acompanhem afiscalização dos preceitos legais e regulamentares sobre Segurança emedicina do Trabalho

Portanto, devem-se acautelar todos os profissionais, empregadores, porquea situação mudou radicalmente de 1988 para cá, inclusive já havendo casos decondenação civil e criminal, envolvendo, presidentes de empresas, gerentes,técnicos de segurança, mestres, engenheiros de obras e médicos.

Quanto ao aspecto Penal, o Código Penal previa aplicação de dois tipospenais:

� Homicídio Culposo� Lesões Corporais Culposas

É a regra geral, mas existe um dispositivo no Código Penal, que exatamentetem por objetivo prevenir que o dano aconteça. É o chamado CRIME DEPERIGO. Basta a consciência de se expor alguém, a sua integridade física,mental ou orgânica ou a sua saúde a um perigo direto e eminente para que ocrime se consume.

ART. 132 : “EXPOR A VIDA OU A SAÚDE DE OUTREM A PERIGO DIRETO EEMINENTE”

Pena: 3 ( Três ) meses a um ano de detenção. Se o fato constituirdesagravo a norma técnica de profissão a pena é aumentada de 1/3.

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Para resumir, podemos dizer que após a CF/88, se um acidente dotrabalho que resulte em morte ou incapacidade permanente, a Empresa e/ouseus Prepostos não puderem provar que se preocupavam com a saúde esegurança do trabalho, as probabilidades de serem considerados CULPADOSé sem dúvida nenhuma enorme.

Está provado também que a maioria dos riscos existentes,principalmente na Construção Civil, ocorrem porque o pessoal em nível desupervisão não se preocupam em “Cumprir e fazer cumprir as normas asnecessárias para a prevenção de acidentes “, pensando apenas na produção eeconomia de oferecer as devidas proteções coletivas e individuais, e talvez porainda continuarem pensando ( erroneamente ) que em caso de acidentes elesnada sofrerão.

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4. PLANO DE SEGURANÇA NO TRABALHO

4.1. Comunicação Prévia

É obrigatória a comunicação à Delegacia Regional do Trabalho, antes doinício das atividades, das seguintes informações:

� Endereço correto da obra;� Endereço correto e qualificação ( CEI, CGC ou CPF ) do contratante,empregador ou condomínio;� Tipo de obra;� Datas previstas do início e conclusão da obra;� Número máximo previsto de trabalhadores na obra.

O engenheiro residente deve, antes de iniciar as atividades doempreendimento, solicitar a aprovação de suas instalações ao Órgão Regionaldo MTb, bem como comunicar ao mesmo quando ocorrer modificaçõessubstanciais nas instalações e/ou equipamentos, conforme determinações daNR 2 e 3, da Portaria n.º 3214/78 do MTb.O órgão regional do MTb, após realizar a inspeção prévia, emite o

Certificado de Aprovação de Instalações – CAI.O Órgão Regional do MTb, pode interditar o empreendimento, setor de

serviço, máquina ou equipamento, ou embargar a obra, a partir de laudotécnico do serviço competente que demonstrar grave e eminente risco para otrabalhador.Caso ocorra embargo ou interdição provocando a paralisação dos serviços,

os funcionários continuam recebendo os salários como se estivessemtrabalhando.

4.2. Comissão Interna de Prevenção a Acidentes - CIPA

A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA, é constituídaconforme a determinação da NR 5, da Portaria n.º 3214/78, do Ministério doTrabalho, conforme quadro I, apresentado abaixo:

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Grau deRisco

Nº Empregados

Técnicos

20a50

51a100

101a500

501a

1000

1001a

2500

2501a

5000

5001a

10000RepresentantesDo Empregador

1 3 4 6 9 12 154

RepresentantesDos Empregados

1 3 4 6 9 12 15

A CIPA tem por objetivos:

� Observar e relatar as condições e meio ambiente de trabalho� Solicitar medidas para reduzir, minimizar e eliminar os riscos existentes ouneutralizar os mesmos.� Discutir, em conjunto com o SESMT, os acidentes ocorridos, encaminhandopara gerência do empreendimento o resultado da discussão.� Solicitar medidas que previnam a ocorrência de acidentes semelhantes� Orientar os funcionários quanto à prevenção de acidentes.

A gerência do empreendimento deverá providenciar e encaminhar para oSESMT a seguinte documentação:

� Relação dos candidatos a membros representantes dos empregados.� Relação dos membros representantes do empregador� Data e horário da votação

Com este dados, o SESMT providenciará:

� Cédula de eleição da CIPA� Efetuar a eleição da CIPA� Ata da eleição dos representantes dos empregados da CIPA� Ata de instalação e posse da CIPA� Calendário anual de reuniões ordinárias� Requerimento de registro da CIPA a Delegacia Regional do Trabalho.

A empresa que possuir na mesma cidade 01( um ) ou mais canteiros deobra ou frentes de trabalho, com menos de 70 ( setenta ) empregados deveorganizar CIPA centralizada.A CIPA centralizada será composta de representantes dos empregados e

do empregador, devendo ter pelo menos 01 ( um ) representante titular e 01 (um ) suplente, por grupo de até 50 ( cinqüenta ) empregados em cada canteirode obra ou frente de trabalho, respeitando-se a paridade prevista na NR 5A empresa que possuir 01 ( um ) ou mais canteiros de obra ou frente de

trabalho, fica obrigada a organizar CIPA por estabelecimento.

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Ficam desobrigados de constituir CIPA os canteiros de obra cuja construçãonão exceda a 180 ( cento e oitenta ) dias, devendo, para atendimento dodisposto neste item, ser constituída comissão provisória de acidentes, comeleição paritária de 01 ( um ) membro efetivo e 01 ( um ) membro suplente acada grupo de 50 ( cinqüenta ) trabalhadores.As empresas que possuam equipes de trabalho itinerantes deverão

considerar como estabelecimento à sede da equipe.As subempreiteiras que pelo número de empregados não se enquadrem no

disposto anteriormente, participarão com, no mínimo 01 ( um ) representantedas reuniões, do curso da CIPA e das inspeções realizadas pela CIPA dacontratante.

4.3. Medidas Preventivas de Medicina e Segurança no Trabalho

4.3.1. Seleção de Pessoal

O processo de seleção e admissão de pessoal deve ser criteriosoobjetivando o êxito da meta de produção com segurança.

Para admissão dos funcionários devem ser analisadas as condições deexperiências anteriores em serviços similares, bem como as condições desaúde disciplinadas pela NR 7, da Portaria Nº 3214/78, do MTb

4.3.2. Exames Médicos

Todos os funcionários devem ser submetidos aos exames médicosadmissional, periódico, de mudança de função, de retorno ao trabalho, porconta da empresa, nas condições especificadas pela NR 7 da Portaria n.º3214/78 do MTb.

Admissional: No ato da admissão do pessoal, deverá ser realizado o ExameMédico Admissional.

Periódico: Os exames médicos devem ser renovados periodicamente,considerando-se a natureza das atividades e/ou operações.

Mudança de função: O exame médico de mudança de função deverá serrealizado antes da data de mudança de função do funcionário.

Retorno ao trabalho: O exame médico de retorno ao trabalho deverá serrealizado no primeiro dia de volta ao trabalho de funcionário ausente porperíodo igual ou superior a 30 dias por motivo de doença ou acidente denatureza ocupacional ou não.

Demissional: Por ocasião da dispensa ou desligamento do funcionário,deverá ser realizado o exame médico demissional.

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A critério médico e em decorrência da investigação clinica, a fim deinvestigar a capacidade ou aptidão física e mental do funcionário para a funçãoque deve exercer, serão realizados pela empresa, outros examescomplementares.Os dados obtidos nos exame clínicos e complementares serão registrados

em uma ficha clínica individual, que fica sob responsabilidade do Médico doTrabalho.

ATESTADO DE SAÚDE OCUPACIONAL – ASO : Deverá ser emitido emduas vias pelo Médico do Trabalho, sendo uma via entregue ao funcionário eoutra deve ser arquivada junto ao prontuário do empregado ( Uma das viasdeverá ficar na obra que o empregado se encontra, a disposição dafiscalização ). Esta obrigatoriedade estende-se inclusive aos empreiteiros esubempreiteiros que deverá apresentar toda a documentação referente aoPCMSO a contratante dos serviços, após a assinatura do contrato de prestaçãode serviços.

4.3.3. Prevenção de Acidentes

Inspeções de Segurança no Trabalho: As inspeções de segurança notrabalho tem um caráter eminentemente preventivo, tendo por objetivo detectarcondições inseguras e/ou atos inseguros, os quais indicam as providênciasnecessárias para o controle e eliminação das condições inseguras e anecessidade de reciclagem de treinamento. São classificadas como:

Inspeção Diária de Segurança: É realizada diariamente pelo Técnico deSegurança no Trabalho. A direção da obra tomará as medidas necessáriaspara a eliminação de riscos apontados.

Inspeção Prévia de Novas Frentes de Serviço : É realizada pelo SESMT e oresponsável pela nova frente de serviço, analisando-se as prováveisinterferências, métodos e procedimentos a serem adotados para eliminaçãoou neutralização dos riscos.

Inspeção Mensal de Segurança: É realizada mediante calendário prévio, nointerior das áreas de serviço, com a participação do Engenheiro, SESMT erepresentante da CIPA.

Inspeção Técnica de Segurança : É realizado pelo SESMT, quando serãoinspecionados equipamentos, materiais e ferramentas recebidas peloempreendimento, destacando-se: inspeção de veículos e equipamentos,inspeção de extintores de incêndio, inspeção de EPI e EPC.

Check-List de Segurança : É realizada pelo SESMT, trimestralmente, umaavaliação geral das condições de segurança e qualidade de vida da obra.

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4.4. Riscos Ambientais

Nos ambientes de trabalho, os riscos ambientais existentes, capazes decausar danos à saúde do trabalhador em função da sua natureza,concentração ou intensidade e tempo de exposição, são classificados em:

GRUPO IVERDE

GRUPO IVERMELHO

GRUPO IIIMARROM

GRUPO IVAMARELO

GRUPO VAZUL

RISCOSFÍSICOS

RISCOSQUÍMICOS

RISCOSBIOLÓGICOS

RISCOSERGONÔMICOS

RISCOSACIDENTES

Ruídos Poeiras VírusEsforço Físico

IntendoArranjo FísicoInadequado

Vibrações Fumos BactériasLevantamento eTransporte

Manual de Peso

Máquinas ouEquipamentosSem Proteção

RadiaçõesIonizantes

Névoas ProtozoáriosExigência dePostura

Inadequada

FerramentasInadequadas ouDefeituosas

RadiaçõesNão

IonizantesNeblina Fungos

Controle Rígidode Produtividade

IluminaçãoInadequada

Frio Vapores BacilosImposição deRitmos

Excessivos

Eletricidade:Gambiarras,ChoquesElétricos

Calor

Substancia,Compostos ouProdutosQuímicos

Trabalhos emTurnos eNoturnos

Probabilidadesde Incêndio ouExplosão

PressõesAnormais

Jornadas deTrabalho

Prolongadas

ArmazenamentoInadequado

Iluminaçãodeficiente

Monotonia.Repetitividade

AnimaisPeçonhentos

Umidade

Outras Situaçõescausadoras deStress Físico e/ou

Psíquico

OutrasSituações deRisco quePoderão

Contribuir para aOcorrência deAcidentes

A CIPA, com o apoio do SESMT, elabora o Mapa de Riscos Ambientaispor etapa da construção.

As avaliações ambientais propostas em função dos riscos observadossão programadas e realizadas pelo SESMT, com o apoio de gerência da obra.

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4.5. Primeiros Socorros

O empreendimento deverá ser equipado com material necessário para aprestação de Primeiros Socorros, levando-se em conta as características dasatividades desenvolvidas.

O empreendimento deverá possuir uma maca para transporte deacidentados, que deverá ficar situada em local próximo às frentes de trabalho.

MATERIAIS NECESSÄRIOS ( Fundamento: NR 7, 7.5.3.1. – Redação daportaria 24 / 94 de 29.12.1994 )

Todo o estabelecimento deve ser equipado com material necessário àprestação de primeiros socorros. Deverá possuir pessoa com treinamento econhecimento em Primeiros Socorros ( ferimentos, queimaduras em geral,intoxicação, envenenamento, desmaios, convulsões, males súbitos, etc. )considerando-se as características próprias da atividade desenvolvida.

Esse material deve ser guardado em local adequado e de fácil acesso,aos cuidados de pessoa treinada para este fim.

Conteúdo:

� Instrumentos

• Termômetro• Tesoura• Pinça

� Material Para Curativo

• Luvas tipo cirúrgica ( látex )• Algodão hidrófilo• Gaze esterilizada• Esparadrapo• Ataduras de crepe• Caixa de curativo adesivo ( band – aid )

� Anti-séptico

• Solução de Iodo• Solução de Timerol• Água oxigenada 10 volumes• Álcool• Éter• Água boricada

� Medicamentos

• Analgésico em gotas e comprimidos

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• Antiespamódicos em gotas e comprimidos• Colírio neutro• Sal de cozinha• Antídotos ( contra venenos ) para substâncias químicas utilizadas nocanteiro.

• Soro fisiológico

� Outros

• Conta gotas• Copos de plástico ( café e água ) para remédios líquidos• Filtros• Maca para transporte de acidentados

4.6. Proteção e Combate a Incêndio

É obrigatória a adoção de medida que atendam, de forma eficaz, àsnecessidades de prevenção e combate a incêndio para os diversos setores,atividades, máquinas e equipamentos do canteiro de obras.

Deve haver um sistema de alarme capaz de dar sinais perceptíveis emtodos os locais da construção.

É proibida a execução de serviços de soldagem e corte a quente noslocais onde estejam depositadas, ainda que temporariamente, substânciascombustíveis, inflamáveis e explosivas.

Nos locais confinados e onde são executadas pinturas, aplicação delaminados, pisos, papéis de parede e similares, com o emprego de cola, bemcomo nos locais de manipulação e emprego de tintas, solventes e outrassubstâncias combustíveis, inflamáveis ou explosivas, devem ser tomadas asseguintes medidas de segurança:

� Proibir fumar ou portar cigarros ou assemelhados acesos, ou qualquer outromaterial que possa produzir faísca ou chama;

� Evitar nas proximidades, a execução de operação com risco decentelhamento, inclusive por impacto entre peças;

� Utilizar obrigatoriamente lâmpadas e luminárias à prova de explosão;

� Instalar sistema de ventilação adequado para a retirada de mistura degases, vapores inflamáveis ou explosivos do ambiente;

� Colocar nos locais de acesso placas com a inscrição “Risco de Incêndio” ou“Risco de Explosão”;

� Manter cola e solventes em recipientes fechados e seguros;

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Quaisquer chamas; faíscas ou dispositivos de aquecimento devem sermantidos afastados de formas, restos de madeiras, tintas, vernizes ououtras substâncias combustíveis, inflamáveis ou explosivas.

Os canteiros de obra devem ter equipes de operários organizadas eespecialmente treinadas no correto manejo do material disponível para oprimeiro combate ao fogo.

4.7. Sinalização de Segurança

O canteiro de obras deverá ser sinalizado com o objetivo de:

Identificar os locais de apoio que compõem o canteiro de obras;

Indicar as saídas por meio de dizeres ou setas;

Manter comunicação através de avisos, cartazes ou similares;

Advertir sobre perigo de contato ou acionamento acidental com partesmóveis das máquinas ou equipamentos;

Advertir quanto ao risco de queda;

Alertar quanto à obrigatoriedade do uso de EPI, específico para atividadeexecutada, com a devida sinalização e advertência próximas ao posto detrabalho;

Alertar quanto ao isolamento das áreas de transporte e circulação demateriais por grua, guincho e guindaste;

Identificar acessos, circulação de veículos e equipamentos na obra;

Advertir contra o risco de passagem de trabalhadores onde o pé direito forinferior a 1,80 m;

Identificar locais com substâncias tóxicas, corrosivas, inflamáveis,explosivas e radioativas.

É obrigatório o uso de colete ou tiras refletivas na região do tórax e costasquando o trabalhador estiver a serviço em vias públicas, sinalizando o acessoao canteiro de obras e frentes de serviços ou em movimentação e transportevertical de materiais.

A sinalização de segurança em vias públicas deve ser dirigida para alertaros motoristas, pedestres e em conformidade com as determinações do órgãocompetente.

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4.8. Treinamento

Todos os empregados devem receber treinamento admissional eperiódico, visando garantir a execução de suas atividades com segurança.

O treinamento deve Ter carga horária mínima de 06 ( seis ) horas, serministrado dentro do horário de trabalho, antes do trabalhador iniciar suasatividades, constando de:

� Informações sobre Condições e Meio Ambiente de Trabalho;

� Riscos inerentes à função;

� Uso adequado dos equipamentos de proteção individual – EPI;

� Informações sobre os equipamentos de proteção coletiva – EPC, existentesno canteiro de obra.

O treinamento periódico deve ser ministrado:

� Sempre que se tornar necessário;

� Ao início de cada fase da obra.

Nos treinamentos , os trabalhadores devem receber cópias dosprocedimentos e operações a serem realizados com segurança.

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5. ORDEM E LIMPEZA

� O canteiro de obra deve se apresentar organizado, limpo e desimpedido,notadamente nas vias de circulação, passagens e escadarias.

� entulho e quaisquer sobras de material devem ser regularmente coletados eremovidos. Por ocasião de sua remoção devem ser tomados cuidadosespeciais, de forma a evitar poeira excessiva e eventuais riscos.

� Quando houver diferença de nível, a remoção de entulhos ou sobras demateriais deve ser feito através de equipamentos mecânicos ou calhasfechadas.

� É proibida a queima de lixo ou qualquer outro material no interior docanteiro de obra.

� É proibido manter lixo ou entulho acumulado ou exposto em locaisinadequados no canteiro de obra.

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6. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL - EPI

O equipamento de proteção individual ( EPI ) é um instrumento de uso

pessoal, cuja finalidade é neutralizar a ação de certos acidentes que poderiam

causar lesões ao trabalhador, e protegê-lo contra possíveis danos à saúde,

causados pelas condições de trabalho.

O EPI deve ser usado como medida de proteção quando:�Não for possível eliminar o risco, como proteção coletiva;

�For necessário complementar a proteção coletiva com a proteção individual;

�Em trabalhos eventuais e em exposição de curto período.

De qualquer forma, o uso do EPI deve ser limitado, procurando-se primeiro

eliminar ou diminuir o risco, com a adoção de medidas de proteção geral.

Os EPI’s necessários devem ser fornecidos gratuitamente pelo empregador,e cabe ao funcionário cuidar da manutenção, limpeza e higiene de seuspróprios EPI’s.A escolha do EPI a ser utilizado cabe ao Engenheiro de Segurança, que

deverá usar os seguintes critérios para a definir qual o tipo correto deequipamento que poderá ser usado:�

Os riscos que o serviço oferece;�Condições de trabalho;�Parte a ser protegida;�Qual o trabalhador que irá usar o EPI.Definido o tipo de EPI a ser utilizado, o Engenheiro de Segurança deverá

fazer um trabalho de orientação e conscientização sobre a importância do usodos EPI’s.

6.1.Proteção para a cabeça

Os protetores para a cabeça podem ser divididos em:�Protetores para a cabeça, propriamente ditos, que são protetores usados

para crânio e rosto ( Ex.: capacetes, máscaras );�Protetores para os órgãos nelas localizados, que são os protetores para os

órgãos da visão e audição.

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6.1.1.Protetores para o crânio

Os capacetes de segurança são usados para proteger o crânio contra:

quedas de objetos provenientes de níveis elevados; impactos e partículas

projetadas; projeção de produtos químicos; fogo e calor; eletricidade;

eletricidade.

Encontramos no mercado os capacetes com aba total, que é uma parte

integrante do casco e tem a função de proteger a face, o pescoço e os ombros.

O outro tipo de capacete comercial é o que tem aba frontal, também chamado

de boné, o mais utilizado na construção civil.

O casco do capacete é suportado por uma suspensão que compreende

todo o conjunto de tiras internas, mantendo o casco no mínimo 32mm acima do

contato direto com o crânio. Esta suspensão tem a função de amortecer

qualquer impacto e, para que isto ocorra, ela deve estar ajustada para cumprir

sua função.

6.1.2.Protetores para o rosto

São conhecidos pelo nome genérico de "protetor fácil". Sua finalidade é

proteger o rosto contra o impacto de partículas, contra respingos de produtos

químicos e contra a ação de radiações nocivas e excesso de luminosidade.

De certa forma, também protegem os olhos, mas não servem como único

equipamento de proteção para o órgão da visão, como poderemos observar

adiante.

Os protetores para rosto podem ser divididos em:�

Protetor com visor plástico: possui visor de acetato de celulose ou

acrílico; deve ser transparente e sem ondulações. Se tiver função de

proteção contra radiação luminosa, o visor deverá ter a tonalidade

adequada.�

Protetor com anteparo aluminizado: dotado de visor de plástico,

aluminizado na face externa. Serve para proteger a face contra impactos e

diminui a ação da radiação luminosa.

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�Protetor com visor de tela: o visor é feiro de tela de malha pequena,

tornando-a transparente. Tem como função proteger o funcionário contra

riscos de impacto por estilhaços e diminui o efeito do calor radiante.�

Máscara para soldador: é de uso específico dos soldadores de solda

elétrica. Além de proteger contra a radiação calorífica e luminosa

produzidas durante a soldagem, protege também contra respingos do metal

fundente e das fagulhas da solda.

6.1.3.Proteção para os olhos

A proteção dos olhos é um dos pontos mais importantes da prevenção de

acidentes; eles devem ser protegidos contra impactos de estilhaços, partículas,

fagulhas, respingos de produtos químicos e metais fundidos, assim como,

contra radiações e luminosidade. Para proteção dos olhos, normalmente, são

usados óculos que variam de forma e aplicação.�

Óculos para soldador – solda a gás: tem como finalidade proteger o

trabalhador contra as radiações e luminosidade, e contra os respingos e

fagulhas de solda. Sua armação possui a forma de duas conchas. As lentes

são removíveis, possibilitando o uso da tonalidade adequada de acordo

com as necessidades do serviço.�

Óculos contra impactos: existem variados tipos e qualidades. A principal

características desses óculos está nas lentes, que podem ser de resina

sintética, ou de cristal ótico endurecido por tratamento térmico e resistente a

impactos.

6.2.Proteção para membros inferiores

Os pés e pernas devem ser protegidos através de sapatos desegurança, botas e perneiras, quando o trabalho exigir.

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6.2.1.Sapatos de Segurança

Protegem os pés contra impactos, principalmente contra queda de

objetos pesados. O tipo de calçado recomendado é o que possui biqueira de

aço capaz de resistir a fortes impactos, protegendo os dedos e evitando

ferimentos.

O calçado de segurança pode possuir, também, solado anti-derrapante e

palmilha de aço para proteção contra objetos perfurantes.

6.2.2. Botas de borracha ou plástico

Utilizada para trabalhos realizados em locais úmidos ou quando emcontato com produtos químicos ( ex.: concreto ). Possui canos decomprimentos variáveis.

6.2.3. Perneiras

São usadas para a proteção das pernas. De acordo com o risco, asperneiras cobrem só a perna ou podem chegar até a coxa.

Perneiras de raspa de couro são usadas para soldadores e fundidores.

6.3.Proteção para membros superiores

Nos membros superiores, situam-se as partes do corpo onde, com maior

freqüência, ocorrem lesões: as mãos. Grande parte dessas lesões pode ser

evitada através do uso de luvas.

As luvas impedem, portanto, um contato direto com materiais cortantes,

abrasivos, aquecidos, ou com substâncias corrosivas e irritantes da pele.

Há luvas especiais para os variados tipos de trabalho:

6.3.1. Para trabalhos com solda

O soldador deverá proteger-se com luvas e mangas contra a

agressividade do calor e contra respingos incandescentes. São usadas,

geralmente, luvas de raspa de couro ou de outro material que apresente

isolação térmica.

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6.3.2.Para trabalhos pesados e secos

Devem ser utilizadas luvas de couro, muito resistentes ao atrito. Vaqueta

ou vaqueta bufalada são usadas para confecção dessas luvas, normalmente

com reforço e palma dupla.

6.3.3. Para trabalhos pesados e úmidos

Devem utilizar luvas de lona, desde que os líquidos manuseados não

sejam nocivos à pele.

6.3.4. Para trabalhos com líquidos

Adotam-se luvas impermeáveis de plástico ou borracha. Para manuseio

de produtos derivados de petróleo, devem ser usadas luvas de borracha

sintética ou de PVC.

6.3.5. Para trabalhos quentes ( corpos aquecidos ou nos casos deexposição à radiação térmica )

Recomenda-se luvas de amianto ou de fibra de vidro por serem

materiais incombustíveis. Quando as mãos são expostas a fortes radiações de

calor, as luvas de amianto e de fibra de vidro serão mais eficientes, se o dorso

for aluminizado.

6.3.6. Para trabalhos de alta tensão

Devem ser utilizadas luvas de borracha especial, são as que têm maior

responsabilidade na proteção do trabalhador, pois protegem a vida do indivíduo

contra eletrocução. Não devem Ter quaisquer defeitos, arranhaduras,

perfurações ou desgastes. Para evitar tudo isso, elas devem ser usadas,

obrigatoriamente, com luvas de pelica ou outro couro macio, sobrepostas, e

examinadas toda vez que forrem utilizadas ( teste de sopro ).

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6.3.7.Mangotes

Proteção para os braços na realização de operações que possam causar

alguma lesão como: raspões, queimaduras, batidas, etc.

6.4.Proteção contra quedas com diferença de nível – cintos de segurança

Não têm a finalidade de proteger esta ou qualquer parte do corpo.Destinam-se a proteger o homem que trabalha em lugares altos, prevenindoquedas por desequilíbrio.

6.4.1. Cinto com travessão

É um cinto largo e reforçado, de couro ou lona, com uma ou duas fivelas,

conforme o tipo. O travessão é preso por dois anéis colocados de maneira que

fique um de cada lado do corpo do usuário.

6.4.2. Cinto com corda

Este tipo de cinto possui suspensórios e, em alguns casos, até tiras de

assento como os cintos de pára-quedistas.

6.5. Proteção auditiva

Proteção auditiva só deve ser usada como último recurso. Apesar de existiralgum desacordo, a máxima intensidade de som ao qual o ouvido humanopode estar sujeito sem dano à audição, considera-se estar na faixa de 90 a 100decibéis. Se uma pessoa deve trabalhar por longos períodos exposto a níveis (pressões ) de som superiores a aproximadamente 85 decibéis ( para cadaoitava acima de 300 ciclos/segundo ) deve usar alguma forma de proteçãoauditiva.

Um simples decibel representa a menor troca de volume de som quepode ser detectado pelo ouvido humano. Um som de 130 decibéis é tão intensoque reproduz sensação de dor no ouvido.

É necessário equipamento especializado e homens treinados paraanalisar uma exposição ao barulho. É necessário um médico ou departamentomédico da companhia para aprovar tipos de proteção ao ouvido que serão maisefetivos.

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6.5.1.Protetores de inserção

Este tipo nos canais e varia consideravelmente de desenho e material.Os materiais usados são a borracha, plástico macio, cera e algodão. Os tiposde borracha e plástico são populares porque são fáceis de se manter limpos,são baratos e têm bom desempenho.

6.5.2. Tipo concha

Este protetor deve cobrir o ouvido externo para promover uma barreiraacústica efetiva. É um dos tipos mais completos. Pelo fato de abranger toda aconcha auditiva, deve ser feito em material macio, confortável e de fácilhigienização.

6.6.Proteção respiratória

Sua finalidade é impedir que as vias respiratórias sejam atingidas por gasesou outras substâncias nocivas ao organismo.A máscara é a peça básica do protetor respiratório. É chamada semifacial

quando cobre parcialmente o rosto, mais precisamente, nariz e boca. É

chamada facial quando cobre todo o rosto, havendo, nesse caso, um visor.

A máscara semifacial ou facial deve permitir vedação perfeita nas áreas de

contato com o rosto.

6.6.1. Máscaras com filtro

Esses filtros podem ser:�de material fibroso que retém partículas de poeira, fumos, névoas, etc.;

�compostos de um recipiente cheio de carvão ativo, absorvente de

determinados vapores, como os derivados de petróleo, de álcool, etc.

6.6.2.Máscaras com suprimento de ar

Em lugares onde o ar está altamente contaminado por gases nocivos, ou

onde há defic6ncia de oxigênio, não se usam máscaras com filtros, mas, sim,

máscaras com suprimentos de ar puro, autônomas.

O ar poderá ser fornecido por cilindros ( de ar comprimido ) ou por

ventoinha acionada à dist6ancia, sendo o ar levado através de mangueiras.

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6.6.3.Máscaras contra gás

São dispositivos de proteção que purificam o ar, fazendo-o passar

através de uma caixa com substâncias químicas que absorvem os

contaminantes.

É necessário Ter em mente que as máscaras deste tipo não

proporcionam proteção onde há deficiência de oxigênio.

6.7.Proteção de tronco

Aventais e vestimentas especiais são empregados contra os mais variadosagentes agressivos.

6.7.1. Avental de raspa de couro

Normalmente usado por soldadores. É usado também contra riscos de

cortes e atritos que podem ocorrer no manuseio de chapas grandes com

arestas cortantes.

6.7.2. Avental de lona

Usado para trabalhos secos em que não haja risco de pegar fogo e

contra riscos leves de cortes e atritos.

6.7.3. Avental de amianto

Usado para trabalhos quentes. Não é inflamável, mas oferece algumas

desvantagens porque é pouco resistente ao atrito e é muito pesado.

6.7.4. Avental de plástico

Para manuseio de ácidos ou outros produtos químicos. Evita que os

mesmos penetrem na roupa.

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6.8.Proteção de corpo inteiro

A proteção de corpo inteiro é utilizada quando o funcionário tem que

trabalhar em locais que apresentem riscos de contaminação, como por

exemplo na limpeza de redes de esgoto. São encontrados macacões com

revestimento de laminado com polietileno, microperfurado e sem revestimento.

Fig. 1.1. Capacetes tipo jóquei ou boné, com aba frontal, três estrias reforçadas, com calhasemicircular.

Fig. 1.2. Capacete com protetor facial de acrílico e abafador de ruído

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Fig. 1.3. Escudo para solda em polipropileno

Fig. 1.4. Máscara para solda em polipropileno, com visor fixo

Fig. 1.5. Óculos de segurança com armação de nylon 1/2 haste e proteção lateral

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Fig. 1.6. Óculos de segurança com haste inteira e lentes de policarbonato

Fig. 1.7. Luvas de Raspa

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Fig. 1.8. Luvas de raspa

Fig. 1.9. Luvas de Vaqueta

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Fig. 1.10. Acessórios de Raspa ( Avental de raspa, mangote, perneira e blusão )

Fig. 1.11. Protetor facial fabricado em material leve e resistente com coroa plástica ajustável articulada evisor em acrílico incolor

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Fig. 1.12. Protetor facial fabricado em material leve e resistente com coroa plástica ajustável articulada evisor em acrílico verde

Fig. 1.13. Protetor facial fabricado em policarbonato, altamente resistente, com coroa plástica ajustávelarticulada.

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Fig. 1.14. Protetor auditivo tipo concha

Fig. 1.15. Protetor auditivo em silicone com três anéis de vedação, com capacidade para atenuar26decibéis.

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Fig. 1.16. Protetor auditivo de inserção tipo plugue, confeccionado em silicone e envolta por cápsula desilicone com cordel.

Fig. 1.17. Cinto pára-quedista com 1 ponto de ancoragem

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Fig. 1.18. Cinto pára-quedista com 2 pontos de ancoragem.

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Fig. 1.19. Respirador descartável para poeiras e névoas

Fig. 1.20. Respiradores semifaciais

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Fig. 1.21. Respiradores faciais

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7.Áreas de Vivência

7.1.Instalações Sanitárias

Instalação sanitária é o local destinado ao asseio corporal e/ou aoatendimento das necessidades fisiológicas de excreção.

As instalações sanitárias devem:�ser mantidas em perfeito estado de conservação e higiene;�ter portas de acesso que impeçam o devassamento e ser construídas demodo a manter o resguardo conveniente;�ter paredes de material resistente e lavável, podendo ser de madeira;�ter pisos impermeáveis, laváveis e de acabamento anti-derrapante;�não pode ser próximo à área de refeição;�ser independentes para homens e mulheres, quando necessário;�ter ventilação e iluminação adequados;�ter instalações elétricas protegidas;�ter pé direito mínimo de 2,50m.

A instalação sanitária deve ser constituída de lavatório, vaso sanitário emictório na proporção de I conjunto para cada grupo de 20 trabalhadores, bemcomo um chuveiro, na proporção de 1 unidade para cada grupo de 10trabalhadores.Os lavatórios podem ser individuais ou coletivos; possuir torneira; Ter

revestimento interno impermeável; dispor de lixeiras.Os vasos sanitários devem ficar em áreas com, no mínimo, 1m²; ser provido

de porta com trinco; lixeira; válvula de descarga ( tipo caixa ou automática); serligado à rede geral de esgotos.Os mictórios podem ser individuais ou coletivos; ser providos de descarga

provocada ou automática; ser ligado à rede de esgoto.Os chuveiro devem ter uma área mínima de utilização de 0,80m²; com piso

anti-derrapante; com suporte para sabonete e cabide para toalha.

7.2. Vestiários

Todo canteiro deve possuir vestiário para troca de roupas dos

trabalhadores que não ficam alojados. Os vestiários devem ficar próximos aos

alojamentos e/ou entrada da obra.

Os vestiários devem:�ter paredes de alvenaria, madeira ou material equivalente;

�ter pisos de concreto, cimentado ou madeira;

�ter cobertura;

�ter área de ventilação correspondente a 1/10 da área do piso;

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�ter iluminação natural e/ou artificial;

�ter armários individuais com fechadura ou cadeado;

�ter pé direito mínimo de 2,50m;

�ter bancos em número suficiente para atender aos usuários.

7.3.Alojamentos

Os alojamentos localizados nos canteiros devem:�ter paredes de alvenaria, madeira ou material equivalente;

�ter pisos de concreto, cimentado ou madeira;

�ter cobertura;

�ter área de ventilação correspondente a 1/10 da área do piso;

�ter iluminação natural e/ou artificial;

�ter área mínima de 3m² por módulo cama armário, incluindo a área de

circulação;�ter pé direito mínimo de 2,50m para camas simples e 3,00m para camas

duplas (beliches);�ter instalações elétricas protegidas;

�armários duplos individuais de 1,20m de altura, 0,30m de largura e 0,40cm

de profundidade;�ser mantidos em perfeito estado de conservação, higiene e limpeza;

�fornecer água potável, filtrada e fresca através de bebedouros.

As camas ou beliches devem:�ter, no mínimo, uma altura livre de 1,20m entre as camas e entre a cama e

o teto;�ter proteções laterais para as beliches (cama superior);

�ter dimensões mínimas de 0,80x1,90m, com colchões de densidade 26 e

espessura 10cm;�dispor de lençol, fronha e travesseiro em condições adequadas de higiene.

Os alojamentos não devem:�estar localizado em subsolos ou porões;

�ter mais de 3 camas na mesma vertical;

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�ter locais para refeições ou para aquecimento de alimentos;

�abrigar trabalhadores com doenças infecto-contagiosas.

7.4. Local para refeições

É obrigatória a existência de um local próprio para as refeições. Este local

deve:�ter paredes de alvenaria, madeira ou material equivalente;

�ter pisos de concreto, cimentado ou madeira;

�ter cobertura;

�ter capacidade para garantir o atendimento de todos os funcionários;

�ter iluminação e iluminação natural e/ou artificial;

�ter lavatório instalado em suas proximidades ou interior;

�ter mesas com tampos laváveis e lisos;

�Ter assentos suficientes para todos os funcionários;

�ter lixeira com tampa;

�não estar situado em porões ou subsolos;

�não ter comunicação direta com os sanitários;

�ter pé direito mínimo de 2,80m;

�ter local para aquecimento de refeições;

�fornecer água potável, filtrada e fresca através de bebedouros.

7.5. Cozinha

Quando houver cozinha no canteiro ela deve:�ter pé direito mínimo de 2,80m;

�ter iluminação e iluminação natural e/ou artificial, que permita boa exaustão;

�ter paredes de alvenaria, madeira ou material equivalente;

�ter pisos de concreto, cimentado ou madeira;

�ter cobertura de material resistente ao fogo;

�ter pia para lavar os alimentos e utensílios;

�possuir instalações sanitárias que não se comuniquem com a cozinha;

�ter lixeira tampada;

�possuir equipamento de refrigeração;

�ficar adjacente ao refeitório;

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�ter instalações elétricas adequadas;

�ter local fora da cozinha para armazenamento de gás GLP;

�fornecer gorros e aventais para os funcionários que trabalham na cozinha.

7.6. Lavanderia

As áreas de vivência devem possuir local próprio, coberto, ventilado e

iluminado para que o trabalhador alojado possa lavar, secar e passar suas

roupas pessoais.

Este local deverá ter tanques individuais ou coletivos em número

adequado.

A empresa poderá contratar serviços de terceiros para a execução deste

serviço caso o canteiro não possua um espaço específico para a instalação de

uma lavanderia.

7.7. Área de lazer

Nas áreas de vivência dever ser previstos locais para a recreação dos

trabalhadores alojados, podendo ser utilizado o refeitório para este fim.

7.8. Ambulatórios

Quando houver mais de 50 funcionários trabalhando no canteiro de obra,

deve-se Ter um ambulatório.

7.9. Instalações elétricas

Qualquer tipo de instalação elétrica, seja ela provisória ou definitiva deverá

sempre ser feita por profissionais qualificados e capacitados para a execução

destes serviços.

Deve-se procurar desligar todos os circuitos elétricos e caso isto não seja

possível, a instalação somente poderá ser feita após a adoção de medidas de

segurança complementares, como a utilização de ferramentas apropriadas e

EPI's.

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As instalações elétricas provisórias de um canteiro de obras devem ser

constituídas de:�chave geral do tipo blindada de acordo com a aprovação da concessionária

local, localizada no quadro principal de distribuição;�chave individual para cada circuito de derivação;

�chaves faca blindada em quadro de tomadas;

�chaves magnéticas e disjuntores, para os equipamentos.

Alguns itens devem ser respeitados durante a execução de uma instalação

provisória:�os condutores devem Ter isolamento adequado, não sendo permitido

obstruir a circulação de materiais e pessoas;�os circuitos elétricos devem ser protegidos contra impactos mecânicos,

umidade e agentes corrosivos;�as chaves blindadas devem ser convenientemente protegidas de

intempéries e instaladas em posição que impeça o fechamento acidental do

circuito;�não é permitido o uso de chaves blindadas como dispositivos de partida e

parada de máquinas;�é proibida a existência de partes vivas expostas de circuitos e

equipamentos elétricos;�as emendas e derivações devem ser executadas de modo que assegurem a

resistência mecânica e contato elétrico adequado;�o isolamento de emendas e derivações deve ter característica equivalente à

dos condutores utilizados;�os fusíveis e chaves blindadas devem ter capacidade compatível com o

circuito a proteger, não sendo permitida sua substituição por dispositivos

improvisados ou por outro fusíveis de capacidade superior, sem a

correspondente troca da fiação;�máquinas e equipamentos elétricos móveis só podem ser ligados por

intermédio de conjunto plugue e tomada.

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8. Transportes de Trabalhadores em Veículos Automotores

O transporte coletivo de trabalhadores deve se feito através de meios de

transportes normalizados e ter autorização prévia da autoridade competente.

A condução do veículo deve ser feita por um profissional habilitado para

exercer tal função.

A utilização de veículos a título precário para transporte de passageiros

somente será permitida em vias que não apresentem condições de tráfego

para ônibus. Neste caso deve-se apresentar as seguintes normas de

segurança:

�carroceria em todo o perímetro do veículo, com guardas altas e cobertura

de altura livre de 2,10m em relação ao piso da carroceria;�assentos com espuma revestida de 0,45m de largura por 0,35m de

profundidade e 0,45m de altura com encosto e cinto de segurança tipo 3

pontos;�barras de apoio para as mãos a 0,10m da cobertura e para os braços e

mãos entre os assentos;�a capacidade de transporte de trabalhadores será dimensionada em função

da área de assentos, acrescida do corredor de passagem de pelo menos

0,80m de largura;�materiais e equipamentos devem estar acondicionados em compartimentos

separados dos trabalhadores, para que não haja risco de lesões;�escada com corrimão de segurança para acesso pela traseira da carroceria;

sistema de ventilação nas guardas altas e de comunicação entre a

cobertura e a cabine do veículo;�só será permitido o transporte de trabalhadores acomodados nos assentos

acima dimensionados.

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9. Ferramentas manuais

A maioria dos acidentes que ocorrem envolvendo ferramentas manuais são

devidos ao mau estado de conservação da ferramenta; à utilização de

equipamentos impróprios para a execução dos serviços; a falta de uso de EPI.

A seguir veremos os principais tipos de ferramentas utilizadas em obras, os

acidentes que elas podem causar e as precauções a serem tomadas.

Tipos de Ferramentas Lesões Provocados Precauções

de corte ( talhadeiras,

raspadeiras,

Perfurações e cortes � Transportar as ferramentas protegidas por

bainhas e dentro de sacolas, nunca em bolsos

de calças ou camisas;

� Colocar as ferramentas em locais estáveis, onde

não haja perigo de queda.

de ponta ( pontas de

traçar, compassos,

limas,

Perfurações e cortes � Proteger as pontas dos equipamentos por rolha

de cortiça;

� Não utilizar limas como alavancas;

� Utilização de cabos para as limas

de percussão (

talhadeiras,

percursores, punções,

calibradores,

Projeção de estilhaços

metálicos, batidas

� Conservar em bom estado a cabeça de

talhadeiras, evitando-se rebarbas;

� Usar têmpera apropriada para o aço

empregado;

� Cuidado com as projeções ao cortar ferros ou

rebites

de Bater ( martelos,

macetes,

Batidas � Verificar a boa fixação dos cabos;

� Não molhar a ferramenta, evitando assim o

apodrecimento da madeira e oxidação da

cabeça;

� Evitar a utilização destes equipamentos em

ambientes explosivos

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de Apertar ( chaves

fixas, grifos, chaves

inglesas, chaves de

fenda

Perfurações, batidas � Verificar o tamanho das chaves de acordo com

a fenda do parafuso ou dimensão da porca;

� Não aumentar o tamanho do cabo para

provocar o efeito alavanca;

� Não utilizar chaves para apertar ou soltar;

� Verificar a existência de fissuras no material.

Serras para madeiras

e metais ( serrotes,

Cortes, perfurações � Transportar as ferramentas com proteção para

os dentes;

� Verificar o estado dos dentes ( devem estar

afiados;

� Não alinhar a direção do corte com os dedos.

Diversas ( tesouras,

escovas metálicas,

colher de pedreiro

Perfuração, corte � Usar tesouras de braços abertos para evitar que

os dedos fiquem presos;

� Manter as colheres de pedreiro em bom estado,

evitando-se assim o corte por desgaste da

lâmina;

� Manter certa distância para utilizar a escova de

aço, evitando-se assim a projeção de partículas

Pistolas de Fixação Ferimento por projéteis

ou estilhaços

� Utilizar protetores apropriados contra

estilhaços na ponta do cano, de acordo com o

serviço a ser executado;

� Não apoie a pistola em suportes finos ou

quebradiços;

� Localizar as instalações de hidráulica e elétrica

antes do início dos serviço;

� Não usar as pistolas em locais com produtos

inflamáveis ou vapores explosivos;

� Transportas as pistolas e cartuchos caixas

apropriadas

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10. OPERAÇÕES MANUAIS

10.1. O Esforço

10.1.1. Levantamento de cargas

O importante é manter a coluna vertebral em posição reta e, tantoquando possível, vertical.

A pressão exercida é repartida igualmente sobre cada disco.

Posição Correta

Levantar a carga como o faria um atleta:

• dorso plano, coluna vertebral reta.• Busto erguido.• De cócoras• Apanhar a carga o mais perto possível do corpo, com pés debaixodo objeto ou de cada lado do mesmo.

A pressão é repartida por desigual, os discos podem sofrer aperto edeslocamento (hérnia discal).

Posição Errada

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A coluna vertebral encurvada (“dorso arredondado”) impõeesforços suplementares durante o erguimento do corpo. Os acidentes lombaisou vertebrais são devidos essencialmente à inobservância das regras aquiindicadas.

10.1.2. Carregamento no Ombro ou nas Costas

Aproveitar a velocidade ascensional pelo esforço de levantamento paracolocar-se rapidamente debaixo da carga. (1-2-3)

A elasticidade de uma carga (barra metálica, viga de madeira) pode seraproveitada para acelerar e minimizar o esforço.

Em regime de trabalho contínuo, o carregamento de fardos (sacos, porexemplo), tornar-se-á mais fácil, se for efetuado a partir de uma plataformainstalada à altura conveniente (A).

Para cargas colocadas no chão, recomenda-se o auxílio de um ajudantepara evitar fadiga excessiva.

Levantar na frente à extremidade de uma carga comprida (viga, escada,cano) carregada por um só trabalhador, para garantir uma altura livre dacapacidade de um homem. (B). Cuidado nas esquinas e cruzamentos.

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10.1.3. Deslocamento da Carga

Aproveitar tanto quanto possível todas as forças que agem sobre umacarga pesada (desequilíbrio, balanço).

Aproveitar o impulso do corpo e sua ação como contrapeso da massa,para deslocá-la por manobras sucessivas . (C).

Para manobrar uma peça por tombamento, tombá-la, empurrando naparte superior do lado oposto à direção do tombamento. Não coloque os dedosna face que ficará encostada no chão, empurre com as palmas das mãos.

Para deslocar uma peça comprida e pesada por meio de alavancas,coloque corretamente as mesmas (D).

10.1.4. Rolagem

Quando rolar e dirigir barris, manilhas, etc. tomar cuidado para nãoprensar as mãos contra paredes, postes, passagens estreitas e obstáculosdiversos. Para evitar este acidente, rolar o cilindro, colocando as palmas dasmãos sobre o mesmo. Se for preciso apanhá-lo depois pelos lados, use luvasgrossas e muito cuidado (E).

Os mesmos cuidados convêm para cargas colocadas em roletes, paraevitar choques e pancadas.

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Escolher os equipamentos leves de transporte os mais próprios para aoperação a ser executada, e não sobrecarregá-los.

Em certos casos convém utilizar equipamentos apropriados, porexemplo: carrinho para transporte de um equipamento de solda oxi-acetilênico.

Um carrinho de mão carregado sempre deve ser empurrado. A carganormal admitida é de 60 Kg. Em caso algum deve ultrapassar 100 Kg.

Instalar protetores de mão nos cabos de carrinhos manuais e similares,como proteção contra golpes.

No deslocamento de tonéis ou equipamentos com carga pesada,recomenda-se a assistência de um ajudante munido de um calço com cabo,para bloquear, em caso de necessidade, o objeto que pode tomar velocidadeexcessiva nas descidas.

10.1.5. Como Depositar Cargas Pesadas

Ao depositar uma carga pesada no chão, é absolutamente indispensávelo uso de calços de altura suficiente, para evitar o esmagamento dos pés oumãos colocados sob carga. Ademais, esta precaução facilitará um novolevantamento da carga.

O uso de sapatos de segurança e luvas é particularmente recomendado.

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10.2. Estocagem de Materiais

Dica : Depois de escolher cuidadosamente o local de estocagem:• preparar uma base em nível, em solo resistente.• Construir um piso arejado, para isolar do solo os materiaissensíveis à umidade.

10.2.1. Tábuas e Caibros

• Empilhar juntos somente tábuas ou caibros da mesma bitola.• Fazer pilhas por camadas cruzadas e de altura limitada.• Deixar passagens suficientes entre as pilhas para facilitar acirculação.

10.2.2. Tijolos e Pedras Brutas

• Não ultrapassar a altura de 2 metros para pilhas de facesverticais. Para maiores alturas, fazer pilhas em forma de pirâmidepouco elevadas, embora suficiente para permitir as ligaçõesnecessárias por cruzamento das camadas.

• Para as pedras brutas, compor as faces da pilha com blocosentrelaçados uns nos outros. Para evitar desabamentos, retirarsempre os materiais do topo da pilha.

10.2.3. Tubos, Canos e Manilhas

• Escolher um local apropriado para a estocagem.• Armazenar os materiais por categorias e de acordo com o seuuso.

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• Segurar as camadas de base com calços, para impedir o materialde rolar e, se for preciso, colocar estacas de apoio com cabeçaarredondada.

• Para retirar materiais, começar sempre pelo topo da pilha.

10.2.4. Ferros, Perfis e Tubulações de Andaime

• Classificá-los de acordo com suas características.• Proibir o uso de estacas de aço redondo, que representam umsério perigo em caso de queda de um trabalhador.

• Instalar o estoque dos aço para concreto perto dos trabalhos demodelagem.

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10.2.5. Sacos (cimento, gesso, etc.)

• O empilhamento errado dos sacos provoca o risco dedesabamento, devido à compactação do conteúdo ou dodeslizamento das camadas.

• Cruzar cuidadosamente as camadas sucessivas.• Havendo relação simples entre as dimensões dos sacos, diminuiras camadas à altura do homem, para garantir as ligaçõesnecessárias.

• Não empilhar sacos furados. Seu esvaziamento comprometerá oequilíbrio da pilha.

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11. CABOS, CORRENTES E CORDAS

São freqüentemente usados para fins diversos:

• Fixação de partes de andaimes• Amarração• Levantamento

11.1.Cabos

São constituídos por um conjunto de fios de aço doce, trançados emespiral e enrolados numa alma de material têxtil ou aço.

Possuem alta resistência e são relativamente leves.

Resistência : Na ausência de dados mais exatos fornecidos pelo fabricante,podemos admitir 110 a 130 Kg/mm2 de seção aparente.

Sua resistência, entretanto, está também em função de :

• Sua composição• Da qualidade do aço• Do desgaste

Não devem ser nunca submetidos a uma carga superior a 1/6 de suacarga de ruptura.

Carga de ruptura / 6 = Carga de uso

Precauções Antes do Uso

Examinar cuidadosamente, e AFASTAR cabos que apresentem:• Uma hérnia• Ou um estrangulamento ou deformação• Ou um toro quebrado• Ou 1/20 do número total de fios quebrados, contados numcomprimento de 2 pessoas.

• Não deve apresentar costura ou argola, salvo nas extremidades

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• Recomenda-se o uso de cabos em aço inoxidável (obrigatóriopara a suspensão de andaime volantes)

Princípios de enrolamento

Precauções Durante o Uso

O manuseio deve ser realizado preferivelmente com utilização de luvas decouro

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EVITAR

• Arestas vivas• Sobrecargas• Abalos violentos• Formação de nós

VERIFICAR

• Amarras e pontos de amarras• O enrolamento regular no tambor

Um cabo solto repentinamente pode bater e causar ferimentos.É preciso mantê-lo sempre sob uma certa tensão.

PROTEGER o cabo contra o fogo e produtos corrosivos.

Depois do Uso

Manutenção

A lubrificação(Preferivelmente a quente)

Facilita o deslocamento dos fios em relação de uns aos outrosEvita abrasão e corrosãoProtege a alma de material têxtil

Limpar antes de lubrificar

Estocar num perfil devidamente arredondadoEliminar os cabos que não mais oferecem garantias de segurança.

11.2. Correntes

São principalmente usadas nas eslingas, ou para fixação de elementosde andaime de madeira.

Possuem boa resistência e são muito elásticas.Porém pesadas e sua resistência diminui com o tempo frio.

Resistência admitida (carga de ruptura) conforme categorias:

Existem 4 (quatro) categorias:• Correntes de estai = 18 Kg por mm2 de seção• Correntes de elos calibrados e elos curtos = 14 Kg por mm2 deseção

• Correntes retorcidas = 5 Kg por mm2 de seção

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Carga de uso = 1/5 da carga de ruptura

Carga de ruptura/5 = Carga de uso

Precauções antes do uso

Não usar uma corrente de carga quando um de seus elos estiver:• deformado• alongado achatado• aberto• gasto

Nestes casos, deve ser consertada pelo fabricante.

A resistência de uma corrente é a de seu elo enfraquecido.Em tempo frio, aquecer lentamente a corrente antes de usá-la.

Precauções durante o uso

Evitar :• arestas vivas (colocar calços)• abalos violentos• sobrecargas• corrosivos (lubrificar)• atritos

Verificar a posição em nível dos elos e se a corrente não está enroscada.

Depois do uso

Estocar suspensa em local seco e livre de ácidos ou produtos corrosivos.

11.3. Cordas

São compostas de fio grossos (fios elásticos elementares) retorcidos emconjunto para formar um toro.Um conjunto de toros torcidos constitui uma corda.

• Muito elásticas e relativamente leves. Possuem porém resistênciamenor do que cabos ou correntes.

• Deterioração rápida.• Corte fácil sob cargas duras ou de densidade elevada.

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Podem ser de :

Fibras vegetais• cânhamo• cânhamo de Manila• sisal• juta

Fibras artificiais• Nylon

Resistência

Além dos dados do quadro que segue, levar em conta também:• o tipo de tecedura• o número de toros• o desgaste

Precauções antes do uso

Verificar : Abrasão dos fios externosToros quebrados ou amassados

Controlar : As faces internas dos toros• Uma corda enegrecida pode ser sinal de mofo• A queda de pó esbranquiçado é outro sinal que está deteriorado.

Sinais de mofo ou aquecimento podem também ser constatados pelo cheiro.

Precauções durante o uso

Para os cabos e correntes, evitar:

• arestas cortantes• atritos• nós• abalos violentos• corrosivos• objetos pontiagudos• sobrecargas• emplastro, salvo nas extremidades

Depois do uso

Secá-lasGuardá-las em local seco e ao abrigo do calorSuspendê-las em perfil bastante arredondadoProtegê-las dos roedores (ratos) e produtos corrosivos (cal, cimento etc.)

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As cordas de nylon

• Resistência 2 vezes maior do que a do cânhamo de Manila.• Não apodrecem, nem mofam• Podem alongar-se de 30 a 40% sem romper-se, o que permiteabsorver abalos violentos.

• Uma longa estocagem no sol diminui sua resistência.• Usadas principalmente para cordas de segurança (cintos)

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12. PEQUENAS OPERAÇÕES MECÂNICAS

A pequena operação mecânica pode substituir ou completarvantajosamente a operação manual, empregando equipamentos de suspensãorelativamente simples, movidos à mão.

Para reduzir tanto a fadiga humana, quanto à freqüência de acidentes,recomenda-se, na medida do possível, o uso da operação mecânica.

Nas grandes oficinas e nas obras de vulto, a mecanização da operação,organizada racionalmente e utilizando os equipamentos modernos hojedisponíveis, garante a rentabilidade das operações e limita a participação dotrabalhador à direção dos equipamentos, ao controle das manobras e àfiscalização das instalações.

12.1. Polias de Suspensão

Perfil da garganta das ranhuras

• arredondado para polis de cordas ou cabos• de impressões ou ranhuras para as correntes

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Regulamentação

Diâmetro das polias = 22 vezes o diâmetro do caboDispositivo para impedir o escapamento do cabo da gargantaInstalação de protetor, para permitir a manobra sem risco de prender a mãoentre a carcaça e a polia.Alternativa : montar a polia a 2,20 m do chãoDispositivos permitindo o deslocamento de polias de cadernais sem tocar aoscabos ou cordas.Tomar as devidas precauções para evitar a torção das correntes durante oenrolamento das mesmas.

Manobra

Puxar o cabo no alinhamento da polia, para evitar atritos e desgaste. Oângulo máximo admissível não pode ultrapassar 5° .

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Nunca ficar parado debaixo da carga . O manobrista deve ficar a distânciasuficiente fora do eixo da carga. É indispensável usar capacete.

12.2 Cadernais

Um cadernal é composto de determinado número de polias falsasmontadas num mesmo eixo.

Os cadernais simples possuem uma única corda (cabo ou corrente),permitindo a montagem de aparelho de tração elementar : a talha

Em tração direta (1 e 1 a), ponto fixo sustenta a carga menos o esforçode tração. Em reação inversa (2 e 2 a), o ponto fixo sustenta a carga mais oesforço de tração.

Princípio de funcionamento de cardenais simples

Cadernais compostosCom vários moitões e uma única extremidade livre.

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Cadernais em paralelo

Os cadernais compostos e em paralelo são combinações de cadernais simples.

O cadernal é um meio para reduzir o esforço de tração a ser exercido paramanobrar uma carga determinada, modificando, se for preciso, a direção desteesforço.

Armar uma polia, é equipá-la com roldanas de tração para o qual foi prevista :corda, cabo ou corrente.Bater uma polia num ponto fixo ou numa carga é fixa-la por seu gancho nesteponto fixo ou carga.

12.3. Talhas de Corrente

12.3.1. Talha diferencial de corrente

• Inclui duas polias de impressões, de diâmetros diferentes,montadas no mesmo eixo.

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• A corrente passa numa 3a polia (de diâmetro pouco menor dasduas primeiras), que leva o gancho de suspensão

12.3.2. Talhas de engrenagens

• O volante de manobra é uma polia de impressões acionada poruma corrente independente.

• A polia de impressões de nós de suspensão arrasta a corrente desuspensão.

• O conjunto polias e sistema de multiplicador é protegido porcárter.

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12.3.3. Talhas de parafuso sem fim

• O parafuso sem fim ataca uma engrenagem helicoidal.• Não sendo acionada a corrente de manobra um freio imobiliza acarga; o mesmo freio regulariza ainda o movimento de descida.

12.4. Talhas Especiais

12.4.1. Talhas de corrente e roda de lingueta

• Estas talhas são usadas principalmente para manobras de traçãoauxiliares : tensão de um cabo etc.

• A parte fixa do aparelho inclui:- um gancho de fixação- um cárter protetor do mecanismo do equipamento e dosistema de segurança.

- Alavanca e cabo de manobra no espaço.- O dispositivo de mudança de marcha, localizado na alavanca(B ponto morto – A , C marcha e inversão).

• Uma corrente de roletes liga esta parte fixa a um gancho móvel,diretamente ou por intermédio de outra polia.

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12.4.2. Talhas de mordentes articulados (tipo TIRFOR)

Este aparelho é irreversível. Quando se larga a alavanca de manobra, ocabo fica bloqueado e segura tanto mais quanto mais pesada for a carga.

• Os aparelhos deste tipo, embora obedeçam a princípio diferente,são usados sob as mesmas condições das talhas especiais epodem ser incluídos nesta categoria.

• O aparelho TIRFOR compõe se essencialmente de doismordentes apertando alternativamente um cabo de tipo especial,movimentando-o descontinuamente.

• O mecanismo é embutido num cárter muito resistente, munido deum gancho montado em pino, que permite a amarração numponto fixo.

• Quando o cabo é “batido” num ponto fixo, o TIRFOR se deslocaao longo deste cabo juntamente com a carga, ligada então aogancho montado no aparelho.

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12.5. Guinchos Movidos à Mão

Os guinchos são equipamentos de tração destinados, principalmente àsuspensão vertical de cargas.

Riscos: quebra de uma de suas peças queda da carga.

12.5.1. Regras de segurança

• Tomar as medidas necessárias para orientar as manobras, se aárea de movimento das cargas fica fora do campo visual dooperador.

• Tomar medidas eficazes para evitar a queda de materiais, cabosetc., e para garantir a movimentação certa de peças compridas.

• Vedar circulação ou permanência debaixo das cargas.• Nas paradas, não deixar cargas suspensas no gancho.• Os operadores de aparelhos de suspensão devem ser protegidoscontra a queda de objetos diversos e de materiais por teto desegurança.

• Este teto, de resistência suficiente, deve ser montado de maneiraa não impedir o controle das manobras da carga.

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12.5.2. Instalações:

• O equipamento de suspensão deve ser colocado em base firme.• Sua fixação, ancoragem ou lastreamento (conforme os casos)deve ser executada cuidadosamente, para evitar o eventualdeslocamento da carcaça em conseqüência do esforço de traçãoe de outros esforços.

• As instalações devem permitir operações de carga e descargasem necessidade, para os trabalhadores encarregados dasmesmas, de se debruçarem sobre o espaço.

• Cargas de, no máximo, 50 Kg podem, entretanto, ser levadas dopiso da instalação, a prumo, por um gancho de comprimentosuficiente. O trabalhador deverá garantir sua segurança pelosmeios apropriados para se segurar ou ficar segurado, evitando aqueda no espaço.

• É indispensável recolocar peitoris porventura desmontados paraexecutar uma manobra.

12.5.3. Transporte ou levantamento de pessoal

• Em locais de trabalho de acesso perigoso, equipamentos delevantamento acionados à mão podem ser utilizados para otransporte ou levantamento de pessoal.

• Os guinchos acionados a mão são utilizados esporadicamentepara a descida de trabalhadores nos poços.

• Enquanto os trabalhadores permanecerem numa galeriasubterrânea ou no fundo de um poço, um elemento deve ficarpermanentemente destinado a acionar o guincho.

• Para poços de mais de 6 metros de profundidade, o guinchoacionado à mão deve ser acionado, pelo menos, por doiselementos.

12.6. Macacos

12.6.1. Colocação

A – macaco de haste metálica fixa e cremalheira móvelB – macaco de haste metálica móvel e cremalheira fixa.

Os macacos exercem esforços de empuxo idênticos e em sentidoscontrários, aplicados, por um lado, à carga a ser deslocada e, por outro lado, aum ponto de apoio fixo.

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Emprego errado do patim do macaco

• Falta de contato entre macaco e carga• O conjunto macaco-carga carece de apoio• O contato entre peças metálicas facilita o deslizamento• Somente a ponta do patim foi colocada sobre a carga

Emprego correto do patim do macaco

• Escolher um ponto de apoio estável e não escorregadio• Colocar o macaco em posição vertical• Calçar corretamente para manter equilibrada a carga que se estálevantando.

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Macacos de parafusos

• O parafuso é movimentado:- por rotação do parafuso em relação à porca fixa- por rotação da porca, com o parafuso imobilizado

• O movimento rotatória é acionado por um eixo engatado na porcaou por um dispositivo de roda de lingüeta.

• Existem ainda macacos de parafuso telescópico e macacoshidráulicos.

12.6.2. Precauções no uso

• Não ultrapassar os esforços normais próprios a estes aparelhos.• Para o levantamento, utilizar a catraca de retenção do macaco.• Para a descida, segurar bem nivelada, sem procurar pegá-la seela escapar (risco de fratura no braço)

• Colocar a placa do macaco em base firme, ou calçar com sapatade madeira de dimensões suficientes para impedir oescorregamento do apoio.

• Se for preciso utilizar vários aparelhos simultaneamente,sincronizar os movimentos e calçar freqüentemente a carga.

• Usar calços calibrados de madeira de lei; não ficar debaixo dacarga para colocá-los. Para serviços pesados, colocar os calços aintervalos proporcionais a altura e cruzar o empilhamento doscalços.

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Aviso importante

• Manter o equipamentos limpo e em bom estado• Lubrificar freqüentemente eixos, engrenagens e parafusos

12.7. Cabrestante, Mastro e Tripé

12.7.1.Cabrestante

Um cabrestante se compõe de duas peças oblíquas, ligadas por certonúmero de travessas. É equipado com guincho na base e uma polia na cabeça.

12.7.2. Mastro

Um mastro é equipado na maioria das vezes com talha ou aparelho tipo“Tirfor”.Possibilita o levantamento de peças do dobro do comprimento do mastro.

12.7.3.Tripé

Quando a estabilidade de um cabrestante for assegurada por umterceiro elemento rígido, teremos um tripé.

O deslizamento dos pés é impedido por placas de pontas, ou munidasde fichas fincadas no solo. O afastamento é regulável e pode ser mantido porcorrentes ligando os montantes.

O tripé é geralmente usado com uma talha de corrente ou um guincho.

Cabrestante

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Mastro

Tripé

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13. ESCADAS, RAMPAS E PASSARELAS

A madeira a ser usada para construção de escadas, rampas epassarelas deve ser de boa qualidade, sem apresentar nós e rachaduras quecomprometam a resistência, estar seca, sendo proibido o uso de pintura queencubra imperfeições.

As escadas de uso coletivo, rampas e passarelas para a circulação depessoas e materiais devem ser de construção sólida e dotadas de corrimão erodapé.

A transposição de pisos com diferença de nível superior a 0,40 m(quarenta centímetros) deve ser feita por meio de escadas ou rampas.É obrigatória a instalação de rampa ou escada provisória de uso coletivo paratransposição de níveis como meio de circulação de trabalhadores.

13.1. Escadas

As escadas são um equipamento simples e prático, utilizado por todosos profissionais da construção.

Mal construídas, mal conservadas ou mal utilizadas, podem representarum perigo extremamente sério.Os acidentes, devidos a seu uso, são quedas, freqüentemente sérias, devidas:

• mau estado da escada- escada mal construída- escada velha, precipitadamente consertada no local pelousuário

• ou a um uso errado, acarretando:- oscilação ou escorregamento do topo- escorregamento do pé- quebra de partes- desequilíbrio do usuário, devida a posições erradas ouacrobacias.

As escadas podem ser construídas em madeira, metálica (aço,alumínio), materiais sintéticos, de corda.

Os tipos de escadas são :• simples• dupla• corrediça• articulada• plana (para telhados)• de corda

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13.2. Rampas e Passarelas

As rampas e passarelas provisórias devem ser construídas e mantidasem perfeitas condições de uso e segurança.

As rampas provisórias devem ser fixadas no piso inferior e superior, nãoultrapassando 30° (trinta graus) de inclinação em relação ao piso.

Nas rampas provisórias, com inclinação superior a 18° (dezoito graus),devem ser fixadas peças transversais, espaçadas em 0,40 m (quarentacentímetros), no máximo, para apoio nos pés.

As rampas provisórias usadas para trânsito de caminhões devem terlargura mínima de 4,00 m (quatro metros) e ser fixadas em suas extremidades.

Não devem existir ressaltos entre o piso da passarela e o piso doterreno.Os apoios das extremidades das passarelas devem ser dimensionados em

função do comprimento total das mesmas e das cargas a que estarãosubmetidas.

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14. ANDAIMES

O dimensionamento dos andaimes, sua estrutura de sustentação e fixaçãodevem ser realizados por profissional legalmente habilitado.

Os andaimes devem ser dimensionados e construídos de modo a suportar,com segurança, as cargas de trabalho a que estão sujeitos.

O piso de trabalho dos andaimes deve ter forração completa, antiderrapante,ser nivelado e fixado de modo seguro e resistente.

Devem tomadas precauções especiais, quando da montagem, desmontageme movimentação de andaimes próximos às redes elétricas.

A madeira para confecção de andaimes deve ser de boa qualidade, seca,sem apresentar nós e rachuras que comprometam a sua resistência, sendoproibido o uso de pintura que encubra imperfeições.

É proibido a utilização de aparas de madeira na confecção de andaimes.

Os andaimes devem dispor de sistema guarda-corpo e rodapé, inclusive nascabeceiras, em todo o perímetro, com exceção do lado da face de trabalho.

É proibido retirar qualquer dispositivo de segurança dos andaimes ou anularsua ação.

O acesso aos andaimes deve ser feito de maneira segura.

14.1. Andaime Simplesmente Apoiados

• Os montantes dos andaimes devem ser apoiados em sapatasobre base sólida capaz de resistir aos esforços solicitantes e àscargas transmitidas.

• É proibido trabalho em andaimes apoiados sobre cavaletes quepossuam altura superior a 2,00 m (dois metros) e largura inferior a0,90 m (noventa centímetros).

• É proibido o trabalho em andaimes na periferia da edificação semque haja proteção adequada fixada a estrutura da mesma.

• É proibido o deslocamento das estruturas dos andaimes comtrabalhadores sobre os mesmos.

• Os andaimes cujos pisos de trabalho estejam situados a mais de1,50 m (um metro e cinqüenta centímetros) de altura devem serprovidos de escadas ou rampas.

• O ponto de instalação de qualquer aparelho de içar materiaisdeve ser escolhido de modo a não comprometer a estabilidade esegurança do andaime.

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• Os andaimes de madeira não podem ser utilizados em obrasacima de 3 (três) pavimentos ou altura equivalente, podendo ter olado interno apoiado na própria edificação.

• A estrutura dos andaimes deve ser fixada à construção por meiode amarração e entroncamento, de modo a resistir aos esforços aque estará sujeita.

• As torres de andaimes não podem exceder, em altura, quatrovezes a menor dimensão da base de apoio, quando nãoestaiadas.

14.2. Andaimes Fachadeiros

• Os andaimes fachadeiros não devem receber cargas superioresàs especificadas pelo fabricante. Sua carga deve ser distribuídade modo uniforme, sem obstruir a circulação de pessoas e serlimitada pela resistência da forração da plataforma de trabalho.

• Os acessos verticais ao andaime fachadeiro devem ser feitos emescada incorporada à sua própria estrutura ou por meio de torrede acesso.

• A movimentação vertical de componentes e acessórios para amontagem e/ou desmontagem de andaime fachadeiro deve serfeita por meio de cordas ou por sistema próprio de içamento.

• Os montantes do andaime fachadeiro devem Ter seus encaixestravados com parafusos, contrapinos, braçadeiras ou similar.

• Os painéis dos andaimes fachadeiros destinados a suportar ospisos e/ou funcionar como travamento, após encaixados nos

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montantes, devem ser contrapinados ou travados com parafusos,braçadeiras ou similar.

• As peças de contraventamento devem ser fixadas nos montantespor meio de parafusos, braçadeiras ou por encaixe em pino,devidamente travados ou contrapinados, de modo que assegurema estabilidade e a rigidez necessárias ao andaime.

• Os andaimes fachadeiros devem dispor de proteção com tela dearame galvanizado ou material de resistência e durabilidadeequivalente, desde a primeira plataforma de trabalho até pelomenos 2m (dois metros) acima da última plataforma de trabalho.

14.3. Andaimes Móveis

• Os rodízios dos andaimes devem ser providos de travas de modoa evitar deslocamentos acidentais.

• Os andaimes móveis somente poderão ser utilizados emsuperfícies planas.

14.4. Andaimes em Balanço

• Os andaimes em balanço devem ter sistema de fixação àestrutura da edificação capaz de suportar três vezes os esforçossolicitantes.

• A estrutura do andaime deve ser convenientementecontraventada e ancorada de tal forma a eliminar quaisqueroscilações.

14.5. Andaimes Suspensos Mecânicos

• A sustentação de andaimes suspensos mecânicos deve ser feitapor meio de vigas metálicas de resistência equivalente a nomínimo, três vezes o maior esforço solicitante.

• É proibida a fixação de vigas de sustentação de vigas desustentação nos andaimes por meio de sacos de areia, latas comconcreto outros dispositivos similares.

• É proibido o uso de cordas de fibras naturais ou artificiais parasustentação dos andaimes suspensos mecânicos.

• Os cabos de suspensão devem trabalhar na vertical e o estrado,na horizontal.

• Os dispositivos de suspensão devem ser diariamente verificados,pelos usuários e pelo responsável pela obra, antes de iniciadosos trabalhos.

• Os cabos utilizados nos andaimes suspensos devem tercomprimento tal que, para a posição mais baixa do estrado,restem pelo menos 6 (seis) voltas sobre cada tambor.

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• A roldana do cabo de suspensão deve rodar livremente e orespectivo sulco ser mantido em bom estado de limpeza econservação.

• Os andaimes suspensos devem ser convenientemente fixados àconstrução na posição de trabalho.

• Os quadros dos guinchos de elevação devem ser providos dedispositivos para fixação de sistema guarda-corpo e rodapé.

• É proibido acrescentar trechos em balanço ao estrado deandaimes suspensos mecânicos.

• O estrado do andaime deve estar fixado aos estribos de apoio e oguarda-corpo ao seu suporte.

• Sobre os andaimes só é permitido depositar material para usoimediato.

• Os guinchos de elevação devem satisfazer os seguintesrequisitos:- Ter dispositivo que impeça o retrocesso do tambor- Ser acionado por meio da alavancas ou manivelas, ouautomaticamente, na subida e descida do andaime

- Possuir Segunda trava de segurança- Ser dotado de capa de proteção de catraca.

14.6. Andaimes Suspensos Mecânicos Pesados

• A largura mínima dos andaimes suspensos mecânicos pesadosdeve ser de 1,50 m (um metro e cinqüenta centímetro.

• Os estrados dos andaimes suspensos mecânicos pesados podemser interligados, até o comprimento máximo de 8,00 m (oitometros)

• A fixação dos guinchos aos estrados deve ser executada pormeio de armações de aço, havendo em cada armação doisguinchos.

14.7. Andaimes Suspensos Mecânicos Leves

• Os andaimes suspensos mecânicos leves somente poderão serutilizados em serviços de reparo, pintura, limpeza e manutençãocom a permanência de, no máximo, 2 (dois) trabalhadores.

• Deve ser garantida a estabilidade dos andaimes suspensosmecânicos leves durante todo o período de sua utilização, atravésde procedimentos operacionais e de dispositivos ouequipamentos específicos.

• Os guinchos dos andaimes suspensos mecânicos leves devemser fixados nas extremidades das plataformas de trabalho, pormeio de armações de aço, podendo haver em cada armação umou dois guinchos.

• Os andaimes suspensos mecânicos leves quando montados comapenas um guincho em cada uma das extremidades daplataforma de trabalho, deverão ser dotados de cabo de

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segurança adicional, de aço, ligado a dispositivo de bloqueiomecânico/automático.

• É proibida a interligação de andaimes suspensos leves.

14.8. Cadeira Suspensa

• Em quaisquer atividades em que não seja possível a instalaçãode andaimes, é permitida a utilização de cadeira suspensa(balancim individual)

• A sustentação de cadeira deve ser feita por meio de cabo de aço.• A cadeira suspensa deve dispor de:- sistema dotado de dispositivo de subida e descida com dupla

trava de segurança.- Requisitos mínimos de conforto previstos na NB 17 –Ergonomia.

- Sistema de fixação do trabalhador por meio de cinto.• O trabalhador deve utilizar cinto de segurança tipo pára-quedista,ligado ao trava-quedas em cabo-guia independente.

• A cadeira suspensa deve apresentar na sua estrutura emcaracteres indeléveis e bem visíveis, a razão social do fabricanteo número de registro respectivo no Cadastro Geral deContribuintes-CGC.

• É proibida a improvisação de cadeira suspensa.• O sistema de fixação da cadeira suspensa deve ser independentedo cabo-guia do trava-quedas.

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15. MEDIDAS DE PROTEÇÃO DE QUEDAS EM ALTURA

Causas principais das quedas:

Perda de equilíbrio do trabalhador à beira do espaço, semproteção(escorregão, passo em falso, batida de objeto em movimento.)

Falha de uma instalação ou de um dispositivo de proteção (quebra,desabamento do suporte).

15.1. Aptidões para trabalhos em altura

Nas obras de construção civil e nas obras públicas, os trabalhadoresdevem ser aptos para trabalhos em altura, do ponto de vista médico.

• Exame médico na contratação• Exame depois de uma interrupção do trabalho (de mais de 3semanas)

• Exames anuais

É proibido empregar menores de 18 anos em trabalhos em altura dequalquer natureza, sem constatação médica de sua aptidão para estesserviços.

As condições de emprego e fiscalização dos interessados serãodeterminadas por ordem escrita.

Todas as medidas de segurança antes do início destes serviços e nodecorrer dos mesmos.

O inspetor do trabalho, após parecer favorável do médico do trabalho oumédico da empresa, pode autorizar aprendizes menores de 18 anos a efetuardeterminados serviços proibidos, desde que sejam tomadas medidas paragarantir um controle eficaz pelo instrutor ou monitor de oficina.

15.2. Causas materiais das quedas

Princípios gerais de segurança

As medidas de prevenção coletiva merecem prioridade absoluta.

Adotar dispositivos de proteção individual somente quando forimpossível assegurar uma proteção coletiva. Neste caso, o trabalhadornunca permanecerá sozinho e a duração máxima dos serviços será de umdia.ESTUDAR OS MEIOS DE PREVENÇÃO DE QUEDAS ANTES DO ÍNICIODOS SERVIÇOS.NUNCA IMPROVISAR DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO.

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OS DISPOSITIVOS DEVEM SER:

• Apropriados aos serviços a serem executados.• Bastante resistência para suportar os esforços aos quais serãosubmetidos.

• Mantidos em bom estado.• Utilizados corretamente.

15.3. Regulamentação

• É obrigatória a instalação de proteção coletiva onde houver riscode queda de trabalhares ou de projeção de materiais.

• As aberturas no piso devem ter fechamento provisório resistente.• As abertura, em caso de serem utilizadas para o transportevertical de materiais e equipamentos, devem ser protegidas porguarda-corpo fixo, no ponto de entrada e saída de material, e porsistema de fechamento do tipo cancela ou similar.

• Os vãos de acesso às dos elevadores devem ter fechamentoprovisório de, no mínimo, 1,20m (um metro e vinte centímetros)de altura, constituídos de material resistente e seguramentefixado à estrutura, até a colocação definitiva das portas.

• É obrigatória, na periferia da edificação, a instalação de proteçãocontra queda de trabalhadores e proteção de materiais a partir doinício dos serviços necessários a concretagem da primeira laje.

• A proteção contra quedas, quando constituída de anteparosrígidos, em sistema de guarda-corpo e rodapé, deve atender aosseguintes requisitos.- Ser construídas com altura de 1,20m (um metro e vintecentímetros) para o travessão superior e 0,70m (setentacentímetros) para o travessão intermediário.

- Ter rodapé com altura de 0,20m (vinte centímetros)- Ter vãos entre travessas preenchidos com tela ou outrodispositivo que garanta o fechamento seguro da abertura.

• Em todo perímetro da construção de edifícios com mais de 4(quatro) pavimentos ou altura equivalente, é obrigatória ainstalação de uma plataforma principal de proteção na altura daprimeira laje que esteja, no mínimo, um pé-direito acima do níveldo terreno.

• Esta plataforma deve ter, no mínimo, 2,50m (dois metros ecinqüenta centímetros) de proteção horizontal da face externa daconstrução e 1 (um) complemento de 0,80m (oitenta centímetros)de extensão, com inclinação de 45° (quarenta cinco graus), apartir de sua extremidade.

• A plataforma deve ser instalada logo após a concretagem da lajea que se refere, e retirada somente quando o revestimentoexterno do prédio acima dessa plataforma estiver concluído.

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• Acima e a partir da plataforma principal de proteção devem serinstaladas, também, plataformas secundárias de proteção, embalanço, de 3 (três) em 3 (três) lajes.

• Estas plataformas devem Ter, no mínimo, 1,40m de balanço e umcomplemento de 0,80m de extensão, com inclinação de 45° , apartir de sua extremidade.

• Cada plataforma devem ser instalada logo após a concretagemda laje a que se refere, e retirada somente quando a vedação daperiferia, até a plataforma imediatamente superior, estiverconcluída.

• Na construção de edifícios com pavimentos no subsolo, devemser instaladas, ainda, plataformas terciárias de proteção, de 2 em2 lajes, contadas em direção ao subsolo e a partir da lajereferente à instalação da plataforma principal de proteção.

• Estas plataformas devem Ter, no mínimo, 2,20m de proteçãohorizontal da face externa da construção e um complemento de0,80m de extensão, com inclinação de 45° , a partir de suaextremidade.

• O perímetro da construção de edifícios, deve ser fechado comtela a partir da plataforma principal de proteção.

• A tela deve constituir-se de uma barreira protetora contraprojeção de materiais e ferramentas.

• A tela deve ser instalada entre as extremidades de 2 plataformasde proteção consecutivas, só podendo ser retirada quando avedação da periferia, até a plataforma imediatamente superior,estiver concluída.

• Em construções em que os pavimentos mais altos foremrecuados, deve ser considerada a primeira laje do corpo recuadopara a instalação de plataforma principal de proteção .

• As plataformas de proteção devem ser construídas de maneiraresistente e mantidas sem sobrecarga que prejudique aestabilidade de sua estrutura.

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16. Instalações Elétricas

Todos os que trabalham em eletricidade, em qualquer das fases degeração, transmissão, distribuição e consumo de energia elétrica devem seguiras seguintes restrições:

Nas instalações e serviços em eletricidade, devem ser observadas noprojeto, execução, operação, manutenção, reforma e ampliação, as normastécnicas oficiais estabelecidas pelos órgãos competentes e, na falta destas, asnormas internacionais vigentes.

O Ministério do Trabalho dispõe sobre as condições de segurança e asmedidas especiais a serem observadas relativamente a instalações elétricas,em qualquer das fases de produção, transmissão, distribuição ou consumo deenergia.

Somente profissional qualificado poderá instalar, operar, inspecionar oureparar instalações elétricas. Os que trabalharem em serviços de eletricidadeou instalações elétricas devem estar familiarizados com os métodos de socorroa acidentados por choque elétrico.

16.1. Instalações

16.1.1.Proteção contra o risco de contato.

• Todas as partes das instalações elétricas devem ser projetadas eexecutadas de modo que seja possível prevenir, por meios seguros, osperigos de choque elétrico e todos os outros tipos de acidentes.

• As partes de instalações elétricas a serem operadas, ajustadas ouexaminadas, devem ser dispostas de modo a permitir um espaçosuficiente para trabalho seguro.

• As partes das instalações elétricas, não cobertas por material isolante,na impossibilidade de se conservarem distâncias que evitem contatoscasuais, devem ser isoladas por obstáculos que ofereçam, de formasegura, resistência a esforços mecânicos usuais.

• Toda instalação ou peça condutora que não faça parte dos circuitoselétricos, mas que, eventualmente, possa ficar sob tensão, deve seraterrada, desde que esteja em local acessível a contatos. Aterramentodas instalações elétricas deve ser executado.

• As instalações elétricas, quando a natureza do risco exigir e sempre quetecnicamente possível, devem ser providas de proteção complementar,através de controle a distância, manual e/ou automático.

• As instalações elétricas que estejam em contato direto ou indireto com aágua e que possam permitir fuga de corrente devem ser projetadas eexecutadas, em especial quanto à blindagem, estanqueidade,isolamento e aterramento.

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16.1.2. Proteção contra risco de incêndio e explosão.

• Todas as partes das instalações elétricas devem ser projetadas,executadas e conservadas, para prevenir os riscos de incêndio eexplosão.

• As instalações elétricas sujeitas a maior risco de incêndio e explosãodevem ser projetadas e executadas com dispositivos automáticos deproteção contra sobrecorrente e sobretensão, além de outrascomplementares.

• Os ambientes das instalações elétricas, que contenham risco deincêndio, devem ter proteção contra fogo.

• As partes das instalações elétricas sujeitas à acumulação de eletricidadeestática devem ser aterradas.

16.1.3. Componentes das instalações.

• Os transformadores e capacitores devem ser instalados, consideradasas recomendações do fabricante e normas específicas, no que se refereà localização, distância de isolamento e condições de operação.

• Os transformadores e capacitores, localizados no interior de edificaçõesdestinadas a trabalho, deverão ser instalados em locais bem ventilados,construídos de materiais incombustíveis e providos de portas corta-fogo,de fechamento automático.

• Os postos de proteção, transformação e medição de energia elétricadevem obedecer todas as prescrições em especial aquelas referentes aespaço de trabalho, iluminação e isolamento de ferramentas.

• Os dispositivos de desligamento e manobra de circuitos elétricos devemser projetados e instalados, seguindo as prescrições referentes àlocalização, sinalização, comando e identificação.

• Todas as edificações devem ser protegidas contra descargas elétricasatmosféricas, levando em consideração a sua localização, condições deligação a terra e zona de atuação dos pára-raios.

• Os condutores e suas conexões, condutos e suportes devem serprojetados e instalados, conforme isolamento, dimensionamento,identificação e aterramento.

• Os circuitos elétricos com finalidades diferentes, tais como telefonia,sinalização, controle e tração elétrica, devem ser instalados,observando-se os cuidados especiais quanto à sua separação física eidentificação.

• Os Quadros de Distribuição e Painéis de Controle devem ser projetados,instalados, mantidos e operados, considerando-se à localização,iluminação, visibilidade, identificação dos circuitos e aterramento.

• As baterias fixas de acumuladores devem ser instaladas em locais oucompartimentos providos de piso de material resistente a ácidos edotados de meios que permitam a exaustão dos gases.

• Os locais ou compartimentos referidos devem estar situados à parte dorestante das instalações.

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16.1.4. Equipamentos de utilização da energia elétrica.

• As instalações elétricas, destinadas à utilização de eletrodomésticos, emlocais de trabalho e de ferramentas elétricas portáteis, quanto à tomadade corrente, extensões de circuito, interruptores de correntes,especificação e qualidade dos condutores.

• É proibida a ligação simultânea de mais de um aparelho à mesmatomada de corrente, com o emprego de acessórios que aumentem onúmero de saídas, salvo se a instalação for projetada com essafinalidade.

• As máquinas elétricas girantes devem ser instaladas, obedecidas asrecomendações do fabricante, e seguir as normas específicas no que serefere à localização e condições de operação.

• Todo motor elétrico deve possuir dispositivo que o desligueautomaticamente toda vez que, por funcionamento irregular, representerisco iminente de acidente.

• Os equipamentos de iluminação devem ser especificados e mantidosdurante sua vida útil, de forma a garantir os níveis de iluminamentocontidos na Norma Regulamentadora - NR 15 e posicionados de forma agarantir condições seguras de manutenção.

• Os equipamentos de iluminação devem ser de tipo adequado aoambiente em que serão instalados e possuir proteção externa adequada.

• As lâmpadas elétricas portáteis serão utilizadas unicamente onde nãopossa ser conseguida uma iluminação direta dentro dos níveis deiluminamento previstos na NR 15.

• As tomadas de correntes para instalação no piso devem possuir caixaprotetora que impossibilite a entrada de água ou de objetos estranhos,estando ou não o pino inserido na tomada.

16.2. Serviços.

16.2.1. Proteção do trabalhador.

No desenvolvimento de serviços em instalações elétricas devem serprevistos Sistemas de Proteção Coletiva - SPC através de isolamento físico deáreas, sinalização, aterramento provisório e outros similares, nos trechos ondeos serviços estão sendo desenvolvidos.

Quando, no desenvolvimento dos serviços, os sistemas de proteçãocoletiva forem insuficientes para o controle de todos os riscos de acidentespessoais, devem ser utilizados Equipamentos de Proteção Coletiva - EPC eEquipamentos de Proteção Individual - EPI, tais como varas de manobra,escadas, detectores de tensão, cintos de segurança, capacetes e luvas.

As ferramentas manuais utilizadas nos serviços em instalações elétricasdevem ser eletricamente isoladas, merecendo especiais cuidados asferramentas e outros equipamentos destinados a serviços em instalaçõeselétricas sob tensão.

Todo equipamento elétrico, tais como motores, transformadores,capacitores, devem conter, nas suas especificações, o seu espectro sonoro emfaixas de oitava freqüência, para controle do seu nível de pressão sonora.

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16.2.2. Procedimentos.

• Durante a construção ou reparo de instalações elétricas ou obras deconstrução civil, próximas de instalações sob tensão, devem sertomados cuidados especiais quanto ao risco de contatos eventuais e deindução elétrica.

• Quando forem necessários serviços de manutenção em instalaçõeselétricas sob tensão, estes deverão ser planejados e programados,determinando-se todas as operações que envolvam riscos de acidente,para que possam ser estabelecidas as medidas preventivasnecessárias.

• Toda ocorrência, não programada, em instalações elétricas sob tensãodeve ser comunicada ao responsável por essas instalações, para quesejam tomadas as medidas cabíveis.

• É proibido acesso e permanência de pessoas não autorizadas emambientes próximos a partes das instalações elétricas que ofereçamriscos de danos às pessoas e às próprias instalações.

• Os serviços de manutenção ou reparo em partes de instalações elétricasque não estejam sob tensão só podem ser realizados quando asmesmas estiverem liberadas.

• Entende-se por instalação elétrica liberada para estes serviços aquelacuja ausência de tensão pode ser constatada com dispositivosespecíficos para esta finalidade.

• Para garantir a ausência de tensão no circuito elétrico, durante todo otempo necessário para o desenvolvimento destes serviços, osdispositivos de comando devem estar sinalizados e bloqueados, bemcomo o circuito elétrico aterrado.

• Os serviços de manutenção e/ou reparos em partes de instalaçõeselétricas, sob tensão, só podem ser executados por profissionaisqualificados, devidamente treinados, em cursos especializados, comemprego de ferramentas e equipamentos especiais.

• As instalações elétricas devem ser inspecionadas por profissionaisqualificados, designados pelo responsável pelas instalações elétricasnas fases de execução, operação, manutenção, reforma e ampliação.

• Deve ser fornecido um laudo técnico ao final de trabalhos de execução,reforma ou ampliação de instalações elétricas, elaborado por profissionaldevidamente qualificado e que deverá ser apresentado, pela empresa,sempre que solicitado pelas autoridades competentes.

• Nas partes das instalações elétricas sob tensão, sujeitas a risco decontato durante os trabalhos de reparação, ou sempre que for julgadonecessário à segurança, devem ser colocadas placas de aviso,inscrições de advertência, bandeirolas e demais meios de sinalizaçãoque chamem a atenção quanto ao risco.

• Quando os dispositivos de interrupção ou de comando não puderem sermanobrados, por questão de segurança, principalmente em casos demanutenção, devem ser cobertos por uma placa indicando a proibição,com letreiro visível a olho nu, a uma distância mínima de 5 (cinco)metros e uma etiqueta indicando o nome da pessoa encarregada derecolocação, em uso normal, do referido dispositivo.

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• Os espaços dos locais de trabalho situados nas vizinhanças de parteselétricas expostas não devem ser utilizados como passagem.

• É proibido guardar objetos estranhos à instalação próximo das partescondutoras da mesma.

• Medidas especiais de segurança devem ser tomadas nos serviços emcircuitos próximos a outros circuitos com tensões diferentes.

• Quando da realização de serviços em locais úmidos ou encharcados,bem como quando o piso oferecer condições propícias para conduçãode corrente elétrica, devem ser utilizados cordões elétricos alimentadospor transformador de segurança ou por tensão elétrica não superior a 24volts.

16.2.3. Situações de emergência.

• Todo profissional, para instalar, operar, inspecionar ou repararinstalações elétricas, deve estar apto a prestar primeiros socorros aacidentados, especialmente através das técnicas de reanimaçãocardiorrespiratória.

• Todo profissional, para instalar, operar, inspecionar ou repararinstalações elétricas, deve estar apto a manusear e operarequipamentos de combate a incêndios utilizados nessas instalações.

16.3. Pessoal.

16.3.1. Autorização para trabalhos em instalações elétricas.

Estão autorizados a instalar, operar, inspecionar ou reparar instalaçõeselétricas, somente os profissionais qualificados que estiverem instruídos quantoàs precauções relativas ao seu trabalho e apresentarem estado de saúdecompatível com as atividades desenvolvidas no mesmo.

Cabe ao Serviço Especializado em Engenharia de Segurança eMedicina do Trabalho - SESMT o estabelecimento e avaliação dosprocedimentos a serem adotados pela empresa visando à autorização dosempregados para trabalhos em instalações elétricas.

São considerados profissionais qualificados aqueles que comprovem,perante o empregador, uma das seguintes condições:

a) capacitação, através de curso específico do sistema oficial de ensino;

b) capacitação através de curso especializado ministrado por centros detreinamento e reconhecido pelo sistema oficial de ensino;

c) capacitação através de treinamento na empresa, conduzido por profissionalautorizado.

Das instruções relativas às precauções do trabalho, devem constarorientação quanto à identificação e controle dos riscos e quanto aos primeirossocorros a serem prestados em casos de acidentes do trabalho.

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Todo profissional qualificado, autorizado a trabalhar em instalaçõeselétricas, deve ter esta condição anotada no seu registro do empregado.

16.3.2. Responsabilidade.

Todo responsável pelas instalações elétricas e os profissionaisqualificados e autorizados a trabalhar em instalações elétricas devem zelarpelo cumprimento da Norma Regulamentadora.

16.3.3. Prevenção de contatos diretos

Entende-se por contato direto um contato com condutor ou peçahabitualmente sob tensão. A menos que se observe as distâncias desegurança (3 ou 5 metros), os serviços somente poderão ser executadosdepois do desligamento da instalação elétrica e da aprovação da autorizaçãode serviço. Prever o travamento do dispositivo de corte e a sinalização dotrecho desligado. Se for impossível o desligamento, uma outra solução deveser adotada com a anuência da concessionária. Todos os condutores, inclusiveo neutro devem ser isolados. Os próprios isoladores devem ser encapados. Acolocação destas capas deve ser executada somente por pessoal qualificado.

Montagem de obstáculos eficazes entre a linha e o pessoal,equipamentos ou materiais. Desvio da linha, pessoal, ferramenta materiais ouequipamentos não devem se aproximar a menos de 3 metros se a linha for sobtensão de 57.000 volts e a menos de 5 metros se a tensão ultrapassar 57.000volts.

Para determinar estas distâncias mínimas, levar em conta osmovimentos possíveis das peças condutoras, bem como a oscilação dascargas e queda eventual de equipamentos.

16.4. Linha Subterrânea

Depois de se informar junto às repartições interessadas, o encarregadoda obra somente poderá iniciar o serviço depois de desligada, deverádeterminar as medidas de segurança necessárias em colaboração com aconcessionária.

A localização das tubulações e instalações deve ser claramentebatizadas.

Os serviços devem ser fiscalizados por pessoa competente, queadvertirá os trabalhadores quando se aproximarem, ou aproximarem suaferramenta a menos de 1,50 m das tubulações ou instalações.

Contato de equipamentos com linha aérea ou subterrânea

Utilizando ou deslocando equipamentos de uma instalação elétrica, enão podendo a concessionária desligá-la, o local de trabalho e os itineráriosdevem ser escolhidos de modo a evitar que uma parte qualquer dosequipamentos aproxime-se da linha a menos da distância de segurança.

Se isto for impossível, suspender os serviços e procurar uma solução emcolaboração com a concessionária.

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Em caso de divergência entre o responsável da obra e a concessionáriaa respeito das medidas a serem tomadas, pode ser solicitada à arbitragem doinspetor do trabalho.

16.5. Tomadas, Interruptores, corrente e conexões

• As tomadas de corrente, extensões e conexões devem ser montadas demodo a impedir o contato com suas peças nuas sob tensão.

• O cabo de extensão, levando a um aparelho móvel deve ser ligado àrede por intermédio de uma tomada de corrente.

• Há ainda o plugue de três pinos, onde a vantagem de utiliza-lo é devidoao terceiro pino que fornece um caminho da terra para a correnteelétrica que está "escapando" do circuito elétrico normal por falha noisolamento do equipamento. Isso ajuda a proteger o equipamento e, emalguns casos, a prevenir o choque elétrico. Os plugues que têm pinos detamanho diferentes, são plugues polarizados que tem um dos pinos maislargo ou maior do que o outro. Essa característica garante que o plugueseja inserido na posição correta, isto é, os condutores fase e neutro datomada ligados adequadamente nos equipamentos. Isso ajuda aprevenir o choque elétrico.

• Há também o interruptor de fuga, sua denominação completa édispositivo de proteção a corrente diferencial-residencial (dispositivoDR). É um dispositivo de prevenção de choques elétricos. Ele monitoraconstantemente o fluxo da corrente elétrica de um circuito para detectarqualquer alteração. Se a corrente apresentar um desequilíbrio, ou seja,valores diferentes na entrada e saída do circuito, o dispositivointerrompe o circuito, prevenindo acidentes. A vantagem de utilizá-lo éque ele pode detectar variações bem pequenas para as quais os fusíveise disjuntores comuns não atuam. Se ele está instalado corretamente, vaiatuar rápido e limitar o tempo de exposição ao choque. O choque aindapode existir mas suas conseqüências estão limitadas pelo tempo deexposição.

16.6. Segurança em Eletricidade

• As pessoas podem se proteger dos acidentes relacionados comEletricidade usando os seguintes critérios :

• Todos devem checar os sistemas elétricos de suas casas e locais detrabalho, em especial as tomadas e as extensões para terem certeza deque elas não estão sobrecarregadas.

• Devem examinar a fiação elétrica para terem certeza que não há fiosdesencapados, danificados ou colocados sob tapetes ou carpetes.

• Se forem fazer pequenos reparos, como a troca de um fusível oudisjuntor, devem seguir algumas precauções fundamentais: desligar aenergia, observar a capacidade adequada em amperes, estar com asmãos secas e pisar sobre piso seco.

• No caso de instalações elétricas antigas, é necessário uma reforma,sistemas elétricos envelhecem e podem tornar-se sobrecarregados,particularmente em casas ou edifícios antigos. Com o passar dos anos,

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mais lâmpadas, dispositivos e equipamentos são acrescentados, osistema elétrico torna-se ultrapassado e os problemas se desenvolvem.Fusíveis ou disjuntores podem queimar ou desarmar freqüentemente.Interruptores e tomadas ficam aquecidos. A intensidade das lâmpadasvaria muito com o funcionamento de outros aparelhos. Novos circuitos eoutros reparos podem ser necessários.

• Há vantagens de se utilizar disjuntores no lugar de fusíveis. Sob oaspecto de segurança elétrica não há qualquer diferença. Os disjuntorespodem ser religados depois que atuam enquanto os fusíveis operamapenas uma vez e devem ser substituídos. Se os disjuntores ou fusíveisatuam repetidamente é necessária à intervenção de um técnico poisdeve haver algum problema na instalação.

• Os serviços nas Instalações Elétricas devem ser executados nas obrasde reforma ou ampliação em instalações elétricas por profissionais ouempresas registradas no CREA - Conselho Regional de Engenharia eArquitetura, com a exigência da Anotação de Responsabilidade Técnica(ART). Essa é uma garantia de um serviço realizado por profissionaishabilitados. Procure o CREA do seu Estado ou uma de suas InspetoriasRegionais.

16.7. Normas de Instalações Elétricas.

A execução e manutenção das instalações elétricas devem serrealizadas por trabalhador qualificado, e a supervisão por profissionallegalmente habilitado.

Somente podem ser realizados serviços nas instalações quando ocircuito elétrico não estiver energizado.

Quando não for possível desligar o circuito elétrico, o serviço somentepoderá ser executado após terem sido adotadas as medidas de proteçãocomplementares, sendo obrigatório o uso de ferramentas apropriadas eequipamentos de proteção individual.

É proibida a existência de partes vivas expostas de circuitos eequipamentos elétricos.

As emendas e derivações dos condutores devem ser executadas demodo que assegurem a resistência mecânica e contato elétrico adequado.

O isolamento de emendas e derivações deve ter característicaequivalente à dos condutores utilizados.

Os condutores devem ter isolamento adequado, não sendo permitidoobstruir a circulação de materiais e pessoas.

Os circuitos elétricos devem ser protegidos contra impactos mecânicos,umidade e agentes corrosivos.

Sempre que a fiação de um circuito provisório se tornar inoperante oudispensável, deve ser retirada pelo eletricista responsável.

As chaves blindadas devem ser convenientemente protegidas deintempéries e instaladas em posição que impeça o fechamento acidental docircuito.

Os porta-fusíveis não devem ficar sob tensão quando as chavesblindadas estiverem na posição aberta.

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As chaves blindadas somente devem ser utilizadas para circuitos dedistribuição, sendo proibido o seu uso como dispositivo de partida e parada demáquinas.

As instalações elétricas provisórias de um canteiro de obras devem serconstituídas de:

a) chave geral do tipo blindada de acordo com a aprovação da concessionárialocal, localizada no quadro principal de distribuição.b) chave individual para cada circuito de derivação;c) chave-faca blindada em quadro de tomadas;d) chaves magnéticas e disjuntores, para os equipamentos.

Os fusíveis das chaves blindadas devem ter capacidade compatível como circuito a proteger, não sendo permitida sua substituição por dispositivosimprovisados ou por outros fusíveis de capacidade superior, sem acorrespondente troca da fiação.

Em todos os ramais destinados à ligação de equipamentos elétricos,devem ser instalados disjuntores ou chaves magnéticas, independentes, quepossam ser acionados com facilidade e segurança.

As redes de alta-tensão devem ser instaladas de modo a evitar contatosacidentais com veículos, equipamentos e trabalhadores em circulação, sópodendo ser instaladas pela concessionária.

Os transformadores e estações abaixadoras de tensão devem serinstalados em local isolado, sendo permitido somente acesso do profissionallegalmente habilitado ou trabalhador qualificado.

As estruturas e carcaças dos equipamentos elétricos devem sereletricamente aterradas.Nos casos em que haja possibilidade de contato acidental com qualquer parteviva energizada, deve ser adotado isolamento adequado.

Os quadros gerais de distribuição devem ser mantidos trancados, sendoseus circuitos identificados.

Ao religar chaves blindadas no quadro geral de distribuição, todos osequipamentos devem estar desligados.

Máquinas ou equipamentos elétricos móveis só podem ser ligados porintermédio de conjunto de plugue e tomada.

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17. Serviços de Demolição

17.1. Informações Gerais

Antes de se iniciar a demolição de qualquer edifício, as linhas deabastecimento de energia elétrica, água e gás, e as canalizações de esgoto eescoamento de água deverão ser retiradas e protegidas, respeitando-senormas e determinações das empresas concessionárias e repartições públicascompetentes. Contrariamente às aparências, a execução de serviços dedemolição é bastante complexa. Por este motivo, é mais importante do que emoutros serviços, chamar a atenção dos trabalhadores sobre a importância dométodo a seguir. Uma vez definida a seqüência dos serviços pelo cheferesponsável, as ordens devem ser seguidas sem improvisação, o que poderiaprejudicar a estabilidade do conjunto e a segurança da equipe toda.

17.2. Proteção Coletiva

Toda a equipe deve trabalhar ao mesmo tempo e ao mesmo nível. Épreciso um chefe de equipe para cada 10 trabalhadores. Andaimes, superfíciesde proteção, soalhos de vedação de aberturas horizontais, cercas limitando aszonas perigosas, peitoris e outros dispositivos serão instalados e mantidos nolugar até o fim da fase correspondente ao serviço.

17.3. Proteção individual

• Uso obrigatório de capacete• Recomenda-se o uso de sapatos de segurança• Luvas para proteger as mãos contra as pontas e metais ásperos.• Se a postura de trabalho for perigosa usar o cinto de segurançalimitando a queda a menos de um metro, salvo em caso de cinto comamortecedor de queda.

• Na impossibilidade de eliminar a poeira, recomenda-se o uso demáscara.

17.4. Precauções gerais

Não demolir o apoio da peça na qual se trabalha ( a multiplicidade demateriais pode levar a confusões ).

Cuidado com madeiras podres e ferros enferrujados. Seu colapsoinesperado pode provocar desequilíbrio.

É necessário retirar em primeiro lugar os elementos cuja quebradesprende fragmentos causadores de ferimentos ( janelas, portas, vidraças,espelhos ).

As peças compridas encaixadas devem ser retiradas antes dademolição.

Desencaixá-las com cuidado; há risco de projeção se arrancadasbruscamente.

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Não usar roupa larga, que pode prender em pontas, parafusos ouganchos salientes

Nunca pisar diretamente em forros, abóbadas ou forros falsos. Sua boaaparência pode enganar. Colocar soalhos nas travessas e fixá-los para evitarseu basculamento.

Indicar os elementos o equipamento de segurança individual emserviços de demolição, explicando suas finalidades :

• Capacete ( queda de objetos e pancadas ),• sapatos de segurança ( pontas, ferragens ),• luvas ( pontas, asperezas ),• cinto de segurança ( quedas ),• máscara ( poeiras nocivas ).

17.5. Execução de serviços usuais

• Nunca pisar diretamente em materiais frágeis ( cimento-amianto, telhasetc ). Colocar soalho móvel de tábuas.

• Cuidado com o deslizamento e basculamento de chapas depois deretirado o último gancho.

• Não estocar telhas no telhado. Removê-las do local de trabalho.• Destelhar telhados de duas águas simetricamente de ambos os lados,de cima para baixo.

• Demolir a base de chaminés antes do telhado.

17.5.1. Demolição de paredes

É proibido subir em paredes de grossura inferior a 35 cm. Não trabalharem paredes com altura de mais de 6 metros do chão

Para muros altos, recomenda-se a instalação de andaime em pé do ladoexterno.

O soalho deste andaime será composto de vigas bem juntas.

17.5.2. Riscos de desabamentos de pisos

Não sobrecarregar os pisos com escombros caídos dos níveis maisaltos.

Evacuar estes escombrosNão derrubar grandes blocos diretamente nos pisos.Se for preciso, escorar os pisos de todos os andares.

17.5.3. Elementos de pedras

O equilíbrio de certas peças salientes ( terraços etc ) é assegurado porcarga de alvenaria colocada sobre a extremidade embutida na parede.Retirando-se esta carga, a peça poderá bascular.

É preciso, portanto, escorar primeiro estas peças e retirá-las nomomento próprio por guindaste.

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Do mesmo modo, travessas, panos e pés-direitos das lucarnas sãomantidos somente pelo lintel ou pelo madeiramento.

Amarrar estas peças antes de retirar os elementos de sustentação

17.5.4. Concreto armado

Até o concreto armado pode desmoronar antes da hora. Por exemplo,laje calculada para tomar apoio nas quatro bordas, uma das quais retiradas, ousaliências diversas, como terraços, anteparos etc.

Demolindo a laje que as segurou na parte traseira, estas peças podembascular para frente.

Depois de um incêndio, o concreto pode Ter sido decomposto pelo fogoe não mais adere às armações.

O mesmo ocorre com armações enferrujadas. Nestes casos, aresistência do concreto é duvidosa.

Alguns concretos ( de cavidades, celular ) possuem resistência menor doque os concretos comuns.

Não se deixe surpreender. Medir o esforço e proceder por pequenasetapas.

17.5.5.Concreto protendido

Demolição somente sob controle de técnicos especializados, e seguindoum método previamente estudado.

Com efeito, a ruptura de um unido cabo de protensão pode modificartotalmente as condições de estabilidade e resistência da construção.

17.5.6. Cuidado com o vento

Pode derrubar uma divisória ou cumeeira que ficou sem ligação com orestante da construção. A ligação entre os elementos do prédio deve serretirada somente na medida do adiantamento dos serviços. No caso de ventoforte, afastar-se da obra e interditar seu acesso e as imediações.

Gelo e degelo prejudicam a estabilidade de um imóvel em vias dedemolição.

As vibrações do solo ( trânsito de caminhões, trens etc ), podem levar aomesmo resultado.

17.6. Execução de Serviços Especiais

17.6.1. Uso de martelo pneumático

Seu peso deve ser apropriado ao serviço a executar.Mesmo que se trabalhe num piso firme, instalar uma superfície de apoio

sólida ( plataforma ou andaime ).Uma simples escada não proporciona apoio suficiente.

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Para acertar as uniões de tubulação de ar comprimido, usar braçadeirasespeciais, e não arame.

Em caso de vazamento repentino, vedar mediante um laço no tuboflexível, até que o ajudante feche o registro do compressor.

Para mudar o equipamento de lugar, largar a alavanca de admissão dear.

A beira do espaço, o operador deve usar cinto de segurança.

17.6.2. Demolição Com Bulldozer Ou Pá Mecânica.

Verificar se o compartimento do motorista fica bastante afastado daconstrução para que o desabamento das partes demolidas não possa atingi-lo.

Cuidado com as paredes que resistiram a tentativas prévias dedemolição.

É recomendado abalar os laços de parede, começando pelo alto, eutilizar equipamentos munido de um teto de proteção eficaz.

17.6.3. Demolição Por Tração Ou Cabo.

Verificar que a operação não prejudique a estabilidade das partesvizinhas.

Verificar a evacuação do pessoal da zona perigosa : ( zona dedesabamento e de projeções eventuais, imediações do cabo que poderáromper-se ou bater ).

Nunca transpor um cabo tendido por equipamento.Não puxar em diagonal em relação ao eixo do tambor do guincho.Bem amarrar ou lastrear os guinchos independentes.Proteger os cabos em contato com partes em ângulo ou cortantes.

17.6.4. Demolição Por Derrubada Da Construção

O conjunto da construção pode ser derrubado enfraquecendo os apoiosde base e usando tração por cabo.

Pode-se ainda abrir vãos escorados por madeiras e queimar as escoras.Estes processo exigem estudo prévio e precauções a serem idealizadas

pela firma encarregada. Os trabalhadores não devem tomar iniciativa particular.

17.6.5. Demolição De Estruturas Metálicas.

Para desmontar, procurar uma superfície de apoio sólida ( soalho daestrutura )

Senão, usar cinto de segurança amarrado em parte sólida daconstrução.

Pensar nos choques e batidas transmitidos ao restante da estruturapelas partes destacadas.

Eventualmente, amarrar ou escorar.Verificar que ninguém se encontre debaixo do local de trabalho.

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Descer os elementos à medida que são demolidos.Não permanecer numa peça em vias de movimentação por equipamento

de levantamento.

17.7. Normas de Demolição.

Antes de se iniciar a demolição, as linhas de fornecimento de energiaelétrica, água, inflamáveis líquidos e gasosos liquefeitos, substâncias tóxicas,canalizações de esgoto e de escoamento de água devem ser desligadas,retiradas, protegidas ou isoladas, respeitando-se as normas e determinaçõesem vigor.

As construções vizinhas à obra de demolição devem ser examinadas,prévia e periodicamente, no sentido de ser preservada sua estabilidade e aintegridade física de terceiros.

Toda demolição deve ser programada e dirigida por profissionallegalmente habilitado.

Antes de se iniciar a demolição, devem ser removidos os vidros, ripados,estuques e outros elementos frágeis.

Antes de se iniciar a demolição de um pavimento, devem ser fechadastodas as aberturas existentes no piso, salvo as que forem utilizadas paraescoamento de materiais, ficando proibida a permanência de pessoas nospavimentos que possam ter sua estabilidade comprometida no processo dedemolição.

As escadas devem ser mantidas desimpedidas e livres para a circulaçãode emergência e somente serão demolidas na medida em que forem sendoretirados os materiais dos pavimentos superiores.

Objetos pesados ou volumosos devem ser removidos mediante oemprego de dispositivos mecânicos, ficando proibido o lançamento em quedalivre de qualquer material.

A remoção dos entulhos, por gravidade, deve ser feita em calhasfechadas de material resistente, com inclinação máxima de 45º (quarenta ecinco graus), fixadas à edificação em todos os pavimentos.No ponto de descarga da calha, deve existir dispositivo de fechamento.

Durante a execução de serviços de demolição, devem ser instaladas, nomáximo, a 2 (dois) pavimentos abaixo do que será demolido, plataformas deretenção de entulhos, com dimensão mínima de 2,50m (dois metros ecinqüenta centímetros) e inclinação de 45º (quarenta e cinco graus), em todo operímetro da obra.

Os elementos da construção em demolição não devem ser abandonadosem posição que torne possível o seu desabamento.

Os materiais das edificações, durante a demolição e remoção, devemser previamente umedecidos.

As paredes somente podem ser demolidas antes da estrutura, quandoesta for metálica ou de concreto armado.

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18. Escavações, Fundações e Desmonte de Rochas

Quanto à escavação, fundação e desmonte de rochas :

Antes de ser iniciada uma obra de escavação ou de fundação, oresponsável técnico deve procurar se informar a respeito da existência degalerias, canalizações e cabos, na área onde serão realizados os trabalhos,bem como estudar e avaliar os riscos de impregnação do subsolo poremanação de produtos nocivos, insalubres e/ou perigosos, havendo anecessidade de se conhecer previamente o terreno quanto sua naturezageológica e resistência; a área de trabalho deve ser previamente limpa edevem ser retirados ou escorados solidamente árvores, rochas, equipamentosmateriais e objetos de quaisquer natureza, quando houver riscos decomprometimento de seu equilíbrio durante a execução de serviços;devem ser escorados muros e edificações vizinhas, redes de abastecimento,tubulações, vias de acesso, vias públicas, e, de modo geral, todas as estruturasque possam ser afetadas pela escavação;os escoramentos devem ser inspecionados diariamente;quando for necessário rebaixar o lençol d’água (freático), os serviços devemser executados por pessoas ou empresas qualificadas;cargas e sobrecargas ocasionais, bem como possíveis vibrações, devem serlevadas em consideração para determinar a inclinação das paredes do talude,a construção do escoramento e o cálculo dos elementos necessários;a localização das tubulações deve ter sinalização adequada;as escavações devem ser realizadas por pessoal qualificado, que orientará osoperários, quando se aproximarem das tubulações até a distância mínima de1,50m (um metro e cinqüenta centímetros);quando o bate-estacas não estiver em operação, o pilão deve permanecer emrepouso sobre o solo ou no fim da guia de seu curso;para pilões a vapor, devem ser dispensados cuidados especiais às mangueirase conexões, devendo o controle de manobras das válvulas estar sempre aoalcance do operador;para trabalhar nas proximidades da rede elétrica, a altura e/ou distância dosbate-estacas deve atender à distância mínima exigida pela concessionária;o escoramento deve ser prolongado, no mínimo, por 0,15 ( quinze centímetros), acima do nível do terreno e os materiais retirados da escavação deverão serdepositados a uma distância superior a metade da profundidade da mesma;sendo utilizado explosivo na escavação, a descida do operário no tubulão sóserá permitida após a injeção de ar comprimido no fundo do tubulão emquantidade suficiente que assegure a remoção de todos os gases gerados naexplosão, comprovados por monitoramento;nas escavações de tubulões em terrenos com possibilidade de infiltração ougeração de gases, deverão ser tomadas medidas de segurança para evitaracidentes típicos;as aberturas dos tubulões devem ser protegidas ( assoalhadas ) de modoseguro, até que todos estejam completamente concretados.

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Todo trabalhador em serviço de serviço de escavação dentro do tubulãodeverá, obrigatoriamente, usar cinto de segurança tipo pára-quedista, oualpinista, ligado a um cabo de segurança, de modo que possa ser içado comrapidez em uso de mal súbito ou de acidente.

Normas de Escavações, fundações e desmonte de rochas.

Os serviços de escavação, fundação e desmonte de rochas devem terresponsável técnico legalmente habilitado.Quando existir cabo subterrâneo de energia elétrica nas proximidades dasescavações, as mesas só poderão ser iniciadas quando o cabo estiverdesligado.

Na impossibilidade de desligar o cabo, devem ser tomadas medidasespeciais junto à concessionária.

Os taludes instáveis das escavações com profundidade superior a 1,25m( um metro e vinte e cinco centímetros ) devem ter sua estabilidade garantidapor meio de estruturas dimensionadas para este fim.

Para elaboração do projeto e execução das escavações a céu aberto,serão observadas as condições exigidas na NBR 9061/85 - Segurança deEscavação a Céu Aberto da ABNT.

As escavações com mais de 1,25m (um metro e vinte e cincocentímetros) de profundidade devem dispor de escadas ou rampas, colocadaspróximas aos postos de trabalho, a fim de permitir, em caso de emergência, asaída rápida dos trabalhadores.

Os materiais retirados da escavação devem ser depositados a umadistância superior à metade da profundidade, medida a partir da borda dotalude.

Os taludes com altura superior a 1,75m (um metro e setenta e cincocentímetros) devem ter estabilidade garantida.

O operador de bate-estacas deve ser qualificado e ter sua equipetreinada. Os cabos de sustentação do pilão devem ter comprimento para quehaja, em qualquer posição de trabalho, um mínimo de 6 (seis) voltas sobre otambor.

Na execução de tubulões a céu aberto, a exigência de escoramento(encamisamento) fica a critério do engenheiro especializado em fundações ousolo, considerados os requisitos de segurança.

O equipamento de descida e içamento de trabalhadores e materiaisutilizado na execução de tubulões a céu aberto deve ser dotado de sistema desegurança com travamento.

A escavação de tubulões a céu aberto, alargamento ou abertura manualde base e execução de taludes, deve ser precedida de sondagem ou de estudogeotécnico local.

Em caso específico de tubulões a céu aberto e abertura de base, oestudo geotécnico será obrigatório para profundidade superior a 3 (três)metros.

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18.1. Movimento de Terra

Empreiteiros, mestre de obras, e chefe de equipe são os principaisresponsáveis na execução de serviços de movimento de terra.

Mesmo assim, parece indispensável definir o papel dos aprendizes,integrados em equipes trabalhando em escavações destinadas à colocação defundações comuns ou de canalizações, sem possuir grandes conhecimentosteóricos e técnicos e sem ser especializados neste tipo de serviço.

Procurar focalizar a importância, para os executantes, da observânciadas ordens dadas pelos chefes sob formas diversas, ou seja, ordens verbais eescritas, materialização no solo do traçado de diversas canalizações,observância do método de trabalho.

18.1.1 Natureza do terreno

ClassificaçãoCategorias principais

Terrenos estáveis ou auto-estáveis.Entram nessa categoria os terrenos rochosos, margosos e argilas secas.

Apresentam às vezes fendas e cavernas. Por outro lado, tendo sofrido, durantea escavação, vibrações, produzidas pelos equipamentos ou abalos por cargasexplosivas, seria temerário confiar totalmente na sua solidez.

Conseqüentemente, é aconselhado uma blindagem, até de tábuasseparadas, mesmo em terreno estratificado. Riscos de desabamentos deblocos consideráveis.

Terrenos movediços.

Vias de regra, esta categoria de terrenos é composta de um misto depedregulho, areia e argila. A primeira vista, apresenta boa estabilidade.

Entretanto, por tempo e seco, ocorrem contrações e rachaduras,especialmente se a proporção de argila for muito alta.

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Sob o efeito de forte chuva ou águas de outra origem as paredesdesabam. Algumas categorias de terrenos areentos, por exemplo às areias deMeudon ou Fontainebleau parecem oferecer boa estabilidade, a ponto deagüentarem algum tempo em galeria de blindagem.

Entretanto, o conjunto pode desmoronar sem nenhum motivo aparente esem indício prévio.

Pertencem também a esta categoria os terrenos pulvulentos e flutuantes.Enfim, podemos incluir ainda os terrenos apoiados, por camadas alternadas,em massas aqüiferas instáveis.

Terrenos arenosos.O terrenos arenosos são compostos de areias ou misturas de areia e

cascalhos redondos, sem ligação entre si. Carecem de coesão.Sua falta de poder de sustentação pode ser devido ao empuxo do

escoamento da água através da areia em sentido ascendente, ou a falta deestabilidade da própria estrutura da areia, sem que haja empuxo deescoamento de água.

Estes terrenos exigem precauções especiais : blindagensparticularmente sólidas, de tábuas bem juntas, cuja instalação deve precederas demais fases de serviços.

18.1.2 Análise de riscos

Investigação do terreno

O risco de desabamento é o que mais importante, mas pode sereliminado, observando-se os regulamentos de segurança em vigor e adotandoprocessos técnicos já provados.

Há, porém, muitos outros riscos menos prováveis, mas cujo efeito desurpresa é sumamente perigoso e que exigem precauções sérias.

Os responsáveis da obra são obrigados, antes de iniciar a obra demovimento de terra a se informarem, junto às repartições competentes (serviços públicos, eletricidade, gás de rua, água e telefone ) a respeito deeventuais galerias, canalizações e cabos existentes na zona dos trabalhos. Éainda preciso estudar o risco da impregnação do subsolo por emanações ouprodutos nocivos.

Completar a investigação por informações tomadas junto aosproprietários do terreno e dos lotes vizinhos, para ter conhecimento de serviçosde movimento de terra porventura executados no passado, da natureza dasdiversas camadas do terreno, da profundidade dos lençóis de gás natural ouprodutos nocivos.

Em muitos casos, informações baseadas na memória ou emdocumentos de arquivo duvidoso, é preciso proceder à investigação prática nolocal.

Limpeza da área de trabalho na qual a escavação será executada.Retirar ou segurar solidamente árvores, rochas, equipamentos, materiais eobjetos de qualquer natureza, se houver risco de comprometer seu equilíbriodurante a execução dos serviços.

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Levar em conta cargas e sobrecargas ocasionais, bem como asvibrações para determinar a inclinação das paredes, a construção dablindagem e o cálculo dos elementos da mesma.

Declive e cumes de paredes devem estar livres de objetos cuja quedapossa representar perigo para os trabalhadores. Derrubar as partes, emdesaprumo, escorá-las ou consolidá-las, para impedir seu desabamento.

18.1.3. Processos de estabilização ou sustentação

Na execução das escavações e nos trabalhos dentro delas, o principalperigo, e o mais evidente, é aquele derivante dos movimentos acidentais doterreno, ou seja falta de estabilização ou sustentação, que provocamdesmoronamentos, ruína das escoras e soterramento total ou parcial detrabalhadores.

Os acidentes que se produzem nesses serviços mostram que a corretaapreciação da natureza do solo e de sua resistência mecânica, tem umaimportância relevante.

As principais causas produtoras de acidentes, durante os trabalhos demovimento de terras e de escavações, são as seguintes :conhecimento insuficiente das características do solo;apreciação demasiado otimista da estabilidade do solo;desconhecimento das possíveis influências e perturbações.

Muitos especialistas subestimam os perigos desses trabalhos e, comfreqüência, confiam cegamente na estabilidade do solo. Tem-se observado queos acidentes graves e mortais desse tipo produzem-se, principalmente, emescavações de pequena e média profundidade, para as quais os encarregadosde acompanhar os serviços julgam desnecessário prever uma proteçãoespecial das paredes de terra.Para se evitar esse erro fundamental, devem-seconhecer as propriedades especiais e o comportamento das diferentescategorias de solos.

18.2. Principais Acidentes e Meios de Prevenção

A Construção civil, possui características próprias, o que torna difícil àadoção de soluções padrões para a organização e desenvolvimento de váriasatividades relativas à proteção da integridade física dos trabalhadores, emfunção de diversos aspectos que são peculiares a esse ramo da indústria.

Poucas indústrias apresentam a diversidade de riscos que a indústria daconstrução apresenta. Esses riscos tem maior repercussão em virtude dascondições de trabalho e dos aspectos específicos que apresenta a construçãocivil.

Cabe destacar os principais aspectos que diferenciam o ramo daconstrução dos demais:

Contamos com um número elevado de pequenas empresas, o quedificulta sobremaneira a adoção pura e simples de preceitos sobre a prevençãode acidentes. Muitas dessas empresas, que pelo porte pequeno, não dispõem

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de recursos financeiros suficientes para a implantação de um programa deprevenção acidentes e, menos ainda, para a contratação de um especialistaem segurança e medicina do trabalho, já que seria um gasto excessivo, emcomparação com o número de trabalhadores.

Devido à concorrência acirrada entre as empresas, elas se vêemobrigadas a praticar preços baixos, muitas vezes abaixo do que seria um custorazoável para a execução dos serviços, contando em obter lucro com aeconomia em EPC's, EPI's, trabalhadores sem o devido registro e materiais dequalidade inferior.

Muitas das obras em execução são de curta duração, o que é umobstáculo para o trabalho efetivo de segurança e higiene em um canteiro.

Devido à alta rotatividade do setor, os trabalhadores estãoconstantemente tendo que se adaptar a novos ambientes de trabalho,companheiros e condições de trabalho.

As condições de trabalho quase nunca são idênticas em duas obras deconstrução, o que tem efeito prejudicial sobre a prevenção de acidentes detrabalho, ou seja, as obras necessitam de adaptações que se fazem em cadalocal, em função de diversos fatores como topografia, trabalhos a seremrealizados, máquinas e ferramentas disponíveis, organização do serviço,volume e composição da mão de obra.Nas grandes obras de construção via de regra, temos várias empresasdividindo o mesmo canteiro de serviços, devido à especialização dos serviços.

Esta situação, aliada a heterogeneidade de critérios próprios de cadaempresa dentro da obra, acarretam muitas vezes sérias conseqüências, comofalta de coordenação efetiva e delimitação de responsabilidade. Assim, taisconseqüências se refletem, como é natural, na segurança e saúde dostrabalhadores da indústria da construção.

Os motivos acima expostos aliados a um aumento das atividades deconstrução tem conduzido, muitas vezes, a um acréscimo da mão de obra, quenão tem sido condizente com as oportunidades que se apresentam para formaros trabalhadores, tanto no que se refere a novas técnicas, como à Segurança eSaúde no Trabalho.

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18.2.1. Queda de Rochas

Para a proteção contra a projeção ou queda de rochas, deve ser cobertotodo o setor ( área entre as minas, carregadas ) com malha de ferro de 1/4" a3/16", de 0,15m (quinze centímetros) e ponteada de solda, devendo serarrumados sobre a malha pneus para formar uma camada amortecedora.

O desmonte de Rocha pode ser :

Desmonte de Rocha a Fogo - retirada de rochas com explosivos:

a) Fogo - detonação de explosivo para efetuar o desmonte;

b) Fogacho - detonação complementar ao fogo principal.

As normas de Segurança do Trabalho no Serviço de Exploração dePedreiras visam estabelecer medidas de proteção aos que trabalham nesseramo e atividade ou nos desmontes de pedras a céu aberto.

Sua observância far-se-á sem prejuízo da legislação federal, estadual oumunicipal, bem como outras normas aqui estabelecidas.

Pedreira é toda a ocorrência de rocha, em estágio de exploraçãoindustrial, sendo considerados os processos de extração: a frio, a fogo, afogacho e mista.

Entende-se por exploração de pedreiras, o conjunto de operações quepermita a extração de pedras, ao natural, e a sua redução a formas edimensões indicadas a utilização.

Em toda a pedreira a extração a fogo, a fogacho e mista, haverá um"blaster", responsável pela preparação das cargas, carregamento das minas,ordem de fogo, detonação e retirada das que não explodiram. É igualmente, oresponsável pelas instalações elétricas necessárias as detonações.

São indispensáveis os abrigos a prova de sol e chuva para os serviçosde canteiro, maçariqueiro e ferreiro.

Quando a exploração se fizer a fogo haverá necessariamente um abrigoapropriado para recolhimento quando da exploração das minas.

Para exploração torna-se obrigatório:Remoção cuidadosa da "capa" de pedreira;Teste comprovado das cordas usadas pelos cavouqueiros, com

capacidade e limite de segurança para suportar os pesos exigidos pelotrabalhador e equipamento;

Ferramentas apropriadas ao uso a que se destinam, em perfeitascondições;

As ferramentas pneumáticas devem possuir dispositivos de partida,capazes de impedir seu funcionamento acidental;

A cada operário será distribuído um capacete de segurança,independente do tipo de operação que realiza;

O cinto de segurança fará parte do equipamento do operário quetrabalhar em local sujeito a queda ou a grande altura;

Conforme o tipa de serviço farão parte do equipamento individual umcalçado de segurança, luvas de couro, para remoção de pedras;

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Para os que trabalham junto aos britadores e silos, do equipamentoconstará, também, filtro protetor da respiração;

A estocagem dos explosivos deverá ser feita em local apropriado,isolado, previamente, aprovado pela autoridade competente, conforme

Norma Regulamentadora (NR-16);Em toda pedreira haverá um local apropriado para prestação de

primeiros socorros, que deverá contar com padiola, para remoção deacidentados e medicamentos de urgência, provido de utensílios e condições deprestar o atendimento imediato.

Nas detonações, é obrigatória a permanência, em regime de "alerta",neste local, de empregado treinado em atendimentos de primeiros socorros.Em caso de risco grave e iminente, deverão ser aplicados os dispositivosconstantes na Norma Regulamentadora (NR-3).

Desmonte de Rocha a Frio - retirada manual de rocha dos locais comauxílio de equipamento mecânico.

Quaisquer um dos desmontes devem seguir normas e especificaçõespara não comprometer a segurança dos funcionários.

18.2.2. Desabamentos

O risco de desabamento é o que mais importante, mas pode sereliminado, observando-se os regulamentos de segurança em vigor e adotandoprocessos técnicos já provados. A empresa deverá impedir qualquer atividade,salvo a reparação, no local em que for verificada ameaça de desmoronamentoou outro perigo iminente.

Declives e cumes das paredes devem ser livres de objetos cuja quedapossa representar perigo para os trabalhadores. Derrubar as partes, emdesaprumo, escorá-las ou consolidá-las, para impedir se desabamento..

18.2.3. Ambiente Viciado

Deve-se evacuar o ar viciado : respiração humana, motores térmicos,detonação de minas. Aspiração principal do ar viciado a 30 metros no máximoda frente de trabalho. Tubulação flexível auxiliar com ventoinha paraimpulsionar em direção da frente de trabalhos poeiras, fumaças e gasesnocivos produzidos pela detonação de explosivos. Manter a temperatura abaixode 25º ( temperatura geofísica + motores + detonações, etc ).

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18.2.4. Emanação de Gases inflamáveis

A emanação de gases inflamáveis em ambientes fechados ou atémesmo em locais abertos pode ser um dos mais perigosos riscos de acidentesna construção civil, juntamente com os desabamentos. Quando houverpossibilidade de infiltração ou vazamento de gás, o local deve ser devidamenteventilado e monitorado. Os gases confinados são gases retidos em ambientecom pouca ventilação. Um local de risco se denomina por atmosfera perigosa,onde há presença de gases tóxicos, inflamáveis e explosivos no ambiente detrabalho.

É proibido o trabalho sobre qualquer equipamento do qual haja risco daemanação de gases provenientes de processos industriais, devendo oequipamento ser previamente desligado, para a realização de quaisquerserviços.

Os explosivos também são substâncias capazes de rapidamente setransformarem em gases, produzindo calor intenso e pressões elevadas,quando detonados.

O monitoramento deve ser efetivado enquanto o trabalho estiver sendorealizado para, em caso de vazamento, ser acionado o sistema de alarmesonoro e visual. No caso de trabalhos em Minas, a empresa responsáveldeverá testar o ar e, se for verificada a presença de grisu (metano), o localdeverá ser imediatamente interditado, assim como outros locais queproporcionem o mesmo risco.

Proteção das vias respiratórias.

Sua finalidade é impedir que as vias respiratórias sejam atingidas porgases ou outras substâncias nocivas ao organismo. A máscara é a peçabásica do protetor respiratório, equipamento já descrito em equipamentos deproteção.

18.2.5. Inalação de pós-nocivos

Antes de ser iniciada uma obra de escavação ou de fundação, oresponsável técnico deve procurar se informar e avaliar os riscos deimpregnação do subsolo por emanação de produtos nocivos, insalubres e/ouperigosos, havendo a necessidade de se conhecer previamente o terrenoquanto sua natureza geológica e resistência. Além disso deve completar ainvestigação por informações tomadas junto aos proprietários do terreno e doslotes vizinhos, para ter conhecimento de serviços de movimento de terraporventura executados no passado, da natureza das diversas camadas doterreno, da profundidade dos lençóis de gás natural ou produtos nocivos.

A inalação de pós-nocivos à saúde é de muita importância, pois podelevar a morte do funcionário por intoxicação.

Elementos de risco.Presença de produtos nocivos no terreno, em regiões minerais, termais

ou vulcânicas. Emanações de equipamentos da obra podem poluir o ar : nãousar motores no fundo da escavação. Tubulações de gás furadas ou condutos

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antigos, proximidade de depósitos de óleo combustível ou gasolina, bolsas degás, vazamentos de produtos corrosivos escapando de esgotos em mauestado.

Ventilar o fundo da escavação com ar fresco, mas nunca insuflaroxigênio. Não acender bico de solda sem controle de ambiente. Não executaroperações de salvamento sem estar segurado por corda : um trabalhadorsituado na berma fiscalizará as operações.

18.2.6. Acidentes de trânsito

O tráfego próximo às escavações deve ser desviado e, na suaimpossibilidade, reduzida a velocidade dos veículos para que não ocorramacidentes devido a obras.Devem ser construídas passarelas de largura mínimade 0,60m (sessenta centímetros), protegidas por guardacorpos, quando fornecessário o trânsito sobre a escavação.

As escavações realizadas em vias públicas ou canteiros de obras devemter sinalização de advertência, cercas de proteção, além de guarda-corpo emsuas proximidades. Os acessos de veículos e equipamentos às áreas deescavação devem ter sinalização de advertência permanente.

O tráfego próximo às escavações deve ser desviado e, na suaimpossibilidade, reduzida a velocidade dos veículos;

Devem ser construídas passarelas de largura mínima de 0,80 m ( oitentacentímetros ), protegidas por guarda-corpo, quando for necessário o trânsitosobre as escavações.

É proibido o acesso de pessoas não autorizadas à área de escavações.As escavações realizadas em vias públicas ou canteiros de obras devem

ter sinalização de advertência, inclusive noturna, e barreira de isolamento emtodo o seu perímetro.

Os acessos de trabalhadores, veículos e equipamentos às áreas deescavação devem ter sinalização de advertência permanente.

É proibido o acesso de pessoas não-autorizadas às áreas de escavaçãoe cravação de estacas.

18.2.7. Riscos mecânicos e elétricos

A maior parte dos acidentes é de origem elétrica. É preciso verificarcuidadosamente a ligação e sentido de rotação dos geradores e, se for preciso,avisar o fabricante dos equipamentos.

Além do perigo oriundo de sua mobilidade e da ferramenta que se utiliza,as máquinas operatrizes oferecem riscos comuns a todos os seus tipos : obloqueio repentino de uma ferramenta que pode provocar o arrastamento dapeça ( furadeira por exemplo ), desequilíbrio e queda do operador e ferimentos,são os risco mais comuns.

Estes riscos são oriundos dos seguintes equipamentos :Compressor : perigo das correias, polias e conexõesTanque de ar : riscos de explosão, corrosão, ausência de separador de

óleo, defeitos nos aparelhos de segurança

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Ventiladores : perigo de pás de turbina e transmissões não protegidasInstalação elétrica : perigo de eletrocussão, devido ao mau estado da

instalação ou à proximidade das linhas de transmissão.

18.2.8. Infiltrações de água

Em serviços à beira de um rio ou córrego, deve-se prevenir asinfiltrações. A perfuração de um esgoto ou canalização de grande diâmetro, apresença de lençóis de água subterrâneas exigem medidas preventivas para aevacuação das águas. Prever também meios de subida rápida para ostrabalhadores.

18.2.9. Pressões Anormais

Anormal é a pressão do ambiente de trabalho maior ou menor que apressão atmosférica.

O ambiente hipobárico ocorre nas atividades relacionadas com aaviação civil ou militar, quando os aeroplanos estão a uma determinadaaltitude.

O ambiente hiperbárico, que surge na construção civil, ocorre durantetrabalhos efetuados sob ar comprimido, onde os trabalhadores são obrigados asuportar pressões maiores que a atmosférica.

Entre as principais atividades profissionais em que os trabalhadoresestão submetidos a pressões hiperbáricas, destacam-se : construção depontes, elevados, túneis, edifícios, fundações, operações de mergulho etc.

Uma estrutura utilizada é o tubulão de ar comprimido, no qual aatmosfera pressurizada se opõe à pressão de água, permitindo que os homenstrabalhem no interior do tubulão.

Os trabalhos sob o ambiente hiperbárico apresentam vários riscosocupacionais, podendo-se destacar :

Fase de compressão : Ocorrem, nesta fase principalmente, as afaecçõesdo ouvido, afetando o tímpano, membrana que separa o ouvido médio doexterno.

Fase de pressão constante : depois de estabilizada a pressão, isto é,durante a fase de efetivo trabalho sob ar comprimido, os riscos provenientes dapressão são menores, mas há outro ponto que deve ser observado, que é apossibilidade de intoxicação por monóxido de carbono. Em trabalhos internos,sob tubulões.

Fase descompressiva : é a fase que apresenta maiores riscosocupacionais aos trabalhadores.

18.3. Túneis, Galerias e Poços

Nas atividades da indústria da construção com mais de 2 (dois)pavimentos a partir do nível do meio-fio, executadas no alinhamento dologradouro, é obrigatória a construção de galerias sobre o passeio, com alturainterna livre de no mínimo 3,00m (três metros).

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Em caso de necessidade de realização de serviços sobre o passeio, agaleria deve ser executada na via pública, devendo neste caso ser sinalizadaem toda sua extensão, por meio de sinais de alerta aos motoristas nos 2 (dois)extremos e iluminação durante a noite, respeitando-se à legislação do Códigode Obras Municipal e de trânsito em vigor.

As bordas da cobertura da galeria devem possuir tapumes fechados comaltura mínima de 1,00m (um metro), com inclinação de aproximadamente 45º(quarenta e cinco graus).

As galerias devem ser mantidas sem sobrecargas que prejudiquem aestabilidade de suas estruturas.

Deve ser feita a verificação das condições de segurança das paredes edo teto das galerias e examinar a estabilidade das rochas, fazendo abater,remover ou escorar, por pessoal habilitado, as que não apresentaremcondições suficientes de segurança, assim como providenciar a desobstruçãodas galerias, mantendo-as em boas condições de drenagem, corrigindopossíveis soluções de continuidade do piso e evitando o acúmulo de água,fragmentos de madeira e de minério, e outros projetos que possam causaracidentes.

Quando, no trabalho de subsolo ocorrer fato que possa por em perigo avida ou a saúde do empregado, a empresa o comunicará, imediatamente, aautoridade regional do Ministério do Trabalho cabendo ao Sindicato nacategoria profissional idêntica comunicação.

A empresa não permitirá ao empregado:desacompanhado trabalhar no subsolo, em escavação, manutenção elétrica ouescoramento;inexperiente, trabalhar no subsolo desacompanhado;ainda que experiente, trabalhar em cabeceira perigosa, sem estar sob avigilância do feitor, capataz ou encarregado;trabalhar com máquina ou outro equipamento de mineração, sem conhecer osriscos de seu manuseio ou operação;transportar, manusear, preparar ou utilizar explosivo sem ter sidoespecialmente treinado para isso.

A distribuição de explosivos, detonadores e mechas será feita:nas proximidades dos poços ou das galerias de acesso quando se tratar detrabalhos no subsolo, na vizinhança do local onde serão empregados, quandose tratar de trabalho a céu aberto.

Serão obrigatórios, a cada nível de irradiação de galerias, pilares quegarantam a segurança do poço.

O poço terá elevador ou gaiola iluminada, com entradaconvenientemente protegida e dispositivos, como freio, pára-quedas, portaautomática e teto resistente, destinados a prevenir acidentes.

Cada elevador, gaiola ou carro de transporte terá limite máximo decapacidade e de velocidade, que será afixado em local visível.

O fio condutor de energia elétrica no teto da galeria será protegido porcalha de madeira ou de outro material isolante.

Sempre que se tornar necessária à interrupção de circuitos elétricos pormeio de chaves, estas, obrigatoriamente, serão blindadas.

O cabo, corrente e outros meios de suspensão ou conjugação deverãoestar de acordo com os seguintes requisitos: o cabo metálico empregado nosaparelhos dos sistemas de transportes e nas vias de comunicação, cuja ruptura

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possa ocasionar acidentes pessoais, terá um coeficiente de segurança nomínimo igual a seis em relação à carga estática máxima.

No poço, o coeficiente será no mínimo igual a oito. A corrente e outrosmeios de suspensão ou de conjugação de veículos serão de metais dequalidade e terão no mínimo resistência dez vezes a carga máxima.

O cabo vegetal não será submetido à tensão superior a um sexto dacarga de ruptura. No caso de ruptura que provoque acidente, o órgão fiscal faráensaio, a expensas da empresa, para determinar a carga máxima.

A empresa registrará em livro especial, os seguintes dados relativos aoscabos metálicos empregados nas vias principais de acesso à superfície(galerias, poços e planos inclinados):

Composição e natureza;Características mecânicas;Nome e endereço do fornecedor;Garantia do fabricante;Data de instalação e de reparos ou substituições;Natureza e conseqüências dos acidentes;Quantidade da carga conduzida;Datas de inspeções e nomes dos inspetores.O feitor, capataz ou encarregado diligenciará no sentido de que o

trabalhador conheça todas as vias de acesso a superfície.A circulação do pessoal e o transporte do material se farão através de

galerias ou planos inclinados distintos.Na impossibilidade comprovada de cumprimento referente à circulação

do pessoal e o transporte do material se farão:pelas galerias, onde poderão ser concomitantes se elas tiverem, de cada lado,em toda a sua extensão, uma faixa mínima de sessenta centímetros de larguralivre de qualquer obstáculo;pelos planos inclinados, assim como pelas galerias que não disponham defaixa prevista no item a, alternativamente.

É proibido o trânsito pelos planos inclinados, a menos que o trabalhoassim exija e que seja paralisado o transporte. No subsolo, a locomotiva terásinal sonoro e farol dianteiro potente, e a composição terá luz vermelha nacauda. A mudança de via será feita pelo sistema de desvio. Os atuais sistemasde placas fixas ou giratórias serão substituídos. Na galeria onde for utilizadotransporte manual, a rampa será no máximo de cinco por cento.

18.4 Uso de Explosivos

Fornecer explosivos, acessórios e serviços de desmonte, com altopadrão de qualidade, segurança e eficiência, de modo a atender asnecessidades do mercado, visando retorno econômico e social.

Ao homem, deve ser defendida sempre sua integridade física, qualidadede vida e qualificação profissional. A segurança do trabalho é fundamental.Todo acidente pode e deve ser evitado, sendo responsabilidade de todos aplena e correta utilização dos recursos disponíveis para sua prevenção.

Do trabalho, deve-se buscar primordialmente a qualidade e aprodutividade que levará ao crescimento possibilitando uma atividade segura,

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satisfatória e duradoura. Com o meio ambiente, deve-se manter uma perfeitaharmonia, que leva ao crescimento sustentável .O conhecimento e cumprimento da "Declaração dos Princípios de Segurança eQualidade Total" é a primeira regra a seguir no caso de explosivos.

Depósito, Manuseio e Armazenagem de explosivos.

Explosivos são substâncias capazes de rapidamente se transformaremem gases, produzindo calor intenso e pressões elevadas, subdividindo em:

Explosivos iniciadores: aqueles que são empregados para excitação decargas explosivas, sensível ao atrito, calor e choque. Sob efeito do calorexplodem sem se incendiar;

Explosivos reforçadores: os que servem como intermediário entre oiniciador e a carga explosiva propriamente dita;

Explosivos de rupturas: são os chamados altos explosivos, geralmentetóxico;

Pólvoras: que são utilizadas para propulsão ou projeção.A construção dos depósitos de explosivos devem obedecer aos

seguintes requisitos:a) construído em terreno firme, seco, a salvo de inundações e nãosujeito à mudança freqüente de temperatura ou ventos fortes e nãodeverá ser constituído de extrato de rocha contínua;afastada de centros povoados, rodovias, ferrovias, obras de arteimportantes, habitações isoladas, óleo dutos, linha-tronco de distribuiçãode energia elétrica, água e gás;os distanciamentos mínimos para a construção do depósito conforme astabelas específicas.

Principais normas para utilização de explosivos:

nos locais de armazenagem e na sua área de segurança constarãoplacas com dizeres "É PROIBIDO FUMAR" e "EXPLOSIVO" que possamser observados por todos que tenham acesso;material incombustível, impermeável, mau condutor de calor eeletricidade, e as partes metálicas usadas no seu interior deverão ser delatão, bronze ou outro material que não produza centelha quandoatritado ou sofrer choque;piso impermeabilizado com material apropriado e acabamento liso paraevitar centelhamento, por atrito ou choques e facilitar a limpeza;as partes abrindo para fora, e com bom isolamento térmico e proteçãoàs intempéries;as áreas dos depósitos devem ser protegidas por pára-raios;os depósitos tem que ser dotados de sistema eficiente e adequado parao combate a incêndio;será obrigatória a existência física de delimitação da área de risco, assimentendido qualquer obstáculo que impeça o ingresso de pessoas nãoautorizadas.

No manuseio de explosivos devem ser observadas as seguintes normasde segurança quanto ao grupo de trabalho :

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pessoal devidamente treinado para tal finalidade;no local das aplicações indicadas deve haver pelo menos um supervisor,devidamente treinado para exercer tal função;proibido fumar, acender isqueiro, fósforo ou qualquer tipo de chama oucentelha nas áreas em que se manipule ou armazene explosivos;vedar a entrada de pessoas com cigarros, cachimbo, charuto, isqueiroou fósforo;remover toda lama ou areia dos calçados, antes de se entrar em locaisonde se armazena ou se manuseia explosivos;proibido o manuseio de explosivos com ferramentas de metal quepossam produzir faíscas;uso obrigatório de calçado apropriado;proibir o transporte de explosivo exposto com equipamento movido amotor de combustão interna;não permitir o transporte e armazenagem, conjunto de explosivo deruptura e de outros tipos, especialmente os iniciadores;admitir no interior de depósito para armazenagem de explosivo asseguintes temperaturas máximas;27 ºC para nitrocelulose, nitromido e pólvora química de base dupla;30 ºC para ácido picrico e pólvora química de base simples;35 ºC para pólvora mecânica;40 ºC para trotil, picrato de amônio e outros explosivos nãoespecificados;arejar obrigatoriamente, em período não superior a 3 (três) meses osdepósitos de armazenagem de explosivos, mediante aberturas dasportas ou por sistema de exaustão;molhar as paredes externas e as imediações dos depósitos deexplosivos, tendo-se o cuidado para que a mesma não penetre no localde armazenagem.

Inspecionar os explosivos armazenados para verificar as suas condiçõesde uso, dentro dos seguintes períodos:

DINAMITE - trimestralmente, não sendo aconselhável armazená-lo por mais de2 (dois) anos.NITROCELULOSE - semestralmente a partir do 2º (segundo) ano defabricação.ALTOS EXPLOSIVOS - primeiro exame 5 (cinco) anos a após a fabricação edepois de 2 (dois) em 2 (dois) anos.ACIONADORES, REFORÇADORES, ESPOLETAS - primeiro exame 10 (dez)anos após a fabricação e depois de 5 (cinco) em 5 (cinco) anos.

Nos transportes explosivos observar as seguintes normas de segurança:

a) o material deverá estar em bom estado e acondicionado emembalagem regulamentar.;b) por ocasião de embarque ou desembarque, verificar se o materialconfere com a guia de expedição correspondente;

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c) prévia verificação, quanto às condições adequadas de segurança, detodos os equipamentos empregados nos serviços de carga, transporte edescarga;d) utilizar sinalização adequada, tais como bandeirolas vermelhas outabuletas de aviso, afixadas em lugares visíveis;disposição do material de maneira a facilitar a inspeção e a segurança;as munições explosivas e artifícios serão transportados separadamente;em caso de necessidade, proteger o material contra a umidade eincidência direta dos raios solares, cobrindo-o com uma lona apropriada;antes da descarga de munições ou explosivos, examinar-se-á o localprevisto para armazená-los;proibir a utilização de luzes não protegidas, fósforos, isqueiros,dispositivos ou ferramentas capazes de produzir chama ou centelha noslocais de embarque, desembarque e nos transportes;salvo casos especiais, os serviços de carga e descarga de munições eexplosivos serão feitos durante o período das 7 às 17 horas;quando houver necessidade de carregar ou descarregar munições eexplosivos durante a noite, somente admitir iluminação com lanternas eholofotes elétricos.

Além das prescrições gerais aplicáveis aos transportes de munições eexplosivos por via férrea vigorarão os seguintes preceitos:

a) os vagões que transportarem munições ou explosivos deverão ficarseparados da locomotiva ou de vagões de passageiro no mínimo por 3carros;b) os vagões serão limpos, inspecionados antes do carregamento edepois da descarga do material, removendo qualquer material que possacausar centelha por atrito e destruindo-se a varredura;c) os vagões devem ser travados e calçados durante a carga e adescarga do material;será proibida qualquer reparação em avarias dos vagões depois deiniciado o carregamento dos mesmos;os vagões carregados com explosivos não deverão permanecer nasáreas dos paióis ou de depósitos para evitar que eles sirvam comointermediários na propagação das explosões;as portas dos vagões carregadas deverão ser fechadas, lacradas enelas colocadas tabuletas visíveis, com os dizeres "cuidado - explosivo":as portas dos paióis serão conservadas fechadas ao se aproximar àcomposição e só depois de retirada a locomotiva poderão ser abertas;as manobras para engatar e desengatar os vagões deverão ser feitassem choque;quando, durante a carga ou descarga, for derramado qualquer explosivo,o trabalho será interrompido e só recomeçado depois de limpo o local;o trem especial carregado de munições ou explosivos não poderá pararou permanecer em plataforma de estações, e, sim, em desviosafastados dos locais povoados.

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As regras a observar no transporte rodoviário, além das prescriçõesgerais cabíveis no caso, serão as seguintes:

os caminhões destinados ao transporte de munições e explosivos, antesde sua utilização, serão vistoriados para exame de seus circuitoselétricos, freios, tanques de combustível, estado da carroçaria e dosextintores de incêndio, assim como verificação da existência de quebra-chama no tubo de descarga e ligação metálica da carroçaria com a terra;os motoristas deverão ser instruídos quanto aos cuidados a seremobservados, bem como sobre o manejo dos extintores de incêndio;a estopa a ser levada no caminhão será indispensável e a que for usadadeverá ser jogada fora;a carga explosiva deverá ser fixada, firmemente, no caminhão e cobertacom lona impermeável, não podendo ultrapassar a altura da carroceria;será proibida a presença de estranhos nos caminhões quetransportarem explosivos ou munições;durante a carga e descarga, os caminhões serão freados, calçados eseus motores desligados;quando em comboios, os caminhões manterão, entre si, uma distânciade aproximadamente 80 (oitenta) metros;a velocidade de um caminhão não poderá ultrapassar 40 (quarenta) Kmpor hora;as cargas e as próprias viaturas serão inspecionadas durante asparadas horárias, previstas para os comboios ou viaturas isoladas, asquais se farão em local afastado de habitações;para viagens longas, os caminhões terão dois motoristas que serevezarão;nos casos de desarranjo nos caminhões, estes não poderão serrebocados. A carga será baldeada e durante esta operação colocar-se-ásinalização na estrada;no desembarque, os explosivos e munições não poderão ser empilhadosnas proximidades dos canos de descarga dos caminhões;durante o abastecimento de combustível, os circuitos elétricos de igniçãodeverão estar desligados;tabuletas visíveis serão afixadas nos lados e atrás dos caminhões, comos dizeres: "cuidado = explosivo" e serão colocadas bandeirolasvermelhas;os caminhões carregados não poderão estacionar em garagens, postosde serviço, depósitos ou lugares onde haja probabilidade maiores derisco de incêndio;os caminhões, depois de carregados, não ficarão nas áreas ouproximidades dos paióis e depósitos;em caso de acidentes no caminhão ou colisões com edifícios e viaturas,a primeira providência será retirar a carga explosiva, a qual deverá sercolocada a uma distância mínima de 60 metros do veículo ouhabitações;em casos de incêndio em caminhão que transporte explosivos, procurar-se-á interromper o trânsito e isolar o local.

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Além das prescrições gerais aplicáveis aos transportes marítimos oufluviais, cumprir-se-á o seguinte:

os explosivos e munições só poderão ser deixados no cais, sobvigilância de guarda especial, capaz de fazer a sua remoção, em casode emergência;antes do embarque e após o desembarque de munições e explosivos, ospassadiços, corredores, porta-los e docas deverão ser limpos e asvarreduras retiradas para posterior destruição;toda embarcação que transportar explosivos e munições deverá manteriçada uma bandeira vermelha, a partir do início do embarque ao fim dodesembarque;no caso de carregamentos mistos, as munições e explosivos só serãoembarcados como ultima carga;o porão ou local designado na embarcação para o explosivo ou muniçãodeverá ser forrado com tábuas de 2,5 cm de espessura, no mínimo, comparafusos embutidos;os locais da embarcação por onde tiver que passar a munição ouexplosivo, tais como convés, corredores, porta-los, deverão estardesimpedidos e suas partes metálicas que não puderem ser removidas,deverão ser protegidas com material apropriado;os locais reservados aos explosivos serão afastados o mais possível dacasa de máquinas;as embarcações destinadas ao transporte de munições ou explosivosdevem estar com os fundos devidamente forrados com tábuas e a cargacoberta com lona impermeável.

18.4.1 Apetrechos

Sua finalidade é transmitir a distância à chama ou o choque necessáriospara desencadear a explosão da mina.

Na operação de desmonte de rocha a fogo, fogacho ou mista, devehaver um blaster, responsável pelo armazenamento, preparação das cargas,carregamento das minas, ordem de fogo, detonação e retirada das que nãoexplodiram, destinação adequada das sobras de explosivos e pelosdispositivos elétricos necessários às detonações.

A área de fogo deve ser protegida contra projeção de partículas, quandoexpuser a risco trabalhadores e terceiros.

Nas detonações é obrigatória a existência de alarme sonoro.Mecha lenta ( ou mecha de segurança ) é usado para detonação de

explosivos deflagrantes. Conforme o material empregado na capa, a mecha émais ou menos impermeável à umidade.

O detonador comum é usado para a inflamação de explosivos brisantes,e pode ser comum ou elétrico.

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18.4.2 Tiros de Minas

A empresa que explore mina adotará métodos e manterá locais detrabalho que proporcionem a seus empregados condições satisfatórias desegurança e medicina do trabalho.

O trabalho no subsolo somente será permitido a homens - com idadeentre vinte e um e cinqüenta anos, assegurada, quando indicada por motivo deidade ou de saúde, a transferência para a superfície.

É obrigatório o exame médico para admissão de candidatos a trabalhosem minas.

O aprendizado em mina de subsolo obedecerá as seguintes normas:a) o candidato deverá ter, no mínimo, dezoito anos de idade e seraprovado em exame médico clínico radiológico;o primeiro ano de aprendizado será de aulas teóricas, na superfície;o segundo e o terceiro anos serão de aulas teóricas e práticas, nasuperfície e no subsolo, durando cada turma três horas diárias;do currículo constarão ensinamentos sobre segurança e medicina dotrabalho em mina;o aprendiz receberá da empresa equipamento de proteção individual.A duração normal do trabalho efetivo para o empregado em mina no

subsolo não excederá de seis horas diárias e trinta e seis horas semanais.A duração normal do trabalho no subsolo poderá ser inferior a seis horas

diárias por determinação da autoridade competente tendo em vista ascondições de segurança e medicina do trabalho bem como os métodos eprocessos do trabalho.

Em cada período de três horas de trabalho haverá uma pausa de quinzeminutos para repouso, que será computada na duração do trabalho efetivo.

Quando a jornada de trabalho compreender a parte no subsolo e partena superfície, a duração da parte complementar será calculada tendo-se emvista a proporção de seis horas no subsolo, para oito horas na superfície evice-versa.

O tempo de trajeto entre a boca da mina e o local de trabalho e, vice-versa, será computado apenas para efeito de salário, duração normal efetivano subsolo poderá, com permissão prévia da autoridade competente emmatéria de segurança e medicina do trabalho ser elevada para até oito horasdiárias ou quarenta e oito horas semanais mediante acordo escrito entre oempregado e a empresa, ou contrato coletivo de trabalho.

A prorrogação, em caso de força maior, ou para a realização ouconclusão de serviço inadiável, ou cuja inexecução possa acarretar prejuízomanifesto, poderá ser exigida independentemente de acordo ou contratocoletivo de trabalho, devendo ser comunicada, dentro de dez dias, a autoridadecompetente.

A remuneração da hora prorrogada será no mínimo vinte e cinco porcento superior a da hora normal e constará de acordo coletivo de trabalho.

Próximo aos locais de acesso ao subsolo e aos de mineração desuperfície, a empresa manterá chuveiros e instalações sanitárias adequadas,bem como dependência apropriada para refeições, ao abrigo de poeira, odores,umidade e fumaças e condições satisfatórias de conforto, inclusive águapotável. Nas explorações de subsolo haverá instalações móveis dotadas derecipientes portáteis destinados a satisfação de necessidades fisiológicas.

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Os recipientes de que trata o item 22.1.7.1 receberão no subsolotratamento adequado, empregando-se cal como anti-séptico, e serãoremovidos, ao final da jornada de trabalho de cada equipe, para a superfície,onde será dado destino conveniente ao seu conteúdo.

No subsolo e próximo às frentes de trabalho será facilitada aoempregado à obtenção de água potável, proibidos copos de uso coletivo etorneira sem proteção.

Na mina de subsolo será instalado sistema de ventilação eficaz epermanente, que garanta a renovação contínua do ar, sua pureza e condiçõessatisfatórias de temperatura e umidade.

A quantidade de ar puro posta em circulação será proporcional aonúmero de trabalhadores e ao de lâmpadas, motores, animais e outros agentesque consumam oxigênio.

No subsolo haverá suficiente circulação de ar, não devendo suavelocidade ser inferior a dois decímetros por segundo, nem superior a cincometros por segundo.

Os locais de trabalho onde houver exposições ao calor, a poeira de sílicalivre cristalizada (Si02), ou a outros riscos ambientais, deverão ser observadasas disposições constantes na Norma Regulamentadora (NR-15).

As percentagens máximas de outros gases serão fixadas em cada casopela autoridade competente, segundo a Norma Regulamentadora (NR-15).

É obrigatória na empresa de mineração a existência de equipes decombate a incêndio e de prestação de assistência de urgência, com pessoaladequadamente treinado e dispondo de material necessário.

A galeria deverá ter altura que permita ao mineiro posição satisfatóriapara o trabalho.

As instalações e os equipamentos de segurança e medicina do trabalhoserão mantidos em bom estado de conservação e funcionamento.

Antes do início e no decorrer da jornada de trabalho, o feitor, capataz ouencarregado:verificará as condições de segurança das paredes e do teto das galeriase examinará a estabilidade das rochas, fazendo abater, remover ouescorar, por pessoal habilitado, as que não apresentarem condiçõessuficientes de segurança;providenciará a desobstrução das galerias, mantendo-as em boascondiçõesde drenagem, corrigindo possíveis soluções de continuidade do piso eevitando o acúmulo de água, fragmentos de madeira e de minério, eoutros projetos que possam causar acidentes;impedirá qualquer atividade, salvo a reparação, no local em que forverificada ameaça de desmoronamento ou outro perigo iminente;testará o ar e, se for verificada a presença de grisu (metano), interditaráo local;adotará precauções especiais destinadas a evitar que material explosivoseja colocado ou abandonado em local inadequado.

Nos casos de que tratam os itens anteriores, o responsável peloimpedimento do trabalho ou pela interdição do local comunicará o fato,imediatamente, ao engenheiro da mina.

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O mineiro que verificar a existência do perigo comunicará o fato ao feitor,capataz ou encarregado, executando, se tiver condições, as medidas que ocaso exigir.

Cada equipe, ao retirar-se do local de trabalho prevenirá a que Ihesuceder dos perigos nele existentes, competindo a seu encarregado, quando asucessão não for imediata, aguardar a equipe seguinte para fazer acomunicação.

Deverão ser usadas lanternas elétricas de segurança em substituição àslamparinas a carbureto ("gasogênio").

Onde for comprovada a existência de grisu/metano serão usadaslanternas elétricas de segurança.

Sempre que a natureza da atividade exigir, a empresa fornecerá,gratuitamente, o equipamento individual de proteção, que será de usoobrigatório.

Quando, no trabalho de subsolo ocorrer fato que possa por em perigo avida ou a saúde do empregado, a empresa o comunicará, imediatamente, aautoridade regional do Ministério do Trabalho cabendo ao Sindicato nacategoria profissional idêntica comunicação.

A empresa não permitirá ao empregado:desacompanhado trabalhar no subsolo, em escavação, manutenção elétrica ouescoramento;inexperiente, trabalhar no subsolo desacompanhado;ainda que experiente, trabalhar em cabeceira perigosa, sem estar sob avigilância do feitor, capataz ou encarregado;trabalhar com máquina ou outro equipamento de mineração, sem conhecer osriscos de seu manuseio ou operação;transportar, manusear, preparar ou utilizar explosivo sem ter sidoespecialmente treinado para isso.

O mineiro é obrigado a observar os regulamentos da empresapertinentes a aplicação destas normas.

A distribuição de explosivos, detonadores e mechas será feita:nas proximidades dos poços ou das galerias de acesso quando se tratar detrabalhos no subsolo; na vizinhança do local onde serão empregados, quandose tratar de trabalho a céu aberto.

O tiro será dado em hora que, respeitado, quando no subsolo, o dispostonos itens 22.1.8 e 22.1.9, as poeiras, gases e fumaças dela resultantes nãoprejudiquem os empregados em serviço ou em trânsito.

A torre ou o edifício à boca de via principal de acesso à superfície:serão construídos com material resistente a combustão; não poderão servir dedepósito a material combustível.

Serão obrigatórios, a cada nível de irradiação de galerias, pilares quegarantam a segurança do poço.

O poço terá elevador ou gaiola iluminada, com entradaconvenientemente protegida e dispositivos, como freio, pára-quedas, portaautomática e teto resistente, destinados a prevenir acidentes.

Cada elevador, gaiola ou carro de transporte terá limite máximo decapacidade e de velocidade, que será afixado em local visível.

O fio condutor de energia elétrica no teto da galeria será protegido porcalha de madeira ou de outro material isolante.

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Sempre que se tornar necessária à interrupção de circuitos elétricos pormeio de chaves, estas, obrigatoriamente, serão blindadas.

O cabo, corrente e outros meios de suspensão ou conjugação deverãoestar de acordo com os seguintes requisitos:

O cabo metálico empregado nos aparelhos dos sistemas de transportese nas vias de comunicação, cuja ruptura possa ocasionar acidentes pessoais,terá um coeficiente de segurança no mínimo igual a seis em relação à cargaestática máxima.

No poço, o coeficiente será no mínimo igual a oito. A corrente e outrosmeios de suspensão ou de conjugação de veículos serão de metais dequalidade e terão no mínimo resistência dez vezes a carga máxima.

O cabo vegetal não será submetido à tensão superior a um sexto dacarga de ruptura. No caso de ruptura que provoque acidente, o órgão fiscal faráensaio, a expensas da empresa, para determinar a carga máxima.

A empresa registrará em livro especial, os seguintes dados relativos aoscabos metálicos empregados nas vias principais de acesso à superfície(galerias, poços e planos inclinados):

Composição e natureza;Características mecânicas;Nome e endereço do fornecedor;Garantia do fabricante;Data de instalação e de reparos ou substituições;Natureza e conseqüências dos acidentes;Quantidade da carga conduzida;Datas de inspeções e nomes dos inspetores.

Nas vias principais de acesso a superfície, todo aparelho de transporte,de pessoal ou de carga, será inspecionado diariamente, anotando-se, no livrode que trata o item 22.1.25, as observações colhidas.

A mina em lavra terá no mínimo duas vias principais de acesso àsuperfície, separadas por terreno maciço e comunicando-se entre si e com asvias secundárias, de forma que a interrupção de uma delas não afete o trânsitopela outra.

As vias de acesso à superfície serão providas de sistemas decomunicação e de sinalização, para trânsito do pessoal e para advertência emcaso de emergência.

Nas instalações já existentes que não satisfaçam às prescrições do item22.1.27, serão tomadas precauções para evitar propagação de incêndio eefeito nocivo da fumaça.

O feitor, capataz ou encarregado diligenciará no sentido de que otrabalhador conheça todas as vias de acesso a superfície.

A circulação do pessoal e o transporte do material se farão através degalerias ou planos inclinados distintos.

Na impossibilidade comprovada de cumprimento do disposto no item22.128, a circulação do pessoal e o transporte do material se farão:

a) pelas galerias, onde poderão ser concomitantes se elas tiverem, decada lado, em toda a sua extensão, uma faixa mínima de sessentacentímetros de largura livre de qualquer obstáculo;b) pelos planos inclinados, assim como pelas galerias que nãodisponham de faixa prevista no item a, alternativamente.

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É proibido o trânsito pelos planos inclinados, a menos que o trabalhoassim exija e que seja paralisado o transporte.

No subsolo, a locomotiva terá sinal sonoro e farol dianteiro potente, e acomposição terá luz vermelha na cauda.

A mudança de via será feita pelo sistema de desvio. Os atuais sistemasde placas fixas ou giratórias serão substituídos.Na galeria onde for utilizado transporte manual, a rampa será no máximo de

cinco por cento.

18.4.2.1 Execução de Furos de Minas

A barra de mina é utilizada ocasionalmente, quando sua penetração no solonão apresenta dificuldades.Conforme a dureza das rochas, diâmetro e profundidade dos furos de mina,

utilizar ferramenta apropriada. A instalação inclui um compressor que fornecear comprimido, conservando em tanque sob pressão de 5-7 bars ( sujeito àregulamentação doa aparelhos de pressão de gás – vistoria periódica porentidade autorizada ).Distribuído por tubulações flexíveis à parte mecânica dos martelos

perfurantes, o ar sob pressão movimenta uma ferramenta de aço, chamada“broca de mineiro”, cuja rotação rápida é combinada com movimento depercussão.Nas galerias, as perfuratrizes mais pesadas são montadas em suportes

reguláveis. Para obras de vulto, são agrupadas e instaladas em plataformaautomotriz.Nas obras a céu aberto, como pedreiras, os martelos pesados são

montados em carros especiais. A ferramenta pode ser utilizada ou em posiçãovertical ou inclinada regulável.A broca de mineiro é uma barra de aço oca, cilíndrica ou hexagonal, cujo

nome é geralmente de carbureto de tungstênio. Na ferramenta de maior parte,o cabeçote de corte é rosqueado e removível e pode levar um ou mais gumes.O conduto central possibilita a injeção de água para reduzir a dispersão de

poeiras perigosas. Nas rochas duras, a injeção de água acelera ainda aperfuração e diminui o desgaste dos gumes.Nas rochas moles ou de dureza média, a percussão nem sempre dá bons

resultados. Neste caso, utilizar perfuradeira rotativa sem percussão.

18.4.2.2 Raspagem e Calibragem do furo

A operação consiste em extrair, com raspadeira, os detritos não evacuadosque dificultariam a introdução correta dos cartuchos.Com vara de encher calibrada de madeira de lei, verificar se os cartuchos

podem chegar livremente até o fundo do furo. Caso contrário, retificar ouaumentar o di6ametro do furo de mina na medida do necessário.Se for preciso, secar o furo de mina com esponja ou jato de ar comprimido.

Persistindo a umidade, usar cartuchos e apetrechos a prova de água.

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18.4.2.3 Operações de carga

Conforme os apetrechos ou explosivos utilizados, a carga apresenta certaspeculiaridades, que passamos a descrever.A colocação dos cartuchos será sempre controladas com vara de encher,

para garantir que o primeiro cartucho introduzido chegue ao fundo do furo eque os demais se achem em contato com o primeiro.É preciso segurar e guiar mechas, cordões detonantes ou fios elétricos,

para evitar que sejam arrancados ou danificados durante a carga ou noenchimento que termina a operação.

18.4.2.4 Tiro com mecha de segurança

Praticar incisões em vários pontos da mecha de segurança ( mecha lenta ),na parte a ser introduzida no cartucho, para obter boa inflamação. Atar amecha à capa do cartucho.A pólvora negra é geralmente usada sob forma de blocos comprimidos

cilíndricos com furo central no seu eixo.Os cartuchos da carga explosiva serão colocados um por um. Verificar o

contato entre cartuchos.

18.4.2.5 Tiro com detonador comum

Introduzir a mecha de segurança, recém-cortada no comprimentonecessário, até seu contato com o opérculo do detonador, cuja extremidadeserá engastada.Depois de desdobrar o papel numa das extremidades do cartucho, o

foguista abre a cavidade destinada a receber o detonador, no eixo do cartucho.Abrir esta cavidade com um dos abraços da pinça de engastar ou com brocade madeira de diâmetro apropriado.Introduzir todo o detonador, equipado de mecha, no cartucho. Dobrar a

capa ao redor do cordão e atar o conjunto ( fio ou fita adesiva ).Carregar o furo de mina, levando em conta que o cartucho escorvado nunca

deve ficar em posição intermediaria em relação aos outros cartuchos da carga.

18.4.2.6 Tiro com detonador elétrico

Preparar o cartucho escorvado, e fixar os fios do detonador introduzido àcapa por meio de atadura.Deve-se ter o cuidado de por em curto-circuito as extremidades nuas das

hastes de detonadores. Escolher comprimentos que possibilitam executarcorretamente as conexões futuras, fora do furo de mina.A colocação das cargas explosivas segue as regras estabelecidas para os

detonadores comuns.

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18.4.2.7 Tiro com cordão detonante

O cordão detonante é raramente introduzido no cartucho. Na maioria dasvezes, é solidamente no comprimento do cartucho a escorvar.Descer o cartucho preparado no fundo do furo de mina. Controlar sua

posição com vara de encher.Completar a carga do furo de mina, mantendo o cordão bem esticado, para

que fique em contato com o conjunto dos cartuchos que compõem a carga.Para determinados tipos de tiro, pode ser útil colocar enchimentos

intermediários entre os cartuchos.Cortar o cordão a aproximadamente 30 ou 40 cm de sua saída do furo, e

ligá-lo a um detonador comum ou elétrico.Pode-se ligar várias minas ao mesmo cordão principal que deve ficar bem

esticado no chão, sem laços.É importante levar em conta o sentido de propagação da onda explosiva

para a orientação certa das derivações.

18.4.2.8 Enchimento

Encher depois de carregar. O enchimento deve abranger aproximadamente1/3 da profundidade do furo de mina e nunca ser menor de 0,12 m.Encher furos verticais primeiro com areia fina, e depois com argila solta.

Socar levemente no principio, para não esmagar os cartuchos, e mais forte nofim.Pode-se usar também outros tipos de enchimento, como por exemplo,

sacos plásticos cheios de água.Para furos horizontais, pouco inclinados ou em aclive, o enchimento por

gravidade é impraticável. Embrulhar os materiais soltos em sacos de papelpara poder colocá-los no furo argial úmida, em rolos cilíndricos de diâmetrointerior ao do furo, pode ser colocada facilmente e socada, para terminar aoperação.

18.4.2.9 Plano de Tiro

No decorrer de uma única operação de tiro, pode-se detonar um conjuntode minas.O plano de tiro determina as condições de detonação do conjunto e deve

prever :Número e localização dos furos de minaDiâmetro e profundidade dos mesmos.Sua direçãoPotência e quantidades das cargas explosivasPlano de inflamação, indicando os apetrechos a serem usados, suas

características, as conexões a serem instaladas e a ordem de deflagração dasminas.Estudar e escolher métodos e meiso de acordo com a natureza das rochas

e a espécie e vulto da obra.

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18.4.2.10 Certificado de Aptidão ao manejo de Explosivos

Explosivos e apetrechos podem ser manejados somente portrabalhadores devidamente instruídos, sob a fiscalização efetiva do mestre deobra ou de um foguista.

O foguista, o encarregado ao tiro, deve possuir autorização de tiro,outorgada pelo responsável da obra, e geralmente válida para o prazo deexecução da obra.

18.4.2.11 Regulamentação

A regulamentação refere-se essencialmente :

Autorização prévia e as medidas a serem tomadas na estocagem deexplosivos, dependendo do tamanho e da natureza do depósito e da categoriade explosivos.

Proibição de conservar num mesmo cofre explosivos de característicasdiferentes, ou de guarda-los junto com apetrechos.

A declaração de uso de explosivos a ser prestada à Fiscalização dotrabalho.

Ao transporte das quantidades necessárias à obra.As regras de segurança a observar na carga dos furos de mina.As verificações a serem efetuadas antes do tiro.À proteção do pessoal antes da deflagração.

18.4.3 Instruções de Segurança na Obra

Para que não ocorram acidentes com o uso de explosivos, devem serseguidas normas de segurança, tanto no preparo das detonações, como naespera do tiro, como é visto a seguir.

18.4.3.1 Preparação das detonações

Deve-se evacuar o pessoal não participante na operação da zona perigosaquando o foguista carregar as minas. Tomar a mesma precaução quando daconexão das hastes de detonadores elétricos e da ligação de uma série detiros, ou durante o controle de resistência a partir do posto de tiro.

18.4.3.2 Aviso de Tiro – Abrigos

O mestre de obra ou foguista avisará o tiro por sinal estabelecido nasinstruções da operação ( geralmente por trombeta ).É preciso verificar que todo o pessoal se refugiou no abrigo indicado, ou se

afastou à distância suficiente para evitar as projeções causadas pela explosão.Manter vigias nos locais previamente escolhidos, para interditar as

imediações do perímetro perigoso e interromper o trânsito nas vias de acessoda obra, devidamente sinalizadas

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18.4.3.3 Detonação

As mechas de segurança são colocadas diretamente nos explosivosdeflagrantes ou para deflagrar detonadores comuns.O foguista dever retirar-se ao abrigo imediatamente após a inflamação. O

tempo disponível depende do comprimento da mecha.Com detonadores elétricos, deflagrando diretamente a carga explosiva ou

usados em conjunto com cordões detonantes :Afastar suficientemente ou proteger o local do posto de tiro.A manobra do foguista será obrigatoriamente executada sob as condições

definida em detonadores elétricos.

18.4.3.4 Tempo de Espera após o tiro

Qualquer que seja a modalidade de deflagração, esperar pelo menos cincominutos. Este prazo deve chegar à pelo menos trinta minutos para tiros commecha :Em caso de uso de caixas de relê.Em séries de mais de 8 detonações.Na impossibilidade de contar seguramente o número previsto de explosões.

De qualquer maneira, voltar ao local de trabalho somente depois dadispersão das fumaças, poeiras etc, e com visibilidade suficiente.Antes de prosseguirem os trabalhos, o mestre de obra e foguista devem

procurar as cargas porventura “pifadas”. Neste caso, tomar medidas especiaispara retirar e inutilizar detonadores e cargas não deflagradas.

18.4.4 Tiros Especiais

Tiros de cargas especiais.

O método clássico de fragmentação de blocos de pedra é a execução defuro raso na massa, e colocação de quantidade relativamente pequena de umexplosivo brisantes de alta potência.

Para evitar a perfuração, pode-se praticar o tiro chamado “à inglesa”.Deitar alguns cartuchos na superfície do bloco, numa anfractuosidade, e

cobrir toda a carga escorvada com calota de barro úmido bem socada.

Mina de bolsa.

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O principio é aumentar a base do furo de mina por uma seqüência deexplosões, para escavar uma bolsa definitiva, que poderá receber grande cargade explosivo.

Minas profundas verticais.

As minas profundas de comprimento superior a 6 metros exigem furoscujo diâmetro varia entre 60 e 200 mm.

É proibida a carga simultânea de dois furos de mina distantes de menosde 10 metros um do outro.

Tiros ao oxigênio líquido.

Confiar o uso de oxigênio líquido somente a pessoas conhecedoras deseus perigos e condições de uso.

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19. Serviços em Telhados

Normas de Serviços em telhados.

Para trabalhos em telhados, devem ser usados dispositivos quepermitam a movimentação segura dos trabalhadores, sendo obrigatória àinstalação de cabo-guia de aço, para fixação do cinto de segurança tipo pára-quedista.

Os cabos-guias devem ter suas extremidades fixadas à estruturadefinitiva da edificação por meio de suporte de aço inoxidável ou outro materialde resistência e durabilidade equivalentes.

Nos locais onde se desenvolvem trabalhos em telhados, devem existirsinalização e isolamento de forma a evitar que os trabalhadores no piso inferiorsejam atingidos por eventual de materiais e equipamentos. É proibido otrabalho em telhados sobre fornos ou qualquer outro equipamento do qual hajaemanação de gases provenientes de processos industriais, devendo oequipamento ser previamente desligado, para a realização desses serviços.

É proibido o trabalho em telhado com chuva ou vento, bem comoconcentrar cargas num mesmo ponto.

Condições

Todo serviço em telhado deve ser planejado com antecedência,verificando-se prioritariamente os seguintes itens :Situação de resistência do telhado;

Local para fixação dos suporte e moitões ( trava queda );Local de sinalização da área de içamento e descida de telhas e materiais

de trabalho;Trajeto, visando reduzir ao máximo caminhadas sobre o telhado;Necessidade de montagem de andaimes sobre o telhado.

A locomoção sobre telhados deve ser feita somente com a utilização detábuas por onde os trabalhadores farão os deslocamentos pelo telhado.

As tábuas para locomoção dobre telhados devem ser de boa qualidade,planas, isentas de nós, rachaduras ou defeitos que sua resistência, sersobrepostas em 0,20 m ( vinte centímetros ), devendo a sobreposição coincidircom as terças, bem como possuírem ripas pregadas transversalmente ao eixolongitudinal das tábuas, com espaçamento de 0,40 m ( quarenta centímetros ).

Os trabalhadores em telhados devem ser dotados de suportes parafixação de cabos de aço, que deverão ser adequados à estrutura do prédio efixados em local resistente.

Sempre que possível, os prédios devem ser dotados de suportes parafixação de cabos de aço, que deverão ser adequados à estrutura do prédio efixados em local resistente.

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Todo local onde se desenvolvem trabalhos em telhados deve sersinalizado e isolado, de forma a evitar que os operários sejam atingidos poreventual queda de materiais e equipamentos.

O acesso ao telhado deve ser feito por meio de escadas fixas.

O acesso e a permanência em telhados somente poderá ocorrer em diasnão chuvosos.

Nos locais onde houver impedimento de fixação do suporte, o SESMT,em conjunto com o responsável pelos serviços deverá estabelecer osprocedimentos seguros para a execução das tarefas.

Para serviços em telhados especialmente no caso de telhas defibrocimento ( cimento amianto ), recomenda-se usar os seguintes acessórios :

Escadas de ripas ou escada plana para telhados;Tábuas para circulação transversal.Escada de acesso amarrada ou fixada.Evitar o uso de sapatos escorregadios e duros;Não trabalhar em telhados úmidos ou molhados;Evitar concentração de carga;Não pisar nos vãos entre os apoios das telhas ( evitar o apoio direto em

materiais frágeis );Usar cinturão de Segurança modelo pára-quedista, alpinista e

dispositivos de proteção coletiva.

19.1 Risco Principal

A execução de serviços em telhados exige dos trabalhadores aptidõesfísicas apropriadas.

Em particular não devem estar sujeitos à vertigem, a crises deepilepsias, Ter uso normal de braços e pernas e Ter uma boa visão.Convém lembrar que os trabalhadores menores de 18 anos não podem

ser empregados em serviços de altura, de qualquer natureza, salvo autorizaçãoda inspetoria do trabalho, ouvido o médico do trabalho.

O risco principal que enfrenta o trabalhador é o risco de queda. Quedasde materiais também podem causar acidentes.

A prevenção do risco de queda deve ser assegurada por um dos meiosseguintes :

Andaimes

Os andaimes utilizados para estes serviços devem ser munidos depeitoris compostos de elementos juntos ou afastados de modo a não permitir apassagem do corpo humano.

Estes peitoris devem ser bastante resistentes para impedir comeficiência a queda no espaço do trabalhador que perdeu o equilíbrio.

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19.2 Dispositivos de Proteção Coletiva

Na ausência de andaimes, dispositivos de proteção coletiva, de eficáciaequivalente, devem ser colocados para impedir a queda de pessoas e objetos.

Em particular, é preciso :Colocar elementos bem unidos ao longo da parte baixa do telhado, ou

painéis de tábuas, ou escada revestida de tábuas, colocada de quina esolidamente fixada ao madeiramento, ou qualquer outro dispositivo impedindoa passagem de um corpo humano.

19.3 Dispositivos Permanentes de Proteção

Ganchos de serviço podem servir também em telhados de chapas decimento-amianto. A fixação obedecerá aos princípios acima expostos.

Antes de usar ganchos, examiná-los cuidadosamente e verificar suaresistência.

19.4 Telhados em materiais Frágeis

Os trabalhadores devem executar o serviço em andaimes, plataformas,tábuas ou escadas, evitando o apoio direto em materiais frágeis. Naimpossibilidade de assim proceder, usar cintos de segurança ou colocar soalhoou rede de proteção.

Não se deve usar sapatos escorregadios ou duros, evitar concentraçõesde carga, trabalhadores e peso em geral e usar dispositivos de proteçãocoletiva ou cintos de segurança.

19.5 Serviços em conservação

Mesmo para serviços de pouca monta, nunca confiá-los a um homemtrabalhando sozinho.

O equipamento indispensável inclui :Escada de acesso ao telhado, colocada externa ou internamente.Em caso de acesso por alçapão, retirar a tampa do mesmo e guardá-la

no sótão.Escada plana para se deslocar no declive do telhado. Deverá ser fixada

de modo a não poder deslizar ou balançar.Cordas para amarrar o cinto de segurança.Cinto de segurança.

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19.6 Medidas Diversas

Antenas de rádio ou televisão e demais obstáculos existentes no telhadodevem ser sinalizados de maneira visível durante a execução dos serviços.

Em serviços de vidraceiro, retirar imediatamente os cacos de vidroÉ proibido o trabalho em telhados escorregadios em conseqüência de

condições atmosféricas, salvo instalação de dispositivos especiais.Recomenda-se o uso, em telhados, de alpargatas ou sapatos

apropriados.Nunca fechar condutos de fumaça ou bocas de ventilação sem avisar

previamente o usuário

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20. LOCAIS CONFINADOS

Normas de Locais confinados.

Nas atividades que exponham os trabalhadores a riscos de asfixia ,explosão, intoxicação e doenças do trabalho devem ser adotadas medidasespeciais de proteção, a saber:

a) treinamento e orientação para os trabalhadores quanto aos riscos aque estão submetidos, a forma de preveni-los e o procedimento a seradotado em situação de risco;b) nos serviços em que se utilizem produtos químicos, os trabalhadoresnão poderão realizar suas atividades sem a utilização de EPI adequado;c) a realização de trabalho em recintos confinados deve ser precedidade inspeção prévia e elaboração de ordem de serviço com osprocedimentos a serem adotados;d ) monitoramento permanente de substância que cause asfixia,explosão e intoxicação no interior de locais confinados realizado portrabalhador qualificado sob supervisão de responsável técnico;e) proibição de uso de oxigênio para ventilação de local confinado;f) ventilação local exaustora eficaz que faça a extração doscontaminantes e ventilação geral que execute a insuflação de ar para ointerior do ambiente, garantindo de forma permanente a renovaçãocontínua do ar;g) sinalização com informação clara e permanente durante a realizaçãode trabalhos no interior de espaços confinados;h) uso de cordas ou cabos de segurança e armaduras para amarraçãoque possibilitem meios seguros de resgate;i) acondicionamento adequado de substâncias tóxicas ou inflamáveisutilizadas na aplicação de laminados, pisos, papéis de parede ousimilares;j) a cada grupo de 20 (vinte) trabalhadores, 2 (dois) deles devem sertreinados para resgate;k) manter ao alcance dos trabalhadores ar mandado e/ou equipamentoautônomo para resgate;l) no caso de manutenção de tanque, providenciar desgaseificaçãoprévia antes da execução do trabalho.

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21. CARPINTARIA

As operações em máquinas e equipamentos necessários à realização daatividade de carpintaria somente podem ser realizados por trabalhadorqualificado nos termos da NR 18.

• Serra circular deve atender às disposições a seguir:

o Ser dotada de mesa estável, com fechamento de suas facesinferiores, anterior e posterior, construída em madeira resistente ede primeira qualidade, material metálico ou similar de resistênciaequivalente, sem irregularidades, com dimensionamentosuficiente para a execução das tarefas.

o Ter a carcaça do motor aterrada eletricamenteo O disco deve ser mantido afiado e travado, devendo substituídoquando apresentar trincas, dentes quebrados ou empenamentos

o As transmissões de força mecânica devem estar protegidasobrigatoriamente por anteparos fixos e resistentes, não podendoser removidos, em hipótese alguma, durante a execução dostrabalhos.

o Ser provida de coifa protetora do disco e cutelo divisor, comidentificação do fabricante e ainda coletor de serragem.

Nas operações de corte de madeira devem ser utilizados dispositivoempurrador e guia de alinhamento.

As lâmpadas de iluminação da carpintaria devem estar protegidas contraimpactos provenientes da projeção de partículas.

A carpintaria deve ter piso resistente, nivelado e antiderrapante, comcobertura capaz de proteger os trabalhadores contra quedas de materiais eintempéries.

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22. ARMAÇÕES EM AÇO

A dobragem e o corte de vergalhões de aço em obra devem ser feitossobre bancadas ou plataformas apropriadas e estáveis, apoiadas sobresuperfícies resistentes, niveladas e não-escorregadias, afastadas da área decirculação de trabalhadores.

As armações de pilares, vigas e outras estruturas verticais devem serapoiadas e escoradas para evitar tombamento e desmoronamento.

A área de trabalho onde está situada à bancada de armação deve tercobertura resistente para proteção dos trabalhadores contra a queda demateriais e intempéries.

As lâmpadas de iluminação da área de trabalho da armação de açodevem estar protegidas contra impactos provenientes da projeção de partículasou de vergalhões.

É obrigatória a colocação de pranchas de madeira firmemente apoiadassobre as armações nas fôrmas, para a circulação de operários.

É proibida a existência de pontas verticais de vergalhões de açodesprotegidas.

Durante a descarga de vergalhões de aço, a área deve ser isolada.

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23. ESTRUTURAS EM CONCRETO

As fôrmas devem ser projetadas e construídas de modo que resistam àscargas máximas de serviço.

O uso de fôrmas deslizantes deve ser supervisionado por profissionallegalmente habilitado.

Os suportes e escoras de fôrmas devem ser inspecionados antes edurante a concretagem por trabalhador qualificado.

Durante a desforma devem ser viabilizados meios que impeçam a quedalivre de seções de fôrmas e escoramentos, sendo obrigatórios à amarração daspeças e o isolamento e sinalização ao nível do terreno.

As amarrações de pilares devem ser estaiadas ou escoradas antes docimbramento.

Durante as operações de protensão de cabos de aço é proibida apermanência de trabalhadores atrás dos macacos ou sobre estes, ou outrosdispositivos de protensão, devendo a área ser isolada e sinalizada.

Os dispositivos e equipamentos usados em protensão devem serinspecionados por profissional legalmente habilitado, antes de serem iniciadosos trabalhos e durante os mesmos.

As conexões dos dutos transportadores de concreto devem possuirdispositivos de segurança para impedir a separação das partes, quando osistema estiver sobre pressão.

As peças e máquinas do sistema transportador de concreto devem serinspecionados por trabalhador qualificado, antes do início dos trabalhos.

No local onde se executa a concretagem, somente deve permanecer aequipe indispensável para a execução desta tarefa.

Os vibradores de imersão e de placas devem ter dupla isolação e oscabos de ligação ser protegidos contra choques mecânicos e cortes pelaferragem, devendo ser inspecionados antes e durante a utilização.

As caçambas transportadoras de concreto devem ter dispositivos desegurança que impeçam o seu descarregamento acidental.

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24. ESTRUTURAS METÁLICAS

As peças devem estar previamente fixadas antes de serem soldadas,rebitadas ou parafusadas.

Na edificação de estrutura metálica, abaixo dos serviços de rebitagem,parafusagem ou soldagem, deve ser mantido piso provisório, abrangendo todaa área de trabalho situada no piso imediatamente inferior.

O piso provisório deve ser montado sem frestas, a fim de se evitar quedade materiais ou equipamentos.

Quando necessária à complementação do piso provisório, devem serinstaladas redes de proteção junto às colunas.

Deve ficar à disposição do trabalhador, em seu posto de trabalho,recipiente adequado para depositar pinos, rebites, parafusos e ferramentas.

As peças estruturais pré-fabricadas devem ter pesos e dimensõescompatíveis com os equipamentos de transportar e guindar.

Os elementos componentes da estrutura metálica não devem possuirrebarbas.

Quando for necessária a montagem, próximo às linhas elétricasenergizadas, deve-se proceder ao desligamento da rede, afastamento doslocais energizadas, proteção das linhas, alem do aterramento da estrutura eequipamentos que estão sendo utilizados.

A colocação de pilares e vigas deve ser feita de maneira que, aindasuspensos pelo equipamento de guindar, se executem a prumagem, marcaçãoe fixação das peças.

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25. OPERAÇÕES DE SOLDAGEM E CORTE A QUENTE

As operações de soldagem e corte a quente somente podem serrealizadas por trabalhadores qualificados.

Quando forem executadas operações de soldagem e corte a quente emchumbo, zinco ou materiais revestidos de cádmio, será obrigatória a remoção,por ventilação local exaustora, dos fumos originados no processo de solda ecorte, bem como na utilização de eletrodos revestidos.

O dispositivo usado para manusear eletrodos deve ter isolamentoadequado à corrente usada, fim de se evitar a formação de arco elétrico ouchoques no operador.

Nas operações de soldagem e corte a quente, é obrigatória a utilizaçãode anteparo eficaz para a proteção dos trabalhadores circunvizinhos. Omaterial utilizado nesta proteção deve ser do tipo incombustível.

Nas operações de soldagem ou corte a quente de vasilhame, recipiente,tanque ou similar, que se envolva geração de gases confinados ousemiconfinados, é obrigatória a adoção de medidas preventivas adicionais paraeliminar riscos de explosão e intoxicação do trabalhador, já mencionado noitem (Locais Confinados).

As mangueiras devem possuir mecanismos contra o retrocesso daschamas na saída do cilindro e chegada do maçarico.

È proibida a presença de substâncias inflamáveis e/ou explosivaspróximos às garrafas de O2 (oxigênio).

Os equipamentos de soldagem elétrica devem ser aterrados.

Os fios condutores dos equipamentos, as pinças ou os alicates desoldagem devem ser mantidos longe de locais com óleo graxa ou umidade, edevem ser deixados em descanso sobre superfícies isolantes.

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26. ALVENARIA, REVESTIMENTOS E ACABAMENTOS

Objetivo:

Estabelecer medidas de Engenharia de segurança do Trabalho nosSERVIÇOS DE ALVENARIA, REVESTIMENTO E ACABAMENTOS.

Documentos a consultar: NBR-7678 e a NR-18, da Portaria 3214/78, doMtb.

Condições:

As proteções de aberturas no piso devem ser recolocadosimediatamente após a marcação da alvenaria nas proximidades de cada umadelas.

Em cada pavimento, a alvenaria deve ser iniciada pelas caixas deelevadores, câmaras de exaustão, escadas, prismas de ventilação eiluminação, fachadas e empenas, de madeira a reduzir de imediato os riscos dequeda com diferença de nível.

Após término da jornada de trabalho, deve ser feito o asseio corporalcom água em abundância e posterior trocado vestuário, devido ao contato como cimento.

É necessário precaver-se quanto à queda de materiais, principalmentepara o exterior da edificação, durante o levantamento de paredes ou deexecução de acabamentos, especialmente na colocação de vergas de portasou janelas e caixilhos de ar condicionado.

Ao assentar peitoris de janela ou varandas, é recomendável amarrarestas peças até a secagem da massa de assentamento, pois nestes casos,geralmente, nenhum material é superposto á peça, de imediato, como noassentamento de vergas.

Todas as paredes de tijolos em beiradas de laje devem Ter travamentoprovisório.

Não é permitida a improvisação de andaimes para a execução dearremates de paredes de alvenaria.

Não é permitida a improvisação de andaimes (caixotes e pilotis) para aexecução de arremates de paredes de alvenaria. Os andaimes, quando demadeira, devem ser confeccionados somente por carpinteiros.

Na execução de muretas em beiradas de laje (cobertura e pilotis), osserviços de alvenaria e concretagem de pilares devem ser feitossimultaneamente, a fim de diminuir o risco de desabamento.

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As sobras de tijolos, massa ou entulho que caírem nos degraus dasescadas e nas áreas de circulação, devem ser retirados, para evitar riscos dequeda por quem transita no local.

Quando da realização de trabalhos em caixas de elevadores, deve-seevitar a execução de qualquer outro serviço na casa de máquina ou junto àsportas do elevador (alvenaria), a fim de evitar o risco de queda de material parao interior da caixa.

É recomendável realizar uma programação adequada para a execuçãode alvenaria de cada pavimento logo após a conclusão de sua desforma.

As passagens provisórias através de paredes de alvenaria devem Tervãos com altura mínima de 1,80 m (um metro e oitenta centímetros) e larguramínima de 0,60 m (sessenta centímetros).

Nos revestimentos executados sobre andaimes em varandas ou juntoaos vãos de janelas, poços de elevador, etc., não sendo possível à instalaçãode guarda-corpo provisório, é necessário o uso de cinto de segurança tipo pára-quedista, fixado à estrutura em local firme.

Os quadros fixos de tomadas devem ser protegidos (cobertos), sempreque, nas proximidades, onde forem executados serviços de revestimento commassa.

É necessário tomar precauções com a movimentação de réguas dealumínio próximo de fiações ou chaves elétricas. Em andaimes, recomenda-seamarrar uma corda a uma das extremidades da régua e o cabo detração doguincho, de maneira a evitar a sua queda acidental.

As caixas de papelão (azulejos, cerâmicas, etc.) ou sacos (cimento,gesso, etc.) vazios não devem ficar espalhados ou amontoados. É necessáriojuntá-los, amarrá-los e colocá-los em local isolado, providenciando-se a suaimediata retirada da obra.

Cuidados especiais devem sertomados com a limpezadepastilhasoucerâimica, principalmente em fachadas, quando as misturasácidas puderem atingir trabalhadores em pavimentos inferiores e, até mesmo,com vizinhos da obra.

Nos revestimentos com chapisco, reboco ou emboço, jateamento,limpeza de pastilhas (ácidos), etc. é obrigatório o uso de óculos de segurança.

As paredes de granito ou mármore, quando transportadas paraandaimes suspensos, devem ser previamente amarrados.

Na execução de pinturas, aplicando da pinturas, aplicação de vernizesou colas ou ainda nos serviços com uso de solventes inflamáveis ou tóxicos, eem ventilação insuficiente, deve-se tomar as seguintes medidas de segurança:

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Instalar sistema de ventilação forçada e fornecer equipamento deproteção respiratória apropriado;

Colocar, nos acessos, placas com inscrição "Risco de Incêndio,Explosão ou Intoxicação, Proibido Fumar" e extintores de CO2 ou PQS;Evitar instalação de iluminação provisória, com fios desempregados ou

conexões por pressão;Utilizar somente luminárias a prova de explosão;Utilizar somente roupa de algodão;É proibido fumar ou portar cigarro aceso;Manter colas e solventes em recipientes fechados;Evitar, nas proximidades, qualquer risco de centelhamento, inclusive por

impacto.

É aconselhável retirar a folha da porta de acesso ao cômodo onde seráaplicado o material, a fim de evitar o seu fechamento acidental.

Quando se recortar concreto em vigas de beiradas de laje, éaconselhável não bater no sentido de dentro para fora, devendo-se faze-loparalelamente a fachada, reduzindo-se dessa forma a projeção de fragmentospara o exterior da construção. Nesses casos, o uso do cinto de segurança tipopára-quedista fiado à estrutura e óculos de segurança são obrigatórios.

Os trabalhos com a execução de forro falso de gesso exigem cuidadosespeciais quanto à execução de andaimes. É recomendável que o andaimeocupe todo o cômodo onde serão executados os trabalhos.

Deve-se evitar os riscos de incêndio e explosão, principalmente dossolventes e diluentes. A grande volatilidade destes produtos determinam aprodução, em grande escala, de vapores inflamáveis.

Deve-se fazer a avaliação das concentrações de vapores tóxicosperiodicamente nos ambientes de trabalho suspeitos de contaminação.

Nos casos de trabalhos em compartimentos fechados deveremos:Instalação de sistema de exaustão para captar os vapores dos

solventes;Ter ventilação intensa durante a secagem;Ter locais adequados para despejar solventes e diluentes;Captar os vapores em seu ponto de origem;Proibir chama aberta;Não provocar faíscas por impactos entre objetos metálicos ou contra o

piso de cimento;Fazer instalação elétrica estanque, com equipamentos aterrados

eletricamente;Colocar o compressor fora do local de pintura, pois poderá atingir o

ponto de inflamação por compressão anormal;Estocar materiais inflamáveis fora do local da pintura;Eliminar detritos (panos, embalagens, etc.) colocando-os em recipientes

metálicos e queimando-os em local apropriado;Instalar nas proximidades extintores portáteis de espuma.

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Quanto à proteção dos trabalhadores, devemos adotar os seguintesprocedimentos:

Usar roupa fechada, incluindo punhos e tornozelos, bem como o uso decapacetes;

Não lavar as mãos com Benzol ou outros solventes orgânicos;Proteger as mãos com luvas especiais, usando cremes a base de

glicerina e sabão especial, quando necessário;Lavar-se cuidadosamente e trocar de roupa ao término da jornada de

trabalho.Usar máscara com cartucho de carvão filtrante, que absorve vapores

tóxicos e poeira proveniente do lixamento de massa de pintor regulizadora dabase;

Cuidados especiais devem ser tomados com ferramentas de corte, taiscomo martelo de vidraceiro (cabo de lâmina) raspadeiras triangulares, etc;

O local de estocagem do material para serviços de pintura de um prédioem construção deve ser amplo, bem ventilado e isolado de qualquer outromaterial.

As medidas de segurança a serem tomadas são as mesmasdeterminadas para depósito de combustíveis e inflamáveis.

Não deixar sobre o piso fragmentos de cerâmica azulejos ou vidro.

Os locais abaixo das áreas de colocação de vidros (fachadas) devem serinterditados ou isolados.

Após a colocação, os vidros devem ser marcados de maneira visível,para evitar que sua transparência possa levar a ocorrência de acidentes.

Os sacos de vidro devem ser imediatamente retirados e todos oscuidados devem ser tomados nos serviços realizados no alto.

Próximo ao local derretimento de piche, é necessário armazenar areia ealgumas pás, para eventual princípio de incêndio. O SESMT deve orientar aescolha do local para este tipo de serviço.

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27. SERVIÇOS EM FLUTUANTES

Objetivo:

Estabelecer medidas de Engenharia de segurança do Trabalho nosSERVIÇOS EM FLUANTES.

Documentos a consultar: NR-18, da Portaria 3214/78, do Mtb.

Condições:

Na execução de trabalhos com riscos de queda n'água devem serusados coletes salva-vidas ou outros equipamentos de flutuação.

As plataformas de trabalho devem ser providas de linhas de segurançaancoradas em terra firme, que possam ser usadas quando as condiçõesmeteorológicas não permitirem a utilização de embarcações.

Na execução de trabalho noturno sobre a água, toda a sinalização desegurança da plataforma e o equipamento de salvamento devem seriluminados com lâmpadas à prova d'água.

O sistema de iluminação deve ser estanque.

As superfícies de sustentação das plataformas de trabalho devem serantiderrapantes.

É proibido deixar materiais e ferramentas soltos sobre as plataformas detrabalho.

Ao redor das plataformas de trabalho devem ser instalados guarda-corpos, firmemente fixados à estrutura.

Em quaisquer atividades é obrigatória à presença permanente deprofissional em salvamento, primeiros socorros e ressuscitamentocardiorrespiratório.

Os serviços em flutuantes devem atender às disposições constantes noRegulamento para o Tráfego Marítimo e no Regulamento Internacional para

Evitar Abalroamentos no Mar (RIPEAM - 72), do Ministério da Marinha.Os coletes salva-vidas devem ser de cor laranja, conter o nome da

empresa e a capacidade máxima representada em kg (quilograma).Os coletes salva-vidas devem ser em número idêntico ao de

trabalhadores e tripulantes.

É proibido conversar a bordo trapos embebidos em óleo ou qualqueroutra substância volátil.

É obrigatória a instalação de extintores de incêndio em número ecapacidade adequados.

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28.EQUIPAMENTOS UTILIZADOS NO CANTEIRO DE OBRAS

28.1. Serra Circular

A carcaça da serra circular deve ser construída de maneira a evitarvibrações e jogo nos acoplamentos.

A lâmina. Para corte longitudinal e transversal com a mesma lâmina,escolher dentes com ângulo de avanço entre 6 e 10 graus.O diâmetro dos flanges deve ser suficiente para manter corretamente a lâminano eixo.

Ø 150 mm para uma lâmina de 500 mm.Ø 130 mm para uma lâmina de 400 mm.Ø 120 mm para uma lâmina de 300 mm.Manter a lâmina sempre bem afiada e travada.

A tampa da bancada deve ser de chapa grossa plana e lisa ou madeirade lei cuidadosamente aplainada. Deve ter comprimento suficiente para o cortede peças de comprimento médio sem risco da peça cortada bascular.

Para o corte de peças de grande comprimento, e não dispondo deajudante, prever cavaletes de rolos com extremidade superior no nível dabancada.

A coifa deve cobrir a parte não operacional da lâmina acima da bancada.

Para poder cortar peças largas, épreferível fixara coifa ao madeiramentodo teto do barracão que abriga a máquina e o operador.

A coifa deve ser simples e de regulagem em altura fácil e rápida.

A faca divisora: de aço duro ou semiduro, tem grossura ligeiramentemenor do que a largura do corte de serra com lâmina bem travada.

Borda da frente e parte superior da faca levemente arredondadas.

Colocada no plano da lâmina, éregulada a 2 mm dos dentes traseiros.

Cuidado: uma faca grossa demais age como cunha e racha a madeirano fim do corte.

Fina demais, não impede que a madeira volte a se fechar com risco deprojeção violenta da mesma contra o operador.

O fundo da bancada deve ser completamente fechado por tábuas outela, para isolar a parte não operacional da lâmina.

Não havendo dispositivo aspirador da serragem, deve haver tela ouabertura permitindo verificar o acúmulo de serragem.

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Um painel móvel possibilitará a remoção da serragem.

Evidentemente, a limpeza deve ser efetuada com a máquina parada.

Polias, correias e motores devem ter guarnições.

A guarnição protetora deve ser fixada um pouco mais abaixo do nível dabancada, para permitir o corte sem risco de contato com o revestimento.

Ligar a terra os motores elétricos.

Em todos os casos, nunca se afastar da máquina antes de sua paradacompleta.

Terminando o serviço de serra, o trabalhador encarregado do mesmodeverá fechar com cadeado a caixa do interruptor do motor elétrico ou retirar amanivela do motor a gasolina, para evitar o acesso ao motor.

É preciso evitar que qualquer um possa utilizar a serra.

Dispositivo de empurrar a madeira é indispensável em fim de passagem.

Permite o corte fácil de cunhas ou calços, já que sua parte dianteirareproduz às avessas a forma da cunha a ser cortada.

Basta usar guia bem paralelo à lâmina, e manter a madeira a ser cortadacom segundo dispositivo de empurrar, que servirá ainda para afastar da lâminaa cunha cortada.

28.2. MÁQUINA DE CORTAR MATERIAIS

Usada como serra circular, deve corresponder às condições de usoprevistas para a mesma.

No caso da faca divisora sustentar a coifa (lâmina de diâmetro igual ouinferior a 500 mm) a largura da parte resistente da faca (no nível de bancada)será de:

Mínimo de 45 mm para serra de diâmetro máximo de 300 mmMínimo de 90 mm para serra de diâmetro entre 300 e 500 mm

Usada para corte de materiais, deve corresponder às condiçõesseguintes, para ser aceita por fiscalização do trabalho:

Os discos utilizados deverão ser do tipo de armação de tela incorporada.Flanges de montagem inteiramente trabalhados e rebaixadas na face em

contato com o disco.Flange de apoio solidária com o eixo porta-disco.Diâmetro das flanges pelo menos igual ao terço do diâmetro do disco

utilizado.Disco protegido por cárter de chapa de aço de 4 mm de grossura na

periferia e de 2 mm nas faces laterais.

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Carter semicircular, regulável em altura conforme as dimensões daspeças a serem cortadas. Incluirá um dispositivo de recolhimento de poeira.Fixação rígida da carcaça.

Geralmente de tipo oscilante com possibilidade de blocular o cabeçoteem altura e inclinação.

Para o corte à água, recomendável para eliminar pós-nocivos, a rede deágua do local poderá ser utilizada.

Alguns modelos possuem circuito fechado autônomo, alimentado porbomba elétrica centrífuga.

Usar equipamento especial (avental, luvas, óculos) como proteçãocontra projeções de água e lama.

Para o corte a seco, instalar sistema de aspiração de pó.

28.3.BETONEIRA

A portaria de 9/8/57 contém os dispositivos gerais aplicáveis abetoneiras com caçamba acionada por mecanismo de levantar.

Com efeito, ocorreram numerosos acidentes no uso de betoneiras,devido à queda repentina da caçamba. As causas desta queda são asseguintes:

Interrupção acidental da ação do freio ou trave em conseqüência dechoques ou vibrações.Ruptura do cabo ou amarra.Distração do operador que esqueceu, antes de acionar a descida, deverificar a presença de pessoas sob a caçamba.Remoção da máquina por pessoas não qualificadas na ausência domanobrista.

DUPLA SEGURANÇA

O dispositivo comum de parada da caçamba, agindo sobre o cabo demanobra, deve ser completado por outro dispositivo de imobilização,independente do mecanismo de manobra, fixado no chassis e utilizável emqualquer tempo.

Seu funcionamento será, de preferência, automático. Na falta dedispositivo previsto pelo fabricante, é sempre possível adaptar uma duplasegurança simples e eficiente em equipamentos antigos.

Adicionalmente, calçar a caçamba com madeira redonda ou viga paragarantir provisoriamente a segurança de quem trabalha sob a máquina.

Verificações

Toda semana, deverá ser feita uma verificação completa dofuncionamento dos dispositivos do cascalho da caçamba, assim como doscabos, alavancas e acessórios de segurança.

Ordens de serviçoO responsável da obra emitirá ordens de serviço, especificando as

condições de uso, mudança de local e manutenção da betoneira.

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Estas ordens incluirão, em particular, os seguintes itens:

Verificação dos dispositivos de segurança.Controle do afastamento de pessoal da zona de manobras da caçamba.Quando a betoneira estiver parada, obrigação de encostar a caçamba no

chão ou de bloqueá-la em posição levantada pelo dispositivo adicional desegurança.

Proibição de limpar a fossa durante o funcionamento normal damáquina.

Controle por trabalhador qualificado da mudança de local da betoneira e,em particular, de bloqueio do dispositivo e da amarração apropriada.

28.4. DUMPER

Qualificação do operadorNão é indispensável possuir carteira de motorista para manobrar a

máquina dentro dos limites da obra.É permitido, inclusive, dirigir sem carteira em estradas (a caminho de

uma obra para outra) se a velocidade não ultrapassar 25 km/h, obedecendo,evidentemente, aos regulamentos de trânsito.

A portaria de 26/07/61 esclarece porém que a direção de dumperssomente deve ser confiada a operadores cuidadosamente treinados eaprovados em exame organizado pelo empregador.

Ordens de serviços, manutenção.A empresa deve estabelecer normas de circulação e uso. Em todo caso,

incluirão a proibição de transportar pessoas não autorizadas.Deverão ser tomadas medidas para impedir o uso do veículo por pessoal

não autorizado, na ausência do operador.Verificação semanal dos elementos do dumper, e vistoria semestral,

efetuadas por pessoas especialmente indicadas pelo responsável da obra.O resultado das vistorias será anotado num registro de segurança.

ManobrasManobrar a caçamba somente com máquina complemente parada e o

freio de mão apertado.Em certos modelos, o freio de pé não imobiliza a máquina no momento

da manobra da caçamba.Nos dumpers de dois sentidos de marcha e assento rotativo, nunca

manobrar o assento com a máquina em movimento, o que neutralizaria oscomandos do freio e da embreagem.

Colocar a alavanca de câmbio em ponto morto e apertar o freio de mão.Não acionar os pedais durante a rotação do assento. Em estrada ou

pista, não dirigir com a caçamba para frente.Cuidado com os ângulos mortos sem visibilidade. Quando dirigir na obra,

com a caçamba para frente, localizar de longe os obstáculos.Havendo pessoas na proximidade da máquina, buzinar e seguir as

indicações de um ajudante a pé.O dumper tende a bascular durante a descarga da caçamba,

especialmente em terrenos em declive e descargas na direção do declive.

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29.MOVIMENTAÇÃO E TRANSPORTE DE PESSOAS E CARGAS

Os equipamentos de transporte vertical de materiais e de pessoasdevem ser dimensionados por profissional legalmente habilitado.

A montagem e desmontagem devem ser realizadas por trabalhador equalificado.

A manutenção deve ser executada por trabalhador qualificado, sobsupervisão de profissional legalmente habilitado.

Todos os equipamentos de movimentação e transporte de materiais epessoas só devem ser operados por trabalhador qualificado, o qual terá suafunção anotada em Carteira de Trabalho.

No transporte vertical e horizontal de concreto, argamassas ou outrosmateriais, é proibida a circulação ou permanência de pessoas sob área demovimentação da carga, sendo a mesma isolada e sinalizada.

Quando o local de lançamento de concreto não for visível pelo operadordo equipamento de transporte ou bomba de concreto , deve ser utilizado umsistema de sinalização, sonoro ou visual e, quando isso não for possível, devehaver comunicação por telefone ou rádio para determinar o início e o fim dotransporte.

No transporte de cargas dos perfis, vigas e elementos estruturais devemser adotados medidas preventivas quanto à sinalização e isolamento da área.

Os acessos da obra devem estar desimpedidos, possibilitando amovimentação dos equipamentos de guindar e transportar.

Antes do início dos serviços, os equipamentos de guindar e transportardevem ser vistoriados por trabalhador qualificado, com relação à capacidadede carga, altura de elevação e estado geral do equipamento.

Estruturas ou perfis de grande superfície somente devem ser içados comtotal precaução contra rajadas de vento.

Todas as manobras de movimentação devem ser executadas portrabalhador qualificado e por meio de código de sinais convencionados.

Devem ser tomadas precauções especiais quando da movimentação demáquinas e equipamentos próximo a redes elétricas.

O levantamento manual ou semimecanizado descargas deve serexecutado de forma que o esforço físico realizado pelo trabalhador sejacompatível com sua capacidade de força, conforme a NR-17 - Ergonomia.

Os guinchos de coluna ou similar (tipo "VELOX") devem ser providos dedispositivos próprios para sua fixação.

O tambor do guincho de coluna deve estar nivelado para garantir oenrolamento adequado do cabo.

A distância entre a roldana livre e o tambor do guincho do elevador deveestar compreendida entre 2,50 m (dois metros e cinqüenta centímetros) e 3,00m (três metros), de eixo a eixo.

O cabo de aço situado entre o tambor de rolamento e a roldana livredeve ser isolado por barreira segura, de forma que se evitem a circulação e ocontato acidental de trabalhadores com o mesmo.

O guincho do elevador ser dotado de chave de partida e bloqueio queimpeça o seu acionamento por pessoa não-autorizada.

Em qualquer posição do guincho do elevador, o cabo de tração devedispor, no mínimo, de 6 (seis) voltas enroladas no tambor.

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Os elevadores de caçamba devem ser utilizados apenas para otransporte de material a granel.

É proibido o transporte de pessoas por equipamento de guindar.Os equipamentos de transportes de materiais devem possuir dispositivos

que impeçam a descarga acidental do material transportado.

29.1.TORRES DE ELEVADORES

As torres de elevadores devem ser dimensionadas em função dascargas a que estarão sujeitas.

Na utilização de torres de madeira devem ser atendidas as seguintesexigências adicionais:permanência, na obra, do projeto e da Anotação de Responsabilidade Técnica(ART) de projeto e execução da torre;a madeira deve ser boa qualidade e tratada.

As torres devem ser montadas e desmontadas por trabalhadoresqualificados.

As torres devem estar afastadas das redes elétricas ou estar isoladasconforme normas específicas da concessionária local.

As torres devem ser montadas o mais próximo possível da edificação.A base onde se instalada a torre e o guincho deve ser única, de

concreto, nivelada e rígida.Os elementos estruturais (laterais e contraventos) componentes da torre

devem estar em perfeito estado, sem deformações que possam comprometersua estabilidade.

As torres para elevadores de caçamba devem ser dotadas dedispositivos que mantenha a caçamba em equilíbrio.

Os parafusos depressão dos painéis devem ser apertados e oscontraventos contrapinados.

Os estaiamento ou fixação das torres à estrutura da edificação, deve sera cada laje ou pavimento.

A distância entre a viga superior da cabina e o topo da torre, após aúltima parada, deve ser de 4,00 m (quatro metros).

As torres devem ter os montantes posteriores estaiados a cada 6,00 m(seis metros) por meio de cabos de aço; quando a estrutura for tubular ourígida, a fixação por meio de cabo de aço é dispensável.

O trecho da torre acima da última laje deve ser mantido estaiado pelosmontantes posteriores, para evitar o tombamento da torre no sentido contrárioà edificação.

As torres montadas externamente às construções devem ser estaiadasatravés dos montantes posteriores.

A torre e o guincho do elevador devem ser aterrados eletricamente.Em todos os acessos de entrada à torre do elevador deve ser instalada

uma barreira que tenha, no mínimo 1,80m (um metro e oitenta centímetros) dealtura, impedindo que pessoas exponham alguma parte de seu corpo nointerior da mesma.

A torre do elevador deve ser dotada de proteção e sinalização, de formaa proibir a circulação de trabalhadores através da mesma.As torres de elevadores de materiais devem ter suas faces revestidas com telade arame galvanizado ou material de resistência e durabilidade equivalentes.

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Nos elevadores de materiais, onde a cabina for fechada por painéis fixosde, no mínimo 2 (dois) metros de altura, e dotada de um único acesso, oentelamento da torre é dispensável.

As torres do elevador de material e do elevador de passageiros devemser equipadas com dispositivo de segurança que impeça a abertura da barreira(cancela), quando o elevador não estiver no nível do pavimento.

As rampas de acesso à torre do elevador devem:Ser providas de sistema de guarda-corpo e rodapé;Ter pisos de material resistente, sem apresentar aberturas;Ser fixadas à estrutura do prédio e da torre;Não Ter inclinação descendente no sentido da torre.Deve haver altura livre de no mínimo 2,00 m (dois metros) sobre arampa.

29.2.ELEVADORES DE TRANSPORTE DE MATERIAIS

É proibido o transporte de pessoas nos elevadores de materiais.Deve ser fixada uma placa no interior do elevador de material, contendo

a indicação de carga máxima e a proibição de transporte de pessoas.O posto de trabalho do guincheiro deve ser isolado, dispor de proteção

segura contra queda de materiais, e os assentos utilizados devem atender aodisposto na NR-17 - Ergonomia.

Os elevadores de materiais devem dispor de:Sistema de frenagem automática;Sistema de segurança eletromecânica no limite superior, instalado a2,00 m (dois metros) abaixo da viga superior da torre;Sistema de trava de segurança para mantê-lo parado em altura, além dofreio do motor;Interruptor de corrente para que só se movimente com portas ou painéisfechados.Quando houver irregularidades no elevador de materiais quanto aofuncionamento e manutenção do mesmo, estas serão anotadas pelooperador em livro próprio e comunicadas, por escrito, ao responsávelpela obra.O elevador deve contar com dispositivo de tração na subida e descida,de modo a impedir a descida da cabina em queda livre (banguela).Os elevadores de materiais devem ser dotados de botão, em cadapavimento, para acionar lâmpada ou campainha junto ao guincheiro, afim de garantir comunicação única.Os elevadores de materiais devem ser providos, nas laterais, de painéisfixos de contenção com altura em torno de 1,00m (um metro) e, nasdemais faces, de portas ou painéis removíveis.Os elevadores de materiais devem ser dotados de cobertura fixa,basculável ou removível.

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29.3. ELEVADORES DE PASSAGEIROS

Nos edifícios em construção com 12(doze) ou mais pavimentos, oualtura equivalente é obrigatória à instalação de, pelo menos, um elevador depassageiros, devendo o seu percurso alcançar toda a extensão vertical daobra.

O elevador de passageiros deve ser instalado, ainda, a partir daexecução da 7ª laje dos edifícios em construção com 08 (oito) ou maispavimentos, ou altura equivalente, cujo canteiro possua , pelo menos, 30(trinta) trabalhadores.

Fica proibido o transporte simultâneo de carga e passageiros noelevador de passageiros.

Quando ocorrer o transporte de carga, o comando do elevador deve serexterno.

Em caso de utilização do elevador de passageiros para transporte decargas ou materiais, não simultâneo, deverá haver sinalização por meio decartazes em seu interior, onde conste de forma visível, os seguintes dizeres, ououtros que traduzam a mesma mensagem: "É PERMITIDO O USO DESTEELEVADOR PARA TRANPORTE DE MATERIAL, DESDE QUE NÃOREALIZADO SIMULTÂNEO COM O TRANSPORTE DE PESSOAS".

Quando o elevador de passageiros for utilizado para o transporte decargas e materiais, não simultaneamente, e for o único da obra, será instaladoa partir do pavimento térreo.

O transporte de passageiros terá prioridade sobre o de carga ou demateriais.

O elevador de passageiros deve dispor de:Interruptor nos fins de curso superior e inferior, conjugado com freio automáticoeletromecânico;

Sistema de frenagem automática, a ser acionado em caso de ruptura docabo de tração ou, em outras situações que possam provocar a queda livre dacabina;

Sistema de segurança eletromecânico situado a 2,00 m (dois metros)abaixo da viga superior da torre, ou outro sistema que impeça o choque dacabina com esta viga;

Interruptor de corrente, para que se movimente apenas com as portasfechadas;

Cabina metálica com porta;Freio manual situado na cabina, interligado ao interruptor de corrente

que quando acionado desligue o motor.O elevador de passageiros deve ter um livro de inspeção, no qual o

operador anotará, diariamente, as condições de funcionamento e demanutenção do mesmo. Este livro deve ser visto e assinado, semanalmente,pelo responsável pela obra.

A cabina do elevador automático de passageiros deve Ter iluminação eventilação natural ou artificial durante o uso e indicação do número máximo depassageiros e peso máximo equivalente (kg).

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29.4. GRUAS

Objetivo:Estabelecer medidas de Engenharia de Segurança do Trabalho nos

Serviços de Grua.

Documentos consultar: NBR-7678 e NR-18,da Portaria 3214/78, do MTb

Condições:A grua é um guindaste de lança horizontal, que é suportada por uma

estrutura metálica vertical, denominada "TORRE" em torno da qual, seu braçorotativo, denominado "LANÇA", pode girar.

Suportado pela lança, corre um pequeno "TROLEY" onde estapendurado um "GANCHO", na extremidade da lança é instalado um "pára-choque" para impedir a queda do Troley.

Nas edificações, as torres das gruas são normalmente fixas, instaladasno seu interior (caixa do elevador)ou externamente próximo a uma dasfachadas e montadas sobre blocos de fundação.

A resistência do solo e da base (bloco de ancoragem), deve suportar opeso da estrutura de grua e as forças adicionais, tais como: Toque de giro,carga do vento, cargas dinâmicas etc...

A ponta da lança deve ficar, no mínimo, a 3,00 metros de distância dequalquer obstáculos e a 6,00 metros, quando se tratar de rede elétrica.

Quando da instalação de uma grua inteiramente de uma edificação, énecessário verificar como Engenheiro Residente ou responsável, se a estruturaestá calculada para resistir a esta sobre carga.

É proibido a montagem de estruturas com defeitos que possamcomprometer seu funcionamento.

Quando da instalação externa, o primeiro Estaiamento da torre, devese dar necessariamente no 8° (oitavo)elemento e a partir daí, de 5 (cinco) em5 (cinco) elementos.

Quando o equipamento de guindar não estiver em operação, a lançadeve ser colocado em posição de descanso.

A operação da grua deve ser de conformidade com as recomendaçõesdo fabricante.

É proibido qualquer trabalho sob intempéries ou outras condiçõesdesfavoráveis, que exponham a risco os trabalhadores da área.

A grua deve ser devidamente aterrada, e quando necessário, dispor depára-raios situados a 2,00m (dois metros acima da ponta mais elevada datorre).

É obrigatório existir trava de segurança no gancho do moitão.É proibida a utilização da grua para arrastar peças.É proibido a utilização de travas de segurança para bloqueio de

movimentação da lança quando a grua não estiver em movimento.É obrigatório a instalação de dispositivo de Segurança ou fins de curso

automático como limitadores de carga ou movimentos, ao longo da lança.

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É obrigatório a instalação de alarme sonoro que será acionado pelooperador sempre que houver movimentação de carga.

Principais Cuidados:Os principais cuidados a serem tomados com as gruas são:

Diariamente:Verificar o enrolamento do cabo de levantamento do gancho;Verificar se o lastro não se desloca;Por a lança em giro livre ou ancorá-la o trabalho;

Semanalmente:Conferir o nível de óleo de todos os redutores;

Lubrificar os seguintes locais:Rodar do "Trucks", pinhões e coroas;Ponto fixo do cabo, no pé da lança;Mola de segurança de carga;Dispositivo de tensão do carrinho;Pinhão e coroa de giro;Mancal do tambor e corrente do guincho de levantamento;

Verificar:Estado dos cabos e suas fixação;Tensão do cabo de translação do carrinho na lança

Mensalmente:Apertar todos os parafusos;Lubrificar pinos horizontais e verticais dos "trucks";Roda guia da coroa;Mancal de escora do gancho;Verificar o dispositivo limitador de momento, procedendo daseguinte maneira:

Suspender a carga máxima autorizada na extremidadeda lança "DEVE SUBIR";Suspender a carga máxima autorizada, mais 10% - "NÃO DEVE SUBIR".

Verificar a instalação elétrica, em todos os pontos (terminais dearmários, escovas do coletores, limpar os contatos principais eauxiliares,funcionamento do reles etc).

Segurança:O operador da grua deverá ser habilitado, devendo ser fichadocomo tal;O acesso para a torre, deverá ao lado da escada, correr cabo guiade segurança com trava queda, para fixação do cinto desegurança, mesmo havendo a gaiola de proteção;Deverá existir na obra, livro ata de inspeção e manutenção dagrua, assinado pelo engenheiro mecânico responsável, inclusivequando da operação de telescopagem (subida da grua);

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Quando do trabalho do operador fora da cabina, o mesmo deverá seguiras normas interna de Segurança da Obra;

É aconselhável quando do trabalho do operador da grua na laje, pormeios de sinal convencionado com outra pessoa, o uso de rádiostransmissores para maior segurança da operação;

A área de carga e descarga de uma grua, bem como trajeto percorridoem seu movimento, deve ser isolado, para que em momento algum,trabalhadores possam ficar sob a carga;

Em hipótese nenhuma, a grua poderá trabalhar com ventos ouchuva fortes.

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30. MÁQUINAS OPERATRIZES

A variedade das máquinas operatrizes e dos perigos que oferecemconforme sua categoria, leva a classificá-las por grupos, em função de seumodo de funcionamento.

Destacamos aqui três grupos especiais:as máquinas operatrizes para trabalhar madeiraas máquinas operatrizes de esmerilar e os rebolosas máquinas operatrizes para trabalhar metais.

30.1.Maquinas de Trabalhar Madeira

Estas máquinas, de uso cada vez mais difundido na indústria damadeira, ainda são consideradas muito perigosas, apesar dosaperfeiçoamentos introduzidos pelas técnicas modernas.

O perigo se deve a alta rotação da ferramenta de corte destas máquinas,que pode causar amputações graves nas mãos ou outros ferimentos graves emcaso de proteção insuficiente ou uso por pessoas não qualificadas.

Segurança e técnica devem ser observadas no uso das máquinas detrabalhar madeira. Independentemente dos riscos mecânicos, da afiação, davelocidade de rotação da ferramenta e do avanço, há riscos que dependem dasua dureza das madeiras, de sua textura (a presença de nós e fibras contráriaspode causar resistência e o retorno da peça).

Portanto, é importante que o usuário conheça perfeitamente a naturezadas madeiras a serem trabalhadas e as características de cada máquina e sejaciente dos perigos que o ameaçam.

O usuário deve submeter-se ainda a uma certa disciplina (vestuário,óculos), ser cuidadoso e consciente dos riscos que corre e dos acidentes quepode provocar.

30.2. Serra de Fita

Permite todos os tipos de corte, reto, encurvado, oblíquo ou torto.Apesar de sua aparência inócua esta máquina, se não for suficientementeprotegida, ainda é causa de numerosos acidentes.

Causas de acidentes:As mais freqüentes:

contato com os volantes.contato com a parte operacional da lâmina.contato com o lado ascendente ou parte não operacional dalâmina.projeção da fita em conseqüência de rupturapor em funcionamento a máquina com a fita de serra sem tensãotambém provoca acidentes, embora menos freqüentes. Paraevitá-los, colocar aviso bem visível.

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30.3. Desempenadeira

Munida de um eixo porta-ferramenta rotativo e de duas mesas reguláveiscom bordas de aço, esta máquina permite aparelhar a face de uma peça demadeira. Um guia lateral permite aplainar as partes mais estreitas, mantendo-as na perpendicular. Embora de aparência pouco perigosa, é uma dasmáquinas que causa graves amputações nos dedos ou ferimentos nas mãos,se não for convenientemente protegida.

Causas de acidentes:O risco principal é o contato da mão com as faces no decorrer dotrabalho e, freqüentemente, no fim da operação quando se tratade peças finas. As causas de acidentes podem ser múltiplas:má regulagem da mesa.madeira com nós ou fibras cruzadas.roupa larga.mesa mal regulada.escorregar.

30.4. Plaina Mecânica

Inclui um eixo porta-ferramenta rotativo, localizado debaixo da mesa epermite levar peças de madeira previamente desempenadas a uma grossuraconstante.

Causas de acidentes:Freqüentemente, o retorno da peça que está sendo trabalhada, e a

presença de nó ou outro defeito na madeira.Contato imprevisto com as facas, nas manobra de peças de madeira por

cima do capô.Arrastamento da mão pelo cilindro de alimentação.Projeção de ferro mal fixado ou ruptura do mesmo.Prender roupa larga, se o capô de proteção estiver aberto.

30.5. Serra Circular

Composta de chassis e mesa, possui eixo horizontal no qual é montadauma lâmina dentada circular, possibilitando todos os serviços de serrar emlinha reta.

Embora muito simples, esta máquina é causa de numerosos elastimáveis acidentes.

Causas de acidentes:rejeição da madeira, devida a:velocidade tangencial insuficiente: máximo 55m/sec e mínimo40m/secmau estado da lâmina (torta, tensão ou travação falhas)madeira presa à lâmina

Contatos fortuitos com a parte operacional da lâmina (ausência de coifaprotetora) ou com a faca divisora, ou má regulagem de uma ou outra. Contatosfortuitos com a parte inferior da lâmina (ausência de cárter de proteção).

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30.6. Entalhedeira

Nesta, que inclui interruptor de corrente elétrica, a corrente é posta emmovimento, abaixando-se a alavanca de comando com a mão direita. Éessencial que o sentido de rotação seja o dos ponteiros do relógio.

O maior risco é o contato das mãos com a corrente em movimento.Causas de acidentes:

São múltiplas e devidas:Ao contato fortuito da mão com a corrente em movimento.Por basculamento de uma peça longa no momento desoltá-la.Durante o trabalho ou no início do mesmo, se a peça formal fixada.Durante as operações de montagem ou desmontagem, sea máquina permanece ligada à eletricidade.Por falta de protetor de mãos ou anteparo.Por ruptura da corrente, devida a seu mau estado. Háainda risco de ruptura ao pôr em movimento a correntefrouxa ou com tensão exagerada.Com menor freqüência, a projeção da peça mal fixada quepode atingir terceiros na oficina.Ocasionalmente, ao afiar as correntes da máquina com odispositivo especial da mesma, por projeções no contatocom o esmeril.

30.7. Entalhadeira de Broca

Constantemente usada, esta máquina é menos perigosa do que aentalhadeira de corrente, mas comporta os seus riscos:

contato com a broca em movimentoprender cabelo ou roupa larga na broca mandril ou chaveesquecidacortes na mão no decorrer de manobras (mesmo com a máquinaparada) devido à proximidade do bedame escoriador.

30.8.Tupia

Composta de uma carcaça de ferro fundido e mesa horizontal, inclui umeixo vertical permitindo a montagem da ferramenta.

Esta máquina serve para todos os trabalhos de formação e moldura damadeira. Apesar de princípios de construção bastante simples e diversosaperfeiçoamentos, é causa de amputações graves.

O risco mais sério e freqüente é, evidentemente, o contato das mãoscom a ferramenta, que pode ser provocado por causas diversas.

Causas de acidentes:rejeição da peça, devido:

à má colocação da ferramentaà velocidade de corte insuficiente (menos de 40m/s)a defeitos da madeira (nós, fibras tortas, etc.)falta de batentes, prensadores, protetores das mãosfalta de proteção

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posição errada das mãosregulagem com a máquina em movimento e sem proteçãoprojeções de nós, estilhaços de madeira ou da própriapeça.

30.9. Máquinas Operatrizes Portáteis

A evolução dos métodos de trabalho na indústria torna o uso destasmáquinas cada vez mais difundido. São pouco dispendiosas e fáceis detransportar e sua grande diversidade permite atender aos requisitos das maisvariadas profissões.

Diversos tipos de máquinas:Para trabalhar a madeira: serra circulares e planais mecânicasentelhadeiras e cortadeiras de corrente, máquinas de cavar,máquina de polir de fita ou disco, ou vibratórias.Para trabalhar metais: furadeiras, utilizadas também paratrabalhar a madeira, serras para metais, circulares ou de fita,cortadeiras de disco, chaves defenda mecânicas, máquinas detirar rebarbas, de esmerilar, etc.Para serviços de pedreiro: serras de uso múltiplo para materiais,máquinas de facear e regras vibratórias,etc.

RISCOS COMUNS:Além do perigo oriundo de sua mobilidade e da ferramenta queutilizam, as máquinas operatrizes portáteis oferecem riscoscomuns a todos os seus tipos: o bloqueio repentino da ferramentaque pode provocar o arrastamento da peça (furadeira),desequilíbrio e queda do operador e ferimento.

30.10. Serras Circulares

A coifa protetora dotada de mola de retorno e batente voltaautomaticamente no lugar depois da operação de serrar, protegendo assim osdentes da serra.

Manter limpo, pois os pós de serragem de madeiras resinosas podemprejudicar seu funcionamento.

Neste caso, haveria perigo no momento de depositar a máquina no chãoou no plano de trabalho, com a ferramenta ainda em rotação, embora todamáquina operatriz portátil deva ser dotada obrigatoriamente de interruptorembutido no cabo de mão, funcionando somente quando acionado pelousuário.

30.11. Furadeiras

Além do risco elétrico, as furadeiras portáteis oferecem riscosresultantes da quebra da broca: estilhações, choque, queda por desequilíbrio.

Por este motivo, recomenda-se usar brocas curtas de aço com encaixede carbureto de tungstênio para as furadeiras de percussão.

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os perigos devidos à blocagem da broca. Devido de girar neste caso, amáquina poderá escapar das mãos.

Usar brocas bem afiadas.o risco de arrastamento da peça, se for pequena que poderá então serprojetada.

Usar fixação:o risco de projeção da chave de aperto, esquecida na broca.Não deixar a chave na broca.O risco de prender roupas largas na broca.Usar roupas justas (nem gravata, nem cachecol).

30.12. Máquinas de Esmerilar

O uso de rebolos de diâmetro máximo de 254mm respeitadas asvelocidades previstas.

Um grossura de 50mm dos rebolos e um diâmetro dos flanges igual a,pelo menos, a metade do diâmetro do rebolo.

Os rebolos usados para tirar rebarbas terão diâmetro máximo de 155mme velocidade periférica de 20 metros.

Capôs ou cárters ou protetores resistentes (chapa de aço de pelo menostrês milímetros de grossura), podendo servir de dispositivo de descanso se amáquina não possuir gancho de suspensão.

O rebolo é frágil: protege-lo de choques.Com o motor desligado, o rebolo continua a girar. Evitar contatos

violentos com o chão, que poderão provocar quebra do rebolo.Não usar meios improvisados para limpar ou retificar. Mandar recortar

por pessoa competente que poderá usar aparelho especial equipado deprotetor contra estilhaços. Um retificador de rolete poderá servir, e até um tijolo,para operações mais grosseiras.

Usar luvas para esmerilar peças de arestas vivas, ou peças capazes deesquentar durante o trabalho.

O uso de óculos de proteção é obrigatório.Colocar telas de proteção para proteger terceiros, se a operação

provocar copiosa projeção de partículas.Na montagem, não usar chave grande demais ou longa. Não bloquear a

porca de fixação com martelo. Atarraxar sem exagero.Colocar e regular o capô de proteção antes de pôr em movimento.

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SEGURANÇA NA CONSTRUÇÃO CIVIL

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BIBLIOGRAFIA

1. “A Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho na Construção Civil” –

Fundacentro

2. “Equipamentos de Proteção Individual” – Eduardo Gabriel Saad

3. “Tecnologia de Prevenção dos Acidentes de Trabalho nas Profissões da

Construção Civil”- Fundacentro

4. “Condições e Meio Ambiente do Trabalho na Indústria da Construção – NR18”

5. Catálogos eletrônicos:

www.ledan.com.br

www.leal.com.br

6. Catálogos técnicos:

�Dupont do Brasil